Se ter fé é confiar em alguém, então para que serve a doutrina?
Uma reflexão sobre a necessidade de recuperar a conexão entre fé e verdade.
Pergunta de leitor:
“Eu gostaria que me explicassem uma frase pronunciada há alguns dias pelo Papa Francisco, na qual ele dizia que "a alegria vem da fé, não da fria doutrina". Na infância, durante a catequese de preparação para a 1ª Comunhão, aprendi a "doutrina" sobre o que um cristão deve crer e viver. Não entendo por que o Papa separa a fé da doutrina, pois, se cremos, eu acho, cremos em algo, em uma doutrina, uma verdade...”
Resposta
Entendemos por "fé" a doutrina
assimilada e vivida, a doutrina fundamental, que não é outra coisa a não
ser as palavras e ensinamentos de Jesus, cujas palavras são "espírito e
vida". A fé e a doutrina da fé são inseparáveis. Em algum
momento da vida, podem, de maneira provisória, estar separadas, mas sempre com
a tendência a encontrar-se em uma mesma pessoa, o fiel cristão.
Explico: uma criança pequena, recém-batizada, recebe, de fato, o dom da fé como virtude teologal, ainda que não esteja ainda capacitada para professá-la, já que a Igreja faz isso em seu nome enquanto é criança; mas não há dúvida de que essa fé incipiente deva conformar-se com o conhecimento e adesão pessoal à doutrina da fé.
Você afirma que, "se cremos, cremos em algo, em uma doutrina". Isso é parcialmente verdadeiro. Nós cremos, em primeiro lugar, em Alguém cuja autoridade reconhecemos e em quem colocamos nossa confiança.
A fé é, em primeiro lugar, resposta a Deus, que vem ao nosso encontro e se dá a conhecer a nós. Lembre-se que o símbolo da fé começa dizendo "Creio em Deus...", e não simplesmente "Creio que Deus existe...".
É igualmente importante que esta adesão a Deus e à sua autoridade exija aceitar como verdade aquilo que Deus nos revela. A fé não pode se separar da verdade.
O Papa Francisco ensina na Lumen fidei:
"O
homem precisa de conhecimento, precisa de verdade, porque sem ela não se mantém
de pé, não caminha. Sem verdade, a fé não salva, não torna seguros
os nossos passos. Seria uma linda fábula, a projeção dos nossos desejos de
felicidade, algo que nos satisfaz só na medida em que nos quisermos iludir; ou então reduzir-se-ia a um sentimento bom
que consola e afaga, mas permanece sujeito às nossas mudanças de ânimo, à
variação dos tempos, incapaz de sustentar um caminho constante na vida. (...)
Lembrar esta ligação da fé com a verdade é hoje mais necessário do que nunca,
precisamente por causa da crise de verdade em que vivemos" (n. 24-25).
Se não acreditamos ou não vivemos a doutrina, ela não alegra nem salva.
Fonte: Aleteia
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