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A Vida Consagrada na Igreja - Ferramenta da Nova Evangelização

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 7 de fevereiro de 2012 | 11:53





O que seria de nós sem a vida consagrada?




(Jornada Mundial da Vida Consagrada: 02 de fevereiro - MADRI, quarta-feira 01 de fevereiro de 2012 - ZENIT.org). Oferecemos aos nossos leitores a habitual colaboração de monsenhor Juan del Rio Martín, arcebispo castrense da Espanha. Neste artigo, o autor faz uma pausa para considerar a Jornada Mundial da Vida Consagrada, que se celebra neste dia 02 de fevereiro, e a importância da mesma para a vida da Igreja.












O "húmus" do secularismo penetrou nos diversos setores da vida cristã. Desde Paulo VI até Bento XVI tem havido uma constante denúncia deste mal que mundaniza a Igreja e a torna ineficaz para evangelizar o mundo.Por outro lado, a cultural dominante e globalizada tem a marca da cristofobia e do anti-católico, que rejeita a dimensão social da fé e o direito da Igreja de viver em liberdade. Neste contexto, afeta fortemente tanto a família cristã, como a vida consagrada e o ministério sacerdotal.Durante essas décadas pós conciliares, não somente se securalizaram muitos sacerdotes e se relaxou a vida comunitária de órdens e congregações, mas também esse “virus” contaminou a mesma “Igreja doméstica”, que se manifesta nas rupturas matrimoniais e na queda da natalidade.É fácil ficar nos diagnósticos, utilizar as  estatísticas e as falhas pessoais para ir uns contra os outros dentro da própria Igreja, enquanto os de fora aplaudem vendo os católicos brigando entre si: uns se gabando de salvadores das essências da ortodoxia e outros expondo obsessivamente a falta de compromisso dos pastores com o povo. Este não é o caminho!O Papa Bento XVI exorta-nos constantemente a recuperar a Deus como centro da nossa vida cristã e ser humildes para que possamos perguntar: o que o Senhor me pede, a mim e à sua Igreja, nestes momentos tão complexos e turbulentos que estamos vivendo?Concentremos a nossa atenção sobre os religiosos e religiosas, aproveitando a Festividade da Apresentação de Jesus no Templo, data na qual se celebra a Jornada Mundial da Vida Consagrada cujo lema deste ano é: "Vem e segue-me" (Mc 10 21).A vida religiosa em todas as suas formas está intimamente relacionada com a Palavra de Deus, atrás de uma freira, padre, religioso, religiosa, consagrado há um ditado ou ação de Jesus, que cativou esse fundador e deu como  consequencia o nascimento de uma nova família de consagrados em prol da edificação da Igreja e de sua missão evangelizadora no mundo. As duas formas de Vida Consagrada, contemplativa e ativa, são os dois pulmões da comunidade eclesial. Sua presença entre os homens representa a geografia da oração, do apostolado, da caridade. Tudo isso vivido de acordo com os conselhos evangélicos na fraternidade cristã, sujeito aos seus próprios superiores e em comunhão com os sucessores dos apóstolos. A Igreja não pode ignorar este grande tesouro de fidelidade a Deus e de serviço aos mais necessitados.O povo cristão atual tem que  despertar do seu sono e deve ter mais consciência de cooperação no ressurgimento vocacional para estender o Reino de Deus e a sua justiça (cf. Mt 6,33).Entrar hoje na "religião", como se dizia antigamente, é remar contra a maré.É para pessoas muito focadas no essencial da fé, que não deseja se submeter ao pensamento único, que não se conforma com o hedonismo agradável dominante, que tem muito claro que os pobres não são artigos de modas ideológicas, que descobriram a Igreja como o maior espaço para a liberdade pessoal e comunitária, que se apaixonaram pela forma de viver o Evangelho de um fundador.Ser religioso ou religiosa é optar por uma forma de vida que não está em voga, que não tem aplausos, que não tem garantias. No entanto, é a forma mais bonita de viver a vida "escondida em Cristo" (Col 3,3), de ser "sal e luz do mundo" (Mt 5,13-16), de encarnar o espírito das bem-aventuranças. Temos de eliminar essa idéia de que os padres, monges e freiras são "espécies em perigo de extinção." Deus não abandona a sua Igreja, e quando parece esgotada as águas do poço eclesial da Europa, surgem abundantes vocações nos outros continentes. Quando um carisma se apaga, brotam outras formas de vida consagrada.Mesmo entre nós, apesar do problema demográfico no Ocidente e da crise de fé, há alguns jovens que com a graça de Deus rompem com os padrões estabelecidos e entram numa ordem, congregação ou instituto secular. Ainda temos mães e pais cristãos que se alegram quando um filho ou filha vão para um convento ou para as missões. Não está tão seco o poço das nossas comunidades cristãs! Podemos estar tão obcecados com o número e a substituição nos vários serviços e não agradecer ao Senhor por este grande testemunho de fidelidade que hoje representam tantos religiosos que morrem sem ter “olhado para trás" (Lucas 9, 62).Aí temos, o grande exemplo de humildade e de humilhação que nestes momentos significa aceitar a realidade dolorosa de fechar casas e reestruturar as províncias. Deus também está falando neste empobrecimento institucional!E, finalmente, o testemunho do serviço aos pobres, anciãos, doentes, crianças e jovens, quando o outono da existência aparece, eles e elas estão ali até que chegue a “irmã morte”, que em não poucos casos tem o nome de martírio.Em suma, são novos tempos com grandes desafios. Não temos fórmulas mágicas, não devemos cair em pessimismos contagiosos, nem cair em ilusões triunfalistas.Só a fé em Deus nos faz ver que ainda há "mais trigo do que joio", mais santidade do que pecado na Igreja.



[Tradução Thácio Siqueira]



O mundo de hoje tem necessidade dos consagrados!

 









ROMA, quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - A Arquidiocese de Braga, Portugal, informou que entre os dias 29 de janeiro e 5 de fevereiro promove a III Semana do Consagrado, sob o tema: “A vida Consagrada no Coração da Evangelização, 50 anos depois do começo do Concílio Vaticano II”.A Arquidiocese apresentou a mensagem de D. Virgílio do Nascimento Antunes, Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para a Semana do Consagrado 2012 e também orientações para a Vigília de Adoração.“Entre os maiores dons de Deus à Igreja, conta-se a vida consagrada, nas suas variadas manifestações, fruto de um caminho já longo de escuta e discernimento da voz do Espírito Santo”, assim inicia a mensagem de D. Virgilio.No contexto da evangelização a mensagem recorda que “a fé cristã chegou mais longe graças à sua disponibilidade de homens e mulheres seduzidos por Cristo, dispostos a deixar tudo para O seguir e O anunciar”.  O mundo de hoje tem necessidade dos consagrados: “A sua palavra suportada por um estilo de vida aberto aos outros, por uma fé incarnada e por uma esperança alicerçada em Deus, tem força persuasiva. O seu amor partilhado em gestos quotidianos de caridade, leva a marca inconfundível e inegável do Filho de Deus que morreu por aqueles que ama”; prossegue o texto.A mensagem recorda que a Semana do Consagrado, acontece 50 anos após o início do Concílio Vaticano II que “ao contextualizar a vida consagrada no mistério da Igreja, realça o dinamismo espiritual de que é portadora” , para depois afirmar que dele “nasce o dever de trabalhar na implantação e consolidação do reino de Cristo nas almas e de o levar a todas as regiões com a oração ou também com a ação, segundo as próprias forças e a índole da própria vocação” (Lumen gentium, 44).A mensagem termina afirmando que “A Igreja tem, por isso, muito a esperar da vida consagrada, neste tempo em que urge um novo ardor e uma nova metodologia na ação evangelizadora, ao mesmo tempo que 'defende e favorece a índole própria dos vários Institutos religiosos'(Lumen gentium, 44)".A Eucaristia de encerramento no último dia decorrerá pelas 16h na Cripta do Sameiro, presidida pelo arcebispo Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga.



Por:  Maria Emília Marega

 




A consagração de vida como instrumento a serviço da nova evangelização!










MADRI, segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 (ZENIT.org)  - No próximo dia 2 de fevereiro, festa da Apresentação de Jesus no templo, a Igreja reza e dá graças por aqueles que dedicam toda a sua vida para o serviço do Reino. Desde 1997, por iniciativa do Beato João Paulo II, celebra-se nesse dia a Jornada Mundial da Vida Consagrada. "Nesse dia olhamos para a vida consagrada e para cada um dos seus membros como um dom de Deus à Igreja e à humanidade", disse na apresentação da Jornada monsenhor Vicente Jiménez Zamora, Bispo de Santander e presidente da Comissão Episcopal para a Vida Consagrada. "Juntos - acrescenta - agradecemos a Deus pelas Ordens e Institutos religiosos dedicados à contemplação ou ao apostolado, pelas Sociedades de Vida Apostólica, pelos Institutos Seculares, pela Ordem das Virgens, pelas novas formas de Vida Consagrada"O lema escolhido para este ano é: "Vem e segue-me" (Mc 10, 21). O bispo lembra que esta Jornada acontece depois da celebração da Jornada Mundial da Juventude em Madri e no horizonte do próximo Sínodo dos Bispos sobre o tema: a nova evangelização para a transmissão da fé cristã (Roma, 7-28 de outubro de 2012)."A nova evangelização, à qual a Igreja nos convida - diz ele - é primeiramente um desafio espiritual para sair da indiferença. Depende em grande medida da credibilidade da nossa vida e da convicção de que a graça de Deus trabalha e transforma até converter os corações. A nova evangelização pede novos evangelizadores. As pessoas consagradas são chamadas pela sua vocação - acrescenta Dom Jiménez Zamora - consagração e missão de viver um estilo de vida, que requer, em primeiro lugar, a santidade de vida à qual toda a Igreja está chamada. Este estilo se manifesta visivelmente nos conselhos evangélicos vividos em comunidade. Através deles se manifesta a radicalidade e a novidade do seguimento de Jesus Cristo. A consagração é, assim, instrumento de nova evangelização". Lembra as palavras do Beato João Paulo II, na exortação apostólica Vita Consecrata: "As pessoas consagradas, em virtude de sua vocação específica, são chamadas a manifestar a unidade entre autoevangelização e testemunho, entre renovação interior e apostólica, entre ser e atuar, destacando que o dinamismo surge sempre do primeiro elemento do binômio."E concluiu com uma citação do Papa Bento XVI que, no Encontro com jovens religiosas, na Jornada Mundial da Juventude, ao falar sobre a natureza radical da vida consagrada, dizia: "Queridas irmãs, este é o testemunho da santidade para a qual Deus vos chama, seguindo muito de perto e sem condições a Jesus Cristo na consagração, comunhão e missão. A Igreja precisa da vossa fidelidade jovem enraizada e edificada em Cristo. Obrigado pelo vosso "sim" generoso, total e perpétuo ao chamado do Amado. Que a Virgem Maria sustente e acompanhe vossa juventude consagrada, com o vivo desejo de que interpele, incentive e ilumine a todos os jovens”.




[Tradução Thácio Siqueira]






O LEIGO CONSAGRADO E AS NOVAS FORMAS DE VIDA CONSAGRADA NA IGREJA PARA LEIGOS(AS)

 

 




 




Antes de falar sobre o que é leigo consagrado é preciso entender que, além do batismo, através do qual o homem entra na vida cristã e assume o seu chamado na Igreja como leigo, existem outras TRÊS formas de consagração a Deus na Igreja:

 

 

1)-A consagração ministerial, a qual insere a pessoa no sacramento da ordem, ou seja, no diaconato ou no sacerdócio.

 

 

2)-A consagração religiosa, que insere a pessoa na vida consagrada geralmente em um instituto religioso, com a profissão solene e na vivência plena dos Votos de Pobreza, Castidade e Obediência.

 

 

3)-O leigo(a) Consagrado – A princípio ligado(a) a algum Ordem Terceira, também, com a profissão solene e no compromisso da vivência plena dos Votos de Pobreza, Castidade e Obediência.  hoje às Novas Comunidades! (Leigo - Do latim laicus: Secular, comum, ordinário, não eclesiástico)com a profissão solene perante a autoridade da Igreja, e no compromisso público e estatutário de viver os Conselhos evangélicos da Pobreza, Castidade e Obediência, para alguns de forma plena, e para os casados conforme as exigências de seu estado.




Essas três formas de consagração são como que um aprofundamento da consagração batismal (batismo), levando o cristão a assumir uma radicalidade evangélica e carismática para desempenhar uma missão específica na Igreja.

 

 

 

A Consagração Laical nas Novas Comunidades (Pós Vaticano II)

 

 

 

As Novas Comunidades, (como Pantokrator, Shalom, Canção Nova, Recado, Face de Cristo,dentre outras) vivem uma nova forma de consagração a Deus que também aprofunda a vivência da consagração que todo cristão realiza em seu batismo. Essa consagração não se enquadra totalmente na consagração religiosa, mas essa realidade das Novas Comunidades nos faz entender claramente esse outro modo de consagração: a Consagração de Vida. As Novas Comunidades são uma Novidade do Espírito pós Concílio vaticano II, adequadas aos desafios do nosso tempo, que foram fundadas sobre os elementos teológicos e canônicos essenciais próprios da vida consagrada, mas com características originais próprias em relação às suas formas tradicionais.

 

 

O leigo consagrado

 

 

 

A consagração vivida de modo secular ocorre no caso de leigos(as) que se consagram a Deus pela profissão dos conselhos evangélicos (pobreza, castidade e obediência), mas que permanecem atuando no mundo dentro das realidades comuns. Tendem à perfeição da caridade (amor) e procuram cooperar para a santificação do mundo, principalmente a partir de dentro, como fermento. O apostolado do leigo consagrado é vivido na sua realidade externa de vida (fora do Instituto) e nas suas profissões não se distinguem normalmente dos fieis comuns. Nesses casos o leigo consagrado vive uma consagração total a Deus pela profissão dos conselhos evangélicos, semelhantemente aos religiosos, mas também vive a secularidade pelo fato de viver no mundo, inserido nas realidades temporais, assim como os leigos, santificando-as a partir de dentro com seu anúncio e testemunho Cristão!

 

 

 

Como vivem os leigos(as) consagrados(as) nas Novas Comunidades?

 

 

Nós que vivemos nas Novas Comunidades também somos leigos que consagramos nossas vidas a Deus, assumimos formalmente e estatutariamente, em nossa promessas de consagração, obrigações (segundo a Regra de Vida e os Estatutos) com vínculo estável e reconhecido pelo Bispo, ou pelo Papa como já é caso das Comunidades Shalom e Canção Nova - Devemos permanecer como leigos empenhados nos valores seculares próprios e peculiares do laicato através da nossa consagração. A consagração de vida nos ajuda a viver mais perfeitamente o nosso chamado batismal como leigos e dá autenticidade profética para testemunharmos no mundo os valores do Reino e da caridade cristã. Vivemos como consagrados no mundo, estamos no mundo, mas não somos do mundo, pertencemos a Deus.

 

 

 

Na Consagração de Vida buscamos hoje reproduzir o modelo Cristão das primeiras Comunidades Cristãs, de forma mais livre e desprendida. Esse desprendimento de todas as coisas para uma especial acolhida do Reino também faz parte da consagração de vida e do testemunho que deve dar ao mundo. Porém, a característica deste desprendimento depende do Carisma da Comunidade, do estado de vida próprio (solteiro, casado, celibatário) e da forma de vida em que a pessoa vive a sua consagração (vida comum ou aliança). Em função disso esse desprendimento em alguns casos pode ser Perfeito(pleno) ou imperfeito(parcial) - Por exemplo: uma pessoa casada não tem como fazer os votos ou promessas dos Conselhos Evangélicos próprios da Vida Religiosa de forma plena, ou seja, viver a Pobreza e a Castidade de forma absoluta, mas relativa ao seu estado matrimonial, ou seja, sendo casto nas suas relações com seu cônjuge, e vivendo a pobreza de forma desprendida sem apegos aos bens materiais, mas não vive um total desprendimento como um religioso ou sacerdote, porque precisa usar dos bens para o sustento da família e da própria Comunidade a qual está vinculado estatutariamente, na devolução de sua Comunhão de Bens (ou dízimo).

 

 

 

 

MENSAGEM DO PAPA JOÃO PAULO II AOS PARTICIPANTES NO SEMINÁRIO DE ESTUDOS SOBRE OS MOVIMENTOS ECLESIAIS  E AS NOVAS COMUNIDADES

 

 

 

Senhores Cardeais - Venerados Irmãos no Episcopado!

 


1. Viestes a Roma, provindos de países de todos os continentes, para reflectir juntos sobre a vossa solicitude de Pastores para com os Movimentos eclesiais e as novas Comunidades. É a primeira vez que o Pontifício Conselho para os Leigos, em colaboração com as Congregações para a Doutrina da Fé e para os Bispos, reúne um grupo tão considerável e qualificado de Bispos para juntos examinarem realidades eclesiais, que não hesitei em definir «providenciais» (cf. Discurso no Encontro com os Movimentos eclesiais e as novas Comunidades, n. 7, em L'Osserv. Rom., ed. port. de 6/6/1998, pág. 1) devido aos seus estimulantes contributos oferecidos à vida do Povo de Deus.Agradeço-vos a presença e o empenho neste importante sector pastoral. Manifesto, além disso, aos promotores, ao Pontifício Conselho para os Leigos e às Congregações para a Doutrina da Fé e para os Bispos a minha viva satisfação por esta iniciativa de incontestável utilidade para a missão da Igreja no mundo contemporâneo.O Seminário que vos ocupou nestes dias inscreve-se de facto, felizmente, num projecto apostólico a mim muito querido, que brotou do meu encontro com os membros de mais de cinquenta destes Movimentos e Comunidades, ocorrido a 30 de Maio do ano passado na Praça de São Pedro. Estou certo de que os efeitos da vossa reflexão não deixarão de ser sentidos, contribuindo a fim de fazer com que aquele projecto e encontro dêem frutos ainda mais abundantes para o bem de toda a Igreja.

 

2. O Decreto conciliar sobre o serviço pastoral dos Bispos assim indica o núcleo mesmo do ministério episcopal: «No exercício do seu múnus de ensinar, anunciem o Evangelho de Cristo aos homens, que é um dos principais deveres dos Bispos, chamando-os à fé com a fortaleza do Espírito ou confirmando-os na fé viva. Proponham-lhes na sua integridade o mistério de Cristo, isto é, aquelas verdades que não se podem ignorar sem ignorar o mesmo Cristo» (Christus Dominus, 12). O anseio de todo o Pastor de alcançar os homens e de falar ao seu coração, à sua inteligência, à sua liberdade, à sua sede de felicidade nasce do próprio anseio de Cristo pelo homem, da sua compaixão por aqueles que Ele comparava a um rebanho sem pastor (cf. Mc 6, 34 e Mt 9, 36) e faz eco do zelo apostólico de Paulo: «Ai de mim se não evangelizar!» (1 Cor 9, 16). No nosso tempo os desafios da nova evangelização apresentam-se não raro em termos dramáticos e impelem a Igreja, e em particular os seus Pastores, à busca de novas formas de anúncio e de acção missionária, mas conforme às necessidades da nossa época.Entre as tarefas pastorais hoje mais urgentes quereria indicar, em primeiro lugar, a atenção às comunidades em que é mais profunda a consciência da graça conexa com os sacramentos da iniciação cristã, da qual brota a vocação a ser testemunha do Evangelho em todos os âmbitos da vida. A dramaticidade do nosso tempo incentiva os crentes a uma essencialidade de experiência e de proposta cristã, nos encontros e nas amizades de cada dia, para um caminho de fé iluminado pela alegria da comunicação. Uma ulterior urgência pastoral que não se pode subestimar é constituída pela formação de comunidades cristãs, que sejam autênticos lugares de acolhimento para todos, na constante atenção às necessidades específicas de cada pessoa. Sem essas comunidades resulta sempre mais difícil crescer na fé e cai-se na tentação de reduzir à experiência fragmentária e ocasional precisamente aquela fé que, ao contrário, deveria vivificar a inteira experiência humana.

 


3. É neste contexto que se situa o tema do vosso Seminário sobre os Movimentos eclesiais. Se no dia 30 de Maio de 1998 na Praça de São Pedro, ao aludir ao florescimento de carismas e movimentos que se verificou na Igreja após o Concílio Vaticano II, falei de «um novo Pentecostes», quis com esta expressão reconhecer no desenvolvimento dos Movimentos e das novas Comunidades um motivo de esperança para a acção missionária da Igreja. De facto, por causa da secularização que em muitas almas enfraqueceu ou até mesmo extinguiu a fé e abriu o caminho a crenças irracionais, em muitas regiões do mundo - Ela tem que enfrentar um ambiente semelhante ao das suas origens. Estou bem consciente de que os Movimentos e as novas Comunidades, como toda a obra que, embora sob o impulso divino, se desenvolve no interior da história humana, nestes anos não despertaram só considerações positivas. Como eu dizia a 30 de Maio de 1998, a sua «novidade inesperada e por vezes até explosiva [...] não deixou de suscitar interrogativos, dificuldades e tensões; às vezes comportou, por um lado, presunções e intemperanças e, por outro, não poucos preconceitos e reservas» (Ibid., n. 6). Mas, no testemunho comum por eles dado naquele dia à volta do Sucessor de Pedro e de numerosos Bispos, eu via e vejo o sobrevir de uma «etapa nova: a da maturidade eclesial», embora na plena consciência de que «isto não quer dizer que todos os problemas tenham sido resolvidos», uma vez que esta maturidade «é, antes, um desafio. Uma via a percorrer» (Ibidem).Este itinerário exige da parte dos movimentos uma comunhão sempre mais sólida com os Pastores que Deus escolheu e consagrou para reunir e santificar o seu povo no fulgor da fé, da esperança e da caridade, porque «nenhum carisma dispensa da referência e da submissão aos Pastores da Igreja» (Christifideles laici, 24). Portanto, o compromisso dos Movimentos é compartilhar, no âmbito da comunhão e missão das Igrejas locais, as suas riquezas carismáticas de modo humilde e generoso.Caríssimos Irmãos no Episcopado! A vós, a quem pertence a tarefa de discernir a autenticidade dos carismas para dispor o seu justo exercício no âmbito da Igreja, peço magnanimidade na paternidade e caridade clarividente (cf. 1 Cor 13, 4), para com estas realidades, porque qualquer obra dos homens necessita de tempo e paciência para a sua devida e indispensável purificação. Com palavras claras o Concílio Vaticano II escreve: «O juízo acerca da sua (dos carismas) autenticidade e do seu uso recto pertence àqueles que presidem na Igreja, aos quais compete de modo especial não extinguir o Espírito mas julgar tudo e conservar o que é bom (cf. 1 Ts 5, 12 e 19-21)» (Lumen gentium, 12), a fim de que todos os carismas cooperem, na sua diversidade e complementaridade, para o bem comum (cf. ibid., 30).Estou convicto, venerados Irmãos, de que a vossa disponibilidade atenta e cordial, graças também a oportunos encontros de oração, de reflexão e de amizade, tornará não só mais amável mas ainda mais exigente a vossa autoridade, mais eficazes e incisivas as vossas indicações, mais fecundo o ministério que vos foi confiado para a valorização dos carismas em ordem à «utilidade comum». Com efeito, é vossa primeira tarefa abrir os olhos do coração e da mente, para reconhecer as múltiplas formas da presença do Espírito na Igreja, as examinar e levar todas a unidade na verdade e na caridade.

 



4. No decurso dos encontros que tive com os Movimentos eclesiais e as novas Comunidades, ressaltei em várias ocasiões a íntima conexão entre a sua experiência e a realidade das Igrejas locais e da Igreja universal das quais são fruto e, ao mesmo tempo, expressão missionária. No ano passado, diante dos participantes no Congresso mundial dos Movimentos eclesiais, organizado pelo Pontifício Conselho para os Leigos, constatei publicamente «a sua disponibilidade para pôr as próprias energias ao serviço da Sé de Pedro e das Igrejas locais» (Mensagem ao Congresso mundial dos Movimentos eclesiais, n. 2, em L'Osserv. Rom., ed. port. de 6/6/1998, pág. 2). Com efeito, um dos frutos mais importantes gerados pelos movimentos é precisamente o de saber libertar em tantos fiéis leigos, homens e mulheres, adultos e jovens, um vivo impulso missionário, indispensável à Igreja que se prepara para cruzar o limiar do terceiro milénio. Este objectivo, porém, só se alcança lá onde eles «se inserem com humildade na vida das Igrejas locais e são acolhidos cordialmente por Bispos e sacerdotes nas estruturas diocesanas e paroquiais» (Redemptoris missio, 72).O que isto significa em termos concretos de apostolado e de acção pastoral? Foi esta, precisamente, uma das questões-chave do vosso Seminário. Como acolher este dom particular que o Espírito oferece à Igreja no nosso momento histórico? Como o acolher em todo o seu alcance, em toda a sua plenitude, em todo o dinamismo que lhe é próprio? Responder de modo adequado a esses interrogativos faz parte da vossa responsabilidade de Pastores. A vossa grande responsabilidade é não tornar vão o dom do Espírito mas, ao contrário, fazê-lo frutificar sempre mais no serviço ao inteiro Povo cristão. Faço votos de coração por que o vosso Seminário seja fonte de encorajamento e de inspiração para tantos Bispos no seu ministério pastoral. Maria, Esposa do Espírito Santo, vos ajude a escutar aquilo que hoje o Espírito diz à Igreja (cf. Ap 2, 7). Estou perto de vós com a minha solidariedade fraterna, acompanho-vos com a oração, enquanto de bom grado vos abençoo a vós e a quantos a Providência divina confiou aos vossos cuidados pastorais.

 


Vaticano, 18 de Junho de 1999.

 

PAPA JOÃO PAULO II

 

 

 

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI AOS PARTICIPANTES NO II CONGRESSO MUNDIAL DOS MOVIMENTOS ECLESIAIS E DAS NOVAS COMUNIDADES

 

 

 

Queridos irmãos e irmãs!

 



Na expectativa do encontro previsto para sábado, 3 de Junho na Praça de São Pedro com os membros de mais de 100 Movimentos eclesiais e novas Comunidades, sinto-me feliz por vos enviar, representantes de todas estas realidades eclesiais, reunidos em Rocca di Papa no Congresso Mundial, uma calorosa saudação com as palavras do Apóstolo: "Que o Deus da esperança vos encha de toda a alegria e paz na fé, para que transbordeis de esperança, pela força do Espírito Santo" (Rm 15, 13). Ainda está viva, na minha memória e no meu coração, a recordação do precedente Congresso Mundial dos Movimentos eclesiais, realizado em Roma de 26 a 29 de Maio de 1998, ao qual fui convidado a dar o meu contributo, então na qualidade de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, com uma conferência sobre a posição teológica dos Movimentos. Aquele Congresso teve o seu coroamento no memorável encontro com o amado Papa João Paulo II a 30 de Maio de 1998 na Praça de São Pedro, durante o qual o meu Predecessor confirmou o seu apreço pelos Movimentos eclesiais e as novas Comunidades, que definiu "sinais de esperança" para o bem da Igreja e dos homens.

 


Hoje, consciente dos passos feitos a partir de então pelo caminho traçado pela solicitude pastoral, pelo afecto e pelos ensinamentos de João Paulo II, gostaria de me congratular com o Pontifício Conselho para os Leigos, nas pessoas do seu Presidente, D. Stanislaw Rylko, do Secretário, D. Joseph Clemens e dos seus colaboradores, pela importante e válida iniciativa deste Congresso Mundial, cujo tema "A beleza de ser cristão e a alegria de o comunicar" se inspira numa afirmação minha da homilia de início do ministério petrino. É um tema que convida a reflectir sobre o que caracteriza essencialmente o acontecimento cristão: de facto, nele vem ao nosso encontro Aquele que em carne e sangue, visível e historicamente trouxe o esplendor da glória de Deus à terra. A Ele aplicam-se as palavras do Salmo 44: "Tu és o mais belo dos filhos dos homens!". E a Ele, paradoxalmente, fazem referência também as palavras do profeta: "...sem figura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente" (Is 53, 2). Em Cristo encontram-se a beleza da verdade e a beleza do amor; mas o amor, sabemo-lo, requer também a disponibilidade para sofrer, uma disponibilidade que pode chegar até à doação da vida por quem se ama (cf. Jo 15, 13)! Cristo, que é "a beleza de qualquer beleza", como costumava dizer São Boaventura (Sermones dominicales 1, 7), torna-se presente no coração do homem e atrai-o à sua vocação que é amor. É graças a esta extraordinária força de atracção que a razão é subtraída ao seu entorpecimento e se abre ao Mistério. Revela-se assim a beleza suprema do homem que, criado à imagem de Deus, é regenerado pela graça e destinado à glória eterna.Ao longo dos séculos, o cristianismo foi comunicado e difundiu-se graças à novidade de vida de pessoas e de comunidades capazes de dar um testemunho incisivo de amor, de unidade e de alegria. Precisamente esta força pôs tantas pessoas em "movimento" no suceder-se das gerações. Não foi porventura a beleza que a fé gerou no rosto dos santos a estimular muitos homens e mulheres a seguir as suas pegadas? No fundo, isto é válido também para vós: através dos fundadores e dos iniciadores dos vossos Movimentos e Comunidades individuastes com singular luminosidade o rosto de Cristo e pusestes-vos a caminho. Também hoje Cristo continua a fazer ressoar no coração de muitos aquele "vem e segue-me" que pode decidir o seu destino. Isto acontece normalmente através do testemunho de quem fez uma experiência pessoal da presença de Cristo. No rosto e na palavra destas "criaturas novas" torna-se visível a sua luz e ouve-se o seu convite.Portanto digo-vos, queridos amigos dos Movimentos: fazei com que eles sejam sempre escolas de comunhão, companheiros a caminho nos quais se aprende a viver na verdade e no amor que Cristo nos revelou e comunicou por meio do testemunho dos Apóstolos, no seio da grande família dos seus discípulos. Ressoe sempre no vosso coração a exortação de Jesus: "Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está no céu" (Mt 5, 16). Levai a luz de Cristo a todos os ambientes sociais e culturais em que viveis. O impulso missionário é comprovação da radicalidade de uma experiência de fidelidade sempre renovada ao próprio carisma, que leva além de qualquer fechamento cansado e egoísta em si. Iluminai a obscuridade de um mundo transtornado pelas mensagens contraditórias das ideologias! Não há beleza que tenha valor se não há uma verdade a ser reconhecida e seguida, se o amor se limita a sentimento passageiro, se a felicidade se torna miragem inalcançável, se a liberdade degenera em instintividade. Quanto mal é capaz de produzir na vida do homem e das nações a vontade do poder, da posse, do prazer! Levai a este mundo perturbado o testemunho da liberdade com que Cristo nos libertou (cf. Gl 5, 1). A extraordinária fusão entre o amor de Deus e o amor do próximo torna a vida bela e faz florescer o deserto no qual com frequência vivemos. Onde a caridade se manifesta como paixão pela vida e pelo destino do próximo, irradiando-se nos afectos e no trabalho e tornando-se força de construção de uma ordem social mais justa, ali constrói-se a civilização capaz de enfrentar o avanço da barbaridade. Tornai-vos construtores de um mundo melhor segundo a ordo amoris na qual se manifeste a beleza da vida humana. Os Movimentos eclesiais e as novas Comunidades são hoje sinal luminoso da beleza de Cristo e da Igreja, sua Esposa. Vós pertenceis à estrutura viva da Igreja, Ela agradece-vos pelo vosso compromisso missionário, pela ação formativa que desempenhais de modo crescente sobre as famílias cristãs, para a promoção das vocações ao sacerdócio ministerial e à vida consagrada que desenvolveis no vosso âmbito. Agradece-vos também pela disponibilidade que demonstrais ao receber as indicações operativas não só do Sucessor de Pedro, mas também dos Bispos das diversas Igrejas locais, que são, juntamente com o Papa, guardas da verdade e da caridade na unidade. Confio na vossa obediência imediata. Além da afirmação do direito à própria existência, deve prevalecer sempre, com indiscutível prioridade, a edificação do Corpo de Cristo no meio dos homens. Qualquer problema deve ser enfrentado pelos Movimentos com sentimentos de profunda comunhão, em espírito de adesão aos Pastores legítimos. Ampare-vos a participação na oração da Igreja, cuja liturgia é a mais alta expressão da beleza da glória de Deus, e constitui de certa forma um aproximar-se do Céu à terra.

 

Confio-vos à intercessão daquela que invocamos como a Tota pulchra, a "Toda bela", um ideal de beleza que os artistas sempre procuraram reproduzir nas suas obras, a "Mulher vestida de sol" (Ap 12, 1) na qual a beleza humana se encontra com a beleza de Deus. Com estes sentimentos envio-vos a todos, como penhor de afecto constante, uma especial Bênção Apostólica.

 

Vaticano, 22 de Maio de 2006.

 

PAPA BENTO XVI

 

 

 

DISCURSO DO PAPA FRANCISCO AOS PARTICIPANTES NO III CONGRESSO DOS MOVIMENTOS ECLESIAIS E DAS NOVAS COMUNIDADES

 

 

Sala Clementina - Sábado, 22 de Novembro de 2014

 

 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

 

É com prazer que vos recebo por ocasião do Congresso que estais a celebrar com o apoio do Pontifício Conselho para os Leigos. Agradeço ao Cardeal Ryłko, também as suas palavras, e a Mons. Clemens. Nestes dias, estão no centro da vossa atenção dois elementos essenciais da vida cristã: a conversão e a missão. Eles estão intimamente ligados entre si. Com efeito, sem uma conversão autêntica do coração e da mente não se anuncia o Evangelho, mas se não nos abrirmos à missão não é possível a conversão e a fé torna-se estéril. Os Movimentos e as Novas Comunidades que representais já estão projectados para a fase da maturidade eclesial, que exige uma atitude vigilante de conversão permanente, a fim de tornar cada vez mais vivo e fecundo o impulso evangelizador. Por conseguinte, desejo oferecer-vos algumas sugestões para o vosso caminho de fé e de vida eclesial.Antes de tudo, é necessário preservar o vigor do carisma: que aquele vigor não esmoreça! Vigor do carisma! Renovando sempre o «primeiro amor» (cf.Ap2, 4). De facto, com o tempo aumenta a tentação de se contentar, de adormecer em esquemas tranquilizadores, mas estéreis. A tentação de aprisionar o Espírito: esta é uma tentação! Contudo, «a realidade é mais importante que a ideia» (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 231-233); se é necessária uma certa institucionalização do carisma para a sua sobrevivência, não devemos iludir-nos que as estruturas possam garantir a acção do Espírito Santo. A novidade das vossas experiências não consiste nos métodos nem nas formas, que contudo são importantes; a novidade consiste na predisposição para responder com renovado entusiasmo à chamada do Senhor; foi esta coragem evangélica que permitiu o nascimento dos vossos movimentos e novas comunidades. Se formas e métodos são defendidos por si mesmos tornam-se ideológicos, distantes da realidade que está em evolução contínua; fechados às novidades do Espírito, acabam por sufocar o próprio carisma que os gerou. É preciso voltar sempre à nascente dos carismas e reencontrareis o impulso para enfrentar os desafios. Não fizestes uma escola de espiritualidade assim; não fizestes uma instituição de espiritualidade assim; não tendes um pequeno grupo... Não! Movimento! Sempre a caminho, sempre em movimento, sempre abertos às surpresas de Deus, que estão em sintonia com a primeira chamada do movimento, com o carisma fundamental. Outra questão diz respeito ao modo de acolher e acompanhar os homens do nosso tempo, em especial os jovens (cf. Exort. ap. Evangelli gaudium, 105-106). Fazemos parte de uma humanidade ferida — devemos dizer isto — onde todas as instituições educativas, especialmente a mais importante, a família, têm graves dificuldades um pouco em todo o mundo. O homem de hoje vive sérios problemas de identidade e tem dificuldade em fazer as suas opções; por isso tem uma tendência a deixar-se condicionar, a delegar a outros as decisões importantes da vida. É preciso resistir à tentação de se substituir à liberdade das pessoas e a dirigi-las sem esperar que amadureçam realmente. Cada pessoa tem o seu tempo, caminha à sua maneira e devemos acompanhar este caminho. Um progresso moral ou espiritual obtido mediante a imaturidade das pessoas é um sucesso aparente, destinado a naufragar. Melhor poucos, mas sempre sem procurar o espectáculo! A educação cristã, ao contrário, exige um acompanhamento paciente que sabe esperar os tempos de cada indivíduo, como o Senhor faz com cada um de nós: o Senhor tem paciência connosco! A paciência é o único caminho para amar deveras e levar as pessoas a uma relação sincera com o Senhor.Outra indicação é a de não esquecer que o bem mais precioso, o selo do Espírito Santo, é a comunhão. Trata-se da graça suprema que Jesus nos conquistou na cruz, a graça que de ressuscitado pede para nós incessantemente, mostrando as suas chagas gloriosas ao Pai: «Como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, que também eles estejam em nós, para que o mundo creia que Tu Me envias-te» (Jo17, 21). Para que o mundo creia que Jesus é o Senhor é preciso que veja a comunhão entre os cristãos, mas se se vêem divisões, rivalidades e difamações, o terrorismo dos mexericos, por favor... se se vêem estas coisas, seja qual for a causa, como se pode evangelizar? Recordai também este princípio: «A unidade prevalece sobre o conflito» (cf. Exort. Evangelii gaudium, 226-230), porque o irmão vale muito mais do que as nossas posições pessoais: por ele Cristo derramou o seu sangue (cf.1 Pd 1, 18-19), pelas minhas ideias nada derramou! Depois, a verdadeira comunhão não pode existir num movimento ou numa nova comunidade, se não se integra na comunhão maior que é a nossa Santa Mãe Igreja Hierárquica. O todo é superior à parte (cf. Exort. ap. Evangelii gaudium, 234-237) e a parte tem sentido em relação ao todo. Além disso, a comunhão consiste também em enfrentar juntos e unidos as questões mais importantes, como a vida, a família, a paz, a luta à pobreza em todas as suas formas, a liberdade religiosa e educativa. Em particular, os movimentos e as comunidades estão chamados a colaborar a fim de contribuir para curar as feridas causadas por uma mentalidade globalizada que põe no centro o consumo, esquecendo Deus e os valores essenciais da existência.Por conseguinte, para alcançar a maturidade eclesial mantende — repito — o vigor do carisma, respeitai a liberdade das pessoas e procurai sempre a comunhão. Mas não vos esqueçais de que para alcançar a meta a conversão deve ser missionária: a força de superar tentações e insuficiências vem da alegria profunda do anúncio do Evangelho, que está na base de todos os vossos carismas. Com efeito, «quando a Igreja chama ao compromisso evangelizador, mais não faz do que indicar o verdadeiro dinamismo da realização pessoal» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 10), a verdadeira motivação para renovar a própria vida, porque a missão é participação na missão de Cristo que sempre nos precede e acompanha na evangelização.Queridos irmãos e irmãs, vós já destes muitos frutos à Igreja e ao mundo inteiro, mas dareis outros ainda maiores com a ajuda do Espírito Santo, que suscita sempre e renova dons e carismas, e com a intercessão de Maria, que não deixa de socorrer e acompanhar os seus filhos. Ide em frente: sempre em movimento... Nunca vos detendes! Sempre em movimento! Garanto-vos a minha oração e peço-vos que rezeis por mim — tenho deveras necessidade disso — e de coração abençoo-vos.

 

[Aplausos...] 



Agora peço-vos, a todos, que rezeis a Nossa Senhora, que experimentou esta experiência de conservar sempre o vigor do primeiro encontro com Deus, de ir em frente com humildade, mas sempre a caminho, respeitando o tempo das pessoas. E depois também nunca vos canseis de ter este coração missionário. 



[Ave Maria... Bênção...]

 




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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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