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ESCATOLOGIA E NOVÍSSIMOS ENSINAMENTOS DA IGREJA - QUESTÕES POLÊMICAS

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 | 08:42





Questões polêmicas:



1)- O “limbo das crianças não-batizadas” existe?




2)-Deus pode destruir uma alma humana?



3)-Como entender corretamente a Doutrina do Purgatório ? O Purgatório substitue ou anula o sacrifício de Cristo ? Purgatáorio é Segunda Chance para condenados ? Quem vai para o Purgatório ?




4)-Como entender a doutrina dos Dois Juizos? O Particular e o Final ?




A TEOLOGIA MEDIEVAL DO LIMBO:





Sabemos que o limbo sempre foi uma construção teológica, nunca foi declarado dogma de fé (certeza de fé).Mas por que esta doutrina, que atualmente (2007) foi plenamente rechaçada, perdurou como um sombra pálida na doutrina católica, durante tantos séculos?Os primeiros pais tinham dons espirituais, a saber: graça divina, imortalidade, impassibilidade, integridade e ciência moral difusa. Estes dons tornavam os primeiros pais harmoniosos em si mesmos. Ao pecarem por soberba, perderam estes mesmos dons.Sendo assim, toda criança nasce sem estes dons, ainda que, como dita D. Estevão Bettencourt, “anatomicamente perfeita”, é destoante do ideal proposto por Deus, em desarmonia consigo mesma e com o mundo que a cerca.O sacramento do Batismo existe para isso, regenerar tais criancinhas, habilitando a criança a ir para o Céu, entrar em comunhão definitiva com Deus, logo após a morte.Em 430 d.C., aproximadamente, os padres antigos gregos e S. Agostinho não concebiam um estado intermediário entre o céu e o inferno, que seria o limbo. No século XI Santo Anselmo de Cantuária idealizou o limbo, observando que o pecado original não era um ato consciente e voluntário, mas algo de negativo,  a ausência dos dons perdidos pelos primeiros pais. A partir do século XIII este estado foi chamado de “limbo das crianças”.Infelizmente, esta doutrina tornou-se comum na Igreja, mas nunca foi definida como dogma. Não era uma certeza de fé, mas uma construção teológica, uma solução teorizada pelos doutores. Porém, nas últimas décadas, o assunto foi reexaminado pela Comissão Internacional de Teólogos, da Igreja, sob a presidência do Cardeal Joseph Ratzinger na época, abolindo tal teoria.





Mas por que o limbo não existe?





No limbo as crianças teriam um estado de felicidade meramente natural e não é esse o desejo de Deus. Deus quer elevar o homem à ordem sobrenatural. Ou seja, no final da história da salvação um estado de felicidade meramente natural seria sem propósito. Segundo também a própria Sagrada Escritura, “Deus quer que todos os homens se salvem” (1 Tm 2,4) e se para os adultos, além do batismo de água, existe o batismo de desejo, para as criancinhas só existiria o bastimo sacramental ? Bem, segundo Mt 18,14, Deus não quer que nenhuma das crianças se perca, logo, sabendo que este mesmo Deus não está subordinado aos sacramentos para salvar quem Ele queira, podemos dizer que, juntamente com a oração universal da Igreja – que pede por todas as necessidades da humanidade -  e com o sacrifício de Cristo por nós, Deus há de salvar todas aquelas crianças que morreram sem batismo.Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos. (Mt 18,14.Ainda mais, se foi por causa dos primeiros pais que perdemos aqueles dons, por causa do Novo Adão, Jesus Cristo, fomos dotados de nova santidade e vida. Em Rm 5,12-21 entendemos perfeitamente que a solidariedade com Cristo é muito mais benéfica do que foi prejudicial a solidariedade com o Antigo Adão.Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram… 13. De fato, até a lei o mal estava no mundo. Mas o mal não é imputado quando não há lei. 14. No entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não pecaram à imitação da transgressão de Adão (o qual é figura do que havia de vir). 15. Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que com a falta. Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtida por um só homem, Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos. 16. Nem aconteceu com o dom o mesmo que com as conseqüências do pecado de um só: a falta de um só teve por conseqüência um veredicto de condenação, ao passo que, depois de muitas ofensas, o dom da graça atrai um juízo de justificação. 17. Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo! 18. Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá a vida. 19. Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos. 20. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça. 21. Assim como o pecado reinou para a morte, assim também a graça reinaria pela justiça para a vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. (Rm 5,12-21).Infelizmente, a doutrina do limbo reinou na Idade Média pois os próprios teólogos rejeitavam a idéia de que a criança sem batismo iria para o inferno por causa da falta original. Valendo-se da misericórdia de Deus, teorizaram a doutrina do limbo. Portanto, a teologia católica, no tocante a este assunto, caminhou no sentido da misericórdia. Notadamente, concluíram por um caminho intermediário – limbo – e não pelo definitivo – o céu.Evidentemente, os pais e a Igreja devem ministrar sem demora o batismo a todas as crianças.





(FONTE DE PESQUISA: revista Pergunte e Responderemos  nº 542, de D. Estevão Bettencourt)




O que seria o estado-lugar do “Limbo”?





Na verdade, são dois limbos a serem discutidos:





1)- O PRIMEIRO É O LIMBO DOS PATRIARCAS, CHAMADO TAMBÉM DE SEIO DE ABRAÃO OU COMO ATUALMENTE DENOMINAMOS: MANSÃO DOS MORTOS. As pessoas justas (pois os réprobos se precipitavam no Inferno) que morriam, antes de Jesus ter reaberto o Céu, com o seu sacrifício redentor na cruz, “íam” para qual “lugar”? Estas pessoas justas, do Antigo Testamento, ou melhor, antes de Cristo, ficavam à espera da Redenção de Jesus no estado-lugar chamado teologicamente de “Mansão dos Mortos” ou “limbo dos patriarcas” e biblicamente chamado de “seio de Abraão”, como na parábola do rico e de Lázaro, em Lc 16, 19-31, principalmente no v.22.“A ressurreição de Jesus possibilitou aos justos do AT entrar na bem-aventurança celeste. O limbo dos pais acaba nesse momento.” (D. Estêvão T. Bettencourt, teólogo católico).Jesus não desceu ao Inferno para resgatar ninguém. Como diz no “Credo – Símbolo dos Apóstolos”, Jesus desceu à “mansão dos mortos” (que já foi chamado de Infernos, no sentido de lugares profundos, afastados de Deus), e resgatou os justos que viveram antes Dele e da reabertura do Céu para todos os homens de boa-vontade.





2)- E o limbo das crianças não-batizadas? A criança não-batizada que morre nesta condição só tem o pecado original, que é de herança (Rm 5,19). Por isso alguns teólogos católicos, no passado, acreditavam que existia um limbo para essas almas, pois tais almas não poderiam ir para o inferno, pois não teriam pecado pessoalmente, mas não poderiam entrar em comunhão com Deus, pois estavam sem batismo, possuíam o pecado de herança.Deus não quer condenar a quem o ama, mas não pode também receber em sua Santíssima Presença, na sua visão face-a-face (1 Cor 13,12), QUALQUER TRAÇO DE PECADO, INCLUINDO O ORIGINAL: Deus é luz e nele não há treva alguma. (1 Jo 1,5b).Esta teoria surgiu a exemplo do Limbo dos Patriarcas, que realmente existiu. Os patriarcas e os demais justos que esperavam Jesus Cristo abrir o Céu (Lc 16,22) não tinham recebido o batismo sacramental que Jesus criou na época do Evangelho, uma vez que eram da época do Antigo Testamento.Alguns acreditavam que existia o Limbo das Crianças Não-batizadas porque esses patriarcas também não tinham sido batizados.Outros chegaram a postular que tais crianças seriam precipitadas no Inferno, porque não poderiam entrar no Céu com pecado, mesmo que fosse o original!





Por que o “pecado original” impede que a criança inocente vá para o Céu?





Os primeiros pais tinham dons espirituais, a saber: graça divina, imortalidade, impassibilidade, integridade e ciência moral difusa. Estes dons tornavam os primeiros pais harmoniosos em si mesmos. Ao pecarem por soberba, (pecado original) perderam estes mesmos dons.Sendo assim, toda criança nasce sem estes dons, ainda que, como dita D. Estevão Bettencourt, “anatomicamente perfeita”, é destoante do ideal proposto por Deus, em desarmonia consigo mesma e com o mundo que a cerca.O sacramento do Batismo existe para isso, regenerar tais criancinhas, habilitando a criança a ir para o Céu, entrar em comunhão definitiva com Deus, logo após a morte. Como já dito, Deus é luz e nele não há trevas (1 Jo 1,5b).Em 430 d.C., aproximadamente, os padres antigos gregos e S. Agostinho não concebiam um estado intermediário entre o céu e o inferno, que seria o limbo. No século XI Santo Anselmo de Cantuária idealizou o limbo, observando que o pecado original não era um ato consciente e voluntário, mas algo de negativo,  a ausência dos dons perdidos pelos primeiros pais. A partir do século XIII este estado foi chamado de “limbo das crianças”.Infelizmente, esta doutrina tornou-se comum na Igreja, mas nunca foi definida como dogma. Não era uma certeza de fé, mas uma construção teológica, uma solução teorizada por uma corrente de teólogos. Porém, nas últimas décadas, o assunto foi reexaminado pela Comissão Internacional de Teólogos, da Igreja, sob a presidência do Cardeal Joseph Ratzinger na época, atual Papa Bento XVI. A teoria foi rechaçada em 2007, mas não se tornou dogma de fé sua inexistência.A teoria do limbo das crianças não-batizadas,um pensamento teológico e NÃO DOGMÁTICO, que foi completamente abolido, depois de profundos estudos, ao longo dos anos:“Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mt 18,3). “Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos.” (Mt 18,14). Esta vontade salvífica universal abre várias vias de salvação, além do próprio batismo ordinariamente conhecido. Temos o batismo de sangue e o de desejo, por exemplo. Logo,  uma criança morta com o pecado original ou sem o Batismo não fica isenta da influência de Cristo Redentor; Deus há de providenciar, por vias misteriosas para nós, à salvação dessa criança. Além disso, a oração universal da Santa Mãe Igreja, solícita das intenções de toda a humanidade, há de ser valioso recurso para obter a plena salvação das crianças que morrem sem batismo. (D. Estevão Bettencourt).No limbo as crianças teriam um estado de felicidade meramente natural e não é esse o desejo de Deus. Deus quer elevar o homem à ordem sobrenatural. Ou seja, no final da história da salvação um estado de felicidade meramente natural seria sem propósito. Segundo também a própria Sagrada Escritura, “Deus quer que todos os homens se salvem” (1 Tm 2,4) e se para os adultos, além do batismo de água, existe o batismo de desejo, para as criancinhas só existiria o batismo sacramental ? Bem, segundo Mt 18,14, Deus não quer que nenhuma das crianças se perca, logo, sabendo que este mesmo Deus não está subordinado aos sacramentos para salvar quem Ele queira, podemos dizer que, juntamente com a oração universal da Igreja – que pede por todas as necessidades da humanidade -  e com o sacrifício de Cristo por nós, Deus há de salvar todas aquelas crianças que morreram sem batismo.





Outros argumentos que reforçaram a inexistência deste limbo:





Outros teólogos acreditam que a criança não-batizada teria “seu” pecado original extirpado no purgatório, pois além de ser um pecado de herança, não é mortal (com pleno consentimento e com matéria grave). Sobre este tema, a resposta de D.Estêvão Bettencourt é  providencial: “Quanto ao limbo das crianças que morrem sem batismo, não é doutrina de fé. É lícito dizer que Deus lhes dá a purificação necessária para entrarem no Céu pois o pecado original na criança não é uma culpa nem é um pecado propriamente dito, mas é a carência dos dons paradisíacos que os primeiros pais perderam. Essa carência pode ser perfeitamente suprida pela misericórdia divina de modo a dar à criancinha a bem-aventurança celeste.”





Jesus Cristo: o Novo Adão





Ainda mais, se foi por causa dos primeiros pais que perdemos aqueles dons, por causa do Novo Adão, Jesus Cristo, fomos dotados de nova santidade e vida. Em Rm 5,12-21 entendemos perfeitamente que a solidariedade com Cristo é muito mais benéfica do que foi prejudicial a solidariedade com o Antigo Adão. Todos nascemos sem a graça santificante por causa dos primeiros pais, mas, graças a bondade de Deus, receberemos o Céu, sendo resgatados pelo Novo Adão, Jesus Cristo.Infelizmente, a doutrina do limbo reinou na Idade Média pois os próprios teólogos rejeitavam a idéia de que a criança sem batismo iria para o inferno por causa da falta original. Valendo-se da misericórdia de Deus, teorizaram a doutrina do limbo. Portanto, a teologia católica, no tocante a este assunto, caminhou no sentido da misericórdia. Notadamente, concluíram por um caminho intermediário – limbo – e não pelo definitivo – o céu.O limbo das crianças não-batizadas é construção teológica, nunca foi dogma e, seguindo uma forte teoria, maioria absoluta na Igreja, baseada nas Sagradas Escrituras e na Misericórdia Divina, acredita-se, por razões de esperança, não de grande conhecimento, que não exista .Trata-se apenas de uma teoria, não confirmada pela Igreja por dogma, e que foi superada.Evidentemente, os pais e a Igreja devem ministrar sem demora o batismo a todas as crianças.


Segundo tema: Deus pode destruir a alma humana?



Conforme a seita pseudocristã “Testemunhas de Jeová”, a alma humana morre. E mais: é Deus quem a mata. Parece estranho aos nossos ouvidos tais afirmações, mas os seguidores desta facção ou corrente religiosa acreditam que Deus põe o termo final a alma de cada homem. Deus pode criá-la novamente, desde que seja Testemunha de Jeová (?!).Mas qual foi a fonte desta teoria? Os seguidores afirmam que Ez 18,4 corrobora com tal doutrina:“É a mim que pertencem as vidas, a vida do pai e a vida do filho. Ora, é o culpado que morrerá.” (Ez 18,4).A passagem de Ecl 9,5s também salienta:“Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida. 6. Amor, ódio, ciúme, tudo já pereceu; não terão mais parte alguma, para o futuro, no que se faz debaixo do sol.” (Ecl 9,5s)





Qual estudo confirma que a alma humana pode ser destruída por Deus?





A questão é a palavra NEPHESH. Ela aparece 750 vezes no Antigo Testamento e, segundo as Testemunhas de Jeová, tem o sentido de ALMA. Esta palavra hebraica tem, na verdade, vários significados, como hálito, garganta, alma, ser vivo, cadáver.Ora, fica muito pretensioso afirmar que NEPHESH só pode ser traduzido SEMPRE por ALMA, em todas as passagens, porque tanto no Antigo como no Novo Testamento, a doutrina professada é a sobrevivência de um núcleo da personalidade de cada ser humano após a morte, a este núcleo chamamos de ALMA.É a mesma coisa que dizer, em nosso português, que a palavra MANGA significará sempre “a fruta” e nunca a “parte da camisa que veste o braço”. Exemplos:



“A manga estava deliciosa...”



“A manga da camisa estava amassada.”




Nesta última frase, devo entender que “a fruta da camisa estava meio-podre, amassada”?As passagens bíblicas que possuem a palavra NEPHESH (que tem vários significados) não podem desmentir a verdade que Deus nos traz de que a alma é imortal. Deve-se usar todos os significados, cada um no contexto correto, dependendo da frase.





Vejamos alguns exemplos de passagens bíblicas que comprovam que a alma humana é imortal:





"Quanto a ti, irás em paz juntar-se aos teus pais, e serás sepultado numa ditosa velhice. (Gn 15,15)E morreu. A morte reuniu-o aos seus, velho e saciado de dias. Esaú e Jacó, seus filhos, sepultaram-no." (Gn 35,29)




"E, tendo Jacó dado aos seus filhos esta última recomendação, recolheu os pés em sua cama, e expirou. E foi reunido aos seus." (Gn 49,32s)





"Ponho sempre o Senhor diante dos olhos, pois ele está à minha direita; não vacilarei. 9. Por isso meu coração se alegra e minha alma exulta, até meu corpo descansará seguro, 10. porque vós não abandonareis minha alma na habitação dos mortos, nem permitireis que vosso Santo conheça a corrupção. 11. Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e delícias eternas à vossa direita." (Sl 16,8s)




"Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso."(Lc 23,43)





Portanto, os que partiram desta vida não terão suas almas destruídas por Deus ou ficarão dormindo, como pensam algumas seitas protestantes!




Os dizeres de Ecl 9,5s são aproximadamente do século IV a.C., período em que a questão pós-morte ainda não estava sedimentada, concluída. As idéias eram vagas e pálidas.  O autor de Eclesiastes acreditava na crença do cheol, lugar subterrâneo onde os mortos ficavam adormecidos, completamente inconscientes. Ao longo do tempo, a questão da vida após a morte foi sendo melhor desenvolvida e a doutrina do cheol, substituída.Já no livro da Sabedoria, do Antigo Testamento, antes mesmo de Jesus derrubar a teoria da morte plena após a morte, a sobrevivência  de um núcleo da personalidade de cada ser humano (ALMA) após a morte já era professada. (ver Sb 5,15ss).




"Mas os justos viverão eternamente; sua recompensa está no Senhor, e o Altíssimo cuidará deles. 16. Por isso receberão a régia coroa de glória, e o diadema da beleza da mão do Senhor, porque os cobrirá com sua direita, e os protegerá com seu braço". (Sb 5,15s)





Jesus veio aperfeiçoar a doutrina, aperfeiçoá-la e levá-la à plenitude:




"Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição."  (Mt 5,17)





Jesus demonstra que muitos pensamentos do Antigo Testamento, simbolizado pela lei mosaica e os profetas, seriam corrigidos ou aperfeiçoados. E a doutrina “pós-morte” é uma delas.A ressurreição foi confirmada por Jesus, doutrina que começou a ser professada, depois da doutrina do Cheol, ainda no Antigo Testamento, como podemos ver no livro do profeta Daniel: "Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão, uns para uma vida eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna. Os que tiverem sido inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor." (Dn 12,2s)





No Novo Testamento, como já vimos:





Em 1 Jo 3,2; 1 Cor 13,12; Mt 5,8 (e outras) a vida após a morte, e não a destruição da alma humana, é professada como artigo de fé:





"Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como Ele é". (1Jo 3,2)





"Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido." (1 Cor 13,12)





Além de tudo isso, é ilógico! Seria contraditório e herético afirmar que Deus destrói a alma humana, uma vez que foi criada por Ele - Seria afirmar que Deus errou ao criá-la! Deus não erra! Por isto é chamado de Deus.





E, do ponto de vista racional e lógico, em seu contexto filosófico, a alma humana, sendo espiritual, é, por sua natureza, imortal, pois está além da matéria, transcende a mesma – a matéria, vale lembrar, é mortal, se decompõe, é próprio de sua natureza – não importando se a alma é pecadora ou santa.Em resumo, só a matéria morre. A alma não é material, mas espiritual. Não pode morrer. Contradiz a Verdade. Contradiz o próprio Deus.





A DOUTRINA DOS DOIS JUÍZOS: O PARTICULAR E FINAL





O que acontece após a morte?




Para nós, cristãos, imediatamente após a morte vem o juízo (Hb 9,27). Neste instante, a alma humana será “julgada” e saberá se irá para o céu, para o purgatório ou para o inferno.



-Mas como se dá esse julgamento? 


-Como ele ocorre? 


-Existe um tribunal? 


-Quem é o juiz?






Bem, antes de mais nada, não existe um tribunal, não como concebemos materialmente, em nosso mundo. Contudo, a existência de um juiz é bíblica: Mt 5,25-26; Lc 12,58-59 e Hb 12,23 são algumas das passagens que comprovam isto.Jesus Cristo é o magistrado. Entretanto, neste momento que podemos chamar de Juízo Particular, não acontecerá uma “ação violenta de Deus”. Pelo contrário, Jesus é o juiz, mas é a nossa consciência que nos julgará.Sabemos que existem pecados mortais e pecados veniais. A passagem de I Jo 5,16-17 evidencia que existem faltas que levam à morte e outras que não. O pecado mortal é aquele que é praticado com matéria grave e com pleno consentimento e pleno conhecimento. Logicamente, pecado venial seria aquele até com matéria grave, mas que não tenha pleno conhecimento e pleno consentimento. Isto é,  podemos praticar pecados mortais e não ter a consciência de que os praticamos.Na chamada Teoria da Iluminação, o próprio Deus iluminará, no Juízo Particular, a consciência da alma humana e ela terá plena percepção de toda sua vida, com todos os seus atos, pensamentos, palavras e omissões. Com esta plena percepção, irresistivelmente e claramente irá entender o caminho que deve trilhar a partir daí, sem nenhuma atitude autoritária ou absurda de Deus.Se a alma entender que ela está preparada para se unir a Deus, e estar diante Dele em uma alegria infinita, esta alma irá para o céu.  Julgando-se despreparada ainda para esta união, irá para a purificação ou purgatório.  E caso, compreendendo sua vida pregressa, rejeitar cabalmente a Deus, irá para um estado de aversão à Santíssima Trindade, que a respeitará e se ausentará. Como sabemos, o inferno é a total ausência de Deus, porque assim aquela alma humana desejou. Deus é Bom, não obrigará ninguém a se unir a Ele.A morte, vale ressaltar, estabiliza as realidades imateriais e materiais do ser humano. Com a morte, não existe mais qualquer alteração, mas uma permanente estabilidade. Quem for para o céu, ali ficará. Quem for para o inferno, neste estado permanecerá para sempre.No fim dos tempos, as almas serão objetos de um segundo juízo: o final ou universal. Neste juízo, não existe um “recurso” do juízo particular. Não cabe qualquer apelação. A “sentença” – podemos dizer grosseiramente assim – já foi determinada. No Juízo Final, acontecerá a justiça final de Deus, com a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos corpos e a restauração do mundo, com “novos céus e novas terras”. Os bons ressuscitarão para a vida eterna e os maus, para o tormento eterno. E cada alma conhecerá os pecados das outras, para que haja transparência e justiça exatas.  Portanto, não existem dois juízos, porém duas etapas complementares. Ou existem dois juízos, mas um único julgamento para cada alma, sem recurso ou apelação.Logo, enquanto estamos no “caminho”, devemos nos preparar para morte. Para, graças a Deus, dizer um SIM definitivo ao Pai.



“Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos Senhor a vossa morte enquanto esperamos a vossa vinda.”






O que é Escatologia?





A Escatologia é o estudo sobre os últimos acontecimentos do homem. A palavra vem do grego eschatón, que significa último. Este estudo tem por objeto o fim da história da salvação. Sem esta noção não podemos compreender a própria vida da Igreja.Por que afirmamos isso? Simples. A finalidade da Igreja só será plenamente realizada na eternidade, ou seja, descoberta de forma cabal no fim da história da salvação. O Concílio Vaticano II afirma: “É no fim dos tempos que será gloriosamente consumada [a Igreja], quando, segundo se lê nos Santos Padres, todos os justos, desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão congregados junto ao Pai na Igreja universal” (LG,2). “A Igreja à qual somos todos chamados em Jesus Cristo… só será consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas; e, como o gênero humano, também o mundo inteiro, que está intimamente unido ao homem e por ele atinge o seu fim, será totalmente renovado em Cristo” (LG,48). Muitas passagens bíblicas comprovam isso. Quando de sua vinda gloriosa, Cristo inaugurará o seu Reino definitivo e toda a criação será renovada. 1Cor 15,24-28 ;Ef 1,10; Col 1,20 s;  2Pe 3,10-13;Is 65; Ap 21,1; Mt 19; Mt 28,20; At 3,21; 1Jo 3,2; Fil 3,20.


Nós, que somos Igreja, devemos ter esta consciência: somos peregrinos neste mundo. Estamos exilados, como diz São Paulo em II Cor 5,6 e Fil 1,23. Não é à toa que “paróquia” significa “terra de exílio”.





O  Que é o Homem?





O ser humano é composto de corpo material e alma espiritual.Espírito  não criado: DEUS.Espírito para existir sem corpo: o anjo (bom ou mal).Espírito para existir no corpo: alma humana).O corpo é mortal pois consta de elementos materiais, que, com o tempo, se vão desgastando.A Alma humana, sendo espiritual, é imortal.Corpo e alma embora sejam distintos um do outro , são complementares entre si.Embora a alma seja espiritual e imortal por si mesma,ela precisa do corpo para desenvolver sua potencialidades . Uma vez separada do corpo após a morte, ela usufruirá dos valores adquiridos durante a vida enquanto unida ao corpo.





Aos 17/05/1979 foi promulgada “Declaração da Congregação para Doutrina da Fé”, que incute distinção entre corpo e alma. Eis as afirmações:




"A Igreja crê numa ressurreição dos mortos(cf. símbolo dos apóstolos). A Igreja entende esta ressurreição referida ao homem todo; esta, para os eleitos, não é outra coisa se não a extensão, aos homens, da própria ressurreição de Cristo. A Igreja afirma a sobrevivência e a subsistência, depois da morte, de um elemento espiritual, dotado de consciência e de vontade, de tal modo que o EU humano subsista, ainda que sem corpo. Para designar este corpo a Igreja emprega a palavra alma…"





Para o cristão não há morte?




Sofrer e morrer significam, para o cristão, estender à sua carne os sofrimentos e a morte de Cristo vitorioso; por isto o Apostolo pode afirmar:“Enquanto o nosso homem exterior vai definhando, o nosso homem interior vai se renovando a cada dia”(2 Cor 4,16).O cristão então pode como, para quem não tem fé, a vida presente é dominada pela tremenda   perspectiva de morte , que lhe vai absorvendo as energias, assim, para o cristão, a morte presente é toda iluminada pela perspectiva que não é meramente futura, mas, que ela já possui o gérmen e que nele vai se desabrochando progressivamente até a ressurreição gloriosa. É o que significa o gráfico acima.




O Conceito Cristão da Morte?




“Deus não criou a morte nem experimenta alegria quando perecem os vivos. Criou todas as coisas para que tenham existência”(Sb 1,13s);


“Por meio de um só homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado, a morte, e assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”(Rm 5,12);


Eis porém que o Deus de bondade, que criou o homem, não abandonou a sua triste sorte. Em tempo oportuno, o próprio Deus assumiu a carne humana; tomou sobre si a morte com todas as angustias precursoras e ressuscitou; assim Jesus Cristo venceu a morte e dela nos libertou. Desta forma se por um homem o pecado entrou no mundo da mesma forma por um homem o Cristo Jesus libertou todo gênero humano.Jesus assim se apresenta como segundo Adão, que nos comunica a vida, e vida sem fim, em oposição ao primeiro Adão, que nos transmitiu a morte.(Cf. Rm 5,12-17)





Juízo Particular e Juízo Final, são a mesma coisa?





O juízo particular é aquele após a morte, onde a alma será julgada para entrar no céu, no inferno ou no purgatório como Eclo 11,28; 2 Cor 5,1-10; Hb 9,27 (que inclusive rechaça a reencarnação) e Lc 16,19-22. Confira isso em Lc 23,42 e Mt 17,1s(Transfiguração, Moisés e Elias).Pois no dia da morte é fácil para Deus dar a cada um conforme o seu comportamento. (Eclo 11,28).Como está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo (Hb 9,27) - "Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado.No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama..."( Lc 16,19-22).O justo mendigo conversa com Abraão, assim como o rico condenado, logo após a morte (Lc 16,19-22).  Vários são os exemplos bíblicos sobre este tema. Portanto, existe claramente o juízo particular: um primeiro julgamento, individual, para a decisão entre o céu (purgatório) e o inferno. Algumas seitas protestantes pensam que, após a morte, não existe julgamento, e a alma dorme até o fim dos tempos. Este pensamento é baseado em uma visão imperfeita de hagiógrafos do Antigo Testamento (Sl 16,6; Is 38,18s). Jesus aperfeiçoa a doutrina divina no Novo Testamento (Mt 5,17). Todas as passagens aqui examinadas comprovam isto.





Se existe o Juízo Particular, logo após a morte, para que serve o Juízo Final? Haverá recurso?





O juízo particular é definitivo.No fim dos tempos, as almas serão objetos de um segundo juízo: o final ou universal. Neste juízo, não existe um “recurso” do juízo particular. Não cabe qualquer apelação.A “sentença” – podemos dizer grosseiramente assim – já foi determinada. No Juízo Final, acontecerá a justiça final de Deus, com a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos corpos e a restauração do mundo, com “novos céus e uma terra nova”. Os bons ressuscitarão para a vida eterna e os maus, para o tormento eterno. Não existe fim do mundo, mas fim dos tempos, pois o mundo será restaurado, serão “novos céus e uma nova terra”.Tudo na história da salvação, na história do mundo inclusive, será esclarecido, para que haja transparência e justiça exatas.Portanto, não existem dois juízos, porém duas etapas complementares. Ou existem dois juízos, mas um único julgamento para cada alma, sem recurso ou apelação, no juízo particular.





Como será o Juízo Particular (após a morte)?





Imediatamente após a morte vem o juízo (Hb 9,27). Neste instante, a alma humana será “julgada” e saberá se irá para o céu, para o purgatório ou para o inferno.Mas como se dá esse julgamento? Como ele ocorre? Existe um tribunal? Quem é o juiz? Bem, antes de mais nada, não existe um tribunal, não como concebemos materialmente, em nosso mundo. Contudo, a existência de um juiz é bíblica: Mt 5,25-26; Lc 12,58-59 e Hb 12,23 são algumas das passagens que comprovam isto.Jesus Cristo é o magistrado (Jo 5,22-23; 1 Cor 4,5). Entretanto, neste momento que podemos chamar de Juízo Particular, não acontecerá uma “ação violenta de Deus”. Pelo contrário, Jesus é o juiz, mas é a nossa consciência que nos julgará.Existem pecados mortais e pecados veniais. A passagem de I Jo 5,16-17 evidencia que existem faltas que levam à morte e outras que não.Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este.17. Toda iniqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte. (I Jo 5,16-17).O pecado mortal é aquele que é praticado com matéria grave e com pleno consentimento e/ou pleno conhecimento. Logicamente, pecado venial seria aquele até com matéria grave, mas que não tenha pleno conhecimento e/ou pleno consentimento. Isto é,  podemos praticar pecados mortais e não ter a consciência de que os praticamos. Equivaleriam-se a pecados veniais.Na chamada Teoria da Iluminação, o próprio Deus iluminará, no Juízo Particular, a consciência da alma humana e ela terá plena e perfeita percepção de toda sua vida, com todos os seus atos, pensamentos, palavras e omissões. Com esta plena percepção, irresistivelmente e claramente irá entender o caminho que deve trilhar a partir daí, sem nenhuma atitude autoritária ou absurda de Deus.Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece. (1 Cor 4,5) (observe também 1 Cor 13,12).Se a alma entender (diante de seus pecados na vida mortal) que ela está preparada para se unir a Deus, e estar diante Dele em uma alegria infinita, esta alma irá para o céu (sem quaisquer pecados). Julgando-se despreparada ainda para esta união, irá para a purificação ou purgatório (pecados veniais). E caso, compreendendo sua vida pregressa, rejeitar cabalmente a Deus, irá para um estado de aversão à Santíssima Trindade, que a respeitará e se ausentará. Como sabemos, o inferno (pecados mortais) é a total ausência de Deus, porque assim aquela alma humana desejou. Deus é Bom, não obrigará ninguém a se unir a Ele.A morte, vale ressaltar, estabiliza as realidades imateriais e materiais do ser humano. Com a morte, não existe mais qualquer alteração, mas uma permanente estabilidade. Quem for para o céu, ali ficará. Quem for para o inferno, neste estado permanecerá para sempre.





No fim dos tempos, no Juízo Final, como será?





Os justos já estão no céu, desde a morte de cada um deles e após passarem pelo juízo particular,gozam da bem-aventurança permanente, em Deus. Suas almas estão em Deus,pois seus corpos mortais se deterioraram, salvo casos de corpos incorruptos. Intercedem por nós a Deus e louvam sem cessar o próprio Deus, em uma felicidade infinita.Os que padecem no purgatório também estão próximos a Deus, sendo purificados e aguardando, cada qual a seu tempo, sua “entrada” no céu, ainda somente como alma espiritual.Os julgados para o céu (vivos) receberão um corpo glorificado (sem limitação do espaço e do tempo, sem fome ou sede e demais vicissitudes) para a felicidade eterna e os que foram julgados para o inferno receberão um corpo para a morte eterna.Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. 32. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.44 Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?  45 Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim.  46 E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mt 25,31-46, aqui transcritos os v.31-33.44-46).Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão:  29 os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo. (Jo 5,28-29) Observe também o livro do Apocalipse.





Quando será o Juízo Final?





Não cabe a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade revelar o dia do Juízo Final, que será o mesmo do retorno de Cristo, em plena glória (também chamado Parusia).




A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai. “(Mc 13,32)


Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a outra, assim será com o Filho do Homem no seu dia.  (Lc 17,24)


Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu. (At 1,11)


Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. (Mt 25,31)


Jesus voltará em plena glória: Mc 13,24-27; Lc 17,22-25;1 Tes 2,16s; Mt 24,29-31*; Lc 21,25-28; 2 Pd 3,3-13*.






Juízo Final e a Ressurreição dos Justos





No Juízo Final, acontecerá a justiça final de Deus, com a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos corpos (Jo 5,28-29) e a restauração do mundo, com “novos céus e uma nova terra”. Na justiça final de Deus, tudo será esclarecido.Isto tudo ocorrerá no final dos tempos. É incorreto dizer “fim do mundo”, pois o mundo será restaurado, não destruído.As almas justas receberão corpos glorificados. Trata-se da ressurreição dos mortos, com os dons do corpo ressuscitado, a exemplo de Jesus ressuscitado. A teologia determina: por fim, sabemos que a graça santificante/ filiação divina é restabelecida no batismo, contudo, assim como o pecado entrou no mundo através de Adão e a salvação, através de Jesus, sabemos que Deus, sendo Bom, nos preparou, após nossa peregrinação terrestre, e nossa adesão a Cristo, dons maiores que os preternaturais. Após a morte, seremos salvos, graças a Cristo. Receberemos por ocasião da Parusia, corpos gloriosos ou espirituais. É o que está em Fl  3,21 e em 1 Cor 15,41-44, por exemplo. 





Teremos os chamados dons sobrenaturais, que compreendem:





a) a impassibilidade: o corpo estará submetido à alma racional, que estará submetida perfeitamente a Deus. Não haverá mais doenças, ferimentos, fadiga, sono, frio ou calor. Implica em eterna saúde, bem-estar inalterável, pois o domínio do homem sobre o corpo será perfeito.




b) a sutileza:  implica o poder de aparecer e desaparecer, assim como o de penetrar através dos corpos sólidos, como Jesus ressuscitado fez (Jo 20,19-26). Como dito sobre a impassibilidade, o corpo estará submetido à alma racional, que estará submetida perfeitamente a Deus. O domínio do homem sobre o corpo será perfeito, conferindo o efeito em sua parte corpórea de algo da natureza dos espíritos, os quais chamamos sutis. Como Cristo ressuscitado, os corpos serão palpáveis, mantendo a consistência desta terra.




c) a agilidade: Também como conseqüência deste domínio perfeito sobre o corpo, haverá um efeito também sobrenatural sobre o movimento. A agilidade livrará o corpo do seu peso e ele poderá ir para onde deseja a alma com uma facilidade e velocidade incomparáveis.




d) a claridade : como um jorro de glória sobre o corpo humano (Mt 13,41; Ap 21,23). Esta claridade é fruto da visão beatífica. Jesus tinha este atributo e os demais, contudo, suspendera a impassibilidade (para sofrer por nós na cruz) e a claridade. Só a deixou ver por ocasião da transfiguração (Mt 17), a três dos apóstolos – Pedro, Tiago e João.





Enfim, como acontece atualmente em nossas vidas, Deus conseguiu tirar de um mal – o pecado original – um bem ainda maior, um presente ainda maior para seus filhos, pois os dons sobrenaturais são infinitamente superiores aos preternaturais, da santidade/ justiça original. Deus não quis e não quer o mal, mas permite-o, porque não quer retirar o livre-arbítrio do homem nem teleguiar as criaturas. Afirma, porém, S. Agostinho que Deus nunca permitiria o mal no mundo se não tivesse meios em sua sabedoria para tirar do mal bens ainda maiores: “Deus julgou melhor tirar dos males bens do que não permitir mal algum”. Deus, com isso, retiraria o livre-arbítrio de seus filhos. É o que lembra São Paulo, em Rm 5,12-20:





“12. Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram… 13. De fato, até a lei o mal estava no mundo. Mas o mal não é imputado quando não há lei. 14. No entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não pecaram à imitação da transgressão de Adão (o qual é figura do que havia de vir). 15. Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que com a falta. Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtida por um só homem, Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos. 16. Nem aconteceu com o dom o mesmo que com as conseqüências do pecado de um só: a falta de um só teve por conseqüência um veredicto de condenação, ao passo que, depois de muitas ofensas, o dom da graça atrai um juízo de justificação. 17. Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo! 18. Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá a vida. 19. Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos. 20. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.”Complementação bíblica: Ressurreição da carne e propriedade dos corpos gloriosos: Jo 20,19-26; Mt 13,41; Ap 21,23; 1 Cor 15,40-49; Ap 7,16; Ap 21,4; Fl 3,21. Todos ressuscitaremos: 1 Ts 4,14.





Juízo Final: Novos Céus e uma terra nova





O Catecismo da Igreja Católica dita, conforme a Bíblia, que o mundo não será destruído, mas restaurado. (CIC 1042 até 1048)


1042.No fim dos tempos, o Reino de Deus chegará  à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado:


1043. Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de “céus novos e terra nova” (2Pd 3,13). Será  a realização definitiva do projeto de Deus de “reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra” (Ef 1,10).


1044. Neste “universo novo”, a Jerusalém celeste, Deus terá sua morada entre os homens. “Enxugará  toda lágrima de seus olhos, pois nunca mais haverá  morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá  mais. Sim! As coisas antigas se foram!” (Ap 21,4).


1045. Para o homem, esta consumação será  a realização última da unidade do gênero humano, querida por Deus desde a criação e da qual a Igreja peregrinante era “como o sacramento”. Os que estiverem unidos a Cristo formarão a comunidade dos remidos, a cidade santa de Deus (Ap 21,2), “a Esposa do Cordeiro” (Ap 21,9). Esta não será mais ferida pelo pecado, pelas impurezas, pelo amor-próprio, que destroem ou ferem a comunidade terrestre dos homens. A visão beatífica, na qual Deus se revelará  de maneira inesgotável aos eleitos, será a fonte inexaurível de felicidade, de paz e de comunhão mútua.


1046.Quanto ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino do mundo material e do homem: Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus (…) na esperança de ela também ser libertada da escravidão da corrupção (…). Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos interiormente, suspirando pela redenção de nosso corpo (Rm 8,19-23).


Também o universo visível está, portanto, destinado a ser transformado, “a fim de que o próprio mundo, restaurado em seu primeiro estado, esteja, sem mais nenhum obstáculo, a serviço dos justos”, participando de sua glorificação em Cristo ressuscitado. (CIC 1047)


“Ignoramos o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de transformação do universo. Passa certamente a figura deste mundo deformada pelo pecado, mas aprendemos que Deus prepara uma nova morada e nova terra. Nela reinará  a justiça, e sua felicidade irá satisfazer e superar todos os desejos de paz que sobem aos corações dos homens.” (CIC 1048). Complementação bíblica: 2 Pd 3,13; IS 65,17-21; 66,22; Ap 21,1; At 3,21; Rm 8,18-21;1 Cor 15;24-28; Mt 24,29-31; Mc 13,24-27; Lc 21,25-28; 2 Pd 3,3-13.





No Juízo Final: O mundo será ou não destruído?



Diante de um espiritualismo desequilibrado que tem completa aversão à matéria (o que contradiria Jesus, que ressuscitou com seu corpo e o glorificou), criou-se ao longo dos séculos uma mentalidade primitiva de que o final dos tempos culminaria com o fim material do planeta. No séc. II d.C, os gnósticos dualistas assim pensavam, por exemplo.  No séc. XV, Zanino de Sólcia e até alguns protestantes de nosso tempo.O Magistério da Igreja Católica, baseado no poder das chaves dado a Pedro por Jesus  (Mt 16,16s) e que indica o poder de desligar e ligar, de autoridade doutrinal cristã, se manifestou. Em um sínodo de Constantinopla, em 543 d.C., foi promulgado o seguinte:“Se alguém disser que o juízo futuro implicará na destruição total do mundo corpóreo, sendo o fim de todas as criaturas separar-se da matéria, de sorte que na vida futura nada fique de material, mas apenas subsistam puros espíritos, seja anátema (cânon 11)” - Pio II, no dia 14/novembro/1459, contra Zanino, disse:“O mundo se consumirá e terminará por um processo natural; o calor do sol há de absorver a umidade da terra e do ar, de modo que os elementos do mundo se incendeiem ” - Ou seja, o mundo “material” será destruído por um processo natural. A consumação dos tempos renovará o mundo, por meios que desconhecemos.




Juízo Final: Confirmado na Bíblia?




A renovação do mundo e não a destruição do mundo, é aludida na carta de Pedro:Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça.” (2 Pd 3,13)



E também profetizada por Isaías, no Antigo Testamento:Pois eu vou criar novos céus, e uma nova terra; o passado já não será lembrado, já não volverá ao espírito,” (Is 65,17)


Pois, assim como os novos céus e a nova terra que vou criar devem subsistir diante de mim, declara o Senhor, assim devem subsistir vossa raça e vosso nome.” (Is 66,22)



No Apocalipse, tal renovação é referida por João:Vi, então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia.” (Ap 21,1)




Em Atos dos Apóstolos, Pedro a chama de “restauração universal”: É necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração universal, da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas.” (At 3,21)



Diante de todos estes dados,  o mundo irracional foi associado ao homem em íntima comunhão de sorte, como diz D. Estevão Bettencourt. Este mundo, a natureza, enfim, tudo estaria também sujeito a corrupção e a desordem, assim como o homem, seu corpo e alma.São Paulo diz aos romanos:Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.19. Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.20. Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou),21. todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.” (Rm 8,18-21.A criação ficou sujeita à vaidade, ao pecado, por causa do homem. Em suas parábolas, Jesus já mostrava o valor transfigurado das criaturas, os pássaros, os lírios, a videira, o sal, a luz … são imagens ilustrativas do Reino de Deus, na mente de Cristo.Enfim, a renovação do mundo e de suas criaturas parece ser uma certeza. Uma vez restauradas todas as criaturas, participando cada qual, segundo sua capacidade, da glória do Senhor, São Paulo diz que Cristo entregará o reino deste mundo ao Pai:“24. Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação.25. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.26. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés.27. Mas, quando ele disser que tudo lhe está sujeito, claro é que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.28. E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos.” (1 Cor 15, 24-28). A morte e as penas devidas ao pecado terão domínio sobre as criaturas. Jesus Cristo, então, apresentará o mundo inteiro restaurado a Deus Pai, a fim de que a Majestade do pai, mediante Cristo, seja glorificada por todas as criaturas, quer espirituais, quer materiais.Aliás, não seria absurdo a criação, tão bela já neste tempo, ser destruída e desaparecer… e não ser restaurada, salva do pecado que o homem cometeu?





Juízo Final: A Justiça de Deus - Todos conhecerão os julgamentos de todos!



(Lc 12, 2-3), tudo será esclarecido: o motivo dos grandes acontecimentos da história, enfim, tudo. Acontecerá a ressurreição da carne, os que estiverem no “estado-lugar” do Céu gozarão da vida eterna no Reino definitivo de Cristo e os que estiverem no“estado-lugar” do inferno, para o tormento eterno. Acontecerá a restauração do mundo (novos céus e uma nova terra),   o mundo não será destruído em definitivo, mas restaurado, transformado. As últimas conseqüências das ações de cada indivíduo serão trazidas à plena luz, conseqüências que não sempre é dado avaliar ao observador envolvido na trama da história.



Maranatha !!! - Vem, Senhor Jesus!




A DOUTRINA DO PURGATÓRIO:













Não há necessidade de complicar a doutrina sobre o Purgatório como fazem os Protestantes, que por não a compreenderem, fazem deduções equivocadas tipo dizerem que o Purgatório anularia a sacrifício de Cristo. Ora isto é uma interpretação totalmente errônea e inverídica e não é o ensino sobre esta doutrina bíblica.É preciso lembrar que o purgatório é para salvos, ou seja, para quem já está com sua salvação garantida e objetiva apenas a purificação deste mesmo salvo para que possa entrar no céu, já que nada de impuro pode entrar no Céu.




ATENÇÃO! "O Purgatório não é segunda Chance para quem já está condenado" - É APENAS PURIFICAÇÃO DOS SALVOS!










No Purgatório estão aqueles que ao contrário do ladrão arrependido, ou seja, que não tiveram um arrependimento perfeito, precisam,são cientes e aceitam amorosamente esta purificação antes de gozar a visão Beatífica.Vejamos o que diz o magistério atual da Igreja Católica:




CIC - 1030: Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.





CIC - 1031: A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador.






No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro. Desde os primórdios a Igreja, assistida pelo Espírito Santo (cf. Mt 28,20; Jo 14,15.25; 16,12-13), acredita na purificação das almas após a morte, e chama este estado, não lugar, de Purgatório.Ao nos ensinar sobre esta matéria, diz o nosso Catecismo: “Aqueles que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados, estão certos da sua salvação eterna, todavia sofrem uma purificação após a morte, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu” (CIC, §1030).Logo, as almas do Purgatório “estão certas da sua salvação eterna”, e isto lhes dá grande paz e alegria. Falando sobre isso, disse o Papa João Paulo II:“Mesmo que a alma tenha de sujeitar-se, naquela passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, porque sabe que pertence para sempre ao seu Deus.”(Alocução de 03 de julho de 1991; LR n. 27 de 07/7/91). No purgatório – que é um estado da alma, não um lugar – estas almas fiéis a Deus, mas portadoras de inclinações desregradas e resquícios do pecado, se libertam destas escórias mediante uma purificação do seu amor.O purgatório não é um castigo, mas uma concessão da misericórdia divina: Deus não quer condenar a quem o ama, mas não pode também receber em sua Santíssima Presença, na sua visão face-a-face (1 Cor 13,12), QUALQUER TRAÇO DE PECADO: Deus é luz e nele não há treva alguma. (1 Jo 1,5b) - “A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador: no que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador.” (CIC, §1031).





Purgatório: diferente de Inferno!





“Este ensinamento baseia-se também sobre a prática da oração pelos defuntos de que já fala a Escritura Sagrada: ‘Eis porque Judas Macabeus mandou oferecer este sacrifício expiatório em prol dos mortos, a fim de que fossem purificados de seu pecado’ (2 Mac 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em favor dos mesmos, particularmente o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos”(CIC §1032).O sofrimento purificador do Purgatório é COMPLETAMENTE DIFERENTE daquele do inferno, como diz o CIC e como afirma Santa Catarina de Gênova, no seu Tratado sobre Purgatório.A alma do Purgatório, como já dito, não pode entrar em comunhão perfeita com Deus (Céu), por causa dos resquícios de pecado que ainda possui. Esta alma ama a Deus, mas de modo desordenado. Na carta aos Hebreus diz que “sem a santidade ninguém pode ver a Deus” (Hb 12,14). Logo, o Purgatório não é um castigo, mas uma graça da misericórdia de Deus, onde a alma, embora sofra, alegra-se grandemente de sua salvação.





Por que estas inclinações desordenadas na alma permanecem após a morte e precisam ser purificadas?










Cada um de nós carrega consigo uma certa “desordem interior” que deveria eliminar nesta vida, enquanto peregrinamos neste mundo. Quando isto não acontece, recaímos nas mesmas faltas. Ao confessarmos, recebemos o perdão dos pecados, mas infelizmente, para a maioria, a contrição ainda encontra resistência em seu íntimo, de modo que a “desordem interior”, a “verdadeira raiz daquele pecado ou outro qualquer”, não foi totalmente eliminada.Se não foi nesta vida mortal, no Purgatório, de uma vez por todas, esta “desordem interior” é totalmente destruída.Livre do corpo,a alma pode se purificar definitivamente,conduzida por Deus.Por isso, após algumas confissões, voltamos a cometer o mesmo pecado! A confissão perdoa aquele pecado, mas ainda é necessário apagar a desordem interior que este pecado provoca na alma da pessoa.Isto se deve pelo fato de que, para a Justiça Divina ser satisfeita, mesmo depois de perdoada a falta do pecador – aquele pecador não irá mais para o inferno por causa daquele pecado perdoado, a não ser que o cometa de novo – Deus exige satisfação ou reparação da desordem gerada pelo pecado.Deus não pode ser injusto! Deus não é um Pai “bonachão”, é um Pai amoroso, que nos ensina todos os valores de forma correta, como a Justiça, porém, não deixa de ser misericordioso, dando-nos a vida de seu único Filho Divino para nossa salvação. (Rm 3,23s).





Exemplos de Reparação, mesmo após o perdão dos pecados:




(O pecado mortal acarreta: Culpa, pena e consequências morais)




Por exemplo: quem rouba um objeto de alguém, além de pedir e receber perdão, deve devolver o bem. Quem calunia alguém, precisa do perdão e precisa restaurar a fama do ofendido.O rei Davi, culpado de homicídio e adultério, foi perdoado por Deus, porque se arrependeu, mas teve que sofrer a pena de perder o filho do adultério (2Sm 12,13s).Moisés e Aarão fraquejaram na fé em dados momentos da sua vida; por isso foram pelo Senhor privados de entrar na Terra prometida, embora a culpa lhes tenha sido perdoada (Nm 20,12s;27,12-14; Dt 34,4s).O velho Tobit ensina a seu filho que a esmola o libertará de todo pecado e da morte eterna (Tb 4,11s).Quando oferecemos uma Missa por uma alma do purgatório, e isto está registrado em todas as orações eucarísticas de nossa Igreja, oferecemos a reparação mais valiosa, ou melhor, infinitamente mais valiosa que existe: o sacrifício de Jesus na cruz por cada um de nós. (E PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO! É MARAVILHOSO!)






EUCARISTIA, SUFRÁGIO E A MISERICÓRDIA





A Santa Missa e as Indulgências são os melhores meios de sufragar as almas do purgatório.O que é “sufragar”? Na prática, seria oferecer obras meritórias, isto é, “com grandes méritos” em favor das almas do purgatório, que nada mais podem fazer por elas mesmas (o período de méritos é só na vida terrestre).A desordem interior, as tendências desregradas, os resquícios e as resistências do pecado, que a tudo isto chamamos de PENAS TEMPORAIS, devem desaparecer por completo para que possamos ver Deus face-a-face, ou seja, para entrarmos no “estado-lugar” do Céu.Esta purificação pode ser feita nesta vida terrestre, para que, terminada esta vida (morte), a alma possa imediatamente ir para o Céu, gozar da visão de Deus face-a-face.Porém, se isto não acontecer, a MISERICÓRDIA DIVINA nos concede a graça do purgatório.Não devemos crer que existam “almas abandonadas no purgatório”, ou esquecidas por Deus, pois as almas estão envolvidas pela infinita misericórdia de Deus, que não é um ser esclerosado e esquecido, mas perfeito em tudo.Entre nós e a almas do purgatório há o dever de sufragar primeiramente aqueles que nos estão mais próximos. É dever da família cristã sufragar as almas dos seus entes queridos.Os cristãos na terra podem ajudar seus irmãos falecidos que estejam no Purgatório, com orações e sufrágios (obras meritórias), pedindo a Deus que fortaleça o seu amor por estas almas para que apague toda sombra de tendências desregradas e lhes permita entrar “quanto antes” na visão de Deus face-a-face. Cada alma, ao seu tempo, vai sendo “libertada”para o Céu.O purgatório(como um todo) terminará quando o Senhor voltar para o juízo final, mas as almas que estão neste estado vão sendo “libertadas” conforme sua purificação, e isto pode acontecer antes do último juízo.Se você rezar, oferecer uma Missa por uma alma que já está no Céu, as suas preces beneficiarão quem ainda precise delas, no Purgatório.Apesar de dizermos o “quanto antes” e, no passado, se usar número de dias, meses e anos para contar o tempo no purgatório, é necessário dizer que esta é uma forma “antropomórfica”, isto é, com uma forma humana de dizer que existe um tempo no purgatório, mas não como é contado neste mundo material. É mais claro para as pessoas entenderem, mas no purgatório existe um outro tipo de tempo, pois as almas não possuem corpo neste estado. O Purgatório transcende os conceitos que adquirimos neste mundo, especialmente de tempo e espaço, pertence aos sábios e misteriosos desígnios salvíficos de Deus.





COMO É MEDIDO O TEMPO NA ETERNIDADE?





Após a morte, o ser humano está fora do tempo “material”. Ele não irá assistir imediatamente o fim dos tempos, por exemplo. O regime de eternidade (ausência de passado e futuro) só a Deus pertence. A medida do tempo espiritual – se é que podemos dizer assim – é medida pelo EVO ou por uma sucessão de atos psicológicos.O tempo no purgatório, logo, é medido pelo EVO ou por uma sucessão de atos psicológicos.Como já dito, as almas do purgatório não podem acelerar o próprio processo de purificação, mas os cristãos podem ser-lhes úteis em virtude da “comunhão dos santos ou dos bens sagrados”, que une todos os membros da Igreja entre si; já que os fiéis – militantes (terra), padecentes (purgatório) e triunfantes (céu) – formam o Corpo Místico de Cristo, os méritos de uns beneficiam os outros.Este tempo psicológico, chamado EVO,pode ser diminuído com nosso sufrágio e orações. Somos todos membros de um só Corpo Místico.Não somente isto: os sufrágios (orações e todas as demais obras meritórias, como a Celebração da Eucaristia e as indulgências) aplicados às almas do purgatório fazem com que elas sejam mais profundamente penetradas pelo amor de Deus, que nelas há de consumir as impurezas do pecado, livrando-as de qualquer apego ao pecado, qualquer resistência do pecado.A comunhão dos bens sagrados ou bens espirituais entre os fiéis não conhece classes nem privilégios, estes bens da Igreja circulam entre todos os membros desta. Mais um motivo que mostra que é inadequada a expressão “alma abandonada” do purgatório.Tais almas nada podem por elas, mas podem rezar por nós, em contrapartida.O Catecismo diz: ” A nossa oração por eles (no Purgatório) pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua intercessão por nós.” (CIC 958). Os santos, principalmente os místicos, invocavam as almas do purgatório, pedindo intercessão, como Santa Margarida Maria Alacoque.Em 1700, por exemplo, o Papa Clemente XI erigiu uma confraria “sob a invocação das almas do purgatório”.





Quem vai para o “estado” do Purgatório?





O cristão pode morrer amando a Deus, mas ainda ter contradições: ama a Deus, mas cai em impaciência, maledicência, omissões.Deus não o rejeitará, porque estas contradições não são obstáculos definitivos ao seu Amor, mas esta alma precisa ser purificada completamente para este encontro com o Senhor.Trata-se de uma purificação dos pecados veniais que acontece pela intensificação do Amor a Deus. A alma do purgatório precisa de nossas orações, para que Deus a penetre mais profundamente, dando-lhe a graça de intensificar o amor ao Senhor até que tais contradições e desordens desapareçam. Este é o processo “purificatório”.Como a alma, após a morte, está desapegada ao corpo, sente maior atração para Deus, para a qual foi criada. Este período de afastamento, logo, naturalmente, a faz sofrer grandemente. Contudo, a certeza do céu , da salvação eterna, lhes dá grande paz e alegria.Se o purgatório é a purificação dos pecados veniais, então só vai para este estado, após a morte, quem possui pecados veniais.





Quem possui pecados mortais se precipita no inferno? - Qual a diferença entre o pecado mortal e o pecado venial?




Como já sabemos, existem pecados mortais e pecados veniais. A passagem de I Jo 5,16-17 evidencia que existem faltas que levam à morte e outras que não (veremos adiante). O pecado mortal é aquele que é praticado com matéria grave e com pleno consentimento e/ou pleno conhecimento. Logicamente, pecado venial seria aquele até com matéria grave, mas que não tenha pleno conhecimento e pleno consentimento. Isto é,  podemos praticar pecados mortais e não ter a consciência de que os praticamos. Se falta um dos requisitos do pecado mortal (matéria grave, pleno consentimento e pleno conhecimento) configura-se pecado venial.




"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas." (Mt 23,23)




"Preservai, também, vosso servo do orgulho; não domine ele sobre mim, então serei íntegro e limpo de falta grave." (Sl 19,14)




"Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. 32 Se alguém disser alguma palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no vindouro." (Mt 12,31-32)



Nestas passagens vemos que existem boas obras preferenciais!




A prática da justiça é mais importante que o pagamento do dízimo. São duas obras positivas, mas existe uma hierarquia. Ao analisarmos a passagem de Mt 12, 31-32 descobrimos que existem pecados que podem ser perdoados e outros que nem após a morte. Isto evidencia que existem erros mais graves que outros. A doutrina católica diferencia os pecados e estabeleceu uma primeira classificação mais simples. Pecado venial é todo pecado leve, que enfraquece a presença de Deus em nós, mas não a rompe. Pecado mortal é todo pecado grave, que nos separa de Deus, impedindo a presença d’Ele em nossa alma. Veja na passagem a seguir. É claríssimo:



"Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é para morte; não digo que se reze por este. 17. Toda iniqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte." (I Jo 5,16-17)





Complementação bíblica: Mt 23,23; Mt 12,31-32; I Jo 3,24; Tg 1,12-15; 2 Mc 12,39-45; I Cor 3,11-15; Tb 12,12; I Cor 15,29; 2 Tm 1,16-18; Mt 5,25-26, Sl 19,14. Século vindouro é após a morte, veja Mc 10,28-31.



Afinal, inferno, céu e purgatório são lugares ou estados de alma?





Papa Bento XVI, em 2004, afirmou que o céu e o inferno são estados da alma, não localidades. Em 2006, porém, Bento XVI referiu que o inferno não é uma imagem literária, mas uma realidade, um lugar onde as pessoas queimam por toda a eternidade.




Ora, é um lugar, uma figura de linguagem ou um estado de alma? E o céu e o purgatório?




Resposta: Céu, inferno e purgatório não são realidades topográficas, como antigamente imaginaram os pintores, catequistas, poetas…  O céu não é um parque com muita luz e água onde os amigos se reencontram, nem o inferno é um tanque de enxofre fumegante com diabinho a torturar os réprobos. No purgatório não há diabinhos torturando as almas purgantes, também. O fogo do inferno, por exemplo,é uma conseqüência ao pecado que atormenta o pecador sem que ele queira pedir perdão. Não é o fogo que conhecemos.Podemos dizer que o céu, inferno e purgatório são lugares, mas lugares fora das concepções humanas e visíveis. Os últimos acontecimentos do homem são realidades do além. Acima de tudo, devemos chamá-los de estado de alma, mas como se dão além deste mundo material, convém também mencionar que são locais, mas não como nós conhecemos.Por isso, a melhor expressão é “estado-lugar”. “Estado” por significar estado da alma e “lugar” porque não é uma figura de linguagem, um conto de fadas, é algo concreto, uma realidade sim, além da nossa, como diz São Paulo sobre o céu: “Aquilo que o olho do homem jamais viu, o ouvido jamais apreendeu e o coração humano jamais concebeu” (1 Cor2,9)”, fora do alcance do homem nesta vida, inclusive de suas concepções mundanas.  Para se viver isto não precisa estar em um local dimensionado, um lugar, humanamente concebido.





Sobre as Indulgências





A Santa Missa e as Indulgências são os melhores meios de sufragar as almas do purgatório.O que é “sufragar”? Na prática, seria oferecer obras meritórias, isto é, “com grandes méritos” em favor das almas do purgatório, que nada mais podem fazer por elas mesmas (o período de méritos é só na vida terrestre).Os cristãos na terra podem ajudar seus irmãos falecidos que estejam no Purgatório, com orações e sufrágios (obras meritórias), pedindo a Deus que fortaleça o seu amor por estas almas para que apague toda sombra de tendências desregradas e lhes permita entrar “quanto antes” na visão de Deus face-a-face. Cada alma, ao seu tempo, vai sendo “libertada”para o Céu. O purgatório(como um todo) terminará quando o Senhor voltar para o juízo final, mas as almas que estão neste estado vão sendo “libertadas” conforme sua purificação, e isto pode acontecer antes do último juízo.Se você rezar, oferecer uma Missa por uma alma que já está no Céu, as suas preces beneficiarão quem ainda precise delas, no Purgatório! Como já dito, toda violação deve ser reparada, porque Deus é Pai, não é paternalista. Deus não é conivente com o mal e nem “passa por cima das suas conseqüências”, como se Ele não as tivesse notado. Qualquer pai, mesmo perdoando ao filho os seus erros, não deixa, no entanto, de corrigi-lo para que abandone o erro e repare os seus estragos.O amor a Deus em nós, nesta vida, ainda não é suficientemente forte para apagar todo o resquício de pecado na alma. Essa concupiscência desordenada, que faz o homem voltar ao pecado, por não ter ainda um amor tão grande a Deus, pode ser vencida NESTA VIDA ou NO PURGATÓRIO.



A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja. (CIC 1498)




Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório a remissão das penas temporais, conseqüências dos pecados.( CIC 1499)





Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência!




O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, conseqüentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama “pena eterna” do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado “purgatório”. Esta purificação liberta da chamada “pena temporal” do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena. (CIC 1473)





As indulgências e a Misericórdia de Deus




Papa Paulo VI explica: “Assim nos ensina a revelação divina que os pecados acarretam como conseqüência penas infligidas pela santidade e justiça divina, penas que devem ser pagas ou neste mundo, mediante os sofrimentos, dificuldades e tristezas desta vida e, sobretudo mediante a morte, ou então no século futuro (…)” - “Essas penas (temporais) são impostas pelo julgamento de Deus, julgamento a um tempo justo e misericordioso, a fim de purificar as almas, defender a integridade da ordem moral e restituir à glória de Deus a sua plena majestade. Todo pecado, efetivamente, acarreta uma perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o pecador como tal quer a comunidade humana.” Logo, a Indulgência é a “remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Normas sobre as Indulgências, 1)Esta prática não deve ser algo mecânico. O penitente deve cumprir a obra indulgenciada com profundo amor a Deus e repúdio radical de todo pecado. Sem isto, não se “ganha” a indulgência.Na prática, faz-se o bem para apagar as seqüelas do mal, do nosso próprio pecado, em nosso interior. Paga-se o mal com o bem (Rm 12,21)! Como diz o Catecismo, através de obras de misericórdia, piedade e de caridade, como também pela oração e diversas práticas de penitência, o fiel se despoja do “homem velho” e, sem frieza mecânica, com ardente e profundo amor no que se está fazendo, reveste-se do “homem novo” (Ef 4,24; CIC 1472, 1478).Algumas das muitas Passagens Bíblicas que comprovam isto: (Jr 15,19;Mt 6,12; Eclo 2,13; Mt 5,46;Mt 6,4; Mt 7,1-2; os cap. Mt 5,6,7). Saiba: aquele que fizer um pecador retroceder do seu erro, salvará sua alma da morte e fará desaparecer uma multidão de pecados. (Tg 5,20). Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama.  (Lc 7,47). A água apaga o fogo ardente, a esmola enfrenta o pecado.  (Eclo 3,33)





Grandiosas lições que tal doutrina dos dá:





A Igreja ensina, com as Indulgências, que os fiéis, por suas próprias forças, não podem expiar o prejuízo que se infligiram a  si mesmos e a toda comunidade (Corpo Místico de Cristo), sendo então excitados a HUMILDADE.As indulgências nos dão a confiança e esperança na total reconciliação com Deus.As indulgências contribuem para que a Igreja se apresente a Cristo sem mancha, nem ruga, mas santa e imaculada (Ef 5,27).Pelas indulgências, os membros da Igreja Padecente (Purgatório) são mais rapidamente agregados a Igreja triunfante (Céu).ATENÇÃO! Só se adquire indulgências com uma sincera metanóia (mudança de vida) e união com Deus, que visa cumprir as obras. Um ótimo incentivo para a conversão diária.A Igreja dá liberdade aos seus filhos de usar dos meios de purificação e santificação, lembrando que a Eucaristia e os demais sacramentos estão no topo desta enorme lista contida no tesouro espiritual da Redenção.Transferir indulgências praticadas por nós para as almas do purgatório, como sufrágio, é um ato de excelente caridade, assim como Jesus nos determinou.(Jo 13,34).A Igreja tem a autoridade de conceder e criar indulgências por ser o Sacramento Universal da Salvação da Humanidade, motivando seus filhos a obras de fé e piedade. Motiva-os ao amor. Estão ligadas ao Sacramento da Confissão.Esta autoridade foi dada a Pedro, pessoalmente, com o poder das chaves, de desligar e ligar com autoridade divina (Mt 16,16s) e ao Colégio dos Apóstolos, sem exceções (Mt 18,18). Jesus deu autoridade aos apóstolos para ensinar e agir em Seu próprio nome: “16. Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou. “(Lc 10,16) (CIC 889,890,1478)





Último detalhe: não é comércio!




As indulgências não se ganham sem uma sincera conversão e busca de unidade de vida! Não se pode contabilizá-las nem tampouco achar que trata-se de um comércio espiritual de perdão. Muito pelo contrário: cada pecado tem sua pena eterna e sua pena temporal. A pena eterna é apagada pela confissão, pela misericórdia divina. A pena temporal se extingue pela vida neste mundo ou no purgatório. Mas as obras de piedade, de penitência e de caridade ajudam a diminuir, ainda nesta vida, a pena temporal dos pecados por nós cometidos. Indulgência não se compra com dinheiro, mas se adquire com obras de piedade, de penitência e de caridade e nem se aplica a pecados futuros.Por fim, existem dois tipos de indulgência: plenária e parcial, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados. Qualquer fiel pode lucrar indulgências para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio. A plenária só pode se ganhar uma vez por dia, salvo se o fiel estiver com risco de vida, e as parciais mais vezes ao dia, se expressamente não se determinar o contrário. Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo o afeto a qualquer pecado até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Papa. Exemplo de indulgência plenária: visitar o Santíssimo Sacramento para adorá-lo por meia hora no mínimo. Logicamente deve-se cumprir juntamente com as três condições descritas anteriormente.Concede-se indulgência parcial, por exemplo, ao fiel que, no cumprimento dos deveres e na tolerância das aflições da vida,ergue o espírito a Deus com humilde confiança, acrescentando alguma piedosa invocação, mesmo só em pensamento. Ainda existem outros exemplos mais simples de indulgência parcial, como atos de fé, esperança e caridade; a oração ao Anjo da Guarda, a comunhão espiritual, a citação do Creio, Salve-rainha, o sinal da cruz, etc.





O Purgatório está no Magistério da Igreja?





Além das passagens do Catecismo, que já mostramos, destacamos alguns documentos oficiais da Igreja que confirmam o purgatório:




Concílio de Lião II (1274): “Se (os cristãos que tenham pecado) faleceram realmente possuídos de contrição, antes, porém, de ter feito dignos frutos de penitência por suas obras más e por suas omissões, suas almas, depois da morte, são purificadas pelas penas purgatórias(…)”




Constituição Benedictus Deus, do Papa Bento XII (1336): “(…) As almas (…) dos fiéis falecidos(…), dado que nada tenha havido a purificar quando morreram ou nada haja a purificar quando futuramente morrerem ou caso tenha havido ou haja algo a purificar, uma vez purificadas após a morte(…) essas almas, logo depois da morte e da purificação de que precisam (…), foram, estão e estarão no céu”.




Concílio de Trento (1545-63): Prescreveu aos bispos “fizessem que os fiéis mantenham e creiam a sã doutrina sobre o purgatório”, evitando que se confunda a doutrina com fantasias populares, que era grande no fim da Idade Média.




Papa João Paulo II, em 1991, disse: “Mesmo que a alma tenha de sujeitar-se, naquela passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, porque sabe que pertence para sempre ao seu Deus.”(Alocução de 03 de julho de 1991; LR n. 27 de 07/7/91)




Papa João Paulo II, em 1997: “A tradição da Igreja exortou sempre a rezar pelos mortos.”(Alocução Mariana). Estes são apenas alguns exemplos. A doutrina do purgatório é um dogma de fé.





O Purgatório está confirmado na Liturgia da Igreja?





Na Liturgia atual, em qualquer das formas da Oração Eucarística, a Igreja ora pelas almas. Em 17.5.1979, em Roma, a Congregação para a Doutrina da Fé afirmou que a Liturgia da Igreja é um “lugar teológico”, isto é, um documento que comprova a doutrina da Igreja. Desde épocas remotas, a Liturgia supõe o purgatório e pratica, com isso, os sufrágios pelos mortos.




Alguns exemplos de Orações Eucarísticas:





 “Lembrai-vos também dos que morreram na paz do vosso Cristo e de todos os mortos dos quais só vós conheceis a fé.” (O.E.IV)




“Lembrai-vos dos nossos irmãos e irmãs (…) que adormeceram na paz do vosso Cristo, e de todos os falecidos, cuja fé só vós conhecestes: acolhei-os na luz da vossa face e concedei-lhes, no dia da ressurreição, a plenitude da vida.” (O.E. VI-A)




“Lembrai-vos também dos nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós na luz da vossa face.” (O.E. II)




O Purgatório está confirmado na Tradição da Igreja?





Desde os primeiros séculos os cristãos praticam sufrágios pelos mortos, já usuais desde os tempos de Judas Macabeu, no século II a.C. Logo, muitos escritores cristãos comprovam que a Tradição da Igreja confirma o Purgatório desde os primeiros séculos da era cristã.



Século II d.C.: Atas do Martírio de Sta.Perpétua de Cartago (África): Nestas atas, a mártir aparece orando por seu irmão Dinócrate, que morreram jovem. Mais tarde, em uma aparição, viu seu irmão, revestido de bela túnica, a gozar de refrigério, saciedade e alegria.




Tertuliano (222 d.C.): testemunhava: “A esposa roga pela alma do seu esposo e pede para ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágios todos os dias de aniversário de sua morte” (De Monogamia,10)




São Cipriano (258 d.C.), bispo católico de Cartago: Refere-se à oferta do sacríficio eucarístico em sufrágio pelos defuntos. Nas suas cartas é comum encontrar a expressão “(…) oferecer o sacrifício por alguém ou por ocasião dos funerais de alguém”.




São Cirilo de Jerusalém (386 d.C), nas Catequeses Mistagógicas, muitas passagens falam do purgatório, como esta: “Da mesma forma, rezando nós a Deus pelos defuntos, ainda que pecadores, não lhe tecemos uma coroa, mas apresentamos Cristo morto pelos nossos pecados, procurando merecer e alcançar propiação junto a Deus clemente, tanto por eles como por nós mesmos.”




São João Crisóstomo (407 d.C.), refere que “os Apóstolos instituíram a oração pelos mortos (em função da existência do purgatório) e que esta lhes presta grande auxílio a real utilidade.”




A Didaqué (redigida no início do sec.III d.C.) , doutrina atribuída aos doze apóstolos, ordena: “(…) O pão puro que o fogo tiver purificado e que a invocação tiver santificado ( chamada “Eucaristia” em outra parte), oferecei-o orando pelos mortos”.




Cânones de Hipólito, liturgia do século III d.C.,  contém a frase: “caso se faça a memória (anamnese, sufrágio) em favor daqueles que faleceram…”   – e muitos outros casos não citados aqui.



O Purgatório se encontra confirmado até pela Arqueologia:As inscrições funerárias dos antigos cemitérios cristãos atestam o costume vivo de orar pelas almas do purgatório.




Fim do século II d.C.: a inscrição “Epitáfio de Abércio” atesta que Abércio era bispo na Frígia(Ásia Menor) e mandou esculpir em uma pedra, em seu túmulo, os dizeres: “Mandei escrever estas coisas eu Abércio, na idade de 72 anos. O irmão que as compreender, queira orar por Abércio.”




Por volta de 268 d.C.: No cemitério de Priscila, em Roma, em um túmulo: “Este túmulo, Iperéquio preparou-o para a sua benemérita esposa Albínula. Deus alivie o seu espírito.”




Uma inscrição funerária em Alexandria, no Egito, foi encontrada, com os dizeres: “Que o Senhor se recorde da dormição (morte) e do repouso de Makara, a muito meiga! Aquele que lê, ore por ela!”




Século IV d.C., de origem copta: “Eu, João, diácono, deixei minha mãe viúva. Vim para cidade de Cós; aí morri, levaram-me e puseram-me neste túmulo. Lembrai-vos de mim, bem-amados, a fim de que Deus me perdoe!


Este são alguns exemplos. Os testemunhos dos cristãos mostram claramente que professavam a certeza do Purgatório.






O conceito de purgatório foi ensinado pelo próprio jesus!




"Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. 59. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo."  (Lc 12,58-59 e Mt 5,23-26) Duas passsagens claríssimas.





O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. Não se trata da realidade do Inferno.São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte. Século vindouro significa após a morte (Mc 10,28-30). Logo,certas faltas podem ser perdoadas após a morte, no estado chamado Purgatório.





“31. Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada.32. Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro.” (Mt 12,31-32) ou Mc 3,28-29





O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados.“Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração em favor dos mortos.Desta passagem bíblica surge o costume da chamada “missa de 7º dia”. Os cristãos podem orar pelos mortos que estão no estado do purgatório, oferecendo a Missa, Jesus Eucarístico, pela purificação de seus pecados.Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.O fogo neste texto tem sentido metafórico e representa o juízo de Deus (cf. Sl 78, 5; 88, 47; 96,3). O purgatório não é de fogo terreno, já que a alma, sendo espiritual, não pode ser atingida por esse fogo. No purgatório a alma vê com toda clareza a sua vida tíbia na terra, o seu amor insuficiente a Deus, e rejeita agora toda a incoerência a esse amor, vencendo assim as paixões que neste mundo se opuseram à vontade santa de Deus. Neste estado, a alma se arrepende até o extremo de suas negligências durante esta vida; e o amor a Deus extingue nela os afetos desregrados, de modo que ela se purifica. Desta forma, a alma sofre por ter sido negligente, e por atrasar assim, por culpa própria, o seu encontro definitivo com Deus. É um sofrimento nobre e espontâneo, inspirado pelo amor de Deus e horror ao pecado.




Nesta outra passagem abaixo também, há uma imagem nítida do Purgatório:





”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir.” (Lc 12,45-48).




Nesta parábola, o administrador é o cristão.O cristão que for infiel, receberá a visita do seu Senhor “no dia em que não esperar” (dia de sua morte), e o Senhor o “mandará ao destino dos infiéis” (Inferno). Porém, a parábola indica claramente que haverá outros tipos de administradores (fiéis) e outros tipos de destino.Aí vemos o Purgatório: aquele que conhece a vontade de Deus mas não se preparou para a sua volta, será açoitado “com numerosos golpes”(lembra penitência, reparação dos pecados). Aquele que ignora a vontade de seu Senhor e fizer coisas repreensíveis, será açoitado com “poucos golpes”.Estes dois tipos de fiéis não irão para o mesmo “destino dos infiéis”. Serão punidos, terão “pena para pagar”, ”pecados a reparar”, uns mais, outros menos, conforme o merecimento de cada um.É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os fiéis haverão de ser purificados.





Uma “figura” do Purgatório em 1Pe 3,18-19; 4,6





A Passagem de São Pedro 1Pe 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do Purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.””(1Pe 3,18-19; 4,6).Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos (justos mas não merecedores do Inferno) estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. È um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo. Novamente ressaltamos, o termo “lugar” aqui não é um local dimensionado como nós, seres humanos, concebemos, mas uma realidade invisível expressa pela linguagem terrena.





Pensamentos Consoladores sobre o Purgatório:










O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567-1655), tem um ensinamento maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que “é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório”. Eis o que ele nos diz:




1 – As almas ali vivem uma contínua união com Deus.




2 – Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.



3 -Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus e elas em uma única e perfeita vontade!




4 – Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.



5 – São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.



6 – Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.


7 – São consoladas pelos anjos.


8 – Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.


9 – As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.


10 – Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.


11 – O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.





Uma oração pelas santas almas do purgatório, a qual Jesus prometeu a Santa Gertrudes que salvaria 1000 almas do purgatório todos os dias, por cada pessoa que rezar, com fervor, esta oração:








“Eterno Pai, eu vos ofereço o preciosíssimo sangue de Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as missas que hoje são celebradas em todo o mundo, por todas as santas almas do purgatório, pelos pecadores de todos os lugares, pelos pecadores de toda a Igreja, pelos de minha casa e meus vizinhos..."Amém!    





Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed. Editora Rosário, Curitiba, 1981)






FONTE: Gentedefe.com







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