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Fome, pobreza e injustiças - A culpa é de Deus ou do homem?

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 18 de maio de 2011 | 09:08


(foto reprodução)





Você está tomando um café gostoso numa confeitaria aprazível. Nem vê entrar a menina de pés descalços e olhos tristes.Ela bate de leve no seu ombro e estende a mão. Encabulado, você disfarça."Como é que deixaram ela entrar aqui?", pensa, sorrindo amarelo. Você não sabe o que fazer. Rápido, põe um trocado na mão da garota, desejando muito que ela vá logo embora, em busca de outro ombro...







A POBREZA E O POBRE NOS INCOMODA











Jesus disse: "Os pobres sempre os tendes convosco" (Mc 14.7).Poucas palavras bíblicas têm sido tão mal evocadas e com tanta freqüência. Diante da realidade da pobreza avassaladora que nos cerca, acabamos justificando o quadro, quando não a nossa própria indiferença. Nesse versículo Jesus diz não apenas que os pobres sempre estarão conosco, mas acrescenta: "Quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem" (Mc 14.7). Não é preciso contrapor um trecho ao outro, nem se pode "usar" esta palavra de Jesus para justificar a pobreza nem a injustiça que a gera.Esta afirmação de Jesus não é uma profecia, mas uma constatação da realidade que marca nossa história há muito tempo.É como aquela que diz do divórcio: é pela "dureza do vosso coração" que ele existe. É por causa dessa dureza que os pobres estão sempre conosco.















Por mais tempo do que o necessário, em mais lugares que o desejável e em número maior do que o admissível. Como Jesus gostaria que disséssemos: "Olha, Mestre, já não há mais menina descalça entre nós!" Ele iria sorrir e com o olhar dizer: "Já não era sem tempo!"  A Bíblia fala claramente da relação entre o pecado da exploração e da opressão e a existência do pobre e da pobreza. A injustiça, além de denunciada, deve ser ultrapassada pela justiça, com a qual Deus está visceralmente comprometido; e nisso ele quer ver o seu povo engajado de maneira singular e prioritária.Um dos textos mais belos e profundos de como isso deveria e poderia acontecer é o da experiência da igreja primitiva, quando uma comunidade emergente praticava o suprimento das necessidades básicas da vida e onde as meninas tinham chinelos para calçar (At 2.42-47). Assim, eles rezavam e viviam, pois se vive como se reza. A fome e a miséria aqui identificadas são as extremas, quando as necessidades básicas da vida:Comida, água, vestuário, abrigo, saneamento, educação e saúde,não podem ser atendidas.Em termos do Banco Mundial, isso acontece quando se vive com menos de 1 dólar por dia, o que ocorre hoje com 1,1 bilhão de pessoas. Em conseqüência, a cada três segundos morre uma criança no mundo vítima de aids e pobreza extrema.Algumas iniciativas tímidas, propõe reduzir pela metade até 2015 o número de pessoas que vivem assim, bem como reduzir pela metade a proporção de pessoas que sofrem fome e aumentar a quantidade de comida para aqueles que sofrem fome extrema.Em alguns lugares do mundo, entre os quais o Brasil, o progresso tem sido significativo. Já em outros, especialmente no continente africano, o alcance do objetivo deixa muito a desejar.No Brasil os programas Bolsa Escola e Bolsa Família ajudaram a alcançá-lo.Enquanto em 1994 a população brasileira que vivia abaixo da linha da pobreza era de 23,4%, em 2004 ela diminuiu para 14,2%. Isso é muito bom, embora ainda haja muita menina descalça batendo em nosso ombro.






As classes sociais e as desigualdades

















No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: Coisas materiais, raça, sexo, cultura,capacidades, oportunidades, entre outros.














Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeados de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outros não sequer o que comer durante o dia. Por isso vemos que em cada sociedade existem essas desigualdades, elas assumem feições distintas porque são constituídas de um conjunto de elementos económicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade.





Desigualdades: A pobreza como fracasso 












No século XVIII, o capitalismo teve um grande crescimento, com a ajuda da industrialização, dando origem assim as relações entre o capital e o trabalho, então o capitalista, que era o grande patrão, e o trabalhador assalariado passaram a ser os principais representantes desta organização. A justificativa encontrada para esta nova fase foi o liberalismo que se baseava na defesa da propriedade privada, comércio liberal e igualdade perante a lei.A velha sociedade feudal estava sendo totalmente transformada, assim o nome de homem de negócios era exaltado como virtude, e eram-lhe dadas todas as credenciais uma vez que ele poderia fazer o bem a toda sociedade. O homem de negócios era louvado ou seja ele era o máximo, era o sucesso total e citado para todos como modelo para os demais integrantes da sociedade, a riqueza era mostrada como seu triunfo pelo seus esforços, diferente do principal fundamento da desigualdade que era a pobreza que era o fator principal de seu fracasso pessoal .Então os pobres deveriam apenas cuidar dos bens do patrão, maquinas, ferramentas, transportes e outros e supostamente Deus era testemunha do esforço e da dedicação do trabalhador ao seu patrão. Diziam que a pobreza se dava pelo seu fracasso e pela ausência de graça, então o pobre era pobre porque Deus o quis assim. O pobre servia única e exclusivamente para trabalhar para seus patrões e tinham que ganhar somente o básico para sua sobrevivência, pois eles não podiam melhorar suas condições pois poderiam não se sujeitar mais ao trabalho para os ricos, a existência do pobre era defendida pelos ricos, pois os ricos são ricos as custas dos pobres, ou seja para poderem ficar ricos eles precisam dos pobres trabalhando para eles, assim conclui-se que os pobres não podiam deixar de serem pobres.





A desigualdade como produto das relações sociais 












Várias teorias apareceram no século XIX criticando as explicações sobre desigualdade, entre elas a de Karl Marx, que desenvolveu um teoria sobre a noção de liberdade e igualdade do pensamento liberal, essa liberdade baseava-se na liberdade de comprar e vender.Outra muito criticada também foi a igualdade jurídica que baseava-se nas necessidades do capitalismo de apresentar todas as relações como fundadas em normas jurídicas. Como a relação patrão e empregado tinha que ser feita sobre os princípios do direito, e outras tantas relações também. Marx criticava o liberalismo porque só eram expressos os interesses de uma parte da sociedade e não da maioria como tinha que ser, a justiça trabalhista de certa forma veio equilibrar esta disparidade. Segundo o próprio Marx a sociedade é um conjunto de atividades dos homens, ou ações humanas, e essas ações e que tornam a sociedade possível. Essas ações ajudam a organização social, e mostra que o homem se relaciona uns com os outros. Assim Marx considera as desigualdades sociais como produto de um conjunto de relações pautado na propriedade como um fato jurídico, e também político.














O poder de dominação é que da origem a essas desigualdades






As desigualdades se originam dessa relação contraditória, refletem na apropriação e dominação, dando origem a um sistema social, neste sistema uma classes produz e a outra domina tudo, onde esta última domina a primeira dando origem as classes operárias e burguesas.As desigualadas são fruto das relações, sociais, políticas e culturais, mostrando que as desigualdades não são apenas econômicas mas também culturais, participar de uma classe significa que você esta em plena atividade social, seja na escola, seja em casa com a família ou em qualquer outro lugar, e estas atividades ajudam-lhe a ter um melhor pensamento sobre si mesmo e seus companheiros. 







A CULPA É DE DEUS ? OU DO PRÓPRIO HOMEM?










 


Se as riquezas do mundo fossem distribuídas com equidade, todos seriam ricos. Já dizia Dom Helder Câmara, referindo-se a pobreza extrema no Nordeste: “O problema não é a SECA mas a CERCA”. Se a distribuição de renda, bens e serviços, fossem justas,as lixeiras teriam a única função de guardar lixo. A indústria da reciclagem não prosperaria à custa dos pobres.Sim, porque no sistema deste mundo a riqueza gera pobreza. Existem pobres porque existem ricos.Assim, a riqueza, que deveria ser uma bênção de todos, suprindo onde falta, ao migrar para as mãos de uma minoria gananciosa, se torna o berço de todas as injustiças, a raiz de todos os males.Tiago afirma sem rodeios em sua carta que os ricos oprimem os pobres. De fato, não há riqueza injusta sem opressão.Há pessoas absurdamente ricas, que gastam num jantar o que um pobre não ganharia num ano inteiro. Já se pagou mais de 2 milhões de reais por uma sobremesa, enquanto numa determinada região do Brasil as pessoas comem capim para sobreviver.Não há como manter essa desigualdade sem praticar alguma forma de violência contra o semelhante. Penso que o mandamento de amar o próximo resultaria naquela equidade, mas isso só aconteceria se todos amassem o próximo. A Igreja primitiva parece ter descoberto essa verdade, eliminando pelo menos as distorções maiores em sua comunidade. Mas parece que depois a velha sarx falou mais alto.Os próprios ricos, apesar de já terem a sua “consolação”, também não são felizes. A vida deles é uma tragédia num cenário de luxo.O caminho da riqueza material é pontilhado de armadilhas para o espírito, e são poucos os que chegam incólumes do outro lado. “Tem rico que é tão pobre que a única coisa que possui é dinheiro" ( D. Helder Câmara). 















Pode-se dizer, então, que no atual sistema só a infelicidade é distribuída equitativamente. Apesar das minhas reservas para com a doutrina dispensacionalista, salvo melhor juízo, penso que o Milênio é uma necessidade. O mundo, livre da influência do Maligno, idealizador do atual sistema, aprenderá que é possível enriquecer sem ganância, abdicando da injustiça. Riqueza e felicidade enfim estarão juntas! O Milênio, portanto, é o “eu não disse?” de Jesus, a prova de que essa condição, ainda que numa escala menor, poderia ser conseguida agora. As cenas protagonizadas pelos sobreviventes dos lixões mostram que nós, cristãos, falhamos em alguma coisa. Deus já fez a sua parte, agora compete a nós fazermos a nossa...









Oremos:








“Senhor nosso Deus e nosso Pai, dai-nos força, sabedoria e disposição para mudar tudo aquilo que está ao nosso alcance, consolo para aceitar aquilo que não podemos mudar, e discernimento constante para distinguir uma coisa da outra...”















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21 de maio de 2011 às 10:11

Prezado Jorge Luis,

Obrigado por sua visita a este nosso apostolado.
Visitei seus blogs, são excelentes !!! e Recomendo-os. E me tornei seu seguidor em dois deles.Gostaríamos de tê-lo também como nosso seguidor.

Shalom !!!

Anônimo
13 de março de 2023 às 12:06

Jesus disse: "Os pobres sempre os tendes convosco" (Mc 14.7).Poucas palavras bíblicas têm sido tão mal evocadas e com tanta freqüência. Diante da realidade da pobreza avassaladora que nos cerca, acabamos justificando o quadro, quando não a nossa própria indiferença. Nesse versículo Jesus diz não apenas que os pobres sempre estarão conosco, mas acrescenta: "Quando quiserdes, podeis fazer-lhes bem" (Mc 14.7). Não é preciso contrapor um trecho ao outro, nem se pode "usar" esta palavra de Jesus para justificar a pobreza nem a injustiça que a gera.Esta afirmação de Jesus não é uma profecia, mas uma constatação da realidade que marca nossa história há muito tempo.É como aquela que diz do divórcio: é pela "dureza do vosso coração" que ele existe. É por causa dessa dureza que os pobres estão sempre conosco.

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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