O Princípio Antrópico: Como a crença em Deus hoje
pode não ser do âmbito apenas da fé, mas
de evidências científicas estabelecidas. Carter denominou sua noção de
“Princípio Antrópico”, do grego anthropos, “homem”. O nome era um pouco
desconcertante, e a definição de Carter sobre a ideia apresentou-se altamente
técnica.
Basicamente, o
Princípio Antrópico traz à observação que um sem número de leis físicas foram
orquestradas ordenadamente desde o início propriamente dito do universo até a
criação do homem.O universo que habitamos é inegavelmente e explicitamente
planejado para o surgimento da vida e dos seres humanos. O princípio antrópico
divide-se em princípio antrópico forte e princípio antrópico fraco. O princípio
antrópico forte afirma, em geral, que o Universo comportou-se de forma a
adaptar-se ao Homem. O fraco diz que o Universo comportou-se de forma a surgir
o homem, sem esse pleito pré-definido.“A natureza é primorosamente ajustada
para a possibilidade de vida no planeta Terra: se a força gravitacional fosse
reduzida ou aumentada em 1%, o Universo não se formaria; por uma minúscula
alteração na força eletromagnética, as moléculas orgânicas não se uniriam. Nas
palavras do físico Freeman Dyson, parece que o ‘Universo sabia que estávamos
chegando’. O Universo não se assemelha a um lance de dados aleatório.Durante séculos,
a exploração científica tendia a levar-nos para baixo, precisamente na estrada
oposta, em direção a um panorama mecanicista impessoal e aleatório sobre o
Cosmos. Os intelectuais
do século XX haviam falado com frequência sobre o “universo aleatório”. O ponto
de vista predominante dos filósofos e intelectuais modernos dizia que a vida
humana havia surgido, em essência, por acidente; um produto secundário de
forças materiais revolvendo aleatoriamente durante éons. Esta conclusão,
aparentemente seguia de maneira natural as duas grandes revoluções científicas
da era moderna, a de Copérnico e a de Darwin.
Além do mais,
Darwin havia demonstrado que as origens da vida e mesmo da espécie humana
poderiam ser explicadas por mecanismos cegos. Na esteira de Copérnico e Darwin,
não mais parecia plausível considerar o universo como criado, ou a humanidade
como criatura de Deus. O homem deveria, em lugar disso, ser entendido como
algum tipo de acidente infeliz ou assunto secundário dentro do universo
material : “um curioso acidente na água estagnada”. Foi essa cosmologia do
universo aleatório que sustentou todas as modernas filosofias , desde o próprio
positivismo de Russel até o existencialismo, marxismo e mesmo o freudianismo. Mas, o inesperado
aconteceu e, ironicamente, quando se comemorava o 500º aniversário de
Copérnico, o inspirador de Galileu Galileu, o pai da moderna ciência. O
Princípio Antrópico oferecia um tipo de explicação para um dos mistérios mais
básicos da física: “Os valores das constantes fundamentais. Os físicos jamais
puderam explicar por que os valores das assim denominadas constantes fundamentais
como, por exemplo, os valores da força gravitacional ou da força
eletromagnética eram da maneira como eram. Eram apenas “constantes”; tinham de
ser aceitas.Além do mais,
existiam determinadas relações matemáticas misteriosas entre algumas dessas constantes.
Por exemplo, as forças que uniam determinadas partículas aparentavam estar
relacionadas matematicamente ao número da idade do universo. Por que essas
forças deveriam estar relacionadas à idade do universo?No passado,
físicos como Sir Arthur Eddington e Paul Dirac apresentaram teorias um tanto
exóticas para explicar tais coincidências. Tomemos exemplos: A gravidade é cerca
de 10 elevado à potência de 39 vezes mais fraca que a força eletromagnética. Se
a gravidade fosse 10 elevado a 33 vezes mais fraca, as estrelas teriam um
bilhão de vezes menos massa e queimariam um milhão de vezes mais rápido, quer
dizer, o universo teria se esgotado no seu início.A energia nuclear
fraca tem elevado à potência de 28 a força da gravidade. Se a energia nuclear
fraca fosse ligeiramente mais fraca, todo o hidrogênio do universo teria se
transformado em hélio, impossibilitando a existência da molécula da água. Uma energia
nuclear apenas 2% mais forte teria impedido a formação de prótons, produzindo
um universo sem átomos. Decrescendo seu valor em 5%, teríamos um universo sem
estrelas.Se a diferença em massa entre um próton e um nêutron não fosse
exatamente o que é – cerca de duas vezes a massa de um elétron – todos os
nêutrons se transformariam em prótons ou vice-versa. E diríamos adeus à química
como a conhecemos, e á vida.A água é a única
molécula que é mais leve no estado sólido (gelo) do que no líquido: o gelo
flutua. Se isso não acontecesse, os oceanos, lagos e rios congelariam de baixo
para cima no inverno e a Terra agora estaria coberta de gelo sólido. Por sua
vez, esta propriedade pode ser atribuída às propriedades exclusivíssimas do
átomo de hidrogênio.A síntese do
carbono, a base química da vida, o núcleo vital de todas moléculas orgânicas, envolve
aquilo que os cientistas denominam de uma estarrecedora coincidência na
proporção da energia forte (strong force) para o eletromagnetismo. Esta
proporção permite ao carbono 12 atingir um estado estimulado de exatidão da
ordem de 7,65 Me V (milhões de eletron-volts) na temperatura típica do centro
das estrelas, o que cria uma ressonância que envolve o Hélio 4, o Berilo 8 e o
Carbono 12, possibilitando a ligação necessária que ocorre durante uma janela diminuta de oportunidade
que dura 10 elevado à potência de menos 17 segundos,é mesmo milimetricamente
preciso e estarrecedor.Mas, não é só isso,
a lista prossegue e uma compilação abrangente dessas coincidências pode ser
encontrada no livro “Universes” de John Leslie.O físico Fred Hoyle, que cunhou
ironicamente o famoso termo “big bang” para o início do universo captou bem o
dilema; ele afirmou:“É muito mais fácil
um furacão passar por cima de um ferro velho e montar um Boeing 707 do que o
universo ter sido montado por mero acaso”.
Fontes: livros
“Ciência e Fé em Harmonia” de Felipe Aquino e “Deus (Dr em Física pelo ITA)
e a evidência” de Patrick Glynn.
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