A INQUISIÇÃO PROTESTANTE POUCO SE ESCREVE A RESPEITO!
Por d. Estêvão
Bettencourt
Fonte: PR 500,
fev/2004, pp. 50-62
Publicado em
13/10/2008
Em síntese: Muito se
tem escrito sobre a Inquisição da Igreja Católica, menos, porém, sobre a
Inquisição movida por Calvino e os Calvinistas e pela rainha Isabel Tudor na
Inglaterra. As páginas seguintes referem algo a respeito. É muito comentada a
Inquisição dirigida pela Igreja Católica na Idade Média e na época moderna em
Espanha e Portugal. - Sem querer negar os erros cometidos, deve-se dizer que
muitos falam e escrevem a respeito sem exato conhecimento de causa, movidos por
preconceitos e paixões. Tal é o caso da notícia que vai, a seguir, transcrita
(difundida via internet):
IGREJA CATÓLICA
ROMANA: A ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA MAIS SANGUINÁRIA E FRAUDULENTA QUE O MUNDO JÁ
CONHECEU (?)
Os grandes
conhecedores da história asseveram que a Roma papal derramou muito mais sangue
que a Roma pagã. Quem quiser é só conferir os atos praticados pela Igreja
Católica Romana durante a chamada 'Santa Inquisição'! Iniciada, em 1163 pelo
papa Alexandre III, que no Concílio de Tours, na França, ordenou que o clero
procurasse todos os opositores da idolatria romana para processá-los e levá-los
a julgamento. Em 1253 o papa Inocêncio IV, autorizou a prática de todos os
tipos de torturas contra os protestantes (ué! a história diz que o protestantismo só surgiu com Lutero em 1540) opositores aos ensinamentos
antibíblicos da 'igreja' católica romana. Inácio de Loiola foi um dos maiores
assassinos que o sol já cobriu, mas foi canonizado 'santo' por tais serviços
prestados a essa igreja católica romana, que ainda hoje omite a verdade! Pessoas que não
concordavam com o grande comércio religioso e fraudulento da igreja católica
romana, eram tidas como hereges. O papa Inocêncio IV convocou sacerdotes, reis
e pessoas da sociedade a unirem-se em guerra a essas pessoas. Prometendo
remissão de pecados a quem levasse um herege à morte, a autorização papal
declarava que as pessoas seriam torturadas e mortas e suas propriedades
confiscadas. A igreja católica romana, através dos reis, sacerdotes e
autoridades civis e militares, usou os mais cruéis métodos de tortura para
assassinarem os que não concordavam com suas mentiras religiosas. Famílias
inteiras foram destruídas, filhos sendo assassinados diante dos pais, mulheres
sendo estupradas e mortas diante de seus esposos, esposos que passavam dias e
dias amarrados sob os piores castigos e depois dilacerados".
Abstração feita dos erros de português, este texto,
violento como é, sugere algumas ponderações:
1) Afirma coisas
graves sem indicar fonte alguma! Carece assim de seriedade e valor científicos.
2) O autor comete
flagrante anacronismo ao afirmar que "em 1253 havia protestantes
opositores à Igreja Católica. Na verdade, o protestantismo não existia no
século XIII, já que foi fundado no século XVI.
3) A aplicação da
tortura e da pena de morte era muito mais rara do que dá a entender o autor da
notícia. Este apresenta cenas horrendas ("filhos assassinados diante dos
pais, mulheres estupradas e mortas diante de seus esposos..."), cenas que
a imaginação preconceituosa concebe, mas que a historiografia científica não
abona, como se pode deduzir do Apêndice a este artigo.
4) S. Inácio de
Loiola foi em juventude um cavaleiro que se dedicou a exercícios e torneios
próprios da arte militar. Passou ao serviço do vice-rei de Navarra: combateu os
franceses em defesa do castelo de Pamplona, onde foi ferido nas pernas por uma
bala de canhão. Foi portanto um militar antes de sua conversão, mas não um assassino!
5) Quem tem telhado
de vidro não joga pedra no telhado do vizinho, diz o adágio popular. O
protestantismo, que acusa a Igreja Católica, teve também sua Inquisição, da
qual pouco se fala, mas que, a bem da verdade, merece ser conhecida. A respeito
será dito algo nas páginas seguintes não pelo falso prazer de narrar desgraças,
mas para mostrar que a Inquisição foi praticada também por aqueles que a lançam
em rosto à Igreja Católica!
Em Genebra: João
Calvino (1509-64)
Nasceu João Calvino
em Noyon (França). Fez seus estudos humanísticos e jurídicos em Paris, onde
teve contato com elementos protestantes. Em 1533 adotou o protestantismo numa
"conversão repentina", como ele mesmo a designa. Visto que o governo
francês perseguia os protestantes, Calvino emigrou para Basileia (Suíça) em
1534. Passando certa vez por Genebra, foi convidado por Farei para aí ficar.
Calvino aceitou o convite e recebeu o encargo de pregar e implantar em sua nova
sede a doutrina protestante - missão esta que ele assumiu com grande energia,
impondo severa disciplina a todos os cidadãos. Teve que enfrentar a
resistência de vários opositores, mas firmemente venceu-os e governou Genebra. O principal órgão
administrativo de Calvino era o Consistório, composto por pregadores e
anciãos, aos quais competia vigiar pela pureza da fé, inquirir os suspeitos de
defecção e julgá-los. As consequências da atividade de tal instituição vêm
assim descritas por Bihlmayer-Tuechle em sua "História da Igreja",
vol. 3, pp. 74s: "Com o objetivo
de controle, faziam-se várias vezes no ano visitas a domicílio e conforme o
caso recorria-se também às denúncias e à espionagem paga. Os transgressores
eram colhidos pela admoestação, de-ploração e excomunhão (exclusão da ceia
sagrada) e obrigados a fazer penitência pública. Os grandes pecadores, como os
sacrílegos, os adúlteros e os adversários obstinados da nova fé, eram
entregues ao Conselho da cidade para o castigo. Foram pronunciadas muitas
condenações à morte (58, até 1546) e mais ainda ao exílio. A tortura foi usada
da forma mais rigorosa. A cidade teve que submeter-se, embora a contragosto, à
disciplina férrea de Calvino. Todas as festas religiosas desapareceram, exceto
os domingos. O culto foi reduzido à pregação, à oração e ao canto dos salmos;
quatro vezes por ano era distribuída à comunidade a sagrada ceia, com pão e
vinho ordinário. A vida da sociedade genebrina adquiriu o teor de uma
seriedade taciturna; as vestes de luxo, os bailes, o jogo de cartas, o teatro e
divertimentos semelhantes eram severamente condenados. Naturalmente a
'teocracia' instaurada por Calvino com tanta habilidade e energia não persistia
sem adversários. Os velhos fautores da liberdade (libertins) e a alegre
aristocracia genebrina julgaram por demais opressor o jugo religioso; mas ele
os reduziu ao silêncio mediante duras punições. Outras dificuldades foram
suscitadas contra a sua teologia, mas soube dominá-las todas. O médico Jerônimo
Bolsec, monge carmelita apóstata, proveniente de Paris, que ousara sublevar-se
contra a doutrina de Calvino sobre a predestinação, foi exilado em 1551; o
humanista e médico espanhol, Miguel Servet, que Calvino tinha denunciado
antecedentemente à inquisição de Lião, foi queimado vivo em 27 de outubro de
1553, por ter negado o dogma da SS. Trindade1. Em 1555, Calvino havia
conquistado a vitória sobre todos os seus inimigos. Nenhum pôde mais abalar-lhe
a posição de ditador religioso, e em certo sentido também político, na sua
"Roma protestante", onde afluíam os emigrados protestantes da
França, da Itália e da Inglaterra. Então as ordonnances foram atuadas
plenamente e ao mesmo tempo aperfeiçoadas".
Eis alguns episódios particulares:
1) Ami Perrin - Era
capitão-geral da cidade de Genebra e genro de Francisco Favre, família
importante, alegre e ciosa de sua autonomia naquela sociedade. Por ocasião de
um casamento, tal família deu um baile. Sabedor disto, o Consistório abriu um
inquérito e convocou dançarinos e dançarinas; estes compareceram perante a
autoridade e deram dos fatos uma versão falsa, exceto Ami Perrin. Calvino
então censurou, com veemência a dança, jurando punir os culpados. Furiosa,
gritou-lhe: a mulher de Perrin, Franchequine:"Homem perverso, queres beber o sangue da nossa família, mas sairás
de Genebra antes de nós". O litígio agitou a
cidade inteira por muito tempo. Enquanto o capitão Perrin tentava apaziguar os
ânimos, a sua esposa fazia o contrário, pois continuava a dançar. Chamada a
comparecer novamente perante o Consistório, interpelou o ministro Abel Poupin como
Gros pouacre (tratamento fortemente injurioso na linguagem da época), em
consequência do que foi encarcerada. A opinião pública se abalou contra
Calvino. Este, enraivecido, mandou fazer uma perquisição na casa de Jacques
Gruet, amigo da família Favre; aí foram encontrados os rascunhos de um cartaz
agressivo poucos dias antes afixado na cidade; em seus apontamentos íntimos
Gruet escarnecia a Bíblia e o Cristianismo, em vista disto, Gruet foi logo
preso, julgado e condenado a ser decapitado, ficando seu corpo exposto ao
público aos 26 de julho de 1547.
2) Pierre Ameaux - Era
fabricante de cartas de baralho. O rigor do puri-tanismo calvinista fazia-o
perder clientes, pois a população tinha medo de jogar. Proferiu então injúrias
públicas contra Calvino - o que lhe valeu ser preso e encarcerado. Aos 8 de
abril de 1546 o tribunal pronunciou sobre ele a sentença: deveria dar a volta
da cidade vestido de camisola, com a cabeça coberta e uma tocha acesa na mão;
feito isto, haveria de comparecer perante o tribunal e de joelhos daria graças
a Deus e à Justiça, confessando ter falado indevidamente. É de notar que Pierre
Ameaux era membro do Conselho Menor e gozava do respeito da população.
3) Os papistas - Visando atingir
qualquer indivíduo que ferisse a honra de Deus, o Consistório tinha
funcionários inspecionando a cidade de Genebra e seus arredores. Cada qual
devia semanalmente levar ao tribunal a relação dos feitos que julgasse
merecedores de punição: jogo de damas ou similar, refeição mais copiosa do que
de costume, consumo de vinho num botequim, faltar às prédicas, ceder às
"superstições papistas"...Calvino, sentindo a repulsa da opinião
pública, exclamou: "A raiva e a fúria contra mim chegaram a tal ponto que
tudo o que digo suscita suspeitas. Ainda que eu afirmasse ser dia claro ao
meio-dia, começariam logo a duvidar". São estes alguns traços da Inquisição
calvinista em Genebra.
Vejamos
agora Fora de Genebra: o Calvinismo em revista na Suíça e Holanda!
1) Na Suíça - o Caivinismo
absorveu as ideias e os seguidores do reformador Zvinglio de Zurique.
Propagou-se destruindo monumentos artísticos dos católicos. Dentre os mártires
seja citado São Fidelis de Sigmaringen (1577-1622). Este Santo foi advogado e
muito trabalhou em favor dos pobres. Fez-se frade capuchinho e foi enviado para
a região de Rezia, onde a população se tornara, em grande parte, calvinista. O
êxito de sua pregação provocou a hostilidade dos calvinistas; estes, fingindo
querer converter-se à fé católica, convidaram-no para pregar em Gruesch. Mal
subira ao púlpito da igreja local, quando avistou um cartaz preso à parede com
os dizeres: "Esta é a tua última predica".Quando começou a pregar,
foi contra ele desferido um tiro, que errou o alvo. Frei Fidelis continuou
intrépido e, ao terminar, dirigiu-se para a porta da igreja; ali cercou-o um
bando de homens que o trucidaram a golpes de punhal e barras de ferro, chegando
a amputar-lhe a perna esquerda.
2) Na Holanda - A Alemanha, fiel ao
luteranismo, rejeitou o calvinismo, que passou então para a Holada com grande
veemência. Escreve um historiador protestante: "Os calvinistas
(queux) eram os mais abomináveis piratas de todos os tempos... A sua cupidez
era sem igual. Queriam fazer ressoar em toda parte o seu grito de guerra: 'A
palavra de Deus segundo Calvino!' Saqueavam igrejas e conventos e infligiam aos
Religiosos um trato tal que poucos paralelos se encontram na história dos
povos" (Kervin de Lettenhove, Lês Huguenots et lês Gueux, tomo II Bruges,
p. 408).As igrejas católicas eram saqueadas e os sagrados valores
profanados. Ao ver um monge cartuxo sendo levado ao suplício, perguntou uma
mulher: "Que mal fez esse homem?", respondeu o carrasco com furor: "É
um monge, um papista". Ao devastarem o
mosteiro de Tene Rugge, os invasores encontraram um ancião que não conseguira
fugir. Intimaram-no a exclamar: "Vivam os calvinistas!"; tendo-o
recusado, foi condenado ao massacre; antes de lhe tirarem a vida, amputaram-lhe
as orelhas, sendo uma afixada à porta da cidade, e a outra à porta da igreja.Alguns dias mais
tarde, prenderam e mataram o pároco Henrique Bogaart, de Hellevoetsluis, após
ter-lhe amputado mãos e pés.Caiu nas mãos dos
algozes um sacerdote chamado Vicente, de 85 anos de idade; meteram-lhe na
cabeça uma coroa de espinhos, e puseram-lhe no ombro uma cruz confeccionada às
pressas, após o quê atrelaram o padre a uma carroça para que a puxasse; tendo
assim tratado o ancião, deram-lhe o golpe mortal.
Em Brielle foram
presos alguns clérigos e leigos; um daqueles - o cónego Bervout Hanszoon -
recusou ceder alojamento à concubina de um dos carrascos, que era um católico
apóstata; por causa disto mais candente se tornou a sanha dos adversários. Sem
processo prévio, foi condenado à morte: atiraram-no num poço cheio de lama,
onde permaneceu algumas horas em luta contra a morte, que finalmente
prevaleceu. Do mesmo modo foram executados três outros sacerdotes.Em suma, ao invadirem
a cidade de Brielle, os calvinistas decapitaram ou queimaram vivos 84
sacerdotes; 19 outros morreram por ocasião da tortura.
Não se pode deixar de
mencionar, à guisa de complemento, o martírio dos católicos do Rio Grande do
Norte por obra dos índios instigados pêlos calvinistas holandeses em 1645: o
primeiro grupo, contando setenta pessoas aproximadamente, foi trucidado na
capela da vila de Cunhaú. O segundo grupo em Uruaçu.Por conseguinte não
resta dúvida: o Calvinismo usou de violência cruel no trato com seus irmãos
"papistas" (fiéis ao Papa).Passemos ao Anglicanismo.
O Anglicanismo Protestante na Inglaterra!
O rei Henrique VIII
em 1534 foi declarado pelo Parlamento, mediante o Ato de Supremacia, Chefe da
Igreja na Inglaterra. Sob o seu sucessor, Eduardo VI, foram redigidos 42
artigos, que expressavam a fé reformada anglicana. De 1558 a 1603 reinou a
rainha Isabel l, que implantou decisivamente o protestantismo de fundo
calvinista na Inglaterra, visando à total extinção da Igreja Católica!
Sob Isabel l:
generalidades - Eis o que se lê na citada obra de Bihlmayer-Tuechle, pp.
270s:
«Os 42 artigos de Eduardo VI,
reduzidos a 39, foram elevados à categoria de norma confessional (1563) da
igreja nacional inglesa; a obrigação de prestar o juramento de supremacia foi
estendida a todos os membros da Câmara Baixa, aos mestres e aos procuradores
públicos, enfim, a todas as pessoas suspeitas de adesão à antiga religião, às
quais, em caso de recusa repetida, era cominada até a pena de morte. Numa
primeira fase, é verdade, foram aplicadas somente penas consistentes na
privação dos bens ou da liberdade, ainda que não raro, em medida realmente
draconiana. Mais tarde, porém, quando Pio V (1570) fulminou Isabel com a
excomunhão e a deposição desvinculando os súditos do juramento de fidelidade,
foram emanadas novas e severíssimas leis e posto em atuação o patíbulo. Foi uma
época tremendamente dolorosa para os fiéis católicos da Inglaterra, que,
amaldiçoados e perseguidos como inimigos do Estado e réus de alta traição,
envolvidos na hostilidade suscitada pelo contraste político entre a Espanha e
Inglaterra, viram-se oprimidos pela dura crueldade de uma justiça sanguinária.
Tiveram que pagar a caro preço as conjuras tramadas contra Isabel e as tramas
urdidas para a libertação da prisioneira Maria Stuart. Não é, pois, para se
maravilhar que o seu número fosse continuamente diminuindo. O perigo ameaçava
sobretudo os sacerdotes; quem lhes dava hospitalidade era punido com a pena de
morte. Para não deixar extinguir-se toda cura pastoral na Inglaterra, foi
necessário providenciar à ereção de Institutos no exterior para a formação de
padres. Guilherme Allen, cónego de Iorque e desde 1587 'cardeal da
Inglaterra', fundou em 1568 em Douai um colégio inglês e o papa Gregório XIII
erigiu outro em Roma em 1579. Numerosos jovens de ilustres famílias inglesas
realizaram nestes colégios os seus estudos teológicos e mais tarde dirigiram-se
secretamente como missionários para a Inglaterra, indo não raro ao encontro da
morte certa. Uma das mais famosas vítimas da perseguição foi o douto jesuíta
Edmundo Campion, ex-aluno de Douai, o qual foi executado com dois companheiros
em 1581.Quando Filipe II da Espanha, para vingar a morte de Maria Stuarí,
tentou em vão conquistar a Inglaterra com a sua Armada, a perseguição
encarniçou-se mais ainda; mais de cem pessoas caíram vítimas dela. Globalmente
sofreram a morte pela sua fé 124 sacerdotes e 61 leigos. Numerosos fiéis de
ambos os sexos definharam por longos anos em horríveis masmorras. Aqueles que
se abstinham do culto anglicano, 'os recusantes', foram colhidos por enormes
penas pecuniárias. Sob o regime de coação religiosa da igreja nacional
anglicana tiveram que sofrer não só os católicos, mas também os puritanos e os
presbiterianos, os quais se opunham também ao ato de uniformidade (não
conformistas, dissenters)».
Particularidades - Recusa do
juramento
Quem recusasse
prestar o juramento de supremacia, era punido como réu de alta traição; era
colocado sobre uma grade e assim arrastado até o lugar do suplício; aí era
estendido sobre um cepo; abriam-lhe o ventre, recortavam-lhe as entranhas em
ritmo lento de modo a prolongar a agonia; a seguir, arrancavam-lhe o coração e
o corpo era esquartejado, ficando as diversas partes expostas ao público. Em
alguns casos o senso humanitário deixava que a morte ocorresse antes da
operação final; mais frequentemente os mártires eram recortados ao vivo. Em 1535 um monge
cartuxo foi condenado a tal suplício juntamente com alguns companheiros;
enquanto o monge era executado, os companheiros, aguardando sua vez, pregavam amorosamente o Evangelho para quem estava assistindo.
São João Fisher
O cardeal John
Fisher, quase octogenário, ficou por um ano encarcerado na Torre de Londres.
Foi condenado à morte por ter dito, em conversa particular, que o rei não
tinha autoridade sobre a Igreja. Por ser Cardeal, Henrique VIII lhe concedeu a
graça de ser simplesmente decapitado sem outra pena. Em 1535 na manhã do
suplício J. Fisher fez questão de um asseio esmerado; provocou a surpresa do
seu servidor, ao que respondeu o condenado: "Não vês que este é o meu dia
de núpcias?" Ao partir para o suplício, leu dois versículos do Novo
Testamento e rezou. Subiu com as próprias pernas até o patíbulo. Segundo o
antigo costume, o carrasco se ajoelhou diante dele e pediu-lhe perdão,
respondeu-lhe o Cardeal: "Eu te perdoo de todo o coração; tu me verás sair
vitorioso deste mundo". Dirigiu-se à multidão que assistia, em tom de
despedida; rezou ainda longamente e entregou a cabeça ao carrasco. Após a morte,
esta foi exposta sobre a ponte de Londres. O corpo permaneceu no lugar do
patíbulo, até que viessem soldados que o levaram, cavaram uma fossa e lá o
depositaram. Tomás Moro, Primeiro-Ministro do rei, teve morte semelhante em
1535.Mais uma vez a história evidencia que os irmãos separados
"inquiriram" e maltrataram os fiéis católicos. Cometeram também eles
o que acusam a Igreja de ter feito. Além de Bihlmayer-Tuechle, foi utilizado, na
confecção deste artigo, o Dictionnaire Apologetique de Ia Foi Catholique,
organizado por A. d'Alès, verbetes Reforme e Martyre.
APÊNDICE
A fim de possibilitar
uma visão mais objetiva e fiel à realidade, vão, a seguir, propostos alguns
aspectos da Inquisição católica geralmente silenciados pêlos manualistas:
1. O Inquisidor - Os historiadores que
hoje consideram esse passado, tendem a julgá-lo através das categorias de
pensamento modernas, exigindo dos antigos o que eles não sabiam nem podiam dar;
não levam em conta os textos que exprimem o ardente amor pela verdade, pela justiça
e pelo bem que animava os Inquisidores de modo geral. Eis, por exemplo, o
espelho do Inquisidor redigido por Bernardo de Gui, um dos mais famosos
Inquisidores no século XIV (1308-1328):"O Inquisidor
deve ser diligente e fervoroso no seu zelo pela verdade religiosa, pela
salvação das almas e pela extirpação das heresias. Em meio às dificuldades
permanecerá calmo, nunca cederá à cólera nem â indignação. Deve ser intrépido,
enfrentar o perigo até a morte; todavia não precipite as situações por causa da
audácia irrefletida. Deve ser insensível aos rogos e às propostas daqueles que
o querem aliciar; mas também não deve endurecer o seu coração a ponto de
recusar adiamentos e abrandamentos das penas conforme as circunstâncias. Nos
casos duvidosos, seja circunspecto, não dê fácil crédito ao que parece provável
e muitas vezes não é verdade; também não rejeite obstinadamente a opinião
contrária, pois o que parece improvável, frequentemente acaba por ser
comprovado como verdade... O amor da verdade e a piedade, que devem residir no
coração de um juiz, brilhem nos seus olhos, a fim de que suas decisões jamais
possam parecer ditadas pela cupidez e a crueldade" (Prática Vi p... ed.
Douis 232s).Algo de semelhante se
encontra sob a pena de outro célebre Inquisidor: Nicolau Eymeric O.P. - em seu
Directorium (Parte III, questão 1§, De conditione inquisitoris).Para preservar e
garantir tais predicados dos Inquisidores, a autoridade eclesiástica
promulgava certas normas, acompanhando os procedimentos da Inquisição:
- garantias de idade:
o Papa Clemente V, no Concílio de Viena (1311), seguindo preceitos de seus
antecessores, dispôs que ninguém pudesse exercer as funções de Inquisidor antes
dos 40 anos;
- garantias de
honestidade: Alexandre IV (1255), Urbano IV (1262), Clemente IV (1265),
Gregório X (1275), Nicolau IV (1290) insistiram nas qualidades morais, na
honestidade e na pureza de costumes a ser exigidas dos Inquisidores;
- garantias de saber:
também se declarava indispensável ao Inquisidor um bom conhecimento de Teologia
e Direito Canónico.
A maneira como
procediam os juízes era continuamente acompanhada e controlada, na medida em
que isto era possível na Idade Média. Mais de uma vez, a Santa Sé interveio
para moderar o zelo e punir os excessos dos Inquisidores. É de notar, por
exemplo, que o Papa Clemente V, no Concílio de Viena (1311), determinou fosse
excomungado o Inquisidor que se aproveitasse das suas funções para fazer lucros
ilícitos ou extorquir dos acusados quantias de dinheiro; para ser absolvido de
tal pena, o Inquisidor deveria reparar os danos causados. Todo Inquisidor que
abusasse comprovadamente do seu ministério, era sem demora deposto do cargo,
fosse pêlos Superiores de sua Ordem, fosse pêlos legados papais, fosse
diretamente pela Santa Sé. Os bispos eram obrigados, em consciência, a
comunicar ao Papa todos os desmandos cometidos pêlos Inquisidores; o mesmo
dever tocava aos notários e demais oficiais de justiça que acompanhavam o
Inquisidor.
As penas e seu
abrandamento
1. No tocante às
penas infligidas a hereges e bruxas, não existe a documentação desejável, pois
o registro de fatos outrora se fazia mais dificilmente do que hoje. Como quer
que seja, temos ao nosso alcance alguns espécimens dos séculos XIII e XIV;
assim, por exemplo: De 1249 a 1258 em
Carcassonne (França) a Inquisição proferiu 278 sentenças; a pena de prisão é
relativamente rara; a mais frequente é a que manda prestar serviço na Terra
Santa.De 1308 a 1328 Bernardo de Gui em Tolosa exerceu com
severidade as suas funções: em dezoito Sermones Generales proferiu 929
sentenças assim distribuídas:
Imposição da cruz:
132 vezes
Peregrinação: 9 vezes
Serviço na Terra
Santa: 143 vezes
Encarceramento
platónico pronunciado sobre defunto: 17 vezes
Entrega ao braço
secular (pena de morte): 42 vezes
Absolvição de
defuntos: 3 vezes
Exumação: 9 vezes
Sentenças contra
contumazes: 40 vezes
Exposição no
pelourinho: 2 vezes
Degradação: 2 vezes
Exílio: 1 vez
Destruição da casa:
22 vezes
Queima do Talmud: 1
vez
Absolvição de
prisioneiro: 139 vezes
Esta lista mostra que
a entrega ao braço secular ou a pena de morte era relativamente rara. De 1318 a
1324 em Pamiers (França), a Inquisição julgou 98 acusados: 5 foram entregues
ao braço secular; 35 condenados ao cárcere; 2 absolvidos; a respeito dos demais
nada consta; terão sido absolvidos?... exilados?... enviados para a Terra
Santa? Como quer que seja, de 98 consta que apenas cinco sofreram a condenação
capital.
2. É de notar ainda
que muitos dos réus sentenciados podiam gozar de indulto, que os dispensava
total ou parcialmente da sua pena. Podiam também usufruir de licença para sair
do cárcere e ir tirar férias em casa; em Carcassonne, por exemplo, aos 13 de
setembro de 1250, o bispo deu a uma mulher chamada Alazais Sicrela permissão
para sair do cárcere e ir aonde quisesse até a festa de Todos os Santos (1 - de
novembro), ou seja, durante sete semanas. Licença semelhante foi dada por
cinco semanas a um certo Guilherme Sabatier, de Capendu, na ocasião de
Pentecostes (9/05/1251). Raimundo Volguir de VilIar-en-Val obteve uma licença
que expirava no dia 20/05/1251, mas que lhe foi prorrogada até o dia 27. Outro
caso é o de Pagane, viúva de Pons Arnaud de Preixan, que, encarcerada, obteve
licença para férias de 15/06 a 15/08 de 1251.Os prisioneiros
tinham o direito de se afastar do cárcere para tratamento de saúde por quanto
tempo fosse necessário. São numerosos os casos de que se tem notícia: assim aos
16/04/1250, Bernard Raymond, de Conques, obteve a autorização para deixar a sua
cela propter infirmitatem. Aos 9/08 seguintes, a mesma permissão era dada a
Bernard Mourgues de ViHarzel-en-Razès, com a condição de que voltasse oito dias
após obter a cura. A 14/05 a mesma concessão era feita a Armand Brunet de
Couffoulens; e a 15/08 a Arnaud Miraud de Caunes. A 13/03/ 1252 Bernard Borrei
foi posto em liberdade propter infirmitatem, devendo voltar ao cárcere quinze
dias após a cura. A 17/08 seguinte, Raine, filha de Adalbert de Couffoulens,
foi autorizada a permanecer fora do cárcere quousque convaluerit de aegritudine
sua (até que ficasse boa da sua doença)... A repetição de tais casos a
intervalos breves, e às vezes no mesmo dia, mostra que não se tratava de
exceções, mas de uma rotina bem definida.
3. Também havia
autorização aos presos para ir cuidar de seus familiares em casa. Às vezes os
problemas de família levavam os Inquisidores a comutar a pena de prisão por
outra que permitisse atendimento à família. Até mesmo os mais severos
praticavam tal gesto; sabe-se, por exemplo, que o rigoroso juiz Bernard de Caux
em 1246 condenou à prisão perpétua um herege relapso, chamado Bernard Sabatier,
mas, na própria sentença condenatória, observava que, o pai do réu sendo um bom
católico, ancião e doente, o filho poderia ficar junto do pai enquanto este
vivesse, afim de lhe dispensar tratamento.
4. Acontece também
que as penas infligidas aos réus eram abrandadas ou mesmo supressas: a
3/09/1252 P. Brice de Montreal obteve a troca da prisão por uma peregrinação à
Terra Santa. Aos 27/06/1256 um réu que devia peregrinar à Terra Santa, recebeu
em troca outra pena: pagaria 50 soldos de multa, pois não podia viajar propter
senectutem (por causa da idade anciã). São conhecidos também os casos de
indulto total: o Inquisidor Bernard Gui, em seu Manual apresenta a fórmula que
se aplicava para agraciar plenamente o réu. O mesmo Bernard Gui reabilitou um
condenado para que pudesse exercer funções públicas; a um filho de condenado
que cumprira a pena, reconheceu o direito de ocupar o consulado e exercer
funções públicas.
5. A história também
registra o fato de que os Inquisidores estavam atentos a distinguir falsas e
verdadeiras acusações. Conta-se, por exemplo, o caso, ocorrido em Pamiers
(1324), de Pierre Peyre e Guilhaume Gautier: ambos colaboraram com Pierre de
Gaillac, tabelião de Tarscon, numa campanha contra Guillem Trom; este também
era tabelião e atraía a si a clientela, de modo que Pierre de Gaillac, querendo
livrar-se dele, acusou-o de heresia perante a Inquisição, apoiado no falso
testemunho de Pierre Peyre e Guillaume Gautier; estes dois cidadãos, comprova-damente
tidos como falsários, foram condenados, e Guillem Trom reconhecido como
inocente.
6. É certo, porém,
que nem todos os Inquisidores tiveram a mesma elevação de espírito e a mesma
retidão de consciência. Alguns se mostraram obcecados na repressão à heresia,
procedendo cruelmente. Os historiadores registram tais abusos, mas não costumam
registrar as censuras que a Santa Sé infligiu aos oficiais imoderados ou
indignos, sempre que ela teve notícia dos fatos; aliás, não somente ela, mas
também os legados papais e os bispos se insurgiram contra os excessos dos
Inquisidores; não eram raras as admoestações à prudência e à brandura emanadas
das autoridades eclesiásticas para a orientação dos Inquisidores; estes deviam
proceder com pureza de intenção (superando paixões, pressões e preconceitos) e
com a virtude da discrição.Consta também que os
Papas mais de uma vez deram ordens aos Inquisidores para que usassem de
brandura em casos precisos: Inocêncio IV, por exemplo, mandou aos Inquisidores
Guillaume Durand e Pierre Raymond que absolvessem Guillaume Fort, cidadão de
Pamiers; aos 247 12/1248 mandou soltar os hereges cuja punição lhe parecia
suficiente; aos 5/08/1249, encarregou o bispo de Albi de restituir à comunhão
da Igreja Jean Fenessa de Albi e sua esposa Arsinde, condenados pelo Inquisidor
Ferrier.Em 1305 o Inquisidor
de Carcassone provocou, por seus rigores, a revolta da opinião pública: os
habitantes de Carcassonne, Albi e Cordes dirigiram-se à Santa Sé. As suas
queixas foram acolhidas pelo Papa Clemente V, que aos 13/03/1306 nomeou os
Cardeais Pierre Taillefer de Ia Chapelle e Béranger Frédol para fazer um
inquérito do que ocorria na região; enquanto este se processava e as prisões
eram inspecionadas, estava suspensa toda perseguição de hereges. Os dois
prelados iniciaram a visita aos cárceres de Carcassonne nos últimos dias de
abril; encontraram aí quarenta prisioneiros que se queixavam dos carcereiros;
estes foram logo substituídos por outros mais humanitários; aos detidos foram
assinaladas celas recém-reformadas e foi permitido passear per carrerias muri
largi ou em espaço mais amplo; os guardas receberam a ordem de entregar aos
prisioneiros tudo o que fosse enviado pelo rei ou por seus amigos para a sua
manutenção. Os dois Cardeais visitaram outrossim os cárceres de Albi aos
4/05/1306; mandaram retirar as correntes que prendiam os encarcerados,
designaram outros guardas, mandaram melhorar as condições sanitárias das
prisões, abrindo janelas para a penetração da luz e do ar.
(Autor: Fernando
Nascimento)
Introdução
O artigo que segue,
revela em rica bibliografia, os números de mortos, e requintes de crueldade dos
incomparáveis tribunais eclesiásticos protestantes. E deixará claro que as
levianas acusações protestantes contra a Igreja Católica sorrateiramente mudaram
a palavra “inquisição”, que quer dizer apenas: “sindicância”, “investigação”,
em sinônimo de “matança de pessoas”. Ainda hoje, esse erro circula no meio
protestante. Tal quimera caiu por terra, quando o renomado historiador Agostino
Borromeo, após demorado estudo sobre a inquisição, concluiu que não chegaram a
cem, o número de mortes, cometidas por católicos que em desobediência ao Papa,
empregaram pena de morte contra os inquiridos.Antes, abramos um
parêntese, para de fato mostrarmos conforme os historiadores, que muita calúnia
se lançou contra a Igreja Católica, no que concerne a falsa acusação de matança
de “centenas”, “milhares” e até “milhões” de pessoas. Pura lenda, que na
verdade não passava de mentira estratégica protestante, fomentada por anticatólicos
como: Russel Hope Robbins, o apostata Doelling, Jules Baissac, Jean Français e
Reinach.O próprio Rui Barbosa
quando principiante inexperiente, traduziu “O Papa e o Concílio” uma obra de um
deles, do Doelling, e se arrependeu mais tarde, proibindo no prefácio a
publicação da mesma, pelas calúnias apaixonadas. Dizia mais tarde Rui Barbosa,
quando maduro e experiente: “Estudei todas as religiões do mundo e cheguei a
seguinte conclusão: religião ou a Católica ou nenhuma.” (Livro Oriente, Carlos
Mariano de M. Santos (1998-2004) artigo 5º).Publicou a Agência
européia de notícias Zenit: [CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 16 de junho de
2004 (ZENIT.org).- Atualmente, os pesquisadores têm os elementos necessários
para fazer uma história da Inquisição sem cair em preconceitos negativos ou na
apologética propagandista, afirma o coordenador do livro «Atas do Simpósio
Internacional “A Inquisição”». No volume, Agostino
Borromeo, historiador, recolhe as palestras do congresso que reuniu ao final de
outubro de 1998, no Vaticano, historiadores universalmente reconhecidos
especializados nestes tribunais eclesiásticos.«Hoje em dia, afirmou
essa terça-feira, em uma coletiva de imprensa de apresentação do livro, o
professor da Universidade «La Sapienza» de Roma-- os historiadores já não
utilizam o tema da Inquisição como instrumento para defender ou atacar a
Igreja».Diferentemente do que
antes sucedia, acrescentou o presidente do Instituto Italiano de Estudos
Ibéricos, «o debate se encaminhou para o ambiente histórico, com estatísticas
sérias».O especialista
constatou que, à «lenda negra» criada contra a Inquisição em países
protestantes, opôs uma apologética católica propagandista que, em nenhum dos
casos, ajudava a conseguir uma visão objetiva.Isto se deve, entre
outras coisas --indicou--, ao «grande passo adiante» dado pela abertura dos
arquivos secretos da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício),
ordenada por João Paulo II em 1998, onde se encontra uma base documental
amplíssima. Borromeu ilustrou
alguns dos dados possibilitados pelas «Atas do Simpósio Internacional “A
Inquisição”».Revela o historiador
sobre os processos e condenação referentes ao tribunal católico: “dos 125.000
processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 «bruxas».
Na Itália, acrescentou, foram 36 e em Portugal 4. Se somarmos estes dados
--comentou o historiador-- não se chega nem sequer a cem casos...”A Inquisição na
Espanha, afirmou o historiador, em referência ao tribunal mais conhecido,
celebrou entre 1540 e 1700, 44.674 julgamentos. Os acusados condenados à morte
foram 1,8% e, destes, 1,7% foi condenado em «contumácia», ou seja, pessoas de
paradeiro desconhecido ou que em seu lugar se queimavam ou enforcavam
bonecos].(1) Até aqui a notícia de ZENIT.org.Outro historiador, o
protestante, Henry Charles Léa, cita 47 bulas, nas quais a Santa Sé
continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais
eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças
freqüentes dos juizes leigos. Basta folhear a monumental obra do próprio Léa,
para convencer-se que na realidade as bruxas foram perseguidas e condenadas
mais pelos detentores do poder civil e pelos protestantes do que pelo tribunal
católico. (2)Também o historiador
Daniel Roups, é categórico nos seus registros: ”Foram numerosos os cânones dos
concílios que, excomungando os hereges e proibindo os cristãos de lhes darem
asilo, não admitiam que se utilizassem contra eles a pena de morte. Deviam bastar
as penas espirituais ou, quando muito, as penas temporais moderadas”. (3)João Paulo II enviou
uma mensagem com motivo da apresentação das «Atas» do Simpósio Internacional
sobre a Inquisição, na qual sublinha a necessidade de que a Igreja peça perdão pelos
pecados cometidos por seus filhos através da história. Ao mesmo tempo,
declarava, «antes de pedir perdão é necessário conhecer exatamente os fatos e
reconhecer as carências ante as exigências cristãs».Pelos filhos da
Igreja Católica, que em desobediência cometeram alguns crimes, o Papa João
Paulo II pediu perdão. Mas, quando o protestantismo parará de deturpar, omitir
e caluniar, reconhecendo finalmente os extermínios que cometeu e atribui
maldosamente aos católicos? Fecha parêntese.
VEJAMOS ENTÃO, A VERDADE DOCUMENTAL, E A CRUELDADE SEM PRECEDENTES
DOS TRIBUNAIS PROTESTANTES!
A quantidade de
registros literários dos próprios protestantes é vasta, porém, estranhamente
ocultada pelos livros escolares, pela imprensa e mídia em geral. Muitas vezes vemos
o que é omitido pelo lado protestante sendo por esses veículos, atribuídos
maldosamente à Igreja Católica.- O próprio Lutero
nos legou o relato dessa prática, anos antes de lançar-se em revolta aberta,
dizia: “(...) os hereges não são bem acolhidos se não pintam a Igreja como má,
falsa e mentirosa. Só eles querem passar por bons: a Igreja há de figurar como
ruim em tudo.” (Franca, Leonel, S.J. A Igreja, a reforma e a civilização, Ed.
Agir, 1952, 6ª ed. Pág. 200). Uma vez no
protestantismo, já ensinava Lutero aos protestantes: "Que mal pode causar
se um homem diz uma boa e grossa mentira por uma causa meritória e para o bem
da igreja (luterana)." (Grisar, Hartmann,
S.J., Martin Luther, His life & work, The Newman Press, 1960- pág 522).Logo a mentira, a
omissão e o falso testemunho se tornaram a coluna da doutrina dos pseudos
“reformadores” protestantes.A crueldade foi
especialmente severa na Alemanha protestante. As posições de Lutero, contra os
anabatistas, causaram a morte de pelo menos 30.000 camponeses. (4)Calvino, pai dos
presbiterianos, mandou queimar o espanhol Miguel Servet Grizar, médico
descobridor da circulação sanguínea. Acusado de heresia, Servet foi preso e
julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia
para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e
condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob
direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas
proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553. Puseram-lhe na cabeça
uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com
requintes de sadismo e crueldade. (5)O luterano Benedict
Carpzov, foi legista brilhante e figura esclarecida, até hoje ocupando lugar
destacado na história do Direito Penal. Mas perdia a compostura contra a
bruxaria, que considerava merecedora de torturas três vezes intensificadas com
respeito a outros crimes, e cinco vezes punível com pena de morte. Protestante
fanático, afirmava, quando velho, ter lido a Bíblia inteira 53 vezes. Assinou
sentença de morte contra 20.000 bruxas, apoiando-se principalmente na
"Lei" do Antigo Testamento. Não compreendendo o verdadeiro
significado da Bíblia, considerava o Pentateuco como lei promulgada pelo
próprio Deus, Supremo Legislador. Carpzov, para condenar a morte, usava (Lv
19,31; 20,6.27; Dt 12,1-5), citava de preferência o Êxodo (22,18); "Não
deixarás viver a feiticeira". (6)Outro famoso
perseguidor de bruxas na Alemanha, foi Nicholas Romy, considerado grande
especialista e que escreveu um longo tratado sobre bruxaria, teve sobre sua
consciência a morte de 900 pessoas. (7) Já Froehligh, reitor
da Universidade de Innsbruck e catedrático de Direito, que chegou a ser
chanceler da Alta Áustria, insistia em que não só as supostas bruxas fossem
condenadas, senão também seus filhos! E não se precisava muito para ser
considerada bruxa, pois o seria qualquer pessoa que não tivesse um olhar
franco.(8)Naquele ambiente de
superstição, crueldade e pânico perante as bruxas, foi possível o aparecimento
de um Franz Buirmann, pervertido magistrado protestante e degenerado inimigo da
bruxaria. Era um juiz itinerante. Referindo-se a ele dizia seu contemporâneo
Hermann Loher: "Preferiria mil vezes ser julgado por animais selvagens,
cair numa fossa cheia de leões, de lobos e ursos, do que cair em suas
mãos".Deste impiedoso juiz
se afirma que somente em duas incursões que realizou por pequeninas aldeias ao
redor de Bonn, que perfaziam um total de 300 pessoas contando-se crianças e
velhos, queimou vivas nada menos que 150 pessoas! Consta que ao menos em duas
oportunidades (da viúva Boffgen e do Alcaide de Rheinbach), o juiz se apoderou
de todos os bens dos condenados à fogueira (o Alcaide de Rheinbach era seu
inimigo político. . .).(9) Em Bamberga, sob a
administração de um bispo protestante, queimou-se 600 pessoas. Na Genebra
protestante, foram queimadas 500 pessoas no ano 1515. (10). Se os protestantes do
passado nenhum valor davam a essas muitíssimas vidas ceifadas no fogo, muito
menos valor dão os protestantes de hoje, que por ignorância, orgulho ou
omissão, se escusam de um simples pedido de perdão, para não ter que admitir as
iniqüidades que falaciosamente atribuem aos outros. A técnica, é a mesma
do gatuno que bate uma carteira e grita: “pega ladrão!!!” Baseados no grito do
gatuno, as mal informadas e ou mal intencionadas editoras de livros didáticos,
a imprensa e a mídia fazem o resto do trabalho sujo. Tudo contribui para a
perdição do que não busca conhecer a verdade. Dizia Marcus Moreira
Lassance Pimenta: “Ao ignorante, basta uma mentira bem contada para que a tenha
como verdade. E ao sábio, não há mentira que o impeça de buscar a verdade”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1. Agência Zenit, Sunday, June 20, 2004 1:17 PM.
2. Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3
vols. Nova
Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon
Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur
l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3.
3. Daniel-Rops,
História da Igreja de Cristo, vol. III, A Igreja das Catedrais e das
“Cruzadas”, Quadrante, pp. 605-606.
4.. VEIT, Valentim,
História Universal, Livraria Martins Editoras, SP, 1961, Tomo II, pp. 248-249.
5.
http://www.adventistas.com/marco2003/miguel_servetus.htm
6. Benedict Carpzov,
Practica Nova Rerum Criminalium Imperialis Saxonica in Tres
Partes Divisão, Wittenberg, 1635.
7. Nichólas Romy, Daemonolatriae Libri Tres, Lião, 1595; Colônia, 1596;
Frankfurt, 1597.
8. Johan Christopher Froehlich von Froehlichsberg, De sorcelleria,
Innsbruck, 1696;
tradução: Animismes,
Paris, Orent, 1964, pp. 62ss.
9. Cf.. Jacques
Finné, Erotismo et sorcellerie, Verviers (Bélgica), Gerard, 1972; tradução de
Charles Marie Antoine Bouéry, Erotismo e feitiçaria, São Paulo, Mundo Musical,
1973, p. 41.
10. W. Bommbeg, The mind of man: the history of man’s conquest of mental
illness, 2ª ed., Nova Yorque, Harpel, 1959; tradução: La mente del hombre,
Buenos Aires, 1940.
A SEVERIDADE DOS TRIBUNAIS PROTESTANTES!
Foram terríveis os
genocídios causados pelos protestantes na Alemanha. A então Alemanha estava
dividida em mais de trezentas circunscrições, cada uma delas com seu próprio
Supremo Tribunal civil e seu Direito particular. A perseguição às bruxas e a
severidade dos castigos, dependiam geralmente dos respectivos senhores de cada
região, que governavam com muita independência e poder quase absoluto.Dentro de cada
região, havia oscilações pendulares inclusive extremas, segundo os critérios
subjetivos do mesmo senhor e segundo os conceitos das diversas sucessões no
poder através dos anos e dos séculos. Daí a dificuldade em se calcular o número
de pessoas condenadas à fogueira e à forca na Alemanha. Mas, das crônicas e
processos regionais que chegaram até nós, cabe deduzir, que as vítimas se contaram
por milhares. Gardner calcula 9 milhões (1). Morrow simplesmente diz que foram
milhões (2).W. A. Schoeder,
contemporâneo aos fatos, anotou que nas localidades de Bamberg e Zeil, entre
1625 e 1630, (cinco anos) se realizaram nada menos que 900 processos de
bruxaria. Deles (numa exceção), 236 terminaram com condenação à morte na
fogueira. Só num ano, 1617, em Wurzburgo, foram queimadas 300 bruxas (3); em
total nesta região, as atas apresentam l.200 condenações à morte (4).Em 20 anos, de 1615 à
1635, em Estrasburgo, houve 5.000 queimas de bruxas (5).Em cidades pequenas
como a imperial Offenburg, que só tinha entre dois e três mil habitantes, se
desenvolveram acérrimas perseguições às bruxas durante três decênios, e em só
dois anos, segundo as atas, foram queimadas 79 pessoas (6).Segundo o VERITY
MURPHY em 16/6/2004, da BBC de Londres, o novo e mais completo relatório da
inquisição, indica que, no auge da Inquisição, a Alemanha protestante matou
mais bruxas e bruxos que em qualquer outro lugar.Na Suíça, quando
protestante, os casos de condenação de bruxas descritos nas crônicas
conservadas, chegam a 5.417 (7). Nos Alpes Austríacos, as mortes chegaram ao
menos a 5.000 (8).Era absolutamente
falsa a afirmação de muitos autores protestantes ingleses, de que a Inglaterra
foi uma exceção dentro da bruxomania geral.Segundo Ewen, (9), que cita documentos
oficiais, o número de condenados à pena de morte por bruxaria, na Inglaterra
protestante, exatamente de 1541 a 1736, teria sido menos de mil. As condenações
à morte teriam sido menos de 30% das acusações. Mesmo assim, o comportamento
inglês não fugiu ao ditado de que não há regras sem exceções.Na Inglaterra
destacava-se o protestante Mathew Hopkins que se autodenominava
"descobridor geral de bruxas". Parece que era um sádico encoberto.
Quando encontrava uma mulher que excitava seus instintos sexuais anormais,
obrigava-a a despir-se na sua presença e começava a fincar com uma agulha, as
diversas partes do corpo dela (assim se procuravam áreas insensíveis, o que
seria sinal de possessão demoníaca).Mas... ele mesmo diante de outros
protestantes, foi acusado de possuir estranhos poderes. Submetido às provas de
bruxaria que empregara, foi condenado e morto (10).Na Inglaterra não era
necessário aplicar torturas — às vezes se deram! — porque a condenação
freqüentemente era sentenciada sem necessidade de confissão por parte do
acusado (11).Em 1562 a rainha Elizabeth, e a versão definitiva do Witch Act ou
“lei contra os bruxos”, de Jacques I em 1604, condenavam à morte a pessoa que
tivesse feito qualquer malefício pretendendo acabar com a vida ou danar o corpo
de alguém. Mesmo que não se percebesse efeito nenhum do malefício! Esta lei se
manteve em vigor na Constituição até 1736.Os protestantes do
Reino Unido foram lentos. Na Inglaterra do século XVII, na área da
interpretação dos fenômenos misteriosos ainda grassava a superstição
demonológica, e houve várias condenações. O último juízo por bruxaria foi já
entrado o século XVIII, em 1717, (12). E ainda demorariam mais vinte anos para
abolir o estatuto inglês contra as bruxas, em 1736 (13).A última morte por condenação
como bruxa, na Escócia, foi em 1738. Na Irlanda, a lei contra bruxaria não foi
abolida até 1821!Em 1863, segunda metade do século XIX!, o povo inglês ainda
linchou um velho por considerá-lo bruxo.As perseguições
protestantes atravessaram o Atlântico, e chegaram aos EUA. O primeiro corpo de
estatutos — The Body of Liberties — que houve em Massachusetts, é de 1641 (14).
Nele se diz: "Se algum homem ou mulher é bruxo que manifesta ou consulta
um espírito familiar(?), será enviado à morte" (15).A revisão de 1649
reiterava a mesma lei com pena capital (16). De sua vigência é um exemplo
famoso, “o processo das bruxas de Salem,” em 1692. Como resquício, ainda hoje
em alguns estados americanos, a pena de morte é vista com naturalidade, aos
condenados gravemente pela justiça. Mudaram apenas os réus e a forma de
exterminar.O pânico da população
perante as bruxas e a ira contra elas, refletem-se no caso de Ann Hibbins.
Parece que foi acusada por motivos meramente socioeconômicos. Era irmã de um
rico comerciante e antigo assistente da colônia, Richard Beilingham, que fora
governador da Baía de Massachusetts. O júri a condenou. Os juizes não aceitaram
o veredicto. O caso foi levado à Corte Geral. Foi fácil incitar a opinião
pública. Tanto pressionaram a Corte que Ann Hibbins foi condenada à morte (17).
ATÉ CRIANÇAS ERAM QUEIMADAS PELOS
PROTESTANTES! (COISA QUE A INQUISIÇÃO CATÓLICA NUNCA PRATICOU)!
No ano 1670, na
Suécia, houve um processo deplorável: Como conseqüência das declarações,
arrancadas pelas interrogações feitas pelos teólogos protestantes, foram
queimadas 70 mulheres, açoitadas mais 56, queimadas 15 crianças que já tinham
chegado aos 16 anos e outras 40 foram açoitadas (18).Na Alemanha
protestante, o poder civil condenou Anna Maria Schwugelin. Foi decapitada como
bruxa em 1759.No dia 18 de junho de
1782, o governo protestante ainda decapitou uma bruxa na Suíça (19).Agora os protestantes
têem aqui reunidos, grande parte dos números de mortes, nomes e documentos,
para a própria cruel “inquisição” de seus tribunais, que tanto omitem. E isso
não é tudo.Atacado por um
diabólico ódio racial, Lutero antes de sua morte, lançou o panfleto “Contra os
judeus e as suas mentiras.” onde pregava aos alemães, toda sorte de
desumanidade contra os judeus, culminando no holocausto nazista. Esta obra,
está reproduzida na “História do anti-semitismo”, de Leon Poliakov.Dia 6 de maio de
1527, quando saquearam Roma, cerca de quarenta mil homens espalharam na Cidade
Eterna o terror, a violência e a morte. Eram seis mil espanhóis, quatorze mil
italianos e vinte mil alemães, quase todos luteranos, esses últimos, indivíduos
perversos, gananciosos, desprovidos de qualquer escrúpulo. Gritavam: ”Viva
Lutero, nosso papa!!!” Ávidos, incansáveis na busca das riquezas, dos despojos
do inimigo, os lanquenetes luteranos e os outros invasores assaltaram,
estupraram, saquearam, incendiaram, trucidaram, arrebentaram as suas vítimas,
jogaram crianças pelas janelas ou as esmagaram contra as paredes. Grande parte
da população foi dizimada. Conforme disse Maurice Andrieux, esse ataque a Roma
"superou em atrocidade todas as tragédias da História", até mesmo a
destruição de Jerusalém e a tomada de Constantinopla.Todo esse genocídio
com requintes de crueldade, parece encontrar doce justificativa nas palavras de
Lutero, pai do protestantismo do “somente a fé”: “... Seja um pecador
e peque fortemente, mas creia e se alegre em Cristo mais fortemente ainda...Se
estamos aqui (neste mundo) devemos pecar...Pecado algum nos separará do
Cordeiro, mesmo praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes ao dia”.
(Carta a Melanchthon, 1 de agosto de 1521 (American Edition, Luther's Works,
vol. 48, pp. 281-82, editado por H. Lehmann, Fortress, 1963). Esta "fé",
de Lutero, apesar de dirigida pela vontade, é um simples ato do intelecto.
Apesar de necessária à salvação, não é suficiente. Tiago diz que até mesmo os
demônios têm esta fé (Tg 2,19). É por este motivo que ele diz: "Vedes como
o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé?" (Tg 2,24).
Infelizmente, Lutero designou esta carta do Apóstolo de [i/"Carta de
Palha". Ele não entendeu o que Tiago esta querendo dizer (sobre a fé de
Abraão): "Vês como a fé cooperava com as suas obras e era completada por
elas" (Tg 2,22). Sob o erro do pai do protestantismo, as seitas
evangélicas ainda hoje, pregam que seus seguidores já estão “salvos”, só porque
simplesmente “crêem” em Jesus. Se assim fosse, iriam encontrar Lúcifer no céu.Quem,
proporcionalmente, não em números absolutos, matou mais gente do que a própria
Revolução Francesa, foi Calvino, em Genebra:E soldados
protestantes do Imperador Carlos V invadiram e saquearam Roma, em 1527.Isso sem
contar o massacre de Passy, as atrocidades que eles cometeram na Inglaterra,
nos Reinados de Henrique VIII e de Isabel, a Rainha "Virgem" com 11
amantes, no tempo de Comwell, etc. Mesmo na Revolução Francesa, os protestantes
apoiaram as leis contra a Igreja Católica, que acabaram por levar centenas de
milhares de católicos a morte na guilhotina, por fuzilamento e outros meios
terríveis.
No ano 1670, na
Suécia, houve um processo deplorável: Como conseqüência das declarações,
arrancadas pelas interrogações feitas pelos teólogos protestantes, foram
queimadas 70 mulheres, açoitadas mais 56, queimadas 15 crianças que já tinham
chegado aos 16 anos e outras 40 foram açoitadas. (34) E pensar que são esses
hoje, que acusam a Igreja de ter “matado inocentes”. Na Alemanha
protestante, o poder civil condenou Anna Maria Schwugelin. Foi decapitada como
bruxa em 1759.No dia dezoito de junho de mil setecentos e oitenta e dois, o
governo protestante ainda decapitou uma bruxa na Suíça.Em mil oitocentos e
sessenta e três, segunda metade do século XIX!, o povo inglês protestante
linchou um pobre velho por considerá-lo bruxo.Vale a pena lembrar aqui, que
também os evangélicos (protestantes) fizeram uma inquisição. João Calvino para
implantar o protestantismo, a seu modo, em Genebra, Suíça, em 15/8/1553 mandou
o líder católico Miguel Servet e mais cinqüenta para a fogueira. Ao organizar a
Igreja, Calvino (foi quem iniciou a denominação “presbiteriana”) instituiu duas
comissões: a “Venerável Companhia”, dos pastores e doutores, encarregada do
magistério; e o “Consistório”, composto de pregadores e 12 senadores leigos,
que tinha a tarefa de zelar pela disciplina, à semelhança da Inquisição medieval.
Esta comissão visitava as casas, servia-se de denúncias e espionagem paga; os
réus gravemente culpados, se persistissem no erro, eram entregues a um
tribunal. Este proferiu, de 1541 a 1546, 58 sentenças de morte; a tortura era
aplicada com freqüência.(Em 1620 chegaram em
Plymouth (EUA), lá, encontraram outros grupos não-conformistas refugiados
(presbiteriano, batistas...) com os quais entraram em rivalidade. No estado de
Massachusetts, os congregacionalistas se tornaram Igreja estatal ou oficial até
1833; nesse ínterim, perseguiram os demais reformados. Na Inglaterra haviam-se
oposto à idéia de uma Igreja de Estado e, por isso haviam sido perseguidos; na
América porém faziam o mesmo papel que eles haviam repudiado na Europa!).
FONTE: http://ainquisicaoprotestante.blogspot.com/
Inquisição Evangélica no Brasil
Em 16 de junho de
1645, o pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por mais
de 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa
dominical, na capela de Nossa Senhora das Cadeias, no Engenho Cunhaú - no
município de Canguaretama, localizado na zona agreste do Rio Grande do Norte.Por seguirem a
religião católica, tiveram que pagar com a própria vida o preço da fé , por
causa da intolerância calvinista dos invasores. Três meses depois, aconteceu
outro martírio, onde 80 pessoas foram mortas por holandeses protestantes. Este
morticínio aconteceu na comunidade Urucu, em São Gonçalo do Amarante - a 18 km
de Natal, litoral do RN.
Inquisição Evangélica no Brasil (como aconteceu):
No domingo, 16 de
julho, aproveitando a presença de um grande número de colonos na igreja para a
missa dominical celebrada pelo pároco pe. André Soveral, Jacó Rabe mandou
afixar, nas portas da Igreja, um edital, convocando a todos para ouvirem as
Ordens do Supremo Conselho, que seriam dadas após a missa.Muitos compareceram,
mas uma chuva torrencial, providencialmente caída naquela manhã, impediu que o
numero fosse maior. Chegou a hora da missa. Os fiéis, em grupos familiares e
amigos, se dirigiram à igrejinha de Nossa Senhora das Candeias. Levados apenas
pela vontade de cumprir o preceito religioso, evidentemente não portavam armas,
proibidas pelas autoridades holandesas, mas só alguns bastões que encostaram
nas paredes do pórtico.O pe. André iniciou a celebração.Após a elevação da
hóstia e cálice, a um sinal Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da igreja
e começou a matança. Foram cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração,
tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados com
a ajuda dos tapuias e potiguares. Ao perceber que iam ser sacrificados, os
fiéis não se rebelaram. Ao contrário, "entre mortais ânsias se confessaram
ao sumo sacerdote Jesus Cristo Senhor Nosso, pedindo-lhe cada qual, com grande
contradição, o perdão de sua culpa", enquanto o pe. André
"exortava-os a bem morrer, rezando apressadamente o oficio da
agonia".
O morticínio em Uruaçu (Inquisição Evangélica no Brasil)
"A etapa
seguinte de Jacó Rabe foi Potengi, onde 70 moradores estavam refugiados numa
cerca de pau-a-pique. Acreditava ele se tratar fácil pois os moradores não
tinham como resistir por longo tempo e logo se entregariam. Eles, porém,
resistiram heroicamente com as poucas armas à sua disposição: 17 armas de fogo,
algumas espingardas, dardos, mosquetes, espadas, e pau tostados....".
"Os que não morreram, tentaram resistir... O comandante dos holandeses
mandou que se despissem e se ajoelhassem enquanto o pastor calvinista suplicou
-lhes que abjurassem a fé católica. A um sinal dado, os índios, que estavam
emboscados, saíram do mato e cercaram os indefesos colonos".Teve inicio,
então a carnificina, descrita com impressionante realismo pelos cronistas portugueses.
Nas descrições, nota-se claramente o contraste entre a crueldade e a violência
dos algozes e a resignação e o perdão das vítimas: "Começaram a dar
atrozes tormentos aos homens, e tão desunamos, que já muitos dos que padeciam,
tomavam por mercê a morte; mas usaram os holandeses da última crueldade,
dilatando a pena, e depois de cansados de darem tão aspérrimos tormentos aos
homens, os entregaram aos tapuis e potiguares, que ainda vivos os foram fazendo
em pedaços, e nos corpos fizeram tais anatomias que são incríveis; arrancando a
uns os olhos e tirando a outros as línguas e cortando as partes verendas e
metendo-lhas nas bocas (...)" (Santiago).Mateus Moreira, um
dos mártires, é citado por três cronistas, embora com uma divergência de nome,
Mateus ou Matias. A descrição de sua morte é o ponto mais expressivo de toda a
narrativa e Uruaçu e constitui um dos mais belos testemunhos de fé na
Eucaristia, confessada na hora do martírio. Os algozes arrancaram-lhe o coração
pelas costas e ele morreu exclamando: "Louvado seja o Santíssimo
Sacramento".
Fonte: P.I.M.E.
Bibliografia:
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1965, pp. 30s.
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Nova Iorque, 1956.
Merzbacher, Die Hexenprozesse in Franken, Munique, 1975,
p. 43.
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Massenwalms und Bekampfung, Munique, 1963; uso a tradução de Ana Grossman,
Brujas y proceso de brujeria, Barcelona, Luiz de Caralt, 1968, p. 261.
Wilhelm
Gottieb Soldan, Geschichte der Hexenprozesse aus der Quellen dargestellt,
Stutgard, 1843; 2º edição revisasda: Soldan-Ludwig Julius Heppe, Geschichte der
Hexenprozesse, 2 vols. Stuttgard, 1880; 3º edição revisada: Soldan –Heppe-Max
Bauer, com o mesmo título, Munique, 1012, tomo I, p. 530.Heppe-Max Bauer, ibidem, p. 251.
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de G. Bader, Die Hexenprozesse in der Schweiz, Zurique, 1945, p. 219.
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caderno 6, p. 159.
C. L. Ewen, Witccraft and demonianism, Londres, Muller, 1970; Witch
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brujería..., op. cif, p. 216.
Fox, Science;op. cit., p. 25; sobre a Bruxaria na Inglaterra, Peter Haining, A circie of
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1971; idem, The anatomy o f witchcraft, Londres, Souvenir, 1972; tradução de
René Cárdenas Barrios, La anatomia de Ia brujería, México, Diana, 1976.
The body of liberties é reproduzido por William Witmore (ed.), The
Colonial Laws of Massachusetts. Reprinted from the edition of 1660, with
suplements to 1672. Containing also the Body of Liberties of 1641, Boston, City
Council, 1889.Liberty, 94, Capital Lawa, p. 55.
Winfield S. Nevins, Witchcraft in Salem Village in 1692,
Salem-Massachusetts, Salem-Press, 1916, pp. 29s.
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Londres, Thomas and John Fleet, 1764, p. 187; William F. Poole, "Witchcraft
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Tickner, 1881, tomo 2, p. 130.
B. Bekker, De betoverde wereld, Amsterdã, p. 576-587; trad.: Le
monde enchaté, 6 vols. Paris,
1964.
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GENTE RUIM, NUNCA QUER SER RUIM SOZINHO, SEMPRE QUER DIVIDIR A CULPA COM A OPOSIÇÃO. NÃO É ?
VOCÊS ESTÃ ADUTERANDO A HISTÓRIA. DESSE JEITO A HISTÓRIA VAI PERDER CREDEBILIDADE, E DAÍ NÃO VALE APENA ESTUDAR LIVROS DE HISTÓRIAS SE NÃO TEM CREDEBILIDADE. A VERDADE É SÓ UMA: VOCÊ ACREDITA NAQUILO QUE CONVÉM. EU PREFIRO ACREDITAR NA HISTÓRIA ORIGINAL ONDE OS PROTESTANTES FORAM VÍTIMA DESSA RELIGIÃO QUE QUERIA SER ÚNICA, E QUE FEZ A INQUISIÇÃO PARA SER A ÚNICA RELIGIÃOO E QUE ATRASOU A CIÊNCIA.
Prezado desinformado protestante papagaio de falso pastor Bertrand Maia
É nisto que dá o fanatismo protestante, que não se dá nem ao menos ao trabalho de consultar um livro de HISTÓRIA GERAL e já vai logo dando crédito a falsos pastores sem formação nenhuma que ficam a destilar seu ódio a tudo que é católico de seus púlpitos, objetivando aumentar os dizimistas e ou perde-los. Mas graças a Deus a verdade sem prevalece. Deixo aqui para o riso de nossos internautas sua idiotice em dizer que a inquisição foi criada para combater o protestantismo que ainda nem existia quando a mesma foi criada.
O Papa Gregório IX, em 20 de abril de 1233, (A REFORMA PROTESTNATE SE DEU EM 1540, OU SEJA, TRÊS SÉCULOS DEPOIS),editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição. Nos séculos seguintes, a Inquisição de forma Justa como nunca antes na história do direito julgou, absolveu ou condenou e entregou ao Estado para que as penas fossem aplicadas (Não era o clero que aplicava as penas, mas o ESTADO),vários de propagadores de heresias. A Inquisição é um grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja Católica Romana, cujo objetivo é combater a heresia. Começou no século XII na França para combater a propagação do sectarismo religioso, em particular, em relação aos cátaros e valdenses.
A ideia da criação da Inquisição surgiu inicialmente para funcionar como um tribunal interno, apenas para dentro Igreja católica. Mas viram razões da sua atuação, em 1183, quando delegados enviados pelo Papa averiguaram a crença dos cátaros de Albi, sul de França, também conhecidos como "albigenses", que acreditavam na existência de um Deus para o Bem e outro para o Mal; Cristo seria o Deus do bem, enviado para salvar as almas humanas, e o Deus criador do mundo material seria o Deus do mal. Após a morte, as almas boas e espirituais iriam para o céu, enquanto as almas pecadoras e materialistas, como castigo, reencarnariam no corpo de um animal. Isto foi considerada uma heresia e no ano seguinte, no Concílio de Verona, foi criado o Tribunal da Inquisição. As heresias cátaras abalavam as estruturas das nações, pois, consideravam que a alma seria a parte boa do ser humano, e o corpo seria a parte má do homem; assim, eram favoráveis ao suicídio, eram contra o casamento, matavam mulheres grávidas (pois consideravam que essa mulher carregava o fruto do mal em sua barriga) - teorias contrárias ao que ensina o cristianismo. Desse modo, herege era visto como um revolucionário, e tratado, tanto pela sociedade quanto pelo próprio governo (pois o governo era cristão, a heresia era tido pelo governo como crime de lesa-majestade; a falta contra Deus era punida pela lei civil). Os próprios governos exigiram uma posição da Igreja Católica, e a inquisição foi a resposta da Igreja para aqueles tempos difíceis, portanto, um mal necessário.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisi%C3%A7%C3%A3o
Estude um pouquinho mais antes de falar besteiras, pois quem fica sem credibilidade cada vez mais por aqui são vocês com suas achologias. E poste sempre fontes seguras e neutras com fazemos para qualquer afirmação. Vale aqui para você e tantos outros este recado final:
“Existem pouquíssimas pessoas neste mundo que realmente odeiam CEGAMENTE a Igreja Católica, mas infelizmente há milhões que odeiam o que eles PENSAM ser a Igreja Católica, pois se o que eles odeiam, realmente fosse a religião Católica – os católicos também a odiariam. (Fulton J. Sheen)”.
Shalom !!!
Bertrand, as fontes estão citadas.Não se está querendo dividir culpas, mas sim fazer esclarecimentos. A Igreja está com a Ciência há séculos. Os estudantes universitários normalmente têm um conhecimento pouco profundo sobre a Idade Média; e porque muitos são mal informados, acham que foi um período de ignorância, superstição e repressão intelectual por parte da Igreja católica. No entanto, foi exatamente na Idade Média que surgiu a maior contribuição intelectual para o mundo: o sistema universitário. A universidade foi um fenômeno totalmente novo na história da Europa. Nada como ele existiu no mundo grego ou romano afirmam os historiadores.
O ensino superior na Idade Média era ministrado por iniciativa da Igreja. A Universidade medieval não tem precedentes históricos; no mundo grego houve escolas públicas, mas todas isoladas. No período greco-romano cada filósofo e cada mestre de ciências tinham “sua escola”, o que implicava justamente no contrário de uma Universidade. Esta surgiu na Idade Média, pelas mãos da Igreja Católica, e reunia mestres e discípulos de várias nações, os quais constituíam poderosos centros de saber e de erudição.
Por volta de 1100, no meio de uma grande fermentação intelectual, começam as surgir as Universidades; o orgulho da Idade Média cristã, irmãs das Catedrais. A sua aparição é um marco na história da civilização Ocidental que nenhum historiador tem coragem de negar. Elas nasceram às sombras das Catedrais e dos mosteiros. Logo receberam o apoio das autoridades da Igreja e dos Papas. Assim, diz Daniel Rops, “a Igreja passou a ser a matriz de onde saiu a Universidade” (A Igreja das Catedrais e das Cruzadas, p. 345).
uma_historia_que_nao_e_contadaTudo isso nesta bela época que alguns teimam em chamar maldosamente de “obscura” Idade Média. A razão e a fé sempre caminharam juntas na Igreja.
A raiz das Universidades está no século IX com as escolas monásticas da Europa, especialmente para a formação dos monges, mas que recebiam também estudantes externos. Depois, no século XI surgiram as escolas episcopais; fundadas pelos bispos, os Centros de Educação nas cidades, perto das Catedrais. No século XII, surgiram centros docentes debaixo da proteção dos Papas e Reis católicos, para onde acorriam estudantes de toda Europa(Igreja Católica: Mãe das Universidades- Prof.Felipe Aquino). Bertrand, o que incomoda muitas pessoas não são os erros,os desvios que alguns seguidores católicos cometeram, mas sim o que a Igreja fez, faz e continuará a fazendo pela humanidade. A Igreja Católica construiu A Pontificia Academia de Ciências do Vaticano, Construiu O Laboratório de Astrofísica do Vaticano. Quem transmitiu pela primeira vez a voz humana, foi um padre(Landeu de Moura), quem salvou 1 milhão de Judeus do Nazismo foi a Igreja Catolica e assim por diante. Bertrand, procure ser menos extremista, menos sectário e leia história universal você mais aprender muito, vai começar a entender os motivos de tanto ódio pela Igreja Católica Apostólica Romana.
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