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Clarice Zeitel Vianna Silva - Vence concurso da UNESCO com o Tema: Como vencer a pobreza e a desigualdade'

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 18 de junho de 2012 | 14:15

(Clarice Zeitel Vianna Silva)




Escrevendo sobre "como vencer a pobreza e a desigualdade" a aluna da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Clarice Zeitel Vianna Silva, venceu o concurso de redação da UNESCO que teve 50 mil participantes. Um exemplo de cidadania e consciência que merece ser divulgado. Clarice tem 26 anos e em julho deste ano conclui o curso de Direito na UFRJ.


Tema: Como vencer a pobreza e a desigualdade?



*Por: Clarice Zeitel Vianna  Silva (
UFRJ -  Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro -  RJ)





Título: PÁTRIA MADRASTA VIL








Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...Exagero de escassez... Contraditórios? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL. Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidadeO Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições. Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil  está mais para madrasta vil. 



(a crise social no Brasil é resultado da crise moral)




A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade.








Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição! É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem! 





(só podemos colher o que plantamos)



A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão. Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa).




Mas estão elas preparadas para isso? 

 





Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil. Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona? Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos. Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?








 
*Clarice Zeitel Vianna Silva, acaba de voltar  de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas  para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) por sua redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade.' A  redação de Clarice intitulada  'Pátria Madrasta Vil', foi incluída num livro, com  outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca Virtual da  UNESCO.



FONTE:http://eticaparapaz.blogspot.com.br/2011/04/aluna-de-direito-da-ufrj-vence-concurso.html





CONCLUSÃO:

 

 

 

 

Disse muito bem Clarice Zeitel: "Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar". E seria muita infantilidade acreditar que confiscar a riqueza dos ricos irá acabar com a pobreza e as desigualdades, seria um pensamento ignaro. Parece incrível que, em pleno Sec. XXI, seja necessário relembrar as pessoas de todos os desastres e do exponencial aumento da pobreza que se seguiram a todos os episódios de expropriação dos ricos, desde os "assignat" (moeda sob a Revolução Francesa. Na origem, tratava-se de um título de empréstimo emitido pelo Tesouro em 1789, cujo valor estava associado aos bens nacionais), após a Revolução Francesa, passando por todas as experiências socialistas da China, da URSS, de Cuba e da Coreia do Norte, até os recentes exemplos da Grécia, da Argentina, do Zimbábue, da Venezuela etc. A lista não acaba! A expropriação de riqueza consegue apenas gerar mais pobres e piores condições para todos! Ademais, trata-se de uma grande mentira. Tão logo você expropria a riqueza dos cidadãos mais ricos de uma economia, além de destruir o emprego de milhares de pessoas, você não irá retirar os pobres da pobreza. Afinal, o que irá acontecer já no ano seguinte? Não haverá mais ricos a serem espoliados! Simples assim! Ou seja, após esta renda espoliada ter sido distribuída e consumida, não haverá como ocorrer novas redistribuições. Afinal, de onde viria a nova renda a ser redistribuída? Vale lembrar que nesta situação, não haverá mais ricos e pobres. Todos estão em igual situação. Consequentemente, não haverá mais de quem tirar!

 

 



Logo, e por definição, uma redistribuição de renda é algo que só pode ser feito uma única vez. E, após a redistribuição, os contemplados estarão em melhor situação apenas enquanto estiverem gastando o dinheiro recebido. Tão logo tudo seja consumido, tais pessoas voltarão ao estado de pobreza anterior. E pior: com os empreendedores mais pobres, será muito mais difícil para tais pessoas melhorarem de vida. O número de pobres irá aumentar e a miséria irá se multiplicar, evidenciando que, se você penalizar o sucesso, você redistribuirá o fracasso! 







E as consequências de uma política redistributivista, mesmo que em menor escala, podem ser catastroficamente surpreendentes. Recentemente, foi divulgado que as políticas redistributivas da Califórnia resultaram em uma desigualdade de renda pior que a do México, e a maior taxa de pobreza dos EUA. No final, exatamente por não haver como espoliar os ricos continuamente, foi a classe média quem acabou bancando o assistencialismo estatal por meio de maiores impostos. Desigualdade não é o mesmo que injustiça, como salientou o Prêmio Nobel Angus Deaton, e não é nada surpreendente que os intervencionistas insistam em ressaltar a desigualdade como o maior problema de todos, em vez de abordarem a pobreza absoluta e maneiras de permitir um maior crescimento de classe média.






O debate sobre pobreza e desigualdade se tornou uma desculpa para novas intervenções, e não um meio para debater como continuar o processo de enriquecimento das pessoas. Intervencionistas não querem que os pobres sejam menos pobres; querem apenas que os ricos sejam menos ricos. Para o burocrata, o objetivo é manter o aparato estatal plenamente operante, e não torná-lo desnecessário. 







O intervencionismo assume que a desigualdade é um efeito negativo, e não uma consequência natural da prosperidade. E, com efeito, alguma desigualdade sempre será positiva. Se meus colegas de trabalho são mais bem-sucedidos do que eu, isso será um incentivo para eu me aprimorar. Somente quando há uma desigualdade gerada pelo sucesso é que as sociedades progridem, e o bem-estar de todos aumenta.Não há maior desigualdade e injustiça do que o igualitarismo, o qual elimina os incentivos para o aprimoramento próprio. 







O igualitarismo, longe de reduzir a pobreza, acaba por intensificá-la! Há alguns anos, a Oxfam elogiou a Venezuela, dizendo que a "desigualdade foi reduzida". E realmente foi. Só que a redução se deu tornando todos os venezuelanos mais pobres, exceto os redistribuidores. Esses ficaram milionários. No final, a redução da pobreza é uma consequência da prosperidade, do crescimento e do emprego, e não de políticas populistas. O capitalismo e o livre comércio fizeram muito mais para reduzir a pobreza do que todos os comitês governamentais combinados.



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5 de junho de 2014 às 08:10

Obrigada Dra.Clarice... Parabéns !!! Voce "Clareou" meus pensamentos...

25 de novembro de 2017 às 19:16

Minha Pátria não é essa Madrasta Vil.
Os brasileiros que votam em corruptos, sim!

28 de novembro de 2017 às 07:40

Mente Cidadã, Solidária e abençoada. Parabéns. Que suas metas na vida sejam alcançadas.

7 de dezembro de 2021 às 17:26

Clarice, você clareou meus pensamentos. Muito obrigado.

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