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Freud sugere que a “terapia” para homossexualidade é possível, mas que o resultado não pode ser previsto!

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 18 de setembro de 2020 | 14:19

 


 



Para Freud, a homossexualidade é uma variação da função sexual. Freud acreditava que a homossexualidade é uma “perversão polimorfa”. Segundo ele, quem tem essa perversão é capaz de sentir prazer de diversas formas, portanto, a homossexualidade é uma perversão polimorfa. Em ‘Os três ensaios sobre a teoria da sexualidade’ (1905), Freud diz que: “todos os seres humanos são capazes de fazer uma escolha de objeto homossexual e que de fato a consumaram no inconsciente”  - ou seja, embora haja a repressão de outras formas de prazer sexual, além daquela naturalmente voltada para a procriação e perpetuação da espécie, o indivíduo pode possuir fantasias homossexuais. A função do profissional de psicologia não é dizer ao paciente como ele deve viver, mas sim apoiá-lo com base em princípios científicos para que ele(a) possa encontrar o devido equilíbrio na sua vivência bio, psíquica e social. Apesar do termo “perversão” estar articulado historicamente a “desvio da norma” sexual e à noção de perversidade e periculosidade, a psicanálise o utiliza de maneira bem diferente. Em primeiro lugar, Freud generaliza a perversão: a sexualidade é não só perversa, mas “polimorfo-perversa”, pois a sexualidade admite toda a variação possível, sendo seu objetivo unicamente a satisfação dos impulsos.  A conexão da sexualidade única e exclusivamente com a reprodução é um dado científico-religioso que o impulso sexual não se rende, porém, nós como seres racionais e potencialmente virtuosos, não se justifica também, reder-se indiscriminadamente aos instintos da carne. Por outro lado, perversão é uma das “estruturas clínicas”, ao lado da neurose e da psicose. Não é mais patológica do que as outras. São três modos de se lidar com a castração simbólica, ou melhor, três meios de negá-la, pois ela, tanto para o homem quanto para a mulher, gera angústia e ameaça. 




Para a psicanálise, um homossexual pode ser

 



a)-Neurótico (histérico, obsessivo, fóbico),

 



b)-Psicótico (esquizofrênico, paranóico)

 



c)-Perverso (fetichista, sádico, masoquista, voyeur, etc.).

 

 

E mesmo dentro de cada tipo clínico, a diversidade é imensa. São também três maneiras de gozar:

 



1)-O neurótico não sabe como gozar equilibradamente.

 



2)-O psicótico atribui o gozo ao Outro,

 



3)-O perverso se faz de instrumento do gozo do Outro (Antonio Quinet - Psicanalista da UVA, Rio de Janeiro).

 



Freud explica a homossexualidade como sendo uma saída negativa do complexo de Édipo





 





Mas para entender do que se trata, inicialmente temos que dar um 'approach' (enfoque) no que é o complexo de Édipo. Segundo Freud, a criança por volta dos 4 anos de idade, se encontra ligada libidinosamente a sua mãe. Édipo foi um homem grego que amou sua mãe, e é por isso que Freud deu este nome a esta etapa das nossas vidas. É um tanto quanto difícil imaginar uma criança de 4 ou 5 anos, simplesmente gamada em sua própria mãe, mas é mais ou menos isso que acontece com quase todas as pessoas, nessa idade. Se você observar uma criança desta idade, vai ver que ela é manhosa, vive no colo da mãe, e se alguém a tira de perto da mãe ela dá birra. Isso acontece também dentro de casa, com meninos e meninas, onde quem sofre com essa 'paixonite' pela mãe é o pai e os irmãos, que mal podem se aproximar. Logicamente, uma situação como essa numa família é insustentável, pois afinal, todos, inclusive o pai, querem estar perto da mãe. Pai e filho (as vezes irmão mais velho também) começam a travar uma disputa pela posse da mãe. Este conflito é normal, e acontece com todos nós como já havíamos citado anteriormente. Normalmente o pai vence, impõe limites à birra do filho, consegue "desgrudar" o filho da mãe. Há um sentimento de "rivalidade" com o pai. É um processo um tanto quanto longo, as vezes mais de 6 ou 12 meses. Com isso, o filho passa então a se ligar mais ao pai, e aos 6 - 7 anos ele já gosta de pescar ou jogar futebol junto com o pai, e já é todo 'tiete' do próprio pai. E assim ele passa a interiorizar as características masculinas do pai, tanto quanto o objeto de desejo, as mulheres, o que só vai se estruturar de fato na adolescência. Mas a semente é plantada na época do complexo de Édipo. Segundo Freud, a homossexualidade se explica por uma saída "negativa" do complexo de Édipo. Quando o pai da criança não consegue impor limites ao filho, que está literalmente grudado na mãe, o filho não passa a se voltar para as características do pai, e interioriza as características femininas da mãe, inclusive seu objeto de desejo, o homem. Freud cita a relação "pai passivo/mãe dominadora" para este novo triângulo. Isto se explica pois, uma relação de pai passivo e uma mãe superprotetora, faz com que o pai não consiga "vencer" a disputa com o filho, pela "posse" da exclusividade da mãe. O filho então torna-se homossexual. É esta a coluna mestra, na teoria de Freud, para uma pessoa se tornar homossexual.Alguns psicoterapeutas hoje, adaptaram esta teoria para nossa realidade do século XXI. Muitos vêem como sendo um processo de triangulação entre pai mãe e filho. José Fonseca, médico-psiquiatra e psicodramatista, diz que: “A criança entra numa "crise de triangulação", por volta dos 4 anos. Ela se sente ou não rejeitada, quando descobre que além de uma relação entre ela (a criança) e a mãe, há também uma relação entre os dois, pai e mãe. A resolução desta crise pode ser a criança aceitar que ela não é o centro do mundo, que as outras pessoas têm relacionamentos entre si, independente dela, o que não significa que ela receberá menos afeto por isso. Superada essa crise, ela estará pronta para relacionar-se com as demais pessoas, entrando na fase de socialização." (Costa, 1994). "Tudo isso acontece com a criança de forma inconsciente, e por volta dos 5 ou 6 anos ela já pode ter resolvido esta crise. Nessa fase, a criança tem como primeiro modelo o relacionamento entre um casal, geralmente heterossexual. Esse primeiro modelo poderá servir como ponto de partida para seus relacionamentos afetivos e sexuais no futuro." (Costa, 1994). Mesmo após todas estas teorias, muitos são os casos que fogem do modelo de Freud ou da Triangulação, como citamos. A definição da orientação afetivo-sexual é ainda considerada não explicada.

 

 

 

Mas, afinal de contas, o que significa "masculino e feminino para Freud", o fundador da psicanálise?

 



 




 

Avancemos, um pouco mais, no labiríntico ensaio sobre a sexualidade. No momento, em que o autor afirma, categoricamente, que a noção de bissexualidade é um fator crucial para compreender as manifestações sexuais no homem e na mulher; remete-nos a uma nota de rodapé, datada de 1915, na qual irá complexificar os conceitos de 'masculino' e 'feminino'. Freud insiste na importância de marcar a diferença entre a simplicidade da opinião comum e o complexo ponto de vista científico. Indica pelo menos três aspectos para abordarmos esta questão:

 


1)-O primeiro aspecto relaciona-se a concepção de atividade e passividade.

 

2)-O aspectos biológico.

 

3)-O aspecto sociológico.

 

 

Esclarece que o primeiro aspecto seria essencial para a Psicanálise, pois dele deriva-se à afirmação de que a libido seja masculina, isto é, 'ativa', ainda que estabeleça para si fins 'passivos'. Finalmente, conclui que o ser humano possui "uma mescla de seus caracteres sexuais biológicos com os traços biológicos do sexo oposto e uma conjugação de atividade e passividade" (Freud, 1905/1969d, p.207). Se por um lado Freud assume a complexidade da tentativa de definir 'masculino' e 'feminino', por outro parece incorporar os valores em vigor do século XIX, segundo o qual o feminino se identificava com a idéia de passividade e o masculino era associado à idéia de atividade.

 

Neste sentido, concordamos com a afirmação do Deleuze de que:

 

 

“Não basta tampouco dizer que cada sexo contém o outro, e deve desenvolver em si mesmo o polo oposto. Bissexualidade não é um conceito melhor que o da separação dos sexos. Miniaturizar, interiorizar a máquina binária, é tão deplorável quanto exasperá-la, não é assim que se sai disso” (Deleuze, 2002, p. 68).

 

 

Em uma carta resposta a uma mãe com um filho homosexual Freud sugere que o "tratamento" para homossexualidade é possível, mas diz que o resultado "não pode ser previsto"

 

 

Atualmente, a carta está em exposição em Londres, como parte de uma exibição no museu Wellcome Collection, intitulada "Instituto de Sexologia". Este texto foi originalmente publicado no HuffPost US e traduzido do inglês.

 

 

 

Veja a tradução literal da Carta de Freud:

 



Prezada senhora...

 

 

"Eu vi na sua carta que seu filho é homossexual. Estou mais impressionado com o fato de você não mencionar esse termo ao passar as informações sobre ele. Posso te perguntar por que você evita o termo? Homossexualidade certamente não é uma vantagem, mas não há motivos para se envergonhar, não há vícios, não há degradação; isso não pode ser classificado como uma doença; consideramos como uma variação da função sexual, produzida por uma certa contenção do desenvolvimento sexual. Muitos indivíduos altamente respeitáveis da antiguidade e também dos tempos modernos foram homossexuais, diversos homens grandiosos. (Platão, Michelangelo, Leonardo da Vinci, etc). É uma grande injustiça perseguir a homossexualidade como se fosse um crime - e uma crueldade também. Se a senhora não acredita em mim, leia os livros de Havelock Ellis.Ao me perguntar se eu posso ajudá-la, suponho que queira dizer se posso abolir a homossexualidade e fazer com que a heterossexualidade tome seu lugar. A resposta é, em termos gerais não podemos assegurar que dê certo. Em alguns casos, temos êxito em desenvolver os genes de tendências heterossexuais prejudicados, que estão presentes em todos os homossexuais. Na maioria dos casos, isso não é possível. É uma questão da qualidade e da idade do indivíduo. O resultado do tratamento não pode ser previsto.O que a terapia pode fazer pelo seu filho vai em outra direção. Se ele é infeliz, neurótico, atormentado por conflitos, prejudicado em sua vida social, a terapia pode trazer harmonia, paz de espírito, eficácia, quer ele permaneça homossexual ou mude. Se decidir que ele deve se consultar comigo — Não acredito que vá — ele teria que vir à Viena. Eu não tenho intenção de sair daqui. Entretanto, não deixe de me dar sua resposta.




Com os melhores cumprimentos e atenciosamente,

 

Freud



P.S. Não encontrei dificuldade em entender sua letra. Espero que minha letra e meu inglês não sejam uma tarefa difícil.

 



 





BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

 



-FARIAS, T. M. S., NANTES, E. S., & AGUIAR, S. M. Fases psicossexuais Freudianas. In Resumos do 4º Simpósio Internacional de Educação Sexual. Campo Mourão, PR, 2015.

 

-ZORNING, S. M. A. As teorias sexuais infantis na atualidade: algumas reflexões, Psicologia em Estudo. 1(13), 73-77, 2008.

 

-PEREIRA, F., MARQUES, L., & SPERONI, T. Um estudo sobre a noção de bissexualidade em Freud, Revista Saúde, Corpo, Ambiente & Cuidado. 1(1), 1-18, 2012

 

-Barvero, G. — Homossexualidade e perversão na Psicanálise: uma resposta aos Gay & Lesbian Studies.

 

-Lanteri-Laura, G. (1994). Leitura das perversões: História de sua apropriação médica. Rio de Janeiro: Zahar.

 

-Freud, S. (1967). Lettre de Freud à Mrs N. N...: Correspondance de Freud 1873-1939. Paris: Gallimard. (Originalmente publicado em 1935). 

 

-Freud, S. (1969d). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 7). Rio de Janeiro: Imago.(Originalmente publicado em 1905).

 

-Freud, S. (1969e). Fantasias histéricas e sua relação com a bissexualidade (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 9). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1908). 

 

-Freud, S. (1969k). A organização genital infantil (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 19). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1923).

 

 




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