Sabemos que o Papa é o sucessor de São Pedro (não
de Jesus Cristo); é o Vigário de Cristo na Terra. Cristo não tem sucessor, tem
vigário. A ele Jesus deu todo o poder na Igreja para “confirmar os irmãos na fé”
(Lc 22,32), é o chamado “múnus petrino”.
A ele Jesus confiou as Chaves da Igreja, isso é, “o
poder de abrir e fechar”; definir de maneira infalível verdades da fé (dogmas).
Jesus não lhe prometeu impecabilidade, mas infalibilidade; isto é, mesmo podendo pecar,
não pode errar quando ensina a “são doutrina da salvação” (1Tm 1,10; 4,6; 2Tm
4,3; Tt 2,1). O Papa não pode errar quando decide canonizar um santo, por
exemplo.
É o Papa quem escolhe o bispo de cada diocese de
toda a Igreja; e só ele pode abrir novas dioceses. Só o Papa pode convocar um
Concílio Ecumênico, no qual todos os bispos do mundo são convocados a se
reunirem com ele.
O Papa é também um Chefe de Estado, porque
desde o ano 746 o Vaticano é um país, mesmo que muito pequeno (hoje com apenas
0,44km2). Esse Estado foi fundado no ano 746 quando o pai do imperador Carlos
Magno, Pepino o Breve, confirmou o Estado Pontifício. Portanto, o Vaticano é um
Estado mais antigo do que o Brasil, os Estados Unidos e todos da América
Latina. Por isso o Papa tem acento na ONU, com direito a se pronunciar nas
Assembleias.O Documento principal que rege toda a vida da Igreja, sua constituição
hierárquica, a sua suprema autoridade, etc., é o Código de Direito Canônico,
que é aprovado pelo Papa. O último foi aprovado em 1983, pelo papa João Paulo
II. É este Código que nos indica a função e missão do Papa. Começa dizendo que “Assim como,
por disposição do Senhor, São Pedro e os outros Apóstolos constituem um único
Colégio, de modo semelhante o Romano Pontífice, sucessor de Pedro, e os Bispos,
sucessores dos Apóstolos, estão unidos entre si” (cân. 330).
No Cânon (artigo) 331 do CDC diz
assim:
“O
Bispo da Igreja de Roma, no qual perdura o múnus concedido pelo Senhor
singularmente a Pedro, primeiro dos Apóstolos, para ser transmitido aos seus
sucessores, é a cabeça do Colégio dos Bispos, Vigário de Cristo e aqui na terra
Pastor da Igreja universal; ele, pois, em virtude de seu múnus, tem na Igreja o
poder ordinário supremo, pleno, imediato e universal, que pode sempre exercer
livremente”.
Isto significa que a Igreja não é uma
monarquia, pois o Papa não é substituído por alguém de sua dinastia; e também
não é uma democracia, porque ele exerce os três poderes: legislativo, executivo
e judiciário, por vontade de Jesus (Mt 16,16-20). A Igreja que ele governa é o
Corpo Místico de Cristo, que não surgiu do povo, mas por iniciativa de Deus.
O Papa tem poder pleno e supremo na Igreja
pela eleição legítima por ele aceita, junto com a consagração episcopal. Se ele
não for bispo, deve ser ordenado antes de assumir o pontificado. O Papa pode
renunciar, como vez Bento XVI (2013), Clemente V (1294) e Gregório XII (1414). Se
ela for feita livremente ninguém pode julgá-la em sua validade. Quando
o papa morre ou renuncia, ficando vacante a Sé Romana, nada pode ser modificado
no regime da Igreja Universal; e são observadas algumas leis especiais para
esses casos (Cân. 335).
O Romano Pontífice tem o poder ordinário sobre
todas as Igrejas particulares e demais entidades Católicas. Contra uma sentença
ou decreto do Papa, não há apelação, nem recurso. (Cân. 333 § 1). O Papa pode
convocar o Sínodo dos Bispos, o Consistório dos Cardeais, etc.. (Cân. 334)
O Papa tem, sobretudo, a missão de
levar os fiéis para o céu, entretanto, não se descuidando para que vivam uma vida
feliz na terra, longe das guerras, das desordens, das injustiças, etc.. Ele
é o Pastor Universal dos católicos, nosso Pai visível maior, por isso é
chamado de Papa (= papai). Ele sempre foi, desde São Pedro, o Bispo de Roma,
por isso é chamado de Romano Pontífice.
Sua missão também é manter a Unidade da Igreja, ele é a rocha da unidade
(Khephas), e o primeiro defensor da “sã doutrina da fé”. Cabe a ele impedir que alguma
heresia ou erro se propague na Igreja; para isso é ajudado pelos bispos e pela
Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, da Santa Sé.
A Igreja já teve 265 papas, teve também cerca de 40
antipapas, que foram papas sem legitimidade; mas sempre a Igreja elegeu um
papa. Não há na história universal uma Instituição tão forte, tão antiga, tão
viva como a Igreja, guiada pelo Papa.
Por promessa de Cristo, ela é invencível; todos que
trombarem contra ela cairão:
Mateus 16,18 “Também eu te digo que tu és doravante
Pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno
não prevalecerão contra ela.”
Num de seus sonhos São João Bosco a viu como uma
grande caravela que navegava em um mar agitado, cujo timoneiro era o Papa,
firmado no comando pela Eucaristia e pela Virgem Maria.
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