Verdade seja dita: Giordano Bruno de santo e mártir não tinha absolutamente nada!
É sempre preciso
lembrar que Julgar o passado com a mentalidade do presente chama-se: ANACRONISMO.
Podemos julgar a Inquisição e as Cruzadas com a mentalidade do presente, sem
entender o contexto histórico e a mentalidade do passado? Se fizermos isto
estaremos caindo em um injusto anacronismo. A Igreja sempre
ensinou que a pena de morte é legítima. Ela não poderia ir contra o que a Bíblia
ensina de modo tão explícito.Vários santos defenderam a pena capital, entre
eles: São Jerônimo, o doutor máximo das Escrituras, Santo Agostinho, São Pio V,
São Pio X e São Tomás, o maior doutor da Igreja. Quem se opõe à pena de morte
não é a Igreja, mas alguns padres,bispos e leigos que não conhecem o magistério
da Igreja. Os maus devem ser punidos, é o que ensina São Tomás na "Suma
contra os gentios", em que cita algumas passagens da Bíblia:Diz o
Apóstolo: "Não sabeis que um pouco de fermento corrompe a massa?"
(ICor 5, 6e13), acrescentando logo após: "Afastai o mal de vós".
Referindo-se à autoridade terrestre, diz que: "Não sem razão leva a
espada, é ministro de Deus, punidor irado de quem faz o mal" (Rm 13,4).
Diz S. Pedro: "Sujeitai-vos a toda criatura humana por causa de Deus; quer
seja rei, como soberano; quer sejam governantes, como enviados para castigar os
maus, também para premiar os bons" (1Pd 2,13-14).De acordo com essas
passagens, a punição é necessária, e os governantes têm o direito de punir.São Tomás de Aquino
defendia a pena de morte para estes casos. Ele trata desse problema na Suma
Teológica no Tratado da Justiça II, IIae, Q. 64, a.2.Nsse artigo 2 da Súmula
Teológica ele reponde à questão: "Se é lícito matar os pecadores". Evidentemente,
ele trata, aí, se é lícito à autoridade pública matar os pecadores (E
não a Igreja que nunca matou e nunca torturou ninguém, quem fazia isto era o
braço secular), porque ao indivíduo enquanto tal, é claro que isso não
é lícito, pois o quinto mandamento da
lei de Deus diz : "Tu não matarás". São Tomás mostra que, na Sagrada
Escritura, o próprio Deus diz a Moisés: "Não permitirás que vivam os
feiticeiros" (EX, XXII, 18).
Dando solução ao problema posto na questão
2 diz São Tomas:
"Conforme já foi exposto [no artigo 1 da
Q. 64] é lícito matar os animais brutos, enquanto eles são ordenados por
natureza ao uso dos homens, como o imperfeito se ordena ao perfeito. Pois toda a
parte se ordena ao todo, como o imperfeito ao perfeito, e, por isso, cada parte
existe naturalmente para o todo.Assim, nós vemos que se fosse necessário para a
saúde de todo o corpo humano a amputação de algum membro, por exemplo, se a
parte está apodrecida e pode infeccionar as demais partes, tal amputação seria
louvável e salutar. Pois bem, cada pessoa singular se compara a toda a
comunidade como a aparte para o todo. Portanto, se um um homem é perigoso para
a sociedade e a corrompe por algum pecado, louvável e salutarmente se lhe tira
a vida para a conservação do bem comum,
pois como afirma São Paulo, "um pouco de fermento corrompe toda a
massa". Esta era a
mentalidade da época, somos filhos de cada tempo.
A VERDADE DOCUMENTAL
Quem tem o mínimo de conhecimento
histórico, sabe que Giordano Bruno não foi condenado por sua defesa do sistema
Copérnico como afirma os mentirosos, nem por sua teoria da pluralidade dos
mundos habitados, mas por sua idéias teológicas repletas de erros! Ele
afirmava, por exemplo, que Cristo não era Deus e sim um hábil mágico, que o
Espírito Santo era a alma do mundo e que o Diabo seria salvo.
Quem foi? E o que ele pensava? Qual sua achologia?
Filipe
(em religião, Bruno) nasceu em Nola (província de Nápoles) no ano de 1548 em
pleno período de ebulição religiosa devida ao Protestantismo. Aos quatorze
anos, entrou no Convento de S. Domingos, onde, depois de haver professado a
Regra Dominicana, foi ordenado sacerdote em 1572. Esses anos de estudos foram
decisivos para a sua formação intelectual: leu filósofos e teólogos da antiguidade e da
Idade Média; estudou obras clássicas e outras dentre as muitas que o Renascimento
havia posto em evidência no cenário intelectual da Europa. Em breve começou a
conceber ideias estranhas, que entravam em conflito com verdades da fé; Bruno
mesmo confessou que, desde os dezoito anos de idade, se pôs a duvidar da SS.
Trindade e da Encarnação do Verbo. Inclinava-se desde então a uma interpretação
racionalista dos artigos do Credo, concebendo o Filho como “o intelecto do Pai”
e o Espírito Santo como “a alma e o amor do universo”. As práticas do
culto religioso lhe pareciam ser formas de superstição, devidas à ignorância;
as religiões seriam boas na medida em que contribuíssem para morigerar os povos
e orientar os governos. Assim Bruno já antecipava o racionalismo e o iluminismo
dos séc. XVII e XVIII.Em consequência, foi acusado de
heresia no seu convento em Nápoles. Em 1576 fugiu para Roma; depôs o hábito
religioso, e começou a viajar a fim de disseminar as suas ideias.Esteve
em Savona, Turim, Veneza, Pádua; nesta cidade deixou-se persuadir de que devia
retomar o hábito. Partiu para Lião. Ali foi desaconselhado de ficar; por isto
seguiu para Genebra (Suíça), esperando “lá viver em liberdade e estar seguro”;
tirou de novo o hábito, e inscreveu-se no Calvinismo, religião dominante na
cidade; em breve, porém, entrou em conflito com um dos professores de teologia
locais; donde resultou ser encarcerado e processado. Bruno doravante concebeu
ainda maior aversão do Calvinismo do que do Catolicismo. Afim de reconquistar a
liberdade, prometeu emendar-se e, pouco depois, partiu para Tolosa e Paris (1582);
nesta cidade publicou algumas obras, entre as quais “Candelaio” (Candelabro),
comédia das mais vivazes e obscenas da sua época.Em Paris deram-se tumultos em
torno de suas ideias; Bruno tinha Aristóteles na conta do mais estúpido dos
filósofos e dizia que, após a morte, a sua alma emigrara para dentro de um
asno. Por isto, com os favores do rei Henrique III da França, foi para Londres,
onde ficou de 1583 a 1585. Tendo-se indisposto com os intelectuais de Londres e
Oxford, voltou para Paris, onde não pôde permanecer; passou então para a
Alemanha, detendo-se em Mogúncia, Wittenberg, Helmstàdt e Francoforte;
entrementes foi a Praga na Boêmia. Facilmente Bruno atribuía aos seus
adversários os cognomes de “asno, porco, urso, lobo, besta, louco”. Vários de seus
escritos eram permeados de lascívias e obscenidades ou mesmo de blasfêmias; e defendiam
a poligamia.
Perante a Inquisição
Estando
Bruno em Francoforte, recebeu de Giovanni Mocenigo, rico comerciante de Veneza,
um convite para ensinar a este a arte da memória. Bruno se dirigiu então a
Veneza, mas Mocenigo, escandalizando-se por suas ideias, denunciou-o ao S.
Ofício (Inquisição) como sendo herege.O primeiro processo do S. Ofício começou em 1592; parecia que acabaria
em favor de G. Bruno, pois este reconhecia ter falado “demasiado
filosoficamente, desonestamente e não como bom cristão”; pediu perdão e mostrou
o desejo de voltar à Igreja Católica. Terá sido sincero? Há quem julgue que
Bruno se retratou apenas para reaver a liberdade e conseguir voltar a Roma,
onde tencionava dar nova repercussão à sua doutrina.Bruno
não chegou a ser absolvido pela Inquisição de Veneza, pois Roma pediu que o
acusado lhe fosse enviado; pelo que o mesmo partiu para lá em 27/2/1593. O
processo, cujas atas se perderam, desenvolveu-se lentamente em Roma.
Sabemos que começou aos 27 de fevereiro de 1593; mas só temos ulterior
documentação datada de fins de 1599 e início de 1600 (trata-se, aliás, de
curtos protocolos).Os escritos de G. Bruno foram
examinados; destes foram assinaladas oito proposições heréticas na Congregação
do S. Ofício de 14/1/1599. Intimado a abjurá-las, o autor pediu prazos
sucessivos, pois hesitava. Finalmente foi julgado solenemente, condenado à
degradação e entregue ao braço secular. Depois de proferida a sentença,
foram-lhe dados mais oito dias para se retratar.Acompanharam-no
então alguns sacerdotes, assim como os irmãos da Fraternidade de S. Giovanni
Decollato, que se destinava a reconfortar espiritualmente os prisioneiros
condenados à morte. Mas Giordano persistiu em recusar qualquer forma de
religião positiva; rejeitou mesmo o Crucifixo que lhe apresentaram quando
finalmente, aos 17 de fevereiro de 1600, foi entregue ao fogo no Campo das
Flores (Roma).Um filme de cinema alusivo ao
tema reproduz as palavras que G Bruno teria supostamente proferido ao ouvir a sua sentença de
condenação: “Eles (os juízes) têm mais medo do que eu”. Ora tais palavras não
são referidas pelo historiador Gaspar Schopp (Sciopius). Cf. L. v. Pastor,
“Geschichte der Pãpste”, t. XI. Freiburg i./Breisgau, 1927, p. 465. Os
protocolos dão a saber que Bruno não foi viril quando a Inquisição lhe
apresentou sentenças tiradas das suas obras, tanto em Veneza como em Roma; não
teve a coragem de sustentar o que escrevera.O
inquisidor chefe que condenou Giordano Bruno foi o Santo Cardeal Roberto
Belarmino, a quem o papa Pio XI proclamou santo e ‘doutor da Igreja'”. Antes do
mais, é preciso observar que as atas do processo de Giordano Bruno se perderam,
de modo que falta base para formular notícias precisas a este respeito. Muitos
apresentam alguns traços cruéis desse processo, mas não indicam fontes e autores
seguros, o que permite pôr em dúvida tais relatos tendenciosos. Com efeito,
levem-se em conta os seguintes dados: Durante todo o século XVII (que é o da
morte de G. Bruno) raramente se encontra alguma referência a G. Bruno entre os
eruditos. No século XVIII, porém, G. Bruno é frequentemente citado,
principalmente pelos filósofos “livres pensadores” ou racionalistas que o tomam
por expoente de suas ideias. Nos séculos XVIII e XIX a Maçonaria e o
anticlericalismo se apoderaram do nome de Giordano Bruno para combater a
Igreja, atribuindo a esta uma imaginária sanha de perseguição passional e
cruel. Daí a suspeita de que o processo de G. Bruno tenha sido
reconstituído em termos exagerados ou mesmo falsos.Giordano
Bruno foi condenado não (como por vezes se diz) por ter defendido o sistema de
Copérnico (heliocentrismo) nem a pluralidade de mundos habitados (doutrinas
que, de fato, ele professava), mas, sim, por causa de erros filosóficos e
teológicos, como também por ter cometido apostasia e perjúrio.
Uma Reflexão
Para o homem medieval, era indiscutível o
princípio de que o bem da alma mais vale do que os bens do corpo. O cidadão, na Idade
Média, tinha consciência de que a alma existe, e a esta dava o lugar devido –
lugar de primazia sobre o corpo. Disto se segue que tudo que dizia respeito à
salvação da alma, na Idade Média, assumia importância capital; ora, entre os
bens referentes à salvação da alma, contava-se (e conta-se) a verdadeira fé; a
perversão do Credo, portanto, mediante a heresia era tida como mal gravíssimo! Habituado a esta
maneira de apreciar as coisas, o medieval assim raciocinava:“Se a jurisprudência da época julga réu de morte o criminoso que põe em
perigo a vida do corpo de seu semelhante, muito
mais deverá ser considerado réu de morte o herege, que, contaminando a verdade
(da qual se nutre a vida da alma), põe em perigo a alma de seu próximo.”Deste
raciocínio o medieval, com a consciência tranquila, concluía não somente ser
lícito, mas até necessário, eliminar da sociedade os cidadãos cuja obstinação
na heresia constituísse evidente perigo de deterioração da verdade revelada por
Deus. Esta maneira de pensar ainda se prolongou após a Idade Média.A tal
cidadão – isto é muito importante – nunca era recusada a reconciliação com Deus
mediante os sacramentos da Confissão e da Comunhão; ora, absolvido
sacramentalmente antes de sofrer a morte física, o réu poderia perfeitamente
salvar a sua própria alma e ir para o céu (este é o único objeto que um juiz
jamais poderia licitamente recusar ao réu; quanto a uma prolongada permanência
neste mundo, sabemos que ela nem sempre é vantajosa para o homem!).Note-se outrossim que, ao
raciocinar de maneira tão fria, o medieval seguia uma das tendências marcantes
da época – tendência a se guiar muito mais pelo rigor da lógica do que pela ternura
do sentimento. O homem moderno, ao contrário, é menos propenso ao raciocínio
rígido no plano da Ética e mais inclinado a se nortear pelo sentimento ou pela
afetividade impulsiva (hoje em dia os homens não acreditam muito em princípios
perenes, tendendo, antes, a julgar segundo critérios relativos e
subjetivistas). Sendo a índole dos medievais mais especulativa e metafísica,
não nos surpreenderemos pela rudez com que afirmavam e defendiam a escala dos
valores que se oferecem ao homem aqui na terra.De resto, a fé era algo de tão
vivo e espontâneo na Idade Média que dificilmente se admitiria viesse alguém a
negar com boas intenções um só dos artigos do Credo.A mentalidade que inspirou a Inquisição,
longe de arrefecer no séc. XVI, foi ainda aguçada em virtude da chamada
“Renascença” dos séc. XV/XVI.Com efeito, nessa época as ciências naturais
progrediram grandemente, seguindo novos métodos de trabalho, que lhes
proporcionaram descobertas de notável relevo. O homem de ciência assim tendia a
julgar-se cada vez mais emancipado de qualquer autoridade (inclusive da fé). A
“vertigem da inteligência” ia-se apoderando de alguns pensadores que de maneira
mais ou menos confessada chegavam a lançar um brado de morte a Deus (tal foi o
caso, por exemplo, de Campanella, 1568-1639). Em uma palavra: uma onda de
ateísmo revestido da capa de ciência alastrou-se capciosamente por círculos de
estudiosos do séc. XVI.Em consequência, as autoridades eclesiásticas,
ciosas de conservar o patrimônio da verdade, se sentiram, a novo título,
estimuladas à vigilância: desde que um filho da Igreja, como era
Giordano Bruno, se mostrasse arauto da nova mentalidade, aos juízes
eclesiásticos devia parecer lógico que não lhe poderiam permitir a propagação
das suas ideias dissolventes; o bem coletivo, ou seja, o patrimônio da fé (que
é fonte de vida espiritual) corria perigo! É o que explica o fato de
que Giordano Bruno, professando uma filosofia pagã revestida ora de termos de
ciências naturais, ora de termos de teologia cristã, tenha provocado contra si
a ação dos Inquisidores.De resto, independentemente mesmo do caso de
Giordano Bruno, nunca será demasiado inculcar a distinção a se fazer entre a
Igreja como tal e estes ou aqueles de seus filhos, por mais graduados que sejam.
Frequentemente no decorrer da história o procedimento dos inquisidores destoou
das normas oficiais da Igreja e foi objeto de reprovação por parte dos Papas.A todo homem toca o Direito de Pensar com
Liberdade. Mas, se alguém filia-se a uma sociedade, é de supor que esteja
identificado com o pensamento e a mensagem de tal sociedade. Caso venha a fazer
um pronunciamento público contrário à mensagem oficial da sociedade a que
pertence, esta tem o direito – e obrigação – de contestar tal pronunciamento e
censurar o respectivo arauto. No caso em foco, à Igreja tocava o dever de
intervir, preservando as verdades da fé, pois estas interessam a todo o povo de
Deus. Na realidade, a Igreja é Mãe e Mestra tanto daqueles que ensinam como
daqueles que aprendem.
Dom Estêvão Bettencourt (OSB)
A maior punição que era dada a um herege da fé católica
(Giordano Bruno era frei da ordem de S. Domenico, freis Predicadores) era a
excomunhão, ou seja a expulsão da Igreja. Com isto o Giordano Bruno não teria
mais a proteção da Igreja Católica e cairia sob o julgamento do braço secular
do Estado, representado por seu rei ou governador. Bruno foi condenado pelo
crime de lesa majestade e incitação a revoluções, além é claro, de pregar
heresias, e promover orgias, poligamia, satanismo, esoterismo, rituais macabros
e sexuais, etc.Neste contexto histórico existia uma relação muito íntima entre
Estado e a Igreja que ungia e confirmava os reis, e quando um elemento era
considerado herético a ponto de ser excomungado, se tornava também um inimigo
do Estado. O julgamento do estado era livre da interferência da Igreja nestes
casos.
Observem aqui a sentença de
condenação retirada do livro “Do infinito, do mínimo e da inquisição em
Giordano Bruno”, de Marcos Cesar Danhoni Neves:
Resumo de suas ideias e concepções:
1)- Seu sistema de
pensamento era materialista e panteísta onde Deus e o mundo seria um só, Corpo
e alma seria duas fases de uma mesma substância.
2)- O universo além do mundo visível havia uma infinidade de
mundos paralelos.
3)- Ele também
afirmava que a terra tinha alma, na verdade todos e parte da terra também tinha
alma como animais, plantas, minerais tudo é constituído pelo mesmo elemento sem
distinção entre seres terrestres e celestes.(1)
3)- O princípio do
mundo infinito obriga Bruno a supor que o princípio do mundo não está fora
dele, mas é força que está dentro dele. Bruno é contrário à ortodoxia cristã
apoiada na metafísica aristotélico-tomista, que colocava Deus como primeira
causa, motor imóvel e perfeição absoluta, que seria transcendente, ou seja, com
existência plena e separada de suas criaturas.
4)- Concebe Deus como
imanente ao Universo e idêntico a Ele. Deus não é o criador nem o primeiro
motor, mas a alma do mundo, não é causa transcendente e nem temporária com um
momento de criação, mas, como Spinoza diria a causa imanente, a causa interna e
permanete das coisas, princípio material e formal das coisas que as produz,
organizam e governam de dentro para fora: numa palavra, sua substância eterna.
O espaço, segundo ele, não tem limites ou barreiras intransponíveis separando
nosso mundo de uma outra região reservada aos espíritos, anjos e Deus.
5)- Deus está
misturado nas coisas; mente ou alma do mundo, ordenadora e unificadora das
próprias coisas. Em De la causa, principio e uno (também de 1584) ele elabora a
teoria física na qual estava baseada sua concepção do universo: “forma” e
“matéria” estão intimamente unidas e constituem o “Uno”. Assim o tradicional
dualismo dos físicos aristotélicos foi reduzido por ele a uma concepção
monística do mundo, implicando a unidade básica de todas as substancias e a
coincidência dos opostos na unidade infinita do Ser.A individualidade de cada
ente singular é forma individualizada e finita que assume a essência divina
infinita. Deus, como unidade além de todos os opostos, não é cognoscível na sua
profunda natureza”.(2)
6)- “Como panteísta
que é Giordano Bruno considera Deus parte da natureza e princípio imanente a
ela, bem como vê o mundo como animal, cuja alma é a sua forma, a qual possui
como principal faculdade o entendimento ou inteligência universal, que dirige a
natureza: “…e, por sua vez, a alma do mundo é a forma universal do mundo… O
entendimento universal é a faculdade íntima, mais real e própria, é a parte
mais potente da alma do mundo…iluminando o universo e dirigindo a natureza
convenientemente…”( BRUNO, Giordano. A Causa, o Princípio e o Uno. Editora Nova
Estella, 1988, trad. Attilio Cancian.)(3) - Isso é só um pouco
dos erros teológicos propagados pelo herege. As idéias Panteístas e
Materialistas de Giordano eram totalmente contrárias a doutrina Católica. Por ser religioso Dominicano e por causa de suas
idéias heréticas no ano de 1.591, começou o processo de Giordano e, em 1593,
ele foi transferido a Roma onde se deu continuidade ao processo.
As principais
acusações contra ele eram as seguintes:
1)– Defender o uso da
magia.
2)– Defender que
Jesus Cristo não fez milagre algum e sim magia.
3)– Pregar que todos
progrediam, sendo que até os demônios eram salvos.
4)– Acusar a Igreja
de promover a ignorância de seus fiéis, para que estes permanecessem como “asnos”.
Portanto, fica claro que “Ao contrário do que se pensa comumente,
Giordano Bruno não foi queimado na fogueira por defender o heliocentrismo de
Copérnico”.(5) Pois, com afirmam os filósofos e historiadores ele foi além da
teoria de Copérnico e na época não havia uma posição Católica oficial acerca do
Heliocentrismo e defendê-lo certamente não era considerado uma heresia, tal
como nunca foi.
O que causou sua
condenação foram suas idéias heréticas e incompatíveis com a fé que professava,
e sobre a qual prestou juramento.E é válido lembrar que antes de sua condenação
pelo tribunal inquisitório este foi condenado pelos protestantes Calvinistas e
excomungado pelos Luteranos, portanto, isso demonstra até que ponto chegava
suas heresias.Assim desmascaramos mais uma mentira contra a Santa Igreja e aqui
caberia a frase que sempre digo:“Os inimigos da Igreja a acusam, mas
a história os refuta”.Se você quiser
comprar um livro interessante sobre a Inquisição, adquira a obra "A
Inquisição e seu mundo" do Professor da Faculdade de Direito da USP, João
Bernardino Gonzaga. O livro é da edição Saraiva e é muito bom.Lá você verá como
os jornais e as enciclopédias vulgares mentem e caluniam a Inquisição e a
Igreja.A tortura era o
método normalmente aplicado, infelizmente, por todos os países, por todas as
polícias, e permitido por todos os códigos legais até o século passado. Foi a
Igreja a primeira a não aceitar a confissão sob tortura como prova de culpa. Na
Inquisição, ao contrário do que se fazia em todas as partes, a tortura só podia
ser aplicada uma vez, sem derramamento de sangue, só com a aprovação do Bispo e
com a assistência de um médico. Os papas sempre preveniram os inquisidores
de que eles eram pastores e não torturadores nem carrascos.Nas prisões
de todos os países, toda pena capital era precedida de torturas punitivas. Por
isso os acusados preferiam ser julgados pela inquisição, onde o tratamento era
sempre muito menos cruel.Na Inquisição visava-se a
conversão e não a punição do acusado. Por isso, a Inquisição era o único
tribunal do mundo que começava dando um prazo de perdão: quem se acusasse de ter agido contra a Fé dentro de um prazo de 15 a 30
dias estava perdoado. O acusado, em qualquer fase do processo, pedindo perdão,
estava perdoado. O livro do Professor João Bernardino Gonzaga menciona
muitas outras situações que mostram como a Inquisição era misericordiosa em
relação aos outros tribunais da época, e como ela foi caluniada. Por exemplo, o
condenado à prisão podia sair para cuidar dos pais ou parentes doentes.
Permitia-se mesmo ao condenado tirar ... FÉRIAS !!! da prisão em que estava,
gozando de um período de liberdade. A Inquisição da Igreja, diferentemente da
Inquisição Espanhola, do Estado, não existia para os judeus, muçulmanos ou não
cristãos.Ela só julgava quem fosse católico e tivesse traído a Fé.
Há textos de
historiadores judeus que confirmam isso. George Sokolsky, editor judeu de Nova
York, em artigo intitulado "Nós Judeus", escreveu:
"A tarefa da Inquisição não era perseguir judeus, mas limpar a
Igreja de todo traço de heresia ou qualquer coisa não ortodoxa. A Inquisição
não estava preocupada com os infiéis fora da Santa Igreja, mas com aqueles
heréticos que estavam dentro dela! (Nova York, 1935, pg. 53).
O Dr. Cecil Roth,
especialista inglês em História do Judaísmo, declarou num Forum sionista em
Bufalo, (USA):
"Apenas em Roma existe uma colônia de judeus que continuou a sua existência desde bem antes da era cristã,
isto porque, de todas as dinastias da Europa, o Papado não apenas recusou-se a perseguir os judeus de Roma e da
Itália, mas também durante todos os períodos, os Papas sempre foram protetores
dos judeus...A verdade é que os Papas e a Igreja Católica, desde os
primeiros tempos da Santa Igreja, nunca foram responsáveis por perseguições
físicas aos judeus, e entre todas as capitais do mundo, Roma é o único lugar isento de ter sido cenário para a tragédia
judaica. E, por isso, nós judeus, deveríamos ter gratidão... " (25 de
Fev de 1927).
Cristo era a favor da pena de morte como a Igreja em alguns casos?
Quando Pedro cortou a
orelha do servo, Cristo disse-lhe: "Pedro, mete a espada na baínha, porque
quem com o ferro fere com o ferro será ferido". (Cfr. Mt XXVI, 52 citando
Números, XXXV, 16).Repare que Jesus não mandou Pedro jogar fora a espada.
Mandou guardá-la, para que Pedro, quando fosse seu representante na Terra, a
usasse contra quem ferisse ou matasse outro com a espada! Por isso, no
Apocalipse, se diz expressamente "QUEM MATAR À ESPADA, IMPORTA QUE SEJA
MORTO À ESPADA" (Apoc. XIII, 10).E quando Pilatos julgava a Cristo, disse:"Não me
respondes? Não sabes que tenho poder de te perdoar ou de te condenar [à morte]?Ao que Cristo lhe
respondeu:"Tu não terias
esse poder, se não te fosse dado pelo alto" (Jo. XIX, 10).Logo, Pilatos tinha o
poder de condenar à morte, porque lhe fora dado por Deus.Cristo pregou sim o
amor e o perdão.Só que o perdão só pode ser dado se a pessoa pedí-lo:“Se teu irmão te ofender setenta vezes sete vezes e pedir-te perdão,
deves perdoá-lo setenta vezes sete vezes".E o amor consiste em
desejar o céu para os outros.A Igreja é,foi e será sempre santa. Por isso sempre
foi e é odiada. Como Cristo.Quando todos gritaram para libertar Barrabás e para
crucificar Cristo, poucos ficaram fiéis a Nosso Senhor.Hoje também, todos
gritam calúnias contra a Igreja Católica, a única Igreja de Deus. Nunca apoie
os gritos e calúnias contra ela, mas, pelo contrário, repita sempre alto e bom
som:
Creio na Igreja Una, SANTA, Católica, Apostólica e Romana!
Referências:
(1) http://www.newadvent.org/cathen/03016a.htm
(2)
http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-bruno.html#Pante%C3%ADsmo
(3) http://www.paradigmas.com.br/parad10/p10.5.htm
(4) http://www.infoescola.com/filosofos/giordano-bruno/
(5) http://pt.wikipedia.org/wiki/Giordano_Bruno
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