Vaticano
não liberou padres gays: entenda o documento da “CNBB italiana”
Por
Marcio Antonio Campos e Denise Drechsel
A imprensa brasileira repercutiu, nesta sexta-feira (10/01/2025), uma interpretação equivocada de um documento elaborado pela Conferência Episcopal Italiana (CEI) sobre a ordenação de padres da Igreja Católica no país.
Após a publicação do documento Orientações e normas para os seminários, alguns meios de comunicação italianos afirmaram que a CEI tinha “aberto o seminário aos gays”, desde que se abstenham de relações sexuais. No Brasil, jornais chegaram a afirmar que o próprio Vaticano haveria feito isso.
A informação, no entanto, é falsa: o documento se limita a repetir orientações dadas pela Igreja, inclusive durante o pontificado do papa Francisco!
O texto "Orientações e normas para os seminários" foi aprovado em novembro de 2023, na assembleia geral da CEI; o decreto do Dicastério para o Clero (o órgão do Vaticano encarregado das regras sobre a atividade dos sacerdotes) foi assinado em 8 de dezembro do ano passado; a promulgação por parte do presidente da CEI, cardeal Matteo Zuppi, ocorreu no dia 1.º de janeiro; e o texto foi publicado on-line pela CEI dias atrás.
O item que está sendo alvo de fake news é o 44,
dentro do capítulo sobre “o itinerário formativo” dos seminaristas. Confira a
transcrição completa (tradução da reportagem):
"Em relação às pessoas com tendências homossexuais que se aproximam dos seminários, ou que descobrem tal situação no decurso da formação, em coerência com o próprio Magistério, a Igreja, embora respeitando profundamente as pessoas em questão, não pode admitir ao seminário e às Ordens Sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay. Estas pessoas encontram-se, de fato, numa situação que constitui um grave obstáculo a um correto relacionamento com homens e mulheres".
No processo formativo, quando se faz referências a tendências homossexuais, é importante não reduzir o discernimento apenas a esse aspecto, mas, assim como para qualquer outro candidato, entender seu significado no quadro global da personalidade do jovem, para que, conhecendo-se e integrando os objetivos próprios da vocação humana e sacerdotal, chegue a uma harmonia geral.
O
objetivo da formação do candidato ao sacerdócio no âmbito afetivo-sexual é a
capacidade de acolher como dom, de escolher livremente e viver com
responsabilidade a castidade no celibato.
Efetivamente:
"Não se trata de uma indicação meramente afetiva, mas é a síntese duma atitude que exprime o contrário da posse. A castidade é a liberdade da posse em todos os campos da vida. Um amor só é verdadeiramente tal, quando é casto. O amor que quer possuir, acaba sempre por se tornar perigoso: prende, sufoca, torna infeliz. O próprio Deus amou o homem com amor casto, deixando-o livre inclusive de errar e opor-se a Ele. Além disso, o celibato pelo Reino (cf. Mt 19, 12) há de ser visto como um dom que se deve reconhecer e verificar na liberdade, alegria, gratuidade e humildade, antes da admissão às Ordens ou da Primeira Profissão.Isso não significa apenas controlar os próprios impulsos sexuais, mas crescer em qualidade de relações evangélicas que superem a forma da possessividade, que não se deixem dominar pela competitividade e pelo confronto com os demais, e saiba guardar com respeito os limites da intimidade própria e dos outros. Ter consciência disso é fundamental e indispensável para cumprir o compromisso ou a vocação sacerdotal, mas quem vive a paixão pelo Reino no celibato deveria ser também capaz de motivar frustrações na sua renúncia, incluindo a falta da gratificação afetiva e sexual.”
O documento, portanto, não faz distinção entre um homossexual celibatário e outro que mantenha relações sexuais, afirmando que este não poderia ser ordenado e aquele, sim. Pelo contrário! Reafirma que:
"Pessoas com tendências homossexuais profundamente radicadas não podem entrar nos seminários, independentemente do seu comportamento. A citação usada pelos bispos italianos é do documento "O dom da vocação presbiteral", da antiga Congregação para o Clero, publicado em 2016 com a aprovação do papa Francisco. Este documento, por sua vez, faz referência a uma instrução de 2005, durante o pontificado de Bento XVI.
Essa mesma instrução, ainda afirma que:
“No caso de se tratar de tendências homossexuais
que sejam apenas expressão de um problema transitório como, por exemplo, o de
uma adolescência ainda não completada, elas devem estar claramente superadas,
pelo menos três anos antes da ordenação diaconal” – este trecho, aliás, também
foi citado em O dom da vocação presbiteral.
Mesmo
a orientação a “não reduzir o discernimento apenas a esse aspecto [a tendência
homossexual]” não pode ser entendida como uma autorização para que os diretores
de seminários aceitem candidatos homossexuais ao sacerdócio; ela é apenas um
lembrete de que os indivíduos não podem ser reduzidos a determinadas facetas de
sua personalidade, sem querer afirmar que a orientação homossexual poderia ser
ignorada no momento da admissão de alguém que deseja se tornar padre.
Fonte - https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/vaticano-nao-liberou-padres-gays-entenda-documento-cnbb-italiana/
Apostolado Berakash no "YouTube": se inscreva, curta, e compartilhe se gostar:
https://www.youtube.com/watch?v=Igh8afWLFy4
GOSTOU Do APOSTOLADO berakash? QUER SER UM (A) SEGUIDOR (a) E RECEBER AS ATUALIZÇÕES EM SEU CELULAR, OU, E-MAIL?
Segue no link abaixo o “PASSO-A-PASSO” para se tornar um(a) seguidor(a) - (basta clicar):
https://berakash.blogspot.com/2023/10/como-ser-um-ser-um-seguidor-e-ou.html
Shalom!
------------------------------------------------------
APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.