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Dostoievsky e seu homem-ideia: "Se Deus não existe, tudo é permitido?"

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 24 de abril de 2011 | 18:05




Os privilégios do homem excepcional de Dostoevsky:




"É permitido a todo indivíduo que tenha consciência da verdade regularizar sua vida como bem entender, de acordo com os novos princípios. Neste sentido, tudo é permitido...Como Deus e a imortalidade não existem, é permitido ao homem novo tornar-se um homem-deus, seja ele o único no mundo a viver assim." -  (F. Dostoiévski - O diálogo com o demônio - in Irmãos Karamazov, 1879)




O jovem estudante Raskolhnikov angustiava-se no seu pequeno quarto, na verdade uma gaiola desbotada que o sufocava. Ali matutava como um ser dotado de inteligência reconhecidamente superior, como a dele, estava reduzido àquela vida miserável, sem tostão e sem futuro enquanto que, naquela mesma cidade de São Petersburgo, a capital do império russo, à bem poucas quadras dali, uma velha usurária, chamada Aliona Ivanovna podia entregar-se livremente à exploração de desgraçados como ele. Porque não eliminar aquele ser parasitário, inútil, e utilizar-se do seu dinheiro para sair daquela situação apremiante, salvando também sua mãe e sua irmã, reduzidas ao opróbrio? Foi nestas circunstâncias terríveis que o jovem estudante desenvolveu sua doutrina do "direito ao crime", na qual todo aquele que se sente além das convenções tradicionais acerca do bem e do mal, que percebe-se mais forte do que os demais homens, na verdade tem "direito a tudo", inclusive o direito de eliminar os que considera estorvantes e prejudiciais ao seu objetivo, pois o homem extraordinário deve, obediente às exigências do seu ideal, "ultrapassar certas barreiras tão longe quanto possível".






O surgimento do "homem-ideia"









Esta é a essência da novela que F. Dostoiévski publicou em 1867 com o título de Crime e castigo. Uns anos depois ele manifestaria ainda seu fascínio por este tipo de personagem, pelo homem-idéia, pelo ateu que vive de acordo com suas próprias regras, indiferente ao sofrimento que suas ações possam provocar.





Se Deus não existe...





Pouco antes de morrer, Dostoievski voltou novamente ao homem-idéia pois entendia-o como a encarnação maléfica das pulsões modernas; o ateísmo, o liberalismo, o socialismo e o niilismo, que ameaçavam sua Santa Rússia ortodoxa. 
Desta vez esse personagem ressurge nos Irmãos Karamazov, de 1879, na figura do filho mais velho de Fiodor Karamazov, Ivan.O pai, o velho Karamazov, um incorrigível libertino, um canalha completo, terminou assassinado por um servo, seu filho bastardo, chamado Smerdiakov, que confessa a Ivan que o que motivou para o crime foi um artigo que soube ter ele escrito no qual defendia a idéia de que "se Deus não existe, tudo é permitido". Na inexistência de um Criador, de um grande ser moral, o homicida Smerdiakov não se via um degenerado, nem mesmo um abominável parricida, mas sim um daqueles homem-deus aos quais tudo é possível. Aterrorizado pela confissão do seu meio-irmão, atacado por culpas mil, Ivan mergulha numa febre nervosa em que, em meio a uma alucinação, até o demônio dialoga com ele.





O ser ideológico











Dostoiévski foi o primeiro nome das letras do século passado a perceber a emergência do moderno homem-idéia, dos seres ideológicos, os quais vivem, matam e morrem em função de uma causa desvinculada de injunções religiosas. 
Como cristão convicto, chegando por vezes ao fundamentalismo, tentou combatê-los fazendo com que, em seus romances, eles se vissem atacados por terríveis dilacerações depois de terem cometido seus crimes, mostrando-os vítimas de delírios, de convulsões, tendo sua vida transformada num inferno.O jovem Raskolhnikov entrega-se à polícia e, na prisão, dá os primeiros passos para reencontrar-se com o Cristianismo. Nikolai Stavroguin, deixando uma impressionante confissão, suicida-se, enquanto que Ivan Karamazov simplesmente enlouquece, arrasado pelas conseqüências do seu artigo ateu.




Nietzsche e o super-homem








Nietzsche, porém, um confesso admirador de Dostoiévski, quase no mesmo momento em que o grande russo baixava à sepultura, em 1881, chegou à conclusões totalmente opostas ao grande russo quando iniciou a redação de Assim falou Zaratustra. A sua concepção de super-homem parece-me extraída diretamente daquelas novelas. 
Ateu militante, Nietzsche tirou as conseqüências últimas do homem-deus, não visualizando para ele nenhum grande tormento caso ele seguisse o seu ideário até o fim. Ao contrário, previu e enalteceu o homem-idéia que, em função da sua causa seria uma máquina de insensibilidade, trafegando, altaneiro, bem acima dos preceitos morais do seu tempo. Fazendo novas regras restritas a uma elite, o Übermensch teria seu comportamento a amoral regulado apenas pela sua inata vontade de domínio - Wille zur Macht - e por uma compulsiva sede de vida.




Uma nova ordem moral e ideológica












Uma nova casta se formaria em torno de princípios e identificações comuns, uma nova Ordem dos Templários, composta por seres que não só "saibam viver mais além dos credos políticos e religiosos, senão que também hajam superado a moral."
Podiam fazer o que lhes desse na telha, sem receio de qualquer tipo de punição supersticiosa. Nietzsche, antes de Freud, aboliu o pecado. E assim foi feito. Os homens-idéia do nosso século, os nazi-fascistas, os comunistas, os liberal-imperialistas, transformaram nosso mundo numa grande arena ideológica, eliminando dela tudo aquilo que, em algum momento, lhes pareceu adverso, dissidente, parasitário, bizarro, nocivo, atrasado ou banal.A maioria deles sem esboçar um remordimento sequer. Nietzsche, em essência, nada mais fez do que transpor para a filosofia o discurso do demônio relatado por Dostoiévski, o que não lhe causou nenhum constrangimento moral, porque, afinal, se Deus não existe, também não há Satanás.




Fiódor Dostoiévski: O Sonho de um Homem Ridículo












Em russo: Сон смешного человека, é um conto do escritor russo Fiódor Dostoiévski de 1877. É dividido em cinco partes e contado por um narrador-protagonista, que teve uma revelação através de um sonho utópico. Ele relata suas experiências a partir do momento em que conclui que não há mais nada para viver, e, portanto, determina-se a cometer suicídio. Um encontro casual com uma jovem o faz mudar de ideia. A história começa com o narrador vagando pelas ruas de São Petersburgo. Ele devaneia acerca da sua vida no que afirma para si mesmo que ele sempre foi uma pessoa ridícula, reflete também sobre como recentemente ele chegara à conclusão de que nada mais importava para ele. É esta revelação que o leva à ideia de suicídio. O narrador da história revela que ele havia comprado um revólver no mês anterior, com a intenção de atirar na própria cabeça.Apesar de uma noite triste, o narrador olha para o céu e vê uma estrela solitária. Pouco depois de ver a estrela, uma menina vem correndo na direção dele. O narrador supõe que algo está errado com a mãe da menina. Ele não dá atenção a menina, que está desesperada, e fala pra ela ir pedir a ajuda de outra pessoa com um tom de voz exasperado, e em seguida vai para seu apartamento.Uma vez em seu apartamento, o narrador afunda-se numa cadeira e coloca a arma na mesa ao lado dele. Ele hesita em atirar-se por causa de uma sensação incômoda de culpa que o atormentava desde que ele se desviava a moça, negando-a auxílio. O protagonista lida com questões internas por algumas horas antes de adormecer na cadeira. Ao dormir, ele tem para um sonho muito vívido. No sonho, ele atira-se no coração. Ele morre, mas ele ainda está consciente de seu entorno. Ele reúne a existência de um funeral, e ele também está enterrado. Após um período de tempo indeterminado em seu túmulo frio, a água começa a escorrer para baixo em suas pálpebras. O protagonista-narrador pede perdão. De repente, seu túmulo é aberto por uma figura desconhecida e obscura. Esta figura o resgata de seu túmulo, e, em seguida, os dois voam pelo céu e no espaço. Depois de voar pelo espaço por um longo tempo, o narrador é depositado em um planeta muito parecido com a Terra, mas não a Terra que ele deixara por suicídio.O personagem é colocado especificamente no que parece ser na literatura judaico-cristã, a terra antes da queda adâmica, ou uma idílica ilha grega. Logo, os habitantes da ilha o encontram, e eles estão felizes, felizes como pessoas sem pecado. O protagonista vive nesta utopia por muitos anos, o tempo todo impressionado com a bondade ao seu redor.Um dia, o narrador começa a ensinar aos outros habitantes coisas como a mentira. Nisto começa a corrupção da utopia. As mentiras geram orgulho, e o orgulho gera uma avalanche de outros pecados. Logo, o primeiro assassinato ocorre. As facções são feitas, as guerras são travadas. A ciência suplanta a emoção, e os membros da antiga utopia são incapazes de lembrar da sua felicidade anterior. O narrador se invoca contra o povo, ele implora por martírio, o que não ocorre.















Então ele acorda, um homem mudado, completamente grato pelo dom da vida. Ele resolve passar o resto de seus dias pregando a verdade. E compreende que sua principal lição na terra é a de amar aos outros como a si mesmo.Na conclusão da história, o narrador afirma que ele ainda procura a menina, e que vai continuar, presumivelmente numa referência à possibilidade de expiação de seus erros passados.









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Anônimo
10 de agosto de 2011 às 18:18

o babaca que escreveu essa frase dizendo ser do dostoi, não leu o livro dele.

Jonas
29 de agosto de 2011 às 13:37

NÃO SOU CATÓLICO, mas independente do segmento sou Cristão e parabenizo-o pelo seu fervor apologético em defesa da Fé Cristã.

Descobri o site, no http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20110803191005AAMpb0a

Por isso, seria de bom alvitre, que o caro irmão em Cristo "espalhasse" mais, ou melhor divulgasse seu blog em mais páginas, pois essa DEFESA DA FÉ CRISTÃ é uma busca constante de que precisam aqueles que querem "responder acerca da razão de nossa fé" a quem quer que nos questione.

Parabéns mesmo pelo blog. Que Deus o ilumine cada vez mais!

4 de setembro de 2011 às 10:20

Crime e Castigo foi um dos poucos livros que consegui ler todo os outros eram apenas aquelas obras infantis curtas do fundamental e olhe lá, fiquei facinado com Raskolhnikov e todos aqueles dilemas mentais em que ele queria ser Napoleão, chamava a judia de piolho e fiquei muito chocado com a miséria do povo russo, eu achei aquele livro na biblioteca da escola e li que ele tinha sido o único traduzido diretamente do russo o tradutor disse que as demais versões eram traduzidas do francês e que eram uma tradução da tradução.
Fiz umas pesquisas sobre a Russia e a União Sovietica e vi que era totamente satânico, fora ele terem sido ateus e completamente abortitas, alcolatras e genocidas e corruptos, além do mais segundo o Olavo de Carvalho um dos estudiosos mais respeitados do Brasil que curiosamente é católico fervoroso a KGB ainda tá doidinha pra dominar o mundo e implantar uma nova ordem mundial com um único governate por isso fundou o moveimento eurasiano baseado na desinformação aliado a uma irmande ilsâmica e as familas mais ricas do mundo que almejam uma nova ordem mundial em que não sejam desfavorecidas pelas ocilações do mercado que curiosdamente foi o que as enriqueceu e tudo tá ficando tão doido e homessexual no mundo que não sei nem que conclusões tiro a respeito disso, eu sou ateu e não acredito na Biblia e tambem não cofio na ciência, tratam ela como inquestionável e seguem segamente o que seus estudos dizem, não me importo em ser ateu e nem confiar nem na ciencia pois vi que isso realmete é ser ateu, o que adianta não acreditar na bilbia e quetitionala se se abraça a dogmas evolucionistas muito mais mau explicados que as escrituras da bíblia, estão cometendo um erro que eles mesmo condenam, tenho moral e me vigiu pra não cometer erros virei ateu depois de desenvolver esquizofrenia paranoide aos quinze anos, eu via Nossa senhora de Fátima me dizia que eu tinha que salvar o mundo do pecado e que ia acabar em breve, ouvia várias vozes mesmo sem nunca ter me interassado pela massonaria acrediatava que me perdeguia desde os treze anos e via seus rituais na minha mente depois de sofrer muito vi que era tudo mentira e mesmo depois de tomar remédios ainda ouço vozes principalmete antes de dormir e toda que vez que resolvo orar ouço a voz de Deus conversar comigo, depois de varios delirios religiosos que iam contra tudo que eu acreditava desisti de Deus e apenas o enchergo como uma possibiliade absurda e improvável. Mas tenho mais respeieto por quemn acredita nele do que pelos outros ateus.

5 de setembro de 2011 às 08:26

Prezado Sebastião,

Sei que vc está sendo sincero, e sei que vc é uma pessoa inteligente para saber que a " SINCERIDADE NÃO É O CRITÉRIO DA VERDADE", pois uma pessoa pode estar SINCERAMENTE ENGANADA, caso semelhante ao seu. Vou lhe prestar alguns esclarecimentos:

Se Deus é ato puro, sem potência passiva, Ele tem que ter todas as qualidades em grau absoluto, pois se pudesse aumentar ou diminuir suas qualidades, Ele teria potência.

O ateu diz que perdeu a Fé na existência de Deus.

A existência de Deus não é artigo de Fé. Prova-se pela razão que Deus existe.

O ateu tem dificuldade em aceitar que Deus exista, porque de fato, não quer que Ele exista.

O problema do ateu é moral e não inelectual, o que podemos confirmar por seu desabafo acima.

Vencendo as tendências para o mal, ficará fácil entender os argumentos que comprovam que Deus existe.

Um abraço!

Anônimo
28 de setembro de 2011 às 15:54

Onipotente existe quando não queira permitir algo sem perder a capacidade de desaparecer quando isto é o que basta como permissão.

22 de agosto de 2020 às 00:14

Vê-se que Tem desequilíbrio. Para isto, só muito jejum e oração. Qto ao Beraká, é um excelente blog de discussões e aprendizado.Soli Deo Glória!

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