Por *Francisco José Barros Araújo
Nestes instantes nos
damos a tarefa de decompor e explicar de forma clara e precisa, o transcendental
significado da palavra Transubstanciação. Vemos que em nós, no mundo bem como
no universo, tudo está em constante transformação, constante mudança.
Existem dois tipos essenciais de mudança, sendo estes: a
mudança de estado e a mudança de forma!
1)-Quando existe "mudança de forma", algo apenas muda sua aparência, mas não seu transfundo, sua
parte mais intima e principal que carrega.
3)-Já a "mudança de
estado" é uma transformação, sem duvida radical e profunda, onde um elemento
muda seu principio, alterando sua estrutura por completo, também sua forma.
Podemos ousar em afirmar que a mudança de forma se dá na horizontal, e a
mudança de estado, na vertical, porém uma está intimamente ligada à outra. Para
a mudança de forma, se requer Força, mas para a mudança de estado precisamos de
Compreensão. A Transubstanciação
se dá por "antonomásia", ou seja por ocupação, que conforme o Papa Paulo VI, é o
que acontece nas espécies eucarísticas: Deus em sua natureza Divina, com seu
corpo, sangue, alma e Divindade ocupa as espécies eucarística sem mudar a
aparência das espécies(acidentes).Diferentemente de transformação de uma
matéria em outra, caso da água transformada em vinho nas bodas de Caná. Portanto na
Eucaristia não adoramos as espécies eucarísticas, mas a presença real de Deus
ali que assegurada pelo próprio Cristo nas escrituras: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia” (Jo 6,53-54). Ainda nos referindo a
Transubstanciação, vale a pena entender o sentido profundo desta palavra; Trans
– Transformar; Substânci(a) – Fixo, Matéria, Sabedoria.(A)cão – Volátil,
Espírito, Poder.Pois a
Transubstanciação é a ciência de transformar o Fixo no Volátil, é a capacidade
de elevar a Matéria Caótica que carregamos, em Espírito Puro; é o Dom de Deus
que permite com que a Sabedoria que um homem carrega se Transforme em Poder.É incrível que sem a
substância não pode haver a ação, pois encerrado em potência dentro da
substância silenciosa e fria, se encontra o fogo e o movimento em seu estado
primordial. Devemos cumprir com as sábias palavras do Magno Sacerdote quando
diz:“Este ato do qual dou fé, simboliza a Transubstanciação”, pois dentro
daquele Santo Recinto, mesmo que por breves instantes, deve estar ocorrendo
esta Transubstanciação.Vemos que poder
terrivelmente divino se encontra nesta palavra, temos pois a chave de alterar
qualquer elemento que se encontre sobre a face da terra, assim nos tornando
verdadeiros Alquimistas; porém melhor que nos dediquemos a transformar o que há
dentro de nós.Vemos que uma pessoa
que tenha tal ou qual forma de Atuar, mediante a Ação da palavra, pode
impregnar qualquer outro veículo físico ou interno, de Ânimo, de Força de Felicidade,
permitindo assim mudar sua forma de Atuar para uma mais similar ao primeiro,
servindo como base para que com esta nova forma mais sutil possa alterar por si
só seu Estado.Sem maiores rodeios
dizemos que nem todas as pessoas tem como mudar seu Estado interior, porque sua
Forma física se torna um obstáculo para isto.Realmente de nada valeria mudar a
forma se o estado continua débil e fraco. É verdadeiramente necessário imperar
antes de tudo uma profunda mudança em nossos estados Anímicos e Espirituais,
ocasionando assim profundas e definitivas transformações nas formas.“Cristo Jesus, aquele
que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que
intercede por nós” (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja:
em sua Palavra, na oração de sua Igreja, “lá onde dois ou três estão reunidos
em meu nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em seus
sacramentos, dos quais ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do
ministro. Mas “sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas”.O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele
eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que da seja “como
que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os
sacramentos”. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos
verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com
a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo
todo” . “Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não
fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela
Cristo, Deus e homem, se toma presente completo, ocupando as espécies
eucarísticas”. É pela conversão do
pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal
sacramento. Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a fé da Igreja na
eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta
conversão. Assim, São João Crisóstomo declara: Não é o homem que faz
com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio
Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia
essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz
ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas.
Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão:
“Estejamos bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou,
mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza,
pois pela bênção a própria natureza mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que
conseguiu fazer do nada o que não existia, não poderia mudar as coisas
existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua
natureza primeira do que mudar a natureza delas.”
O Concílio de Trento resume a fé católica ao declarar:
“Por ter Cristo, nosso Redentor,
dito que aquilo que oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente seu
Corpo, sempre se teve na Igreja esta convicção, que O santo Concílio declara
novamente: pela consagração do pão e do vinho opera-se a mudança de toda a
substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor e de toda a
substância do vinho na substância do seu Sangue; esta mudança, a Igreja
católica denominou-a com acerto e exatidão transubstanciação”. - A presença eucarística
de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem
as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies
e inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não
divide o Cristo. (Catecismo da Igreja Católica § 1373-1377).
Portanto, diante do exposto, observa-se que o milagre da
transubstanciação ocorre pela eficácia da Palavra de Cristo e da ação do
Espírito Santo, pois, para Deus nada é impossível (cf. Mt 19,26).
É preciso compreender que, o milagre é de "transubstanciação", e não
de transformação!
“O que ocorre é que, com a
consagração, o Espírito Santo de Deus (e não o padre) modifica por antonomásia,a
substância do pão e do vinho, que doravante, são Corpo, Sangue, Alma e Divindade
de Jesus Cristo. No entanto, os acidentes pão e vinho permanecem, pelo que as
espécies eucarísticas seguem possuindo todas as propriedades químicas de pão e
de vinho. Esta diferenciação entre "substância" e
"acidente" é de fundamental importância para a correta compreensão do
sacramento da eucaristia.” (cf. ATAQUE DE MARY SCHULTZE CONTRA A
TRANSUBSTANCIAÇÃO). Porém, devido a dureza dos corações humanos, Deus já
permitiu que o milagre da Transubstanciação ocorresse com a transformação da
matéria, como se pode comprovar, por exemplo, no Milagre Eucarístico de
Lanciano e em outros milagres Eucarísticos reconhecidos pela Igreja (cf.
FENÔMENOS EUCARÍSTICOS NA HISTÓRIA DA IGREJA CATÓLICA). Sobre o fato de Cristo ter dito que era a “Videira” ( cf.
Jo 15,1), “O caminho” (cf. Jo 14,6) de exortar os discípulos a entrarem pela
“porta estreita” (cf. Mt 7,13), não que dizer que Ele não falava literalmente
ao afirmar que era o “Pão da Vida”:“Jesus replicou: Eu
sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim
jamais terá sede”. (Jo 6,35). Uma prova cabal que ele falava literalmente, é
que após a afirmação de que “se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não
beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne
e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo
6,53-54), muitos não suportando a verdade, se foram, e Jesus pergunta para os
poucos que ficaram: “Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também
retirar-vos?Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as
palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus! (Jo
6,67-69).Quando Jesus disse
que era o Pão vivo, os ouvintes se escandalizaram e foram embora por causa da
dureza da doutrina, o que significa que entenderam no sentido literal. O que
faria Cristo, se quisesse transmitir uma mensagem simbólica apenas, vendo que O
tinham entendido errado, de modo literal? Chamaria a todos de volta: "Não
vão, vocês entenderam errado, voltem..." Mas o que fez? Não só não os
chamou de volta, como ainda disse aos Apóstolos: "E vocês, também querem
ir?" Confirmou, com isso, o entendimento real dos ouvintes: Cristo estava
falando, sim, literalmente!
TRANSUBSTANCIAÇÃO E MAGISTÉRIO DA IGREJA:
§1373 A
PRESENÇA DE CRISTO PELO PODER DE SUA PALAVRA E DO ESPÍRITO SANTO - "Cristo
Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita
de Deus e que intercede por nós" (Rm 8,34), está presente de múltiplas
maneiras em sua Igreja): em sua Palavra, na oração de sua Igreja, "lá onde
dois ou três estão reunidos em meu nome" (Mt 18,20), nos pobres, nos
doentes, nos presos, em seus sacramentos, dos quais ele é o autor, no
sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas "sobretudo (está
presente) sob as espécies eucarísticas".
§1374 O
modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a
Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que da seja "como que o
coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os
sacramentos". No santíssimo sacramento da Eucaristia estão "contidos
verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com
a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo
todo" . "Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as
outras não fossem 'reais', mas por antonomásia, porque é substancial e porque
por ela Cristo, Deus e homem, se toma presente completo."
§1375 É
ela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se
torna presente em tal sacramento. Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a
fé da Igreja na eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para
operar esta conversão. Assim, São João Crisóstomo declara:Não é o
homem que faz com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo,
mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de
Cristo, pronuncia essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto
é o meu Corpo, diz ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas.E Santo
Ambrósio afirma acerca desta conversão:Estejamos
bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção
consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a
própria natureza mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do
nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que
ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que
mudar a natureza delas.
§1376 O
Concílio de Trento resume a fé católica ao declarar "Por ter Cristo, nosso
Redentor, dito que aquilo que oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente
seu Corpo, sempre se teve na Igreja esta convicção, que O santo Concílio
declara novamente: pela consagração do pão e do vinho opera-se a mudança de
toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor e de toda
a substância do vinho na substância do seu Sangue; esta mudança, a Igreja
católica denominou-a com acerto e exatidão Transubstanciação".
§1377 A
presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também
enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em
cada uma das espécies e inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a
fração do pão não divide o Cristo.
§1413
Por meio da consagração opera-se a Transubstanciação do pão e do vinho no Corpo
e no Sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo
mesmo, vivo e glorioso está presente de maneira verdadeira, real e substancial,
seu Corpo e seu Sangue, com sua alma e sua divindade.
*Francisco José Barros Araújo –
Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636
do Processo Nº 003/17
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