Ao debater os ensinamentos da
Igreja Católica, os protestantes invariavelmente vão em busca do que dizem outros
protestantes, fracassando assim, ao mesmo tempo, em ir à fonte dos ensinamentos
católicos (na própria Igreja Católica) com o fim de encontrar a verdade sobre o
que ela realmente ensina. Ora, se fosse comprar um Ford, buscaria assessoria
sobre o Ford junto a um vendedor da Chevrolet? O que me diria? Não! uma pessoa
inteligente iria à fonte, ou seja, à concessionária Ford. Então, por que os
protestantes não procuram a Igreja Católica para tirar suas dúvidas sobre a
doutrina Católica e encontrar a verdade ? Ignorar a Igreja Católica é ignorar a
Cristo, pois a Igreja Católica é Seu corpo (conf.
Atos 9,2-4).
Vocês Católicos são muito chatos e revanchistas, só
porque chamamos a Eucaristia de vocês de bolacha branca,
vocês agora ficam tirando onda de nosso lanche, ops...ceia, de:
-"Meu lanchinho, meu lanchinho", vou comer, vou comer...
-Uma "dose de São João da Barra" e um tira gosto?
-Aqueles "brindes" que ganhamos após fazer exame de sangue no
hospital?
-Degustação de supermercado?
-Deixa a galera "lanchar" em paz !!!
ATENÇÃO!!! Coloquei este pequeno
texto acima para que se evite estas recíprocas ofensas à fé um dos outros, pois
se você como evangélico(a) se sentiu ofendido ao chamar a ceia de vocês de "lanchinho", os Católicos também, ficam ofendidos quando tratam a Santa Eucaristia com "nomes depreciativos".
Meu nome é Simone e
gostaria que o senhor me esclarecesse uma dúvida. Sou evangélica e o que aprendi
é que quando tomamos a ceia fazemos em mémoria de Jesus e que quando vocês Católicos tomam a ceia, acreditam que ali realmente é o corpo e sangue de Cristo. Gostaria de
saber que se realmente for assim, então Cristo comeu sua própria carne e bebeu
seu próprio sangue? Deus permitiria uma coisa dessa? E se realmente ocorre
um milagre na hora que o padre levanta a hóstia e o cálice, por que não é visto
aos nossos olhos já que um milagre é algo sobrenatural onde Deus manifesta o
seu poder de algum modo? E se for tipo um milagre quer dizer que já virou algo
trivial? E porque o vinho não é mais dado aos fiéis na hora da comunhão? Gostaria que o Sr. me
respondesse a essas perguntas, e de modo algum quero afrontar a religião
católica com essas perguntas! Só quero simplesmente entender o que realmente
significa a ceia. Que a paz do nosso
Senhor Jesus Cristo lhes acompanhem sempre!
“O rito da
ceia é realmente memorial, mas a presença de Jesus é real”
Prezada Simone, "Salve Maria! A Mãe de meu Senhor" (S. Lucas 1,
43)
Você tem não uma, mas
várias dúvidas, que a impedem de aceitar a verdade sobre a presença real de
Nosso Senhor na hóstia e no vinho consagrados. Lutero e os demais reformadores
negavam a transubstanciação e a presença real de formas diversas, pois o livre
exame ensinado pelo monge rebelde leva cada um a defender o que ACHA, e não a
verdade ensinada por Cristo. Somente sobre este tema, um autor chegou a
contar MAIS DE 200 INTERPRETAÇÕES protestantes diferentes, na época da reforma!
Qual delas é a correta, Simone? Qual linha protestante que você segue? É
evidente que os protestantes não têm a verdade, pois a multidão de opiniões
contraditórias é sinal de mentira, e não da verdade - que é única. Só a
Igreja Católica possui a verdade, porque foi fundada por Cristo sobre Pedro, a
quem o mesmo Cristo entregou a chaves do céu, e a quem prometeu sua assistência
até o final dos tempos.Você então diz que os
protestantes celebram apenas a memória de Jesus, porém Cristo não disse isso. Cristo
disse para os Apóstolos repetirem o que ele fez - FAZEI ISTO - em sua memória. Somente
LEMBRAR de alguém, e FAZER ALGO EM LEMBRANÇA desta pessoa, é bem diferente,
Simone. O caráter memorial não quer dizer que Cristo não está presente,
mas que não está presente de forma VISÍVEL. Se você disser que Cristo não está
presente de forma alguma, então o que Nosso Senhor prometeu aos Apóstolos perde
o sentido: "Estarei convosco todos os dias até a consumação dos
séculos." (São Mateus, XXVIII, 20).Se a celebração da
ceia é memorial como os protestantes defendem, como Cristo poderia prometer estar
com a Igreja? O que Nosso Senhor fez foi deixar uma cerimônia para que a Igreja
renovasse o Seu sacrifício e aplicasse os méritos aos fiéis, pois sabia que
iria para o céu, não estaria mais com os homens VISIVELMENTE.O fato de Cristo
continuar presente na missa, sob as espécies de pão e vinho é, portanto,
compatível com o caráter memorial. Só a interpretação legítima da Igreja pode
harmonizar estes e os demais trechos sobre a Santa Ceia. Respondendo sua outra dúvida se Cristo e os apóstolos comeram e beberam da carne e sangue de Cristo? Vamos deixar que a própria revelação nas escrituras sagradas respondam:
João 6:51-56: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste
pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela
vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes
disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do
homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida
eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque
a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é
bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu
sangue permanece em mim e eu nele”.
1 Coríntios 11,27-29: “Portanto,
todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será
culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si
mesmo e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem
come e bebe sem discernir o corpo do Senhor come e bebe para sua própria
condenação”.
Você pergunta ainda: "E se realmente ocorre um milagre na hora que
o padre levanta a hóstia e o cálice, por que não é visto aos nossos olhos já
que um milagre é algo sobrenatural onde Deus manifesta o seu poder de algum
modo? E se for tipo um milagre quer dizer que já virou algo trivial?" Ora, Simone, vemos no
Evangelho milagres visíveis e invisíveis, ao contrário do que você afirma. E os
milagres invisíveis são sempre SUPERIORES, como na cura do paralítico, em que
Cristo perdoa os seus pecados (milagre invisível!) e também o cura de sua
doença (milagre visível!).Também a multiplicação dos pães foi um milagre
visível, para que os judeus se convencessem da divindade de Cristo. Mas o
milagre maior é a eucaristia, que Cristo revela de modo inquestionável na
seqüência desta cena, pois os judeus procuravam fazê-lo rei. (São João, VI).
Neste capítulo do evangelista, Cristo diz que é o pão que veio do céu, e que
sua carne é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida, que é preciso
comer sua carne, que quem não comer sua carne não terá vida eterna, mostrando
que a eucaristia não é memorial, mas real. Aos judeus escandalizados, reafirma
estas verdades, e São João relata que vários discípulos foram embora. Linguagem
figurada? Não, Simone, Cristo foi absolutamente claro, deixando porém para
revelar como se daria esta refeição de sua carne e seu sangue para a Santa
Ceia.
O que
vocês, protestantes, não conseguem distinguir é a finalidade dos milagres:
1)- Os visíveis são
para os incrédulos, que precisam de algo material para se convencerem do poder
divino.
2)- Já os milagres
invisíveis são para os que têm a verdadeira fé, que confiam no poder de Deus,
sem precisar conferir com os sentidos, pois o justo vive pela fé (Hebreus
10,38) e mais ainda: “Felizes aqueles que NADA VIRAM, mas mesmo assim creram...”
(João 20,29).São Tomé é quem precisava ver para crer, e apesar de Cristo
permitir que ele tocasse suas chagas (pois era Apóstolo), censurou sua
incredulidade e disse que melhor eram aqueles que não viram e creram (portanto,
que tinham fé). São Tomé então dá a belíssima profissão de fé, reconhecendo
Cristo como Deus.E de forma alguma o milagre deixa de ser a manifestação do
poder de Deus, ou algo que se torna algo trivial, pois só Deus pode fazê-lo!
Não sabemos de ninguém que possa suspender as leis da natureza, fazendo com que dois corpos venham ocupar o mesmo espaço,Jesus de forma sobrenatural com seu corpo, sangue, alma e divindade, vem ocupar as espécies eucarísticas por ANTONOMÁSIA. O que você não
compreende, por causa do protestantismo, é a habitualidade com que Deus se
digna nos servir de alimento, e neste ponto seria preciso lembrar o amor que
Deus tem pelos homens, e a imensa gratidão que deveríamos ter para com Ele. Se você se surpreende
com esta habitualidade, o que dizer do Êxodo judeu, quando Deus conversava com
Moisés face a face, e conduzia seu povo por meio de uma coluna de fogo durante
à noite, e por meio de uma nuvem durante o dia, alimentando os judeus com o maná,
figura da eucaristia? Deus ama os homens, e quer estar com eles. Por isso mandou
seu Filho amado para pagar pelos homens, e reconciliá-los. Assim como na
parábola das dez moedas, em que a mulher guarda as nove que estão garantidas
(os nove coros de anjos) e acende a lâmpada para buscar a perdida (a Luz de
Cristo, que vai em busca da décima moeda, a humanidade que se perdeu em Adão).A revolta protestante
é que deturpou a visão de Deus, ora colocando-o como um carrasco terrível, ora
como um Deus sentimental, e portanto injusto, mas nunca como o verdadeiro
soberano justo e misericordioso que a Igreja Católica serve por 2000 anos, e
ensinou a humanidade a conhecer, amar e servir, até que o monge alemão dividiu
a cristandade, e plantou a semente do orgulho que até hoje causa inúmeras
divisões. O mesmo Lutero que dizia ser justificada uma mentira, uma boa e
grossa mentira, para se atingir os fins!E esta verdade é
evidente nas Escrituras é que Cristo instituiu de fato a eucaristia, em que
estando presente realmente, se nos dá em alimento. Basta ver o capítulo VI de
S. João, as passagens dos Evangelistas sobre a Santa Ceia, e mais
impressionante ainda, a exposição teológica de S. Paulo na carta aos Coríntios
(capítulo XI), afirmando estas verdades, condenando aqueles que transformaram a
missa em refeição, e mostrando a realidade do corpo de Cristo na eucaristia,
dizendo que quem não distingue o CORPO DO SENHOR, come e bebe a própria
condenação.
Por fim, resta a questão da comunhão sob uma
espécie. Você pergunta: "E porque o vinho não é mais dado aos fiéis na
hora da comunhão?"
Ora, Simone, no pão,
assim como no vinho, está Cristo presente inteiro em cada partícula e em cada
gota. Portanto, o cuidado que se deve ter com o vinho consagrado é enorme, pois existe a
possibilidade de gotas possam cair do cálice durante a comunhão; o qual é servido por prudência em celebrações menores. Por isso a Igreja sabiamente definiu a
comunhão sob uma só espécie, pois Cristo está todo inteiro na hóstia, assim
como está todo inteiro no cálice, pois a consagração do pão no corpo, implica
que Cristo esteja inteiro e não separado, também com seu sangue, alma e
divindade. Esta presença, que não se dá em virtude da consagração, se dá por
concomitância real, ou seja, como Cristo não pode ser separado, onde está sua
carne está seu sangue, alma e divindade. O mesmo se aplica ao vinho consagrado.
Esperando tê-la
respondido,
In corde Iesu et
Mariae.
Marcos Liborio
A Eucaristia e os Protestantes
Por Veritatis
Splendor
Todo protestante que
se preze lê a Bíblia! Em particular, muitos gostam do Novo Testamento e em
especial o Evangelho de São João que é querido por inúmeras pessoas. Eu também amo
a forma como São João expõe o Evangelho do Mestre. Mas há alguns detalhes que
as pessoas passam por alto. Um deles, senão o principal, está diante dos olhos
de todos e muitos nem percebem. Falo do texto de João 6.Alguém mais desavisado
dirá: mas o que tem João 6 de especial?. É aí que está. Estamos diante de um
texto deveras especial. Vamos a ele:
João 6,31-36: “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Do céu
deu-lhes pão a comer. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo:
Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do
céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes Jesus: Eu
sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em
mim jamais terá sede. Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não
credes.”
Aqui Jesus declara ser o pão da vida, o pão que desceu do Céu e
que dá vida ao mundo. Ele falava literalmente e assim foi compreendido, como
veremos depois! Tanto é verdade, que em seguida os judeus conjecturavam:
João 6,41-42: "Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que
desceu do céu; e perguntavam: Não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós
conhecemos? Como, pois, diz agora: Desci do céu?"
Fica claro aí, portanto, que os judeus estavam compreendendo Jesus
tal como ele falava! Aí, Jesus chega então ao cerne do texto em questão,
dizendo:
João 6,50-58: "Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste
pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha
carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a
sua carne a comer? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não
comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis
vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a
vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque
a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é
bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem
de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não
é como o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este
pão viverá para sempre".
Sei que muitos dirão que ali Jesus falava
figuradamente e etc. Mas tudo isso poderia ser factível e até muito
interessante, não fosse a reação dos discípulos:
João 6,60-61: "Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto,
disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Mas, sabendo Jesus em
si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes:
Isto vos escandaliza?"
Realmente, eles tinham razão: era um discurso duro, forte demais
até! E até hoje ainda é duro de aceitar, principalmente pelos protestantes!
Mas Jesus os interpela
perguntando se isso (que Sua Carne é verdadeira comida e o Seu Sangue é
verdadeira bebida) os escandalizava! E no versículo 64 Ele ainda fala que
alguns ali (entre os discípulos) não criam! E aí acontece o inevitável diante
dessa cena:
João 6,66-68: "Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não
andaram mais com Ele. Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também
retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Só Tu tens palavras da vida eterna".
Aí é onde vemos os verdadeiros discípulos! Que
aceita tudo pela fé!
Muitos, por terem entendido, sim, e corretamente, as
palavras de Cristo, se retiraram, pois não podiam suportar tal coisa (v. 60).
Eles não se retiraram por terem achado chato ou coisa parecida, não! Se
retiraram por terem entendido, e não aceitado a palavra de Cristo, mostrando
que devemos comer da Sua Carne e do Seu Sangue. Pois o verbo ali no texto
original, não quer dizer somente comer, mas triturar. Devemos, sim, comer do
Corpo e do Sangue de Cristo! E daí que muitos pensaram que Cristo falava de
canibalismo. Não era canibalismo! mas também eles não haviam entendido errado
ao pensar em comer de forma real Seu Corpo e Seu Sangue. E aí, Ele se vira para
os apóstolos e demais discípulos e questiona-os se eles também o deixarão.
Veja, que se tivesse sido um mal-entendido, Jesus podia muito bem ter falado: “Olha pessoal, não é bem assim, eu queria dizer isso e isso, não tem
nada a ver com o que vocês entenderam. Mas não! Ele não fez isso! Ele deixou-os ir. Queria qualidade de discípulos, não
número. E olha que não era tanta gente ainda, hein.” Lembre-se de que
todas as vezes em que alguém entendia mal algo que Ele falava e aquilo tinha
que ficar claro, Ele tornava a explicar. Caso de Nicodemus, que tomou a Jesus
ao pé da letra (nascer de novo como sendo o nascimento natural) e foi
corrigido, para que ficasse claro o que Jesus falava a ele; outra vez, quando
Jesus falava do fermento dos fariseus (Mt 16.6-12) e os apóstolos entenderam
que era do fermento natural, de pães que Ele falava, Ele corrigiu-os e mostrou
que o fermento aí era a doutrina errada deles e não o fermento literal como
todos conhecem. Teria mais situações nesse sentido nos Evangelhos para
comprovar o que falo. Ele deixou-os ir sabendo o que eles tinham compreendido e
que aquilo que eles entenderam (de tomar literalmente Sua Carne e Seu Sangue)
não era uma distorção do ensino que Ele tinha dado a eles. Ou seja, quando Cristo precisava esclarecer seus ensinos, Ele o fazia e
jamais deixava Seus filhos no engano. Não seria em uma hora tão vital que Ele
deixaria as pessoas crerem algo contrário do que Ele disse.
Sabemos ainda que esse texto que consideramos agora tem dois elos
essenciais na Escritura:
Lucas 22,19-20: "E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e
deu-lho, dizendo: Isto é o MEU CORPO, que é dado por vós; fazei isto em memória
de mim. Semelhantemente, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é
o novo pacto em MEU SANGUE, que é derramado por vós...”
Em 1 Coríntios 11, 23-25, onde São Paulo praticamente repete a
verdade revelada por Nosso Senhor Jesus Cristo:
Notem que em momento algum
Cristo ou São Paulo fala que isso representa o corpo de Cristo, antes que isso
É o corpo e sangue de Cristo. Ou seja, ali Ele falava realmente de comermos Sua
Carne e tomarmos o Seu Sangue! Mas, e a questão é: onde e como se faz isso?
Existem provas que Ele falava explicitamente da Eucaristia? Teria sido esse o
entendimento dos apóstolos e dos cristãos dos primeiros séculos? E hoje, quem
segue esse ensino? Vamos pensar um pouco?
Os Padres da Igreja (primeiros pastores
da Igreja nascente) e a Eucaristia:
1)- Sto. Inácio de
Antioquia, do século II, dizia sobre a Eucaristia, que ela era “a Carne de
nosso Salvador Jesus Cristo, a qual padeceu por nossos pecados e a qual o Pai
ressuscitou por sua benignidade “.
2)- São Cirilo de
Jerusalém, ao comentar esses textos, especialmente o de Lucas, afirma: “Havendo
Cristo declarado e dito, referindo-se ao pão: Isto é o meu corpo, quem ousará
jamais duvidar? Havendo Cristo declarado e dito: Este é o meu sangue, quem
ousará jamais dizer que não é esse seu sangue? ” (Cirilo de Jerusalém, Catech.
mystag., LXXXVI, 2401).
3)- São Cirilo de
Alexandria, comentando texto análogo ao de Lucas que está em Mateus, fala: “(…)
Porque o Senhor disse mostrando os elementos: Isto é meu corpo, e Este é o meu
sangue, para que não imagineis que o que ali aparece é uma figura, senão para
que saibas com toda segurança que, pelo inefável poder de Deus onipotente, as
oblações são transformadas real e verdadeiramente no corpo e sangue de Cristo ;
e que ao comungar delas recebemos a virtude vivificante e santificadora de
Cristo.” (Cirilo de Alexandria, Comment. In Math. XXVI, 27). Com isso ele
desmonta toda e qualquer tese de ser uma simples demonstração do corpo de
Cristo, antes, ele assevera que as oblações se tornam categoricamente e
insofismavelmente no corpo e no sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.
Veja o que um mártir, do primeiro
século da Igreja, disse a respeito:
“Não me agradam comida passageira, nem prazeres desta vida. Quero pão de
Deus que é a carne de Jesus Cristo” (Sto. Inácio Mártir, Bispo de Antioquia,
escrevendo aos Romanos, parágrafo 7, cerca de 80-110 d.C.).
Não precisaríamos ir longe para comprovar que isso era o que criam
os primeiros cristãos e toda a Igreja desde sempre, desde o seu início. A
pergunta que não quer calar é:
"Como os protestantes, que se dizem pessoas de fé e que amam a Escritura, fazem dela seu único
baluarte (embora a mesma Escritura assevere que o baluarte da Verdade é a
Igreja e não a Escritura - cf. 1 Timóteo 3.15) não creem isso? Por que motivo
eles fariam vistas grossas ao que colocamos aqui, da crença dos primeiros
cristãos?"
Veja S. Justino na Igreja Primitiva falando
sobre a Eucaristia:
"Está comida nós a chamamos Eucaristia… nós não recebemos essas espécies
como pão comum ou como bebida comum; mas como Cristo Jesus nosso Salvador, assim
também ensinamos que o alimento consagrado pela Palavra da oração que vem dele,
de que a carne e o sangue são, transformação, Carne e Sangue daquele Jesus
Encarnado" (São Justino Presbítero, I Apologia, cap. 66 cerca de 148-155 d.C.). Aqui, ele faz o elo
claro, a transubstanciação. Ele também é por demais claro ao falar que o
alimento consagrado É corpo e sangue de Cristo e não um pão qualquer.
Veja isso, datado do século II também:
"Assegurem, portanto, que se
observe uma Eucaristia comum; pois há um Corpo de Nosso Senhor, e apenas um
cálice de união com seu Sangue e apenas um altar de sacrifício" (Stº Inácio de
Antioquia, Carta aos Filadelfos, ano 110 d.C.)Outro Pai da Igreja
do século II, falando clara e inequivocamente da Eucaristia como sendo de fato,
e não só simbolicamente, o Corpo e Sangue de Cristo. E ele adiciona outro
elemento aí: sacrifício! Ele fala em um altar de sacrifício. Os primeiros
cristãos tinham isso muito claro: só havia uma Eucaristia, ela se constituía do
Corpo e do Sangue de Cristo, que eram pão e vinho consagrados e transformados
no Corpo e Sangue de Cristo por meio de um sacrifício!Não se pode falar então
de Nosso Senhor e dos primeiros cristãos como hereges, idólatras ou qualquer
coisa semelhante. Eles o faziam assim, e tinham plena consciência disso ser o
ensino de Cristo!Portanto, não é nada novo e nem invenção da Igreja Católica, mas ensino da Igreja Primitiva!
Mas, se um protestante estiver lendo esse texto,
sei que falará:
“Olhem, João 6 não dá base para falar de sacrifício e da missa como vocês
católicos crêem, quero ver se você me prova sua tese na Escritura!
Ok… Vamos
então a ela: O
Antigo Testamento e a Eucaristia
Sempre chamamos a
Cristo de o “Cordeiro de Deus”, não? Como S. João Batista: eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo. Bem, no AT, o cordeiro era muito comum, já que ele
remetia ao sacrifício, que é a forma de adoração mais antiga que se conhece.
Temos muitos exemplos de sacrifícios no AT: Abel (Gn 4.3-4), Abraão(Gn
15.8-10), Noé(Gn 8.20-21), Moisés, Josué, Jacó (Gn 46.1), Melquisedec (Gn
14.18-20), etc. Só para citar alguns.Melquisedec, que é
tido por muitos como tipo de Cristo, ofereceu um sacrifício incruento. Ele não
abateu algum animal, antes ofereceu pão e vinho! Do mesmo modo que Cristo o fez
na instituição da Eucaristia.Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e
vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo:
bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E
bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E
Abrão deu-lhe o dízimo de tudo (Gen 14,18-20)
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(Elias caminhou pela força daquele Pão) |
A Força da Eucaristia nos primórdios, conforme o
alimento do profeta Elias, em 1Rs 19,4-10, é um episódio a ser estudado e que
serve de estímulo, pois partindo do profeta Elias em seu tempo,
percorreremos do momento em que ele se alimenta do pão oferecido pelo anjo (1Rs
19,4-10) até o tempo que se chama "Hoje".E, a partir desse alimento
verdadeiro, o vigor do profeta será renovado, sendo prenuncio da “Força da Eucaristia”, o mesmo alimento que recebemos em
cada celebração eucarística, para dar sentido a nossa Missão.
Os apóstolos e a Eucaristia
Os apóstolos foram
mais claros ao falar da Eucaristia como corpo e sangue de Cristo. Alguns
acontecimentos no NT reforçam isso. Logo depois da ressurreição, com os
discípulos em Emaús, Cristo partiu o pão com eles e foi reconhecido justamente
no partir o pão (Lc 24,30;31, 35). Em Atos lemos que todos eram fiéis aos
ensinos dos apóstolos, ao partir do pão e às orações (At 2,42). Em 1 Coríntios,
S. Paulo ressalta a presença Real de Cristo nas espécies ao falar das
conseqüências de se tomar sem o devido preparo o Corpo e o Sangue de Cristo,
falando que quem o faz sem discernir, come e bebe a própria condenação (1 Co
11,29).São Paulo fala do pão e do cálice como sendo Corpo e Sangue de Cristo:"Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue
de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?"(1Cor 10,16).Daí que ele adverte
os cristãos a não participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios, pois
muitos comiam carnes sacrificadas a ídolos e ele com isso evidencia que a
comunhão eucarística é de fato a comunhão do Corpo e Sangue de Cristo e que não
podemos profaná-la.
HOMILIA
DO PAPA BENTO XVI NA CONCLUSÃO DO CONGRESSO EUCARÍSTICO ITALIANO - Solenidade
de Corpus Christi - Bari, 29 de Maio de 2005:
“A Eucaristia é sacramento de unidade. Mas infelizmente os
cristãos estão divididos, precisamente no sacramento da unidade. Muito mais nos
devemos, amparados pela Eucaristia, sentir estimulados a tender com todas as
forças para aquela unidade plena que Cristo desejou ardentemente no Cenáculo. No ano 304, quando o imperador Diocleciano proibiu aos cristãos, sob
pena de morte, de possuir as Escrituras, de se reunirem ao domingo para
celebrar a Eucaristia e de construir lugares para as suas assembleias. Em
Abitene, uma pequena localidade na actual Tunísia, 49 cristãos foram
surpreendidos um domingo enquanto, reunidos em casa de Octávio Félix,
celebravam a Eucaristia desafiando as proibições imperiais. Foram presos e
levados para Cartago para serem interrogados pelo pró-Cônsul Anulino. Foi
significativa, entre outras, a resposta que um tal Emérito deu ao pró-Cônsul
que lhe perguntava por que motivo violaram a ordem severa do imperador.
Respondeu: "Sine dominico non
possumus": isto é, sem nos reunirmos em assembleia ao domingo
para celebrar a Eucaristia não podemos viver. Faltar-nos-iam as forças para
enfrentar as dificuldades quotidianas sem sucumbir. Depois de atrozes torturas,
os 49 mártires de Abitene foram mortos. Confirmaram assim, com a efusão do sangue, a sua fé. Morreram, mas
venceram com a fé nas promessas de Cristo: quem come a minha carne e
bebe meu sangue, eu o ressuscitarei. Sobre a experiência dos mártires de Abitene também nós, cristãos do século XXI,
devemos refletir. Também para nós não é fácil viver como cristãos eucarísticos e
eucaristizados, mesmo se não existem estas proibições do imperador. Sob um ponto de
vista espiritual, o mundo no qual nos encontramos, muitas vezes marcado pelo
consumismo desenfreado, pela indiferença religiosa, por um secularismo fechado à
transcendência, que já não vive mais pela fé.”
Os Protestantes e a Eucaristia:
-Entre os
protestantes, já não há esse consenso. Uns vão defender a consubstanciação
(luteranos), dizendo que a presença é só no momento da comunhão, não depois,
daí que eles não conservam as espécies, crêem que depois não há mais presença
de Cristo.
-Outros defenderão a presença espiritual (calvinistas), dizendo que
há presença de Cristo na Eucaristia sim, mas não real e sim virtual.
-E outros
ainda defenderão que a Eucaristia é só um memorial da paixão de Cristo e nada
mais (batistas e a maioria dos protestantes).
Ainda
não é consenso entre os protestantes reformados históricos a quem deve ser
administrada a eucaristia:
- Se somente a membros da própria igreja
que o administra (conhecido entre eles como comunhão fechada).
- Ou se admitem-se
membros de quaisquer confissão protestante na administração da eucaristia
(conhecida essa posição como comunhão aberta).
- Normalmente se vê batistas
abraçando a primeira, enquanto presbiterianos e demais reformados abraçam a segunda.
Os
Protestantes Pentecostais também se dividem quanto a doutrina da eucaristia
Entre eles, a Congregação Cristã defende a
comunhão fechada e os assembleianos, entre outros, defendem e praticam a
comunhão aberta.
Pudemos ver que o
ensino perene de Nosso Senhor sobre Seu Corpo e Seu Sangue foi levado adiante
pelos apóstolos e pelos Pais da Igreja, tendo uma prefiguração clara já no AT.
Quando Ele falou de comer e beber da Sua Carne e do Seu Sangue, não falava de
modo figurado, mas real.Os protestantes, que tanto pregam o amor à Escritura,
não crêem no ensino claro de Nosso Senhor sobre isso, pois isso significaria admitir e retornar a Roma a verdadeira guardiã da fé apostólica. Antes, na sua busca de defender posições não ensinadas na
Escritura, se dividem em mil e uma interpretações sobre qual a posição mais
correta. E isso desde os primórdios da Reforma. Já que desde aquela época nunca
houve consenso entre eles a esse respeito.É dever da alma consciente decidir. A
quem ouvir? À Igreja, que sempre ensinou o que Nosso Senhor e os apóstolos, os
Pais da Igreja ensinaram por séculos? Ou a centenas de igrejas protestantes que
não tem consenso entre si sobre um ponto fundamental da fé cristã?
“Jamais me pude persuadir de que Jesus, a Verdade e a Bondade encarnada, tenha permitido que por tantos séculos a sua Esposa, a Igreja, haja prestado erroneamente adoração a um pedaço de pão em lugar de adorar a Jesus mesmo...” (Erasmo de
Roterdam).
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