Surgiu recentemente uma diga-se
de passagem, “desnecessária polêmica por parte de pessoas que desconhecem o
magistério da Igreja”, ao qual não se dão tempo nem ao menos para ler o
Catecismo da Igreja Católica, e tudo isto após a publicação dos dados do Anuário Pontifício 2021 e do Annuarium Statisticum
Ecclesiae 2019 pelo vaticannews.va em 25 de Março de 2021, que não
incluem os membros das Novas Comunidades e os Leigos Consagrados. Estes(as) polemizadores de ocasião, acabaram criando e caindo em vexame ao debocharem dizendo: “Nos próximos dia dos consagrados, por favor vocês membros de
novas comunidades não se misturem aos verdadeiros consagrados na igreja!” - Chegam até a propor (sem base magisterial alguma, mas apenas baseado em sua achologia revanchista), que não se use o termo Consagrado, mas "prometido" - Lógico que este tipo de comentário
geralmente parte de pessoas adeptas da polêmica pela polêmica e completamente
alienadas ao magistério da Igreja, que nem mesmo sabem que seu batismo já os
torna Consagrados(as), e que toda vivência Vocacional institucional é apenas
para melhor viver a consagração primeira que é o nosso batismo - Propomos este
aprofundamento na esperança de atingir a estas pessoas desinformadas, evitando
que desvalorizem a doação de tantos irmãos e irmãs membros das Novas
Comunidades, que são cientes desta novidade do Espírito na Igreja!Em 2015, a Igreja
Católica celebrou o Ano da Vida Consagrada. O ano
celebrativo foi aberto oficialmente no dia 30 de novembro de 2014, pelo Papa
Francisco, e encerrou-se no dia 2 de fevereiro de 2016.Embora
oficialmente a Igreja considere como vida consagrada apenas sacerdotes e
religiosos celibatários, nos últimos anos tem crescido
em todo o mundo a figura dos leigos consagrados. Eles não são religiosos nem
sacerdotes, mas assumem um compromisso de serviço e seguimento de um carisma. Geralmente,
esse compromisso é feito nas chamadas Novas Comunidades. Esse fenômeno é relativamente recente na Igreja. A
mais antiga dessas novas comunidades no Brasil tem pouco mais de 30 anos. Quase
nada, se comparado à história secular das ordens e congregações religiosas. Há leigos consagrados e já declarados Santos tanto na Opus Deis, como também no movimentos Focolares,
fundado pela italiana Chiara Lubich. Santos leigos a história da Igreja os comprova desde os primeiros séculos, depois os leigos e leigas das Ordens Terceiras, e hoje este celeiro de leigos(as) que buscam uma vida santa nas Novas Comunidades.
Magistério da Igreja e Consagração dos leigos
CIC §901 "Os leigos, em
virtude de sua consagração a Cristo e da unção do Espírito Santo, recebem a
vocação admirável e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos
sempre mais abundantes. Assim, todas as suas obras,
preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano,
descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, e mesmo as provações da
vida, pacientemente suportadas, se tornam 'hóstias espirituais, agradáveis a
Deus por Jesus Cristo' (l Pd 2,5), hóstias que são piedosamente oferecidas ao
Pai com a oblação do Senhor na celebração da Eucaristia. É assim que os leigos
consagram a Deus o próprio mundo, prestando a Ele, em toda parte, na
santidade de sua vida, um culto de adoração."
Consagração e estado da vida Consagrada
CIC §916 O estado da vida
consagrada aparece, portanto, como uma das maneiras de
conhecer uma consagração "mais íntima", que se radica no Batismo e se
dedica totalmente a Deus. Na vida consagrada, os fiéis de Cristo se propõem,
sob a moção do Espírito Santo, seguir a Cristo mais de perto, doar-se a Deus
amado acima de tudo e, procurando alcançar a perfeição da caridade a serviço do
Reino, significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro.
CIC §931 Entregue a Deus
supremamente amado, aquele que pelo Batismo já estava
consagrado a Ele, é assim consagrado mais intimamente ao serviço divino e
dedicado ao bem da Igreja. Pelo estado de consagração a Deus, a Igreja
manifesta Cristo e mostra corno o Espírito Santo age nela de maneira admirável.
Os que professam os conselhos evangélicos têm, pois, por missão primeiramente
viver sua consagração. Mas "enquanto dedicados, em virtude da própria
consagração, ao serviço da Igreja têm obrigação de se
entregar, de maneira especial, à ação missionária no modo próprio de seu
instituto".
Consagração e missão
CIC §932 Na Igreja - ela é como
sacramento, isto é, o sinal e o instrumento da vida de Deus -, a vida consagrada aparece como um sinal peculiar do mistério
da redenção. Seguir e imitar a Cristo "mais de perto", manifestar
"mais claramente" seu aniquilamento é estar "mais
profundamente" presente a seus contemporâneos, no coração de Cristo.
Pois os que estão nesta via "mais estreita" estimulam seus irmãos por
seu exemplo, dão este testemunho brilhante de "que o mundo não pode ser
transfigurado e oferecido a Deus sem o espírito das bem-aventuranças".
CIC §933 Seja este testemunho público, como no estado religioso, ou mais
discreto, ou até secreto, o advento de Cristo permanece para todos os
consagrados a origem e a orientação de sua vida: Como o povo de Deus não possui
aqui na terra morada permanente, o estado religioso manifesta já aqui neste
mundo a todos os crentes a presença dos bens celestes, dá testemunho da vida
nova e eterna adquirida pela redenção de Cristo, prenuncia a, ressurreição
futura e a glória do Reino celeste.
Consagração e unção
CIC §1294 Todos esses significados
da unção com óleo voltam a encontrar-se na vida sacramental. A unção, antes do
Batismo, com o óleo dos catecúmenos significa purificação e fortalecimento; a
unção dos enfermos exprime a cura e o reconforto. A
unção com o santo crisma depois do Batismo, na Confirmação e na Ordenação, é o
sinal de uma consagração. Pela Confirmação, os
cristãos, isto é, os que são ungidos, participam mais intensamente da missão de
Jesus e da plenitude do Espírito Santo, de que Jesus é cumulado, a fim
de que toda a vida deles exale "o bom odor de Cristo"
Aprofundamento Teológico sobre a Consagração
laical
Além das vocações
originadas do sacramento da Ordem (Padres, Diáconos) e do sacramento do Matrimônio
(Casamento Católico), existem outras formas de vocação
na Igreja. As outras três formas de vocações mais comuns na Igreja são:
-O Leigo Consagrado
-A Vida Religiosa
-Os Catequistas
Para começar, precisamos entender que na Igreja existem dois grupos de fiéis: Os Clérigos (Papa,
Bispos, Padres e Diáconos) e os Leigos (Casais,
Solteiros, Religiosos, Leigo Consagrado, etc), como afirma o Código de Direito
Canônico:
Cân. 207 — § l. Por instituição
divina, entre os féis existem os ministros sagrados, que no direito se chamam
também clérigos; os outros féis também se designam por
leigos.
§ 2. De ambos estes grupos
existem féis que, pela profissão dos conselhos evangélicos por meio dos votos
ou outros vínculos sagrados, reconhecidos e sancionados
pela Igreja, se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para a missão
salvífca da Igreja; cujo estado, embora não diga respeito à estrutura
hierárquica da Igreja, pertence contudo à sua vida e
santidade.
A palavra “Leigo” vem do grego (laos) e
significa “povo”. O leigo é um estado comum dos
batizados que pertencem ao Povo de Deus, mas não são ordenados.
Voltando o nosso olhar
para o vocação do leigo, podemos dizer que o leigo é
aquele fiel que não pertence ao Clero, e
é chamado a viver no mundo, transformando as realidades diárias à luz do
evangelho. Então todo povo de Deus que não faz parte do clero (bispo,
padre ou diácono) é leigo.
Qual é a vocação dos fiéis leigos?
Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino
de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus.
Realizando assim o chamado à santidade e ao apostolado, dirigido a todos
os batizados.” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, Qt.188)”
Dentro da vocação leiga existe uma vocação
especial que na Igreja podemos definir como “Leigo Consagrado”
Mas o que seria “Vida
Consagrada”? De acordo com o Catecismo da Igreja Católica:
“A Vida Consagrada é o
estado de vida constituído pela profissão dos conselhos evangélicos, embora não pertença à estrutura hierárquica da Igreja,
está, no entanto, incontestavelmente ligado à sua vida e santidade»” (Catecismo
da Igreja Católica, §914.)
Na Igreja, a vida
consagrada deve seguir os conselhos evangélicos, que são os principais
ensinamentos do seguimento de Cristo (Pobreza, Obediência e Castidade). O Leigo que escolhe a vida consagrada a Deus, faz a opção,
dentro do seu estado de vida de leigo (não pertencendo ao clero) de
entregar a sua vida a Deus e fazer os votos de Pobreza, Obediência e Castidade:
“Os conselhos evangélicos são, na sua multiplicidade, propostos a
todos os discípulos de Cristo. A perfeição da caridade, a que todos os
fiéis são chamados, comporta, para aqueles que livremente assumem o chamamento
à vida consagrada, a obrigação de praticar a castidade no celibato por amor do
Reino, a pobreza e a obediência. É a profissão destes conselhos, num estado de vida estável reconhecido pela Igreja, que
caracteriza a «vida consagrada» a Deus.” (Catecismo da Igreja Católica,
§915.)
As pessoas que não são chamadas a se casar, viver
uma vida de serviço ministerial na Igreja (Padre ou diácono) ou viver uma vida religiosa através dos institutos de vida
religiosa, pode seguir a vocação de leigo consagrado:
“A partir daí, o estado
de vida consagrada aparece como uma das maneiras de viver uma consagração «mais
íntima», radicada no Batismo e totalmente dedicada a Deus. Na vida consagrada,
os fiéis propõem se, sob a moção do Espírito Santo, seguir Cristo mais de perto,
entregar se a Deus amado acima de todas as coisas e, procurando a perfeição da
caridade ao serviço do Reino, ser na Igreja sinal e anúncio da glória do mundo
que há-de vir.” (Catecismo da Igreja Católica, §916.)
ATENÇÃO! Existem instituições especiais na Igreja para
acolher as pessoas que sentem o chamado de viver a sua vida como leigo de forma
consagrada a Deus, são os chamado INSTITUTOS SECULARES:
“«Instituto secular é o instituto de vida consagrada, em que os fiéis, vivendo no
mundo, se esforçam por atingir a perfeição da caridade e por contribuir,
sobretudo a partir de dentro, para a santificação do mundo»” (Catecismo da
Igreja Católica, §928.)
“Os membros destes
institutos, mediante uma vida perfeita e inteiramente consagrada [a esta]
santificação , tomam parte na tarefa de evangelização
da Igreja, no mundo e a partir do mundo, onde a sua presença atua «à maneira de
fermento. O seu testemunho de vida cristã visa ordenar segundo Deus as
realidades temporais e impregnar o mundo com a força do Evangelho. Assumem,
por vínculos sagrados, os conselhos evangélicos e mantêm entre si a comunhão e
fraternidade próprias do seu teor de vida secular” (Catecismo da Igreja
Católica, §929.)
Leigo: um conceito em evolução!
Por *Pe. Jean Poul
Hansen
A palavra “leigo” (em
grego laïkós, e em latim laicus) deriva da palavra grega laós, que quer dizer
“povo”. No entanto, o termo teve sempre uma conotação
negativa: “leigo” é aquele que não sabe, que não domina determinado
conhecimento, que não tem o conhecimento ou a habilidade necessária para
determinada arte ou ciência, que não possui conhecimento aprofundado sobre
determinada área do saber. Pode ser tomado como sinônimo de ignorante. Foi
usado assim, sobretudo na Idade Média, para diferenciar o povo, muitas vezes
iletrado, sem acesso à cultura, de uma elite cultural e muitas vezes clerical.
Na modernidade, o termo se estendeu ao nível geral, sendo usado em praticamente
todas as áreas humanas com este sentido pejorativo.Foi o Concílio Vaticano II
(1962-1965) – sem dúvida, o maior evento eclesial do século XX – que, entre
outras tantas questões, superou essa compreensão negativa e estabeleceu um
conceito positivo de “leigos”, designando-os da seguinte forma na Constituição
Dogmática sobre a Igreja, Lumen Gentium:
“Todos os cristãos que
não são membros da sagrada Ordem ou do estado religioso reconhecido pela
Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados em Cristo
pelo batismo, constituídos em Povo de Deus e tornados participantes, a seu
modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela
parte que lhes toca, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo” (LG
31).
O ponto de partida é
ainda negativo, ou seja, a negação do estado clerical e religioso, mas logo em seguida aparecem o batismo e o povo de Deus,
os dois grandes fundamentos da teologia conciliar e pós-conciliar do laicato.
1. Nas Sagradas Escrituras, a raiz
As Sagradas Escrituras, contudo,
não conhecem essa palavra nem esse conceito, muito embora a sua raiz, laós
(povo), esteja muito presente em toda a Bíblia, especialmente no Primeiro
Testamento (cf. Ex 6,6-7; Dt 7,6-10; 29,12; 2Sm 14,13; Jr 7,23). Também no Segundo Testamento, em que normalmente
pretenderíamos encontrar a palavra e o conceito de “leigo”, eles não aparecem. Durante
os dois primeiros séculos, as comunidades cristãs viveram sua experiência de fé
como um povo eleito, todo ele consagrado e santificado em Jesus Cristo (cf.
1Cor 11,1), dirigindo-se uns aos outros como “santos” (cf. At 9,13; Rm
1,7; 15,25.31; 2Cor 1,1; Ef 1,4; 1Ts 5,27), pois se
sabiam todos “eleitos”, igualmente “herdeiros da promessa” (cf. Gl 3,19; At
20,32) e chamados a exercer um sacerdócio real, oferecendo a Deus um culto
verdadeiro no Espírito (cf. 1Pd 2,9). Encontramos, nessa época, uma
diferenciação de dons e carismas, a serviço do crescimento da comunidade e da
missão. Há clara distinção de funções e de tarefas –
apóstolos, colaboradores, líderes locais e membros da comunidade etc. –, sem
que isso realize uma diferenciação hierárquica na comunidade (cf. FAIVRE, 2001,
p. 25-27). As cartas autênticas de Paulo são disso um testemunho, pois
nelas não aparece uma hierarquia definida, visto que, na sua redação, ainda não
se tinha institucionalizado o carisma.
2. Na
Igreja primitiva, o primado da unidade!
O primeiro a usar a
palavra “leigo” foi são Clemente de Roma (35-97 d.C.), por volta dos anos 90
d.C., não para distinguir nem para hierarquizar os
ministérios no movimento cristão, mas simplesmente para designar as pessoas que
não chegaram ao conhecimento espiritual, ou seja, à vida nova em Cristo, e
pensam que sua salvação vem da observância dos preceitos e do culto da antiga
aliança. São Clemente Romano fala de “homens leigos sujeitos a preceitos
leigos”. Os fiéis em Cristo foram homens e mulheres
que, compartilhando lado a lado as condições ordinárias da vida das pessoas do
seu tempo, caminhavam como povo chamado à santidade, inseridos na vida social,
na qual, conscientes de serem escolhidos por Deus para tornar realidade seu
projeto de amor no meio do mundo, anunciavam e testemunhavam o
evangelho, vivendo como discípulos no seguimento de Jesus Cristo e
testemunhando sua centralidade na própria vida.A conversão
não supunha para eles, regra geral, o abandono de suas famílias, de seu estado
de vida, de suas ocupações profissionais etc. Sua vida no meio do mundo, isso
sim, era paradoxal (cf. LÓPEZ, 2012, p. 54-70), como testemunha a Carta
a Diogneto (V e VI):
“Os cristãos, de fato, não se distinguem dos outros homens, nem por sua terra, nem
por sua língua ou costumes. Com efeito, não moram em cidades próprias, nem
falam língua estranha, nem têm algum modo especial de viver. Sua
doutrina não foi inventada por eles, graças ao talento e a especulação de
homens curiosos, nem professam, como outros, algum ensinamento humano. Pelo
contrário, vivendo em casas gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e
adaptando-se aos costumes do lugar quanto à roupa, ao alimento e ao resto,
testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua
pátria, mas como forasteiros; participam de tudo como cristãos e suportam tudo
como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e em toda pátria são
estrangeiros. Casam-se como todos e geram filhos, mas
não abandonam os recém-nascidos. Põem a mesa em comum, mas não o leito; estão
na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm sua cidadania
no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas com sua vida ultrapassam as leis;
amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, apesar disso,
condenados; são mortos e, deste modo, lhes é dada a vida; são pobres e
enriquecem a muitos; carecem de tudo e têm abundância de tudo; são desprezados
e, no desprezo, tornam-se glorificados; são amaldiçoados e, depois, proclamados
justos; são injuriados, e bendizem; são maltratados, e honram; fazem o bem, e
são punidos como malfeitores; são condenados, e se alegram como se recebessem a
vida. Pelos judeus são combatidos como estrangeiros, pelos gregos são
perseguidos, e aqueles que os odeiam não saberiam dizer o motivo do ódio.Em
poucas palavras, assim como a alma está no corpo, assim estão os cristãos no
mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo,
e os cristãos estão em todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas
não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não são do mundo. A
alma invisível está contida num corpo visível; os cristãos são vistos no mundo,
mas sua religião é invisível. A carne odeia e combate a alma, embora não tenha
recebido nenhuma ofensa dela, porque esta a impede de gozar dos prazeres;
embora não tenha recebido injustiça dos cristãos, o mundo os odeia, porque
estes se opõem aos prazeres. A alma ama a carne e os membros que a odeiam;
também os cristãos amam aqueles que os odeiam. A alma está contida no corpo,
mas é ela que sustenta o corpo; também os cristãos estão no mundo como numa
prisão, mas são eles que sustentam o mundo. A alma imortal habita em uma
tenda mortal; também os cristãos habitam como estrangeiros em moradas que se
corrompem, esperando a incorruptibilidade nos céus. Maltratada em comidas e
bebidas, a alma torna-se melhor; também os cristãos, maltratados, a cada dia
mais se multiplicam. Tal é o posto que Deus lhes determinou, e não lhes é
lícito dele desertar”.
Os cristãos estiveram, portanto, inseridos em
sua realidade, trabalhando, convivendo nos lugares
públicos e habituais, mantendo quanto possível o mesmo jeito e modo de ganhar a
vida, e evitando apenas os espetáculos do circo e as obscenidades do
teatro (cf. Tertuliano, Apologética, 38,4).
A ambiguidade da
história, a presença nela de realidades e estruturas de
pecado, não foram ocasião de fuga para os primeiros cristãos, senão de fazer-se
presentes no meio dela como sal e luz (cf. Mt 5,13-16). E foi essa
inserção, ademais, o próprio método de evangelização.
3. Na
cristandade, cresce a diferenciação e se torna separação!
Se algo caracteriza a
Igreja primitiva é a escassa diferenciação entre “leigos”
e “clérigos”, o que fica patente quando constatamos que a presença dos leigos
na organização institucional ocupa um papel relevante na comunidade eclesial e,
depois do ano 313 d.C., nas próprias estruturas do Império. Leigos conscientes
de que o ponto de partida é o batismo. Ele é o início do ser cristão, ou
como afirmou são Jerônimo (347-420 d.C.), de maneira breve, mas eloquente:
“O batismo é o
sacerdócio do leigo” (Dialogus contra luciferianos, n. 4).
Podemos dizer que a
igualdade de todos os fiéis perante Deus é um dos princípios basilares da
sociedade cristã. A diferenciação que lentamente
ocorreu, durante os séculos I e II, com o aparecimento de estruturas
organizativas na comunidade, respondia à necessidade de propor um intermediário
visível entre Deus e as pessoas, donde surgiria uma classe particular e eleita,
o clero. Isso só acontece claramente no século III. É só a partir de santo
Ireneu (130-202 d.C.) que se pode falar de uma diferenciação hierárquica entre
clero, no qual se agrupam os ministérios, e leigos (cf. LÓPEZ, 2012, p.
44-46). Não nos esqueçamos de que foi a partir do século IV que se estabeleceu
o uso de lugares diferenciados na celebração litúrgica para o clero e o povo. Este detalhe foi testemunhado pelo Codex Theodosianus, um
século mais tarde, ao determinar que os clérigos fossem postos na abside ou
capela-mor e os fiéis, na nave da igreja, denominada “o lugar de oração do
povo” (Codex Theodosianus, 9,45). Nessa época,
clérigos e leigos se vestiam da mesma maneira e, ademais, levavam um mesmo
estilo de vida, sendo também habitual ao clero o trabalho manual. Nem
sequer a recomendação paulina da continência (cf. 1Cor 7,1-2.7-9.32-35) se
havia transformado ainda na lei canônica do celibato.
A mudança das relações internas da comunidade,
com a institucionalização da hierarquia sacerdotal e com a desigual
participação na vida litúrgica, produziu variadas reações!
A mais ferrenha foi a do
Montanismo, um grupo de cristãos que vivia separado da
Igreja e se denominavam “pneumáticos” (inspirados pelo sopro do Espírito), em
oposição aos demais cristãos, considerados “psíquicos” (ou racionalistas).
A resistência que o Montanismo impunha à instituição eclesiástica tornava-o
perturbador à hierarquia, uma vez que o movimento respondia às necessidades e
anseios de largas camadas cristãs, desiludidas ante o retardamento da parúsia,
razão de sua rápida expansão. Também Orígenes (185-253
d.C.) sentiu na pele essas mudanças, pois ele, que era leigo e professor de
Teologia em Alexandria e sempre pregara nas eucaristias diante dos bispos que
as presidiam, acabou sendo proibido de pregar. Larga controvérsia se
estabeleceu, até que, no século V, são Leão Magno (400-461 d.C.) colocou um
ponto final na questão, afirmando:
“Ninguém, seja monge ou leigo, atreva-se a atribuir-se o direito de
ensinar e de pregar […]. Não se deve permitir que ninguém que não pertença à
Ordem Sacerdotal se atribua a prerrogativa de pregar, sendo conveniente
que, na Igreja de Deus, todas as coisas sejam ordenadas”. (LÓPEZ, 2012, p. 95).
Estava assim
estabelecida a distinção e a distância entre clérigos e leigos, acentuada por um laicato medieval desprovido de acesso à
cultura, o que provocou e reforçou a ausência dos leigos na tarefa da difusão
da fé. Só o Concílio Vaticano II, no século XX, é que veio redimir e
redimensionar, com sua eclesiologia de comunhão, o papel do leigo na Igreja,
preconizado pelo aflorar da Ação Católica durante o pontificado de Pio XII
(1939-1958) e pelos contemporâneos movimentos bíblico, litúrgico e ecumênico,
os quais o Concílio retomou para fazer ressurgir uma imagem de Igreja menos
hierárquica, descrita como Corpo Místico, comunhão de pessoas. Isso se
expressará de maneira especial com a imagem bíblica da Igreja povo de Deus,
termo que, em padres tão significativos como são João Crisóstomo (349-407
d.C.), é referido como laós.
Conclusão
O Concílio Vaticano II, na perspectiva de sua eclesiologia de comunhão e do resgate
do conceito fundamental de povo de Deus, é o primeiro concílio, na bimilenar
história da Igreja, a dedicar-se ao tema da atividade apostólica dos cristãos
leigos e o faz com a publicação do decreto Apostolicam Actuositatem, na última
sessão conciliar, em 18 de novembro de 1965. Como não podia ser
diferente, subjaz ao decreto uma concepção do leigo como destinatário da ação
da Igreja. Após o Sínodo de 1987, João Paulo II foi o
primeiro papa da história da Igreja a publicar um documento pontifício sobre os
leigos. Vinha a público, em 30 de dezembro de
1988, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christifideles Laici, sobre a vocação
e missão do cristão leigo na Igreja e no mundo, uma tentativa de retomar,
aprofundar e até mesmo redirecionar o caminho conciliar. Dez anos
passados, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu uma Instrução acerca de
algumas questões sobre a colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos
sacerdotes. O título já deixa notar o claro incômodo causado por algumas
Igrejas locais que investiram no protagonismo laical, outrora solicitado e
instigado.Foi então a vez de os bispos do Brasil
entrarem em cena e indicarem, de modo claro, qual era o direcionamento para a
“missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas na Igreja e no mundo”,
título dado ao Documento 62 da CNBB, aprovado na sua 37ª Assembleia Geral, em
abril de 1999. Aqui o conceito de leigo já não é de destinatário, mas surge
como interlocutor da Igreja, ou seja, alguém que está em condições de dialogar.
Passados 18 anos, os bispos do Brasil empenharam-se numa atualização daquele
documento e publicaram, em 2017, o Documento 105, Cristãos leigos e leigas na
Igreja e na sociedade, sal da terra e luz do mundo, claro avanço no conceito em
questão, pois agora nossos bispos chamam os cristãos leigos e leigas a serem
sujeitos plenos da Igreja. Para tanto, convocou-se um Ano Nacional do
Laicato, de 26 de novembro de 2017 a 25 de novembro de 2018, com o objetivo de
investir na formação destes que são a incontável maioria do povo de Deus, os
leigos e leigas, para que tenham clara sua identidade, vocação e missão, na
Igreja e na sociedade. Esta configura o seu primeiro e prioritário âmbito de
ação, naquela se realiza sua segunda tarefa, em colaboração com a missão dos
pastores. Estamos diante de uma grande oportunidade
para tomar consciência do enorme processo que passa por nós e continua no
amadurecimento da compreensão do projeto de Deus, revelado em Jesus Cristo,
projeto que vai tomando corpo em nós, pastores e fiéis, clero e laicato, quando
juntos nos empenhamos na mesma tarefa de edificar o Reino de Deus em nosso
mundo carente do fermento, do sal e da luz do evangelho.Se você como
leigo, não sente o chamado para o casamento, para a vida religiosa (como
freira, frei, monge, etc) ou para o sacerdócio, procure a Pastoral Vocacional e
busque conhecer os institutos seculares da Igreja, bem
como as Novas Comunidades com reconhecimento Pontifício, que propões uma
vida consagrada para leigos solteiros e casados. Siga a sua vocação!
*Pe. Jean Poul Hansen
pertence ao clero da Diocese da Campanha (MG). Estudou Teologia no Instituto
Teológico Interdiocesano São José, em Pouso Alegre (MG). É mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade
de Salamanca, na Espanha, docente na Faculdade Católica de Pouso Alegre
(Facapa), coordenador diocesano de pastoral e assessor da Pastoral Catequética
na sua diocese. É também membro da equipe de redação da Revista ECOANDO
e pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Careaçu (MG). E-mail:
hpj76@hotmail.com
Alguns aspectos de uma vida realmente consagrada:
O próprio Jesus conforme nos demonstrou com seu testemunho: uma vida consagrada é uma vida pura! Ou seja, sem misturas com o fermento do demônio. Embora Jesus tenha sido o único a levar uma vida sem pecados, aqueles que se achegam a Ele e tomam o Seu fardo sobre si têm direito a Sua graça, que os tornará semelhantes Ele, ou seja, Cristificados! Consagração comporta também, docilidade e obediência. A teimosia, a rebelião e a racionalização precisam ser abandonadas, sendo substituídas pela submissão, pelo desejo de ser corrigido e pela aceitação de tudo o que o Senhor Jesus nos exigir. Ao fazermos isso recebemos a promessa da presença constante do Santo Espírito, uma promessa que é relembrada e renovada cada vez que uma alma penitente toma o sacramento da Eucaristia (João 6,56). Uma vida consagrada é uma vida de trabalho árduo. Desde bem cedo em Sua vida, Jesus cuidou dos assuntos de Seu Pai (Lucas 2,48–49). O próprio Deus é glorificado por Sua obra de levar a efeito a imortalidade e vida eterna de Seus filhos. É natural que desejemos participar com Ele de Sua obra, e ao fazê-lo, devemos reconhecer que todo trabalho honesto é Opus Dei. Todo Trabalho verdadeiro é sagrado; em todo Trabalho verdadeiro, ainda que seja apenas um simples trabalho braçal, há algo de divino.Deus determinou que esta existência mortal exija um esforço quase constante (Filip 2,12-16). Por meio do trabalho sustentamos e enriquecemos a vida nossa e dos outros.Uma realização alcançada arduamente proporciona um sentimento de autoestima. O trabalho edifica e refina o caráter, cria beleza e é o instrumento de nosso serviço ao próximo e a Deus. Uma vida consagrada é cheia de trabalho, às vezes repetitivo, às vezes braçal, às vezes pouco reconhecido, mas sempre um trabalho que melhora, que organiza, que sustém, que eleva, que ministra e que aprimora. Depois de louvar o trabalho, tenho também de falar algo de bom sobre o lazer. Assim como o labor honesto torna o descanso agradável, a recreação sadia é a amiga e constante companheira do trabalho. A música, a literatura, as artes, a dança, o teatro, os esportes — tudo isso pode prover entretenimento para enriquecer a vida e consagrá-la corretamente ainda mais. Por outro lado, nem é preciso dizer que grande parte do que se considera entretenimento hoje em dia são coisas vulgares, degradantes, violentas, alienantes e que desperdiçam nosso tempo. Ironicamente, muitas vezes é preciso trabalho árduo para encontrar um lazer sadio. Quando o entretenimento passa da virtude ao vício, ele se torna um destruidor da vida consagrada (1 Cor 6,12).Uma vida consagrada respeita a incomparável dádiva do corpo físico, uma criação divina feita à própria imagem e semelhança de Deus em seu filho Jesus Cristo. O propósito principal da vida mortal é o de que todo espírito receba um corpo assim, e aprenda a exercer o arbítrio moral em um tabernáculo de carne. O corpo físico também é essencial à exaltação, que somente é alcançada pela combinação perfeita do físico com o espiritual, como vimos em nosso Sr Jesus Cristo! Aqueles que acreditam que nosso corpo nada mais é do que o resultado de uma evolução aleatória não sentem que devem prestar contas a Deus, ou a qualquer outra pessoa, pelo que fazem com o próprio corpo. Nós, que temos um testemunho da realidade mais ampla da eternidade, precisamos reconhecer que temos um dever para com Deus em relação a essa sublime realização de Sua criação física. Nas palavras de Paulo:“ Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (I Coríntios 6,19–20), e ainda: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12,1).Jesus nosso mestre e Senhor, nos mostrou com seu exemplo, que uma vida consagrada é uma vida de serviço. Horas antes do início da agonia de Sua Expiação, o Senhor humildemente lavou os pés de Seus discípulos, dizendo-lhes:“Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros.Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou (João 13,14–16). Aqueles que discreta e prestativamente fazem o bem são um verdadeiro testemunho de uma vida consagrada!
Uma vida consagrada é uma vida íntegra! Vemos
isso no marido e na mulher “que honram os “votos matrimoniais”
com total fidelidade”.
Vemos isso no pai e na
mãe cuja prioridade é comprovadamente nutrir seu casamento e garantir o
bem-estar físico e espiritual dos filhos. Vemos isso nos que procuram ser retos
e honestos em todas as coisas.Quem vive uma vida
consagrada não busca tirar vantagem dos outros, mas oferece a outra face e, se
lhe exigirem que entregue a túnica, dá a capa também (ver Mateus 5,39–40).
As mais severas reprimendas do Salvador foram para os hipócritas. A hipocrisia
é terrivelmente destrutiva, não apenas para quem é hipócrita, mas também para
todos os que observam ou conhecem sua conduta, especialmente os filhos. Ela
destrói a fé, ao passo que a honra é o rico solo no qual a semente da fé
viceja.Enfim, uma vida consagrada é uma vida bela! Porque
é harmoniosa. Sua força e serenidade são como dizem o salmista: “como uma
árvore muito frutífera, plantada em terra fértil junto a um riacho de água
pura, que produz muitos frutos preciosos” (Salmo 1,2-3). É de especial
importância a influência que um homem [ou mulher] consagrado tem sobre as
pessoas, particularmente as mais próximas. A
consagração de muitos que nos antecederam, assim como a de outros que vivem
entre nós, ajudou a estabelecer o alicerce de nossa felicidade. De igual
maneira, as gerações futuras serão encorajadas por nossa vida consagrada,
reconhecendo a dívida que têm para conosco pela posse de tudo o que realmente
importa. Que tenhamos uma vida de verdadeiros consagrados, fieis a nossa
consagração batismal, como filhos e filhas de Deus, para que “quando Ele se
manifestar, sejamos como Ele, porque o veremos como Ele é, e seremos
semelhantes a Ele” (1 João 3,2) - Que tenhamos esta esperança!
LEIGos(as) BRASILEIRos(as) A CAMINHO DOS ALTARES COMO EXEMPLOS NO SEGUIMENTO A JESUS
CRISTO
1)-Beata leiga Nhá
Chica (1808-1895)
Filha
de uma escrava, Francisca de Paula De Jesus, mais conhecida como Nhá Chica,
nasceu em 1808 em uma vila de São João Del Rey (MG). Ainda pequena
se mudou com a mãe e um irmão para Baependi (MG) e aos 10 anos ficou órfã.
Desde então, viveu sozinha dedicando seus dias à oração e ao cuidado dos mais
necessitados. Quem se aproximava dela recebia orações, comida, consolo e
conforto. Após a libertação dos escravos, em 1888, Nhá Chica decide não se
casar e organiza reuniões diárias de oração em sua casa, que se transformou em
local de peregrinação de pobres e ricos vindos de várias partes do Brasil que
procuravam conforto espiritual. Recebeu como herança uma fortuna deixada por
seu irmão, mas doou tudo aos necessitados. Guardou dinheiro apenas para
construir uma capela dedicada à Imaculada Conceição. Morreu em 1895 e foi
enterrada na capela que construiu. Foi beatificada em 4 de maio de 2013
pelo papa Francisco.
2)- Beata leiga
Benigna Cardoso da Silva (1928-1941)
Conhecida como Jovem Benigna, nasceu em 1928 em Santana do Cariri (CE). Ficou órfã ainda menina e foi adotada com seus irmãos. Muito religiosa e temente a Deus, fez a primeira comunhão e seguia os mandamentos divinos. Aos 12 anos começou a ser assediada por rapaz, mas rejeitou os pedidos de namoro. Um ano depois, já em 1941, após uma tentativa frustrada de estupro, o rapaz usou um facão para cortar os dedos, a testa, as costas e o pescoço de Benigna, que morreu. O assassino foi preso e condenado. Arrependido, voltou ao local do crime 50 anos depois e pediu perdão a Benigna. O túmulo da jovem se tornou local de peregrinação. O decreto de beatificação foi promulgado em 4 de outubro de 2019.
Venerada como um mártir da pureza e da castidade, ela foi brutalmente assassinada em uma tentativa de estupro em 1941.A cerimônia de beatificação ocorreu no Crato (24/10/2022) no Crato, no sertão do Ceará, pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, que representa o papa Francisco.
3)-Beata leiga Albertina
Berkenbrock (1919-1931)
Albertina nasceu em 1919 em Imaruí (SC). Ainda
pequena aprendeu a orar com grande devoção na fé católica. Na escola era
exemplo para seus colegas e professores. Ela brincava com crianças pobres e
dividia o seu pão com eles. Foi assassinada por um funcionário da fazenda de
seu pai, que cortou seu pescoço após uma tentativa de estupro frustrada. Inicialmente
o funcionário negou o crime, mas pessoas notaram que o corte no pescoço da
menina sangrava toda vez que ele se aproximava. O funcionário tentou fugir, mas
foi capturado e condenado. Na prisão, confessou o crime. Morreu em 1931 e foi
proclamada como mártir pelos moradores da região. Albertina foi
beatificada em 20 de outubro de 2007 pelo papa Bento XVI.
Na
Festa de Cristo Rei (25/11), Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo de
Florianópolis, declarou a abertura do processo de beatificação do jovem promotor de justiça Marcelo Henrique Câmara, conhecido
como Marcelinho. Ele fazia parte do movimento Opus Dei e nas palavras do
arcebispo Marcelo, encontrou o Reino instaurado por Jesus: “Um dia ele também
descobriu este Cristo do Evangelho e o testemunho na universidade, em todo
ambiente da Justiça, com alegria entre os jovens da Arquidiocese. Na vida de um santo, o que importa é que ele manifeste a
presença e a ação de Deus”. Marcelo foi um filho e irmão extremamente dedicado
à sua família. Amadureceu muito cedo com a separação dos pais e aos 10 anos de
idade, assumiu atitude de responsabilidade pela mãe e pelo irmão mais novo. No início
do curso universitário participou do retiro espiritual do Movimento de Emaús,
quando obteve a graça de profunda conversão a Cristo e Seu Evangelho. Tornou-se
ministro da eucaristia e assíduo no apostolado junto aos jovens. Na profissão
foi mestre em Direito, atuando como professor substituto da Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) e como Promotor de Justiça do Estado. O
caminho é a Santidade Foi surpreendido pela descoberta de um linfoma, que
posteriormente evoluiu para leucemia. Enfrentou com
extraordinária serenidade o longo processo de luta pela vida, transformando o
sofrimento em fonte de esperança e fé para as pessoas que o procuravam. Faleceu
numa Quinta-feira Santa no dia 20 de março 2008. A partir daí sua fama de
santidade começou a se espalhar e muitas graças atribuídas à sua intercessão.
Louvemos a Deus por presentear a nossa terra de Santa Cruz com estes belos frutos de
santidade.
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS DE CONSULTAS
-Catecismo da Igreja Católica – Edição Vaticana
-FAIVRE, Alexandre. Los primeros laicos: cuando la
Iglesia nascía al mondo. Burgos: Monte Carmelo, 2001.
-GONZÁLEZ, Miguel Anxo Pena. La edad patrística y la
configuración de una espiritualidad laical. In: LÓPEZ, Elisa Estévez (org.).
Hombres y mujeres de espíritu en el siglo XXI. Salamanca: Universidad
Pontificia, 2012.
-LÓPEZ, Elisa Estévez. Los primeros cristianos como
modelo de espiritualidad laical. In: Hombres y mujeres de espíritu en
el siglo XXI. Salamanca: Universidad Pontificia, 2012.
-https://www.a12.com/jornalsantuario/noticias/membros-de-novas-comunidades-falam-o-que-e-ser-leigo-consagrado
-https://santaluziagardenia.org.br/artigos/mes-vocacional-vocacao-do-leigo-consagrado
-https://www.vidapastoral.com.br/edicao/leigo-um-conceito-em-evolucao/
-https://clube.cancaonova.com/outras-materias/uma-vez-batizados-somos-consagrados-de-deus/
-https://sites.google.com/site/anadirdagostin/consagrados-a-deus-pelo-batismo
-https://www.franciscanos-rs.org.br/post/vida-religiosa-consagrada
-https://comshalom.org/frei-patricio-devemos-assumir-o-nosso-batismo-como-o-cristo/
-https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2021-03/anuario-pontificio-2021-dados-igreja-catolica.html
------------------------------------------------------
APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros
meios midiáticos, decidimos
por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar
os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem
vai ler o quê. Não buscamos aplausos,
queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS
LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos
que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso
a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início
deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que
orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de
narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês
nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução
de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às
ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo
informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e
relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será
prontamente banida. Todos as postagens e
comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam
necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de
excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais
explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto
que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso
ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente, e representamos uma
alternativa concreta de comunicação. Se
você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação,
para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail
abaixo, caso queira colaborar:
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.