QUEM TEM MAIS CAPACIDADE DE ANALISE: JESUS OU MARX?
Os
Capitalistas analisam a realidade e deduzem que tudo é falta de livre mercado, mais
democracia e mais meritocracia. Os socialistas analisam a realidade e deduzem
que tudo não passa de uma eterna luta de classes entre opressores e oprimidos,
e decretam a luta por justiça e uma sociedade sem classes como a solução
definitiva. Os religiosos de linha Cristã, ao analisarem a realidade, vem tudo como
resultado das consequências do pecado original introduzido na história humana, e
a única solução possível é a conversão a pessoa de Cristo e engajar-se em seu
projeto salvífico-libertador não em prol apenas dos oprimidos e de uma classe
social, no caso a dos pobres, mas em favor de todos os pecadores, sejam eles
pobres, ou ricos, opressores ou oprimidos, já que o mundo jáz sob o poder do maligno.
Não tenho capacidade para tanto, e nem pretendo com este despretensioso artigo
encerrar o assunto, muito pelo contrário, quero apenas contribuir com este
debate tão em voga no meio acadêmico, sindical e nas reuniões dos conselhos
diocesanos onde se traçam as ações evangelizadoras. É um assunto que Insistentemente
tem sido estudado, debatido, abraçado por uns e combatido por outros naquilo
que comumente se denomina marxismo cultural. Afirmo, a título de explicação,
que todo o marxismo deveria, a princípio, ser tratado como cultural, na medida
que está inserido como ideia ou ideologia em qualquer cultura determinada
historicamente. Entretanto, o termo foi cunhado para definir uma nova visão
criada pelos próprios marxistas para responder teórica e praticamente a uma
série de desafios ao seu pensamento, ainda no início do século XX.
Na perspectiva de Karl Marx e
de seus seguidores, o socialismo era uma verdade inexorável, que seria
infalivelmente vitoriosa ainda nos estertores do século XIX e no alvorecer do
XX. As contradições inerentes ao capitalismo, catapultadas pelo que eles
julgavam ser o motor dialético da História, a luta de classes, levariam a ruína
do capital e a vitória final do comunismo.A perspectiva
clássica marxista era que o conflito mortal entre a burguesia detentora da
propriedade privada sobre os meios de produção e o proletariado produtor da
riqueza, mas alienado dela e do resultado final de seu trabalho, geraria uma
nova sociedade governada pelos interesses do proletariado, o socialismo. Note
que o socialismo, para os marxistas, ainda não seria o fim da História; o fim
só seria alcançada na “plenitude” comunista, a perfeita e escatológica
sociedade. Marx não via sua
doutrina como ideologia. Para ele, ideologia tinha um sentido bastante
negativo, na medida em que era uma ferramenta para falsear a realidade a
serviço da classe dominante. Ele a via como uma cosmovisão. Seus seguidores
ainda a veem assim, sendo capazes de explicar a totalidade do cosmos. Assim
escapam de si mesmos, retirando de suas doutrinas a pecha de falseadoras da
realidade e, ao mesmo tempo, são alçadas ao status de explicadoras da
realidade. Insisto, o marxismo é só uma ideologia e, como tal, possui um
fundamento religioso por ser idólatra, gnóstico e oferece um simulacro de
redenção e de escatologia. Idólatra porque retira Deus do seu lugar primeiro.
Gnóstico porque enxerga parte da criação como intrinsecamente má. Falsamente
redentor porque credita ao homem a auto redenção e deposita no comunismo a
esperança do fim da História.No seu modo mais clássico, o
marxismo alimenta a ideia que todo modo de produção é formado por uma imbricada
teia de infra e superestrutura. Resumidamente, a infraestrutura seria a base
econômica, e a superestrutura as relações sociais, políticas, jurídicas e
culturais. Em última análise, a infraestrutura determinaria a superestrutura.
Entretanto, essa visão materialista da História foi colocada em xeque ainda no
começo do século XX. Na Europa, o socialismo Fabiano, os reformistas da social
democracia, a própria Igreja Romana e as protestantes propunham um caminho
diferente, marcadamente reformista e pacífico. Ao fim da primeira guerra, os
marxistas que esperavam uma explosão revolucionária tiveram que contentar-se
com a experiência russa de 1917, experiência que derrubou de vez o princípio
marxista clássico de que o socialismo se daria em um capitalismo plenamente
desenvolvido e prenhe de contradições. A revolução russa ocorreu em um país
agrário e atrasado. O que surgiu dessa experiência foi uma aberração
totalitária, burocrática e assassina que recebeu o nome de marxismo-leninismo.É
assim, contextualizado, que devemos entender o surgimento do chamado marxismo
cultural ou neo marxismo.
O marxismo
cultural nasceu da combinação dos pensamentos do marxista italiano Antonio
Gramsci e da Escola de Frankfurt, um grupo de intelectuais marxistas que se
reuniram nessa instituição para repensar o marxismo e sua aplicação. Gramsci,
após viver na URSS e de sua experiência sob o fascismo de Mussolini, entendeu
que era necessário uma releitura do marxismo, já que o modelo clássico de Marx
e a aplicação da doutrina na Rússia agrária foram um retumbante fracasso. Ele
percebeu que proletariado tinha outras lealdades que não só de classe (família,
religião, esporte, etc.) havia sido "corrompido" pelas "benesses"
capitalistas e já não se encontrava tão disposto a aventuras revolucionárias.
Propôs, então, uma reavaliação que se traduziria na inversão da equação
infraestrutura determinando a superestrutura. O ponto central a ser atacado não
seria mais, segundo ele, as condições materiais ou objetivas, mas as condições
subjetivas, isto é, a cultura no seu sentido mais amplo. Gramsci defendeu a
formação do que ele chamou bloco histórico, formado pelo proletariado, minorias
oprimidas e intelectuais orgânicos dirigidos pelo partido comunista. Tal bloco
histórico deveria alcançar uma hegemonia cultural, disputando com a burguesia
os corações e mentes das "massas oprimidas". A disputa pela hegemonia
cultural seria a nova estratégia revolucionária.A Escola de Frankfurt absorveu e aperfeiçoou a nova estratégia.
Intelectuais marxistas como Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse,
Erich Fromm, fundadores da instituição, levaram adiante a ideia não só da
subversão, mas da destruição da cultura, através da desconstrução das tradições
familiares, religiosas, políticas e jurídicas. Um dos principais objetivos era
e continua sendo destruir a crença em Deus. Deus é o entrave que os impede de
desorganizar, subverter e destruir a cultura e as tradições. A estrutura familiar
tradicional, conforme criada por Deus, também deveria e deve ser, segundo eles,
destruída.O
despejamento de denúncias e ataques contra a heterossexualidade e contra o
papel do homem conforme a criação também é parte da destruição da ordem vigente.
O feminismo igualitarista, a teoria dos gêneros, o movimento negro radical, o
“ambientalismo” violento, a militância LGBT fazem parte do pacote marxista
travestido de movimentos justos e aceitáveis. Todos eles têm em comum o fato de
sustentarem-se em "minorias oprimidas" falsamente vítimas da
"opressão" capitalista. A agenda de tais movimentos é anticapitalista
e claramente comunista.
Fica bastante claro que as
manifestações do marxismo cultural em nossa época e realidade são
indiscutíveis. O Brasil é dominado em todas as instâncias culturais, educacionais,
legislativas e judiciais por marxistas que têm a perspectiva estratégica do
marxismo cultural. O PT aplica o marxismo cultural com extrema eficiência; seus
aliados são movidos pelo mesmo objetivo. No entanto, o maior perigo para os
crentes está na absorção desses ideais revolucionários e antibíblicos pela
Igreja. Desde o século XIX, a Igreja tem sido permeável ao marxismo. Dói na
carne constatar que um dos principais veículos de propagação do marxismo nas
Igrejas são padres, pastores e teólogos de confissão tradicional. Por exemplo,
o Evangelho Social do pastor americano/alemão Walter Rauschenbusch, no século
XIX, que ao priorizar, mesmo que bem intencionado o papel social da Igreja (sob
a pressão das péssimas condições de vida durante a segunda revolução
industrial) se equivocou ao desfocar o objetivo da mesma, que é aderir ao plano
de salvação de Deus, por meio de seu filho Jesus Cristo e não a ideologias
humanas elaboradas em escritório.
Desde a publicação da
encíclica Rerum Novarum pelo papa Leão XIII, em 1891, os
católicos já expressavam sua preocupação com as questões sociais e, ao mesmo
tempo, com a necessidade de responder ao marxismo. Nos anos sessenta,
certamente fruto das inquietações da época, o Concílio Vaticano II aprofundou
as doutrinas sociais católicas, agora mais influenciadas pelo liberalismo
teológico e pelo próprio marxismo. As bases que permitiriam o surgimento da
Teologia da Libertação estavam dadas. Na América Latina, liderados por teólogos
católicos como Leonardo Boff, Jon Sobrino e Juan Luis Segundo, a Teologia da
Libertação aprofundava seu diálogo com o marxismo sob a égide de que o evangelho
exige a "opção quase que exclusiva e excludente pelos pobres",
estigmatizando Jesus como um líder revolucionário e reduzindo-o a um ativista
político. A Teologia da Libertação foi responsável no Brasil pelo improvável
diálogo entre cristianismo e o marxismo. A partir dela foram lançadas as bases
para o surgimento do PT e da CUT, já que parte da liderança esquerdista
brasileira nasceu nos movimentos sociais católicos.
A Teologia da Missão Integral
é uma variante protestante da Teologia da Libertação
Essa
afirmação não é minha, mas de um dos principais teólogos da TMI (Teologia da
Missão Integral):A
TMI é uma pretensa renovação missionária protestante na América Latina, baseada
na perspectiva do diálogo entre o marxismo e a Igreja de Cristo, na necessidade
de ampliar a tarefa missionária com ações sociais e preocupação com as
condições de vida do evangelizado; porém, não a partir das Escrituras, como
deveria ser, mas de pressupostos marxistas como classes sociais, luta de
classes, estatismo e consciência crítica. Os fundamentos da TMI e da TL são os
mesmos: transformar o evangelizado em um potencial soldado das transformações
sociais. O missionário cristão não deve, segundo eles, pregar a Palavra Redentora
somente, mas influenciar as organizações sociais e a consciência, tornando-a
crítica e anticapitalista, sob um verniz de caridade e atenção aos pobres. Não
que Deus não nos tenha ordenado o cuidado com os mais pobres, mas o fez sob a
lógica evangélica do amor a todos e não
da luta de classes.
Sigo afirmando até que me
convençam do contrário, que não há possibilidade de um diálogo entre o marxismo
e o cristianismo. São fundamentados por pressupostos antagônicos e
irreconciliáveis. O cristianismo bíblico sustenta-se em uma premissa fundante,
irrevogável, eterna e perfeita, no próprio Deus. O marxismo é uma ideologia
constitutiva de uma cosmovisão antropocêntrica, essencialmente falha por ser
meramente humana e temporal. Os Cristãos, por sua vez, devem se preocupar e se
envolver sim com a política, mesmo porque cremos que tudo pertence à soberania
de Deus e tudo o que Ele fez é bom, e a política é um dos meios de se exercer a
caridade e a justiça.No fim, todas as coisas devem ser feitas para glória de
Deus, inclusive a política. Mesmo que nenhum sistema econômico ou regime
político sejam perfeitos em razão da queda, podemos nos voltar para políticos e
propostas que se aproximem da vontade soberana de Deus exposta irrevogavelmente
nas Escrituras Sagradas.
Não, não é possível ser cristão e marxista ao mesmo
tempo!
O
conjunto de citações dos idealizadores da doutrina Socialista do Marxismo, e refutações
de estudiosos destemidos e esclarecidos, nos deixa bem claro que um cristão não
pode ser marxista, já que marxismo e cristianismo são mutuamente excludentes.
Confira:
“A religião é o
ópio do povo. A abolição da religião como felicidade ilusória é o que falta
para sua verdadeira felicidade.” (Karl Marx, 1844)
“Socialismo
religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao
mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista.” (Pio XI,
encíclica “Quadragesimo Anno”)
“A religião é o
ópio do povo. Esta máxima de Marx constitui a pedra angular de toda a concepção
marxista na questão religiosa. O marxismo considera sempre que todas as
religiões e igrejas modernas, todas e cada uma das organizações religiosas, são
órgãos da reação burguesa chamados a defender a exploração e embrutecer a
classe operária.” (Vladimir Lênin, 1909)
“Os principais
autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir
os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno
absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos
sistemas do novo socialismo e comunismo.” (Pio IX, encíclica
“Noscitis et Nobiscum”)
“Devemos lutar
contra a religião. Isto é o ABC de todo materialismo e, portanto, do marxismo.”
(Vladimir Lênin, 1909)
“O erro
fundamental do socialismo é de caráter antropológico. De fato, ele considera
cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do aparece totalmente
subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social, enquanto, por outro
lado, defende que esse mesmo bem se pode realizar prescindindo da livre opção,
da sua única e exclusiva decisão responsável em face do bem e do mal.”
(João Paulo II, encíclica “Centesimus Annus”)
“Não sou
Cristo, nem filantropo, velha, sou totalmente o oposto de um Cristo. Luto pelas
coisas em que acredito, com todas as armas de que disponho, e tento deixar o
outro homem morto de modo que eu não seja pregado numa cruz ou em algum outro
lugar.” (Che Guevara, em carta à sua mãe, 1956)
“O cristianismo não tinha trazido uma mensagem
sócio-revolucionária semelhante à de Espártaco que tinha fracassado após lutas
cruentas. Jesus não era Espártaco, não era um guerreiro em luta por uma
libertação política, como Barrabás ou Bar-Kochba. Aquilo que Jesus — Ele mesmo
morto na cruz — tinha trazido era algo de totalmente distinto: o encontro com o
Senhor de todos os senhores, o encontro com o Deus vivo e, deste modo, o
encontro com uma esperança que era mais forte do que os sofrimentos da
escravatura e, por isso mesmo, transformava a partir de dentro a vida e o mundo.”
(Bento XVI, encíclica “Spe Salvi”)
Fonte: Aleteia
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