Lucas 10,27-28 “E ele replicou: Amarás
o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as
tuas forças e com toda a tua capacidade intelectual, e Amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Então, Jesus lhe afirmou: Respondeste corretamente; faze isto e
viverás”.
Somos
seres racionais sim, mas as emoções e sentimentos fazem parte de nossa natureza
humana, e são convidados pelo próprio Deus, junto com as demais faculdades, a
amá-lo. Não podemos negar esta realidade tipicamente humana. O que se deve
evitar no seguimento de Cristo é os extremos: Só o sentimentalismo, ou só o
racionalismo. Pascal afirma que a religião cristã seria a única
capaz de fazer o ser humano encontrar-se consigo mesmo e encontrar-se com sua
realidade paradoxal: ao mesmo tempo miserável e também cheio de possibilidades.
O
verdadeiro Deus seria conhecido também pelo coração, e não apenas pela razão.
Ele, sem dúvida, jamais desejava negar a importância da racionalidade, mas
afirmava que dois excessos devem ser evitados, um é negar a razão e outro é
apenas acreditar nela como uma única fonte, excluindo qualquer outra fonte de
conhecimento.
Nossa fé não é puro sentimento ou
apenas a invenção de um grupo de homens mal intencionados e manipuladores.
Existe a racionalidade da fé. E no Catolicismo esta inteligência da fé possui
uma densidade tal, que seria um pecado de omissão não conhecer e estudar.A Fé é
um ato da inteligência; portanto não é um sentimento vago, mas é expressão da
mais nobre faculdade que o homem tem: o intelecto,que tenta aplicar-se ao
objeto mais nobre que possa ser concebido, ou seja, a Deus. Esse ato do
intelecto é movido pela vontade, pois o objeto da fé transcende os limites do
intelecto humano (a verdade é mais ampla do que o alcance do nosso intelecto).
Sendo assim, o objeto da fé não obriga a um assentimento, não é tão evidente
que force a adesão de quem o contempla. A vontade, e os sentimentos favoráveis,
movem o intelecto para que diga Sim ou Não.
A vontade, porém, só move o intelecto depois do exame das credenciais sobre as
quais se apoia cada proposição de fé. Cabe então ao intelecto humano averiguar
as razões em virtude das quais o indivíduo pode e deve crer. Estude o Evangelho,
a história, a paleografia, e chegue eventualmente à conclusão: “Não é absurdo
crer; não é infantilismo ter fé”. Há razões suficientemente fortes para que o
homem diga Sim ao objeto de fé, sem trair sua dignidade de homem adulto.
CONCLUSÃO:
Portanto o homem crê inteligentemente e com seus
sentimentos, ou seja, com seu coração. É porém, da própria razão sadiamente
crítica, que aponta o caminho da verdadeira fé. Assim evitam-se as superstições
e crendices que não resistem ao crivo da razão.
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