(foto reprodução)
*Por Ivanaldo Santos - Filósofo e escritor
Está
em cartaz em vários cinemas do Brasil o filme "Simonal". Um filme que conta um pouco da trajetória e decadência do
cantor Wilson Simonal. Em
linhas gerais, sem entrar no campo da crítica cinematográfica, trata-se de um
bom filme e o ator Fabrício Boliveira faz ótima interpretação do
competente, irreverente e criativo Wilson Simonal. É importante que os jovens de hoje em
dia conheçam um pouco de Wilson Simonal.
Ele tinha talento, cantava bem –
diferente de muitos cantores que fazem sucesso atualmente –, no palco se
transformava numa espécie de ator e conseguia brincar com o público. Muito pode
se dizer sobre Simonal. No entanto, o fato é que ele era uma espécie
de representante do cidadão comum. Simonal gostava de futebol, mulher, cerveja
e churrasco. Simonal não gostava e não entendia nada de política e nem de
ideologias. Simonal não era nem de esquerda e muito menos de direita. Ele era
apenas um jovem tentando se divertir. É possível vislumbrar Simonal
sendo algum personagem da comédia américa Curtindo
a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off) que fez muito sucesso
na década de 1980 e conta a história de um grupo de adolescentes que falta aula
na escola para se divertir no centro da cidade. Por
isso, Simonal pode ser o representante dos jovens que as mães reclamam, que
pedem a Deus para os filhos estudarem, mas que, no fundo, sabem que são apenas
jovens tentando ser felizes. Apesar do currículo de pessoa inofensiva
Simonal foi acusado de ser informante do regime militar na década de 1970. Até
hoje não se sabe como essa acusação foi feita. O fato é que a notícia circulou
e ainda circula nos bastidores do mundo cultural brasileiro. Por
causa dessa “fofoca” Simonal foi condenado ao abandono. Ninguém mais o chamava
para fazer shows, ninguém mais gravava suas músicas, tornou-se uma pessoa não
grata no mundo dos artistas. Apesar dele, com a ajuda de amigos, ter tentado
várias vezes voltar ao mundo da música e dos shows, nunca conseguiu se
reabilitar. Por fim, de forma melancólica, morreu no ano 2000 sempre
afirmando que todas as acusações contra ele nunca foram provadas e eram falsas. Após o fim do regime militar, em 1985, muitos
arquivos e documentos desse período foram abertos para consulta pública. No
entanto, para surpresa não foi encontrado, até o presente momento, qualquer
documento ou referência que possa ligar, de forma oficial, a figura de Simonal
com o regime limitar. Vale salientar que na década de 1990, numa famosa
entrevista concedida ao programa Roda Viva, o humorista Chico Anysio deixou
claro que as acusações contra Simonal eram falsas, eram pura especulação, pura
fofoca. Não haviam provas que Simonal tenha sido um agente de
informação do regime militar. Uma pergunta que
fica no ar: por que após a comprovação que as acusações de colaborar com o
regime militar serem falsas, Simonal não foi reabilitado? Por que após o fim do
regime militar e comprovação da falsidade das acusações, o mundo artístico não
voltou a acolhê-lo? É difícil dar uma resposta fechada a
essa pergunta. Deve-se ver que o mundo artístico, principalmente em seus bastidores,
não é um mundo bonito e carregado de ética. Muitos artistas brigam por espaço e
um cantor como Simonal poderia representar ameaça e concorrência. No
entanto, tem um fator que precisa ser lembrado, ou seja, Simonal era e ainda é o
representante do cidadão comum, o cidadão que desconhece e não deseja conhecer
o complexo mundo das ideologias políticas. Sendo que Simonal vivia essa
experiência na década de 1970, uma década marcada por fortes disputas
ideológicas.
(Paulo Dinis semelhante a Simonal, foi boicotado)
Naquele momento histórico – e em certo sentido até hoje –
um artista tinha que ser de esquerda, tinha que criticar a chamada burguesia,
tinha que condenar o regime militar, fazer aquele discurso de ser contra o
“sistema”, condenar a Igreja, o casamento e coisas semelhantes. O problema que
é Simonal não se enquadra desse perfil de artista militante, de artista de
esquerda (não era Cool)!
Simonal é apenas artista! Um artista que representa o povo comum.
Exatamente isso que a esquerda não tolera, um artista independente, que não é
nem de esquerda e nem de direita! A esquerda quer um artista que seja, na pior
das hipóteses, de direita, pois assim fica mais fácil de criticar, de rotular,
de desprestigiar. No entanto, para os padrões da esquerda, Simonal foi muito
longe. Ele era o artista que não tinha qualquer interesse em política! E isso
não pode ser tolerado pela esquerda! Por causa disso, Simonal passou
grande parte de sua vida, até morrer em 2000, sendo vítimas das patrulhas
ideológicas da esquerda. Patrulhas que sempre diziam que não se deve
ouvir a música de Simonal, que não se deve promover qualquer show de Simonal
pelo simples motivo que ele é um tipo de “conservador” alguém que gosta de
cerveja, churrasco e música, mas que não lê os clássicos da revolução
socialista. Em linhas gerias, além de ser uma espécie de “patrono” do jovem
brasileiro que deseja curtir a vida, Simonal é o “patrono” dos artistas que
apenas querem fazer arte e, por isso, são prosseguidos pelas patrulhas
ideológicas da esquerda (de ontem e de hoje!).
(foto reprodução)
*Ivanaldo Santos é Filósofo, escritor e colaborador
com sua clara e inequívoca forma de pensar, do blog Berakash, na coluna: "Pensando e repensando com Ivanaldo Santos"
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