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A morte de Jesus foi apenas um fato político social, ou um evento "cósmico salvífico?"

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 30 de março de 2019 | 22:23







Infelizmente, é desta forma simplória e imanente, que muitos católicos influenciadas pela teologia do teólogo espanhol José Maria Castillo, entendem o sacrifício de Cristo!








“A morte de um preso político e não um “sacrifício religioso” ou “expiatório” -  Há uma maneira de encarar a caminhada decisiva de Jesus, resultado de suas escolhas ao longo da vida, com um pietismo adocicado-azedado e carregado de um falso moralismo, como se sua morte fosse culpa individual de cada pessoa simplesmente por termos nascido. Seria um “sacrifício religioso” expiatório para nos absolver, num ciclo que se torna punição eterna, sem absolvição, pois aprisiona os homens e mulheres a uma culpa sempre renovada, nunca purgada, sempre a necessitar o perdão do padre, do bispo, da Igreja. É um engodo. Não houve sacrifício religioso algum! Jesus foi morto como um preso político, porque desafiou o poder político-religioso em Israel e o exército de ocupação romano, e propôs a seu povo uma vida de fraternidade, "liberdade", superação, e em amor responsável e acolhedor; uma vida de partilha e não de acumulação, de solidariedade e não de exploração; de amizade e não de competição. Morreu como um subversivo...”Esta afirmativa herética, você a encontra na íntegra aqui:http://cebsdobrasil.com.br/2017/07/05/jesus-a-morte-de-um-preso-politico-e-nao-um-sacrificio-religioso-ou-expiatoriomauro-lopes-e-jose-maria-castillo/







Mas será que esta afirmativa se sustenta, e suporta a um simples aprofundamento exegético?



O destaque é nosso, mas a idiota verborragia achológica é de José Maria Castilho, olha só a pérola que ele escreveu: "...seria um “sacrifício religioso expiatório para nos absolver, num ciclo que se torna punição eterna, sem absolvição(?) pois aprisiona os homens e mulheres a uma culpa sempre renovada, nunca purgada, sempre a necessitar o perdão do padre, do bispo, da Igreja. É um engodo..."






RESPOSTA: Ora, se pecamos várias vezes ao dia, ofendendo a Deus e ao próximo, é lógico que precisamos reconhecer diariamente nossas falhas, nos arrepender, e pedir perdão. Simples assim! Ou será que quando este Sr ofende ou é ofendido, acha que não é necessário nenhuma mínima desculpa ou reparação? 














É evidente que a morte de Jesus não foi um mero acidente político (segundo São Tomás de Aquino são as "causas segundas") que aconteceu no decorrer da história. São Pedro explica aos judeus, no dia de Pentecostes que: “Ele foi entregue segundo o desígnio determinado e a presciência de Deus” (At 2,23). Já estava escrito que: “Ele é o servo sofredor que se deixa levar silencioso ao matadouro” como ovelha muda frente aos tosquiadores, e “carrega sobre si o pecado das multidões” (Is 53,7.12), como o bode expiatório da antiga lei que levava sobre si o pecado dos filhos de Israel. Também, não são apenas os que assistiram passivamente ou realizaram a crucifixão de Jesus que são os culpados de sua morte, mas todos os homens, de todos os tempos e épocas.





“Todos os pecadores, como tais, são os autores e como que os instrumentos de todos os sofrimentos porque passou o Divino Redentor” (CIC 598).







Todos nós, pecadores, somos responsáveis pela morte do Senhor!





“És tu que com eles o crucificaste e continuas a crucificá-lo, deleitando-te nos vícios e pecados...” (São Francisco de Assis).






a verdade é que Jesus Cristo "ofereceu livremente a sua vida" ao Pai para nos salvar, assim nos revela as escrituras:






“Por isso, quando Cristo veio ao mundo, proclamou: “Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocausto e ofertas pelo pecado não te agradaste. Então, Eu disse: Aqui estou, no Livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus”. Havendo declarado em primeiro lugar: “Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, tampouco deles te agradaste”, os quais foram realizados conforme a Lei.Então, completou: “Aqui estou; vim para fazer a tua vontade”. E assim, Ele cancela o primeiro padrão, para estabelecer o segundo.E por essa determinação, fomos santificados por meio da oferta do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez por todas...” ( Hebreus 10,5-10).





A paixão redentora de Jesus é a razão de ser de sua encarnação. Ele, livremente, ofereceu sua vida, seu sangue, em resgate de muitos:






“Ninguém tira a minha vida, mas por mim mesmo, eu dela me despojo.Este é o mandamento que recebi de meu Pai” (Jo 18,11)







Todos os homens pecaram e por isso estavam privados da glória de Deus (Rm 3,23). Era preciso que esta comunhão perdida fosse restabelecida com Deus. Mas o homem era incapaz disso. O salário do pecado é a morte (Rm 6,23), e sendo a natureza do homem pecadora, logo, ele não pode salvar-se a si mesmo. Mas Deus não abandonou o homem, e prometeu um salvador que destruiria a antiga serpente (satanás) e o pecado (Gn 3,15; 2Cor 5,21; 1Pd 2,24).







Jesus é o salvador prometido pelo Pai. Só Ele é a verdadeira salvação e libertação completa e integral: Social e existencial!














“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14,6)






Seu nome Jesus, significa sua própria missão: “Deus salva” (conf. Mt 1,21; At 4,12). Jesus abraçou com amor e ardor a vontade do Pai que “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4).A cruz é a expressão máxima e mais profunda do amor de Jesus ao Pai e aos homens. Amemo-la com ardor e a abracemos a cada dia, levando-a até o nosso próprio gólgota! Deixemo-nos ser com ele crucificados, afim de que, com ele, ressuscitemos! - “Então Jesus declarou aos seus discípulos: “Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me acompanhe. Porquanto quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, encontrará a verdadeira vida. Pois que lucro terá uma pessoa se ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma? Ou, o que poderá dar o ser humano em troca da sua alma?...” (Mateus 16,24-26).







Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!





João Batista poderia ter apresentado Jesus com um título mais glorioso como ‘o desejado das nações’, ‘o príncipe da paz’, ‘o messias’, ‘o leão da tribo de Judá’, mas preferiu gritar aos seus discípulos “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29).O anjo já havia dito a José: “Ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21). João, cheio do Espírito Santo desde o seio materno, sabia quem era Jesus e qual era a sua missão. O cordeiro do AT era uma vítima pura que era oferecida a Deus em expiação pelos pecados dos filhos de Israel. Uma vez ao ano, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos e ali oferecia diante da Arca da Aliança (símbolo da presença de Deus) o sacrifício pelos pecados (Ex 25,23.30; 30,10). O altar e os objetos eram aspergidos com o sangue da vítima; logo após a assembleia era aspergida e seus pecados ficavam “encobertos” (Sl 31).Jesus é cordeiro da Nova Aliança que se oferece ao Pai para salvar-nos da escravidão do pecado. Ele mesmo é o sumo sacerdote que oferece o holocausto; ele mesmo é a vítima oferecida e ele mesmo é o altar do sacrifício.Lugar do encontro com Deus, a santíssima humanidade de Jesus é o ponto de encontro da miséria com a misericórdia. “Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera todos os sacrifícios” (CIC 614).







A última ceia: Antecipação de sua oferta na cruz














A última ceia, a qual Jesus desejou ardentemente comer com os discípulos, é uma antecipação de sua oferta na cruz. Na ceia, Jesus realiza na alma o que vai fazer de forma física na sexta feira santa.Isto nos revela que a expiação não consiste no sofrimento físico de Jesus, esse foi só como que, o “sacramental” (meio). A expiação está na obediência de Jesus, na sua entrega total ao Pai e, ao mesmo tempo, aos homens, livremente e por amor.Jesus fez desta última ceia com os apóstolos, o memorial de sua oferta voluntária ao Pai pela salvação dos homens:“Isto é meu corpo que é dado por vós (Lc 22,19); isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos para a remissão dos pecados” (Mt 26,28).Ele entrega, por amor extremado, seu corpo e sangue em sacrifício de obediência até a morte de cruz pela salvação dos pecadores. Aqui começa sua paixão interior.








Entendendo a humana agonia mortal de jesus no Getsêmani











Contemplamos este Teãndrico divino mistério no primeiro mistério doloroso do santo rosário. Contemplamos um jovem sacerdote num jardim a orar na solidão enquanto seus amigos dormem. Este jovem treme e agoniza diante da sua primeira missa que está para celebrar. Entra em agonia profunda:“Pai, se for possível, afasta de mim este cálice...” (Mt 26,39).Pensamos, talvez, que Jesus estivesse pedindo ao Pai que o livre da morte, mas na história da Igreja, houve santos que morreram sorrindo, outros zombando santamente dos algozes ou dando glória a Deus como o diácono Estêvão nos Atos dos apóstolos.Ora, se o discípulo não é maior que o Mestre (Jo 13,16), então o que Jesus temia? Não a morte, mas a sua agonia era por causa dos nossos pecados que o esmagavam:“Ele era moído interiormente pelas nossas maldições e culpas. O castigo que nos salva pesou sobre ele e por suas chagas fomos curados...” (Isa 53,4-5).O santo de Deus assumiu os nossos pecados:“Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós” (1Cor 5,21).Jesus é o Deus encarnado que montou sua tenda entre nós, é portanto Santíssimo, ama o pecador, mas não tem comunhão alguma com o pecado e não pode aceita-lo:“Porque, qual sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? (2 Coríntios 6,14-15).Jesus voluntariamente se fez pecado por nós, e por isso no ápice de sua oferta, foi privado (não abandonado em definitivo) da glória de Deus (Rm 3,23). Jesus por alguns instantes sofreu a pena dos condenados ao inferno: a separação de Deus. O inferno que eu mereci, pela minha humanidade ferida pelo pecado original e pelos meus gravíssimos pecados pessoais, Jesus sofreu no meu lugar. O Pai também, junto com Jesus, seu filho amado, sofre uma paixão misteriosa. É como a dolorosa paixão silenciosa de Abraão a caminho do monte Moriá , onde iria sacrificar seu filho único (Gn 22).Jesus então, em sua humanidade, ora para se adequar à vontade do Pai. Recebeu o cálice das mãos do Pai e agora vai tomá-lo até as últimas consequências: “Faça-se, contudo, a tua vontade” (Mt 26,39).







Por amor a cada um de nós (do passado, presente e por aqueles que ainda nem nasceram ) Jesus é pregado na cruz!




Contemplamos este mistério de amor no  5º mistério doloroso do santo rosário. Jesus subiu o monte calvário carregando a sua cruz, ou melhor, a nossa carga, nossos pecados. Foi despido de suas vestes e, logo após, pregado na cruz. Ele mesmo disse que teria que assumir a cruz, sofrer e morrer para ressuscitar no terceiro dia em cumprimento das “coisas” de seu Pai (Mc 8,31-32; Lc 2,49).Enfim chegou a hora a que ele sempre se referia e os discípulos não entendiam e não aceitavam (Jo 2,4; 12,23.27; 13,1; 17,1), é a hora das trevas, mas da qual brotará secretamente o perdão de todos os pecados. Como vimos acima, nenhum homem tinha condições de salvar-se. O próprio Pai proveu o cordeiro para salvar os homens de seus pecados. Nosso Senhor, que não pecou, Deus o fez pecado por nós, afim de que nós nos tornássemos justiça de Deus. Quando Ele se fez pecado e morreu na cruz, o pecado e a nossa dívida, morreu com Ele, na sua santíssima carne. Sua obediência até a morte de cruz (Fl 2,8) substituiu a nossa desobediência. Por sua obediência total realizou a sua missão expiadora (Is 53,10). A desobediência de um só homem (o antigo Adão) encerrou a todos no pecado e na morte (Rm 5,19); a obediência de um só homem, Jesus, o novo Adão, nos fez participantes agora da glória de Deus, ou seja da sua visão beatífica, já não estamos mais privados de ver a Deus.Jesus é crucificado. É a primeira missa da humanidade e a única do cristianismo. Jesus é sacerdote, altar e vítima. Sua Mãe, Maria Madalena e o discípulo amado, são os únicos que vivem na alma esse sacrossanto mistério. O céu se enegrece, ao lado de jesus, duas velas estão prestes a se apagar (os dois ladrões).Tudo parece estar perdido, mas era apenas o começo de uma nova história, a humanidade remida. Eva que oferecia com sua desobediência o fruto do pecado ao homem, Maria a nova Eva, oferecia de coração transpassado (Lucas 2,35) o fruto da salvação.





CONCLUSÃO:





Ao morrer, Jesus nos serve de ponte, nos religando agora com a nossa nova humanidade agora remida, nos religa ao pai e nos abre o caminho de volta para o céu.O véu do templo rasgou-se de alto a baixo e por isso fomos introduzidos Ele no Santo dos Santos, na presença de Deus.(Lc 23,44-46; Ef 2,4-6).








“Consumatum est” (Jo 19,30)






Está selada com sangue a nova aliança. E agora, com o sangue do Filho de Deus nascido de Maria. Está realizada a salvação do gênero humano prometida aos nossos pais (Gn 3,15). Agora somos o povo de Deus e Ele, nosso Deus (Ez 36,26ss).No encontro da miséria humana com a misericórdia de Deus na santíssima humanidade de Jesus, acontece a nossa salvação. Com a morte de Jesus morreu todo o pecado e suas consequências eternas. Ao se fazer pecado e morrer na cruz, Jesus:



- Com sua resistência pacífica, fez morrer a violência.



- Com seu perdão, morreu o ódio e a mágoa.



- Com sua docilidade a vontade do Pai, fez morreu o mal e o egoísmo, que já não são mais a última palavra.










Jesus não só nos lava e nos regenera dos nossos pecados, mas dá o Espírito Santo que nos faz renascer para uma nova esperança. Do seu lado aberto pela lança, jorrou seu sangue e água do Espírito como dizem os padres da Igreja. O sangue de Jesus nos purifica (1Jo 1,7) e o Espírito Santo enche as nossas vidas, fazendo-nos renascer (Rm 8,1-2.11). Precisamos agora livremente, tomar posse das bênçãos conquistadas na cruz para nós. O Espírito Santo restaura em nós a dignidade de filhos de Deus e nos capacita a viver cada dia essa filiação divina (Rm 8,14-17).







Francisco Barros - Bacharel em Teologia pela FCM.








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24 de maio de 2019 às 08:55

Que heresia terrível a do pessoal da CEBs em negar o sacrifício salvífico de Cristo! É apostasia!

Já comentando sobre o trecho do texto: "Jesus voluntariamente se fez pecado por nós, e por isso no ápice de sua oferta, foi privado (não abandonado em definitivo) da glória de Deus (Rm 3,23)."

Acho que Romanos 3,23 não se aplica numa hermenêutica cristológica, sendo que o texto se refere aos gentios. O mais adequado seria citar Filipenses 2,6-11:

"Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor."

Paz e Bem!

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