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“NÃO É DEIXAR DE SOFRER, É DAR SENTIDO AO SEU SOFRIMENTO”

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 3 de outubro de 2018 | 17:39





Por: Raimundo Antonio de Souza Lopes (Jornal De Fato-Mossoró-RN)


Assistindo, recentemente, a uma palestra no Centro de Evangelização do Shalom, cujo tema era “O Senhorio do Senhor”, eu ouvi do missionário a frase colocada aí no título desta crônica. 




Inicialmente, eu fiquei um pouco sem querer entender o real significado ou a profunda reflexão que o palestrante nos convidou a fazer, pois sofrer, no sentido literal da palavra não é, e nunca será, algo que possamos compreender como sendo bom para a nossa vida. Basta apreendermos que “sofrer” em sua etimologia deriva do latim, sufferre, termo pelo qual os velhos romanos designavam quem estava "sob ferros", acorrentado, submetido à força (fosse escravo ou prisioneiro). Ou seja, a origem do nosso popular "sofrimento": palavra que melhor traduz, em português, a infelicidade contínua e intensa e, no momento em que ocorre, irremediável, é justamente o vocábulo que designava a opressão, a submissão, a situação da criatura submetida ao poder de outrem que, como coisa, ou "ferramenta", padece de todos os infortúnios capazes de lhe "ferir" (machucar) corpo e alma (Conf. dicionarioetimologico.com.br/sofrer).                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            




Com a continuidade de sua fala, passei a compreender a lógica para o sentido da palavra sofrimento, quando esta é aplicada ao nosso cotidiano, seja material ou espiritual. E, de cara, veio-me a frase de Santa Teresa D’Ávila, que disse: “O mérito consiste em sofrer e amar”.






Embora vivamos em um mundo em que se busca, a todo custo, o ter, o poder e o prazer como fontes de felicidade, admitir que o sofrimento faz parte do nosso cotidiano, independentemente de cor, fé ou status social, é a mesma coisa de dizer que é infeliz permanentemente. Não é verdade. O segredo, de fato, é dar sentido ao seu sofrimento, fazer dele um aliado. É compreender que o seu sofrimento não é diferente do sofrimento de quem está do seu lado. Se eu ajudar ao meu irmão a suportar o seu sofrimento, eu estou dando sentido ao meu sofrimento também, com isso estou minimizando minhas dores e, consequentemente, estou extraindo prazer, e felicidade, de algo negativo em minha vida. 








É primordial que aprendamos a sofrer. É fundamental que possamos dar sentido aos nossos sofrimentos. Por exemplo: uma mulher que vai dar à luz uma criança sofre, mas ela não pensa nas suas dores, ela só pensa no filho que carregará nos braços e verá crescer. Ou seja, ela está dando sentido ao seu sofrimento ao entender que a alegria que virá depois será muito maior que o sofrimento pelo qual está passando naquele momento. São Francisco de Assis já dizia: “É tão grande o bem que espero, que todo o sofrimento me é um grande prazer”.



Trazendo para um exemplo bem comum entre os humanos: o amor. Tem coisa mais pura, linda e melhor que o amor? Todos nós vivemos para encontrar o amor de nossa vida e dar sentido ao ser coletivo que somos. Mas, o amor que é sublime é, também, o que mais nos faz sofrer. Por que, então, esse paradoxo tão sem sentido? Será que o fato de estarmos amando nos faz pressupor que esse amor pode acabar e, com isso, passamos a querer, a todo custo, eternizá-lo, atrelando, portanto, tudo o que nos faz sofrer?



Outro dia eu ouvi, com relação a isso, algo que me chamou a atenção. Alguém perguntou ao poeta por que o amor nos faz sofrer tanto. E ele, na sua simplicidade encantadora, disse: não é o amor que nos faz sofrer, mas a pessoa que estamos amando. Faz sentido.







E, puxando um pouco para o pessoal, eu lembrei uma passagem de minha juventude, quando servia ao glorioso Exército Brasileiro – 17º Grupo de Artilharia –, numa prova noturna de resistência extrema, porém chamada de “maneabilidade” (possível de ser feita), quando fomos colocados num terreno onde cresciam muitos pés de urtiga. No escuro, rastejando, para não ser visto pelo “inimigo”, íamos – eu e os meus colegas do curso de Cabo – passando por cima das urtigas, e elas iam nos atacando, queimando a nossa pele, ao ponto de provocar uma coceira e uma dor quase insuportável. Pois bem, em determinado momento, eu com o corpo todo coçando e ferido, sem querer, passei a mão pelo rosto e, imediatamente, meus olhos, boca, nariz e orelhas passaram, também, a coçar. Num ato de desespero, comecei a chorar baixinho, e pensei em desistir da prova, o que me eliminaria do curso; mas, olhando para os lados, vi que os outros estavam na mesma situação. Então, engoli o choro, respirei fundo e continuei a prova, sempre com o pensamento voltado para o sofrimento do outro, não para o meu. Ou seja, sem querer eu dei sentido ao meu sofrimento – embora naquele caso específico “o dar sentido ao meu sofrimento” tenha sido mensurar o que estava sentindo e transferi-lo para o meu próximo, pois se ele estava suportando as mesmas privações que eu, com certeza eu tinha a capacidade de suportar também – e vi que não há máscara possível de encobrir a dor que causa o sofrimento: o nosso e o alheio.  É nele que encontramos a nós mesmos e encontramos os outros, sem enfeites e sem enganos. 


Publicação concedida pelo autor ao Apostolado Berakash


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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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