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A evolução da música Sacra na Igreja: Da monofonia Gregoriana à Polifonia

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 19 de janeiro de 2017 | 16:14







Salmo 150

1 Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder.

2 Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.

3 Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.

4 Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos.

5 Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.

6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.





Desde os primórdios de nossa história, o canto esteve presente em nossa vidas, assumindo diferentes funções: da mais rudimentar forma de manifestação humana no ato de comunicar, chegando até a sua vertente mais atual da estética da música e do canto.A música vocal esteve presente nas manifestações dos povos antigos associada à dança e ao seu caráter ritualístico. Por exemplo, podemos notar que os povos indígenas, desde os tempos mais remotos, celebram com canto e dança as festividades e os ritos de passagem do seu cotidiano.Os primeiros registros da música vocal são identificados na Grécia antiga através do livro Ilíada, no qual, provavelmente, todos os seus versos eram cantados. As linguagens eram integradas unindo canto, poesia e dança. Embora o uso de instrumentos musicaissimples fosse comum, o canto era o principal instrumento para narrar e contar a “tragédia grega”.Na idade média o canto coral ficou associado à religião cristã através da música litúrgica, do Canto Gregoriano. Nessa época as missas eram cantadas e também tinham o caráter mágico de possibilitar a comunicação com deus. As missas eram cantadas, podendo ser protagonizadas pelo solista (liturgia dapalavra), por um coro masculino (Gloria) e por toda congregação (Antifonas).A música também tinha seu caráter educativo, no sentido de se aprender o texto das passagens da bíblia. Eram cantadas através de simples melodias, em latim e silábico, com intuito de se aprender o que era cantado.





O canto gregoriano é um gênero de música vocal MONOFÔNICA, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o organum, com o ritmo livre e não medido. As características foram herdadas dos salmos judaicos, assim como dos modos (ou escalas, mais modernamente) gregos, que no século VI foram selecionados e adaptados por Gregório Magno para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica. Até somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos. Só nos finais da Idade Média é que a POLIFONIA (harmonia obtida com mais de uma linha melódica em contraponto) começa a ser introduzida nos ofícios da cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.O período de formação do canto gregoriano vai dos séculos I ao VI, atingindo o seu auge nos séculos VII e VIII, e finalmente, nos séculos IX, X e XI, princípio da Idade Média; começa, então, sua decadência. Seu nome é uma homenagem ao papa Gregório Magno (540-604) que fez uma coletânea de peças, publicando-as em dois livros: o Antifonário, conjunto de melodias referentes às Horas Canônicas, e o Gradual Romano, contendo os cantos da Santa Missa.




As primeiras comunidades cristãs já não cantavam como no tempo de Davi, nem como no tempo de Jesus. Era de origem grega a música mais cantada nos primórdios do cristianismo. Os cristãos começaram a cantar em louvor os salmos de Davi, ao “modo” das melodias gregas. Caracterizava-se por uma melodia linear e plena, ou seja, o cantus-planus, chamado posteriormente de cantochão. Algum tempo depois, o Papa Gregório Magno (590-604) transformou o cantochão na música oficial da Igreja. Devido a essa reforma, o cantochão ficou conhecido como Canto Gregoriano. Durante mais de mil anos, o cantochão foi uma música popular. Mas, com o tempo, o canto gregoriano deixou de ser uma forma popular de expressão. O povo já não conseguia cantar aquelas arrojadas, melodias, por isso se passou a contratar corais para cantar no lugar do povo. Aos poucos, esses corais começaram a sofisticar seu repertório, cantar a várias vozes e o povo se contentou em escutar atentamente.



O Moto Próprio, de Pio X, de 1903, definia a música sacra como “parte integrante da Liturgia solene, participando de seu fim geral que é a glória de Deus e a santificação dos fiéis”. A Instrução Romana Musica Sacram, de março de 1967, explicou mais claramente a intenção do Concílio Vaticano II, em seu primeiro documento Sacrosanctum Concilium, a respeito da Liturgia quando afirmou que Liturgia é cantada e não existe uma celebração litúrgica na qual a música tenha apenas a função de “enfeite”. 




SC 113 “A ação litúrgica adquire maior relevância quando os ritos sagrados são celebrados com canto e um canto que conta com a intervenção dos ministros ordenados e a participação ativa do povo”.



A partir daí, o coral separado da assembléia, pouco a pouco, foi perdendo seu sentido. Atualmente há lugar para um grupo que esteja disposto a sustentar o canto. Este grupo não é o que a história conheceu como coral. Pode ser chamado de grupo de canto, outros o chamam de ministério da música. Normalmente, ele fica na frente, próximo ao altar, para que a assembléia possa vê-lo e participar ativamente dos cantos . O canto cria laços comunitários, une as pessoas, possui uma força de expressão muito mais forte do que a fala por expressar o indizível. Hoje, a Igreja quer ver todo o povo cantando, todo cristão deve ter voz e vez nas celebrações.



No século 9, na França, na Igreja de Notre-Dame, surge o primeiro uso da polifonia (canto em duas vozes). Nessa época também começou a existir as primeiras escolas de cantores, porém não havia ainda conhecimento sistematizado sobre técnica coral.No período do Renascimento, com as mudanças de paradigmas da humanidade, o homem passa a ser também produtor de ciência e artes, tivemos um tempo muito rico de possibilidades e de grandes transformações às artes, juntamente com as transformações científicas e culturais desta época.A música agora não está somente na religião / Igreja, mas também nas ruas (profana). Ela é essencialmente vocal, mas já com polifonias e divisões de vozes. O primeiro compositor a utilizá-las nessa divisão dessa época foi Josquin Des Prez (1440-1521).A Itália foi o berço da música européia e que mais se desenvolveu no período do Renascimento. O canto Madrigal era uma importante forma que foi criada nessa época, onde o texto poético era cantado em quatro ou mais vozes.Nessa época a música litúrgica continuava ser instrumento de evangelização da igreja católica e no Renascimento, também protestante. Os vocais eram cantados à 4 vozes homofônicas com forte ligação da música com a palavra.





Com o aprimoramento das possibilidades musicais, aumentaram o número de vozes e a extensão vocal. Para dar conta dessas composições, apareceu os “Castratis”, mantendo a voz aguda.No período barroco, de 1600 a 1750, a música tonal se consolidou, foi criada a ópera e a música instrumental obteve contornos maisevidentes e a Itália continuou influenciando o fazer musical em toda Europa.A ópera foi criada baseada numa harmonia tonal, numa forma teatral que integrada a interpretação, a narração, a dança e o canto. O enredo era cantado e narrado, como podemos observar nos estudos da Camerata Bardi, que musicavam e representavam os textos da tragédia grega. 




Barroco é o período em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma importância que a música vocal.A música do barroco é exuberante, de ritmo energético e frases melódicas longas muito bem organizadas. Neste contexto os compositores fazem uso de um contraponto com grandes contrastes tímbricos.O violino é o instrumento que mais se afirmou devido á evolução da sua construção e logo da sua execução. Também os instrumentos de tecla sofrem grandes evoluções, nomeadamente o cravo que aparece como instrumento solista, e não apenas como acompanhante.



A orquestra também, por sua vez, toma maiores proporções e uma forma mais estruturada. Dá-se também um aperfeiçoamento técnico dos músicos, assim como um maior acesso à música por parte do público em geral.A ópera e o ballet são formas musicais, orquestrais e vocais que surgem e se desenvolvem com grande autonomia.Entre os compositores mais famosos destaca-se: Johann Sebastian Bach.




O Romantismo


Este período caracteriza-se pela liberdade de expressão e de sentimentos. Também as alterações políticas e sociais provocadas pela revolução francesa de 1789 fazem surgir sentimentos nacionalistas (daqui o surgimento da música folclórica).Assim, Paris junta-se a Viena e tornam-se os principais centros de música da Europa. Neste contexto os compositores do Romantismo procuravam suscitar, através da música, os seus sentimentos e afetos em relação à sociedade da época.Surgem assim compositores como Schubert, Mendelsson, ou Chopin e instrumentistas como Liszt (no piano) e Paganini (no violino).Os compositores também conseguem libertar-se da tutela dos nobres que os empregavam e passam a compor por conta própria.Os concertos públicos tornam-se mais freqüentes e, como conseqüência disto, surgem grandes salas de espetáculos e concertos.As melodias românticas são mais líricas e as harmonias mais contrastantes, dando assim um resultado sonoro com uma maior variedade de sonoridades, dinâmicas e timbres. Também as obras musicais tomam maiores proporções tanto a nível sonoro com a nível de duração. É importante referir também que, devido a uma melhor qualidade dos instrumentos e dos executantes, a orquestra atingiu grande qualidade sonora e quantidade de músicos.O Romantismo desenvolveu o virtuosismo na execução instrumental que atingiu elevados graus de dificuldade e técnica instrumental levando os músicos a tornarem-se figuras públicas de destaque.



Renascimento



O período renascentista é caracterizado pela mudança de pensamento do homem perante o mundo. Sabe-se desde logo que esta mudança vai também influenciar a arte. O homem do renascimento já não vive apenas dominado pelos valores da igreja, agora encontra valores nele próprio e na natureza. A igreja também se tornou menos rígida e permitiu uma troca maior entre a música sacra e a música profana.É nesta altura também que os donos das cortes e homens ricos concedem oportunidades de trabalho aos compositores e aos músicos, promovendo festas, audições e acontecimentos culturais.Neste período, as obras musicais que se desenvolvem são essencialmente vocais, ou melhor, a música vocal polifônica é a composição mais comum.As formas vocais mais importantes deste período são: os madrigais, a missa, e o motete.É também no renascimento que, apesar de se continuar a utilizar os instrumentos para duplicar, reforçar ou substituir as vozes, se começou a desenvolver uma música composta para ser tocada por instrumentos musicais, destacando-se o alaúde e as violas de gamba.



Classicismo



No período clássico a música torna-se mais leve e menos complicada que no barroco. Agora a música revela uma extrema suavidade e beleza com grande equilíbrio e perfeição estética.No classicismo é a melodia com acompanhamento de acordes que predomina. As frases melódicas são curtas, claras e bem definidas, sentindo-se o princípio, meio e fim de cada uma. Há também uma maior variação em relação à dinâmica das obras musicais, surge o sforzatto, o crescendo e diminuendo. A sonoridade resultante de todas estas características é bastante tonal.O cravo cai em desuso para dar lugar ao piano que o irá substituir definitivamente. Também a orquestra toma maiores proporções ao mesmo tempo que diversifica os seus instrumentos.Desenvolvem-se grandes gêneros instrumentais como: a forma sonata, o quarteto de cordas, a sinfonia e o concerto.




A Música Moderna




O século XX surgiu como a era das experiências, da procura de novas técnicas e de novos caminhos para a arte em geral.Como o Romantismo explorou ao máximo as possibilidades tonais, o século XX trouxe para a música mudanças em relação à sonoridade, que resultaram da aplicação de novas técnicas de composição e de instrumentos com sons inovadores e tecnológicos. Neste contexto surgem assim os primeiros instrumentos eletrônicos (guitarra elétrica e sintetizador) ligados, numa primeira fase, à música Pop e Rock e, numa segunda, a outros gêneros musicais.Há uma maior tendência para valorizar as culturas extra-europeias, mas, é de referir, que este fator foi impulsionado pela evolução dos meios de comunicação. Outro fato importante, foi o aparecimento da gravação que abriu um novo mundo para a produção musical.




A procura de novas sonoridades fez com que alguns compositores explorassem sons de variados objetos e utensílios para os transformar em instrumentos musicais.Também os instrumentos convencionais são transformados e devidamente preparados de forma a alargar as suas possibilidades tímbricas e sonoras, pois, é importante saber que o timbre é talvez o parâmetro da música mais valorizado deste período.Houve então uma renovação na linguagem musical devido à procura de novos timbres, novas harmonias, novas melodias e novos ritmos assim como o aparecimento de novos métodos de composição musical.


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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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