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O Retorno da Heresia Maniqueísta em nossos dias com Nova Roupagem

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 25 de abril de 2012 | 10:15




O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu que divide o mundo simplesmente entre dois princípios pré-existentes e eternos: Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo.




Segundo a doutrina Maniqueísta, a matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. 


Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.
           

1)- História


Quando o gnosticismo primitivo já perdia a sua influência no mundo greco-romano, surgiu na Babilônia e na Pérsia, no século III, uma nova vertente, o maniqueísmo.



O seu fundador foi o profeta persa Mani (ou Manés) e as suas ideias sincretizavam elementos do Zoroastrismo, do Hinduísmo, do Budismo, do Judaísmo e do Cristianismo. Desse modo, Mani considerava Zoroastro, Buda e Jesus como "pais da Justiça", e pretendia, através de uma revelação divina, purificar e superar as mensagens individuais de cada um deles, anunciando uma verdade completa.



Conforme as suas ideias, a fusão dos dois elementos primordiais, o reino da luz e o reino das trevas, teria originado o mundo material, essencialmente mau. Para redimir os homens de sua existência imperfeita, os "pais da Justiça" haviam vindo à Terra, mas como a mensagem deles havia sido corrompida, Mani viera a fim de completar a missão deles, como o Paráclito prometido por Cristo, e trouxera segredos para a purificação da luz, apenas destinados aos eleitos que praticassem uma rigorosa vida ascética.


Os impuros, no máximo podiam vir a ser catecúmenos e ouvintes, obrigados apenas à observância dos dez mandamentos (citados abaixo).


As ideias maniqueístas espalharam-se desde as fronteiras com a China até ao Norte d'África. 


Mani acabou crucificado no final do século III, e os seus adeptos sofreram perseguições na Babilónia e no Império Romano, neste último nomeadamente sob o governo do Imperador Diocleciano e, posteriormente, os imperadores cristãos.


Apesar da igreja ter condenado esta doutrina como herética em diversos sínodos desde o século IV, ela permaneceu viva até à Idade Média.


Maniqueismo e Gnosticismo


O dualismo maniqueísta diferencia-se do dualismo gnóstico uma vez que, se para este último, a divindade é superior ao demiurgo criador, para o primeiro trata-se de dois princípios igualmente poderosos, sem que haja subordinação, apenas igualdade de origens.




Santo Agostinho, que a princípio fora influenciado pelas ideias maniqueistas, terminará por combatê-las, sustentando contra esse princípio de igualdade de origens o do caráter negativo do mal. Combateu ainda a concepção maniqueísta de que não havia nenhuma realidade extracorporal.


O "logos" era, para Mani, a encarnação do princípio da bondade, destinado a opor-se ao primeiro produto da criação do mal. As sucessivas criações de ambas as potências - bem e mal - não tinham outro fim que o de neutralizar-se mutuamente, até que o Bem e a Luz triunfassem sobre as trevas do mal.



A igreja cristã de Mani era estruturada a partir dos diversos graus do desenvolvimento interior. Ele mesmo a encabeçava como apóstolo de Jesus Cristo.


Junto a ele eram mantidos doze instrutores ou filhos da misericórdia. Seis filhos iluminados pelo sol do conhecimento assistiam cada um deles. Esses "epíscopos" (bispos) eram auxiliados por seis presbíteros ou filhos da inteligência.


O quarto círculo compreendia inúmeros eleitos chamados de filhos e filhas da verdade ou dos mistérios. Sua tarefa era pregar, cantar, escrever e traduzir. O quinto círculo era formado pelos auditores ou filhos e filhas da compreensão. Para esse último grupo, as exigências eram menores.


Mani foi um preservador da tradição gnóstica. Com a morte de Mestre Jesus, o Cristo, os discípulos se separaram em dois grupos, e fugiram. Um, como bem sabemos, o maior, seguiu para o Egito (onde escolas gnósticas floresceram nas décadas seguintes), seguindo depois para o porto de Marselha, na França. Tal é o motivo de Maria Madalena ser tão venerada na França, e Tiago ter seu famoso ‘caminho’. Tal é o motivo das historias britânicas estarem estritamente relacionadas a José de Arimateia e assim por diante.


Do outro lado temos o grupo de Tomé, Simão o Mago, Mateus... que sobe para as regiões da Síria, onde pequenos núcleos de buscadores da gnosis serão formados. Décadas depois a Síria estará entre as regiões visitadas por Apolônio de Tiana e o gnóstico Paulo.


Aliás, a Síria sempre foi objeto de grande interesse espiritual, séculos depois é para a Síria que os Templários se dirigem em busca dos Mistérios, e é igualmente para a Síria que Christian Rosenkrantz, o pseudônimo do fundador dos rosacruzes, se dirige, e lá encontra o seu ‘livro secreto’, e um ‘augusta fraternidade’ [carece de fontes].



Coincidência ou não, é impossível ignorar a importância dessa região, algo, sem dúvida, devia haver lá.Então, esse segundo grupo de discípulos se dirige para lá.



Mas o que ensinam esses maniqueus que rejeitaram a ânsia por poder da igreja romana e foram tão perseguidos?


Ensinam:


•           A fonte do Bem está na 'região da Luz'.

•           O Rei da Luz é a Árvore da Vida. Eu assimilei a Lei da Luz. Eu sou Mani, o Apóstolo de Jesus, o Amigo da Luz.

•           A Mente-Luz (Cristo) é o que desperta aqueles que dormem.

•           No homem em quem a Mente-Luz está, sua é a Sabedoria.

•           A Mente-Luz (a Mente Iluminada) é o Sol dos corações, a Senda dos que buscam, o Pórtico dos tesouros da Vida.

•           Bem-aventurado é aquele que foi iniciado nesta Gnosis Divina.

•           Eu encontrei a Terra da Luz. Eu fiz meu caminho para a Cidade dos Deuses.

•           Eu tornei minha alma limpa – sou um servo de Deus [eu sou um Nazareno].

•           Vocês são filhos do Dia e filhos da Luz. Jesus tem me auxiliado e ele poderá auxiliar vocês. Ele poderá dar-nos sua Compaixão.

•           De tempos em tempos a Sabedoria envia os Mensageiros de Deus. Em idades após idades estes Mensageiros têm sido enviados pelo eterno rei da Luz [Zrwan]: Seth, Zoroastro, Buddha, Christos. As primitivas religiões foram verdadeiras enquanto puros líderes estavam nelas.

•           A presente revelação, esta profecia desta última idade, veio para a Babilônia através de mim, Mani, para as outras escolas e para as outras heresias. Para cada uma delas eu mostrei que a sua própria sabedoria e suas escrituras é a verdade a qual eu desvelei e mostrei ao mundo.


•           Há duas fontes do que vem à existência: Deus e a Matéria, Luz e a Escuridão, Bem e o Mal. A Luz é a árvore que dá bons frutos. A Matéria é uma árvore que dá maus frutos.


Os mandamentos maniqueus


Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana:

1.         Não adorar nenhum ídolo;

2.         Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar;

3.         Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool;
4.         Venerar as mensagens divinas;

5.         Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual, especialmente durante os jejuns;

6.         Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;

7.         Evitar os falsos profetas;

8.         Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;

9.         Não roubar nem cometer fraude;

10.      Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria;



A Liberdade para o maniqueísmo


Em um breve estudo introdutório ao texto "De Libero Arbitrio" de Santo Agostinho, Nair de Assis Oliveira traça alguns pontos distintivos da doutrina maniqueísta e o livre arbítrio para Agostinho. Diz ela:


"Para os maniqueus, havia duas divindades supremas a presidir o universo: o princípio do Bem e o do Mal – a luz e as trevas. Como consequência moral, afirmavam ter o homem duas almas. Cada uma presidida por um desses dois princípios. Logo, o mal é metafísico e ontológico. A pessoa não é livre nem responsável pelo mal que faz. Este lhe é imposto” (OLIVEIRA:2008, p.15)."


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo




Considerado durante muito tempo uma heresia cristã, possivelmente por sua influência sobre algumas delas, o maniqueísmo foi uma religião que, pela coerência da doutrina e a rigidez das instituições, manteve firme unidade e identidade ao longo de sua história.



Denomina-se maniqueísmo a doutrina religiosa pregada por Maniqueu - também chamado Mani ou Manes - na Pérsia, no século III da era cristã. Sua principal característica é a concepção dualista do mundo como fusão de espírito e matéria, que representam respectivamente o bem e o mal.


Maniqueu e sua Doutrina


Maniqueu nasceu em 14 de abril do ano 216, no sul da Babilônia, região atualmente situada no Iraque, e na juventude sentiu-se chamado por um anjo para pregar uma nova religião. Pregou na Índia e em todo o império persa, sob a proteção do soberano sassânida Sapor (Shapur) I. Durante o reinado de Bahram I, porém, foi perseguido pelos sacerdotes do zoroastrismo e morreu em cativeiro entre os anos 274 e 277, na cidade de Gundeshapur.



Maniqueu se acreditava o último de uma longa sucessão de profetas, que começara com Adão e incluía Buda, Zoroastro e Jesus, e portador de uma mensagem universal destinada a substituir todas as religiões.


Para garantir a unidade de sua doutrina, registrou-a por escrito e deu-lhe forma canônica. Pretendia fundar uma religião ecumênica e universal, que integrasse as verdades parciais de todas as revelações anteriores, especialmente as do zoroastrismo, budismo e cristianismo.


O maniqueísmo é fundamentalmente um tipo de gnosticismo, filosofia dualista segundo a qual a salvação depende do conhecimento (gnose) da verdade espiritual. Como todas as formas de gnosticismo, ensina que a vida terrena é dolorosa e radicalmente perversa.


A iluminação interior, ou gnose, revela que a alma, a qual participa da natureza de Deus, desceu ao mundo maligno da matéria e deve ser salva pelo espírito e pela inteligência.


O conhecimento salvador da verdadeira natureza e do destino da humanidade, de Deus e do universo é expresso no maniqueísmo por uma mitologia segundo a qual a alma, enredada pela matéria maligna, se liberta pelo espírito.


O mito se desdobra em três estágios:

1)- O passado, quando estavam radicalmente separadas as duas substâncias, que são espírito e matéria, bem e mal, luz e trevas;

2)-Um período intermediário (que corresponde ao presente) no qual as duas substâncias se misturam;

3)-E um período futuro no qual a dualidade original se restabeleceria.


Na morte, a alma do homem que houvesse superado a matéria iria para o paraíso, e a do que continuasse ligado à matéria pelos pecados da carne seria condenada a renascer em novos corpos.


Maniqueísmo como Religião


A ética maniqueísta justifica a gradação hierárquica da comunidade religiosa, uma vez que varia o grau de compreensão da verdade entre os homens, fato inerente à fase de interpenetração entre luz e trevas.


Distinguiam-se os eleitos, ou perfeitos, que levavam vida ascética em conformidade com os mais estritos princípios da doutrina. Os demais fiéis, chamados ouvintes, contribuíam com trabalho e doações.


Por rejeitar tudo o que era material, o maniqueísmo não admitia nenhum tipo de rito nem símbolos materiais externos. Os elementos essenciais do culto eram o conhecimento, o jejum, a oração, a confissão, os hinos espirituais e a esmola.



Por sua própria concepção da luta entre o bem e o mal e sua vocação universalista, o maniqueísmo dedicou-se a intensa atividade missionária. Como religião organizada, expandiu-se rapidamente pelo Império Romano.


Do Egito, disseminou-se pelo norte da África, onde atraiu um jovem pagão que mais tarde, convertido ao cristianismo, seria doutor da igreja cristã e inimigo ferrenho da doutrina maniqueísta: Santo Agostinho.


No início do século IV, já havia chegado a Roma.


Enquanto Maniqueu foi vivo, o maniqueísmo se expandiu para as províncias ocidentais do império persa. Na Pérsia, apesar da intensa perseguição, a comunidade maniqueísta se manteve coesa até a repressão dos muçulmanos, no século X, que levou à transferência da sede do culto para Samarcanda.


Missionários maniqueístas chegaram no fim do século VII à China, onde foram reconhecidos oficialmente até o século IX. Depois foram perseguidos, mas persistiram comunidades de adeptos no país até o século XIV.


No Turquestão oriental, o maniqueísmo foi reconhecido como religião oficial durante o reino Uighur -- séculos VIII e IX e perdurou até a invasão dos mongóis, no século XIII.


Posteridade do Maniqueísmo


Embora não haja dados que permitam estabelecer uma vinculação histórica direta, o pensamento maniqueísta inspirou na Europa medieval diversas seitas ou heresias dualistas surgidas no seio do cristianismo.


Entre elas, cabe citar a dos bogomilos, na Bulgária (século X) e, sobretudo, a dos cátaros ou albigenses, que se propagou no sul da França no século XII. Este último movimento foi uma das mais poderosas heresias da Europa.



http://www.estudantedefilosofia.com.br/doutrinas/maniqueismo.php
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