Salmo Responsorial 127(128): “O Senhor te abençoe de Sião cada dia de tua
vida”
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do Evangelho: Marcos 10,2-16
— Glória a vós,
Senhor!
Abençoados e santificados pelo Senhor, reunimo-nos como família que busca tornar
consistentes o amor e o diálogo entre homens e mulheres, criados à imagem
divina. Esta liturgia convida todos a superar relacionamentos marcados por
preconceitos e atitudes de dominação. Iniciando o mês das missões, lembremos que a
Igreja é, por natureza, missionária.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo
segundo Marcos – [Naquele tempo, 2alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova,
perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher. 3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os
fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e
despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi
por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu esse mandamento.
6No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. 7Por isso,
o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não
são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu,
o homem não separe!” 10Em casa, os
discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto. 11Jesus
respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra cometerá
adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar
com outro, cometerá adultério”.] 13Depois
disso, traziam crianças para que Jesus as tocasse. Mas os discípulos as
repreendiam. 14Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse: “Deixai
vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que
são como elas. 15Em verdade vos digo, quem não receber o Reino de Deus como
uma criança não entrará nele”. 16Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as
mãos.
— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIO DO
EVANGELHO
Hoje, os
fariseus põem novamente a Jesus num compromisso com a questão sobre o divórcio. Mas Jesus mais
que dar uma resposta definitiva, faz uma pergunta aos seus interlocutores pelo
que diz a Sagrada Escritura e sem criticar a Lei de Moisés, faz entender que é
legitima, mas temporal: Foi por causa da dureza
do vosso coração que Moisés escreveu este preceito, (Mc 10,5). Jesus lembra o que
diz o Livro do Gênesis: Desde o princípio da criação Deus os fez homem e
mulher, (Mc 10,6, cf. Gn 1,27). Jesus fala de uma unidade que será a
Humanidade. O homem deixará os seus
pais e se unirá a sua mulher, sendo um com ela para formar a Humanidade. Isto supõe uma
realidade nova: Dois seres formam uma unidade, não como uma associação, senão
como procriadores da Humanidade. A conclusão é evidente: O que Deus uniu o homem não separe, (Mc 10,9). Enquanto tenhamos do
matrimônio uma imagem de associação, a indissolubilidade resultará
incompreensível. Se reduzimos o matrimônio a
interesses associativos, entende-se que a dissolução apareça como legítima.
Falar
assim do matrimônio é um abuso de linguagem, já que não é mais que uma
associação de dois solteiros desejosos de fazer mais agradável a sua
existência. Quando o Senhor fala do matrimônio está dizendo outra coisa. O Concílio Vaticano II lembra-nos: Deste modo, por meio do ato humano com o qual os cônjuges mutuamente se
dão e recebem um ao outro, nasce uma instituição também à face da sociedade,
confirmada pela lei divina. Em vista do bem
tanto dos esposos e da prole como da sociedade, este sagrado vínculo não está
ao arbítrio da vontade humana. O próprio Deus é o autor do matrimônio, o qual
possui diversos bens e fins, tudo o que é de máxima importância para a
propagação do gênero humano (Gaudium et spes, n. 48). De regresso a casa, os Apóstolos perguntam pelas
exigências do matrimônio, e a continuação tem lugar uma cena carinhosa com as
crianças. As duas cenas estão relacionadas. A segunda é como uma parábola que
explica como é possível o matrimônio. O Reino de Deus é para aqueles que se
assemelhem a uma criança e aceitam construir algo novo. O mesmo o matrimônio, se captamos bem o que significa: deixar, unir-se e
devir.O evangelho de Mateus, no
Capítulo 19, deixa mais claro do que Marcos o sentido do debate (Mt 19,1-9). O pano de fundo era os critérios
necessário para que um homem pudesse divorciar a sua mulher (nem se cogitava na
Lei judaica que a mulher pudesse divorciar o marido, pois a mulher era
considerada “objeto” que pertencia ao homem!). No tempo de Jesus havia duas tendências,
simbolizadas pelas escolas rabínicas dos grandes fariseus. Uma escola ensinava
que se podia divorciar a mulher por qualquer motivo, mesmo dos mais banais. E
outra dizia que só era permitido o divórcio por motivos muito sérios.
Por isso, em Mateus a pergunta se define melhor: “é permitido divorciar a
mulher por qualquer motivo que seja?” (Mt 19,4). Em ambos os evangelhos, Jesus se recusa a
entrar no debate casuística que cercava a questão, e se limitava a reafirmar o
projeto do Pai para o casamento: “Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve
separar“. Aqui Jesus reafirma com toda firmeza o ideal do casamento cristão – uma
união permanente, baseada no amor, e fortalecida pela graça do sacramento.
Seria inútil buscar neste trecho uma teologia mais desenvolvida do casamento,
muito menos orientações pastorais para os problemas práticos de casamentos
malsucedidos, pois isso não foi a intenção do autor. Marcos simplesmente reafirma o princípio de que
“o que Deus uniu, o homem não deve separar”.
Deixa em aberto a questão de “quando é que
Deus realmente uniu um casal? Quais critério se deve levar em conta? Apenas o
exterior, ou seja, a cerimônia?” Será que, só porque passaram por
uma cerimônia validamente celebrada, um casal é necessariamente unido por Deus?
Os problemas reais são muito mais complexos, angustiantes e difíceis de serem
solucionados. O
próprio papa Francisco declarou que, “infelizmente, 90% dos matrimônios hoje
celebrados na Igreja, são legítimos perante a Igreja institucional, mas
inválidos diante de Deus”. Negando de aceitar a situação em que a
mulher era simples objeto de posse do homem e assim passível de ser divorciada,
e propondo o fraco e dependente como modelo, numa sociedade que valorizava o
prepotente, Jesus
mostra que os valores do Reino de Deus estão na contra-mão dos valores da
sociedade do seu tempo – e de hoje. Propõe uma igualdade de dignidade entre
homem e mulher, uma fidelidade e compromisso permanentes, e a busca duma vida
de serviço e não de dominar! Realmente, uma proposta no contra-fluxo
da sociedade pós-moderna que nega o permanente, perpetua o machismo e admira o
poderoso e dominador! Somos convidados hoje, para que, entremos “com Jesus,
na contra-mão” e para que criemos uma sociedade baseada em outros valores do
que os hoje em vigor, as vezes até no seio da própria igreja.Que os casais
cristãos compreendam a profundidade de sua união, obra do próprio Deus,
portanto, indissolúvel, como fiel e indissolúvel é o seu amor pela Igreja e por
cada um de nós.
“Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
Oração do dia
Divino Mestre, recorrendo às
Escrituras, resgatas a dignidade da mulher e seu verdadeiro lugar na sociedade.
Ela não é propriedade, mas companheira do homem, com quem forma uma
comunidade de vida e de amor na família. Bendito és tu, Senhor, porque libertas
os oprimidos e marginalizados. Amém.
MOTIVAÇÕES PARA A
LITURGIA DIÁRIA E DOMINICAL:
A Liturgia Diária é uma ótima ocasião para que se opere a
conversão. A leitura da Liturgia Diária forjou e moldou muitos Santos:
1)-Santo Agostinho
foi um deles. “Tolle et lege” (Toma e lê) foi a frase que o conduziu a ler um
trecho do Evangelho que mudou sua vida.
2)-O grande Santo
Antão, que deu origem à vida monástica, foi tocado pela graça ao ler a
parábola do moço rico no Evangelho.
3)- São Francesco
(Francisco) cujo nome é adotado depois de uma viagem à França, onde o menino teria
ficado cativado pela vida francesa, sua música, sua poesia e seu povo, seu pai
teria começado a chamá-lo de "francesco", que significa
"francês" em italiano. Também, como Santo Antão,a passagem do jovem
rico é tão significativa que inspirou também São Francisco de Assis a elaborar
sua Regra de Vida baseada no desapego aos bens e o amor aos pobres: “Se
queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro
no céu. Depois, vem e segue-me”. (Mt 19, 21).
4)-Também para Santo
Inácio de Loyola a ocasião escolhida por Deus para sua mudança de vida foi a
leitura de consagrados livros Cristãos. Gravemente ferido na batalha de
Pamplona (20 de Maio de 1521), passou meses inválido, no castelo de seu pai. Durante
o longo período de recuperação, Inácio procura ler livros para passar o tempo,
e começa a ler a "Vita Christi", de Rodolfo da Saxônia, e a Legenda
Áurea, sobre a vida dos santos, de Jacopo de Varazze, monge cisterciense que
comparava o serviço de Deus com uma ordem cavalheiresca.A partir destas
leituras, tornou-se empolgado com a ideia de uma vida dedicada a Deus, emulando
os feitos heroicos de Francisco de Assis e outros líderes religiosos. Decidiu
devotar a sua vida à conversão dos infiéis na Terra Santa.
Os Santos recomendam
com empenho a Liturgia Diária:
1)-São Bernardo: “A leitura espiritual nos prepara para a oração e a
prática das virtudes. Leitura e Oração são as armas com as quais se vence o demônio
e se conquista o céu”.
2)-São Cipriano: “Permanece na oração e na leitura: desse modo conversarás
com Deus e Deus estará contigo”.
3)-Santo Afonso de Ligório: “Quantos Santos
abandonaram o mundo e se deram a Deus por meio da leitura espiritual!”
4)-São Gregório Magno, Papa: “Eu
te rogo: empenha-te em meditar cada dia as palavras do teu Criador. Assim aprenderás a
conhecer o coração de Deus através das palavras de Deus”.
A Liturgia Diária
ajuda-nos a compreender e amar a Liturgia Católica:
O Catecismo da Igreja
Católica ensina que “a liturgia é
participação na oração de Cristo, dirigida ao Pai no Espírito Santo. Nela, toda a oração cristã encontra a sua fonte e o
seu termo. Pela liturgia, o homem interior lança raízes e alicerça-se no
«grande amor com que o Pai nos amou» (Ef 2, 4).
A Liturgia Diária
prepara nossa alma para recebermos o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo
Na Liturgia Diária,
as orações e as leituras da Palavra de Deus são ocasião para alimentar a nossa
fé. Em cada leitura Deus fala a seu povo e o alimenta.Por esse modo a Santa
Igreja prepara o coração dos fiéis para poder receber o Corpo e Sangue de Nosso
Senhor Jesus Cristo, na Sagrada Comunhão.Na Liturgia da Palavra o fiel ouve com
atenção as leituras da Bíblia que são uma carta escrita por Deus para cada um
de nós.Na Liturgia Eucarística somos preparados para receber o Pão dos Anjos,
que transformará nossa vida, e como Elias nos dar força para continuar a
caminhada alimentados por este pão (I Reis 19,4-10).
Como viver de forma
prática a Liturgia Diária?
Este é um método de
leitura orante da Palavra de Deus, da Liturgia Diária, praticado e ensinado
pelos Padres da Igreja desde os seus primeiros séculos. Foi batizada com esse
nome por Orígenes no séc. III, e generalizou-se nos séculos IV e V como maneira
predominante de ler a bíblia. Esta pode ser feita diariamente, por exemplo,
meditando o Evangelho proposto pela liturgia diária da Santa Missa. Após suplicar a luz do Espírito Santo, o
método se desenvolve em 4 passos:
1)-Leitura: o que a Palavra diz em si?
2)-Meditação: o que a Palavra diz para mim; o que ela me
ensina, me revela, como ela me forma, como a vejo em minha vida;
3)-Oração: Qual minha resposta a palavra de Deus?
4)-Contemplação: O que a palavra de Deus fez em mim? O que
devo mudar concretamente em minha vida, que postura devo tomar; o que me
proponho a viver doravante durante a minha vida?O fruto dessa nova dinâmica de
vida ao ritmo da Palavra é uma transformação real e concreta que nos elevará em
fé, esperança e caridade, além disso, nos proporcionará uma vida junto de Deus
mais constante e digna de Seu amor.Por último, convido a que nos empenhemos
neste caminho. Com a Sua graça já provaremos aqui nesta terra das riquezas do
céu!
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