“É difícil falar e não menos difícil pensar acerca dos mistérios que a
Igreja guarda escondidos nas profundezas de sua consciência interna. A Mãe de
Deus nunca foi tema da pregação pública dos Apóstolos; enquanto Cristo era
pregado até de cima dos telhados, proclamado para todos, para ser conhecido num
ensinamento iniciatório dirigido ao mundo todo. O Mistério de Sua Mãe só era
revelado para aqueles que estavam dentro da Igreja. Não era tanto um objeto de
fé como é a fundação de nossa esperança em Cristo, um fruto da Fé, amadurecida
na Tradição...” (V. Lossky, "Panagia," em The Mother
of God, editado por E. L. Mascall, pg. 35).
Que
Maria Santíssima foi virgem antes, durante e depois do parto, foi
declarado solenemente, definitivamente e irrevogavelmente, no segundo Concílio
universal de Constantinopla, em 553. A virgindade de Maria é uma ideia
tradicional, que remonta às origens do cristianismo, mas gerou bastante
polêmica ao longo da história da Igreja. Foi questionada pelos pagãos, que não
compreendiam como uma virgem poderia dar à luz. Já as tendências gnósticas
dentro do cristianismo achavam que Jesus era filho de José.As
dúvidas sobre a virgindade perpétua de Maria só se tornaram veementes depois do
século XVI, quando Lutero e Calvino inventaram a tese da Sola Scriptura. Recusando
a autoridade da Igreja, que é o motivo pelo qual cremos nos Evangelhos.
Os protestantes perderam todo critério de interpretação autêntica das
Escrituras, perdendo-se em opiniões bem confusas, contraditórias, divergentes e
ambíguas entre eles mesmos, sobre os pontos essenciais do cristianismo. É
assim que, hoje, o protestantismo liberal diz toda sorte de bobagens e
blasfêmias sobre Jesus e Maria, afirmando que Nossa Senhora teria sido apenas
uma “barriga de aluguel” nas mãos de Deus ou que Cristo, na verdade, seria um
filho bastardo.“A
Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do
Senhor”, diz a Constituição Dei Verbum (n. 21), porque em nada
elas contradizem os dogmas ou qualquer outro ensinamento da Igreja. Nas próprias Escrituras é possível encontrar referências que
provam a virgindade perpétua de Maria (conf. Ezeq. 44,2;Cantares 4,12). De
fato, a gravidez de Nossa Senhora foi mesmo obra do Espírito Santo, e a sua
integridade física durante e depois do parto apenas ratifica esse mistério da
origem divina de Jesus. Para os protestantes, que não têm a fé apostólica
integral e verdadeira, isso pode parecer um escândalo, porque não se adequada
aos raciocínios particulares deles. Quem quiser receber o Cristo total, hoje,
precisa estar disposto a abraçar inteiramente o Seu Corpo Místico, a Santa
Igreja Católica, com toda a sua riqueza doutrinal: Tradição, Sagrada Escritura,
Liturgia, Magistério etc. A regra da Sola Scriptura não tem qualquer
fundamento teológico, nem mesmo bíblico, e se justifica apenas pela ideologia
de Lutero. Durante 1500 anos, a teologia dos grandes Doutores: Basílio,
Atanásio, Agostinho, Tomás de Aquino etc. reconheceu, na Igreja, a pessoa de
Jesus e a assistência perpétua do Espírito Santo. Com que direito, portanto,
podem os protestantes fundar uma nova Igreja, apartada da Tradição? Isso é
simplesmente inconcebível.
A
Virgindade perpétua de Maria: Antes, durante, e a após o nascimento de Jesus!
(Wikipédia,
a enciclopédia virtual)
A
doutrina da virgindade perpétua, ensina que Maria teria permanecido virgem por
toda a vida, mesmo durante o seu casamento com José. A doutrina da virgindade
perpétua de Maria expressa a "real e perpétua virgindade de Maria
mesmo no ato de dar à luz a Jesus, o Filho de Deus feito homem". De
acordo com esta doutrina, Maria permaneceu sempre virgem (em grego: ἀειπαρθένος
- aeiparthenos), fazendo de Jesus seu único filho, cuja concepção e nascimento
são considerados milagrosos. Já no século IV, a doutrina era amplamente
apoiada pelos Padres da Igreja e, no sétimo, foi afirmada num conjunto de
concílios ecumênicos. A doutrina é parte dos ensinamentos dos
católicos, anglocatólicos, ortodoxos e ortodoxos orientais, como se
comprova em suas liturgias, nas quais repetidamente se faz referência à Maria
como "sempre virgem".Alguns dos primeiros reformadores protestantes apoiavam esta doutrina da
virgindade perpétua de Maria, e figuras importantes do anglicanismo, como Hugo
Latimer e Thomas Cranmer "seguiam a tradição que herdaram, aceitando Maria
como sempre virgem”. Contudo, a doutrina reformada posterior literalmente abandonou
esta teologia. A virgindade perpétua de Maria, é contudo, defendida ainda atualmente
por alguns teólogos protestantes anglicanos e luteranos.A
doutrina da virgindade perpétua de Maria, que se acredita ser de fé (ou seja,
defendida pelos católicos como sendo uma parte essencial da fé), afirma que
Maria era virgem antes e permaneceu assim durante o parto de Jesus e por todo o
resto de sua vida.A natureza tripla desta doutrina (que faz referência a
"antes", "durante" e "depois") pressupõe, assim,
a doutrina do nascimento virginal de Jesus. Porém, a doutrina da
virgindade perpétua é também, distinta do dogma da Imaculada Conceição de
Maria, que está relacionado à concepção da própria Virgem sem a mancha (macula
em latim) do pecado original, comum a toda humanidade.O
termo grego "aeiparthenos" ("sempre virgem") aparece já na
obra de Epifânio de Salamina no início do século IV, e é amplamente utilizado
na liturgia da Igreja Ortodoxa.As orações litúrgicas ortodoxas tipicamente
terminam com "Lembrando a nossa mais sagrada, pura, abençoada e gloriosa
Senhora, a Theotoko e sempre virgem
Maria".O Catecismo da Igreja Católica (item 499) também inclui o termo
aeiparthenos e, fazendo referência à constituição dogmática Lumen Gentium (item
57), afirma:"O nascimento de Cristo não diminuiu a integridade virginal de sua
mãe, mas santificou-a".A
doutrina da virgindade perpétua é defendida também por algumas igrejas
anglicanas e luteranas, mas não todas. No século II iniciaram-se as primeiras
discussões sobre a concepção de Jesus e a virgindade de Maria. A maioria dos
primeiros escritores cristãos aceitavam a concepção virginal de Jesus
baseando-se nos relatos de Lucas e Mateus, mas, na época, o foco era a virgindade antes
do nascimento e não durante ou depois.A
interpretação da afirmação em Mateus 1,25 de que José "não a conheceu
enquanto ela não deu à luz um filho" e de várias menções no Novo
Testamento sobre os chamados desposyni (literalmente,
"irmãos do Senhor") se discute posteriormente. Alguns dos primeiros
autores cristãos, como Tertuliano, Helvídio e Eunômio de Cízico, interpretaram
a afirmação de Mateus como significando que José e Maria teriam tido relações
conjugais normais após o nascimento de Jesus, e que Tiago, José, Judas e Simão
eram de fato filhos biológicos de Maria e José, um ponto de vista para o qual há
poucas evidências até antes da época deles.Um
documento do século II que prestou especial atenção à virgindade de Maria era
originalmente conhecido como "Natividade de Maria", mas
se tornaria posteriormente conhecido como o apócrifo "Protoevangelho de
Tiago". Ele trata da virgindade de Maria antes do nascimento, da
forma milagrosa pela qual ela deu à luz e sua virgindade física após o parto.
Neste livro apócrifo também, alega-se que os supostos "irmãos" e
"irmãs" de Jesus (que aparecem, por exemplo, em Mateus 13,56 e Marcos
6,3 - vide irmãos de Jesus) seriam filhos de José de um casamento anterior. Porém,
não há consenso completo sobre esta doutrina na época do cristianismo primitivo
no final do século II. Como exemplo, Tertuliano (c. 160 - ca. 225) não a ensina
(embora ele ensine o nascimento virginal de Jesus), enquanto que Ireneu de Lyon
(ca. 130 - ca. 202) o faz juntamente com outros temas marianos. Porém,
uma aceitação mais ampla começaria a surgir no século seguinte.Orígenes
(185-254) tratou do assunto dos irmãos de Jesus e afirmou acreditar que eles
eram filhos de José de um casamento anterior. Helvídio apelou para a autoridade
de Tertuliano contra a doutrina da virgindade perpétua, ao que Jerônimo (ca.
340 - 419) respondeu que "ele [Tertuliano] não era um homem da
igreja".Já no século IV, a doutrina já estava bem estabelecida. Por
exemplo, referências a ela podem ser encontradas nas obras do século anterior
de Hipólito de Roma, que chamava Maria de "tabernáculo isento de poluição
e corrupção", e nas obras do século IV de Atanásio, Epifânio, Hilário,
Dídimo, o Cego, Ambrósio, Jerônimo e do papa Sirício, a doutrina foi
repetidamente atestada, uma tendência que ganhou ainda mais ímpeto no século
seguinte.
doutrina dos Antigos Padres da Igreja:
-João
Crisóstomo (347– 407) defendia a virgindade perpétua baseado em diversos
argumentos, um dos quais os comandos que Jesus deu à mãe no Calvário, «Mulher, eis
aí teu filho!» (João 19,26), e ao discípulo amado, «Eis aí tua mãe!» (João
19,27). Desde o século II estas duas frases de Jesus na cruz tem sido
utilizadas como racionais para o fato de Maria não ter tido outros filhos e que
"dessa hora em diante o discípulo a tomou para sua casa" justamente
por que, após a morte de Jesus e de José, não haveria mais ninguém para cuidar
de Maria.
-No
tempo de Gregório de Níssa e de Agostinho de Hipona, com a crescente ênfase na
piedade mariana, um papel mais amplo de Maria começou a aparecer no contexto da
história da salvação. O próprio Agostinho apresentou diversos argumentos a
favor desta doutrina. No final do século IV, a passagem: «Como será isso, uma vez que não
conheço varão?» (Lucas 1,34) começou a ser interpretado como uma indicação de
um "voto de perpétua virgindade" por parte de Maria. Este
conceito de "voto de Maria" já tinha aparecido no Protoevangelho de
Tiago (4,1), que afirma que a Ana, a mãe de Maria, ofertou Maria como uma
"virgem ao Senhor" no Templo e que José, um viúvo, que a serviria
como seu guardião (as proteções legais para as mulheres dependiam de um
guardião: pai, irmão ou, na falta destes, um marido). No início do século VII,
no "Pequeno Livro sobre a Virgindade Perpétua da Abençoada Maria",
Isidoro de Sevilha liga temas mariológicos e cristológicos ao relacionar a
virgindade de Maria com a divindade de Cristo num único argumento.
-O Concílio
de Latrão de 649, que teve a presença de Máximo, o Confessor, explicitamente
afirmou o ensinamento sobre a virgindade de Maria antes, durante e depois do
parto.
-A doutrina foi novamente afirmada no Sexto Concílio Ecumênico em 680.Outro
livro, "A História de José, o Carpinteiro", do século VII, apresenta
Jesus falando, na morte de José, de Maria como "minha mãe, virgem
incorrupta".
-Ao longo dos séculos, a interpretação de Maria como a
"sempre virgem noiva do Senhor que tomou um voto de perpétua
virgindade" se espalhou e estava consolidado na época de Ruperto de Deutz
no século XII.
-No século seguinte, Tomás de Aquino criou uma longa e detalhada
defesa teológica da doutrina e afirmou que a negação da virgindade perpétua de
Maria seria derrogatória para a perfeição de Cristo, um insulto ao Espírito
Santo e uma afronta à dignidade da Mãe de Deus.
O paralelismo de Maria como a
"segunda Eva"
Já
no século IV, no contexto da discussão do plano de Deus para a salvação, um
tema paralelo começou a aparecer no qual a obediência de Maria («faça-se em mim
segundo a tua palavra.» (Lucas 1,38)) e a doutrina da perpétua virgindade foram
contrapostas a Adão e Eva, da mesma forma que a obediência de Jesus já fora
contraposta a Adão em Romanos 5,12-21.O conceito de Maria como uma
"segunda Eva" foi introduzido pela primeira vez por Justino Mártir
por volta de 155. Sob este ponto de vista, que foi discutido em detalhes por
Ireneu, apoiado por Jerônimo e ganhou apoio posterior, os votos de obediência e
virgindade de Maria teriam colocado-a numa posição de "segunda Eva"
como parte do plano de salvação da mesma forma que Jesus seria o Segundo, ou
novo Adão.O tema desenvolvido pelos Padres da Igreja corria em paralelo ao
desenvolvido pelo apóstolo Paulo em Romanos 5,18-21, no qual ele comparava o
pecado de Adão com a obediência de Jesus à vontade do Pai até o Calvário:
"Assim, pois, como por uma só ofensa veio o julgamento sobre todos os
homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio o
julgamento sobre todos os homens para a justificação da vida". Da mesma
forma, a obediência de Maria às afirmativas do arcanjo Gabriel e sua aderência
a um voto de perpétua virgindade seriam remédios para o dano causado por Eva.O
ensinamento da "segunda Eva" continuou a crescer entre os católicos
e, ao discutir a virgindade perpétua, o Catecismo do Concílio de Trento, de
1566, explicitamente ensina que, enquanto Eva, ao acreditar na serpente, trouxe
uma maldição sobre a raça humana, Maria, ao acreditar no anjo, trouxe-lhe uma
benção.Este conceito continua parte dos ensinamentos católicos. O papa Pio XII
fez referência a ele em sua encíclica Mystici Corporis Christi e o papa João
Paulo II também durante uma Audiência Geral no Vaticano em 1980.
A virgindade de Maria na Reforma
Protestante
O
início da Reforma Protestante em princípios do século XVI não provocou a
rejeição imediata da doutrina da virgindade perpétua e diversos líderes
protestantes mostraram variados graus de apoio a ela, sem, contudo, chegarem a endossá-la
diretamente. Os primeiros reformadores protestantes acreditavam que as
escrituras requeriam a aceitação do nascimento virginal de Jesus, mas apenas
permitiam que se aceitasse a virgindade perpétua. Com o tempo, muitas igrejas
protestantes pararam de ensinar a doutrina e outras, a negaram totalmente.
Apoio pelos primeiros
reformadores
1)- Martinho
Lutero
acreditava que Maria não havia tido outros filhos e que não houve relações
conjugais com José. O texto em latim dos Artigos de Esmalcalde (1537), escrito
por ele, utiliza o termo "sempre virgem" em referência à Maria.Ele
continuou a acreditar na doutrina por toda a vida, mesmo depois de ter
rejeitado outros dogmas marianos.
2)- Zuínglio apoiava diretamente
a virgindade perpétua e escreveu: "Eu acredito firmemente que [Maria],permaneceu
sempre pura, intacta Virgem". Como ele, os reformadores ingleses
também apoiavam o conceito da virgindade perpétua, mas geralmente variavam
entre si sobre as razões. O apoio de Lutero e Zuínglio à virgindade perpétua
foi endossado por Heinrich Bullinger e foi incluído na Segunda Confissão
Helvética em 1566.
3)- João Calvino era menos enfático
em seu apoio pela ideia e não chegou a aceitá-la ou negá-la diretamente, advertindo
contra a ideia de uma "especulação ímpia" sobre o tema. Porém,
ele rejeitou os argumentos contra a virgindade perpétua que se baseavam na
menção nas escrituras sobre os irmãos de Jesus entendidos como sendo outros
filhos de Maria.
4)- Os reformadores anglicanos dos séculos XVI e XVII apoiaram a
virgindade perpétua "com base na antiga autoridade cristã".No século
XVIII, John Wesley, um dos fundadores do metodismo, também a defendeu e
escreveu que "nascido da abençoada Virgem Maria, que, tanto depois quanto antes
de dá-Lo à luz, continuou pura e imaculada virgem".
A
virgindade Perpétua de Maria comprovada nas Escrituras
“Jesus e Tiago, conhecido como "irmão do Senhor" ...”( Gálatas
1,18-20)
Algumas
passagens no Novo Testamento tem sido utilizadas para materializar objeções à
doutrina da virgindade perpétua enquanto que outras, para apoiá-lo.Uma das
objeções diz respeito à menção dos irmãos e irmãs de Jesus,entre eles Tiago,
José, Simão e Judas. Eles já foram interpretados como sendo filhos de José e
Maria por Tertuliano e, talvez, por Hegésipo, mas que, quando Helvídio o fez,
encontrou a oposição de Jerônimo, que, aparentemente, deu voz à opinião geral
cristã da época. Ele defendia que os "irmãos" em questão seriam filhos de
Maria, a mãe de Tiago e José nomeada em Marcos 15,40 e Marcos 15,47, uma irmã de
Maria, mãe de Jesus (João 19,25), sendo portanto, primos de Jesus.Outro
ponto de vista, expressado por Eusébio e Epifânio, é o de que eles seriam
filhos de José de um casamento anterior.A visão moderna é de que eles eram
filhos de Cleófas, um irmão de José de acordo com Hegésipo, e "Maria, mãe
de Tiago e José", uma cunhada e não irmã de Maria, a mãe de Jesus. O livro
de 1978 "Mary in the New Testament: A Collaborative Assessment by
Protestant and Roman Catholic Scholars" conclui que "não se pode
dizer que o Novo Testamento identifique-os [os "irmãos e irmãs de
Jesus"] sem dúvida como irmãos e irmãs de sangue e, assim, como filhos de
Maria".Mateus
1,25 afirma que José não teve relações conjugais com Maria "até" (em
grego: ἕως οὗ) o parto de Jesus. Escritores como R.V. Tasker e D. Hill, argumentam
que isto implicaria que Maria e José tiveram relações conjugais normalmente
depois disso. Outros, como K. Beyer, lembram que o grego ἕως οὗ depois de uma
negativa "geralmente não tem nenhuma implicação sobre o que acontece
depois do limite do 'até' ter sido alcançado" e Raymond E. Brown observa
que "o contexto imediato favorece a ausência de uma implicação futura
aqui, pois Mateus está preocupado apenas em reforçar a virgindade de Maria antes
do nascimento da criança", e até depois do parto.Por
outro lado, a resposta de Maria ao arcanjo Gabriel quando lhe foi anunciado que
ela iria conceber, «Como será isso, uma vez que não conheço varão?» (Lucas 1,34),
tem sido interpretado, pelo menos desde a época de Gregório de Níssa, como
indicativo de que ela teria feito um voto de perpétua virgindade, mesmo casada
(Conf. Num 30,1-13):"Pois se José a tivesse tomado como esposa, com o objetivo de ter
filhos, por que ela teria se espantado com o anúncio de sua maternidade, uma
vez que ela própria já havia aceitado se tornar mãe de acordo com a lei da
natureza?" - Esta
interpretação, ainda que mantida por muitos, é rejeitada por escritores como
Howard Marshall, e é considerada implausível por Raymond E. Brown.Uma passagem
utilizada para apoiar a doutrina é uma das frases de Jesus na cruz, um par de
comandos que ele deu à sua mãe, «Mulher, eis aí teu filho!» (João 19,26), e
ao discípulo amado, «Eis aí tua mãe!» (João 19,27). O evangelho de João
em seguida afirma que "dessa hora em diante o discípulo a tomou para sua
casa". Desde o tempo dos Padres da Igreja estes versículos tem sido
utilizados para explicar por que, na época da morte de Jesus, não havia ninguém mais
vivo na família imediata da Maria para tomar conta dela e, por isso, ela teve
que ser confiada a um discípulo.O papa João Paulo II também fez uso
dela para defender a virgindade perpétua de Maria. Ele também acrescentou que o
comando "Eis aí o teu filho!" não simplesmente para confiá-la ao
discípulo, mas também para confiá-lo a Maria, preenchendo-lhe o vazio maternal
provocado pela perda de seu único filho na cruz.“O Senhor me disse: Esta porta deve permanecer trancada. Não deverá ser
aberta; ninguém poderá entrar por ela. Deve permanecer trancada porque o
Senhor, o Deus de Israel, entrou por ela...” (Ezequiel 44,2)
Perspectiva
islâmica sobre a virgindade de Maria no Alcorão!
Na
Sura 19 (chamada Maryam),o Corão declara que Jesus foi o resultado de uma
concepção virginal (versos 20-22) e alguns estendem esta interpretação como
significando também a virgindade perpétua de Maria. Não há uma crença
doutrinária clara sobre se ela se manteve ou não virgem depois do nascimento de
Jesus. No islã, Jesus e Maria foram as duas únicas crianças que não foram
tocadas por Satã no momento do nascimento, pois Deus colocou um véu entre eles.O
Corão também conta a história da Anunciação e do Nascimento de Jesus (Sura 3 e
19).
Virgindade
perpétua de Maria na arte sacra!
Segundo
a tradição, teria sido Salomé que ajudou Maria no parto de Jesus e que
descobriu a toca-la, que ela teria permanecido virgem durante e após o parto. A
virgindade de Maria na época da concepção de Jesus é um tópico importante na
arte mariana, geralmente representado como sendo a anunciação a Maria pelo
arcanjo Gabriel de que ela iria conceber virginalmente uma criança que seria o
Filho de Deus. Afrescos representando a cena aparecem em igrejas católicas há
muitos séculos, sendo o mais antigo um exemplo do século IV na Catacumba de
Priscila em Roma.
A
virgindade de Maria depois da concepção de Jesus aparece também na arte cristã
de tradições ortodoxa e ortodoxa oriental (e também na ocidental) ao incluir
nas cenas da Natividade a figura de Salomé, a quem o Evangelho de Tiago
apresenta como a pessoa que descobriu que Maria teria preservado sua virgindade
mesmo depois do parto. Em muitos ícones, a virgindade perpétua de
Maria é representada por três estrelas que aparecem à sua esquerda, direita e
sobre (ou na) sua cabeça, que representam a virgindade antes, durante e depois
do parto.
Fonte:
Wikipédia, a enciclopédia virtual
PERPECTIVAS
TEOLÓGICAS DAS IGREJAS ORTODOXAS:
“A
Igreja Síria Ortodoxa, (pre Calcedoniana) a mais antiga, após a de Jerusalém,
acredita na virgindade perpétua de Nossa Senhora, ou seja, por toda a vida,
assim como Igreja Armênia (o primeiro reino oficialmente cristão), bem como as Igrejas
ortodoxas Copta e Etíope...”(Padre'Norbério Sírio Ortodoxo).Porém,
é preciso que se diga que na Igreja Ortodoxa e bizantina oriental, algumas
delas defendem que Maria só foi virgem antes e durante o parto, e
portanto, os seus escritores iconográficos pertencentes as estas igrejas, acompanham
estas correntes teológicas em seus “escritos”.
O Ícone
“Herético” da Sagrada Família (Por John Sanidopoulos)
A
principal razão pela qual a iconografia ortodoxa é mais do que fechada à
inovação, é para impedir que os conceitos heréticos entrem na Igreja, uma
vez que a heresia pode ser representada tanto em ícones como escrita em livros,
e proclamadas no púlpito. Uma dessas inovações na “iconografia ortodoxa”
começou com a representação da "Sagrada Família", mostrando Cristo
nos braços de São José e da Virgem Maria, ou apenas nos braços de São José. Embora
essas representações possam parecer inocentes, elas de fato exibem uma falta de
atenção para assuntos essenciais da doutrina Ortodoxa. Para
a Igreja Ortodoxa, tais representações (artísticas) da "Sagrada Família"
são
baseadas nas instituições do Papado (católico), que nos tempos modernos
instituiu solenemente a Festa da Sagrada Família. Como observou um
estudioso católico romano, ao contrastar a festa instituída solenemente, centrada
na Sagrada Família com as festas cristãs da Antiguidade:"A Festa da Sagrada Família é um produto da nossa época moderna. Na
Iconografia Ortodoxa tradicional, o Cristo Menino é devidamente retratado, não
só com São José, mas sim sozinho com Sua Mãe, enfatizando assim o dogma de que
Ele é "um Filho sem pai natural, que foi gerado (não criado) pelo Pai sem
mãe, antes dos tempos" - De
fato, para proteger os fiéis de uma compreensão inadequada de seu papel
paternal e de sua relação com a Theotokos, a iconografia ortodoxa tradicional minimiza
a figura de São José (sem, evidentemente, denegrir sua pessoa), assim
como os Padres da Igreja são lacônicos quando falam sobre ele. Por exemplo, no
Ícone da Natividade de Cristo, como o Professor Constantine Cavarnos comenta:"Ele não é mostrado na parte central da composição, como a
Theotokos e o Menino, mas afastado, num canto, para enfatizar o Relato bíblico
e ensinamento da Igreja de que Cristo nasceu de uma Virgem, sem a participação
humana” - Leonid
Ouspensky e Vladimir Lossky, em seu trabalho sobre a teoria iconográfica, fazem
uma observação semelhante:"Outro detalhe enfatiza que, na natividade de Cristo, a ordem da
natureza é vencida. José não faz parte do grupo central da Criança e da Sua
Mãe, é pai adotivo, e deve estar enfaticamente
separado deste grupo".Da
mesma forma, em ícones ortodoxos com temas semelhantes, como a Apresentação do
Senhor no Templo, ou da Fuga Para o Egito, a iconografia ortodoxa entende que
São José não possa ser a cabeça da "Sagrada Família"; antes, ele é
visto como o “guardião” providencialmente ordenado para a Theotokos e seu
Divino Filho. Sua humilde aceitação e o cumprimento virtuoso desse papel são
precisamente os pontos do foco em sua veneração pela Igreja Ortodoxa.
Santo Agostinho de Hipona
ainda observa:
"José poderia ser chamado de pai de Cristo, por em certo sentido, ele
ser o cônjuge da mãe de Cristo, mas qualifica essa admissão insistindo que, em
sua relação conjugal, e por causa desta fidelidade conjugal (seu celibato
mútuo), ambos são merecidamente chamados pais de Cristo (não só ela como sua
mãe, mas ele como seu pai; sendo seu marido), ambos tendo sido tal em espírito
e propósito, embora não em carne. Mas enquanto um era seu pai somente em
propósito, e sua mãe também em carne, ambos eram, por tudo isso, apenas os pais
de sua humildade, não de sua sublimidade; de sua pequenez, e não da sua
divindade. Assim, se os três devem ser
retratados em iconografia juntos, eles devem ser representados cumprindo o seu
propósito divino, mais do que como uma família de acordo com a carne...” - Um
outro grupo de pessoas onde a representação da "Sagrada Família" pode
particularmente confundir são os convertidos do protestantismo. Os evangélicos
afirmam acreditar na Virgindade de Maria, o que significa que eles aceitam “parcialmente
esse dogma” do Nascimento Virginal. Parte disso tem a ver com o fato de que os
evangélicos consideram a domesticidade conjugal o ideal mais elevado da vida
cristã, em aguda contradição com a Escritura e com o Pai que ensinam que o
estado mais elevado da vida cristã é a virgindade, alcançando sua união com
Deus.Através
de notáveis hereges como os ebionitas Helvídio e Joviniano, os evangélicos
mantêm à visão mais irreverente de que São José e a Virgem Maria se envolveram
em relações conjugais físicas após o nascimento de Cristo, e por este meio
geraram outros filhos. São João Damasceno chama aqueles que defendem esse ponto
de vista de "inimigos de Maria". Assim, quando os protestantes se convertem à
fé Ortodoxia oriental e veem ícones como a "Sagrada Família", não se
deve pensar que tal imagem os confunda, mas que possa justificar a retenção de
suas visões heréticas anteriores.A
perpétua virgindade da Theotokos é um pressuposto básico para realmente aceitar
o dogma da Encarnação. Como escreve São Gregório Palamas:"Deus projetou para receber sua natureza de nós, hipostaticamente unindo-se com ela de uma
maneira maravilhosa. Mas era impossível unir aquela Alta Natureza, cuja
pureza é incompreensível para a razão humana, a uma natureza pecaminosa, antes
dela, portanto, para a concepção e nascimento da Concessão de pureza, era necessário uma Virgem perfeitamente
impecável e a mais pura".
São Basílio, o
Grande, chama aos ícones de "os livros dos analfabetos" - Diz ele:
"Que melhor prova temos de que as imagens são os livros dos
analfabetos, os arautos sempre honrando os santos, ensinando aqueles que os
contemplam sem palavras e santificando-se pelo espetáculo. Eu não tenho muitos livros ou tempo para estudar e ao entrar numa
igreja, o refúgio comum das almas, com minha mente cansada de pensamentos
conflitantes, vejo diante de mim um belo retrato e a visão me refresca e me
induz a glorificar a Deus". - Agora,
se a pessoa analfabeta entra em uma Igreja Ortodoxa e vê e o ícone da
"Sagrada Família", como é que eles deveriam lê-lo corretamente sem
uma interpretação difícil, ou equivocada? Portanto, se uma imagem emite uma
óbvia e imediata aparente falsidade ou heresia, então ela deve ser rejeitada
para que não conduza o inocente e simples ao extravio da fé, pois supõe-se que
exista uma perfeita harmonia entre os dogmas proclamados e as imagens iconográficas
que adornam nossas igrejas.Na
Igreja Ortodoxa, temos muitas famílias santas, como Joaquim e Ana com a Theotokos,
Zacarias e Isabel com João o Precursor, a família de Basílio o Grande, a
família de Gregório Palamas, famílias que devemos celebrar e retratar em nossas
igrejas, porque elas eram famílias de acordo com a carne. Por outro lado, a
família de São José e da Virgem Maria com Cristo não eram uma família de acordo
com a carne, mas, como escreveu Santo Agostinho, uma família "de espírito e
propósitos espirituais", que foram reunidos por uma ordem divina
para fazer Cristo realizar Sua obra de salvação para redimir a raça humana.
Fonte:phronema3.blogspot.com/2017/08/o-icone-heretico-da-sagrada-familia.
A Mãe de Deus e os Santos na teologia
Ortodoxa:
Em
Deus e na Igreja ortodoxa, não há divisão entre os vivos e os que partiram, mas
todos são um no amor do Pai. Estejamos vivos ou mortos, como membros da
Igreja nós ainda pertencemos à mesma família, e ainda temos o dever de carregar
o fardo uns dos outros. Assim como os Cristãos Ortodoxos aqui na terra
oram uns pelos outros e pedem orações aos outros, eles também pedem pelos fieis que
partiram e pedem aos fieis que partiram, para que orem por eles. A
morte não consegue cortar o vínculo de amor mútuo que liga todos os membros da
Igreja juntos. "Ó Cristo, dá repouso às almas de teus servos, junto com Teus
Santos, lá onde não há doenças, nem tristeza, nem gemidos, mas sim vida
eterna." Assim a Igreja Ortodoxa ora pelos fiéis falecidos; e de novo:
“O Deus dos espíritos e de toda a carne,
Que venceste a morte e derrotaste o diabo,
e deste vida ao Teu mundo:
dá Tu, o mesmo Senhor,
repouso às almas de Teus servos falecidos,
no lugar de luz refrigério e repouso,
do qual toda dor, tristeza e suspiros fugiram.
Perdoa todas as transgressões que eles cometeram,
por palavras, atos ou pensamentos...”
Os
Ortodoxos estão convencidos que os Cristãos aqui na terra tem obrigação de
rezar pelos que partiram, e são confiantes que os mortos são ajudados por essas
orações.
Mas precisamente de que modo nossas orações ajudam os mortos? Qual é a condição
exata das almas no período entre a morte e a ressurreição dos corpos no último
dia? Aqui, o ensinamento Ortodoxo não é
inteiramente claro, e tem variado alguma coisa em diferentes períodos:No
século dezessete numerosos escritores Ortodoxos, mais notoriamente, Pedro de
Moghila e Dositeus em sua Confessions, sustentaram a doutrina Católico-Romana
do Purgatório, ou algo muito próximo (de acordo com o ensinamento Romano normal,
as almas no Purgatório passam por sofrimento expiatório, e então prestam
"satisfação" ou "justificativa" dos seus pecados. Deveria
ser frisado, no entanto, que mesmo no século dezessete existiram muitos
ortodoxos que rejeitaram o ensinamento Romano sobre Purgatórios. As afirmações
sobre os mortos na Orthodox Confession de Moghila, foram cuidadosamente mudadas
por Meletius Syrigos, enquanto já no fim da vida Dositeus especificamente
retratou-se em relação ao que tinha escrito sobre os mortos em sua Confessions).
Hoje a maioria, senão todos os teólogos Ortodoxos rejeitam a idéia do
Purgatório, de qualquer forma. A maioria estaria inclinada a dizer que os fiéis
mortos não sofrem nada. Outra escola sustenta que talvez eles
sofram, mas se for assim, seu sofrimento é purificador mas não expiatório, pois
quando um homem morre na graça de Deus, então Deus o liberta perdoando-lhe
todos os pecados e não exige penalidades expiatórias: Cristo, o Cordeiro de
Deus que tira os pecados do mundo, é nossa única explicação e satisfação.
Além desses, um terceiro grupo prefere deixar a questão
inteiramente em aberto:“Evitemos formulações detalhadas
acerca da vida após a morte, eles dizem, e preservemos uma reverente e
agnóstica reticência. Quando Santo Antonio (Antão) do Egito estava certa vez
pensando na divina providência, uma voz veio a ele dizendo: "Antônio, pensa em ti próprio, pois
isso que especulas são julgamentos de Deus, e não é para que Tu os conheça...” (Apophthegmata
P.g.65, Antony, 2).
Simeão, o novo Teólogo descreve os
Santos como formando uma corrente dourada:
«A Santíssima Trindade,
penetrando todos os Homens,
do primeiro ao último,
da cabeça aos pés,
liga-os todos juntos...
Os Santos em cada geração,
juntam-se àqueles que se foram antes,
e preenchidos como aqueles com luz,
tornam-se uma corrente, dourada,
na qual cada Santo é um elo separado,
unido ao próximo pela fé, obras e amor.
Assim, no Deus Único
eles formam uma única corrente
que não pode ser quebrada rapidamente.»
(Centuries 3, 2,4).
Tal é a idéia
Ortodoxa da comunhão dos Santos. Essa corrente é uma corrente de mútuo amor e
oração; e nessa oração amorosa os membros da Igreja na terra, "chamados
para serem santos," tem seu lugar. Privadamente um Cristão Ortodoxo está livre
para pedir as orações de qualquer membro da Igreja, canonizado ou não.
Seria perfeitamente natural para uma criança Ortodoxa, se órfã, terminar suas
orações vespertinas pedindo pela intercessão não só da Mãe de Deus e dos
Santos, mas de sua própria Mãe e de seu Pai. Nas suas orações públicas, no
entanto, a Igreja ora pedindo só para aqueles que ela oficialmente proclamou
como Santos. Mas em circunstâncias excepcionais um culto público pode vir a ser
estabelecido sem qualquer ato formal de canonização. A Igreja Grega sob
o Império Otomano começou logo a comemorar os Novos Mártires em seus ofícios,
mas para evitar que os turcos ficassem sabendo, normalmente não havia nenhum
ato de proclamação. O culto dos Novos Mártires foi em muitos casos algo que
apareceu espontaneamente da iniciativa popular. O mesmo aconteceu em anos mais
recentes com os Novos Mártires da Rússia: em certos locais, tanto dentro quanto
fora da União Soviética, eles começaram a ser comemorados como Santos nos
ofícios da Igreja, mas as condições presentes na Igreja Russas fazem com que a canonização
formal seja impossível (falta a unidade católica).
A reverência pelos
Santos está intimamente ligada com a veneração dos ícones:
Os
ícones são colocados pelos Ortodoxos não só em suas Igrejas, mas também em cada
cômodo de suas casas, e até mesmo em carros e ônibus. Esses sempre presentes ícones,
agem como ponto de encontro entre os membros vivos da Igreja e aqueles que se
foram antes. Os ícones ajudam os Ortodoxos a olhar os Santos não como
figuras remotas e legendárias do passado, mas como contemporâneos e amigos
pessoais.No
Batismo, um Ortodoxo recebe o nome de um Santo, "Como um símbolo de sua
entrada na unidade da Igreja, que não é só a Igreja da terra, mas também a
Igreja no Céu" (P. Kovalevsky, Exposé de la Foi Catholique Orthodoxe,
Paris, 1957, p. 16). Um Ortodoxo tem uma devoção especial ao Santo de
quem carrega o nome; usualmente ele mantém um ícone de seu santo padroeiro em
seu quarto, e ora diariamente para ele. A festa do seu Santo padroeiro ele
guarda como seu dia de Nome, e para muitos Ortodoxos (como também para muitos
Católicos Romanos na Europa Continental), essa é uma data muito mais importante
do que seu aniversário.Um Cristão Ortodoxo ora não só para os Santos mas também para os anjos,
e em particular para seu Anjo da Guarda. Os anjos "Cercam-nos com sua
intercessão e escudam-nos com suas asas protetoras de glória imaterial"
(Do hino de despedida da Festa dos Arcanjos, 8 novembro).
A Mãe de Deus na
Igreja Ortodoxa
Entre
os Santos, uma posição especial pertence à Virgem Maria a quem os Ortodoxos
reverenciam como a mais exaltada entre as criaturas de Deus, "Mais
venerável que os querubins, incomparavelmente mais gloriosa que os
serafins" (Do Hino à Virgem, cantado na Liturgia de São João Crisóstomo).
Note-se que nós a designamos "A mais exaltada entre as criaturas de
Deus". Os Ortodoxos, como os Católicos Romanos, veneram ou honram a Mãe de
Deus, mas em nenhum sentido os membros de ambas as Igrejas a consideram como a
quarta pessoa da Trindade, nem asseguram a ela a adoração devida somente a
Deus. Na teologia Grega a distinção é claramente marcada: existe uma
palavra especial, latreia, reservada para a adoração de Deus, enquanto que para
a veneração da Virgem, termos inteiramente diferentes são empregados (duleia,
hyperduleia, proskynesis).Nos ofícios Ortodoxos a Virgem Maria é mencionada com
freqüência e em cada ocasião lhe é dado seu título completo:"Nossa Santíssima, Imaculada, Bendita e Gloriosa Senhora, Mãe de
Deus e Sempre Virgem Maria."
Aqui estão os três principais epítetos
aplicados para Nossa Senhora, pela Igreja Ortodoxa:
1º)- Theotokos
(Mãe de Deus):O primeiro desses títulos foi designado a ela pelo Terceiro Concílio Ecumênico (Éfeso, 431).O termo Theotokos é de particular importância, pois dele provem a chave para o culto Ortodoxo da Virgem. Nos louvamos Maria porque ela é a Mãe do Nosso Deus. Nós não a veneramos isoladamente, mas por sua relação com Cristo. Assim a reverência mostrada a Maria, longe de eclipsar a adoração de Deus, tem exatamente o efeito contrário: quanto mais estimamos Maria, mas vívida é a nossa consciência da Majestade de seu Filho, pois é precisamente por conta do Filho que nós veneramos a Mãe.
2º)- Aeiparthenos (Sempre Virgem):Este segundo título pelo Quinto Concílio Ecumênico (Constantinopla, 553). (A crença na Virgindade Perpetua de Maria pode parecer à primeira vista contrária às Escrituras, porque Marcos 3,31 menciona os "irmãos" de Cristo. Mas a palavra usada ali, em grego, significa também, meio-irmão, primo ou parente próximo).A Igreja Ortodoxa chama Maria de a "Toda Pura"; ela é chamada "Imaculada," ou "sem mancha" (em Grego, Achrantos); e todos os Ortodoxos concordam em acreditar que Nossa Senhora, foi livre do pecado durante sua vida terrena.
3º)-Panagia (Toda Santa): O Epíteto Panagia, apesar de nunca ter sido objeto de uma definição
dogmática, é aceito e usado por todos os Ortodoxos.
ATENÇÃO!
A Mariologia é uma simples extensão da Cristologia
Os Padres do Concílio de Éfeso
insistiram em chamar Maria de Theotokos, não porque quisessem glorificá-la como
um fim em si próprio, à parte do seu Filho, mas porque somente louvando Maria
poderiam salvaguardar a doutrina correta da pessoa de Cristo. Qualquer
um que pense nas implicações da grande frase: O Verbo se fez Carne, não pode
deixar de sentir um respeito temeroso por aquela que foi escolhida como
instrumento de tão extraordinário Mistério.Quando os homens se recusam a louvar Maria, muito frequentemente é
porque eles não acreditam realmente na Encarnação de Cristo - Mas
os Ortodoxos veneram Maria, não só porque ela é a Theotokos, mas também porque
ela é a Panagia, Toda-Santa. Entre todas as criaturas de Deus, ela é o exemplo
supremo de sinergia ou cooperação entre o propósito da divindade e a vontade
livre do ser humano. Deus, que sempre respeitou a liberdade
humana, não quis tornar-se encarnado sem o livre consentimento de Sua Mãe.
Ele esperou pela resposta voluntária dela: "Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim, segundo a sua palavra" (Lc. 1,38). Maria poderia ter
recusado: Ela não era meramente passiva, mas uma participante ativa no
Mistério. Como Nicolau Cabasilas disse:
«A encarnação não foi trabalho só do Pai,
de Seu Poder e de Seu Espírito...
Mas foi também trabalho
da vontade e da fé da Virgem...
Assim como Deus encarnou voluntariamente,
Ele também quis que Sua Mãe O portasse livremente
e com seu consentimento completo!"
(On the Annunciation, 4-5,
Patrologia Orientalis.» vol. 19, Paris, 1926, pg. 488).
“Se Cristo é o Novo Adão, Maria é a nova Eva, aquela que se submeteu à
vontade de Deus contrabalançando a desobediência de Eva no Paraíso! Assim o nó
de Eva foi desatado pela obediência de Maria; pois o que Eva, uma virgem, atou
pela sua descrença, Maria, uma virgem, desatou pela sua fé...”(Irineu, Against the Heresies, 3, 22, 4).
"Morte por Eva, vida por Maria" (Jerome, letter 22,21).
Foi
Maria Santíssima livre também, do pecado original?
Em
outras palavras, a igreja ortodoxa concorda com a doutrina católico-romana da
Imaculada Conceição, proclamada como dogma pelo Papa Pio, o Nono em 1854, de
acordo com a qual “Maria, desde o momento em que foi concebida por sua mãe Santa
Ana, foi por decreto especial de Deus liberada de toda mancha do pecado
original..." A
Igreja Ortodoxa nunca de fato fez qualquer pronunciamento formal e definitivo
sobre o assunto. No passado Ortodoxos individualmente fizeram afirmações que ainda que
não confirmando definitivamente a doutrina da Imaculada Conceição, de algum
modo se aproximando dela; mas desde 1854 a grande maioria dos Ortodoxos
rejeitaram a doutrina, por várias razões:
1)- Eles
sentiam que ela era desnecessária.
2)-
Eles entendiam que de qualquer modo, como definida pela Igreja Católico-Romana,
ela implica num falso entendimento do Pecado original.
3)-
Eles suspeitavam da doutrina porque ela parece separar Maria do resto dos
descendentes de Adão, colocando-a numa classe completamente diferente de todos
os outros homens e mulheres justos do Velho Testamento.
4)-
Do ponto de vista Ortodoxo, no entanto, a questão toda pertence ao Reino
das opiniões teológicas; e se um Ortodoxo individual sente-se impelido
em acreditar na Imaculada Conceição, ele não poderia ser classificado de herético
por isso.
Mas
a igreja ortodoxa, enquanto em sua grande maioria (portanto, não todas as
igrejas ortodoxas) nega a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, acredita
firmemente em sua Ascensão Corpórea (Imediatamente após o Papa ter proclamado a
Assunção como dogma em 1950, alguns Ortodoxos (mais como reação contra a
Igreja Católico-Romana) começaram a expressar dúvidas sobre a Ascensão Corpórea
e mesmo a negá-la explicitamente. Mas certamente eles não são representativos
da Igreja Ortodoxa como um todo). Para a Igreja ortodoxa, Nossa Senhora
como o resto da humanidade, passou pela morte física, mas no caso dela, a
Ressurreição do Corpo foi antecipada: depois da sua morte física, seu corpo foi
elevado e "assumido" no céu, e seu tumulo foi encontrado vazio. Ela
passou além da morte e do julgamento, e já vive no Tempo que há de vir. No
entanto, ela não está por isso separada da humanidade, pois essa glória
corpórea da qual Maria desfruta agora, todos nós esperamos dela partilhar um
dia.A
crença na Ascensão da Mãe de Deus é afirmada claramente e sem ambiguidade nos
hinos cantados na Igreja ortodoxa em 15 de agosto, na Festa da Dormição de
Nossa Senhora. Mas a igreja ortodoxa diferentemente de Roma, nunca proclamou a
Assunção como dogma, nem nunca desejou fazer isso. As doutrinas da
Trindade e da Encarnação foram proclamadas como dogmas, por elas pertencerem a
pregação pública da Igreja; mas para a igreja ortodoxa, a glorificação
de Nossa Senhora pertence a Tradição interna, e não pública da Igreja.O
Hino ortodoxo Akathistos é comum a todos os cristãos de rito bizantino, ortodoxos e
católicos. Constitui, pois, uma antiga e solene ponte para a plena comunhão entre
a Igreja do Oriente e do Ocidente. A ortodoxa Revista 30 Dias pediu a
S. Santidade Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, que
comentasse o texto deste maravilhoso hino da Igreja Bizantina.
Abaixo reproduzimos, parte desta entrevista de Gianni
Valente, publicada na edição de janeiro/2005 da revista 30 Dias:
Revista 30 Dias: A Igreja reconheceu desde o início que na
virgindade de Maria se manifesta sua beleza esplendorosa, que apaixona a Deus e
o atrai entre nós. Como é expressa, nesse hino, a predileção de Deus pela
beleza virginal de Maria?
BARTOLOMEU I: “A virgindade da Mãe de Deus, como profundíssima, existencial, gratuita e total dedicação de seu amor por
Deus, como situação espiritual durante a qual a mente e seu coração não são
dirigidos para outro ser terreno, é continuamente cantada no hino Akathistos,
ao lado da predileção de Deus por essa dedicação virginal da Toda Santa por
Ele. Numa estrofe se diz até que o Senhor que habitou em seu ventre, Ele,
que contém todas as coisas, a "santificou e glorificou". Numa outra
se diz que o Criador do céu e da terra moldou a ela, a Toda Pura, morando
depois em seu útero.”
Revista 30 Dias: A Igreja Católica lembrou em 2004 os cento e
cinqüenta anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição. Como é
celebrada, na tradição cristã ortodoxa oriental e bizantina, a Concepção de
Maria e sua santidade plena e imaculada?
BARTOLOMEU I: “A Igreja Católica viu-se na necessidade de instituir um dogma novo
para a cristandade, cerca de mil e oitocentos anos depois do aparecimento do
cristianismo, porque aceitou uma percepção do pecado original, para nós, ortodoxos, errada, segundo a
qual o pecado original transmite uma mácula moral ou uma responsabilidade
jurídica aos descendentes de Adão, no lugar daquela reconhecida como correta
pela fé ortodoxa, segundo a qual o pecado transmitiu hereditariamente a
corrupção, provocada pelo distanciamento do homem da graça incriada de Deus,
que lhe dá vida espiritual e corporal. O homem moldado à imagem de Deus,
com a possibilidade e o destino de se assemelhar a Deus, escolhendo livremente
o amor a Ele e a observância de seus mandamentos, mesmo depois da queda de Adão e Eva pode-se tornar, se tem essa
intenção, amigo de Deus; então, Deus o santifica, como santificou a tantos pais
antes de Cristo, ainda que o cumprimento de seu resgate da corrupção, ou
seja, sua salvação, tenha sido realizada depois da encarnação de Cristo e por
meio dEle. Como consequência, segundo a fé ortodoxa, a Toda
Santa Mãe de Deus Maria “não foi concebida isenta da corrupção do pecado
original”, mas amou a Deus acima de todas as coisas e observou seus
mandamentos, e assim foi santificada por Deus por meio de Jesus Cristo, que por
ela se encarnou. A Ele obedecia como uma dos fiéis, e a Ele se dirigia com
confidência de Mãe. “Sua santidade e sua pureza não
foram impedidas pela corrupção, que também lhe foi transmitida pelo pecado
original como a todos os homens”, pois em Cristo renasceu como todos os
santos, santificada acima de todos os santos. Não é necessário que sua reintegração à condição anterior à queda
aconteça no momento de sua concepção. Nós
acreditamos que tenha acontecido depois, como consequência da progressão, nela,
da ação da incriada graça divina por meio da visita do Espírito Santo, que
operou nela a concepção do Senhor, purificando-a de qualquer mancha. Como já se
disse, o pecado original pesa sobre os descendentes de Adão e Eva como
corrupção, e não como responsabilidade legal ou mancha moral. O pecado
trouxe a corrupção hereditária e não uma responsabilidade jurídica hereditária
ou uma mancha moral hereditária. Como consequência,
para a teologia da igreja ortodoxa, a Toda Santa participou da corrupção
hereditária, como todos os homens, mas, com seu amor por Deus e sua pureza, entendida
como uma dedicação imperturbável e sem hesitações de seu amor a Deus apenas,
conseguiu, com a graça de Deus, santificar-se em Cristo e fez-se digna de se
tornar habitação de Deus, como Deus quer que nos tornemos todos nós, seres
humanos. Por isso, na Igreja Ortodoxa veneramos a Toda Santa Mãe de Deus
acima de todos os santos, ainda que não
aceitemos o novo dogma de sua Imaculada Conceição. A não aceitação desse dogma
não diminui absolutamente nosso amor e nossa veneração pela Toda Santa Mãe de
Deus...”
Fonte:https://www.ecclesia.com.br/biblioteca/igreja_ortodoxa/a_igreja_ortodoxa_fe_e_liturgia5.html?fbclid=IwAR3Sl3QRPOzkm9zFaqPG6_sp2y1USRMhYqtRKR3JFnLhVmJ8i60lzZbc01s
*Obs.:
Algumas pessoas se questionam: “O que devo fazer se adquiri um ícone
herético, ou seja, que não sustenta claramente que Maria permaneceu virgem
e imaculada, mas que foi benzido por um sacerdote legitimamente
ordenado pela Igreja?...”
-Resposta: Ora, como existem
sacramentos que mesmo celebrados de forma legítima, são intrinsecamente nulos,
ou seja, nunca existiram, como alguns matrimônios validamente celebrados, o
mesmo pode acontecer com o benzimento de algo que vá contra a fé da igreja
solenemente proclamada, no caso a benção de algum objeto herético. A grosso
modo, Deus jamais abençoaria a mentira, mas sempre a verdade. Portanto, você
pode se desfazer do objeto equivocadamente bento, sem estar cometendo pecado. O
pecado estaria em se continuar a reverenciar uma heresia, já sabendo agora, que se
trata de uma.
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APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:
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+ Comentário. Deixe o seu! + 13 Comentário. Deixe o seu!
Muito interessante, mas vou deixar uma dica. Sejam menos prolixos, tive vontade de parar antes da metade do texto. É possível transmitir uma ideia com seus argumentos de forma mais sucinta e objetiva para que não fique cansativo. E pelo que vi pelo site, não é só nesse artigo. Até na carta de apresentação do "quem somos". Deus lhes abençoe.
Prezada “passagem para o mundo”
Percebo que você pela sua rasura intelectual, já não é mais uma passagem, mas infelizmente uma porta terrivelmente arrombada pelo atuais valores deste mundo raso, sem profundidade, supérfluo e do fast-food. Pergunto-lhe: A quem interessaria este despretensioso blog? Pelo ai menos nisto acho que concordamos, pois com certeza não foi feito para pessoas apressadas e rasas como você, um blog com textos longos e profundos. Numa época em que o sincretismo é tão prestigiado, quem gostaria de um blog sempre pronto a discutir com qualquer um que contrariasse a doutrina católica? Os modernos internautas como você ( que não são nosso público alvo) estariam dispostos a conhecer um blog tão preocupado com a tradição católica e o Conservadorismo da moral Judaico-Cristã? Este blog nascia parecendo estar condenado ao ostracismo eletrônico. Ao longo do tempo, o único atrativo de nosso Blog, e nossa grande preocupação foi de repetirmos aquilo que a Igreja sempre ensinou durante séculos, e por isto mesmo, pela graça de Deus, e não por nossos méritos, o resultado de nosso trabalho superou todas as nossas expectativas. Ao longo deste tempo, ao invés do ostracismo, já chegamos a mais de três milhões de acesso, e inúmeros comentários em nossas postagens que por falta de tempo, não conseguimos responder a todos(as), os quais aproveito a oportunidade para apresentar nossas humildes desculpas e pedido de compreensão e suas orações por este despretensioso apostolado. As consultas ao nosso Blog com estas cifras nos coloca como dos blogs mais consultados na sua categoria.
Prezada “porta para o mundo”, não se tratam apenas de acessos de internautas curiosos, pois o fruto de nosso trabalho pode ser visto pelos inúmeros comentários que semanalmente recebemos, de pessoas que tem dúvidas e nos pedem conselhos, e como sinal claro de que estamos no caminho certo, muitas destes comentários em nossas postagens relatam depoimentos de leitores que tiveram no Blog um instrumento para o afervoramento da prática da religião, e muitos ainda, que se converteram ou que retornaram ao catolicismo com a ajuda dos “longos textos” que publicamos.
Ao longo deste tempo conquistamos grupos de amigos por todo o Brasil e mesmo no exterior, pessoas que como nós, procuram defender a doutrina católica dos ataques dos modernistas e dos liberais do mundo moderno, que como você abriram as portas e perderam sua identidade. Foram, portanto, anos de muitas lutas e muitas polêmicas que resultaram, por causa da graça de Deus, em grande bem para muitas pessoas. E como explicar o sucesso de um instrumento com tão poucos recursos, e que traz ensinamentos tão diferentes da mentalidade atual? Neste deserto que é o mundo moderno, Deus utilizou uma pequena garoa, que quando cai neste deserto faz brotar imediatamente a relva verde, não por mérito dela, pois é tão pequena, muito inferior aquilo que seria necessário, mas sim, por obra Daquele que criou a terra e nela colocou o sal que fica a espera da água para poder dar frutos. Portanto, só temos a agradece nossos(as) amigos(as) e leitores(as) por todo o apoio e intercessão que temos recebido. E, sobretudo, agradecemos a Deus, que por meio de Maria Santíssima, tem sustentado nosso combate.
É da radicalidade, do cuidado diário cara “porta aberta para o mundo”, que vem o crescimento das plantas. É de sua radicalidade em Cristo que se alimentam as almas. É a radicaliddae na fé que atrai as almas. Por isso, por repelirem a radicalidade e por quererem apenas agradar com textinhos curtos, fast-food,sentimentalóides, recheados de palavras bonitas que nem fede e nem cheira, é que os maus sacerdotes e lideranças Cristã católicas, que estão esvaziando nossas igrejas.
Continua...
O blog Berakash pelo contrário, sem falsa modétia, atrai cada vez mais, pois viola todas as regras de propaganda e marketing, como se diz hoje. No nosso blog publicamos fotos e imagens senão muito raramente. Temos textos longos, sizudos, doutrinários, por vezes áridos. Tratamos os inimigos de Deus como devem ser tratados, aplicando-lhes o conselho de São Paulo que recomendou a Tito: "Increpa illos dure" Reprende-os asperamente" (Tito 1, 13). E o resultado é que o blog Berakas é, hoje, graças a Deus, um dos blogs doutrinário católico, de longe, mais lidos do Brasil, com cerca de 10.000 acessos diários. Quanto à ironia, e palavras duras só usamos contra os(as) insolentes. Só contra aqueles que se atrevem a ofender Deus e a Santa Igreja, aplicando-lhes a humilhação que merecem. Pois que na ladainha de todos os santos pedimos: "Ut inimiccos Sanctae Ecclesiae humiliari digneris, Te rogamus, audi nos" "Que Vos digneis humilhar os inimigos da Santa Igreja, nós Te rogamos, Senhor, ouvi-nos. E Deus nos tem ouvido.
Não temos medo de sermos considerados antipáticos,moralistas, reacionários, etc e coisa e tal. Só fazemos questão de defender com firmeza e ufanamente a Fé Católica e o Conservadorismo Judaico Cristãos. E é isso que nos traz tantos apoios e tantos acessos, e pasmem !!! Paradoxalmente por jovens, porque a juventude ama a luta e aceita o sofrimento por Deus. "A juventude não foi feita para o prazer, e sim para o heroísmo", disse com razão um poeta que infelizmente, nem sempre tinha razão (Paul Claudel). Graças a Deus, então, são inúmeras as mensagens que recebemos de apoio, de elogios, de incentivo. Melhor ainda: são inúmeras as conversões de hereges à Igreja Católica alcançadas pelo combate que desenvolvemos. São numerosas as almas católicas que se voltam mais ardentemente para Deus pelas LONGAS E PROFUNDAS argumentações expostas no Blog Berakash. E que Deus seja louvado por essa prova de que o estilo, digamos, "diplomático", isto é conciliador, fast – food, sentimentalíde, para não dizer capitulacionista, é um verdadeiro fracasso, se comparado com o resultado obtido pela polêmica franca, dura contra os erros, porém, caridosa para com as pessoas enganadas, ou mais fracas que só cairam em erro pela completa falta de formação doutrinária em que jazem os católicos, normalmente, hoje em dia.
Detesto tudo o que é moderno e nos afasta de Deus e da verdade cara “porta escancarada para o mundo. Sou pelo que é eterno, e sou consciente que desperto entusiasmo e ódios. Aturo desaforos e incompreensões. Suporto calúnias e silêncios murmurantes,e continuo firme.Muitas que perguntam com humildade, outras me agradecem o ensinamento recebido. Ou até a Fé recuperada.Desta forma, atiço brasas que se apagavam. Fortaleço, tanto quanto posso, com a ajuda de Deus, canas torcidas. Sopro, tanto quanto posso, em fogueiras bruxuleantes. Acendo tochas. Inflamo candelabros.E quando posso respondo comentários. Alguns pretensiosos e arrogantes. Outras impertinentes. Umas mal educadas. Outras atrevidas e ignorantes. Algumas cheias de ódio porque vazias de argumentos.Cada comentário inteligente e sincero é um desafio. Cada provocação é um duelo. À sabre ou florete, depende da arma que você escolheu usar. E o prêmio que procuro é a conversão de uma alma para Nosso Senhor.
Shalom !!! Obrigado pela visita, reze por nós e volte sempre!
Olá, desculpe minha ignorância mas não entendi por que o primeiro ícone da Sagrada Família é "herege"? Compreendi o texto, os argumentos sobre a virgindade perpétua de Maria, os riquíssimos textos dos santos e etc. Parabéns por defenderem a fé católica, sua doutrina e tradição mas enfim qual a relação desse belo texto com o primeiro ícone? O que há de errado nele? Desde já obrigada pela atenção?
Prezada Alessandra Stella,
Muito oportuna sua dúvida que com a resposta ajudará a esclarecer muitos outros(as). A resposta é simples:
A Igreja Ortodoxa, nem todas são fiéis ao papa e ao Sagrado magistério Católico, portanto, se sentem livres para criar suas próprias doutrinas. Entre estas doutrinas, algumas correntes ortodoxas, defendem que Maria Santíssima foi virgem apenas ANTES E DURANTE o parto, ou seja, não permanecendo virgem após o parto. Isto é demonstrado por estas correntes ortodoxas em sua iconografia, como este ícone ao qual você se refere. Se você observar nele Alessandra, Maria Santíssima tem apenas DUAS estrelas e não três que defende o dogma de que Maria foi e permaneceu virgem ANTES, DURANTE E APOS O PARTO. E outro detalhe importante: São José ao Tocar em Maria significa que ele a "conheceu" sexualmente. Portanto, para nós católicos é um ícone herético, pois nega o dogma.
Esperando ter elucidado sua dúvida, Shalom !!!
Usei esse ícone em meu casamento e deu para todos os padrinhos
Prezado(a)
Não sei se você é o esposo ou esposa. Não se preocupe com isto! Onde não existe conhecimento, não existe pecado! Muitos(as) não irão atentar para isto! Os que atentarem, você agora vai saber dar os devidos esclarecimentos e desculpas.
Shalom !!!
Ao invés de desqualificar a pessoa por causa do seu comentário, penso que simplesmente educar e mostrar a importância de uma introdução teórica para que as pessoas entendam o assunto é mais eficaz. Tirando isso, o texto ficou muito bom, bem escrito e que promove uma reflexão sobre algo que poucos tem conhecimento.
Gostei da informação, mas poderia ser mais direto, algumas partes do texto parecia que estava e um site ortodoxo, e por favor não usem o termo "ortodoxos orientais" para se referir às Igrejas Orientais sui iuris, só se chamam "ortodoxas" as que não estão em comunhão com Roma!
Boa tarde! entendi a explicação sobre o primeiro ícone, onde existem apenas duas estrelas sobre Nossa Senhora, mas e no segundo? ela possui Três estrelas, porém São José a toca com o rosto. Não seria um símbolo contradizendo o outro? ele é realmente herético apenas pelo toque de São José?
Prezado(a)
Excelente pergunta, e como não existe resposta fácil para pergunta difícil. A sua pergunta e nossa resposta irá ajudar a muitos!Desde o nascimento da arte cristã, a Igreja Romana havia estabelecido uma relação entre palavra e imagem. Mesmo se debatendo com opiniões contrárias, a Igreja Católica no Ocidente se manteve, de um modo geral, favorável ao uso das imagens, considerando-as um instrumento episcopal de instrução. Essa posição gerou alguns conflitos ao longo dos séculos. Por volta do ano 600, numa atitude iconoclasta, o bispo Serenus, de Marselha, mandou destruir as imagens de sua cidade. Essa atitude resultou no afastamento de fiéis. O bispo Serenus foi repreendido através de uma carta envidada pelo Papa Gregório, que representava a postura adotada pela alta hierarquia eclesiástica durante séculos, que considerava a pintura “a leitura daqueles que não conhecem as letras”. No século VIII estoura uma crise iconoclasta da mais rara violência em Constantinopla, que durou até o ano de 843. Nesse período foi realizado o II Concílio Ecumênico de Nicéia (787), que praticamente definiu a posição da Igreja Católica com relação às imagens. No século XVI, a Igreja precisou intervir novamente na questão através do Concílio de Trento, que reafirmou o que se havia decidido no II Concílio Niceno. “A imagem é um livro portador de linguagem” (Gregório de Nissa). Foi pensando dessa maneira que a Igreja utilizou as imagens na transmissão de sua doutrina àqueles que não tinham contato com as letras. Era através das representações de cenas tomadas da Bíblia que o povo simples apreendia aquilo que deveria seguir e imitar. E para responder ao argumento comum entre os protestantes calvinistas, de que a utilização das imagens levaria o povo à idolatria, as autoridades eclesiais fizeram questão de ressaltar a diferença existente entre adoração, culto prestado unicamente a Deus, e veneração, que é uma homenagem prestada à imagem, que remete a fé do cristão ao protótipo representado. É preciso deixar claro que a produção artística não é meramente esteticista, mas voltada à temas relacionados à transmissão da doutrina cristã ao longo dos séculos. Para isto, é importante conhecer as resoluções finais de alguns Concílios Ecumênicos em que a questão das imagens foi colocada em pauta (II Concílio de Nicéia – 787; e Concílio de Trento – 1562). O culto das santas imagens inicia-se no decorrer do século V, segundo nos mostra Danielou e Marrou, e experimenta um brusco impulso no século VI, durante e após Justino II (565-578), no Império Bizantino. Desde suas origens, segundo os mesmos Danielou e Marrou “a arte cristã (...) havia desenvolvido uma iconografia religiosa e havia representado tipos ou cenas tomadas de empréstimo à Sagrada Escritura para seus muros e monumentos. Tais representações, além da função pedagógica, possuíam já um certo valor de sacralização.” A arte sacra é, segundo Cláudio Pastro, “como um prolongamento do Mistério da Encarnação, da descida do Divino no criado”.
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É arte de culto a decorar as paredes das igrejas e a iconostase, seu santuário, com os principais mistérios bíblicos da fé. Sendo assim, o artista não pode deixar-se guiar pelas suas próprias inspirações; seu trabalho não consistirá em exprimir a sua personalidade, mas procurará a forma perfeita que corresponda a Protótipos Sagrados de inspiração celeste, através da celebração comunitária e da oração pessoal que filtra a intenção subjetiva do artista e faz brotar o seu conteúdo objetivo. O ícone está em estreita ligação com a liturgia. Sendo assim, o ícone é a imagem sacra da Igreja Universal, que após o ano 1000 ficou restrito ao Oriente. Já no Ocidente, desde o século XII que os artistas não fazem parte dos Sagrados Ministérios. Na opinião do mesmo Cláudio Pastro, “talvez exista [hoje] uma arte religiosa, mas não uma arte sagrada”. A unidade da arte sacra se dava devido aos intercâmbios realizados entre conventos disseminados por todo o mundo cristão. Nos mosteiros, religiosos e religiosas praticavam a pintura, escultura, iluminura e artes menores, preservando as artes e as letras trazidas dos séculos anteriores. Até o século XIII, a maioria dos pintores, mosaístas e ilustradores eram religiosos. Ainda hoje a Igreja Católica Apostólica Romana mantém o costume de ornar as igrejas com imagens de Cristo, da Virgem Maria e dos santos, como nos revela o Cânone 1188 do código do Direito Canônico: “Mantenha-se a praxe de propor imagens sagradas nas igrejas, para a veneração dos fiéis; entretanto, sejam expostas em número moderado e na devida ordem, a fim de que não se desperte a admiração no povo cristão, nem se dê motivo a uma admiração menos correta.” A Igreja Católica considera um abuso guardar veladas algumas imagens, pois essa atitude é temerária e contrária à sua utilidade, que é a de fomentar a piedade dos fiéis. Nos últimos anos do século XX, após o Concílio Ecumênico Vaticano II, cresceu muito o interesse da Igreja Católica, no Ocidente, pelos ícones, que desde o início a Igreja Oriental tinha como “imagem do Invisível, como imagem Condutriz, uma arte da liturgia, expressão viva da fé de uma comunidade e não de um artista.” Aos poucos, a novidade foi reevangelizando o Ocidente. As autoridades eclesiásticas têm exercido controle sobre os tipos de imagens utilizadas no culto cristão. Estas não podem ser inspiradas unicamente pelo esteticismo ou pela devoção popular exuberante, fantasista. Foi com esse pensamento que o Papa Urbano VIII, em 1628, condenou a representação da Santíssima Trindade sob forma de um tronco humano com três cabeças, e que, em 1745, Bento XIV rejeitou a cena de três pessoas sentadas uma ao lado da outra, para representar a Santíssima Trindade. Isso porque nunca o Espírito Santo apareceu sob forma humana. Foi também proibido pelo Papa Pío VI que as sagradas imagens, em particular as da Virgem Maria, recebessem outras denominações diferentes daquelas que a Igreja aprova e recomenda.
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Essa denominações são “temerárias, ofensivas aos ouvidos piedosos e injuriosa à veneração devida especialmente à bem-aventurada Virgem.” Para a Igreja, a arte cristã deve representar as Pessoas Divinas somente sob as formas pelas quais são citadas na Sagrada Escritura. A posição da Igreja Católica favorável às imagens não autoriza a representação direta de Deus, como uma das figuras da Santíssima Trindade. Em 1745, o Papa Bento XIV já afirmava através da Sollicitudini nostrae, citada por Denziger, que as imagens da Santíssima Trindade são temerárias e contrárias ao costume da Igreja, pois não existem imagens da Santíssima Trindade comumente aprovadas e que possam ser permitidas com segurança. A impossibilidade dessa representação será mantida pela Igreja por séculos. Durante todo o primeiro milênio as representações de Deus são extremamente raras na cristandade latina. Somente a partir do século XIII elas se tornam mais freqüentes e explodem no maneirismo e no barroco. Tanto para Kant quanto para Hegel, citados por Alain Besançon, “todas as magens que se referem à Deus são justificáveis, mas nenhuma é verdadeira; só são verdadeiras em relação ao artista, não em relação a Deus”. Respondendo sua pergunta: Na iconografia como já foi explicado acima, o objetivo não é meramente estético e sentimentalista, mas pedagíco. O tocar com as mãos, para algumas escolas bizantinas, significa CONHECER. No caso do segundo ícone, você pode observar que São José não toca as mãos de Maria, essa intenção do artista é pedagógica, ensinando que Maria é virgem antes, durante e após o nascimento de Cristo.
Shalom !
Everaldo - Colaborador do Apostolado Berakash
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