ESTÁ ESCRITO:
“Sem
fé é impossível agradar a Deus” (Hb. 11,6)
“Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (João 6,44)
COMO
ENTENDER ESTÁ EXIGÊNCIA E COLOCAR-SE DENTRO DO PLANO DE SALVAÇÃO DA FÉ ?
Entendido à luz do
contexto, este verso de Jo 6.44 não é tão problemático como pode parecer.
O próximo versículo (45)
diz, “Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus.” O todos não
deve ser negligenciado.Como alguns têm dito, o
Pai deseja atrair todos que desejam ser atraídos. No versículo 51 Jesus disse,
“Eu sou o pão vivo... Se alguém comer deste pão, viverá para sempre.”O versículo 44 é precedido
pelo versículo 40, sendo idênticas as últimas palavras em cada um. O versículo
40 diz,
“A vontade daquele que
me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida
eterna....”
Portanto, além do
contexto imediato, é interessante verificar declarações significativas tanto no
capítulo anterior quanto no seguinte. No capítulo 5.40 Jesus revelou o papel de
responsabilidade e livre arbítrio conciente que o homem tem, nas palavras:
“E não quereis vir a mim para terdes vida.”
A evidência é que eles
podiam vir, mas a falha estava justamente neles, “não quereis.” Então, no
sétimo capítulo, o versículo 17, Jesus disse, “Se alguém quiser fazer a vontade
dele, pela mesma doutrina conhecerá se ela é de Deus,” o que mostra que depende
da pessoa, “se alguém....”
Em João 2.32 Jesus
disse:
“E eu, quando for
levantado da terra, todos atrairei a mim.”
“Que esta ‘atração’ não é a graça irresistível, é
confessado até mesmo pelo próprio Agostinho, o grande defensor das doutrinas da
graça:
“Se um homem... vem indispostamente, ele não crê; se não
crê, ele não vem. Pois não corremos a Cristo sobre nossos pés, mas pela fé; não
com o movimento do corpo, mas como a livre vontade do coração.’... Os
intérpretes gregos aceitam a opinião que eu adotei acima”
Esta atração está sendo exercida agora em todo o
mundo, de acordo com a profecia do Senhor (12.32) e Seu comando (Mt 28.19-20).”
HÁ JUSTIFICATIVA PARA A INCREDULIDADE ?
ROMANOS 1,19-20 - "Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se
manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu
eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo
percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusávei".
PROBLEMAS:
1)- Jesus disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14:6).
2)-
Também, Atos 4:12 diz a respeito de Cristo: "E não há salvação em nenhum
outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens,
pelo qual importa que sejamos salvos".
Mas, e se alguém nunca ouviu o Evangelho de Cristo, estará
ele eternamente perdido?
SOLUÇÃO: A resposta de Paulo é clara. Ele disse que os pagãos são "indesculpáveis" (1:20):
Porque
"o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes
manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder
como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o
princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram
criadas" (Rom1,19-20).
Dessa forma, os pagãos com justiça são indesculpáveis, por
várias razoes:
1)-
Primeiro, Romanos 2:12 afirma: "Assim, pois, todos os que pecaram sem lei
também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram, mediante lei serão
julgados".
Essa
passagem ensina que o judeu é julgado pela Lei, as Escrituras hebraicas, mas o
gentio é condenado pela "lei gravada no seu coração”, pois assim está
escrito:
"Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os" (Rm 2,14-15)
2)- Segundo : A Bíblia diz: Disse
Jesus: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;
porque qualquer que pede, recebe; e quem busca acha; e a quem bate
abrir-se-lhe-á" (Lc 11.9-10).
Nesse texto, temos três ações, que devem lhe orientar quando for buscar resposta de Deus.
Nesse texto, temos três ações, que devem lhe orientar quando for buscar resposta de Deus.
Segunda ação: buscar. Você precisa ir onde Deus está e da maneira que Ele quer, conforme está escrito: "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo vosso coração" (Jr 29.13).
Terceira ação: bater. Significa insistir. Quem deseja uma porta aberta, não bate uma vez só. Disse Jesus: "Eu sou a porta, se alguém entrar por mim salvar-se-á, e entrará e sairá, e achará pastagens" (Jo 10.9).
CONCLUSÃO: Jesus nos proporcionou livre acesso ao Pai. Ele não desampara quem o busca. "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar" (Is 55.6). Buscando a Deus você vai encontrar: abrigo, proteção, livramento, cura, transformação, libertação, e o milagre de que você necessita.
3)-
Atos 10:35 acrescenta: "pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o
teme e faz o que é justo lhe é aceitável".
4)- Portanto, Deus tem muitas maneiras de fazer com que a verdade acerca da salvação por meio de Cristo chegue àqueles que o buscarem. Ele pode enviar um missionário (At 10) ou uma Bíblia (SI 119:130), pode dar-lhes uma visão (Dn 2; 7) ou enviar-lhes um anjo (Ap 14).
Porém.
Deus nos deu o livre arbítrio para nossas escolhas, e lógico suas
consequências. Portanto,aqueles que derem as costas à luz que têm (pela
natureza), e acharem-se perdidos nas trevas, não têm a quem culpar senão a si
mesmos.
Pois
"os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram
más" (Jo 3:19).
A FÉ É O MESMO QUE A VIRTUDE ?
Virtude é o hábito do bem, isto é, disposição estável para agir bem.Opõe-se ao vício - que é o hábito do mal. Virtudes naturais são adquiridas pelo exercício e
aperfeiçoamento de dons naturais. Desenvolvem-se pelo esforço da vontade,
agindo sobre a aptidão específica. Por exemplo, a virtude de um bom pintor.Virtudes sobrenaturais são as que, pela graça
santificante, recebemos de Deus, tendo por fim nossa eterna salvação.
Não
dependem de nosso esforço - ao nos dar a graça, Deus as infunde em nossa alma.
Devemos, porém, desenvolvê-las.
Virtudes teologais são infusas (ou sobrenaturais). Vêm de Deus e nele têm seu objeto imediato. São a Fé, a Esperança e a Caridade. Recebemo-las com a graça do Batismo, e, em maior abundância, com a da Confirmação.
ATENÇÃO !!! As Virtudes morais são diretamente ligadas aos costumes - ligam-se a Deus, de modo indireto. Podem ser naturais, isto é, que se alcançam por meios naturais, ou sobrenaturais, pelo efeito da graça.
Dentre essas virtudes, destacam-se a Prudência, Justiça, Força e Temperança.
Todas as outras virtudes morais derivam-se dessas quatro. Sem a prática
dessa virtudes ninguém pode entrar na vida de perfeição".Recebidas no Batismo, são infusas (ou sobrenaturais) - recebemo-las com
a graça santificante.
O QUE É A FÉ ?
"Ter fé numa coisa, é aderir a ela, por causa da afirmação de outrem, sem podermos conferir pessoalmente. Se a afirmação é de nossos semelhantes, nossa fé é humana. Se a afirmação é de Deus, trata-se de fé divina.
É praticamente impossível viver sem fé. Não existe quem só creia no que pode conferir antes. Acreditamos em bulas de remédios e em tabuletas de segurança de ônibus,que o trem não vai sair dos trilhos e que o avião não vai cair.
Esta fé é humana ,e dela precisamos para viver como homens.Para vivermos como filhos de Deus, precisamos da
fé divina, da Fé, virtude teologal que nos leva a crer na palavra de Deus, no
que o Verbo revelou e a Igreja ensina. Como virtude teologal, seu objetivo
imediato é Deus.
O QUE DIZ O MAGISTÉRIO DA IGREJA SOBRE A FÉ ?
1)- Ciência e fé:
§159 Fé e ciência. "Porém, ainda que a fé
esteja acima da razão, não poderá jamais haver verdadeira desarmonia entre uma
e outra, porquanto o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé dotou o
espírito humano da luz da razão; e Deus não poderia negar-se a si mesmo, nem a
verdade jamais contradizer a verdade." "Portanto, se a pesquisa
metódica, em todas as ciências, proceder de maneira verdadeiramente científica,
segundo as leis morais, na realidade nunca será oposta à fé: tanto as
realidades profanas quanto as da fé originam-se do mesmo Deus. Mais ainda: quem
tenta perscrutar com humildade e Perseverança, os segredos das coisas, ainda
que disso não tome consciência, e como que conduzido pela mão de Deus, que
sustenta todas as coisas, fazendo com que elas sejam o que são."
2)- Deposito da fé:
§84 "O patrimônio sagrado" da fé
("depositum fidei"), contido na Sagrada Tradição e na Sagrada
Escritura, foi confiado pelos apóstolos à totalidade da Igreja.
"Apegando-se firmemente ao mesmo, o povo santo todo, unido a seus Pastores,
persevera continuamente na doutrina dos apóstolos e na comunhão, na fração do
pão e nas orações, de sorte que na conservação, no exercício e na profissão da
fé transmitida se crie uma singular unidade de espírito entre os bispos e os
fiéis."
§85 "O ofício de interpretar autenticamente a
Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério
vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo", isto
é, foi confiado aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de
Roma.
§86 "Todavia, tal Magistério
não está acima da Palavra de Deus, mas a serviço dela, não ensinando senão o
que foi transmitido, no sentido de que, por mandato divino, com a assistência
do Espírito Santo, piamente ausculta aquela palavra, santamente a guarda e
fielmente a expõe, e deste único depósito de fé tira o que nos propõe para ser
crido como divinamente revelado."
§87 Os fiéis, lembrando-se da palavra de Cristo a
seus apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve" (Lc 10,16), recebem com
docilidade os ensinamentos e as diretrizes que seus Pastores lhes dão sob
diferentes formas.
§88 O Magistério da Igreja empenha plenamente a
autoridade que recebeu de Cristo quando define dogmas, isto é, quando,
utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé,
propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma
conexão necessária.
§89 Há uma conexão orgânica entre nossa vida espiritual e os
dogmas. Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé que o iluminam e tornam
seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração
estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé.
§91 Todos os fiéis participam da compreensão e da
transmissão da verdade revelada. Receberam a unção do Espírito Santo, que os
instrui e os conduz à verdade em sua totalidade.
§92 "O conjunto dos
fiéis... não pode enganar-se no ato de fé. E manifesta esta sua peculiar
piedade mediante o senso sobrenatural da fé de todo o povo, quando, 'desde os
bispos até o último dos fiéis leigos', apresenta um consenso universal sobre
questões de fé e costumes."
§94 Graças à assistência do Espírito Santo, a
compreensão tanto das realidades como das palavras do depósito da fé pode
crescer na vida da Igreja:
"Pela contemplação e estudo dos que crêem, os
quais as meditam em seu coração", é em especial "a pesquisa teológica
que aprofunda o conhecimento da verdade revelada".
"Pela íntima compreensão que os fiéis desfrutam
das coisas espirituais"; "Divina eloquia cum legente crescunt - as
palavras divinas crescem com o leitor".
"Pela pregação daqueles que, com a sucessão
episcopal, receberam o carisma seguro da verdade."
§95 "Fica, portanto, claro que segundo o
sapientíssimo plano divino, a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério
da Igreja estão de tal modo entrelaçados e unidos que um não tem consistência
sem os outros, e que juntos, cada qual a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito
Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas."
§173 "Com efeito, a
Igreja, embora espalhada pelo mundo inteiro até os confins da terra, tendo
recebido dos apóstolos e dos discípulos deles a fé... guarda [esta pregação e
esta fé] com cuidado, como se habitasse em uma só casa; nelas crê de forma
idêntica, como se tivesse uma só alma; e prega as verdades de fé, as ensina e
transmite com voz unânime, como se possuísse uma só boca".
§175 "Esta fé que recebemos da Igreja, nós a
guardamos com cuidado, pois sem cessar, sob a ação do Espírito de Deus, à guisa
de um depósito de grande preço encerrado em um vaso precioso, ela rejuvenesce e
faz rejuvenescer o próprio vaso que a contém."
3)- Deus e as verdades por Ele reveladas como
objeto de fé:
§150 A fé é primeiramente uma adesão pessoal do
homem a Deus; é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o assentimento livre a toda
a verdade que Deus revelou. Como adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade
que ele revelou, a fé cristã é diferente da fé em uma pessoa humana. E justo e
bom entregar-se totalmente a Deus e crer absolutamente no que ele diz. Seria
vão e falso pôr tal fé em uma criatura.
§151 Para o cristão,
crer em Deus é, inseparavelmente, crer naquele que Ele enviou, "seu Filho
bem-amado", no qual Ele pôs toda à sua complacência; Deus mandou que O
escutássemos. O próprio Senhor disse a seus discípulos: "Crede em Deus,
crede também em mim" (Jo 14,1). Podemos crer em Jesus Cristo por que ele
mesmo é Deus, o Verbo feito carne: "Ninguém jamais viu a Deus: o Filho
unigênito, que está voltado para o seio do Pai; este o deu a conhecer" (Jo
1,18). Por ter ele "visto o Pai" (Jo 6,46), ele é o único que o
conhece e pode revelá-lo.
§152 Não se pode crer em Jesus Cristo sem participar
de seu Espírito. E o Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus. Pois
"ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não ser no Espírito Santo" (1
Cor 12,3).
§170 Não cremos em
fórmulas, mas nas realidades que elas expressam e que a fé nos permite
"tocar". "O ato (de fé) do crente não pára no enunciado, mas
chega até a realidade (enunciada). Todavia, temos acesso a essas realidades com
o auxílio das formulações da fé. Estas permitem expressar e transmitir a fé,
celebrá-la em comunidade, assimilá-la e vivê-la cada vez mais.
§182 "Nós cremos em tudo o que está contido na
Palavra de Deus escrita ou transmitida, e que a Igreja propõe a crer c
divinamente revelado. "
4)- Dúvida de fé
§644 Mesmo confrontados com a realidade de Jesus
ressuscitado, os discípulos ainda duvidam, a tal ponto que o fato lhes parece
impossível: pensam estar vendo um espírito. "Por causa da alegria, não
podiam acreditar ainda e permaneciam perplexos" (Lc 24,41). Tomé conhecerá
a mesma provação da dúvida e quando da última aparição na Galiléia, contada por
Mateus, "alguns, porém, duvidaram" (Mt 28,17). Por isso, a hipótese
segundo a qual a ressurreição teria sido um "produto" da fé (ou da
credulidade) dos apóstolos carece de consistência. Muito pelo contrário, a fé
que tinham na Ressurreição nasceu - sob a ação da graça divina - da experiência
direta da realidade de Jesus ressuscitado.
§1381 "A presença do verdadeiro Corpo de Cristo
e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento 'não se pode descobrir pelos
sentidos, diz Santo Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus'. Por
isso, comentando o texto de São Lucas 22,19 ("Isto é o meu Corpo que será
entregue por vós"), São Cirilo declara: 'Não
perguntes se é ou não verdade; aceita com fé as palavras do Senhor, porque ele,
que é a verdade, não mente":
Com devoção te adoro,/ Latente divindade./Que, sob
essas figuras,/Te escondes na verdade;/Meu Coração de pleno/Sujeito a ti,
obedece,/Pois que, em te contemplando,/Todo ele desfalece./A vista, o tato, o
gosto,/Certo, jamais te alcança;/Pela audição somente/Te crêem com
segurança;/Creio em tudo o que disse/De Deus Filho o Cordeiro./Nada é mais da
verdade/Que tal voz, verdadeiro./Adoro te devote,
latens deitas/quae sub
his figuris/vere latitas./Tibi se cor meum/totum subiicit,/quia, te
contemplans,/totum deflcit./Visus, tactus, gustus/in te faílitur,/sed auditu
solo/tuto creditur./Credo quidquid dixil/Dei Filius:/Nil hoc verbo/Veritatis
verius/
§2088 O primeiro mandamento manda-nos alimentar e
guardar com prudência e vigilância nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe.
Há diversas maneiras de pecar contra a fé.A dúvida voluntária sobre a fé negligencia ou recusa
ter como verdadeiro o que Deus revelou e que a Igreja propõe para crer. A
dúvida involuntária designa a hesitação em crer, a dificuldade de superar as
objeções ligadas à fé ou, ainda, a ansiedade suscitada pela obscuridade da fé.
Se for deliberadamente cultivada, a dúvida pode levar à cegueira do espírito.
§2089 A incredulidade é a negligência da verdade
revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio assentimento. "Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção
do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a
dúvida pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia, o repúdio total da fé
cristã; cisma, a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os
membros da Igreja a ele sujeitos."
5)- Fé ato humano não contrário à liberdade e
inteligência:
§154 Crer só é possível pela graça e pelos auxílios
interiores do Espírito Santo Mas não é menos verdade que crer é um ato
autenticamente humano. Não contraria nem a liberdade nem a inteligência do
homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas. Já no campo das
relações humanas, não é contrário à nossa própria dignidade crer no que outras
pessoas nos dizem sobre si mesmas e sobre suas intenções e confiar nas
promessas delas (como, por exemplo, quando um homem e uma mulher se casam),
para entrar assim em comunhão recíproca. Por isso, é ainda menos contrário à
nossa dignidade "prestar, pela fé, à revelação de Deus plena adesão do
intelecto e da vontade" e entrar, assim, em comunhão íntima com ele.
§155 Na fé, a inteligência e a vontade humanas
cooperam com a graça divina: "Credere est actus intellectus assentientis
veritati divinae ex imperio voluntatis a Deo motae per gratiam - Crer é um ato da inteligência que assente à verdade divina a
mando da vontade movida por Deus através da graça"
6)- Fé dom de Deus
§153 Quando São Pedro confessa que Jesus é o Cristo,
Filho do Deus vivo, Jesus lhe declara que esta revelação não lhe veio "da
carne e do sangue, mas de meu Pai que está nos céus". A fé é um dom de
Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele. "Para que se preste esta
fé, exigem-se a graça prévia e adjuvante de Deus e os auxílios internos do
Espírito Santo, que move o coração e o converte a Deus, abre os olhos da mente
e dá a todos suavidade no consentir e crer na verdade."
7)- Fé virtude teologal
§1813 As virtudes teologais fundamentam, animam e
caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes
morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para torná-los capazes de
agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São o penhor da presença e da ação
do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. Há três virtudes teologais: a
fé, a esperança e a caridade.
§1814 A fé é a virtude teologal pela qual cremos em
Deus e em tudo o que nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe para
crer, porque Ele é a própria verdade. Pela fé, "o homem livremente se
entrega todo a Deus. Por isso o fiel procura conhecer e fazer a vontade de
Deus. "O justo viverá da fé" (Rm 1,17). A fé viva "age pela
caridade" (Gl 5,6).
§1815 O dom da fé permanece naquele que não pecou
contra ela. Mas "é morta a fé sem obras" (Tg 2,26): privada da
esperança e do amor, a fé não une plenamente o fiel a Cristo e não faz dele um
membro vivo de seu Corpo.
§1816 O discípulo de Cristo não deve apenas guardar
a fé e nela viver, mas também professá-la, testemunhá-la com firmeza e
difundi-la: "Todos devem estar prontos a confessar Cristo perante os
homens e segui-lo no caminho da Cruz, entre perseguições que nunca faltam à
Igreja. O serviço e o testemunho da fé são requisitos da salvação: "Todo
aquele que se declarar por mim diante dos homens também eu me declararei por
ele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me renegar diante
dos homens também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus" (Mt
10,32-33).
8)- Igreja guardiã da fé
§171 A Igreja, que é "a coluna e o sustentáculo
da verdade" (1 Tm 3,15), guarda fielmente a fé uma vez por todas confiada
aos santos. E ela que conserva a memória das Palavras de Cristo, é ela. que
transmite de geração em geração a confissão de fé dos apóstolos. Como uma mãe
que ensina seus filhos a falar e, com isto, a, compreender e a comunicar, a
Igreja, nossa Mãe, nos ensina a linguagem da fé para introduzir-nos na
compreensão e na vida da fé.
§181 "Crer" e um ato eclesial. A fé da
Igreja precede, gera, tenta e alimenta nossa fé. A Igreja é a mãe de todos os
crentes. "Ninguém pode ter a Deus por Pai, que não tenha Igreja por mãe.
"
9)- Motivo da fé:
§156 O motivo de crer não é o fato de as verdades
reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz de nossa razão
natural. Cremos "por causa da autoridade de Deus que revela e que não pode
nem enganar-se nem enganar-nos". "Todavia, para que o obséquio de
nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do
Espírito Santo fossem acompanhados das provas exteriores de sua Revelação. Por
isso, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a
santidade da Igreja, sua fecundidade e estabilidade "constituem sinais
certíssimos da Revelação, adaptados à inteligência de todos",
"motivos de credibilidade" que mostram que o assentimento da fé não é
"de modo algum um movimento cego do espírito".
10)- Pecados contra a fé:
§2088 O primeiro mandamento manda-nos alimentar e
guardar com prudência e vigilância nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe.
Há diversas maneiras de pecar contra a fé:
A dúvida voluntária sobre a fé negligencia ou recusa
ter como verdadeiro o que Deus revelou e que a Igreja propõe para crer.A dúvida involuntária designa a hesitação em crer, a
dificuldade de superar as objeções ligadas à fé ou, ainda, a ansiedade
suscitada pela obscuridade da fé.Se for deliberadamente cultivada, a dúvida pode
levar à cegueira do espírito.
11)- Perseverança na fé e sua defesa:
§162 A fé é um dom gratuito que Deus concede ao
homem. Podemos perder este Dom inestimável; São Paulo alerta Timóteo sobre
isso: 'Combate... o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns,
rejeitando a boa consciência, vieram a naufragar na fé" (1Tm 1,18-19).
Para viver, crescer e
perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos
implorar ao Senhor que a aumente; ela deve "agir pela caridade" (Gl
5,6), ser carregada pela esperança e estar enraizada na fé da Igreja.
§2088 O primeiro mandamento manda-nos alimentar e
guardar com prudência e vigilância nossa fé e rejeitar tudo o que se lhe opõe.
Há diversas maneiras de pecar contra a fé.A dúvida voluntária sobre a fé negligencia ou recusa
ter como verdadeiro o que Deus revelou e que a Igreja propõe para crer. A
dúvida involuntária designa a hesitação em crer, a dificuldade de superar as
objeções ligadas à fé ou, ainda, a ansiedade suscitada pela obscuridade da fé.
Se for deliberadamente cultivada, a dúvida pode levar à cegueira do espírito.
12)- Provações e dificuldades no caminho da fé:
§164 Por ora, todavia, "caminhamos pela fé, não
pela visão" (2Cor 5,7), e conhecemos a Deus "como que em um espelho,
de uma forma confusa..., imperfeita" (1Cor 13,12). Luminosa em virtude
daquele em que ela crê, a fé é muitas vezes vivida na obscuridade.
A fé pode ser posta à
prova. O mundo em que vivemos muitas vezes parece estar bem longe daquilo que a
fé nos assegura; as experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da
morte parecem contradizer a Boa Nova; podem abalar a fé e tornar-se para ela
uma tentação.
13)- Testemunho de fé
§1816 O discípulo de Cristo não deve apenas guardar
a fé e nela viver, mas também professá-la, testemunhá-la com firmeza e
difundi-la: "Todos devem estar prontos a confessar Cristo perante os
homens e segui-lo no caminho da Cruz, entre perseguições que nunca faltam à
Igreja.
O serviço e o testemunho
da fé são requisitos da salvação: "Todo aquele que se declarar por mim
diante dos homens também eu me declararei por ele diante de meu Pai que está
nos céus. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens também o renegarei
diante de meu Pai que está nos céus" (Mt 10,32-33).
§2220 Os cristãos devem uma gratidão especial
àqueles de quem receberam o dom da fé, a graça do Batismo e a vida na Igreja
Pode tratar-se dos pais, de outros membros da família, dos avós. dos pastores,
dos catequistas, de outros professores ou amigos. "Evoco a lembrança da fé
sem hipocrisia que há em ti, a mesma que habitou primeiramente em tua avó Lóide
e em tua mãe Eunice e que, estou convencido, reside também em ti" (2 Tm
1,5).
§2473 O martírio é o supremo testemunho prestado à
verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte. O mártir dá
testemunho de Cristo, morto e ressuscitado, ao qual está unido pela caridade.
Dá testemunho da verdade da fé e da doutrina cristã. Enfrenta a morte num ato
de fortaleza. "Deixai-me ser comida das feras. E por elas que me será
concedido chegar até Deus."
§2474 Com o maior cuidado, a Igreja recolheu as
lembranças daqueles que foram até o fim para testemunhar a fé. São as
"Atas dos Mártires" (Acta Martyrum). Constituem os arquivos da
Verdade escritos em letras de sangue:
“De nada me servirão os
encantos do mundo e dos remos deste século. Melhor para mim é morrer (para me
unir) a Cristo Jesus do que reinar até as extremidades da terra. É a Ele, que
morreu por nós, que eu procuro; é a Ele, que ressuscitou por nós, que eu quero.
Aproxima-se o momento em que serei gerado... .Eu vos bendigo por me terdes
julgado digno desse dia e dessa hora, digno de ser contado no número dos vossos
mártires... Guardastes vossa promessa, Deus da fidelidade e da verdade. Por
essa graça e por todas as coisas, eu vos louvo, vos bendigo e vos glorifico
pelo eterno e celeste sumo sacerdote, Jesus Cristo vosso Filho bem-amado. Por
Ele, que está convosco e com o Espírito, vos seja dada glória, agora e por
todos os séculos. Amém.”
14)- Ultima provação da fé:
§675 Antes do advento de Cristo, a Igreja deve
passar por uma provação final que abalar a fé de muitos crentes. A perseguição
que acompanha a peregrinação dela na terra" desvendará o "mistério de
iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos
homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade.
A impostura religiosa
suprema é a do Anticristo, isto é, a de um pseudo-messianismo em que o homem
glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne.
15)- Defesa e difusão da fé
§1285 Juntamente com o Batismo e a Eucaristia, o
sacramento da Confirmação constitui o conjunto dos "sacramentos da
iniciação crista cuja unidade deve ser salvaguardada. Por isso, é preciso
explicar aos fiéis que a recepção deste sacramento é necessária à consumação da
graça batismal. Com efeito, "pelo sacramento da Confirmação [os fiéis são
vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do
Espírito Santo, e assim mais estritamente obrigados à fé que, como verdadeiras
testemunhas de Cristo, devem difundir e defender tanto por palavras como por
obras".
16)- O Exemplo da Fé de Maria - (Bem aventurada
aquela que creu):
§148 A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita
a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazida pelo
anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc 1,37) e
dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo
a tua palavra" (Lc 1,38). Isabel a saudou: "Bem-aventurada
a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido"
(Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as gerações a proclamarão
bem-aventurada.
§149 Durante toda a sua vida e até sua última
provação, quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, sua fé não vacilou. Maria
não deixou de crer "no cumprimento" da Palavra de Deus. Por isso a
Igreja venera em Maria a realização mais pura da fé.
17)- Efeitos da fé:
17.1)- Aceitação e conhecimento da revelação
§99 Graças a seu senso sobrenatural da fé, o Povo de
Deus inteiro não cessa de acolher o dom da Revelação divina, de penetrá-lo mais
profundamente e viver dele com mais plenitude.
§158 "A fé procura compreender": e
característico da fé o crente desejar conhecer melhor Aquele em quem pôs sua fé
e compreender melhor o que Ele revelou; um conhecimento mais penetrante
despertará por sua vez uma fé maior, cada vez mais ardente de amor. A graça da
fé abre "os olhos do coração" (Ef. 1,18) para uma compreensão viva
dos conteúdos da Revelação, isto é, do conjunto do projeto de Deus e dos
mistérios da fé, do nexo deles entre si e com Cristo, centro do Mistério
revelado. Ora, para "tomar cada vez mais profunda a compreensão da
Revelação, o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa continuamente a fé por meio de
seus dons. Assim, segundo o adágio de Santo Agostinho, "eu creio para
compreender, e compreendo para melhor crer".
17.2)- Acesso ao mistério da Igreja
§770 A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a
transcende. É unicamente "com os olhos da fé" que se pode enxergar em
sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de
vida divina.
§779 A Igreja é ao mesmo tempo visível e espiritual,
sociedade hierárquica e Corpo Místico de Cristo. Ela é una, formada de elemento
humano e um elemento divino. Somente a fé pode acolher este mistério.
§812 Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe
estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestações históricas delas
constituem sinais que falam também com clareza à razão humana. "A Igreja -
lembra o Concílio Vaticano I -, em razão de sua santidade, de sua unidade
católica, de sua constância invicta, é ela mesma um grande e perpétuo motivo de
credibilidade e uma prova irrefutável de sua missão divina."
17.3)- Acesso ao mistério da morte
§1006 "É diante da morte que o enigma da
condição humana atinge seu ponto mais alto." Em certo sentido, a morte
corporal é natural; mas para a fé ela é na realidade "salário do
pecado" (Rm 6,23). E, para os que morrem na graça de Cristo, é uma
participação na morte do Senhor, a fim de poder participar também de sua
Ressurreição.
17.4)- Acesso ao mistério da ressurreição de
Cristo
§1000 Este "corno" ultrapassa nossa
imaginação e nosso entendimento, sendo acessível só na fé. Nossa participação
na Eucaristia, no entanto, já nos dá um antegozo da transfiguração de nosso
corpo por Cristo:Assim como o pão que vem da terra, depois de ter
recebido a invocação de Deus, não é mais pão comum, mas Eucaristia, Constituída
por duas realidades, uma terrestre e a outra celeste, da mesma forma os nossos
corpos que participam da Eucaristia não são mais corruptíveis, pois têm a
esperança da ressurreição.
17.5)- Acesso ao mistério eucarístico o MISTÉRIO
DA FÉ:
§1381 "A presença do verdadeiro Corpo de Cristo
e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento 'não se pode descobrir pelos
sentidos, diz Santo Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus'. Por
isso, comentando o texto de São Lucas 22,19 ("Isto é o meu Corpo que será
entregue por vós"), São Cirilo declara: 'Não perguntes se é ou não
verdade; aceita com fé as palavras do Senhor, porque ele, que é a verdade, não
mente":Com devoção te adoro,/ Latente divindade./Que, sob
essas figuras,/Te escondes na verdade;/Meu Coração de pleno/Sujeito a ti,
obedece,/Pois que, em te contemplando,/Todo ele desfalece./A vista, o tato, o
gosto,/Certo, jamais te alcança;/Pela audição somente/Te crêem com
segurança;/Creio em tudo o que disse/De Deus Filho o Cordeiro./Nada é mais da
verdade/Que tal voz, verdadeiro./Adoro te devote.
17.6)- Adesão à onipotência de Deus
§273 Somente a fé pode aderir aos caminhos
misteriosos onipotência de Deus. Esta fé gloria-se de suas fraquezas a fim de
atrair sobre si o poder de Cristo, Desta fé, a Virgem Maria é o modelo supremo,
ela que acreditou que "nada impossível a Deus" (Lc 1,37) e que pôde
engrandecer o Senhor. "O Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor,
seu nome é Santo" (Lc 1,49).
É BÍBLICO PEDIR PARA QUE DEUS AUMENTE NOSSA FÉ ?
Muitos de nós já ouvimos esta frase ou no mínimo já
tivemos curiosidade de saber se podemos pedir a Deus que aumente nossa fé.É bíblico fazer esse tipo de pedido? Vamos ler o que
a bíblia diz e ter nossa resposta à luz
das Escrituras.
Lucas 17:3-10
“Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele
se arrepender, perdoa-lhe.Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete
vezes vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; tu lhe perdoarás.Disseram
então os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé.Respondeu o Senhor: Se
tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te,
e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.Qual de vós, tendo um servo a lavrar
ou a apascentar gado, lhe dirá, ao voltar ele do campo: chega-te já, e
reclina-te à mesa?Não lhe dirá antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e
serve-me, até que eu tenha comido e bebido, e depois comerás tu e beberás?Porventura
agradecerá ao servo, porque este fez o que lhe foi mandado?Assim também vós,
quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos
somente o que devíamos fazer.”
É interessante esse texto porque a primeira
impressão que temos ao lê-lo é que Jesus ao responder ao pedido do Apóstolo
Pedro, toca em dois assuntos distintos, mas, na verdade em todo o tempo Jesus
permanece no mesmo assunto.
Vamos por parte. Do que fala todo o contexto do
capítulo?
Perdão é a resposta correta. Pedro pede que sua fé
fosse aumentada para poder andar no estilo de vida que Jesus requer, ou seja,
perdoando quantas vezes fosse necessário. Jesus ensina que o crescimento da fé
não viria pela oração suplicante, mas exercendo a medida que eles já tinham em
seus corações, por menor que fosse.
Jesus diz: “ Se tiverdes fé como um grão de mostarda
direis...” Todo Cristão batizado já tem uma medida de fé que Deus derramou pelo
Espírito Santo em seu coração (Rm 12:3b). Essa fé é liberada falando o que se
crer.
O problema do Cristão não está na falta de fé, mas
no entendimento de como liberá-la. Como fazê-la funcionar. Jesus ensinou que se
eles dissessem à amoreira: “Desarraiga-te e planta-te no mar”, ela vos
obedeceria... Ou seja, se eles praticassem a medida que já tinham, poderiam ver
coisas impossíveis acontecer,e até maiores que a D’Ele:
João 14,12-14: “Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim
fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que
estas, porque eu estou indo para o Pai. E eu farei o que vocês pedirem em meu
nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu
nome, eu farei.”
Quando exercemos a fé que já temos vamos
experimentar o crescimento dela. A bíblia diz que a fé vem pelo ouvir, não
existe outra maneira de fé vir (Rm 19:17), permanece pelo meditar (Js 1:8) e
cresce pela prática.Jesus também ensina que para viver essa vida de fé é
necessário o andar continuo de perdão. Na parábola do servo inútil, Ele exorta
que a vida de perdão é uma obrigação cristã e quando andamos nesse estilo de
vida fazemos apenas nossa obrigação.
“Senhor, eu creio, mas vem em socorro de minha
pouca fé”
Essa oração nunca deve sair de nossos lábios, de nosso coração. Nós precisamos do auxílio do Senhor para crer, para nos mantermos firmes em nossa postura de fé.A vida, muitas vezes, confronta nossa fé. Muitos acontecimentos chegam para abalar as estruturas de nossas convicções. Precisamos que a nossa fé cresça para vivermos o Evangelho nas situações mais corriqueiras da vida, sobretudo quando algum sofrimento ou tentação bate à nossa porta. Precisamos de fé para obedecer a Jesus.
Como amar sempre? Como
“perdoar setenta vezes sete vezes”? Como amar os inimigos e rezar pelos que nos
perseguem? Como oferecer a outra face a quem nos feriu? Como confiar de novo em
quem nos traiu e magoou, em quem mentiu para nós, nos decepcionou? Como deixar
as mágoas para trás? Como amar além dos nossos limites?
Jesus nos manda fazer tudo isso. Como acreditar na
bondade do ser humano diante de tantas barbaridades que vemos pelo mundo?
Somente a fé nos abre para essa realidade.Em Cristo está todo o poder e todo o domínio. Ao
redor parece que está tudo um caos, perdido, mas Cristo tem o controle.
Por que parece que Ele não faz nada? Por que
parece que Ele está em silêncio?
Por falta de fé, por falta de oração, de intimidade
com Ele, de ir até Ele com o coração aberto. Ele age sempre, e sempre tem uma
palavra para nós.
Para quem crê, até o
silêncio de Deus é resposta. Não é um silêncio de indiferença ou impotência,
mas de segurança e onipotência. Para isso precisamos pedir, “Senhor, aumentai a
nossa fé!”
Precisamos de
fé para aceitar o que não compreendemos e não podemos mudar. Temos nossos limites, e só a fé pode nos
fazer transpô-los.
Só a fé nos conduz a um
abandono confiante. “Eu não sei nada, não posso nada, mas Deus pode tudo, sabe
tudo e, o melhor, Ele me ama”.
Pela fé “caminhamos sobre águas profundas e
agitadas, e às vezes até chegamos a afundar, mas a mão de Jesus está sempre lá,
estendida para nos socorrer em nossa falta de fé” (Mt 14,22-33).
Precisamos que nossa fé
seja grande para alcançarmos os milagres que tanto necessitamos, e para não
desanimarmos quando esses milagres não acontecem, pois também nos dia a palavra
de Deus: “ Felizes aqueles que nada viram mas, mesmo assim creram...”
Às vezes, a escuridão, a dor ou a angústia é tão
forte, que ter fé já é o próprio milagre; afinal, a fé é, antes de tudo, um dom
de Deus. Por isso todos somos capazes de ter fé.
Jesus nos diz que “se
tivermos fé do tamanho de um grão de mostarda seremos capazes de transportar
montanhas” (Mt 17,20). Talvez minha fé seja bem menor que um grão de mostarda,
e talvez a sua também seja. Mas eu não quero transportar montanhas. Pra quê?
Você quer? Deixa a montanha lá quietinha.
Eu peço para Jesus aumentar nossa fé para podermos
viver o Evangelho, viver melhor, suportarmos os sofrimentos reais da vida,
superarmos nosso egoísmo, perdoarmos aqueles que nos feriram para continuarmos
fazendo sempre o bem, para sermos luzes neste mundo tão obscurecido pelo pecado
e pela falta de fé.A fé está desaparecendo
do mundo, assim como o amor. Precisamos ter uma fé grande para superarmos
nossos limites dia após dia e sermos cada vez melhores, amarmos cada vez mais.Precisamos de fé para espalhar o amor pelo mundo. E
não qualquer amor, mas o amor de Deus, manifestado em Cristo e que foi
derramado em nossos corações pelo poder do Espírito.Esse amor está em nós, e ele brilhará conforme
cresce nossa fé.Por isso, vamos pedir juntos: “Senhor, eu creio, mas
aumentai a nossa fé”.
“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO”
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