Questões polêmicas:
1)- O
“limbo das crianças não-batizadas” existe?
2)-Deus
pode destruir uma alma humana?
3)-Como
entender corretamente a Doutrina do Purgatório ? O Purgatório substitue ou
anula o sacrifício de Cristo ? Purgatáorio é Segunda Chance para condenados ?
Quem vai para o Purgatório ?
4)-Como
entender a doutrina dos Dois Juizos? O Particular e o Final ?
A TEOLOGIA MEDIEVAL
DO LIMBO:
Sabemos
que o limbo sempre foi uma construção teológica, nunca foi declarado dogma de
fé (certeza de fé).Mas por que esta doutrina, que atualmente (2007) foi
plenamente rechaçada, perdurou como um sombra pálida na doutrina católica,
durante tantos séculos?Os primeiros pais tinham dons espirituais, a saber:
graça divina, imortalidade, impassibilidade, integridade e ciência moral
difusa. Estes dons tornavam os primeiros pais harmoniosos em si mesmos. Ao
pecarem por soberba, perderam estes mesmos dons.Sendo assim, toda criança nasce
sem estes dons, ainda que, como dita D. Estevão Bettencourt, “anatomicamente
perfeita”, é destoante do ideal proposto por Deus, em desarmonia consigo mesma
e com o mundo que a cerca.O sacramento do Batismo existe para isso, regenerar
tais criancinhas, habilitando a criança a ir para o Céu, entrar em comunhão
definitiva com Deus, logo após a morte.Em 430
d.C., aproximadamente, os padres antigos gregos e S. Agostinho não concebiam um
estado intermediário entre o céu e o inferno, que seria o limbo. No século XI
Santo Anselmo de Cantuária idealizou o limbo, observando que o pecado original
não era um ato consciente e voluntário, mas algo de negativo, a ausência dos dons perdidos pelos primeiros
pais. A partir do século XIII este estado foi chamado de “limbo das crianças”.Infelizmente,
esta doutrina tornou-se comum na Igreja, mas nunca foi definida como dogma. Não
era uma certeza de fé, mas uma construção teológica, uma solução teorizada
pelos doutores. Porém, nas últimas décadas, o assunto foi reexaminado pela Comissão
Internacional de Teólogos, da Igreja, sob a presidência do Cardeal Joseph
Ratzinger na época, abolindo tal teoria.
Mas por que o limbo
não existe?
No
limbo as crianças teriam um estado de felicidade meramente natural e não é esse
o desejo de Deus. Deus quer elevar o homem à ordem sobrenatural. Ou seja, no
final da história da salvação um estado de felicidade meramente natural seria
sem propósito. Segundo também a própria Sagrada Escritura, “Deus quer que todos
os homens se salvem” (1 Tm 2,4) e se para os adultos, além do batismo de água,
existe o batismo de desejo, para as criancinhas só existiria o bastimo
sacramental ? Bem, segundo Mt 18,14, Deus não quer que nenhuma das crianças se
perca, logo, sabendo que este mesmo Deus não está subordinado aos sacramentos
para salvar quem Ele queira, podemos dizer que, juntamente com a oração
universal da Igreja – que pede por todas as necessidades da humanidade - e com o sacrifício de Cristo por nós, Deus há
de salvar todas aquelas crianças que morreram sem batismo.Assim é a vontade de
vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos. (Mt 18,14.Ainda
mais, se foi por causa dos primeiros pais que perdemos aqueles dons, por causa
do Novo Adão, Jesus Cristo, fomos dotados de nova santidade e vida. Em Rm
5,12-21 entendemos perfeitamente que a solidariedade com Cristo é muito mais
benéfica do que foi prejudicial a solidariedade com o Antigo Adão.Por isso,
como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a
morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram… 13. De fato, até a
lei o mal estava no mundo. Mas o mal não é imputado quando não há lei. 14. No
entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não
pecaram à imitação da transgressão de Adão (o qual é figura do que havia de
vir). 15. Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que com a falta. Pois se a
falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito mais razão o dom de
Deus e o benefício da graça obtida por um só homem, Jesus Cristo, foram
concedidos copiosamente a todos. 16. Nem aconteceu com o dom o mesmo que com as
conseqüências do pecado de um só: a falta de um só teve por conseqüência um
veredicto de condenação, ao passo que, depois de muitas ofensas, o dom da graça
atrai um juízo de justificação. 17. Se pelo pecado de um só homem reinou a
morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da
graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo! 18.
Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens,
assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá
a vida. 19. Assim como pela desobediência de um só homem foram todos
constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão
justos. 20. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde abundou o
pecado, superabundou a graça. 21. Assim como o pecado reinou para a morte,
assim também a graça reinaria pela justiça para a vida eterna, por meio de
Jesus Cristo, nosso Senhor. (Rm 5,12-21).Infelizmente,
a doutrina do limbo reinou na Idade Média pois os próprios teólogos rejeitavam
a idéia de que a criança sem batismo iria para o inferno por causa da falta
original. Valendo-se da misericórdia de Deus, teorizaram a doutrina do limbo.
Portanto, a teologia católica, no tocante a este assunto, caminhou no sentido
da misericórdia. Notadamente, concluíram por um caminho intermediário – limbo –
e não pelo definitivo – o céu.Evidentemente, os pais e a Igreja devem ministrar
sem demora o batismo a todas as crianças.
(FONTE
DE PESQUISA: revista Pergunte e Responderemos
nº 542, de D. Estevão Bettencourt)
O que seria
o estado-lugar do “Limbo”?
Na
verdade, são dois limbos a serem discutidos:
1)- O
PRIMEIRO É O LIMBO DOS PATRIARCAS, CHAMADO TAMBÉM DE SEIO DE ABRAÃO OU COMO
ATUALMENTE DENOMINAMOS: MANSÃO DOS MORTOS. As
pessoas justas (pois os réprobos se precipitavam no Inferno) que morriam, antes
de Jesus ter reaberto o Céu, com o seu sacrifício redentor na cruz, “íam” para
qual “lugar”? Estas pessoas justas, do Antigo Testamento, ou melhor, antes de
Cristo, ficavam à espera da Redenção de Jesus no estado-lugar chamado
teologicamente de “Mansão dos Mortos” ou “limbo dos patriarcas” e biblicamente
chamado de “seio de Abraão”, como na parábola do rico e de Lázaro, em Lc 16,
19-31, principalmente no v.22.“A ressurreição de Jesus possibilitou aos justos
do AT entrar na bem-aventurança celeste. O limbo dos pais acaba nesse momento.”
(D. Estêvão T. Bettencourt, teólogo católico).Jesus não desceu ao Inferno para
resgatar ninguém. Como diz no “Credo – Símbolo dos Apóstolos”, Jesus desceu à
“mansão dos mortos” (que já foi chamado de Infernos, no sentido de lugares
profundos, afastados de Deus), e resgatou os justos que viveram antes Dele e da
reabertura do Céu para todos os homens de boa-vontade.
2)- E o limbo das crianças
não-batizadas? A
criança não-batizada que morre nesta condição só tem o pecado original, que é
de herança (Rm 5,19). Por isso alguns teólogos católicos, no passado,
acreditavam que existia um limbo para essas almas, pois tais almas não poderiam
ir para o inferno, pois não teriam pecado pessoalmente, mas não poderiam entrar
em comunhão com Deus, pois estavam sem batismo, possuíam o pecado de herança.Deus
não quer condenar a quem o ama, mas não pode também receber em sua Santíssima
Presença, na sua visão face-a-face (1 Cor 13,12), QUALQUER TRAÇO DE PECADO,
INCLUINDO O ORIGINAL: Deus é luz e nele não há treva alguma. (1 Jo 1,5b).Esta
teoria surgiu a exemplo do Limbo dos Patriarcas, que realmente existiu. Os
patriarcas e os demais justos que esperavam Jesus Cristo abrir o Céu (Lc 16,22)
não tinham recebido o batismo sacramental que Jesus criou na época do
Evangelho, uma vez que eram da época do Antigo Testamento.Alguns acreditavam
que existia o Limbo das Crianças Não-batizadas porque esses patriarcas também
não tinham sido batizados.Outros chegaram a postular que tais crianças seriam
precipitadas no Inferno, porque não poderiam entrar no Céu com pecado, mesmo
que fosse o original!
Por que
o “pecado original” impede que a criança inocente vá para o Céu?
Os
primeiros pais tinham dons espirituais, a saber: graça divina, imortalidade,
impassibilidade, integridade e ciência moral difusa. Estes dons tornavam os
primeiros pais harmoniosos em si mesmos. Ao pecarem por soberba, (pecado original)
perderam estes mesmos dons.Sendo assim, toda criança nasce sem estes dons,
ainda que, como dita D. Estevão Bettencourt, “anatomicamente perfeita”, é
destoante do ideal proposto por Deus, em desarmonia consigo mesma e com o mundo
que a cerca.O sacramento do Batismo existe para isso, regenerar tais
criancinhas, habilitando a criança a ir para o Céu, entrar em comunhão
definitiva com Deus, logo após a morte. Como já dito, Deus é luz e nele não há
trevas (1 Jo 1,5b).Em 430 d.C., aproximadamente, os padres antigos gregos e S.
Agostinho não concebiam um estado intermediário entre o céu e o inferno, que
seria o limbo. No século XI Santo Anselmo de Cantuária idealizou o limbo,
observando que o pecado original não era um ato consciente e voluntário, mas
algo de negativo, a ausência dos dons
perdidos pelos primeiros pais. A partir do século XIII este estado foi chamado
de “limbo das crianças”.Infelizmente, esta doutrina tornou-se comum na Igreja,
mas nunca foi definida como dogma. Não era uma certeza de fé, mas uma
construção teológica, uma solução teorizada por uma corrente de teólogos.
Porém, nas últimas décadas, o assunto foi reexaminado pela Comissão
Internacional de Teólogos, da Igreja, sob a presidência do Cardeal Joseph
Ratzinger na época, atual Papa Bento XVI. A teoria foi rechaçada em 2007, mas não se
tornou dogma de fé sua inexistência.A teoria do limbo das
crianças não-batizadas,um pensamento teológico e NÃO DOGMÁTICO, que foi
completamente abolido, depois de profundos estudos, ao longo dos anos:“Em verdade vos digo que se não vos converterdes e não vos fizerdes como
crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” (Mt 18,3). “Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes
pequeninos.” (Mt 18,14). Esta
vontade salvífica universal abre várias vias de salvação, além do próprio
batismo ordinariamente conhecido. Temos o batismo de sangue e o de desejo, por
exemplo. Logo, uma criança morta com o
pecado original ou sem o Batismo não fica isenta da influência de Cristo
Redentor; Deus há de providenciar, por vias misteriosas para nós, à salvação
dessa criança. Além disso, a oração universal da Santa Mãe Igreja, solícita das
intenções de toda a humanidade, há de ser valioso recurso para obter a plena
salvação das crianças que morrem sem batismo. (D. Estevão Bettencourt).No
limbo as crianças teriam um estado de felicidade meramente natural e não é esse
o desejo de Deus. Deus quer elevar o homem à ordem sobrenatural. Ou seja, no
final da história da salvação um estado de felicidade meramente natural seria
sem propósito. Segundo também a própria Sagrada Escritura, “Deus quer que todos
os homens se salvem” (1 Tm 2,4) e se para os adultos, além do batismo de água,
existe o batismo de desejo, para as criancinhas só existiria o batismo sacramental
? Bem, segundo Mt 18,14, Deus não quer que nenhuma das crianças se perca, logo,
sabendo que este mesmo Deus não está subordinado aos sacramentos para salvar
quem Ele queira, podemos dizer que, juntamente com a oração universal da Igreja
– que pede por todas as necessidades da humanidade - e com o sacrifício de Cristo por nós, Deus há
de salvar todas aquelas crianças que morreram sem batismo.
Outros argumentos que
reforçaram a inexistência deste limbo:
Outros
teólogos acreditam que a criança não-batizada teria “seu” pecado original
extirpado no purgatório, pois além de ser um pecado de herança, não é mortal
(com pleno consentimento e com matéria grave). Sobre este tema, a resposta de
D.Estêvão Bettencourt é providencial: “Quanto
ao limbo das crianças que morrem sem batismo, não é doutrina de fé. É lícito
dizer que Deus lhes dá a purificação necessária para entrarem no Céu pois o
pecado original na criança não é uma culpa nem é um pecado propriamente dito,
mas é a carência dos dons paradisíacos que os primeiros pais perderam. Essa
carência pode ser perfeitamente suprida pela misericórdia divina de modo a dar
à criancinha a bem-aventurança celeste.”
Jesus Cristo: o Novo
Adão
Ainda
mais, se foi por causa dos primeiros pais que perdemos aqueles dons, por causa
do Novo Adão, Jesus Cristo, fomos dotados de nova santidade e vida. Em Rm
5,12-21 entendemos perfeitamente que a solidariedade com Cristo é muito mais
benéfica do que foi prejudicial a solidariedade com o Antigo Adão. Todos
nascemos sem a graça santificante por causa dos primeiros pais, mas, graças a
bondade de Deus, receberemos o Céu, sendo resgatados pelo Novo Adão, Jesus
Cristo.Infelizmente, a doutrina do limbo reinou na Idade Média pois os próprios
teólogos rejeitavam a idéia de que a criança sem batismo iria para o inferno
por causa da falta original. Valendo-se da misericórdia de Deus, teorizaram a
doutrina do limbo. Portanto, a teologia católica, no tocante a este assunto,
caminhou no sentido da misericórdia. Notadamente, concluíram por um caminho
intermediário – limbo – e não pelo definitivo – o céu.O limbo das crianças
não-batizadas é construção teológica, nunca foi dogma e, seguindo uma forte
teoria, maioria absoluta na Igreja, baseada nas Sagradas Escrituras e na
Misericórdia Divina, acredita-se, por razões de esperança, não de grande conhecimento,
que não exista .Trata-se apenas de uma teoria, não confirmada pela Igreja por
dogma, e que foi superada.Evidentemente, os pais e a Igreja devem ministrar sem
demora o batismo a todas as crianças.
Segundo
tema: Deus pode destruir a alma humana?
Conforme
a seita pseudocristã “Testemunhas de Jeová”, a alma humana morre. E mais: é
Deus quem a mata. Parece estranho aos nossos ouvidos tais afirmações, mas os
seguidores desta facção ou corrente religiosa acreditam que Deus põe o termo
final a alma de cada homem. Deus pode criá-la novamente, desde que seja
Testemunha de Jeová (?!).Mas qual foi a fonte desta teoria? Os seguidores
afirmam que Ez 18,4 corrobora com tal doutrina:“É a
mim que pertencem as vidas, a vida do pai e a vida do filho. Ora, é o culpado
que morrerá.” (Ez 18,4).A
passagem de Ecl 9,5s também salienta:“Com
efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada;
para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida. 6. Amor,
ódio, ciúme, tudo já pereceu; não terão mais parte alguma, para o futuro, no
que se faz debaixo do sol.” (Ecl 9,5s)
Qual estudo confirma
que a alma humana pode ser destruída por Deus?
A
questão é a palavra NEPHESH. Ela aparece 750 vezes no Antigo Testamento e,
segundo as Testemunhas de Jeová, tem o sentido de ALMA. Esta palavra hebraica
tem, na verdade, vários significados, como hálito, garganta, alma, ser vivo,
cadáver.Ora, fica muito pretensioso afirmar que NEPHESH só pode ser traduzido
SEMPRE por ALMA, em todas as passagens, porque tanto no Antigo como no Novo
Testamento, a doutrina professada é a sobrevivência de um núcleo da
personalidade de cada ser humano após a morte, a este núcleo chamamos de ALMA.É
a mesma coisa que dizer, em nosso português, que a palavra MANGA significará
sempre “a fruta” e nunca a “parte da camisa que veste o braço”. Exemplos:
“A
manga estava deliciosa...”
“A
manga da camisa estava amassada.”
Nesta
última frase, devo entender que “a fruta da camisa estava meio-podre,
amassada”?As passagens bíblicas que possuem a palavra NEPHESH (que tem vários
significados) não podem desmentir a verdade que Deus nos traz de que a alma é
imortal. Deve-se usar todos os significados, cada um no contexto correto,
dependendo da frase.
Vejamos alguns
exemplos de passagens bíblicas que comprovam que a alma humana é imortal:
"Quanto a ti, irás em paz juntar-se aos teus pais, e serás sepultado numa
ditosa velhice. (Gn 15,15)E morreu. A morte reuniu-o aos seus, velho e saciado de dias. Esaú e
Jacó, seus filhos, sepultaram-no." (Gn 35,29)
"E, tendo Jacó dado aos seus filhos esta última recomendação, recolheu os
pés em sua cama, e expirou. E foi reunido aos seus." (Gn 49,32s)
"Ponho sempre o Senhor diante dos olhos, pois ele está à minha direita;
não vacilarei. 9. Por isso meu coração se alegra e minha alma exulta, até meu
corpo descansará seguro, 10. porque vós não abandonareis minha alma na
habitação dos mortos, nem permitireis que vosso Santo conheça a corrupção. 11.
Vós me ensinareis o caminho da vida, há abundância de alegria junto de vós, e
delícias eternas à vossa direita." (Sl 16,8s)
"Jesus respondeu-lhe: Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso."(Lc 23,43)
Portanto, os
que partiram desta vida não terão suas almas destruídas por Deus ou ficarão
dormindo, como pensam algumas seitas protestantes!
Os dizeres de Ecl 9,5s são
aproximadamente do século IV a.C., período em que a questão pós-morte ainda não
estava sedimentada, concluída. As idéias eram vagas e pálidas. O autor de Eclesiastes acreditava na crença
do cheol, lugar subterrâneo onde os mortos ficavam adormecidos, completamente
inconscientes. Ao longo do tempo, a questão da vida após a morte foi sendo
melhor desenvolvida e a doutrina do cheol, substituída.Já no livro da
Sabedoria, do Antigo Testamento, antes mesmo de Jesus derrubar a teoria da
morte plena após a morte, a sobrevivência
de um núcleo da personalidade de cada ser humano (ALMA) após a morte já
era professada. (ver Sb 5,15ss).
"Mas os justos viverão eternamente; sua recompensa está no Senhor, e o
Altíssimo cuidará deles. 16. Por isso receberão a régia coroa de glória, e o
diadema da beleza da mão do Senhor, porque os cobrirá com sua direita, e os
protegerá com seu braço". (Sb 5,15s)
Jesus veio
aperfeiçoar a doutrina, aperfeiçoá-la e levá-la à plenitude:
"Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os
abolir, mas sim para levá-los à perfeição."
(Mt 5,17)
Jesus
demonstra que muitos pensamentos do Antigo Testamento, simbolizado pela lei
mosaica e os profetas, seriam corrigidos ou aperfeiçoados. E a doutrina
“pós-morte” é uma delas.A ressurreição foi confirmada por Jesus, doutrina que
começou a ser professada, depois da doutrina do Cheol, ainda no Antigo
Testamento, como podemos ver no livro do profeta Daniel: "Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão, uns para uma vida
eterna, outros para a ignomínia, a infâmia eterna. Os que tiverem sido
inteligentes fulgirão como o brilho do firmamento, e os que tiverem introduzido
muitos (nos caminhos) da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo
resplendor." (Dn 12,2s)
No Novo Testamento,
como já vimos:
Em
1 Jo 3,2; 1 Cor 13,12; Mt 5,8 (e outras) a vida após a morte, e não a
destruição da alma humana, é professada como artigo de fé:
"Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou
ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos
semelhantes a Deus, porquanto o veremos como Ele é". (1Jo 3,2)
"Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a
face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou
conhecido." (1 Cor 13,12)
Além
de tudo isso, é ilógico! Seria contraditório e herético afirmar que Deus destrói
a alma humana, uma vez que foi criada por Ele - Seria afirmar que Deus errou ao
criá-la! Deus não erra! Por isto é chamado de Deus.
E, do ponto de vista racional
e lógico, em seu contexto filosófico, a alma humana, sendo espiritual, é, por
sua natureza, imortal, pois está além da matéria, transcende a mesma – a
matéria, vale lembrar, é mortal, se decompõe, é próprio de sua natureza – não
importando se a alma é pecadora ou santa.Em resumo, só a matéria morre. A alma
não é material, mas espiritual. Não pode morrer. Contradiz a Verdade. Contradiz
o próprio Deus.
A DOUTRINA
DOS DOIS JUÍZOS: O PARTICULAR E FINAL
O que acontece após a
morte?
Para
nós, cristãos, imediatamente após a morte vem o juízo (Hb 9,27). Neste
instante, a alma humana será “julgada” e saberá se irá para o céu, para o
purgatório ou para o inferno.
-Mas como se dá esse julgamento?
-Como ele ocorre?
-Existe um tribunal?
-Quem é o juiz?
Bem,
antes de mais nada, não existe um tribunal, não como concebemos materialmente,
em nosso mundo. Contudo, a existência de um juiz é bíblica: Mt 5,25-26; Lc
12,58-59 e Hb 12,23 são algumas das passagens que comprovam isto.Jesus Cristo é
o magistrado. Entretanto, neste momento que podemos chamar de Juízo Particular,
não acontecerá uma “ação violenta de Deus”. Pelo contrário, Jesus é o juiz, mas
é a nossa consciência que nos julgará.Sabemos
que existem pecados mortais e pecados veniais. A passagem de I Jo 5,16-17
evidencia que existem faltas que levam à morte e outras que não. O pecado
mortal é aquele que é praticado com matéria grave e com pleno consentimento e
pleno conhecimento. Logicamente, pecado venial seria aquele até com matéria
grave, mas que não tenha pleno conhecimento e pleno consentimento. Isto é, podemos praticar pecados mortais e não ter a
consciência de que os praticamos.Na chamada Teoria da Iluminação, o próprio
Deus iluminará, no Juízo Particular, a consciência da alma humana e ela terá
plena percepção de toda sua vida, com todos os seus atos, pensamentos, palavras
e omissões. Com esta plena percepção, irresistivelmente e claramente irá
entender o caminho que deve trilhar a partir daí, sem nenhuma atitude autoritária
ou absurda de Deus.Se a alma entender que ela está preparada para se unir a
Deus, e estar diante Dele em uma alegria infinita, esta alma irá para o
céu. Julgando-se despreparada ainda para
esta união, irá para a purificação ou purgatório. E caso, compreendendo sua vida pregressa, rejeitar
cabalmente a Deus, irá para um estado de aversão à Santíssima Trindade, que a
respeitará e se ausentará. Como sabemos, o inferno é a total ausência de Deus,
porque assim aquela alma humana desejou. Deus é Bom, não obrigará ninguém a se
unir a Ele.A
morte, vale ressaltar, estabiliza as realidades imateriais e materiais do ser
humano. Com a morte, não existe mais qualquer alteração, mas uma permanente
estabilidade. Quem for para o céu, ali ficará. Quem for para o inferno, neste
estado permanecerá para sempre.No
fim dos tempos, as almas serão objetos de um segundo juízo: o final ou
universal. Neste juízo, não existe um “recurso” do juízo particular. Não cabe
qualquer apelação. A “sentença” – podemos dizer grosseiramente assim – já foi
determinada. No Juízo Final, acontecerá a justiça final de Deus, com a segunda
vinda de Cristo, a ressurreição dos corpos e a restauração do mundo, com “novos
céus e novas terras”. Os bons ressuscitarão para a vida eterna e os maus, para
o tormento eterno. E cada alma conhecerá os pecados das outras, para que haja
transparência e justiça exatas.
Portanto, não existem dois juízos, porém duas etapas complementares. Ou
existem dois juízos, mas um único julgamento para cada alma, sem recurso ou
apelação.Logo, enquanto estamos no “caminho”, devemos nos preparar para morte.
Para, graças a Deus, dizer um SIM definitivo ao Pai.
“Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos
Senhor a vossa morte enquanto esperamos a vossa vinda.”
O que é Escatologia?
A
Escatologia é o estudo sobre os últimos acontecimentos do homem. A palavra vem
do grego eschatón, que significa último. Este estudo tem por objeto o fim da
história da salvação. Sem esta noção não podemos compreender a própria vida da
Igreja.Por que afirmamos isso? Simples. A finalidade da Igreja só será
plenamente realizada na eternidade, ou seja, descoberta de forma cabal no fim
da história da salvação. O Concílio Vaticano II afirma: “É no fim dos tempos
que será gloriosamente consumada [a Igreja], quando, segundo se lê nos Santos
Padres, todos os justos, desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão
congregados junto ao Pai na Igreja universal” (LG,2). “A Igreja à qual somos
todos chamados em Jesus Cristo… só será consumada na glória celeste, quando
chegar o tempo da restauração de todas as coisas; e, como o gênero humano,
também o mundo inteiro, que está intimamente unido ao homem e por ele atinge o
seu fim, será totalmente renovado em Cristo” (LG,48). Muitas passagens bíblicas
comprovam isso. Quando de sua vinda gloriosa, Cristo inaugurará o seu Reino
definitivo e toda a criação será renovada. 1Cor 15,24-28 ;Ef 1,10; Col 1,20 s;
2Pe 3,10-13;Is 65; Ap 21,1; Mt 19; Mt 28,20; At 3,21; 1Jo 3,2; Fil 3,20.
Nós,
que somos Igreja, devemos ter esta consciência: somos peregrinos neste mundo.
Estamos exilados, como diz São Paulo em II Cor 5,6 e Fil 1,23. Não é à toa que
“paróquia” significa “terra de exílio”.
O Que é o Homem?
O
ser humano é composto de corpo material e alma espiritual.Espírito não criado: DEUS.Espírito para existir sem corpo: o anjo (bom ou mal).Espírito para existir no corpo: alma
humana).O corpo é mortal pois consta de elementos materiais, que, com o tempo,
se vão desgastando.A Alma humana, sendo espiritual, é imortal.Corpo e alma
embora sejam distintos um do outro , são complementares entre si.Embora a alma
seja espiritual e imortal por si mesma,ela precisa do corpo para desenvolver
sua potencialidades . Uma vez separada do corpo após a morte, ela usufruirá dos
valores adquiridos durante a vida enquanto unida ao corpo.
Aos
17/05/1979 foi promulgada “Declaração da Congregação para Doutrina da Fé”, que
incute distinção entre corpo e alma. Eis as afirmações:
"A
Igreja crê numa ressurreição dos mortos(cf. símbolo dos apóstolos). A
Igreja entende esta ressurreição referida ao homem todo; esta, para os eleitos,
não é outra coisa se não a extensão, aos homens, da própria ressurreição de
Cristo. A
Igreja afirma a sobrevivência e a subsistência, depois da morte, de um elemento
espiritual, dotado de consciência e de vontade, de tal modo que o EU humano
subsista, ainda que sem corpo. Para designar este corpo a Igreja emprega a
palavra alma…"
Para o cristão não há
morte?
Sofrer
e morrer significam, para o cristão, estender à sua carne os sofrimentos e a
morte de Cristo vitorioso; por isto o Apostolo pode afirmar:“Enquanto
o nosso homem exterior vai definhando, o nosso homem interior vai se renovando
a cada dia”(2 Cor 4,16).O
cristão então pode como, para quem não tem fé, a vida presente é dominada pela
tremenda perspectiva de morte , que lhe
vai absorvendo as energias, assim, para o cristão, a morte presente é toda
iluminada pela perspectiva que não é meramente futura, mas, que ela já possui o
gérmen e que nele vai se desabrochando progressivamente até a ressurreição
gloriosa. É o que significa o gráfico acima.
O Conceito Cristão da
Morte?
“Deus
não criou a morte nem experimenta alegria quando perecem os vivos. Criou todas
as coisas para que tenham existência”(Sb 1,13s);
“Por
meio de um só homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado, a morte, e assim a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”(Rm 5,12);
Eis
porém que o Deus de bondade, que criou o homem, não abandonou a sua triste
sorte. Em tempo oportuno, o próprio Deus assumiu a carne humana; tomou sobre si
a morte com todas as angustias precursoras e ressuscitou; assim Jesus Cristo
venceu a morte e dela nos libertou. Desta forma se por um homem o pecado entrou
no mundo da mesma forma por um homem o Cristo Jesus libertou todo gênero
humano.Jesus assim se apresenta como segundo Adão, que nos comunica a vida, e
vida sem fim, em oposição ao primeiro Adão, que nos transmitiu a morte.(Cf. Rm
5,12-17)
Juízo
Particular e Juízo Final, são a mesma coisa?
O
juízo particular é aquele após a morte, onde a alma será julgada para entrar no
céu, no inferno ou no purgatório como Eclo 11,28; 2 Cor 5,1-10; Hb 9,27 (que inclusive
rechaça a reencarnação) e Lc 16,19-22. Confira isso em Lc 23,42 e Mt 17,1s(Transfiguração,
Moisés e Elias).Pois no dia da morte é fácil para Deus dar a cada um conforme o
seu comportamento. (Eclo 11,28).Como
está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo
(Hb 9,27) - "Veio a
morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também
o rico, e foi sepultado.No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu
ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem
misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo
e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama..."( Lc 16,19-22).O
justo mendigo conversa com Abraão, assim como o rico condenado, logo após a
morte (Lc 16,19-22). Vários são os
exemplos bíblicos sobre este tema. Portanto, existe claramente o juízo
particular: um primeiro julgamento, individual, para a decisão entre o céu
(purgatório) e o inferno. Algumas seitas protestantes pensam que, após a morte,
não existe julgamento, e a alma dorme até o fim dos tempos. Este pensamento é
baseado em uma visão imperfeita de hagiógrafos do Antigo Testamento (Sl 16,6;
Is 38,18s). Jesus aperfeiçoa a doutrina divina no Novo Testamento (Mt 5,17).
Todas as passagens aqui examinadas comprovam isto.
Se existe o Juízo
Particular, logo após a morte, para que serve o Juízo Final? Haverá recurso?
O
juízo particular é definitivo.No fim dos tempos, as almas serão objetos de um
segundo juízo: o final ou universal. Neste juízo, não existe um “recurso” do
juízo particular. Não cabe qualquer apelação.A “sentença” – podemos dizer grosseiramente
assim – já foi determinada. No Juízo Final, acontecerá a justiça final de Deus,
com a segunda vinda de Cristo, a ressurreição dos corpos e a restauração do
mundo, com “novos céus e uma terra nova”. Os bons ressuscitarão para a vida
eterna e os maus, para o tormento eterno. Não existe fim do mundo, mas fim dos
tempos, pois o mundo será restaurado, serão “novos céus e uma nova terra”.Tudo
na história da salvação, na história do mundo inclusive, será esclarecido, para
que haja transparência e justiça exatas.Portanto,
não existem dois juízos, porém duas etapas complementares. Ou existem dois
juízos, mas um único julgamento para cada alma, sem recurso ou apelação, no
juízo particular.
Como será o Juízo
Particular (após a morte)?
Imediatamente
após a morte vem o juízo (Hb 9,27). Neste instante, a alma humana será
“julgada” e saberá se irá para o céu, para o purgatório ou para o inferno.Mas
como se dá esse julgamento? Como ele ocorre? Existe um tribunal? Quem é o juiz? Bem,
antes de mais nada, não existe um tribunal, não como concebemos materialmente,
em nosso mundo. Contudo, a existência de um juiz é bíblica: Mt 5,25-26; Lc
12,58-59 e Hb 12,23 são algumas das passagens que comprovam isto.Jesus Cristo é
o magistrado (Jo 5,22-23; 1 Cor 4,5). Entretanto, neste momento que podemos
chamar de Juízo Particular, não acontecerá uma “ação violenta de Deus”. Pelo
contrário, Jesus é o juiz, mas é a nossa consciência que nos julgará.Existem
pecados mortais e pecados veniais. A passagem de I Jo 5,16-17 evidencia que
existem faltas que levam à morte e outras que não.Se
alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte, reze, e Deus
lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há pecado que é
para morte; não digo que se reze por este.17. Toda iniqüidade é pecado, mas há
pecado que não leva à morte. (I Jo 5,16-17).O
pecado mortal é aquele que é praticado com matéria grave e com pleno
consentimento e/ou pleno conhecimento. Logicamente, pecado venial seria aquele
até com matéria grave, mas que não tenha pleno conhecimento e/ou pleno
consentimento. Isto é, podemos praticar
pecados mortais e não ter a consciência de que os praticamos. Equivaleriam-se a
pecados veniais.Na
chamada Teoria da Iluminação, o próprio Deus iluminará, no Juízo Particular, a
consciência da alma humana e ela terá plena e perfeita percepção de toda sua
vida, com todos os seus atos, pensamentos, palavras e omissões. Com esta plena
percepção, irresistivelmente e claramente irá entender o caminho que deve
trilhar a partir daí, sem nenhuma atitude autoritária ou absurda de Deus.Por
isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às
claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos
corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece. (1 Cor 4,5)
(observe também 1 Cor 13,12).Se
a alma entender (diante de seus pecados na vida mortal) que ela está preparada
para se unir a Deus, e estar diante Dele em uma alegria infinita, esta alma irá
para o céu (sem quaisquer pecados). Julgando-se despreparada ainda para esta
união, irá para a purificação ou purgatório (pecados veniais). E caso,
compreendendo sua vida pregressa, rejeitar cabalmente a Deus, irá para um
estado de aversão à Santíssima Trindade, que a respeitará e se ausentará. Como
sabemos, o inferno (pecados mortais) é a total ausência de Deus, porque assim
aquela alma humana desejou. Deus é Bom, não obrigará ninguém a se unir a Ele.A
morte, vale ressaltar, estabiliza as realidades imateriais e materiais do ser
humano. Com a morte, não existe mais qualquer alteração, mas uma permanente
estabilidade. Quem for para o céu, ali ficará. Quem for para o inferno, neste
estado permanecerá para sempre.
No fim dos tempos, no
Juízo Final, como será?
Os
justos já estão no céu, desde a morte de cada um deles e após passarem pelo
juízo particular,gozam da bem-aventurança permanente, em Deus. Suas almas estão
em Deus,pois seus corpos mortais se deterioraram, salvo casos de corpos incorruptos.
Intercedem por nós a Deus e louvam sem cessar o próprio Deus, em uma felicidade
infinita.Os que padecem no purgatório também estão próximos a Deus, sendo
purificados e aguardando, cada qual a seu tempo, sua “entrada” no céu, ainda
somente como alma espiritual.Os julgados para o céu (vivos) receberão um corpo
glorificado (sem limitação do espaço e do tempo, sem fome ou sede e demais
vicissitudes) para a felicidade eterna e os que foram julgados para o inferno
receberão um corpo para a morte eterna.Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele,
sentar-se-á no seu trono glorioso. 32. Todas as nações se reunirão diante dele
e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
33. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.44 Então
também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou
forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? 45 Ao que lhes responderá: Em verdade vos
digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes
de o fazer a mim. 46 E irão eles para o
castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mt 25,31-46, aqui
transcritos os v.31-33.44-46).Não vos admireis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: 29
os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem
praticado o mal, para a ressurreição do juízo. (Jo 5,28-29) Observe também o
livro do Apocalipse.
Quando será o Juízo
Final?
Não
cabe a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade revelar o dia do Juízo Final, que
será o mesmo do retorno de Cristo, em plena glória (também chamado Parusia).
A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os
anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai. “(Mc 13,32)
Pois como o relâmpago, reluzindo numa extremidade do céu, brilha até a
outra, assim será com o Filho do Homem no seu dia. (Lc 17,24)
Homens da Galiléia, por que ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que
acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir
para o céu. (At 1,11)
Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele,
sentar-se-á no seu trono glorioso. (Mt 25,31)
Jesus voltará em plena glória: Mc 13,24-27; Lc 17,22-25;1 Tes 2,16s; Mt
24,29-31*; Lc 21,25-28; 2 Pd 3,3-13*.
Juízo Final
e a Ressurreição dos Justos
No
Juízo Final, acontecerá a justiça final de Deus, com a segunda vinda de Cristo,
a ressurreição dos corpos (Jo 5,28-29) e a restauração do mundo, com “novos
céus e uma nova terra”. Na justiça final de Deus, tudo será esclarecido.Isto
tudo ocorrerá no final dos tempos. É incorreto dizer “fim do mundo”, pois o
mundo será restaurado, não destruído.As almas justas receberão corpos
glorificados. Trata-se da ressurreição dos mortos, com os dons do corpo
ressuscitado, a exemplo de Jesus ressuscitado. A teologia determina: por fim,
sabemos que a graça santificante/ filiação divina é restabelecida no batismo,
contudo, assim como o pecado entrou no mundo através de Adão e a salvação,
através de Jesus, sabemos que Deus, sendo Bom, nos preparou, após nossa
peregrinação terrestre, e nossa adesão a Cristo, dons maiores que os
preternaturais. Após a morte, seremos salvos, graças a Cristo. Receberemos por
ocasião da Parusia, corpos gloriosos ou espirituais. É o que está em Fl 3,21 e em 1 Cor 15,41-44, por exemplo.
Teremos os chamados dons sobrenaturais, que
compreendem:
a)
a impassibilidade: o corpo estará submetido à alma racional, que estará
submetida perfeitamente a Deus. Não haverá mais doenças, ferimentos, fadiga,
sono, frio ou calor. Implica em eterna saúde, bem-estar inalterável, pois o
domínio do homem sobre o corpo será perfeito.
b)
a sutileza: implica o poder de aparecer
e desaparecer, assim como o de penetrar através dos corpos sólidos, como Jesus
ressuscitado fez (Jo 20,19-26). Como dito sobre a impassibilidade, o corpo
estará submetido à alma racional, que estará submetida perfeitamente a Deus. O
domínio do homem sobre o corpo será perfeito, conferindo o efeito em sua parte
corpórea de algo da natureza dos espíritos, os quais chamamos sutis. Como
Cristo ressuscitado, os corpos serão palpáveis, mantendo a consistência desta
terra.
c)
a agilidade: Também como conseqüência deste domínio perfeito sobre o corpo,
haverá um efeito também sobrenatural sobre o movimento. A agilidade livrará o corpo
do seu peso e ele poderá ir para onde deseja a alma com uma facilidade e
velocidade incomparáveis.
d)
a claridade : como um jorro de glória sobre o corpo humano (Mt 13,41; Ap
21,23). Esta claridade é fruto da visão beatífica. Jesus tinha este atributo e
os demais, contudo, suspendera a impassibilidade (para sofrer por nós na cruz)
e a claridade. Só a deixou ver por ocasião da transfiguração (Mt 17), a três
dos apóstolos – Pedro, Tiago e João.
Enfim,
como acontece atualmente em nossas vidas, Deus conseguiu tirar de um mal – o
pecado original – um bem ainda maior, um presente ainda maior para seus filhos,
pois os dons sobrenaturais são infinitamente superiores aos preternaturais, da
santidade/ justiça original. Deus não quis e não quer o mal, mas permite-o,
porque não quer retirar o livre-arbítrio do homem nem teleguiar as criaturas. Afirma,
porém, S. Agostinho que Deus nunca permitiria o mal no mundo se não tivesse
meios em sua sabedoria para tirar do mal bens ainda maiores: “Deus julgou
melhor tirar dos males bens do que não permitir mal algum”. Deus, com isso,
retiraria o livre-arbítrio de seus filhos. É o que lembra São Paulo, em Rm 5,12-20:
“12. Por isso, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos
pecaram… 13. De fato, até a lei o mal estava no mundo. Mas o mal não é imputado
quando não há lei. 14. No entanto, desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo
sobre aqueles que não pecaram à imitação da transgressão de Adão (o qual é
figura do que havia de vir). 15. Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que
com a falta. Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com
muito mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtida por um só homem,
Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos. 16. Nem aconteceu com o
dom o mesmo que com as conseqüências do pecado de um só: a falta de um só teve
por conseqüência um veredicto de condenação, ao passo que, depois de muitas
ofensas, o dom da graça atrai um juízo de justificação. 17. Se pelo pecado de
um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que
receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só,
que é Jesus Cristo! 18. Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se
estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os
homens a justificação que dá a vida. 19. Assim como pela desobediência de um só
homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos
se tornarão justos. 20. Sobreveio a lei para que abundasse o pecado. Mas onde
abundou o pecado, superabundou a graça.”Complementação
bíblica: Ressurreição da carne e propriedade dos corpos gloriosos: Jo 20,19-26;
Mt 13,41; Ap 21,23; 1 Cor 15,40-49; Ap 7,16; Ap 21,4; Fl 3,21. Todos
ressuscitaremos: 1 Ts 4,14.
Juízo Final: Novos
Céus e uma terra nova
O
Catecismo da Igreja Católica dita, conforme a Bíblia, que o mundo não será
destruído, mas restaurado. (CIC 1042 até 1048)
1042.No
fim dos tempos, o Reino de Deus chegará
à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para
sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será
renovado:
1043.
Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a
Sagrada Escritura a chama de “céus novos e terra nova” (2Pd 3,13). Será a realização definitiva do projeto de Deus de
“reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que
estão na terra” (Ef 1,10).
1044.
Neste “universo novo”, a Jerusalém celeste, Deus terá sua morada entre os
homens. “Enxugará toda lágrima de seus
olhos, pois nunca mais haverá morte, nem
luto, nem clamor, e nem dor haverá mais.
Sim! As coisas antigas se foram!” (Ap 21,4).
1045.
Para o homem, esta consumação será a
realização última da unidade do gênero humano, querida por Deus desde a criação
e da qual a Igreja peregrinante era “como o sacramento”. Os que estiverem
unidos a Cristo formarão a comunidade dos remidos, a cidade santa de Deus (Ap
21,2), “a Esposa do Cordeiro” (Ap 21,9). Esta não será mais ferida pelo pecado,
pelas impurezas, pelo amor-próprio, que destroem ou ferem a comunidade
terrestre dos homens. A visão beatífica, na qual Deus se revelará de maneira inesgotável aos eleitos, será a
fonte inexaurível de felicidade, de paz e de comunhão mútua.
1046.Quanto
ao cosmos, a Revelação afirma a profunda comunidade de destino do mundo
material e do homem: Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos
filhos de Deus (…) na esperança de ela também ser libertada da escravidão da
corrupção (…). Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de
parto até o presente. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias
do Espírito, gememos interiormente, suspirando pela redenção de nosso corpo (Rm
8,19-23).
Também
o universo visível está, portanto, destinado a ser transformado, “a fim de que
o próprio mundo, restaurado em seu primeiro estado, esteja, sem mais nenhum
obstáculo, a serviço dos justos”, participando de sua glorificação em Cristo
ressuscitado. (CIC 1047)
“Ignoramos
o tempo da consumação da terra e da humanidade e desconhecemos a maneira de
transformação do universo. Passa certamente a figura deste mundo deformada pelo
pecado, mas aprendemos que Deus prepara uma nova morada e nova terra. Nela
reinará a justiça, e sua felicidade irá
satisfazer e superar todos os desejos de paz que sobem aos corações dos
homens.” (CIC 1048). Complementação bíblica: 2 Pd 3,13; IS 65,17-21; 66,22;
Ap 21,1; At 3,21; Rm 8,18-21;1 Cor 15;24-28; Mt 24,29-31; Mc 13,24-27; Lc
21,25-28; 2 Pd 3,3-13.
No Juízo Final: O
mundo será ou não destruído?
Diante
de um espiritualismo desequilibrado que tem completa aversão à matéria (o que
contradiria Jesus, que ressuscitou com seu corpo e o glorificou), criou-se ao
longo dos séculos uma mentalidade primitiva de que o final dos tempos
culminaria com o fim material do planeta. No séc. II d.C, os gnósticos
dualistas assim pensavam, por exemplo.
No séc. XV, Zanino de Sólcia e até alguns protestantes de nosso tempo.O
Magistério da Igreja Católica, baseado no poder das chaves dado a Pedro por
Jesus (Mt 16,16s) e que indica o poder
de desligar e ligar, de autoridade doutrinal cristã, se manifestou. Em um
sínodo de Constantinopla, em 543 d.C., foi promulgado o seguinte:“Se
alguém disser que o juízo futuro implicará na destruição total do mundo
corpóreo, sendo o fim de todas as criaturas separar-se da matéria, de sorte que
na vida futura nada fique de material, mas apenas subsistam puros espíritos,
seja anátema (cânon 11)” - Pio II, no dia
14/novembro/1459, contra Zanino, disse:“O mundo se consumirá e terminará por um processo natural; o calor do
sol há de absorver a umidade da terra e do ar, de modo que os elementos do
mundo se incendeiem ” - Ou
seja, o mundo “material” será destruído por um processo natural. A consumação
dos tempos renovará o mundo, por meios que desconhecemos.
Juízo Final: Confirmado
na Bíblia?
A
renovação do mundo e não a destruição do mundo, é aludida na carta de Pedro:Nós, porém, segundo sua promessa, esperamos novos céus e uma nova terra,
nos quais habitará a justiça.” (2 Pd 3,13)
E também profetizada
por Isaías, no Antigo Testamento:Pois eu
vou criar novos céus, e uma nova terra; o passado já não será lembrado, já não
volverá ao espírito,” (Is 65,17)
Pois,
assim como os novos céus e a nova terra que vou criar devem subsistir diante de
mim, declara o Senhor, assim devem subsistir vossa raça e vosso nome.” (Is
66,22)
No
Apocalipse, tal renovação é referida por João:Vi,
então, um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra
desapareceram e o mar já não existia.” (Ap 21,1)
Em
Atos dos Apóstolos, Pedro a chama de “restauração universal”: É
necessário, porém, que o céu o receba até os tempos da restauração universal,
da qual falou Deus outrora pela boca dos seus santos profetas.” (At 3,21)
Diante
de todos estes dados, o mundo irracional
foi associado ao homem em íntima comunhão de sorte, como diz D. Estevão Bettencourt.
Este mundo, a natureza, enfim, tudo estaria também sujeito a corrupção e a
desordem, assim como o homem, seu corpo e alma.São Paulo diz aos romanos:Tenho
para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a
glória futura que nos deve ser manifestada.19. Por isso, a criação aguarda
ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.20. Pois a criação foi sujeita à
vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou),21.
todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção,
para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.” (Rm 8,18-21.A
criação ficou sujeita à vaidade, ao pecado, por causa do homem. Em suas
parábolas, Jesus já mostrava o valor transfigurado das criaturas, os pássaros,
os lírios, a videira, o sal, a luz … são imagens ilustrativas do Reino de Deus,
na mente de Cristo.Enfim, a renovação do mundo e de suas criaturas parece ser
uma certeza. Uma vez restauradas todas as criaturas, participando cada qual,
segundo sua capacidade, da glória do Senhor, São Paulo diz que Cristo entregará
o reino deste mundo ao Pai:“24.
Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver
destruído todo principado, toda potestade e toda dominação.25. Porque é
necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.26.
O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos
seus pés.27. Mas, quando ele disser que tudo lhe está sujeito, claro é que se
excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.28. E, quando tudo lhe estiver
sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou
todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos.” (1 Cor 15, 24-28). A
morte e as penas devidas ao pecado terão domínio sobre as criaturas. Jesus
Cristo, então, apresentará o mundo inteiro restaurado a Deus Pai, a fim de que
a Majestade do pai, mediante Cristo, seja glorificada por todas as criaturas,
quer espirituais, quer materiais.Aliás, não seria absurdo a criação, tão bela
já neste tempo, ser destruída e desaparecer… e não ser restaurada, salva do
pecado que o homem cometeu?
Juízo Final: A Justiça
de Deus - Todos conhecerão os julgamentos de todos!
(Lc
12, 2-3), tudo será esclarecido: o motivo dos grandes acontecimentos da
história, enfim, tudo. Acontecerá a ressurreição da carne, os que estiverem no
“estado-lugar” do Céu gozarão da vida eterna no Reino definitivo de Cristo e os
que estiverem no“estado-lugar” do inferno, para o tormento eterno. Acontecerá a
restauração do mundo (novos céus e uma nova terra), o mundo não será destruído em definitivo,
mas restaurado, transformado. As últimas conseqüências das ações de cada
indivíduo serão trazidas à plena luz, conseqüências que não sempre é dado
avaliar ao observador envolvido na trama da história.
Maranatha
!!! - Vem, Senhor Jesus!
A DOUTRINA
DO PURGATÓRIO:
Não
há necessidade de complicar a doutrina sobre o Purgatório como fazem os Protestantes,
que por não a compreenderem, fazem deduções equivocadas tipo dizerem que o
Purgatório anularia a sacrifício de Cristo. Ora isto é uma interpretação
totalmente errônea e inverídica e não é o ensino sobre esta doutrina bíblica.É
preciso lembrar que o purgatório é para salvos, ou seja, para quem já está com
sua salvação garantida e objetiva apenas a purificação deste mesmo salvo para
que possa entrar no céu, já que nada de impuro pode entrar no Céu.
ATENÇÃO! "O
Purgatório não é segunda Chance para quem já está condenado" - É APENAS PURIFICAÇÃO DOS SALVOS!
No Purgatório
estão aqueles que ao contrário do ladrão arrependido, ou seja, que não tiveram
um arrependimento perfeito, precisam,são cientes e aceitam amorosamente esta
purificação antes de gozar a visão Beatífica.Vejamos o que diz o magistério
atual da Igreja Católica:
CIC
- 1030: Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão
completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam,
após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para
entrar na alegria do Céu.
CIC
- 1031: A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é
completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina
da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento.
Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de
um fogo purificador.
No
que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um
fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se
alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será
perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação
podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao
passo que outras, no século futuro. Desde os primórdios a Igreja, assistida
pelo Espírito Santo (cf. Mt 28,20; Jo 14,15.25; 16,12-13), acredita na
purificação das almas após a morte, e chama este estado, não lugar, de
Purgatório.Ao nos ensinar sobre esta matéria, diz o nosso Catecismo: “Aqueles
que morrem na graça e na amizade de Deus, mas imperfeitamente purificados,
estão certos da sua salvação eterna, todavia sofrem uma purificação após a
morte, afim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu”
(CIC, §1030).Logo, as almas do Purgatório “estão certas da sua salvação
eterna”, e isto lhes dá grande paz e alegria. Falando sobre isso, disse o Papa
João Paulo II:“Mesmo
que a alma tenha de sujeitar-se, naquela passagem para o Céu, à purificação das
últimas escórias, mediante o Purgatório, ela já está cheia de luz, de certeza,
de alegria, porque sabe que pertence para sempre ao seu Deus.”(Alocução de 03
de julho de 1991; LR n. 27 de 07/7/91). No
purgatório – que é um estado da alma, não um lugar – estas almas fiéis a Deus,
mas portadoras de inclinações desregradas e resquícios do pecado, se libertam
destas escórias mediante uma purificação do seu amor.O purgatório não é um
castigo, mas uma concessão da misericórdia divina: Deus não quer condenar a
quem o ama, mas não pode também receber em sua Santíssima Presença, na sua
visão face-a-face (1 Cor 13,12), QUALQUER TRAÇO DE PECADO: Deus é luz e nele
não há treva alguma. (1 Jo 1,5b) - “A
Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é
completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina
da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento.
Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de
um fogo purificador: no que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que
existe antes do juízo um fogo purificador.” (CIC, §1031).
Purgatório:
diferente de Inferno!
“Este
ensinamento baseia-se também sobre a prática da oração pelos defuntos de que já
fala a Escritura Sagrada: ‘Eis porque Judas Macabeus mandou oferecer este
sacrifício expiatório em prol dos mortos, a fim de que fossem purificados de
seu pecado’ (2 Mac 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória
dos defuntos e ofereceu sufrágios em favor dos mesmos, particularmente o
sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, possam chegar à visão
beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as
obras de penitência em favor dos defuntos”(CIC §1032).O
sofrimento purificador do Purgatório é COMPLETAMENTE DIFERENTE daquele do
inferno, como diz o CIC e como afirma Santa Catarina de Gênova, no seu Tratado
sobre Purgatório.A alma do Purgatório, como já dito, não pode entrar em
comunhão perfeita com Deus (Céu), por causa dos resquícios de pecado que ainda
possui. Esta alma ama a Deus, mas de modo desordenado. Na carta aos Hebreus diz
que “sem a santidade ninguém pode ver a Deus” (Hb 12,14). Logo, o Purgatório
não é um castigo, mas uma graça da misericórdia de Deus, onde a alma, embora
sofra, alegra-se grandemente de sua salvação.
Por que
estas inclinações desordenadas na alma permanecem após a morte e precisam ser
purificadas?
Cada
um de nós carrega consigo uma certa “desordem interior” que deveria eliminar
nesta vida, enquanto peregrinamos neste mundo. Quando isto não acontece,
recaímos nas mesmas faltas. Ao confessarmos, recebemos o perdão dos pecados, mas
infelizmente, para a maioria, a contrição ainda encontra resistência em seu
íntimo, de modo que a “desordem interior”, a “verdadeira raiz daquele pecado ou
outro qualquer”, não foi totalmente eliminada.Se não foi nesta vida mortal, no
Purgatório, de uma vez por todas, esta “desordem interior” é totalmente
destruída.Livre do corpo,a alma pode se purificar definitivamente,conduzida por
Deus.Por isso, após algumas confissões, voltamos a cometer o mesmo pecado! A
confissão perdoa aquele pecado, mas ainda é necessário apagar a desordem
interior que este pecado provoca na alma da pessoa.Isto se deve pelo fato de
que, para a Justiça Divina ser satisfeita, mesmo depois de perdoada a falta do
pecador – aquele pecador não irá mais para o inferno por causa daquele pecado
perdoado, a não ser que o cometa de novo – Deus exige satisfação ou reparação da
desordem gerada pelo pecado.Deus não pode ser injusto! Deus não é um Pai
“bonachão”, é um Pai amoroso, que nos ensina todos os valores de forma correta,
como a Justiça, porém, não deixa de ser misericordioso, dando-nos a vida de seu
único Filho Divino para nossa salvação. (Rm 3,23s).
Exemplos de
Reparação, mesmo após o perdão dos pecados:
(O pecado mortal acarreta: Culpa, pena e consequências morais)
Por
exemplo: quem rouba um objeto de alguém, além de pedir e receber perdão, deve
devolver o bem. Quem calunia alguém, precisa do perdão e precisa restaurar a
fama do ofendido.O
rei Davi, culpado de homicídio e adultério, foi perdoado por Deus, porque se
arrependeu, mas teve que sofrer a pena de perder o filho do adultério (2Sm
12,13s).Moisés
e Aarão fraquejaram na fé em dados momentos da sua vida; por isso foram pelo
Senhor privados de entrar na Terra prometida, embora a culpa lhes tenha sido
perdoada (Nm 20,12s;27,12-14; Dt 34,4s).O velho Tobit ensina a seu filho que a
esmola o libertará de todo pecado e da morte eterna (Tb 4,11s).Quando
oferecemos uma Missa por uma alma do purgatório, e isto está registrado em
todas as orações eucarísticas de nossa Igreja, oferecemos a reparação mais
valiosa, ou melhor, infinitamente mais valiosa que existe: o sacrifício de
Jesus na cruz por cada um de nós. (E PELAS ALMAS DO PURGATÓRIO! É MARAVILHOSO!)
EUCARISTIA,
SUFRÁGIO E A MISERICÓRDIA
A
Santa Missa e as Indulgências são os melhores meios de sufragar as almas do
purgatório.O que é “sufragar”? Na prática, seria oferecer obras meritórias,
isto é, “com grandes méritos” em favor das almas do purgatório, que nada mais
podem fazer por elas mesmas (o período de méritos é só na vida terrestre).A
desordem interior, as tendências desregradas, os resquícios e as resistências
do pecado, que a tudo isto chamamos de PENAS TEMPORAIS, devem desaparecer por
completo para que possamos ver Deus face-a-face, ou seja, para entrarmos no
“estado-lugar” do Céu.Esta purificação pode ser feita nesta vida terrestre,
para que, terminada esta vida (morte), a alma possa imediatamente ir para o
Céu, gozar da visão de Deus face-a-face.Porém, se isto não acontecer, a
MISERICÓRDIA DIVINA nos concede a graça do purgatório.Não
devemos crer que existam “almas abandonadas no purgatório”, ou esquecidas por
Deus, pois as almas estão envolvidas pela infinita misericórdia de Deus, que não
é um ser esclerosado e esquecido, mas perfeito em tudo.Entre nós e a almas
do purgatório há o dever de sufragar primeiramente aqueles que nos estão mais
próximos. É dever da família cristã sufragar as almas dos seus entes queridos.Os
cristãos na terra podem ajudar seus irmãos falecidos que estejam no Purgatório,
com orações e sufrágios (obras meritórias), pedindo a Deus que fortaleça o seu
amor por estas almas para que apague toda sombra de tendências desregradas e
lhes permita entrar “quanto antes” na visão de Deus face-a-face. Cada alma, ao
seu tempo, vai sendo “libertada”para o Céu.O
purgatório(como um todo) terminará quando o Senhor voltar para o juízo final,
mas as almas que estão neste estado vão sendo “libertadas” conforme sua
purificação, e isto pode acontecer antes do último juízo.Se você rezar,
oferecer uma Missa por uma alma que já está no Céu, as suas preces beneficiarão
quem ainda precise delas, no Purgatório.Apesar de dizermos o “quanto antes” e,
no passado, se usar número de dias, meses e anos para contar o tempo no
purgatório, é necessário dizer que esta é uma forma “antropomórfica”, isto é,
com uma forma humana de dizer que existe um tempo no purgatório, mas não como é
contado neste mundo material. É mais claro para as pessoas entenderem, mas no
purgatório existe um outro tipo de tempo, pois as almas não possuem corpo neste
estado. O Purgatório transcende os conceitos que adquirimos neste mundo,
especialmente de tempo e espaço, pertence aos sábios e misteriosos desígnios
salvíficos de Deus.
COMO É MEDIDO O TEMPO NA ETERNIDADE?
Após
a morte, o ser humano está fora do tempo “material”. Ele não irá assistir
imediatamente o fim dos tempos, por exemplo. O regime de eternidade (ausência
de passado e futuro) só a Deus pertence. A medida do tempo espiritual – se é
que podemos dizer assim – é medida pelo EVO ou por uma sucessão de atos psicológicos.O
tempo no purgatório, logo, é medido pelo EVO ou por uma sucessão de atos
psicológicos.Como
já dito, as almas do purgatório não podem acelerar o próprio processo de
purificação, mas os cristãos podem ser-lhes úteis em virtude da “comunhão dos
santos ou dos bens sagrados”, que une todos os membros da Igreja entre si; já
que os fiéis – militantes (terra), padecentes (purgatório) e triunfantes (céu)
– formam o Corpo Místico de Cristo, os méritos de uns beneficiam os outros.Este
tempo psicológico, chamado EVO,pode ser diminuído com nosso sufrágio e orações.
Somos todos membros de um só Corpo Místico.Não somente isto: os sufrágios
(orações e todas as demais obras meritórias, como a Celebração da Eucaristia e
as indulgências) aplicados às almas do purgatório fazem com que elas sejam mais
profundamente penetradas pelo amor de Deus, que nelas há de consumir as
impurezas do pecado, livrando-as de qualquer apego ao pecado, qualquer
resistência do pecado.A comunhão dos bens sagrados ou bens espirituais entre os
fiéis não conhece classes nem privilégios, estes bens da Igreja circulam entre
todos os membros desta. Mais um motivo que mostra que é inadequada a expressão
“alma abandonada” do purgatório.Tais almas nada podem por elas, mas podem rezar
por nós, em contrapartida.O Catecismo diz: ” A nossa oração por eles (no
Purgatório) pode não somente ajudá-los, mas também tornar eficaz sua
intercessão por nós.” (CIC 958). Os
santos, principalmente os místicos, invocavam as almas do purgatório, pedindo
intercessão, como Santa Margarida Maria Alacoque.Em 1700, por exemplo, o Papa
Clemente XI erigiu uma confraria “sob a invocação das almas do purgatório”.
Quem vai para o
“estado” do Purgatório?
O
cristão pode morrer amando a Deus, mas ainda ter contradições: ama a Deus, mas
cai em impaciência, maledicência, omissões.Deus não o rejeitará, porque estas
contradições não são obstáculos definitivos ao seu Amor, mas esta alma precisa
ser purificada completamente para este encontro com o Senhor.Trata-se de uma
purificação dos pecados veniais que acontece pela intensificação do Amor a
Deus. A alma do purgatório precisa de nossas orações, para que Deus a penetre
mais profundamente, dando-lhe a graça de intensificar o amor ao Senhor até que
tais contradições e desordens desapareçam. Este é o processo “purificatório”.Como
a alma, após a morte, está desapegada ao corpo, sente maior atração para Deus,
para a qual foi criada. Este período de afastamento, logo, naturalmente, a faz
sofrer grandemente. Contudo, a certeza do céu , da salvação eterna, lhes dá
grande paz e alegria.Se o purgatório é a purificação dos pecados veniais, então
só vai para este estado, após a morte, quem possui pecados veniais.
Quem possui pecados mortais
se precipita no inferno? - Qual a diferença entre o pecado mortal e o pecado
venial?
Como
já sabemos, existem pecados mortais e pecados veniais. A passagem de I Jo
5,16-17 evidencia que existem faltas que levam à morte e outras que não
(veremos adiante). O pecado mortal é aquele que é praticado com matéria grave e
com pleno consentimento e/ou pleno conhecimento. Logicamente, pecado venial
seria aquele até com matéria grave, mas que não tenha pleno conhecimento e
pleno consentimento. Isto é, podemos
praticar pecados mortais e não ter a consciência de que os praticamos. Se falta
um dos requisitos do pecado mortal (matéria grave, pleno consentimento e pleno
conhecimento) configura-se pecado venial.
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da
hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na
lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis
fazer, sem omitir aquelas." (Mt 23,23)
"Preservai, também, vosso servo do orgulho; não domine ele sobre mim,
então serei íntegro e limpo de falta grave." (Sl 19,14)
"Portanto vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a
blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. 32 Se alguém disser alguma
palavra contra o Filho do homem, isso lhe será perdoado; mas se alguém falar
contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste mundo, nem no
vindouro." (Mt 12,31-32)
Nestas
passagens vemos que existem boas obras preferenciais!
A prática da justiça é
mais importante que o pagamento do dízimo. São duas obras positivas, mas existe
uma hierarquia. Ao analisarmos a passagem de Mt 12, 31-32 descobrimos que
existem pecados que podem ser perdoados e outros que nem após a morte. Isto
evidencia que existem erros mais graves que outros. A doutrina católica
diferencia os pecados e estabeleceu uma primeira classificação mais simples.
Pecado venial é todo pecado leve, que enfraquece a presença de Deus em nós, mas
não a rompe. Pecado mortal é todo pecado grave, que nos separa de Deus,
impedindo a presença d’Ele em nossa alma. Veja na passagem a seguir. É
claríssimo:
"Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não o conduza à morte,
reze, e Deus lhe dará a vida; isto para aqueles que não pecam para a morte. Há
pecado que é para morte; não digo que se reze por este. 17. Toda iniqüidade é
pecado, mas há pecado que não leva à morte." (I Jo 5,16-17)
Complementação bíblica: Mt 23,23; Mt 12,31-32; I Jo 3,24; Tg 1,12-15; 2
Mc 12,39-45; I Cor 3,11-15; Tb 12,12; I Cor 15,29; 2 Tm 1,16-18; Mt 5,25-26, Sl
19,14. Século vindouro é após a morte, veja Mc 10,28-31.
Afinal,
inferno, céu e purgatório são lugares ou estados de alma?
Papa
Bento XVI, em 2004, afirmou que o céu e o inferno são estados da alma, não
localidades. Em 2006, porém, Bento XVI referiu que o inferno não é uma imagem
literária, mas uma realidade, um lugar onde as pessoas queimam por toda a
eternidade.
Ora, é um lugar, uma
figura de linguagem ou um estado de alma? E o céu e o purgatório?
Resposta:
Céu, inferno e purgatório não são realidades topográficas, como antigamente
imaginaram os pintores, catequistas, poetas…
O céu não é um parque com muita luz e água onde os amigos se
reencontram, nem o inferno é um tanque de enxofre fumegante com diabinho a
torturar os réprobos. No purgatório não há diabinhos torturando as almas
purgantes, também. O fogo do inferno, por exemplo,é uma conseqüência ao pecado
que atormenta o pecador sem que ele queira pedir perdão. Não é o fogo que
conhecemos.Podemos dizer que o céu, inferno e purgatório são lugares, mas
lugares fora das concepções humanas e visíveis. Os últimos acontecimentos do
homem são realidades do além. Acima de tudo, devemos chamá-los de estado de
alma, mas como se dão além deste mundo material, convém também mencionar que
são locais, mas não como nós conhecemos.Por isso, a melhor expressão é
“estado-lugar”. “Estado” por significar estado da alma e “lugar” porque não é
uma figura de linguagem, um conto de fadas, é algo concreto, uma realidade sim,
além da nossa, como diz São Paulo sobre o céu: “Aquilo que o olho do homem
jamais viu, o ouvido jamais apreendeu e o coração humano jamais concebeu” (1
Cor2,9)”, fora do alcance do homem nesta vida, inclusive de suas concepções
mundanas. Para se viver isto não precisa
estar em um local dimensionado, um lugar, humanamente concebido.
Sobre as Indulgências
A
Santa Missa e as Indulgências são os melhores meios de sufragar as almas do
purgatório.O que é “sufragar”? Na prática, seria oferecer obras meritórias,
isto é, “com grandes méritos” em favor das almas do purgatório, que nada mais
podem fazer por elas mesmas (o período de méritos é só na vida terrestre).Os
cristãos na terra podem ajudar seus irmãos falecidos que estejam no Purgatório,
com orações e sufrágios (obras meritórias), pedindo a Deus que fortaleça o seu
amor por estas almas para que apague toda sombra de tendências desregradas e
lhes permita entrar “quanto antes” na visão de Deus face-a-face. Cada alma, ao
seu tempo, vai sendo “libertada”para o Céu. O
purgatório(como um todo) terminará quando o Senhor voltar para o juízo final,
mas as almas que estão neste estado vão sendo “libertadas” conforme sua
purificação, e isto pode acontecer antes do último juízo.Se você rezar,
oferecer uma Missa por uma alma que já está no Céu, as suas preces beneficiarão
quem ainda precise delas, no Purgatório! Como
já dito, toda violação deve ser reparada, porque Deus é Pai, não é
paternalista. Deus não é conivente com o mal e nem “passa por cima das suas
conseqüências”, como se Ele não as tivesse notado. Qualquer pai, mesmo
perdoando ao filho os seus erros, não deixa, no entanto, de corrigi-lo para que
abandone o erro e repare os seus estragos.O amor a Deus em nós, nesta vida,
ainda não é suficientemente forte para apagar todo o resquício de pecado na
alma. Essa concupiscência desordenada, que faz o homem voltar ao pecado, por
não ter ainda um amor tão grande a Deus, pode ser vencida NESTA VIDA ou NO
PURGATÓRIO.
A
confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição,
continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.
(CIC 1498)
Pelas
indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do
Purgatório a remissão das penas temporais, conseqüências dos pecados.( CIC
1499)
Para
compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o
pecado tem uma dupla conseqüência!
O pecado grave priva-nos da comunhão com
Deus e, conseqüentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se
chama “pena eterna” do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial,
acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na
terra, quer depois da morte, no estado chamado “purgatório”. Esta purificação
liberta da chamada “pena temporal” do pecado. Essas duas penas não devem ser
concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas,
antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que
procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de
tal modo que não haja mais nenhuma pena. (CIC 1473)
As indulgências
e a Misericórdia de Deus
Papa
Paulo VI explica: “Assim nos ensina a revelação divina que os pecados acarretam
como conseqüência penas infligidas pela santidade e justiça divina, penas que
devem ser pagas ou neste mundo, mediante os sofrimentos, dificuldades e
tristezas desta vida e, sobretudo mediante a morte, ou então no século futuro
(…)” - “Essas penas (temporais) são impostas pelo
julgamento de Deus, julgamento a um tempo justo e misericordioso, a fim de
purificar as almas, defender a integridade da ordem moral e restituir à glória
de Deus a sua plena majestade. Todo pecado, efetivamente, acarreta uma
perturbação da ordem universal, por Deus estabelecida com indizível sabedoria e
caridade infinita, e uma destruição de bens imensos, quer se considere o
pecador como tal quer a comunidade humana.” Logo,
a Indulgência é a “remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos
pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em
certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como
dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das
satisfações de Cristo e dos Santos” (Normas sobre as Indulgências, 1)Esta
prática não deve ser algo mecânico. O penitente deve cumprir a obra
indulgenciada com profundo amor a Deus e repúdio radical de todo pecado. Sem
isto, não se “ganha” a indulgência.Na prática, faz-se o bem para apagar as
seqüelas do mal, do nosso próprio pecado, em nosso interior. Paga-se o mal com
o bem (Rm 12,21)! Como diz o Catecismo, através de obras de misericórdia,
piedade e de caridade, como também pela oração e diversas práticas de
penitência, o fiel se despoja do “homem velho” e, sem frieza mecânica, com
ardente e profundo amor no que se está fazendo, reveste-se do “homem novo” (Ef
4,24; CIC 1472, 1478).Algumas
das muitas Passagens Bíblicas que comprovam isto: (Jr 15,19;Mt 6,12; Eclo 2,13;
Mt 5,46;Mt 6,4; Mt 7,1-2; os cap. Mt 5,6,7). Saiba:
aquele que fizer um pecador retroceder do seu erro, salvará sua alma da morte e
fará desaparecer uma multidão de pecados. (Tg 5,20). Por
isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem
demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama. (Lc 7,47). A água
apaga o fogo ardente, a esmola enfrenta o pecado. (Eclo 3,33)
Grandiosas lições que
tal doutrina dos dá:
A
Igreja ensina, com as Indulgências, que os fiéis, por suas próprias forças, não
podem expiar o prejuízo que se infligiram a
si mesmos e a toda comunidade (Corpo Místico de Cristo), sendo então
excitados a HUMILDADE.As indulgências nos dão a confiança e esperança na total
reconciliação com Deus.As indulgências contribuem para que a Igreja se
apresente a Cristo sem mancha, nem ruga, mas santa e imaculada (Ef 5,27).Pelas
indulgências, os membros da Igreja Padecente (Purgatório) são mais rapidamente
agregados a Igreja triunfante (Céu).ATENÇÃO! Só se adquire indulgências com uma sincera metanóia (mudança de vida) e
união com Deus, que visa cumprir as obras. Um ótimo incentivo para a conversão
diária.A
Igreja dá liberdade aos seus filhos de usar dos meios de purificação e
santificação, lembrando que a Eucaristia e os demais sacramentos estão no topo
desta enorme lista contida no tesouro espiritual da Redenção.Transferir
indulgências praticadas por nós para as almas do purgatório, como sufrágio, é
um ato de excelente caridade, assim como Jesus nos determinou.(Jo 13,34).A
Igreja tem a autoridade de conceder e criar indulgências por ser o Sacramento
Universal da Salvação da Humanidade, motivando seus filhos a obras de fé e
piedade. Motiva-os ao amor. Estão ligadas ao Sacramento da Confissão.Esta
autoridade foi dada a Pedro, pessoalmente, com o poder das chaves, de desligar
e ligar com autoridade divina (Mt 16,16s) e ao Colégio dos Apóstolos, sem
exceções (Mt 18,18). Jesus deu autoridade aos apóstolos para ensinar e agir em
Seu próprio nome: “16.
Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me
rejeita, rejeita aquele que me enviou. “(Lc 10,16) (CIC 889,890,1478)
Último
detalhe: não é comércio!
As
indulgências não se ganham sem uma sincera conversão e busca de unidade de
vida! Não se pode contabilizá-las nem tampouco achar que trata-se de um
comércio espiritual de perdão. Muito pelo contrário: cada pecado tem sua pena
eterna e sua pena temporal. A pena eterna é apagada pela confissão, pela
misericórdia divina. A pena temporal se extingue pela vida neste mundo ou no
purgatório. Mas as obras de piedade, de penitência e de caridade ajudam a
diminuir, ainda nesta vida, a pena temporal dos pecados por nós cometidos.
Indulgência não se compra com dinheiro, mas se adquire com obras de piedade, de
penitência e de caridade e nem se aplica a pecados futuros.Por
fim, existem dois tipos de indulgência: plenária e parcial, conforme liberta,
em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados. Qualquer fiel pode
lucrar indulgências para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio. A
plenária só pode se ganhar uma vez por dia, salvo se o fiel estiver com risco
de vida, e as parciais mais vezes ao dia, se expressamente não se determinar o
contrário. Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo o afeto
a qualquer pecado até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da
indulgência e o cumprimento das três condições: confissão sacramental, comunhão
eucarística e oração nas intenções do Papa. Exemplo de indulgência plenária:
visitar o Santíssimo Sacramento para adorá-lo por meia hora no mínimo.
Logicamente deve-se cumprir juntamente com as três condições descritas
anteriormente.Concede-se
indulgência parcial, por exemplo, ao fiel que, no cumprimento dos deveres e na
tolerância das aflições da vida,ergue o espírito a Deus com humilde confiança,
acrescentando alguma piedosa invocação, mesmo só em pensamento. Ainda existem
outros exemplos mais simples de indulgência parcial, como atos de fé, esperança
e caridade; a oração ao Anjo da Guarda, a comunhão espiritual, a citação do
Creio, Salve-rainha, o sinal da cruz, etc.
O Purgatório
está no Magistério da Igreja?
Além
das passagens do Catecismo, que já mostramos, destacamos alguns documentos
oficiais da Igreja que confirmam o purgatório:
Concílio
de Lião II (1274): “Se (os cristãos que tenham pecado) faleceram realmente
possuídos de contrição, antes, porém, de ter feito dignos frutos de penitência
por suas obras más e por suas omissões, suas almas, depois da morte, são
purificadas pelas penas purgatórias(…)”
Constituição
Benedictus Deus, do Papa Bento XII (1336): “(…) As almas (…) dos fiéis
falecidos(…), dado que nada tenha havido a purificar quando morreram ou nada
haja a purificar quando futuramente morrerem ou caso tenha havido ou haja algo
a purificar, uma vez purificadas após a morte(…) essas almas, logo depois da
morte e da purificação de que precisam (…), foram, estão e estarão no céu”.
Concílio
de Trento (1545-63): Prescreveu aos bispos “fizessem que os fiéis mantenham e
creiam a sã doutrina sobre o purgatório”, evitando que se confunda a doutrina
com fantasias populares, que era grande no fim da Idade Média.
Papa
João Paulo II, em 1991, disse: “Mesmo que a alma tenha de sujeitar-se, naquela
passagem para o Céu, à purificação das últimas escórias, mediante o Purgatório,
ela já está cheia de luz, de certeza, de alegria, porque sabe que pertence para
sempre ao seu Deus.”(Alocução de 03 de julho de 1991; LR n. 27 de 07/7/91)
Papa
João Paulo II, em 1997: “A tradição da Igreja exortou sempre a rezar pelos
mortos.”(Alocução Mariana). Estes são apenas alguns exemplos. A doutrina do purgatório
é um dogma de fé.
O Purgatório está confirmado
na Liturgia da Igreja?
Na
Liturgia atual, em qualquer das formas da Oração Eucarística, a Igreja ora
pelas almas. Em 17.5.1979, em Roma, a Congregação para a Doutrina da Fé afirmou
que a Liturgia da Igreja é um “lugar teológico”, isto é, um documento que
comprova a doutrina da Igreja. Desde épocas remotas, a Liturgia supõe o
purgatório e pratica, com isso, os sufrágios pelos mortos.
Alguns exemplos de
Orações Eucarísticas:
“Lembrai-vos também dos que
morreram na paz do vosso Cristo e de todos os mortos dos quais só vós conheceis
a fé.” (O.E.IV)
“Lembrai-vos dos nossos irmãos e irmãs (…) que adormeceram na paz do
vosso Cristo, e de todos os falecidos, cuja fé só vós conhecestes: acolhei-os
na luz da vossa face e concedei-lhes, no dia da ressurreição, a plenitude da vida.”
(O.E. VI-A)
“Lembrai-vos também dos nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança
da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós
na luz da vossa face.” (O.E. II)
O Purgatório está
confirmado na Tradição da Igreja?
Desde
os primeiros séculos os cristãos praticam sufrágios pelos mortos, já usuais
desde os tempos de Judas Macabeu, no século II a.C. Logo, muitos escritores
cristãos comprovam que a Tradição da Igreja confirma o Purgatório desde os
primeiros séculos da era cristã.
Século
II d.C.: Atas do Martírio de Sta.Perpétua de Cartago (África): Nestas atas, a
mártir aparece orando por seu irmão Dinócrate, que morreram jovem. Mais tarde,
em uma aparição, viu seu irmão, revestido de bela túnica, a gozar de refrigério,
saciedade e alegria.
Tertuliano
(222 d.C.): testemunhava: “A esposa roga pela alma do seu esposo e pede para
ele refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece
sufrágios todos os dias de aniversário de sua morte” (De Monogamia,10)
São
Cipriano (258 d.C.), bispo católico de Cartago: Refere-se à oferta do
sacríficio eucarístico em sufrágio pelos defuntos. Nas suas cartas é comum
encontrar a expressão “(…) oferecer o sacrifício por alguém ou por ocasião dos
funerais de alguém”.
São
Cirilo de Jerusalém (386 d.C), nas Catequeses Mistagógicas, muitas passagens
falam do purgatório, como esta: “Da mesma forma, rezando nós a Deus pelos
defuntos, ainda que pecadores, não lhe tecemos uma coroa, mas apresentamos
Cristo morto pelos nossos pecados, procurando merecer e alcançar propiação
junto a Deus clemente, tanto por eles como por nós mesmos.”
São
João Crisóstomo (407 d.C.), refere que “os Apóstolos instituíram a oração pelos
mortos (em função da existência do purgatório) e que esta lhes presta grande
auxílio a real utilidade.”
A
Didaqué (redigida no início do sec.III d.C.) , doutrina atribuída aos doze
apóstolos, ordena: “(…) O pão puro que o fogo tiver purificado e que a
invocação tiver santificado ( chamada “Eucaristia” em outra parte), oferecei-o
orando pelos mortos”.
Cânones
de Hipólito, liturgia do século III d.C.,
contém a frase: “caso se faça a memória (anamnese, sufrágio) em favor
daqueles que faleceram…” – e muitos
outros casos não citados aqui.
O Purgatório se
encontra confirmado até pela Arqueologia:As inscrições funerárias dos antigos
cemitérios cristãos atestam o costume vivo de orar pelas almas do purgatório.
Fim
do século II d.C.: a inscrição “Epitáfio de Abércio” atesta que Abércio era
bispo na Frígia(Ásia Menor) e mandou esculpir em uma pedra, em seu túmulo, os
dizeres: “Mandei escrever estas coisas eu Abércio, na idade de 72 anos. O irmão
que as compreender, queira orar por Abércio.”
Por
volta de 268 d.C.: No cemitério de Priscila, em Roma, em um túmulo: “Este túmulo,
Iperéquio preparou-o para a sua benemérita esposa Albínula. Deus alivie o seu
espírito.”
Uma
inscrição funerária em Alexandria, no Egito, foi encontrada, com os dizeres:
“Que o Senhor se recorde da dormição (morte) e do repouso de Makara, a muito
meiga! Aquele que lê, ore por ela!”
Século
IV d.C., de origem copta: “Eu, João, diácono, deixei minha mãe viúva. Vim para
cidade de Cós; aí morri, levaram-me e puseram-me neste túmulo. Lembrai-vos de
mim, bem-amados, a fim de que Deus me perdoe!
Este
são alguns exemplos. Os testemunhos dos cristãos mostram claramente que
professavam a certeza do Purgatório.
O conceito de
purgatório foi ensinado pelo próprio jesus!
"Ora,
quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em
acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz
te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. 59. Digo-te: não
sairás dali, até pagares o último centavo."
(Lc 12,58-59 e Mt 5,23-26) Duas passsagens claríssimas.
O
Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois
caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará
na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina
toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A
condenação neste caso não é eterna. Não se trata da realidade do Inferno.São
Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir
de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer
que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que
é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século
futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser
perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial.
41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas
as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no
mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que
há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte. Século vindouro
significa após a morte (Mc 10,28-30). Logo,certas faltas podem ser perdoadas
após a morte, no estado chamado Purgatório.
“31.
Por isso, eu vos digo: todo pecado e toda blasfêmia serão perdoados aos homens,
mas a blasfêmia contra o Espírito não lhes será perdoada.32. Todo o que tiver
falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o
Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro.”
(Mt 12,31-32) ou Mc 3,28-29
O
ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do
Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio
de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados
mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos
consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas
Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um
sacrifício pelos pecados desses soldados.“Então
encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos
ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a
todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando
que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa
coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém
para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre
ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição
dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso,
considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com
sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o
sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc
12,39-45).O
autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele
não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria
supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima
recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo
e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício
expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu
pecado”. (2 Mac 12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de
Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam
combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma
falta que não foi mortal.Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam
pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus
já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos
falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos
mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados,
aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração
em favor dos mortos.Desta
passagem bíblica surge o costume da chamada “missa de 7º dia”. Os cristãos
podem orar pelos mortos que estão no estado do purgatório, oferecendo a Missa,
Jesus Eucarístico, pela purificação de seus pecados.Com
base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do
Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o
fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao
fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao
fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e
fervor, e outros com tibieza e relutância. E Paulo apresenta o juízo de Deus
sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu
autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá
detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz
explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”,
isto é, com sofrimentos.O fogo neste texto tem sentido metafórico e representa
o juízo de Deus (cf. Sl 78, 5; 88, 47; 96,3). O purgatório não é de fogo
terreno, já que a alma, sendo espiritual, não pode ser atingida por esse fogo.
No purgatório a alma vê com toda clareza a sua vida tíbia na terra, o seu amor
insuficiente a Deus, e rejeita agora toda a incoerência a esse amor, vencendo
assim as paixões que neste mundo se opuseram à vontade santa de Deus. Neste
estado, a alma se arrepende até o extremo de suas negligências durante esta
vida; e o amor a Deus extingue nela os afetos desregrados, de modo que ela se
purifica. Desta forma, a alma sofre por ter sido negligente, e por atrasar
assim, por culpa própria, o seu encontro definitivo com Deus. É um sofrimento
nobre e espontâneo, inspirado pelo amor de Deus e horror ao pecado.
Nesta
outra passagem abaixo também, há uma imagem nítida do Purgatório:
”Mas,
se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar
a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor
daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos
infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou
e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando
a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos
golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a
alguém, dele mais se há de exigir.” (Lc 12,45-48).
Nesta
parábola, o administrador é o cristão.O cristão que for infiel, receberá a
visita do seu Senhor “no dia em que não esperar” (dia de sua morte), e o Senhor
o “mandará ao destino dos infiéis” (Inferno). Porém, a parábola indica
claramente que haverá outros tipos de administradores (fiéis) e outros tipos de
destino.Aí vemos o Purgatório: aquele que conhece a vontade de Deus mas não se
preparou para a sua volta, será açoitado “com numerosos golpes”(lembra
penitência, reparação dos pecados). Aquele que ignora a vontade de seu Senhor e
fizer coisas repreensíveis, será açoitado com “poucos golpes”.Estes dois tipos
de fiéis não irão para o mesmo “destino dos infiéis”. Serão punidos, terão
“pena para pagar”, ”pecados a reparar”, uns mais, outros menos, conforme o
merecimento de cada um.É uma referência clara ao que a Igreja chama de
Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os fiéis haverão de ser
purificados.
Uma “figura” do
Purgatório em 1Pe 3,18-19; 4,6
A
Passagem de São Pedro 1Pe 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do
Purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a
morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo
espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles
que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).Pois para isto foi o
Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua
humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.””(1Pe 3,18-19; 4,6).Nesta
“prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos (justos mas
não merecedores do Inferno) estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar
durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica
que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido
rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados
aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um
lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. È um “lugar” onde os
espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.
Novamente ressaltamos, o termo “lugar” aqui não é um local dimensionado como
nós, seres humanos, concebemos, mas uma realidade invisível expressa pela
linguagem terrena.
Pensamentos Consoladores
sobre o Purgatório:
O
grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567-1655), tem um ensinamento
maravilhoso sobre o purgatório. Ele ensinava, já na idade média, que “é preciso
tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório”. Eis o que ele
nos diz:
1
– As almas ali vivem uma contínua união com Deus.
2
– Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus
quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a
apresentar-se manchadas diante de Deus.
3
-Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus e elas em uma única e perfeita vontade!
4
– Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da
vontade Dele.
5
– São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência,
nem cometer qualquer imperfeição.
6
– Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e
desinteressado.
7
– São consoladas pelos anjos.
8
– Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.
9
– As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.
10
– Se é infernal a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável
ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o
inferno.
11
– O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas
que lá existem são chamas de amor.
Uma
oração pelas santas almas do purgatório, a qual Jesus prometeu a Santa
Gertrudes que salvaria 1000 almas do purgatório todos os dias, por cada pessoa
que rezar, com fervor, esta oração:
“Eterno Pai, eu vos ofereço o preciosíssimo sangue de Vosso Divino Filho
Jesus, em união com todas as missas que hoje são celebradas em todo o mundo,
por todas as santas almas do purgatório, pelos pecadores de todos os lugares,
pelos pecadores de toda a Igreja, pelos de minha casa e meus vizinhos..."Amém!
Extraído do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, 4a. ed.
Editora Rosário, Curitiba, 1981)
FONTE: Gentedefe.com
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