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31 de Março - Uma data histórica no Brasil para ser comemorada

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019 | 23:41









O ex-ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez, como muitos brasileiros livres da esquerdopatia, defendem a CONTRA REVOLUÇÃO COMUNISTA de 31 de Março de 1964!






Em um dos textos publicados em seu blog em abril 2017,intitulado "31 de março de 1964: é patriótico e necessário recordar essa data", o texto destaca que "esta é uma data para lembrar e comemorar! A esquerda pretende negá-la. Mas não pode"!





Em outro trecho, o ministro escreveu: 





"1964, vale sim afirmá-lo, nos livrou do comunismo. Nos poupou os rios de sangue causados pelas guerrilhas totalitárias que, na Colômbia, por exemplo, no conflito que ora se encerra, ceifou mais de 300 mil vidas e obrigou a sair do país mais de 5 milhões de colombianos, no longo período que vai de 1948 até os dias atuais. Não tivessem os militares brasileiros agido com força para desmantelar a "República do Araguaia", teríamos tido o nosso "Caguán" (o território "livre" do tamanho do Estado do Rio de Janeiro, situado no coração da Colômbia e a partir do qual as Farc chegaram quase a balcanizar o país vizinho)".  




E completou:




“Nos treze anos de desgoverno lulopetista os militantes e líderes do PT e coligados tentaram, por todos os meios, desmoralizar a memória dos nossos militares e do governo por eles pré instaurado em 64...Felizmente a opinião pública, incluindo as Forças Armadas, reagiu em tempo e os petralhas não conseguiram implantar esse embuste marxista, que tinha como única finalidade fortalecer o PT de forma a que se tornasse o "novo príncipe" hegemônico apregoado por Gramsci, a fim de garantir a definitiva instalação de Lula e a sua caterva no poder. Sabemos hoje que a "revolução" pretendida pelo PT consistia simplesmente em roubar sem nenhuma oposição". 




Houve excessos? Sim, porém, de ambos os lados, pois em uma guerra, não se trocam flores e nem gentilezas! O ex-ministro encerrou o texto dizendo que:






“Os nossos militares prepararam os seus quadros de oficiais para se inserirem no Brasil democrático, abrindo espaço ao público feminino e com pleno respeito às lideranças civis legítimas surgidas do voto popular e às instituições do governo representativo”.




O CONTEXTO DA "CONTRA REVOLUÇÃO COMUNISTA" DOS MILITARES NO BRASIL

 














Golpe de Estado no Brasil em 1964 designa o conjunto de eventos ocorridos em 31 de março de 1964 no Brasil, que culminaram, no dia 1.º de abril de 1964, com uma iminente e suplicada reação militar que encerrou o governo do presidente João Goulart, também conhecido como Jango. Os militares brasileiros favoráveis a esta contra revolução e, em geral, os defensores do regime instaurado em 1964 costumam designá-lo como "Revolução de 1964", "Contragolpe de 1964" ou "Contrarrevolução de 1964". Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então, declararam-se herdeiros e continuadores da Contra Revolução Comunista de 1964.











Já a historiografia esquerdista brasileira recente defende a ideia de que o golpe, assim como a ditadura que se seguiu, não deve ser considerado como exclusivamente militar, sendo, em realidade, civil-militar. Segundo vários destes historiadores, houve apoio ao golpe por parte de segmentos importantes da sociedade: os grandes proprietários rurais, a burguesia industrial paulista, uma grande parte das classes médias urbanas (que na época girava em torno de 35% da população total do país) e o setor conservador e anticomunista da Igreja Católica (na época majoritário dentro da Igreja) que promoveu a grande Marcha da Família com Deus pela Liberdade, realizada poucos dias antes do golpe, em 19 de março de 1964.











Jango havia sido eleito vice-presidente pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), na mesma eleição que conduziu Jânio da Silva Quadros, do Partido Trabalhista Nacional (PTN), à presidência, apoiado pela União Democrática Nacional (UDN). A contra revolução estabeleceu um regime autoritário e nacionalista, politicamente alinhado aos Estados Unidos,e marcou positivamente o início de um período de profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. O regime militar durou até 1985, quando Tancredo Neves foi eleito, indiretamente, o primeiro presidente civil desde 1964.




Antecedentes





Jânio Quadros renunciou ao mandato no mesmo ano de sua posse (1961) e quem deveria substituí-lo automaticamente era o vice-presidente, João Goulart, segundo a Constituição vigente à época, promulgada em 1946. Este, entretanto, encontrava-se em viagem oficial à República Popular da China. Os militares então acusaram Jango de ser comunista e o impediram de assumir seu lugar como mandatário no regime presidencialista. Depois de muita negociação, lideradas principalmente pelo cunhado de Jango, Leonel de Moura Brizola, na época governador do Rio Grande do Sul, os apoiadores de Jango e a oposição acabaram fazendo um acordo político pelo qual se criaria o regime parlamentarista, passando então João Goulart a ser chefe-de-Estado.












Em 1963, porém, houve um plebiscito, e o povo optou pela volta do regime presidencialista. João Goulart, finalmente, assumiu a presidência da República com plenos poderes, e durante seu governo tornaram-se aparentes vários problemas estruturais na política brasileira, acumulados nas décadas que precederam o regime militar e disputas de natureza internacional, no âmbito da Guerra Fria, que desestabilizaram o seu governo. Em outubro, uma entrevista concedida pelo governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, ao jornal Los Angeles Times, convocou as Forças Armadas americanas a "derrubar os comunistas que estavam no poder". Os ministros militares solicitaram ao presidente a decretação de estado de sítio e a prisão de Lacerda. O pedido, encaminhado ao Congresso Nacional, não encontrou receptividade diante da maioria dos parlamentares, sendo então retirado. Diante disso, oficiais, até então neutros, passaram a apoiar a conspiração militar.











Em 1964, houve um movimento de reação, por parte de setores conservadores da sociedade brasileira, notadamente as Forças Armadas, o alto clero da Igreja Católica e organizações da sociedade civil, apoiados fortemente pela potência dominante da época, os Estados Unidos, ao temor de que o Brasil viesse a se transformar em uma ditadura socialista similar à praticada em Cuba,após a falha do Plano Trienal do governo de João Goulart de estabilizar a economia, seguido da acentuação do discurso de medidas vistas como comunistas na época, tais como a reforma agrária e a reforma urbana. Inúmeras entidades anticomunistas foram criadas naquele período, e seus discursos associavam Goulart, sua figura e seu governo, e o "perigo comunista" ou "perigo vermelho". Esse discurso, que até fins de 1963 ficara confinado a setores da extrema-direita, conquista rapidamente maior espaço e acaba por servir de "cimento da mobilização anti-Goulart", propiciando uma "unificação de setores heterogêneos numa frente favorável à derrubada do presidente".










No dia 13 de março de 1964, data da realização do Comício da Central do Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, perante trezentas mil pessoas, Jango decreta a nacionalização das refinarias privadas de petróleo e a desapropriação, para fins de reforma agrária, de propriedades às margens de ferrovias, rodovias e zonas de irrigação de açudes públicos. No mesmo comício, Brizola defendeu o fechamento do Congresso Nacional e sua substituição por uma assembleia nacional constituinte, que deveria ser integrada por "camponeses, operários, muitos sargentos e oficiais nacionalistas." Desencadeou-se uma crise no país, com a economia já desordenada e o panorama político confuso. A oposição militar ao governo cresce especialmente a partir de 25 de março, com a rebelião dos marinheiros, que estavam amotinados no Sindicato dos Metalúrgicos da Guanabara, reivindicando o reconhecimento de sua entidade representativa. Fuzileiros navais, enviados ao local para prender os rebelados, acabaram por aderir à revolta. A quebra da hierarquia e da disciplina na Marinha é um argumento decisivo em favor do golpe militar, em nome da restauração da ordem.A crise na Marinha mudou o foco do processo político. Em vez de um enfrentamento entre projetos políticos, entre reforma e contra-reforma, uma luta entre os defensores da hierarquia e da disciplina nas Forças Armadas e os que desejavam subverter esses valores. Um desastre político para Jango e para as forças reformistas, cujo dispositivo militar começou a ruir.












Pela falta de mobilização das camadas populares da sociedade, a extensa maioria dos críticos do movimento de 1964 qualifica-o como um golpe de estado. Mesmo para muitos militares, a começar pelo ex-presidente Geisel, é claro que não houve uma revolução! "O que houve em 1964 não foi uma revolução. As revoluções fazem-se por uma ideia, em favor de uma doutrina. Nós simplesmente fizemos um movimento para derrubar João Goulart. Foi um movimento 'contra', e não 'por' alguma coisa. Era contra a subversão, contra a corrupção. Em primeiro lugar, nem a subversão nem a corrupção acabam. Você pode reprimi-las, mas não as destruirá. Era algo destinado a corrigir, não a construir algo novo, e isso não é revolução".





Para outras lideranças militares, foi uma contrarrevolução! Segundo o coronel Jarbas Passarinho:








"O movimento militar de 1964 foi uma contrarrevolução, que só se efetivou, porém, quando a sedução esquerdista cometeu seu erro vital com a rebelião dos marinheiros, com a conivência do governo, o golpe de mão frustrado de sargentos em Brasília e a desastrosa fala de Jango para os sargentos no Automóvel Clube do Rio de Janeiro. A disciplina e a hierarquia estavam gravemente abaladas. As Forças Armadas só então se decidiram pela ofensiva, reclamada pela opinião pública. O apoio da sociedade brasileira, da imprensa, praticamente unânime, da maioria esmagadora dos parlamentares no Congresso, da Igreja, maciçamente mobilizada nas manifestações das enormes passeatas, as mulheres rezando o terço e reclamando liberdade, tudo desaguou na deposição de João Goulart, sem o disparo de um tiro sequer, o povo aclamando os militares."





Características gerais do novo regime e objetivos:














O necessário e oportuno golpe de Estado de 31 de março, teve como desdobramento a instauração do regime militar. Segundo algumas análises do período, a implantação desse regime ocorre mediante uma alteração fundamental no papel exercido até então pelo estamento militar na vida política brasileira. Tradicionalmente, as Forças Armadas do Brasil sempre haviam tido o papel de um poder moderador. Suas intervenções, até 1964, sempre se haviam caracterizado por um caráter transitório, "controlando ou depondo o Executivo, ou até mesmo evitando a ruptura do próprio sistema", especialmente diante da ascensão de novos grupos, anteriormente excluídos da participação no poder político. Todavia, em 1964, os militares não apenas atuaram na tomada do poder mas passaram a exercê-lo diretamente, instaurando um regime autoritário, centralizador e burocrático, de corte modernizador. Às expensas de uma forte compressão salarial e de uma extrema concentração de renda, adota-se um modelo de desenvolvimento em que o Estado amplia sua presença na economia, seja através do planejamento e do controle, seja como indutor de investimentos, seja como agente direto na atividade produtiva (através de empresas governamentais que constituiriam o chamado "setor produtivo estatal"), notadamente em áreas consideradas estratégicas. Esse modelo de desenvolvimento será baseado no tripé formado pelo capital estrangeiro, capital privado nacional e capital estatal, sob a égide deste último, dando origem ao chamado "setor moderno" da economia.











O movimento político-militar de 1964 fora precedido de expressiva mobilização dos grupos dirigentes e de setores mais tradicionalistas das classes médias. Identifica-se como politicamente conservador, contrário às reformas de base nacional-populistas propostas por Jango e à participação política de setores ditos populares, manipulados por suas lideranças. Mas, na sequência, o novo regime consegue rearticular politicamente o empresariado nacional, especialmente o segmento ligado ao setor moderno industrial e conectado ao capital internacional, ao mesmo tempo em que mantém suas alianças com as oligarquias tradicionais, num processo que Barrington Moore Jr. denominou modernização conservadora. Paralelamente, o regime também reinterpretaria a plataforma reformista de Jango, em áreas como reforma agrária (com a criação do Incra), educação (criação do Mobral) e reforma universitária, além de promover a estatização de empresas (energia elétrica, telecomunicações, siderurgia, petróleo).













Nos anos que se seguiram haverá uma significativa recuperação da economia e taxas de crescimento, que chegam a 10% ao ano, constituindo o que se chamou milagre econômico, com entrada significativa de capitais externos, atraídos também pela estabilidade política. O aumento da dívida externa devidos aos empréstimos, seria um problema a ser enfrentado posteriormente. Tal desenvolvimento econômico será, entretanto, acompanhado de censura aos meios de comunicação e de violenta repressão política, sob a égide da Lei de Segurança Nacional e do Ato Institucional n° 5, promulgado no final da década de 1960, justificada pela necessidade de manter a estabilidade política e a segurança interna, em um mundo dividido pela Guerra Fria. Além da limitação da liberdade de opinião e expressão, de imprensa e organização, a partir de 1969 tornaram-se comuns as prisões, os interrogatórios e a tortura daqueles que faziam oposição ao regime, principalmente apelando para a luta armada e atos de terrorismos, roubos e sequestros, feitos por Comunistas assumidos, simpatizantes, sobretudo estudantes, jornalistas, professores, e até religiosos. Para além das prisões, estima-se que cerca de 300 dissidentes em confrontos armados, perderam a vida. Segundo a versão defendida pelos militares, a maioria dessas mortes teria ocorrido em confrontos com as Forças Armadas. De acordo com relatos publicados pelo Departamento de Documentação Histórica da Fundação Getúlio Vargas:“Os militares envolvidos no golpe de 1964 justificaram sua ação afirmando que o objetivo era restaurar a disciplina militar e a hierarquia nas Forças Armadas e deter a "ameaça comunista" que, segundo eles, pairava sobre o Brasil. Uma ideia fundamental para os militares era que a principal ameaça à ordem capitalista e à segurança do país não viria de fora, através de uma guerra tradicional contra exércitos estrangeiros; ela viria de dentro do próprio país, através de brasileiros que atuariam como "inimigos internos" – para usar uma expressão da época. Esses "inimigos internos" procurariam implantar o comunismo no país pela via revolucionária, através da "subversão" da ordem existente, daí serem chamados pelos militares de "subversivos".



Segundo a análise do CPDOC-FGV, havia fatores históricos que posicionavam as Forças Armadas do Brasil contra o comunismo, acentuando a polarização ideológica no Brasil:





A percepção de um "perigo comunista" de uma ideologia fracassada no Brasil passou por um processo de crescente "concretização", até atingir seu clímax com a Revolta de 1935. Assim, após a Revolução Russa de 1917, tiveram lugar no país a criação do Partido Comunista do Brasil (depois Partido Comunista Brasileiro – PCB) em 1922; a conversão do líder tenentista Luís Carlos Prestes ao comunismo, em maio de 1930, e sua ida para a União Soviética, no ano seguinte; e o surgimento, em março de 1935, da Aliança Nacional Libertadora, dominada pelos comunistas. Se em 1917 o comunismo no Brasil era visto ainda como um perigo remoto, "alienígena" e "exótico", aos poucos ele foi se tornando mais próximo. A frustrada revolta comunista de novembro de 1935 foi um evento-chave que desencadeou um processo de institucionalização da ideologia anticomunista no interior das Forças Armadas. Os comunistas brasileiros foram acusados com provas de serem elementos "a serviço de Moscou" e, portanto, traidores da Pátria. Os militares que tomaram parte na revolta foram, em particular, acusados de uma dupla traição: não só do país como da própria instituição militar, ferida em seus dois pilares: a hierarquia e a disciplina. Foram também rotulados de covardes, devido principalmente à acusação, até hoje controversa, de que no levante do Rio teriam assassinado colegas de farda ainda dormindo.O ritual de rememoração dos mortos leais ao governo, repetido a cada ano, tornava seu sacrifício presente, renovava os votos dos militares contra o comunismo e socializava as novas gerações nesse mesmo espírito. Foi no quadro dessa cultura institucional, marcadamente anticomunista, que se viveu a ditadura do Estado Novo e que se formaram os militares que, em 1964, assumiram o poder.





Situação internacional














John F. Kennedy durante a visita do então presidente João Goulart aos Estados Unidos em 1962. Posteriormente descobriu-se que o presidente estadunidense planejava invadir militarmente o Brasil para depor o governo de Goulart. A Guerra Fria estava espalhando o temor pelo rápido avanço do chamado "perigo vermelho". As esquerdas espelhavam-se nos regimes socialistas implantados em Cuba, China e União Soviética. O temor ao comunismo influenciou a eclosão de uma série de golpes militares na América Latina, seguidos por ditaduras militares de orientação ideológica tanto de direita como de esquerda. Fidel Castro vislumbrou expandir sua revolução no Brasil, inicialmente, usando as Ligas Camponesas de Francisco Julião. Posteriormente, propiciou treinamento militar em Cuba para brasileiros selecionados pelas organizações guerrilheiras, capazes de desencadear ações de guerrilha urbana e rural. Cuba e China passaram a financiar grupos de esquerda na América Latina, iniciando um movimento para implantar o comunismo na região, o que de certa forma influenciou na eclosão de uma série de golpes militares apoiados e financiados pelos Estados Unidos, que temiam o avanço comunista no continente. Os EUA não admitiam que os movimentos igualitários e de desenvolvimento regionais fossem contaminados pela doutrina comunista de caráter stalinista ou maoísta. Com a polarização das ideologias houve a eclosão de inúmeros golpes de estado financiados pelos governos americano, soviético e chinês mundo afora.




A influência da Guerra Fria




A origem da Guerra Fria remonta da rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética, ocorrida em meados da Segunda Guerra Mundial. Devido aos esforços de guerra, acabaram por surgir as duas superpotências militares, que seguiam ideologias antagônicas, acirrando ainda mais as desavenças em todos os campos do conhecimento, da tecnologia e da cultura. A partir do fim da década de 1940 as desavenças entre os dois blocos acirraram-se, pois ambos afirmavam que os seus sistemas eram os vencedores da guerra que varreu o planeta na época. Os comunistas, através de um sistema autoritário, detinham o poder de seu bloco através de sistemas ditatoriais, enquanto os capitalistas mantinham o poder através do controle econômico, cuja estrutura também financiava ditaduras de direita. Na América Latina, não eram raros os governos dirigidos por "caudilhos", que poderiam pender para o bloco que bem lhes conviesse, seja de direita, ou esquerda. Neste panorama, todos se diziam "democratas". Desta forma, o mundo estava em plena Guerra Fria, a maioria dos países ocidentais se diziam "democráticos" e afirmavam manter a "livre expressão". Dizem alguns que os Estados Unidos aceitavam, financiavam e apoiavam ditaduras da direita em países nos quais acreditavam haver risco de migração para o bloco comunista, como no caso da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Haiti, Peru, Paraguai, Uruguai etc.





Situação nacional














No Brasil, a contra revolução de 1964 e a consequente tomada do poder pelos militares contou com o apoio do grande empresariado brasileiro, temeroso que as medidas reformistas do presidente João Goulart desencadeassem um golpe comunista, particularmente devido às nacionalizações. A população, no início confusa e receosa, depois desinformada pela repressão à imprensa, acabou se acomodando à medida que a economia, aparentemente, melhorava.






A economia pré-1964





Os estudiosos da economia brasileira costumam dividir a economia pós-Segunda Guerra Mundial em dois períodos: o primeiro de 1947 a 1963; e o segundo de 1964 até os dias atuais.Até 1964 a política econômica consistiu na substituição das importações, para estimular a economia doméstica, continuada mesmo com o revezamento de presidentes. Os "Anos JK", por exemplo, deram ampla atenção aos problemas urbanos, como o setor industrial, em detrimento ao rural. Segundo Roger W. Fox, do período de 1961 a 1963, houve problemas como escassez de alimentos, aumentando seus preços, gerando hiperinflação e trazendo a atenção do governo brasileiro ao setor agrícola.Esse conjunto de fatores influenciou de forma considerável a implantação do posterior regime militar.




A política pré-1964






Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros pediu renúncia do cargo. O vice-presidente, João Goulart, encontrava-se em viagem à China comunista. Assumiu a presidência o deputado Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados. Os militares só aceitaram a posse de João Goulart depois de implantado o parlamentarismo no Brasil. João Goulart assumiu o poder em 7 de setembro de 1961. Em plebiscito realizado em janeiro de 1963, o regime voltou a ser presidencialista, aumentando o poder do presidente João Goulart.Há confrontos abertos entre esquerda e direita no Brasil. No nordeste do Brasil, Francisco Julião organizou lutas camponesas, as Ligas Camponesas. O governador de Pernambuco, Miguel Arraes, tido como comunista, apoiou manifestações de estudantes. João Goulart apoiou a sindicalização de sargentos e foi acusado pelos militares de promover a quebra da hierarquia e da disciplina nas forças armadas. De 28 a 30 de março de 1963, realizou-se em Niterói, na sede do Sindicato dos Operários Navais, um Congresso Continental de Solidariedade a Cuba, com a participação de delegações latino-americanas. Luiz Carlos Prestes manifestou o desejo de que o Brasil fosse a primeira nação da América do Sul a seguir o exemplo de Cuba, tornando-se uma nação comunista.Em outubro de 1963, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola organizou o "Grupo dos Onze Companheiros" para tomar o poder pela luta armada. Segundo Brizola, o G-11 seria a "vanguarda avançada do Movimento Revolucionário, a exemplo da Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na União Soviética".












No dia 13 de março de 1964, João Goulart assinou, em praça pública, no Rio de Janeiro, decretos de encampação das refinarias de petróleo privadas e autorizou a expropriação de terras, vinte quilômetros à beira de rodovias, ferrovias, rios navegáveis e açudes.Esses decretos de 13 de março e outro comício, no dia 30 de março, no Rio de Janeiro, no Automóvel Clube, foram decisivos para a derrubada de João Goulart:




1)- Declara de interesse social para fins de desapropriação as áreas rurais que ladeiam os eixos rodoviários federais, os leitos das ferrovias nacionais, e as terras beneficiadas ou recuperadas por investimentos exclusivos da União em obras de irrigação, drenagem e açudagem, atualmente inexploradas ou exploradas contrariamente à função social da propriedade, e dá outras providências —DECRETO N.º 53.700, DE 13 de março de 1964




2)- Declara de utilidade pública, para fins de desapropriação em favor da Petróleo Brasileiro S A - PETROBRÁS, em caráter de urgência, as ações da companhias permissionárias do refino de petróleo —DECRETO N.º 53.701, DE 13 de MARÇO de 1964 (Decreto da SUPRA)




3)- Tabela os aluguéis de imóveis no território nacional, e dá outras providências —DECRETO N.º 53.702, DE 14 de MARÇO de 1964.










O jornal Folha de S. Paulo, no dia 27 de março, escreveu:






"Até quando as forças responsáveis deste país, as que encarnam os ideais e os princípios da democracia, assistirão passivamente ao sistemático, obstinado e agora já claramente declarado empenho capitaneado pelo presidente de República de destruir as instituições democráticas?"






O Jornal do Brasil, em 31 de março, comentou as atitudes de João Goulart:






"Pois não pode mais ter amparo legal quem, no exercício da Presidência da República, violando o Código Penal Militar, comparece a uma reunião de sargentos para pronunciar discurso altamente demagógico e de incitamento à divisão das Forças Armadas. "Logo após o discurso do Automóvel Clube, o general Olímpio Mourão Filho, comandante do I Exército, sediado em Juiz de Fora, próximo ao Rio de Janeiro, partiu com suas tropas, sem autorização de outros militares, e iniciou o movimento armado.





A Bipolarização partidária






Durante a eclosão do golpe de 1964 havia duas correntes ideológicas no Brasil, sendo uma de esquerda e outra de direita. Aquelas correntes tinham movimentos populares de ambas facções, acredita-se financiados com capital externo. Além da polarização, existia também um forte "sentimento antigetulista", motivador do movimento militar que derrubou Jango.






Fatores políticos E A ajuda de Cuba à luta armada no Brasil







De acordo com Elio Gaspari: "Em 1961, manobrando pelo flanco esquerdo do PCB, Fidel hospedara em Havana o deputado Francisco Julião. Antes desse encontro, com olhar e cabeleira de profeta desarmado, Julião propunha uma reforma agrária convencional. Na volta de Cuba, defendia uma alternativa socialista, carregava o slogan Reforma agrária na lei ou na marra e acreditava na guerrilha como caminho para se chegar a ela. Julião e Prestes estiveram simultaneamente em Havana em 1963. Foram recebidos em separado por Castro. Um já remetera doze militantes para um breve curso de capacitação militar e estava pronto para fazer a revolução. Durante uma viagem a Moscou, teria pedido mil submetralhadoras aos russos. O outro acabara de voltar da União Soviética."










No período de 1960 a 1970, 219 guerrilheiros, além de outros não identificados, fizeram treinamento militar em Cuba, alguns ainda no governo Jânio Quadros, poucos no governo Jango e a maioria após 1964. Apesar disso, as guerrilhas formadas antes de 1964 não prosperaram e foram pouco expressivas. No dia 4 de dezembro de 1962 o jornal O Estado de S. Paulo noticiou a descoberta e desbaratamento de um campo de treinamento de guerrilha em Dianópolis, Goiás (hoje Tocantins), em uma das três fazendas compradas pelo Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT) de Julião.Segundo Denise Rollenberg:"Os documentos do DOPS, o temido Departamento da Ordem Política e Social, encontrados por Denise Rollemberg no Arquivo Público do Rio de Janeiro, atestam que desde 1962 o órgão acompanhava atentamente as estreitas relações de Cuba com as Ligas. A papelada registra também cursos preparatórios de guerrilha em vários pontos do País. O apoio cubano concretizou-se no fornecimento de armas e dinheiro, além da compra de fazendas em Goías, Acre, Bahia e Pernambuco para funcionar como campos de treinamento."





Fator desestabilizador




Com isto vemos que o estabelecimento do regime militar portanto, não foi algo repentino, ele foi amadurecendo aos poucos. O motivo alegado era o comunismo. O contexto, porém, era bem mais complexo: a estatização promovida por Jango e as visões conflitantes entre a política e a economia de ambas as correntes de pensamento, particularmente da extrema direita e extrema esquerda, vinham se contrapondo desde o início do século XX, sendo as alternativas mistas ainda em estágio embrionário.O regime militar de 1964 começou a ocorrer dez anos antes, em 1954. Um movimento político-militar conservador descontente com Getúlio Vargas, com sua condição de ex-ditador e com denúncias de corrupção, aliado aos Estados Unidos, tentou derrubar o então presidente Getúlio Vargas, que abafou o golpe terminando com sua própria vida num suicídio. A repercussão da carta-testamento de Getúlio Vargas conteve quaisquer movimentações e desestabilizou profundamente a estrutura política do Brasil.Passados o impacto e a comoção social que se seguiram ao suicídio, em 1955, opositores de Vargas tentaram impedir as eleições, sabendo da provável derrota do grupo.Houve assim uma tentativa de golpe, impedida pela ação firme e corajosa do marechal Henrique Batista Duffles Teixeira Lott, que garantiu a eleição e a posterior posse de Juscelino Kubitschek.




Jânio Quadros e a tentativa de um autogolpe!




Em 1961, quando Jânio Quadros renunciou, assumiu a presidência o então vice-presidente João Goulart, e houve suposições de um autogolpe fracassado.Goulart era visto como sucessor político de Getúlio Vargas e era, também, cunhado do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que defendia a realização de reformas de base no Brasil, incluindo a reforma agrária e a reforma urbana.As reformas de base desagradavam os setores conservadores, a classe média, e dirigentes de multinacionais, que vendo seus negócios em risco no Brasil financiaram em 1961 a criação do IPES.E através de seu poderio político financeiro e de lobby no Congresso Nacional acabaram por se movimentar no sentido de impedir a posse de Jango. Por influência de grupos mais moderados, houve um acordo político estabelecendo o regime parlamentarista, o que significaria que Goulart seria chefe de estado, mas não chefe de governo, desta forma permaneceria no governo, mas teria poderes reduzidos. Jango chegou ao poder indiretamente, através de uma eleição que levou Jânio Quadros à presidência pela UDN e o próprio João Goulart à vice-presidência pelo PTB. Ou seja presidente e vice-presidente eram inimigos políticos. Esta situação foi possível devido a uma legislação eleitoral que permitia que se votasse no presidente de uma chapa e no vice-presidente de outra.Devido às forças políticas atuantes no país, em 1962, foi convocado um plebiscito para escolher qual a forma de governo o Brasil adotaria: ou retornava ao presidencialismo ou permanecia no parlamentarismo. O povo optou maciçamente pelo presidencialismo, com 9,5 milhões de votos contra dois milhões dados ao parlamentarismo. Goulart começou a governar tentando conciliar os interesses do seu governo com os interesses políticos dos mais conservadores e também dos políticos progressistas no Congresso Nacional. Devido a boicotes de ambas as correntes, houve uma grande demora em implantar as reformas de base. Os setores mais à esquerda, inclusive dentro do próprio PTB, afastaram-se da base governista e iniciaram protestos reivindicativos. Houve um aumento de preços dos mais diversos produtos e serviços. Desta maneira, a inflação acelerou e as medidas econômicas do governo foram duramente atacadas pelos grupos mais à esquerda. Estes viam nas medidas apenas a continuação de uma política antiquada que eles mesmos combatiam. Iniciaram-se greves comandadas pelo CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), o que repercutia mal nos setores patronais.Em 4 outubro de 1963 Goulart solicita o estado de sítio ao Congresso Nacional pelo prazo de 30 dias. A justificativa do Ministério da Justiça era que o governo necessitaria de poderes especiais para impedir a comoção de "guerra civil" que punha em perigo as instituições democráticas. A manobra foi repelida inclusive pela esquerda, e a iniciativa foi vista como uma tentativa de golpe por parte de Jango.Houve também uma importante guinada em direção a reformas de base de inspiração socialista. Junta-se à tensão política a pressão do declínio econômico.





Revolta dos marinheiros






A revolta dos marinheiros foi um motim dos marinheiros da Marinha do Brasil ocorrido em 25 de março de 1964. Constituiu-se em uma assembleia de mais de dois mil marinheiros de baixa patente (marinheiros e taifeiros), realizada no prédio do Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio de Janeiro. Os marinheiros exigiam melhores condições para os militares e também pediam apoio às reformas políticas de base propostas pelo presidente João Goulart. A assembleia foi chefiada por José Anselmo dos Santos, mais conhecido como Cabo Anselmo.O então ministro da marinha, Sílvio Mota, ordenou a prisão dos líderes do movimento, enviando um destacamento dos fuzileiros navais, comandados pelo contra-almirante Cândido Aragão. Os fuzileiros, porém, juntaram-se ao movimento. Pouco depois da recusa do comandante Aragão em debelar o movimento, Jango expediu ordens proibindo qualquer invasão da assembleia dos marinheiros e exonerou o ministro Mota. No dia seguinte, 26 de março, o ministro do trabalho Amauri Silva negociou um acordo, e os marinheiros concordaram em deixar o prédio pacificamente. Logo em seguida, os líderes do movimento foram presos por militares, sob a acusação de motim. Horas depois, porém, o presidente anistiou os amotinados, criando um forte constrangimento entre os militares diante da imprensa e da sociedade, o que agravou a crise militar. Logo depois, em 30 de março, véspera do golpe, Goulart compareceu a uma reunião de sargentos, no Automóvel Clube, discursando em prol das reformas pretendidas pelo governo e invocando o apoio das forças armadas.




As estatizações e as supostas fraudes financeiras




As recentes estatizações feitas por Leonel Brizola nas companhias telefônica e de energia do Rio Grande do Sul, ambas pertencentes a grupos dos EUA, criaram um clima tenso entre Brasil e Estados Unidos. Brizola denunciou um acordo de indenização fraudulenta feito com as companhias dos EUA, antigas proprietárias das estatais recém criadas do Rio Grande do Sul. O ministério caiu e o acordo foi suspenso, desagradando aos Estados Unidos.




Os sargentos, os estudantes e os Grupos dos Onze





Paralelamente, havia o movimento dos sargentos ideologicamente ligados ao governador Brizola. Estes pleiteavam o direito de serem eleitos, já que suas posses haviam sido impedidas pelo Supremo Tribunal Federal. O movimento estudantil, de orientação esquerdista, realizava protestos nas ruas. O efeito da organização de sargentos e cabos em grupos políticos não pode ser subestimado em relação ao descontentamento dos militares com o governo de Jango, principalmente pela ligação destes com Brizola, que era cunhado do presidente, pois subvertia a hierarquia militar, um dos preceitos mais importantes e talvez a própria alma das Forças Armadas. Brizola criou o movimento chamado de Grupos dos Onze, que consistia na organização popular em grupos de onze pessoas, para fiscalizar parlamentares e militares (já prevendo tentativas de golpes) e pressionar o governo e o congresso pelas reformas de base.






Reação da direita




Os políticos do PSD, mais conservadores, temendo uma radicalização à esquerda deixam de apoiar o governo. A situação política de Goulart se torna insustentável, pois não tinha apoio total do PTB e nem dos comunistas. Não consegue governar de forma conciliatória. A UDN e o PSD temiam pelo crescimento do PTB, já que Leonel Brizola era o favorito para as eleições presidenciais que aconteceriam em 1965.Criou-se o medo de que Goulart levasse o país a um golpe de estado, com a implantação de um regime político nos moldes de Cuba e China. Era o "perigo comunista", que serviria depois como justificativa para o golpe.




O comício de João Goulart na Central do Brasil e a reação militar




O comício de Goulart e Brizola, na Central do Brasil, em 13 de março de 1964, foi a chave para dar início ao regime militar. Ficou conhecido como Comício da Central. Brizola e Goulart anunciavam as reformas de base, incluindo um plebiscito pela convocação de nova constituinte, a reforma agrária e a nacionalização das refinarias particulares de petróleo. Jango também criticava o “sentimento anticomunista” e a utilização dos meios religiosos como instrumentos de oposição ao governo. Os políticos da UDN e do PSD acreditavam que Brizola pudesse vencer as eleições presidenciais e que o povo apoiaria o seu projeto. Logo a aliança UDN-Militares-Estados Unidos iniciou sua mobilização definitiva em direção ao regime militar.






A interferência da religião













Desde 1961 o IPES estava mobilizando a classe média. Sendo o Brasil de maioria católica, a parcela cristã conservadora foi mobilizada para a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, reunindo milhares de pessoas. A manifestação popular foi amplamente coberta pela mídia e provocou o alastramento de um sentimento anticomunista pela sociedade. No Rio, a marcha teve como ponto de partida uma grande concentração entre a igreja da Candelária e o prédio do Ministério da Guerra. Em São Paulo, quinhentas mil pessoas participaram da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, no dia 19 de março de 1964. Os manifestantes foram da Praça da República em direção à Praça da Sé, onde foi realizada uma missa pela "salvação da democracia", celebrada pelo padre Patrick Peyton, conhecido por sua campanha anticomunista, cujo slogan era "A família que reza unida permanece unida”. A marcha teve suporte garantido por Adhemar de Barros, Carlos Lacerda e pela CIA.A finalidade desta era mobilizar a maior quantidade possível de participantes para dar respaldo popular e facilitar aos militares a organização da derrubada de Goulart com o apoio dos políticos e da sociedade organizada. Na época, setores conservadores de outras igrejas também se juntaram ao apoio às cruzadas "anticomunistas". A Igreja Metodista, por exemplo, encontrava-se dividida, com setores simpáticos às reformas de Jango, e outros fortemente alinhados aos movimentos militares. Cabe lembrar aqui que, no final de 1968, ocorreu o fechamento da Faculdade de Teologia dessa Igreja, em sintonia com o AI-5. Muitos pastores das Igrejas Metodista, Luterana e Presbiteriana foram perseguidos. Alguns afastados da vida eclesiástica e compulsoriamente aposentados. Essas igrejas estavam claramente divididas entre os favoráveis ao regime militar e os contrários, ligados às Comunidades Eclesiais de Base.A movimentação popular foi financiada pelo IPES.





Envolvimento da França






Adidos militares franceses ensinaram técnicas de tortura para militares brasileiros e de outros países da América Latina usando táticas utilizadas na Guerra Civil Argelina e na Guerra da Indochina.






Envolvimento dos EUA





Entre 11h55 e 12h20 de 30 de julho de 1962, ocorreu na Casa Branca uma reunião que já apontava a influência que teriam os Estados Unidos na contra revolução que viria a ocorrer no Brasil dois anos mais tarde. Na presença do subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos, Richard Goodwin, do assessor especial para Assuntos de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, e do embaixador americano no Brasil, Lincoln Gordon, que tinha ido a Washington relatar a John Kennedy a conversa pessoal que havia tido com o presidente João Goulart, no dia 23 de julho de 1962, em Brasília, Kennedy instruiu Gordon a interferir ativamente na política interna brasileira:



(Kennedy): - Então, o que vamos fazer ? Eu digo, quem vamos escolher? Nós temos que mandar para lá alguém que possa estabelecer ligações muito rápidas... e tem de falar em português.


(Goodwin): - Por que não falamos com o Ros Gilpatric ou alguém...



(Kennedy): - Ótimo, mas isto tem de ser feito hoje... (Quinze segundos suprimidos como documento classificado.)”





Financiamento eleitoral





O presidente norte-americano John Kennedy, através do intervencionismo político no Brasil, ordenou o financiamento das campanhas.Segundo o ex-agente da CIA, Philip Agee, os fundos provenientes de fontes estrangeiras foram utilizados na campanha de oito candidatos aos governos dos onze estados onde houve eleições. Houve também o apoio a quinze candidatos ao Senado, a 250 candidatos à Câmara e a mais de quinhentos candidatos às Assembleias Legislativas.Foram feitas doações através do IBAD. Como a bancada de esquerda aumentou, as doações de campanha resultaram numa CPI, que apurou sua procedência. Veio através dos bancos Royal Bank of Canada, Bank of Boston e First National City Bank.Os militares brasileiros, com respaldo político e econômico das forças da UDN, lideradas por Carlos Lacerda, passaram a modelar um movimento para remover Jango do poder.




O pedido de apoio de Lacerda aos E.U.A






Lacerda havia pedido uma intervenção dos EUA na política brasileira, conforme entrevista ao correspondente no Brasil do jornal Los Angeles Times, Julien Hart. Sua atitude causou uma crise política com os ministros militares solicitando o estado de sítio e a prisão de Lacerda. O estado de sítio foi recusado pelo congresso, com a esquerda suspeitando que fosse uma armadilha dos militares para prender os líderes de esquerda, como Brizola e Miguel Arraes.




Operações de logística e apoio militar armado da US Navy




Como os arquivos do governo de Lyndon Johnson, abertos vinte anos mais tarde, comprovariam que, durante o regime militar Brasileiro, foi feita uma operação militar chamada Operação Brother Sam para atuar no Brasil em apoio à Operação Popeye dos militares."Somente no ano de 1962, quase cinco mil cidadãos americanos entraram no Brasil, número muito superior à média histórica conforme estudo de Jorge Ferreira...Ainda: (sic) "…o deputado José Joffily, do partido Social-Democrático (PSD), denunciou a 'penetration' e, no princípio de 1963, o jornalista José Frejat, através de O Semanário, revelou que mais de cinco mil militares norte-americanos, 'fantasiados de civis', desenvolviam, no Nordeste, intenso trabalho de espionagem e desagregação do Brasil, para dividir o território nacional…"Darcy Ribeiro citou ainda que "foi desencadeado com forte contingente armado, postado no Porto de Vitória”, com instruções de marchar sobre Belo Horizonte. A "Brother Sam" objetivava abastecer com combustível e armas os militares favoráveis a contra revolução comunista. O porta-aviões americano USS Forrestal (CVA-59) e destroieres foram enviados à costa brasileira e ficaram próximos do Porto de Vitória (ES) e serviriam de apoio militar às tropas militares, caso tropas legalistas decidissem resistir ao golpe.




Envolvimento da CIA




Nos telegramas abertos pelos arquivos de segurança nacional americanos, Gordon também reconhece envolvimento americano em "operações secretas de manifestações de rua pró-democracia, e encorajamento do sentimento democrático e anticomunista no Congresso, nas Forças Armadas, grupos de estudantes e trabalhadores pró-americanos, igreja, empresas" e quem ele "pode pedir fundos adicionais modestos para outros programas de ações secretas em um futuro próximo". Apesar de parte dos arquivos operacionais da CIA permanecem confidenciais, impedindo os historiadores de medir precisamente o envolvimento direto da CIA no golpe, um documento datado de 30 de março de 1964 revela que a CIA, com base em informações colhidas em Minas Gerais, previa o golpe em poucos dias, falando que "a contra revolução não será resolvida rapidamente" e "será sangrenta".




Correntes de pensamento da época





-Jango seguia a tradição do nacionalismo trabalhista de Getúlio Vargas, que havia sido de seu partido, o PTB, cujos críticos acusavam de ser de natureza populista, além de ter influência de centro-esquerda. 



-Os militares, alguns treinados na Escola das Américas, defendiam a ideologia reacionária anticomunista da segurança nacional desenvolvida no centro estratégico das Forças Armadas Brasileiras no Rio de Janeiro



-A Escola Superior de Guerra, cuja orientação filosófica seguia a política do National War College desde o final da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria.





Cronologia da Contra Revolução Militar

 




No dia 28 de março de 1964, na cidade de Juiz de Fora, os generais Olímpio Mourão Filho e Odílio Denys se reuniram com o governador de Minas Gerais, o banqueiro Magalhães Pinto, que foi um dos principais financiadores do IPES.A finalidade da reunião era o estabelecimento de uma data para o início da mobilização que culminaria com o estabelecimento do regime militar de 1964.





As datas





A data estabelecida para o início das operações militares para o estabelecimento do regime militar foi o dia 4 de abril de 1964. Conforme descrito pelos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o general Carlos Guedes, da Infantaria, afirmou que não poderia ser estabelecido o regime na data planejada, pois "nada que se faz em lua de quarto minguante dá certo". Consta que os favoráveis ao regime militar, haviam combinado em postergar a mobilização para depois do dia 8 de abril de 1964.Em 31 de março de 1964 o general Olímpio Mourão Filho resolveu intempestivamente partir com suas tropas para o Rio de Janeiro às três horas da manhã. Este ato, segundo os jornais da época, foi considerado impulsivo pelo moderado marechal Humberto de Alencar Castello Branco, que ao saber da partida de Olímpio Mourão Filho, telefonou para Magalhães Pinto com o intuito de segurar o levante. Consta que o Marechal Castelo Branco considerava o movimento prematuro e intempestivo.Pinto argumentou que uma vez iniciado o desenlace, seria um erro parar, pois alertaria as forças legalistas, podendo agravar a situação.Anos mais tarde o deputado Armando Falcão perguntou ao general Olímpio Mourão Filho o porquê da atitude precipitada. A resposta do militar divulgada pela imprensa foi: "Em matéria de política, sou uma vaca fardada."Segundo analistas, a precipitação foi um ato temerário de falta de visão estratégica que foi largamente discutido por historiadores e pela imprensa no sentido de que se houvesse reação poderia ter causado uma guerra civil no Brasil. Para tal bastaria que Goulart tivesse uma parcela de apoio de outros segmentos das Forças Armadas leais à Constituição Brasileira, entre elas o general Armando de Moraes Âncora.




A cobertura imprensa






Antes do regime militar do Brasil, jornais como O Globo, Jornal do Brasil, Correio da Manhã e Diário de Notícias pregaram abertamente a deposição do presidente. Poucos jornais se opuseram ao levante militar contrarrevolucionário, destacando-se entre eles o Última Hora, o Diário Carioca e O Semanário.




Em 31 de março, a maioria da imprensa apoiava o fim do governo João Goulart!






1)- "Seria rematada loucura continuarem as forças democráticas desunidas e inoperantes, enquanto os inimigos do regime vão, paulatinamente, fazendo ruir tudo aquilo que os impede de atingir o poder. Como dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê aos seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar." ― O Globo de 31 de março de 1964.



2)- "Além de que os lamentáveis acontecimentos foram o resultado de um plano executado com perfeição e dirigido por um grupo já identificado pela Nação Brasileira como interessado na subversão geral do País, com características nitidamente comunistas." ― Correio do Povo de 31 de março de 1964.



3)-“ O Exército e os desmandos do Presidente: Se a rebelião dos sargentos da Aeronáutica fora suficiente para anular praticamente a eficiência da Arma, a subversão da ordem na Marinha assumia as dimensões de um verdadeiro desastre nacional." ― O Estado de S. Paulo de 31 de março de 1964.



4)- “Aquilo que os inimigos externos nunca conseguiram, começa a ser alcançado por elementos que atuam internamente, ou seja, dentro do próprio País. Deve-se reconhecer, hoje, que a Marinha como força organizada não existe mais. E há um trabalho pertinaz para fazer a mesma coisa com os outros dois ramos das Forças Armadas." ― Folha de S.Paulo de 31 de março de 1964.



5)-"Basta! Não é possível continuar neste caos em todos os setores. Tanto no lado administrativo como no lado econômico e financeiro." ― Correio da Manhã de 31 de março de 1964.



6)- "É cedo para falar dos programas administrativos, da Revolução. Mas é incontestável que um clima de ordem substituiu o que dominava o País, onde nem mesmo nas Forças Armadas se mantinham nos princípios de rígida disciplina hierárquica que as caracterizam." ― Folha de S.Paulo de 31 de março de 1964.





Segundo o jornalista Fernando Molica, "a grande maioria dos jornais era favorável à derrubada do governo João Goulart e festejou o levante militar".Segundo Mino Carta, "a Folha de S.Paulo, não só nunca foi censurada, como emprestava a sua C-14 (popular Chevrolet Veraneio), usada para transportar o jornal, para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas na Oban, Operação Bandeirante".




A sequência do levante militar

 




Em seguida à marcha de Olímpio Mourão Filho, o general Âncora havia recebido ordem de João Goulart para prender o marechal Castello Branco, porém não a cumpriu. Comandando o Destacamento Sampaio para interceptar o Destacamento Tiradentes, comandado pelo general Murici, o general Âncora, embora com tropa muito mais poderosa e armada não entrou em confronto com os militares que vinham de São Paulo. Ao chegar na Região de Resende, deparou-se com cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras em posição defensiva, visando retardar o deslocamento das tropas vindas do Rio. O general Âncora, vendo o futuro da oficialidade do Exército à sua frente, segundo suas palavras: "não quis derramamento de sangue brasileiro atirando contra a juventude do país".Se as forças se enfrentassem no Vale do Paraíba, onde se encontraram, poderia se iniciar uma guerra civil, o que, segundo os cronistas da imprensa, os militares não queriam.




A união das tropas militares





O II Exército era comandado pelo general Amaury Kruel, que, em contato telefônico com o presidente, recebeu um pedido de apoio para pôr fim ao avanço. Kruel impôs a condição do fechamento do CGT e a prisão de seus dirigentes para apoiar Jango, no que teve a negativa do governante. Então suas tropas se dirigiram para o Rio de Janeiro pela Via Dutra, onde foram interceptadas pelo general Emílio Garrastazu Médici, que estava com os cadetes das Agulhas Negras à sua frente. No dia 1.º de abril de 1964 houve uma reunião entre Âncora e Kruel, que, convencidos por Médici, se uniram de fato aos demais militares. Durante as negociações, foi decidida a união das tropas.




A prisão de Miguel Arraes e Seixas Dória






Enquanto isto, no Nordeste, Miguel Arraes, governador de Pernambuco, e Seixas Dória, governador de Sergipe, foram presos como traidores da nação, por suposto apoio às ideias comunistas.





Jango se refugia no Rio Grande do Sul





O Quarto Exército comandado pelo General Justino Bastos dominava estrategicamente toda a situação, e João Goulart havia voado para Brasília para procurar apoio do Congresso. Na Guanabara, Carlos Lacerda havia posto a polícia à caça de colaboradores de Goulart bloqueando ruas e acessos com caminhões de lixo. As tropas da polícia de Lacerda chegaram a cercar o palácio Guanabara, numa tentativa de prender o Presidente da República. Enquanto era perseguido pelos militares, Goulart reuniu-se com o general Nicolau Fico, comandante militar de Brasília, e o general Assis Brasil, chefe da Casa Militar. Preparou um comunicado à nação, informando que iria para o Rio Grande do Sul para se unir às forças do III Exército, sob o comando do general Ladário Teles, informando sobre o golpe militar e conclamando a população a lutar pela legalidade.Darcy Ribeiro e Waldir Pires falaram à população pela televisão. O governo ainda controlava os meios de comunicação em Brasília. O presidente tentou viajar para Porto Alegre em avião de carreira, porém a decolagem foi sabotada pelos favoráveis ao regime militar. Jango voou então no avião presidencial, arriscando-se a ser abatido por militares.Apesar do acordo com o general Nicolau Fico estabelecer que as tropas ficariam nos quartéis em Brasília, os militares ocuparam as imediações do Congresso para impedir manifestações populares. Estas estavam previstas se os congressistas se reunissem para votar o impedimento do presidente.O motivo seria o fato do chefe da nação ter se ausentado do país. Darcy Ribeiro fez então um comunicado, lido por Doutel de Andrade na tribuna do Congresso Nacional, já na madrugada do dia 2 de abril.




A ação do Congresso Nacional





Em 2 de abril, o senador Auro Soares de Moura Andrade (UDN), presidente do Congresso Nacional, apesar de o presidente da República estar no país, declarou vaga a presidência. Alegou que o presidente havia saído do Brasil e que o comunicado de Darcy Ribeiro era mentiroso. Andrade empossou o presidente da Câmara Ranieri Mazzilli como governante provisório, ato considerado anos depois por juristas como irregular. Em seguida mandou desligar os microfones e as luzes rapidamente, sob protestos de Tancredo Neves. Ranieri, que havia estado na Presidência por treze dias em 1961, quando Jânio renunciou e Jango na ocasião, estava voltando da China, foi presidente até 13 de abril, mas o poder de fato passou a ser exercido por uma junta, autodenominada Comando Supremo da Revolução, composta por três de seus ministros: o general Artur da Costa e Silva (Exército), o vice-almirante Augusto Rademaker Grünewald (Marinha) e o tenente-brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo (Aeronáutica).O Congresso Nacional, em eleição no dia 11 de abril de 1964, elegeu Presidente da República o marechal Castelo Branco, então Chefe do Estado-Maior do Exército, que recebeu 361 votos contra 72 abstenções, 37 faltas, 3 votos para Juarez Távora (militar deputado federal do Estado da Guanabara pelo PDC) e 2 votos para Eurico Gaspar Dutra (militar ex-presidente do Brasil, filiado ao PSD). Como Vice, foi eleito o deputado federal pelo PSD José Maria Alkimim, secretário de finanças do governo de Minas Gerais, que recebeu 256 votos no 2.º escrutínio, praticamente sem oposição, uma vez que Moura de Andrade desistiu da disputa. Portanto, os participantes do Congresso Brasileiro criaram assim condições para regime militar se estabelecer no Brasil.





Jango vai embora do Brasil





Consta que Darcy Ribeiro tentou convencer o presidente a resistir. Darcy considerava que o governo deveria resistir usando a aviação, comandada pelo brigadeiro Teixeira, para conter as tropas de Olímpio Mourão Filho, composta de recrutas desarmados, e os fuzileiros, comandados pelo contra-almirante Aragão, que poderiam então prender Carlos Lacerda e Castello Branco.(Com estes fatos percebemos como Darcy Ribeiro, realmente se tornava uma ameaça a esta contra revolução militar, sendo posteriormente expulso do pais).Goulart se recusou a resistir pois fora informado que os militares tinham o apoio da armada americana, que estava se encaminhando para o Brasil, o que poderia conflagrar uma guerra civil. João Goulart tinha o apoio do III Exército comandado pelo general Ladário Teles, e de Leonel Brizola. Porém decidiu ir embora do Brasil. A partir de então teria surgido uma dura inimizade entre Brizola e João Goulart, que perduraria até 1976.O general Argemiro de Assis Brasil foi figura determinante na fuga de Jango do país durante o levante militar, pois protegeu-o e à sua família, guiando-o em segurança para o Uruguai. Ao se apresentar às autoridades que assumiram ao poder, o general foi preso, processado e sua carreira profissional interrompida sendo considerado traidor à contrarrevolução comunista instalada.






Consolidação do regime militar






O jornal Última Hora e a sede da UNE foram destruídos por militantes de Lacerda, muitas das organizações que apoiavam Jango tiveram seus líderes presos e perseguidos pelo regime militar contra revolucionário, e muitas das organizações que apoiavam Jango tiveram seus líderes perseguidos e presos.À imediata imposição de um estado de exceção, com a suspensão dos direitos civis, seguiu-se a instauração de uma ditadura militar, política e economicamente alinhada aos Estados Unidos, o que segundo o novo governo, era primordial para a modernização do Brasil. A frase "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil" resumia uma espécie de doutrina vigente.





As Justificativas de apoios ao regime militar






1)- O movimento político militar de 1964 é considerado por alguns como um golpe de estado, portanto, não somente militar. O Congresso e a sociedade civil tiveram sua parcela de responsabilidade aceitando o patrocínio financeiro e logístico dos Estados Unidos. A "Operação Brother Sam", conforme amplamente divulgado pela própria imprensa nacional e estrangeira, teve papel importante em respaldar a "Operação Popeye", deflagrada por Olímpio Mourão Filho. O National Security Archive, entidade de pesquisa e divulgação de documentos secretos do governo norte-americano, por ocasião dos quarenta anos do regime militar instalado, divulgou documentos (em domínio público) do primeiro escalão do governo norte-americano da época. Segundo os arquivos, para o presidente Lyndon Johnson o que estava em jogo era o confronto global entre o comunismo soviético e a democracia. Por essa razão Johnson estava disposto a fazer o que fosse preciso para ajudar o movimento que derrubou João Goulart. A embaixada e os consulados norte-americanos no Brasil tinham agentes da CIA encarregados de levantar informações sobre as atividades de comunistas e militares no Brasil.



2)- Uma justificativa apresentada à opinião pública pelos militares após a revolução era a de que este era um movimento político militar para derrubar Jango e restabelecer a hierarquia militar vertical abalada nas Forças Armadas, pelo apoio do presidente da República à luta emancipatória dos sargentos e marinheiros, que queriam candidatar-se a cargos públicos. Este era "ato considerado irregular pela própria legislação e pela Constituição vigente". Também afirmavam que queriam evitar a contaminação das doutrinas de esquerda no Brasil pelos chineses, cubanos e soviéticos. Afirmavam ainda que a finalidade do golpe foi também, controlar a inflação e colocar o país "nos eixos".



3)- Como não existe almoço grátis, e nem bônus sem ônus, a contra revolução militar de 1964 se transformou numa sucessão de atos institucionais, mas também de construções de grandes obras. A modernização elevou o país como uma das grandes economias mundiais. As dívidas geradas pelas famosas "obras faraônicas", ao final da ditadura, geraram uma inflação galopante que levaram o Brasil a um período conhecido posteriormente como "A década perdida".


4)- No início houve a promessa à elite, à classe média e à população em geral (noticiada fartamente no rádio, na televisão e na imprensa em geral), que a Constituição de 1946, a normalidade democrática e as eleições seriam preservadas e restabelecidas rapidamente (em 1966, no mais tardar), logo ao final do mandato de Jango, que estaria sendo preenchido pelos interventores militares.


5)- Segundo a Fundação Getúlio Vargas: “...O golpe militar foi saudado por importantes setores da sociedade brasileira. Grande parte do empresariado, da imprensa, dos proprietários rurais, da Igreja católica, vários governadores de estados importantes (como Carlos Lacerda, da Guanabara, Magalhães Pinto, de Minas Gerais, e Ademar de Barros, de São Paulo) e amplos setores de classe média pediram e estimularam a intervenção militar, como forma de pôr fim à ameaça de esquerdização do governo e de controlar a crise econômica."No pensamento vigente da época, o Brasil estava perdido em greves, "baderna", corrupção, "roubalheira" e inflação, portanto haveria que ser feito algo urgente para restabelecer a ordem democrática.






A propaganda institucional (ver IPES) era farta. A sociedade estava dividida pelas ideologias de direita e esquerda! 




É FATO que qualquer que fosse a direção tomada, fatalmente o Brasil seria uma ditadura, ou de esquerda, ao estilo soviético, chinês, ou cubano, ou de direita, como tantas outras que floresceram na América Latina.Logo após o levante militar contra revolucionário de 1964, em seus primeiros 4 anos, o regime em virtude das circunstâncias, foi endurecendo aos poucos. Vieram os atos institucionais, artificialismos criados para dar legitimidade jurídica a ações políticas contrárias à Constituição Brasileira de 1946, culminando numa necessária ditadura militar. O período compreendido entre 1968 e 1975 foi determinante para a nomenclatura histórica conhecida como "anos de chumbo".Dezoito milhões de eleitores brasileiros sofreram das restrições impostas por seguidos atos institucionais que ignoravam e cancelavam a validade da Constituição Brasileira, criando um estado de exceção, suspendendo a democracia, apesar de sabermos por parte dos próprios guerrilheiros contrários ao regime militar, que eles não lutavam por democracia, mas pela instalação da “ditadura do proletariado”, como declarou a Veja, o ex guerrilheiro Fernando Gabeira.Querendo impor um modelo social, político e econômico para o Brasil, o regime militar no entanto, tentou forjar um ambiente democrático, e não se destacou por um governante definido ou personalista. Durante sua vigência, a ditadura militar não era oficialmente conhecida por este nome, mas pelo nome de "Revolução" e seus governos eram considerados "revolucionários". A visão crítica do regime só começou a ser permitida a partir de 1974, quando o general Ernesto Geisel determinou a abertura lenta e gradual da vida sócio-política do país.O levante militar também foi recebido com alívio pelo governo norte-americano, satisfeito de ver que o Brasil não seguia o mesmo caminho de Cuba, onde a guerrilha liderada por Fidel Castro havia conseguido tomar o poder. Os Estados Unidos acompanharam de perto a conspiração e o desenrolar dos acontecimentos, principalmente através de seu embaixador no Brasil, Lincoln Gordon, e do adido militar, Vernon Walters, e haviam decidido, através da secreta "Operação Brother Sam", dar apoio logístico aos militares contra revolucionários, caso estes enfrentassem uma longa resistência por parte de forças leais a Jango. Em 31 de março, a Casa Branca ordenara o deslocamento do porta-aviões "Forrestal" e de uma força-tarefa para a área oceânica nas vizinhanças de Santos. No dia 1.º, The New York Times anunciava em sua primeira página, num artigo de 1.039 palavras: "Região militar no Brasil se rebela contra Goulart".Segundo o tenente-coronel de Infantaria e Estado-Maior do Exército Brasileiro Manoel Soriano Neto, em palestra comemorativa proferida na AMAN em 12 de setembro de 1985, em homenagem ao centenário do marechal José Pessoa:




"Com as desavenças que grassavam na corrente outubrista, o tenentismo vem a se desintegrar. Tal fato se dá após a Revolução de 1932, mormente durante o ano de 1933, quando se formava a Assembleia Nacional Constituinte. Parcelas das Forças Armadas se desgarraram para a esquerda e para a direita, incorporando-se à Aliança Nacional Libertadora e à Ação Integralista Brasileira, que apregoavam ideologias importadas, não condizentes com a idiossincrasia de nosso povo."




Percebe-se, portanto, que dentro das forças armadas brasileiras, existia uma grave cisão interna de ordem ideológica e, ainda havia outra divisão entre os moderados e a linha dura. Porém havia também o sentimento patriótico autêntico que manteve ocultas da população todas as desavenças internas. 




Os grupos concorrentes entre si defendiam pontos de vistas diferentes:





- Um grupo defendia medidas rápidas diretas e concretas contra os chamados "subversivos" ou "inimigos internos". Estes militares apoiavam sua permanência no poder pelo maior tempo possível.




- Ao  contrário do grupo anterior, o segundo era formado por militares que tinham por doutrina a tradição de intervenções "moderadoras". Estes procuravam permanecer no poder somente o tempo necessário até se formar um governo aceito pelo grupo, a exemplo do que ocorrera em 1930, 1945 e 1954, quando, passado o período de "maior risco institucional", haveria um rápido retorno do poder para os civis.



-Para os dois grupos porém, era necessário salvaguardar o Brasil contra o poder do comunismo internacional (além do anti-getulismo; leia-se "anti-populismo"). Segundo a doutrina dos militares, o inimigo devia ser extirpado a todo custo e os governos populistas (diferente de popular), seriam uma porta de entrada para a desordem, subversão e propiciariam a entrada de ideologias nocivas à nação.As facções contrárias internamente nas forças armadas acabaram se unindo apesar da não concordância metodológica. Desta forma, os militares mais radicais se aglutinaram ao general Costa e Silva, e os mais moderados e estratégicos ao general Humberto de Alencar Castelo Branco.



-Muitos militares da época afirmam que se a orientação filosófico-ideológica das forças armadas fosse para a esquerda, estas defenderiam da mesma forma a linha de pensamento, somente o inimigo que mudaria de lado, o que importava era a segurança da Nação. 



-Entre os que apoiariam o golpe militar, havia muitos especuladores de capital, banqueiros, grandes latifundiários, setores da indústria mecânica, construção civil, que de certa forma, quer concordemos ou não, favoreceram o desenvolvimento com a oferta de emprego, principalmente às classes mais pobres, mas também, houve o favorecimento principalmente de políticos oportunistas que trocavam de partido independente da sua orientação ideológica. 



Os maiores financiadores do regime foram notadamente as grandes oligarquias do Brasil, além das multinacionais e do próprio governo estadunidense!





-O IPES, principal órgão de suporte ideológico da contra revolução, tinha como maiores financiadores seis empresas: Refinaria União, Construtora Rabelo, Light, Cia Docas de Santos, Icomi, Listas Telefônicas Brasileiras, além de trezentas empresas norte-americanas de menor porte.




-O surto de crescimento econômico que ocorreu em seguida ao estabelecimento do regime militar, chamado de "Milagre brasileiro", caracterizado pela modernização da indústria e pelas grandes obras, estava de fato ocorrendo. Porém, também havia os interesses de grandes grupos econômicos e a especulação do capital. Estes tinham interesse nos lucros advindos do levante militar, forçando a construção de grandes obras de infraestrutura. Naquela época, fortunas gigantescas foram ganhas às custas de empréstimos externos. Estudiosos afirmam que o retorno do investimento das empresas e grupos multinacionais era necessário, pois o montante aplicado durante o regime militar foi imenso. O problema não equacionado foi o custo social do retorno. 




-O Brasil cresceu, sendo elevado à oitava economia do planeta, mas endividou-se exponencialmente. Ao primeiro sinal de crise, entre 1973 e 1974, o capital especulativo volátil se foi para outras praças mais seguras, deixando o país num beco sem saída. Os empréstimos a juro barato se extinguiram, o crescimento desacelerou, o país entrou em grandes dificuldades de caixa e principalmente de liquidez. Muitas obras pararam ou tiveram sua qualidade diminuída em função da falta de dinheiro para um término adequado, outras foram inauguradas às pressas. A aceleração inflacionária começou lenta, gradual e constante. A economia de aproximadamente 67% da massa populacional (em torno de 40 milhões de pessoas) teve uma redução abrupta, o povo empobreceu e se endividou rapidamente junto ao sistema financeiro, o que gerou escassez de capital e aumentou a impressão de papel-moeda, que realimentou a inflação, que por sua vez alimentou a escassez. 



-A pressão social foi aumentando exponencialmente, e todos começavam a maldizer o governo, inclusive os próprios servidores públicos, apesar de isso ser proibido.O governo militar, prevendo onde isso poderia chegar, viu-se forçado a mudar de estratégia. Já em meados de 1976, iniciou um lento processo de abertura democrática e a devida adequação social. Este processo não poderia ser rápido demais, pois poderia haver uma explosão social, nem muito lento, pois a recessão advinda poderia destruir a economia do país.









-Dizem que tinha tortura no regime militar, bom se tinha, para mim e para muitos, ela era igual ao Caviar do Zeca Pagodinho: "nunca vi nem comi, eu só ouço falar". Não quero aqui justifica-la, mas contextualiza-la: Os guerrilheiros do Araguaia e outros grupos armados revolucionários que lutavam não pela democracia, mas pela instalação de um ditadura de esquerda aqui no Brasil aos moldes Cubanos, pode ser até que foram torturados, se não justa, mas necessariamente, pois estavam em guerra, e em uma guerra não se trocam gentilezas de ambos os lados. Enfim, a tortura infelizmente é uma prática de guerra, se você pegar a história desde 2 ou 3 mil anos atrás,  bem como no presente, inclusive nos atuais regimes Comunistas, os exércitos sempre utilizavam a tortura e infelizmente ainda utilizam, como meio de obter as respostas que precisam de forma mais rápida, objetiva, com menos custos, menos aparatos jurídicos e tecnológicos, mas durante o nosso regime militar, eles não torturavam a população civil indiscriminadamente. Durante a ditadura meu pai e meus tios eram trabalhadores, corretos, íntegros, nunca foram torturados pela ditadura, ou sequer foram parados na rua algum dia.











1)- CASTELLO BRANCO:





Representando o chamado “grupo da Sorbonne”, formado por militares de formação superior oriundos da Escola Superior de Guerra, Castello Branco defendeu a radicalização conservadora como instrumento capaz de frear os movimentos políticos nacionais daquele período. Depois de declarado o Ato Institucional Número 1 (também conhecido como AI-1), que assegurou o fim das eleições diretas, o presidente ainda tomou outras ações de caráter repressor.






2)- COSTA E SILVA:






Seu governo devido as circunstâncias, iniciou a fase mais dura do regime ditatorial militar, à qual o general Emílio Garrastazu Médici, seu sucessor, deu continuidade. Sob o governo Costa e Silva foi promulgado o AI-5, que lhe deu poderes para fechar o Congresso Nacional, caçar políticos e institucionalizar a repressão aos contrários ao regime militar, sendo que no seu governo, houve um aumento significativo das atividades subversivas e de guerrilha armada, visando combater o golpe de Estado de 1964 e o regime militar por ele instalado.






3)- MEDICI:






Médici exigiu que, para sua posse na presidência, o Congresso Nacional fosse reaberto, e assim foi feito. Em 25 de outubro de 1969, Emílio Garrastazu Médici foi eleito presidente da república por uma sessão conjunta do Congresso Nacional, obtendo 293 votos, havendo 75 abstenções. Tomou posse no dia 30 de Outubro de 1969, prometendo restabelecer a democracia até o final da sua gestão. No entanto, seu governo foi considerado o mais obscuro e repressivo de toda a história do Brasil republicano. A guerrilha urbana e rural foi derrotada durante sua gestão, permitindo que seu sucessor Ernesto Geisel iniciasse a abertura política. As denúncias de tortura, morte e desaparecimentos de presos políticos que ocorreram na década de 1970 provocaram embaraços para o governo brasileiro no cenário internacional. O governo atribuiu as críticas a uma campanha da esquerda comunista contra o Brasil.No campo político, o governo Médici se destacou pela eliminação das guerrilhas de esquerda rurais e urbanas. A repressão às manifestações populares e à guerrilha terrorista, ficou a cargo do ministro do Exército Orlando Geisel. Médici, ao contrário dos presidentes anteriores no regime militar (Castelo Branco e Costa e Silva), não cassou mandato de nenhum político!




4)- GEISEL:






O general Ernesto Geisel que era um militar da linha protestante evangélica, tomou posse juntamente com seu vice Adalberto Pereira dos Santos no dia 15 de março de 1974, o que representava a volta o grupo Castelista ao poder. O homem forte de seu governo foi o general Golbery do Couto e Silva, que também era gaúcho, importante articulador político, chefiou a Casa Civil além do governo Ernesto Geisel, o governo de João Figueiredo. Foi o criador dos arquivos secretos do Serviço Nacional de Informações (SNI), nos governos militares. Realizou uma política de austeridade, procurando conciliar o equilíbrio financeiro e o crescimento econômico.






5)- FIGUEIREDO:






Seu mandato foi marcado pela continuação da abertura política iniciada no governo Geisel, e pouco após assumir, houve a concessão de uma anistia ampla geral e irrestrita aos políticos cassados com base em atos institucionais. Em 1980, extinguiu-se o bipartidarismo instaurado. A partir disto, foi criado o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) como sucessor do MDB, e o Partido Democrático Social (PDS) como sucessor do ARENA, além de outros novos partidos; Figueiredo, assim, virou filiado ao PDS. Em 1982, engendrou-se uma reforma eleitoral para assegurar a situação maioria nas eleições de 1982 onde se defrontariam os governistas do PDS e quatro legendas de oposição. Contudo, durante o seu governo ocorreram vários atentados terroristas, supostamente atribuídos a setores radicais da direita e militares da linha dura. Sua gestão ficou marcada pela grave crise econômica que assolou o mundo, com as altas taxas de juros internacionais, pelo segundo choque do petróleo em 1979, a disparada da inflação, que passou de 45% ao mês para 230% ao longo de seis anos, e com a dívida externa crescente no Brasil, que pela primeira vez rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, o que levou o governo a recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1982. Neste ano, houve a criação do estado de Rondônia. Em 1983, têm início as campanhas das “Diretas Já”, que acabaram rejeitadas no Congresso Nacional. Entretanto, o governo Figueiredo promoveu a primeira eleição civil brasileira desde 1964, que decretava o fim do Regime Militar. Figueiredo apoiava o candidato do PDS, Paulo Maluf, que acabou sendo derrotado pelo candidato oposicionista Tancredo Neves.







Por tudo isso que vimos interna e externamente ao Brasil, é preferível mil vezes uma ditadura militar de direita, do que uma ditadura de esquerda por tudo aquilo que a história tem nos mostrado sobre estes regimes ditatoriais esquerdistas espalhados mundo afora!






O que ocorreu nos anos subsequentes a intervenção militar foi exatamente isto, uma guerra de 4° geração; quando a esquerda diz que lutava pela liberdade, que lutava para o “retorno da democracia” isto constitui uma mentira deslavada e descarada, todos os estatutos dos movimentos revolucionários da época tais como: PCB (Partido Comunista Brasileiro) – “Partidão” ALN (Ação Libertadora Nacional) – Carlos Marighela PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário) MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro) AP (Ação Popular Marxista-Leninista) – 1962 POLOP (Organização Revolucionária Marxista-política Operária) – 1961 COLINA (Comando de Libertação Nacional) VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) PCR (Partido Comunista Revolucionário) – 1966 MRT (Movimento Revolucionário Tiradentes) traziam claramente em seus estatutos que lutavam para a instauração de um regime comunista no Brasil, objetivando a DITADURA DO PROLETARIADO. O comunismo pode ser tudo, menos democrático, isto é fato. O mini-manual do guerrilheiro urbano de Carlos Maringuela é ate hoje usado por grupos terroristas mundo a fora. Estas organizações deram inicio a uma guerra irregular, contavam com militantes formados em Cuba, com gente infiltrada na imprensa e nas universidades em órgãos do governo, faziam a cabeça da população a fim de recrutar e convencer mais gente a vir para seu lado, foi uma época em que ocorreram muitos atentados a bomba, sequestros, roubos a banco, cartórios e reservas de armas em quartéis, muitos inocentes morreram nãos mãos dos revolucionários que “justiçavam” e torturavam quem eles achassem que tivesse traído o movimento, ou que servisse de informante aos órgãos do governo; muitos de seus militantes usavam de nomes e documentos falsos, viviam em aparelhos (casas alugadas que funcionavam como base de operações) muitos destes militantes renunciavam o convívio com a família e desapareciam da vida social para viver apenas para o movimento, por este motivo era difícil sua identificação, muitos morreram em confronto com a policia e o exercito.É evidente que não dá para combater em uma guerra no estado democrático de direito, de forma constitucional, pois é obvio que as forças legais devem sempre cumprir as leis enquanto os subversivos não a cumpriram, torna-se um combate desigual e difícil. A imprensa pode muitas vezes atrapalhar uma ação policial, tomando partido, e ações assim precisam de sigilo e discrição. Escutas telefônicas precisam de autorização judicial, bem como operações de busca e apreensão que mesmo com autorização judicial tem horários específicos para serem executadas, e para manter alguém preso é preciso de um mandado de prisão, por este motivo o regime começou a ficar cada vez mais duro, pois não dá para combater em uma guerra com flores e boa educação, guerra é guerra e naquela época estávamos em uma guerra civil, e como já foi dito: Em uma guerra não se trocam gentilezas de ambos os lados.Os movimentos revolucionários usavam de técnicas de manipulação psicológica muito bem planejadas, aplicava em pessoas mais suscetíveis à manipulação, usam complexos de inferioridade de certos grupos transformando em ódio contra os demais, usam a vontade que todo jovem tem do jovem de “mudar o mundo” de fazer acontecer para recruta-lo ao movimento, tanto é que boa parte das pessoas envolvidas com estes movimentos subversivos eram jovens de classe media, que sempre tiveram boas condições de vida e estudo. A verdade é que se tudo isso não tivesse ocorrido, ou seja, se não tivesse a resistência por parte da esquerda, se ela não tivesse partido para guerra irregular, para guerrilha e para luta armada, o regime militar não teria durado mais que 2 anos, pois não era intenção dos generais perdurar tanto tempo no poder nem o senado quando depois Jango imaginava isto. A contra revolução era para ter se tornado uma intervenção militar e não um regime militar, a própria esquerda é culpada de seu algoz.




Alguns atentados ocorridos na época do regime militar:











1)- 12 de novembro de 1964
- Explosão de uma bomba no cinema Bruni, no Rio de Janeiro, com um morto.



2)- 22 de abril de 1965 - Atentado à bomba contra o jornal "O Estado de São Paulo".



3)- 25 de junho de 1966 - Atentado à bomba no Aeroporto dos Guararapes, contra o general Costa e Silva e no qual morreram o almirante Nelson Gomes Fernandes e o jornalista Edson Regis de Carvalho e sofreu mutilações o tenente-coronel Sylvio Ferreira da Silva, um dos muitos feridos no atentado. Segundo Jacob Gorender, em seu livro "Combate nas Trevas", obra da Ação Popular.



4)- 1 de agosto de 1966 - Explosão de uma bomba no cinema Itajubá, em Santos.



5)- 26 de agosto de 1966 - Explosão de uma bomba no teatro Guaíra, em Curitiba.



6)- 2 de agosto de 1967- Explosão de uma bomba na sede do Corpo da Paz, entidade americana no Rio de Janeiro, com um ferido.



7)- 24 de setembro de 1967
- Acontece o que é considerada a primeira ação terrorista seletiva da ALN: em Presidente Epitácio é assassinado um fazendeiro - Zé Dico - numa invasão de fazenda.



8)- 15 de dezembro de 1967 - É assassinado o bancário Osiris Motta Marcondes, do Banco Mercantil de São Paulo, durante assalto de terroristas à agência da qual era gerente.



9)- 15 de março de 1968
- Atentado à bomba contra o Consulado americano em São Paulo, com dois feridos. Um deles, o estudante Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, perdeu uma perna e até hoje não conseguiu receber a indenização que pleiteia o que tem ocorrido com quase todos os terroristas beneficiados pela anistia.



9)- 10 de abril de 1968 - Explosão à dinamite no QG da Polícia Militar/SP.



10)- 15 de abril de 1968 - Lançamento de uma bomba contra o antigo QG do II Exército/SP, na rua Conselheiro Crispiniano, com dois feridos.



11)- 20 de abril de 1968
- Novo atentado à bomba contra o jornal "Estado de S. Paulo".



12)- 15 de maio de 1968 - Atentado à bomba contra a Bolsa de Valores em S. Paulo.



13)- 18 de maio de 1968 - Atentado à bomba contra o Consulado da França em S. Paulo.



14)- Durante o mês de junho de 1968 - ocorrem explosões em edifícios públicos e em vias de transportes, em diversos pontos dos país.



15)- 26 de junho de 1968 - Atentado à bomba pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) contra o QG do II Exército, no qual morreu o soldado sentinela Mário Kozel Filho e ficaram gravemente feridos vários soldados da guarda.



16)- 1.º de julho de 1968
- É morto a tiros no Rio de Janeiro, por engano, o major do Exército alemão Edward Ernest Tito von Westernhagem, cursando uma escola militar brasileira (ECEME), confundido com o capitão boliviano Gary Prado, suposto matador de Che Guevara. Crime do Comando de Libertação Nacional (COLINA). Autoria confirmada por Jacob Gorender, no livro Combate nas Trevas.



17)- 19 de agosto de 1968 - Explosão simultânea de bombas em frente ao DOPS e a dois edifícios da Justiça Estadual de S. Paulo.



18)- 20 de agosto de 1968 - É abatido a tiros o soldado da PMSP, Antônio Carlos Jerrery, quando de sentinela.



19)- 7 de setembro de 1968
- Assassinato a tiros do soldado Eduardo Custódio de Souza, da PMSP, por terroristas, quando de sentinela no DEOPS/SP



20)- 12 de outubro de 1968 - Para assinalar um ano da morte de Guevara na Bolívia,
é fuzilado pela VPR, na frente de sua mulher e filhos o capitão do Exército americano Charles Rodney Chandler, de 30 anos, estudante de uma universidade de São Paulo e veterano do Vietnan, sob a falsa justificativa de ser agente da CIA.





ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS

 



 







1)- A esquerda  ao contrário do que se diz, nunca quis restabelecer uma democracia, o que ela queria era estabelecer um regime totalitário ditatorial Comunista no Brasil.





2)- Nunca Houve uma ditadura totalitária – Só no Brasil um regime autoritário em que cinco presidentes eleitos (indiretamente mais eleitos) é chamado de ditadura, basta olhar um dicionário para constatar que o que houve foi um regime autoritário e não totalitário.





3)-Os militares não se engajaram como um todo na guerra irregular de 4° geração, se no capo militar estratégico tático eles dominavam, no campo cultural e educacional eles nem colocaram os pés; a esquerda foi ocupando espaços, apesar de ser uma estratégia de resultado lento, foi genial o que a esquerda fez, aos poucos foi ocupando cada redação, cada telejornal, cada universidade e assim por diante, formando formadores de opinião, escritores e pensadores, artistas, cantores, intelectuais, em pouco mais de 20 anos reescreveram toda uma historia e fizeram um país inteiro acreditar nela mesmo com testemunhas oculares vivas da historia verdadeira, foi genial, uma operação de manipulação psicológica de massa gigantesca, que criou toda uma geração de idiotas não pensantes, bastou apenas se infiltrar nos meios formadores de opinião.Os militares ignoraram este campo de batalha e ignoram ate hoje, por isso foram e esta sendo esmagados pelos revolucionários, tudo isto só é prova de que é somente a educação que pode nos salvar.






4)- Apesar dos militares estarem em guerra contra uma força subversiva, eles não se esqueceram do país, foi uma época de intenso crescimento econômico, um dos maiores na historia do Brasil, saímos da 41° economia para a 8° em menos de 20 anos; grandes obras de infraestrutura básica foram feitas, hidrelétricas como Itaipu, Tucurui, ferrovias, portos, pontes como a Rio Niterói, estradas, projetos de integração nacional e telecomunicações como o Projeto Rondon, o Pro Álcool; Um verdadeiro legado de infraestrutura que reflete no crescimento do Brasil ate os dias de hoje, é visível que no campo da administração e planejamento os militares são bons, em contra partida deixaram a desejar em outros aspectos.



5)- Foi uma época onde ouve muita intervenção econômica estatal, e nunca se criou ou estatizou tantas empresas como no regime militar. Engesa e Embraer são só alguns exemplos, militares adoravam uma intervenção economia e uma economia estatizada, que nos projetou pra um quadro crônico de inflação, apesar disto vivíamos uma época de pleno emprego, sobravam vagas e ninguém precisava de bolsa família.Algumas outras obras e programas que vale a pena citar são: Usina Hidrelétrica de Jupia, Usinas Nucleares de Angra I e II, implementação do metro, e da zona franca de Manaus, EMBRAPA, EMBRAER, EMBRATEL, TELE BRAS, Banco Central, Infraero, FUNABEM, PIS, DATAPREV, FGTS, PASEP; tudo isto constitui a herança do regime militar.




6)- Por fim 4° Regime Militar Não foi de Direita – O regime militar foi uma intervenção apartidária aclamada pela vontade popular, apesar de haver algumas características de direita, a economia, por exemplo, foi muito intervencionista e estatal, característica de regimes socialistas totalitários.Podemos observar claramente que hoje aqueles que diziam lutar por democracia e liberdade, aqueles que integravam movimentos subversivos e terroristas hoje estão todos ocupando cargos políticos e públicos, e infelizmente agindo e comportando-se exatamente igual à aquilo que supostamente combatiam. Estão todos com as rédeas do país nas mãos.Nenhum regime ditatorial na historia da humanidade nem mesmo os comunistas permitiram tal coisa, a primeira ação deles era sempre aniquilar todo e qualquer opositor.O regime militar foi tão duro que a grande maioria de seus opositores está ai, bem viva, e comandando o país.Se os militares por sua vez deixaram um legado na economia e na infraestrutura do país, por outro lado à esquerda também deixou seu legado, só que estes últimos, no caso a esquerda, deixaram um legado nas áreas da cultura e educação, criando toda uma geração de pessoas não pensantes, revoltadinhos filhos de papai e comunistas de Rolex(a famosa esquerda Caviar), basta ver nas faculdades e escolas que além da piora na qualidade do ensino temos o ensino de uma reconstrução histórica e social do país, deturpada em matérias como, Historia e Ciências Sociais ate mesmo cursos inteiros como Filosofia e Sociologia não servem mais ao estudo de suas ciências propriamente ditas, mas sim a replicancia revanchista de ideais revolucionários e partidárias muito bem definidas. O jornalismo hoje em dia não serve mais como meio de transmissão de informações, mas sim como construtor de narrativas militantes politicamente engajadas, ou fomentador e assassino de reputações.Nas escolas temos um ensino multicultural gramsciniano, e do idiotizante coletivo de Paulo Freire e suas crias, onde é mais importante a criança saber sobre sexo,luta armada, e direitos sem deveres, do que aprender equações.




Ser de direita no Brasil, é praticamente um defeito, pois chamar alguém disto é um xingamento!










Há uma criminalização escancarada do pensamento, aquele que pensa diferente da cartilha esquerdista,é excluído do grupo, da turma, do trabalho ou dos estudos. Tudo isto tem contribuído para o emburrecimento da população e a chegada ao quadro de caos em que estamos hoje.Confiaram as rédeas do país aos seus algozes, concluo que se continuarmos neste rumo não teremos nenhum futuro pela frente, pois caminhamos para a destruição e Venezualização do Brasil. Os vencedores do movimento político-militar que derrubou João Goulart em 31 de março de 1964, sempre se referiram a si como "revolucionários". Segundo eles, de maneira alguma poderia dizer-se que o que havia ocorrido era um golpe militar como tantos outros que ocorreram entre os vizinhos do Brasil, mas sim o começo de uma verdadeira revolução que não apenas salvou o país do comunismo internacional como igualmente fez o país, livre do populismo e da ameaça esquerdista, e ingressar na verdadeira modernidade capitalista ocidental. Os derrotados, por seu lado, para desqualificar os adversários vitoriosos, nunca deixaram de tratar os eventos de março de 1964 como um golpe militar patrocinado pelos norte-americanos, colocando-o entre os tantos outros que infelicitaram a história da América Latina. Típica posição tomada pelo autor do livro O golpe começou em Washington , do jornalista Edmar Morel  (Editora Civilização Brasileira, RJ, 1965).




Mas afinal "1964" foi uma revolução ou uma contra-revolução?

 




De certo modo, ambos estão certos e ambos estão equivocados. Na concepção clássica, a palavra revolução é entendida como um movimento político radical e violento que remove à força, em geral por meio de uma guerra civil sangrenta, as classes dirigentes tradicionais, arrancando-as do governo e substituindo-as por uma outra força, composta pela nova geração emergente. Isso ocorreu na Revolução Americana de 1776 e durante a Revolução Francesa de 1789, ocasião em que a monarquia absolutista foi derrubada e a velha nobreza europeia viu seus privilegios ruírem. Evidentemente que o movimento político-militar de 1964 não promoveu nada disso. Em nenhum momento ele deixou de ser amparado pelas classes dominantes brasileiras (os empresários, os latifundiários e fazendeiros, e as grandes corporações estrangeiras) e mesmo pela Igreja Católica (pelo menos até 1968). O que fez de imediato foi afastar o núcleo dirigente que cercava então o presidente João Goulart e, posteriormente, estendeu o seu raio punitivo, com o recurso às cassações e outros instrumentos repressivos, a outros setores da sociedade brasileira (líderes sindicais e partidários, jornalistas, intelectuais, artistas, acadêmicos, estudantes etc). Mas, passados os anos, observa-se que praticamente os mesmos grupos econômicos, sociais e midiáticos continuam no comando da sociedade brasileira, não ocorrendo pois uma substituição da camada dirigente.Talvez cabe aceitar-se a palavra "revolução" num sentido mais restrito, naquele que comumente é aplicado às eventuais rebeliões militares na América Latina, os conhecidos "pronunciamientos".Tal reducionismo, todavia, é incorreto, porque 1964 não foi somente um outro golpe militar como tantos outros.





A influência da “Sorbone militar” e da sociedade civil




O movimento civil-militar foi solidamente alicerçado nas teorias autoritárias e anticomunistas defendidas e difundidas pela Escola Superior da Guerra (importante instituição fundada em 1949 pelo general Cordeiro de Farias, durante o governo do general Eurico Gaspar Dutra, para adequar o Brasil aos tempos da Guerra Fria). Conhecida no meio militar como a Sorbone, formada por oficiais intelectualizados, entre eles o general Castelo Branco e o coronel Golbery do Couto e Silva, a ESG propunha que a elite civil-militar, nas devidas circunstâncias, devesse assumir o controle da nação brasileira, ainda que por meios excepcionais, para dar um combate mais eficaz à guerra revolucionária e psicológica desencadeada pelos comunistas apoiados por Moscou. Mesmo que isso significasse sufocar as liberdades democráticas ou suspendê-las temporariamente.Nos anos 60, asseguraram os teóricos da Sorbone, o Brasil estava em vias de mergulhar numa "guerra revolucionária". Os políticos janguistas e brizolistas, junto a seus aliados comunistas, esperavam implantar por aqui uma "nova Cuba", nacionalista, autoritária e antiamericana, apoiada num cinturão de sindicatos sob a liderança da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), subvertendo totalmente a ordem social e constitucional do Brasil. Somente poderiam ser detidos por um golpe de força que após faria o realinhamento do País com os valores defendidos pelos Ocidentais (EUA/Europa Ocidental), corrigindo definitivamente a "derrapagem" do governo Goulart para a esquerda.Houve, como mostrou Renée Armand Dreifuss ( A conquista do Estado: ação política, poder e golpe de classe , Petrópolis, Vozes, 1981), um enorme apoio das organizações de empresários, comerciantes e banqueiros ao Ipes/Ibad que, aliados às classes médias, temerosas dos comunistas, fizeram uma ampla frente comum com os oficiais conservadores e com a Igreja Católica contra o governo de João Goulart. Criaram por isso mesmo um conjunto de instituições paralelas ao governo janguista para desestabilizá-lo e em seguida derrubá-lo.(Lição aprendida e executada atualmente pelas esquerdas no Brasil).Não só colaboraram para o sucesso do golpe, como depois, ao longo dos 20 anos seguintes, as classes proprietárias sustentaram abertamente o partido do governo, a Arena (Aliança Renovadora Nacional, fundada em 1965). Foram as classes proprietárias em geral as principais beneficiadas com o crescimento material do País na época do "Milagre Econômico", entre 1970-74. Política esta defendida pelo famoso ministro Delfim Netto, o economista que afirmou "primeiro é preciso fazer o bolo crescer para depois dividí-lo".É um tanto simplista afirmar que o movimento político-militar de 1964 resultou de um teleguiamento norte-americano, de uma grande conspiração dos serviços de espionagem dos EUA, especialmente da CIA, representada na ocasião pelo coronel Vernon Walters (um notório especialista na deposição de regimes suspeitos aos interesses norte-americanos e amigo do general Castelo Branco). O peso de uma ação golpista coordenada do exterior somente tem eficácia se ela estiver fortemente ligada aos interesses internos de parte considerável da sociedade do país visado (basta verificar o caso de Cuba por ocasião do desembarque organizado pela CIA na baía dos Porcos, em abril de 1961, que fracassou rotundamente por falta de apoio interno).Assim, nada do que os serviços secretos americanos, articulados com o Departamento de Estado, pudessem fazer, teria resultado significativo se não contassem com uma parte considerável da opinião pública e dos oficiais das Forças Armadas brasileiras unidos na deposição do governo Goulart.Observa-se também, que a instalação de um Estado de Segurança Nacional no Brasil, em substituição ao Estado Democrático de Direito (que vingou de 1946 a 1964) não se limitou ao regime militar de 1964. Especialmente a partir da ditadura Médici, o Brasil serviu como exemplo de sucesso a ser seguido pelos militares dos países latino-americanos.Modelos variados dela foram, em seguida, impostos por oficiais superiores tanto na Argentina (em 1966 e, novamente em 1976), como no Chile e no Uruguai (em 1973), porque a difusão das teorias revolucionárias guevaristas haviam seduzido parte considerável das esquerdas latino-americanas. Que esperavam alcançar o poder com a ponta do fuzil e não por meio da urna eleitoral.A ditadura Médici apresentou-se como a solução para liquidar por meios extremos com a subversão e encaminhar uma rápida prosperidade econômica que servia como "anestésico" a qualquer ameaça revolucionária. Serviu por igual para fixar o Brasil definitivamente no modelo econômico do capitalismo ocidental.O "sonho americano" parecia reproduzir-se no Brasil dos anos 70. O que o cidadão médio desejava (automóvel, casa própria e o padrão de consumo próximo aos dos EUA) começou a ser concretizado.Grupos de guerrilheiros das mais diversas organizações, formados em quase todos os países latino-americanos, inspirados na tese da "luta armada", decorrente da teoria guevarista do foco revolucionário (o foquismo), decidiram partir para a guerra contra seus governos nacionais, fossem ditaduras ou democracias. Atendiam eles ao apelo vindo de Cuba, particularmente de Che Guevara, para que os Andes inteiros se "tornassem uma Sierra Maestra", ou um "novo Vietnã", provocaram uma forte reação militar que, em seguida à formação do Estado de Segurança Nacional, com um brutalidade inaudita, destruíram não somente as guerrilhas como a própria democracia a quem diziam defender.





Mas, afinal, como poderíamos definir o que ocorreu a partir de 1964?





O mais correto é afirmar que houve uma contra-revolução cuja inspiração mais remota nos leva ao Levante de 1936, liderado pelo general Francisco Franco contra a República Espanhola controlada pelos esquerdistas. Naquela ocasião os militares igualmente se aliaram à Igreja Católica espanhola e aos falangistas (os fascistas espanhóis) para derrubar, na verdade destruir, um governo eleito democraticamente.No Brasil, tratou-se de um golpe contra golpe civil-militar preventivo na medida em que as Reformas de Base, reafirmadas por Goulart no derradeiro discurso de 13 de maio na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, pareciam às classes conservadoras uma espécie de ponta de lança da comunização do País. O fracasso do projeto nacional-populista deveu-se igualmente por outros motivos. A situação do Brasil não era a de um país colonizado como era o caso da ilha cubana. Além disso, o antiamericanismo não se enraizara neste país. Ao contrário, a maioria significativa do povo brasileiro tinha profunda admiração pelos Estados Unidos e seu desejo era poder algum dia atingir a algo parecido com o "modo de vida americano", política que começara a ser implantada por Juscelino Kubitchek (1956-1961), mas que estagnara durante a renúncia de Jânio e a ascensão de Goulart.Não havia por aqui nenhum ódio reprimido como era o caso dos cubanos em relação aos americanos. Como constatou-se depois, a luta guerrilheira somente prosperou e teve sucesso em situações muito especiais (como foi o caso de Cuba e da Nicarágua), dois países governados por tiranos pró-americanos.Mesmo tendo sido afastados do poder pelo movimento das Diretas Já, em 1984-5, os militares brasileiros conservaram uma imagem associada ao grande salto econômico que ocorreu entre 1970-1976. Nos dias que correm, a crítica maior concentra-se na violência institucional e nos malfeitos utilizados no combate às oposições (fossem pacíficas ou armadas).





Os mortos da ditadura: O que é mito e realidade?

 







Certos raciocínios são mesmo inaceitáveis. Perguntam-me, em vocabulário impublicável, de onde tirei os números sobre os mortos da ditadura no Brasil. Pois não! Do livro "Dos Filhos Deste Solo", escrito pelo ex-ministro Nilmário Miranda, petista, e pelo jornalista Carlos Tibúrcio. Aliás, é uma co-edição da Boitempo Editorial (aquela do caso Emir Sader) e da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. Logo, senhores esquerdistas, a fonte é a melhor possível para vocês. Reitero o que já havia escrito: não deveria ter morrido uma só pessoa sob a guarda do Estado. Mas é uma estupidez e uma fraude querer comparar o que se deu no Brasil com o que aconteceu na Argentina ou na Cuba de Fidel Castro, por que não? Para ser preciso, o livro lista, com enorme boa vontade nos critérios, 424 casos de pessoas que teriam morrido ou que ainda são dadas como desaparecidas em razão do regime militar, ainda que numa razão nem sempre direta. Levando-se em consideração este número, com o total da população brasileira na época de 70 milhões de habitantes, se ver que não foi um massacre ou banho de sangue como querem pintar os esquerdistas no Brasil de ontem e de hoje. Estão contados aí pessoas vítimas de acidentes, suicídios, gente que morreu no exterior e até os justiçamentos: esquerdistas assassinados pelos próprios  esquerdistas, porque seriam supostos traidores. Sim, meus caros: a esquerda nunca viu mal nenhum em aplicar a pena de morte. Sem tribunal ou direito de defesa !!! Desses 424 — logo, bem menos do que os 500 que eu mesmo mencionei porque estava com preguiça de ir à fonte, assassinados mesmo, comprovadamente, foram 293 pessoas. MAS ATENÇÃO !!!  Isso inclui as que morreram na guerrilha do Araguaia: gente que estava armada, para matar ou morrer. 



Dá para saber até a distribuição dos mortos segundo as tendências:




ALN-Molipo – 72 mortes (inclui-se ai quatro justiçamentos feitos pelos próprios esquerdistas)

PC do B – 68 (58 no Araguaia)

PCB – 38

VPR – 37

VAR-Palmares – 17

PCBR – 16

MR-8 – 15

MNR – 10

AP – 10

POLOP – 7

Port – 3



Digo com a maior tranquilidade que a "morte de qualquer homem me diminui", segundo frase famosa que já é um chavão. Mas 424 casos (dentro de um Pais com dimensões Continentais como o Brasil) não são 30 mil — ou 150 mil, se fôssemos comparar aos padrões argentinos. Isso indica o óbvio: a tortura e a morte de presos políticos no Brasil eram exceções, embora execráveis, e não a via de regra. Regra ela foi no Chile, na Argentina, em Cuba (ainda é), na China (ainda é), no Caboja, na Coréia do Norte, na União Soviética, nas ditaduras comunistas africanas, europeias.Só a ALN-Molipo deu cabo de quatro de seus militantes. Em nome do novo humanismo.









A lei de reparação que está em curso no Brasil é das mais generosas, tanto é que alcança até alguns vagabundos que fizeram dela uma profissão, um meio de vida, arrancando dos pobres e dos desdentados indenizações milionárias e pensões nababescas. Até aí, vai uma sem-vergonhice que não ameaça criar tensões desnecessárias. Querer, no entanto, rever a Lei da Anistia como se o drama dos mortos e desaparecidos fosse um trauma na sociedade brasileira como ainda é na Argentina ou na Chilena é um completo despropósito. Pode, quando muito, responder ao espírito de vingança e revanchismo de alguns, e gerar intranquilidade para o resto da sociedade em sua esmagadora maioria, contrária a este desperdício de dinheiro público. De resto, tão triste, ou até mais do que a tortura com pedigree, ou seja, aquela exercida contra militantes de esquerda no passado, é a que existe ainda hoje nos presídios brasileiros. Imaginem se cada preso comum acionar o Estado por conta de maus-tratos ilegais sofridos cotidianamente nas cadeias. Ocorre que essa gente não conta com a disposição militante para fazer proselitismo. Não existe uma comissão especial para cuidar do assunto.




A esquerda, como sempre, só dá pelota para o “seu povo”, não para “o” povo.




Não postei algumas mensagens desairosas, malcriadas, contra Gabeira por causa de seu passado. Até Delfim Netto já foi socialista, do tipo Fabiano, mas foi. Gabeira pagou, como todos os que foram protagonistas daqueles dias horríveis, o preço por suas opções e soube entender as demandas do presente. Algumas de suas lutas não são as minhas, mas eu saúdo o fato de que sua militância, hoje, só pode ser exercida plenamente numa sociedade democrática e de mercado. E isso está a anos luz de distância do petismo. Querem saber? Acho até louvável que ele não fale como se não tivesse um passado. Ele tem. Não depende dele. O que importa é que ele dá mostras de saber o que fazer daquele tempo.













Censuro sim, veementemente, a ação que hoje os intelectuais e historiadores fazem ao coronel Brilhante Ustra, porque me parece que ela comete justamente o erro de trazer o passado a valor presente, forçando a história a recuar no tempo, especialmente quando temos uma Lei da Anistia. Foi incômodo o tal jantar de solidariedade dos militares da reserva a Ustra? Foi, sim. Não teria ocorrido se alguns aloprados não estivessem segurando gasolina em uma das mãos e um fósforo aceso na outra. Podem acusar os militares de tudo, menos de que sejam imbecis. Se esse caso prospera, é claro que será apenas o primeiro de uma série. Não sei prever o futuro, mas qualquer um que tenha o mínimo de massa cinzenta, sabe operar com categorias lógicas. Se há alguém acreditando que a história pode, quase 30 anos depois, regredir para submeter apenas um dos lados ao chicote, está fazendo uma aposta errada. Errada e perigosa. Ustra nunca pediu nem quis homenagens. Os que, hoje em dia, preferem ser lembrados são alguns ex-terroristas que pegaram em armas, falsamente dizendo lutar pela democracia, e agora disputam eleições. O Brasil é melhor sob a vigência plena da Lei da Anistia. Garanto. O livro “A Verdade Sufocada” desmistifica, ponto por ponto, as mentiras que, há anos, vêm sendo apresentadas à Nação brasileira a respeito da Revolução de 31 de Março de 1964 e a repressão aos grupos armados dos anos 70.“Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas, de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia”. (General de Exército Walter Pires de Carvalho Albuquerque, Ministro do Exército durante o governo de João Baptista Figueiredo).Leiam sem preconceitos o livro “A Verdade Sufocada”, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, com prefácio do general Raymundo Negrão Torres. Em suas 541 páginas desmistifica, destrói, desmonta e manda pelos ares, ponto por ponto, as mentiras que, há mais de 40 anos, vêm sendo apresentadas à Nação brasileira a respeito da Revolução de 31 de Março de 1964 e os seus desdobramentos, quando uma esquerda desvairada, constituída por militantes treinados nas academias de guerrilhas de Cuba, Coréia do Norte, Alemanha Oriental, China e União Soviética, utilizaram todos os meios, incluindo sequestros de autoridades, de aviões comerciais, o terrorismo, os assaltos, as guerrilhas urbana e rural e os assassinatos de cunho político e, já em seu final, os assaltos até a trocadores de ônibus, para implantar em nosso país uma república popular Comunista (A FRACASSADA DITADURA DO PROLETARIADO). Derrotados, a maioria dos que sobreviveram a essa louca empreitada, após uma escala em Cuba, se juntou aos grupos terroristas da Argentina, Chile e Nicarágua, voltando a ser derrotados. Ao final, em agosto de 1979, foram anistiados pela “ditadura militar” e depois, no governo do também anistiado Luiz Inácio Lula da Silva (“anistiado” de quê, se não foi cassado e nem condenado?), continuaram a ser recompensados, agora financeiramente, por uma Comissão de Anistia, criada em agosto de 2001 pelo governo do Sr Fernando Henrique Cardoso. Recompensados por terem sido terroristas. Somente em atrasados, as indenizações já passam de R$ 1,44 bilhão. A 38 anistiados foram concedidas indenizações que, a cada um, ultrapassam R$ 1 milhão.Além das indenizações deferidas em 5.540 processos já aprovados pela Comissão de Anistia, há ainda o pagamento de pensões. Por enquanto, por ano, a conta das pensões chega a 267 milhões, incluída a pensão de R$ 4.294,12  concedida ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, quando líder sindical, esteve “preso” durante, pasmem, 31 dias! Algumas vezes dormindo em um sofá na sala do Delegado Romeu Tuma, seu carcereiro. No entanto, ao receber essa indenização o nosso presidente, desde a idade de 42 anos já era um feliz aposentado, mesmo sem ter atingido 25 anos de trabalho. Lula “começou a embolsar essa pensão em maio de 1997, quando ela valia R$ 2.365,00. Se tivesse deixado o dinheiro no banco, rendendo juros tucano-petistas, em janeiro seu saldo teria chegado a R$ 707.114,00. Até agora, cada dia de cadeia de Lula custou RS$ 13.865,00 à Viúva” (Élio Gaspari, O Globo, 19 de fevereiro de 2006). Na realidade, essa conta não está correta. Cada dia de cadeia de Lula custou R$ 22.810,00 aos cofres públicos.Apenas mais um detalhe: esses benefícios estão isentos do Imposto de Renda, de acordo com o Decreto 4.897, publicado no Diário Oficial de 26 de novembro de 2003, assinado por ele, o então presidente Lula. Ou seja, um Decreto em causa própria.Mas não é só isso, “companheiros”! Há também, a Comissão de Desaparecidos Políticos, criada em 1995, no governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso, destinada a recompensar, também financeiramente, os parentes de mortos e desaparecidos políticos, que de políticos nada tinham, durante o período de luta armada. 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
Mortos e desaparecidos que por livre e espontânea vontade suas e de suas Organizações optaram por pegar em armas para derrubar a “ditadura militar” e, nessa empreitada aloprada, segundo o decreto que criou a Comissão, morreram ou desapareceram em “dependências policiais ou assemelhadas” ou em “lugares sujeitos à administração militar”. Inúmeros familiares de terroristas foram, assim, recompensados financeiramente, como, por exemplo, a família do ex-capitão Carlos Lamarca, cuja viúva já recebia do Exército pensão de coronel, um desertor que traiu o juramento de “defender as instituições com o sacrifício da própria vida”, roubou armas, seqüestrou e matou. Lamarca foi morto no sertão baiano, de armas na mão, e não em “dependências policiais ou assemelhadas” e muito menos em “lugar sujeito à administração militar”, e sua viúva já recebia pensão militar. Também Clara Charf, mulher de Carlos Marighela, morto em tiroteio nas ruas de São Paulo, traído pelos seus kamaradas do Convento dos Dominicanos, foi indenizada. Com essa interpretação extravagante, exdrúxula, elástica e vergonhosa, o sertão da Bahia e as ruas de São Paulo foram considerados locais sob “administração militar” ou “dependências policiais ou assemelhadas”.O ex-sargento do Exército Darcy Rodrigues, que desertou do 4º RI junto com Carlos Lamarca e que participou de inúmeras ações terroristas como o roubo do Cofre do Ademar, sendo preso em abril de 1969 na área de treinamento da VPR, em Registro, e que depois, em 1970, foi um dos banidos do Brasil em troca da liberdade do embaixador da Alemanha, seqüestrado por essa mesma VPR, foi promovido a capitão (salário de R$ 7.000,00) e indenizado em R$ 771 mil.Também a viúva de Luiz Carlos Prestes, que teve a patente de capitão cassada em 1936 por ter liderado a Intentona Comunista, foi indenizada pela Comissão de Anistia. Recebe uma pensão equivalente ao posto de General de Brigada (!), além de R$ 180 mil de atrasados (O Globo, 20 de maio de 2005, primeira página).O mesmo não ocorreu com os familiares dos 33 militares assassinados em novembro de 1935, durante a Intentona comandada por Prestes. Eles, os familiares, aliás, jamais exigiram ou reivindicaram nada da Pátria e de seus governantes, nem mesmo um mínimo de coerência.(Um peso com duas medidas diferenciadas por que?).O padre português Alípio Cristiano de Freitas, membro da Comissão Militar e da Direção Nacional da Ação Popular (AP) e que em 1970 fundou o seu próprio grupo terrorista, o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, foi o mentor intelectual do atentado ocorrido no Aeroporto dos Guararapes, em Recife, em 25 de julho de 1966. Esse atentado, como se recorda, matou o jornalista Edson Regis de Carvalho e o almirante Nelson Gomes Fernandes, causando ferimentos em 13 pessoas, entre as quais ao então tenente-coronel Sylvio Ferreira da Silva que sofreu amputação traumática dos dedos da mão esquerda. O executor do atentado foi o militante da AP Raimundo Gonçalves Figueiredo, o Raimundinho, morto pela Polícia, em Recife, em 27 de abril de 1971. A família de Raimundinho foi indenizada. Os familiares dos dois mortos e 13 feridos, NÃO! O inusitado desse fato foi a concessão, pela Comissão de Anistia, da indenização de R$ 1,09 milhão ao padre Alípio, que hoje reside em Lisboa.Um exemplo das aberrações que foram aprovadas por essa Comissão de Anistia é o do jornalista Carlos Heitor Cony, ao qual foi concedida a quantia de R$ 1,4 milhão de indenização e mais R$ 19 mil mensais de pensão vitalícia, e o do também jornalista Helio Fernandes, aquinhoado com uma indenização de R$ 1,4 milhão e uma pensão mensal vitalícia de R$ 14,7 mil. Carlos Heitor Cony disse, em sua defesa, que esteve preso oito vezes, o que teria feito de errado? e que “foi obrigado” a ir viver em Cuba. É muito dinheiro como compensação por ter vivido em Cuba, a Ilha da Liberdade. Jose Dirceu, o “comandante Daniel” que nunca comandou nada, embora tenha recebido, na Ilha, formação superior em guerrilha, recebeu apenas a irrisória quantia de R$ 59,4 mil. Tudo isso contrasta com o caso do soldado Mario Kosel Filho, mandado pelos ares por uma perua carregada de dinamite quando de sentinela do Quartel-General do Exército, no Ibirapuera, na madrugada de 25 de junho de 1968. O Exército promoveu-o, post-morten, a terceiro sargento. Em novembro de 2004, 36 anos depois da morte de seu filho, o Sr. Mario Kosel (81 anos) e a senhora Teresinha Lana Kosel, pais do soldado, ainda aguardavam pacientemente pelo dia em que iriam começar a receber a pensão de R$ 330,00  que lhes fora concedida por projeto de lei. Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo de 14 de novembro de 2004, “o Sr. Mario Kosel, com a saúde debilitada, pediu ao seu neto Fernando para ir receber. Ele foi ao Ministério da Justiça, que o mandou para o Ministério do Exército, que o remeteu para o INSS, que o devolveu ao Ministério da Justiça”. Finalmente, “o Ministério da Justiça concordou em dar andamento ao caso da pensão do seu Mario e da dona Teresinha. Só que lhe pediu um rosário de documentos: RG, CPF, título de eleitor, comprovante de residência do casal, certidão de casamento, identidade militar e certidão de óbito do filho”.Participaram desse ato terrorista dez militantes da Vanguarda Popular Revolucionária, entre os quais Diógenes José Carvalho de Oliveira, o Diógenes do PT, que recebeu treinamento em Cuba e que, durante o governo Olívio Dutra, como Coordenador Financeiro do PT gaúcho, foi flagrado em 2001 arrecadando dinheiro do jogo de bicho para o partido. Diógenes do PT participou também do “justiçamento” do capitão do Exército dos EUA Charles Rodney Chandler, aluno bolsista da USP, em 12 de outubro de 1968, assassinado na frente de sua mulher e dos filhos, simplesmente por ter lutado no Vietnã. Ladislas Dowbor, atual professor de Economia da PUC/SP e João Carlos Kfouri Quartim de Moraes, atual professor na Unicamp, participaram do Tribunal Revolucionário que condenou Chandler, e Quartim de Moraes participou também da ação que o assassinou. Dois anos depois, em 11 de março de 1970, Ladislas Dowbor, já como membro da direção da VPR, foi o coordenador do seqüestro do Cônsul do Japão em São Paulo.A Comissão de Anistia continua funcionando, pois julga não ter concluído ainda sua tarefa que não disfarça um acerto de contas com o passado. Também continua funcionando a Comissão de Desaparecidos Políticos, distribuindo indenizações a torto e a direita (aliás, só a esquerda). De acordo com o andar da carruagem, brevemente nós, o povo, teremos que indenizar a família de Calabar.Alguns desses ex-terroristas recompensados pela Comissão de Anistia, exercem, hoje, cargos no Executivo, Legislativo e Judiciário “deste país”, governado pelos 40 ladrões denunciados dia 10 de abril de 2006 pelo Procurador-Geral da República Antonio Fernando Souza (o processo do Mensalão do PT).Finalmente, para concluir, é importante conhecer parte de uma entrevista com Daniel Aarão Reis Filho, que foi militante do grupo armado MR8 e um dos que não sufocou a Verdade, publicada pelo jornal O Globo de 23 de setembro de 2001:“As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da Anistia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática”.













“Falava-se em cortar cabeças; essas palavras não eram metáforas. Se as esquerdas tomassem o poder haveria, provavelmente, a resistência das direitas e poderia acontecer um confronto de grandes proporções no Brasil. Pior, haveria o que há sempre nesses processos e no coroamento deles: fuzilamentos e cabeças cortadas (...) As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no país, por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba. Mas, evidentemente, elas falavam em resistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora, aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre a guerra.”










*Daniel Aarão Reis Filho foi membro da direção do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR8). Preso em 1970, em 15 de junho desse ano foi um dos 40 militantes banidos para a Argélia em troca da liberdade do embaixador Von Holleben, da Alemanha, que havia sido seqüestrado por um pool de Organizações. Recebeu treinamento de guerrilha em Cuba em 1970/1971 com o codinome de “Faustino”. Atualmente é professor titular de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense.







Parodiando Olavo Bilac: 






“Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste!

Pois não verás país nenhum como este...”






Conversa entre um Russo e uma Brasileira sobre DITADURAS










 

Russo:Como eu amo a liberdade!

 

Brasileira: É... Não há nada pior que uma ditadura...

 

Russo: Vocês também tiveram ditadura no Brasil ?

 

Brasileira: Ô sim! E como tivemos ! Os militares deram um golpe e tomaram o poder em 1964

 

Russo: Mas como? Fuzilaram todos os membros do congresso?

 

Brasileira: Não exatamente...Foi o próprio congresso que instituiu.

 

Russo: Ué, mas você não disse que foi um golpe?

 

Brasileira: Sim...

 

Russo: Não entendi...Mas enfim .... Quantos morreram pelo menos?

 

Brasileira: Uma tragédia mundial, morreram 357 pessoas!

 

Russo: É realmente...Para um dia só morrerem 357 pessoas é bastante trágico...

 

Brasileira: Não, morreram 357 pessoas no total durante toda ditadura.

 

Russo  - No total do que!!!???

 

Brasileira: Ora, da ditadura...

 

Russo: Peraí...mas este total de mortos não foi coisa de apenas alguns dias da ditadura?

 

Brasileira: Que uns dias que nada! foram exatamente 21 anos de opressão !

 

Russo: E quem foi esse ditador "genocida" que matou 357 pessoas em 20 anos?

 

Brasileira: Bom, na verdade foram 5 ditadores.

 

Russo: Todos juntos de uma vez só ?

 

Brasileira: Não...um depois do outro ao longo dos 21 anos.

 

Russo - Um ditador depondo o outro?...

 

Brasileira - Claro que não ! Terminava o mandato e vinha outro.

 

Russo: Como é que é?  Mandato?...Tipo presidente ?

 

Brasileira - É ... mas a gente não podia votar... Durante a Ditadura que foi de 1964-1988, os presidentes eram escolhidos em eleições indiretas, por meio do Colégio Eleitoral, composto por congressistas e delegados das assembleias legislativas de todo o país. Durante este tempo prevaleceu o bipartidarismo nas eleições, concorriam basicamente o ARENA contra MDB.

 

Russo: Então ao invés de um ditador, vocês tiveram 5 representantes com mandato temporário, com dois partidos legais e que matavam 17 pessoas por ano ?

 

Brasileira: Sim...Mas o povo se levantou e tirou eles de lá !

 

Russo: Ah no fim o povo foi que depuseram os militares?

 

Brasileira: É...Pode se dizer que sim...Na verdade, eles mesmos saíram do poder.

 

Russo: Mas está muito estranho isso...Eles não controlavam o exército? Como o povo conseguiu isso?...Ou eles se armaram também e atacaram em grande número...De uma forma ou de outra deve ter sido a maior carnificina...sim, ou não?

 

Brasileira: Até que não...Os militares anunciaram eleições democráticas, decretaram a ANISTIA, ampla, geral e irrestrita para ambos os lados, e deixaram pacificamente o poder sem derramamento de sangue.

 

Russo: Deixaram pacificamente? Como assim? Tipo... por conta própria?

 

Brasileira: É que o povo, no fim, já estavam querendo algo diferente...

 

Russo: Mas para saírem assim, na boa, fala sério! Estes ditadores só podem ter levado uma fortuna com eles! Devem estar todos podres de ricos até hoje, com contas em paraísos fiscais e uma dinheirama que vai até a quinta geração, pois é comum ditadores deixarem seus países minguados, sem infraestrutura, as pessoas passando fome, a economia falida, aumento da criminalidade, imoralidade, e depois fogem na maior cara de pau.

 

Brasileira: Bom...Não exatamente...Pelo contrário, foi o melhor período econômico do nosso País. Para se ter uma ideia, em 21 anos de ditadura crescemos cerca de 3 (três) vezes mais do que os 21 anos seguintes de período democrático. As infraestruturas criadas na época são as principais até os dias de hoje, algumas delas são as únicas do setor em várias regiões do pais. As pessoas não passavam fome, pois viviam com dignidade. Os índices de criminalidade eram insignificantes, comparados com os dos dias atuais, se podia andar nas ruas com tranquilidade. Os militares não fugiram do pais e suas famílias viveram com os recursos que eles receberam como os atuais ex-presidentes vivem atualmente.

 

Russo: Olha, eu respeito sua narrativa e tal, mas tá meio difícil de acreditar que vocês tiveram uma ditadura de verdade como na Rússia, Cuba, China, Coréia do Norte, Chile, Uganda, Francisco Franco na Espanha,Videla na Argentina, Papa Doc no Haiti...

 

Brasileira: Como assim? A opressão era real ! Morreram muitos heróis lutando pela nossa liberdade e pela Democracia!

 

Russo: Quem exatamente lutava de forma declarada pela Democracia na época? Pode dar nomes a estes democratas? E pera ai...havia até mesmo uma oposição?

 

Brasileira - Ah se havia ! Eles matavam soldados, sequestravam gente importante, roubavam bancos, plantavam bomba em quartéis, enfim, tocavam o terror pra chamar a atenção. Os fins justificavam os meios, não importando se morreriam inocentes.

 

 





Russo: Que horror ! E os revolucionários, eram contrários a isto claro, e como combatiam isso ?

 

Brasileira - Não, caramba ! Tô falando justamente dos heróis, os revolucionários! Presta atenção!

 

Russo: Ahh tá bom, já entendi. Mas esse lance de matar soldado, sequestrar e explodir bomba... hoje em dia isso não seria terrorismo?

 

Brasileira: Talvez...Não sei...Mas na época era justificado. Tinha que derrubar aquele governo ditador cruel.

 

Russo: Mas e roubo a banco, sequestros... não é crime isso dai também?

 

Brasileira - É ...Talvez .... mas eles tinham que tirar dinheiro de algum lugar para manter o movimento , né?

 

Russo: Sim, mas roubavam do povo...e o povo não os apoiavam?

 

Brasileira: Não tinha alternativa! Até a União Soviética não estava mais sustentando a nossa revolução como antes...

 

Russo - Opa ! Um momento ! Quer dizer que tinham agentes e países que estava financiando vocês contra os militares?

 

Brasileira – Claro que sim! Os Cubanos e os comunistas soviéticos estavam nos ajudando a derrubar a ditadura militar e instaurar a ditadura do proletariado no Brasil.

 

Russo: Sei...Não seria trocar seis por meia dúzia?...E você e muitos outros acreditou?... Pois cara amiga brasileira, a nossa ditadura Russa foi realmente uma ditadura com todas as letras! Matou 21 milhões de pessoas em nosso pais, durou 74 anos e deixou o país afundado! Você na verdade nunca conheceu o que é realmente opressão, e por isso mesmo não entende e jamais entenderá o que é realmente liberdade!

 



(Autor desconhecido)

 

 








 BIBLIOGRAFIA:

 




- Wikipedia – A enciclopédia Virtual

-AYERBE, Luís Fernando (2002). Estados Unidos e América Latina: A construção da hegemonia. São Paulo: Editora Unesp.

-SCHWARZ, Roberto (2001). Cultura e política: 1964-1969 2 ed.  Paz e Terra.

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-STEPAN, Alfred. Os Militares na Política: Mudanças de Padrões na Vida Brasileira, Rio de Janeiro, Arte Nova, 1975.

-TORRES, Raymundo Negrão. O Fascínio dos Anos de Chumbo

-ROLLEMBERG, Denise. «O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro

-SCOCUGLIA, Afonso Celso. «Goulart e o Golpe de 1964: por uma nova historiografia» (PDF). UNICAMP

-COMBLAIN, Joseph - A Ideologia da Segurança Nacional , Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro. 1978.

-DREYFUSS, Rene A. - 1964: A Conquista do Estado , Editora Vozes, Petrópolis, 1981.

-MORAES, Dênis - A Esquerda e o Golpe de 64 , Editora Espaço e Tempo, Rio de Janeiro, 1989.

-MOREL, Edmar - O Golpe Começou em Washington , Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1965.

-PARKER, Phyllis - 1964: O Papel dos Estados Unidos no Golpe de Estado de 31 de Março , Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1977.

-SILVA, Helio - 1964: Golpe ou Contra-golpe? , Editora Civilização Brasileira, 1975.

-SKIDMORE, Thomas - Brasil: de Getúlio a Castelo (1930-1964), Editora Saga, Rio de Janeiro, 1969.

-1964: Golpe ou Contragolpe" -  Hélio Silva

- “A Verdade Sufocada” - A História que a esquerda não quer que o Brasil conheça - Carlos Alberto Brilhante Ustra

-Villa, Marco Antônio – “Ditadura à brasileira: 1964-1985 a democracia golpeada à esquerda e à direita” -  Ed. LeYa, São Paulo 2014.




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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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