A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas no todo ou em parte, não significa necessariamente, a adesão às ideias nelas contidas, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Todas postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores primários, e não representam de maneira alguma, a posição do blog. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo desta página.
Home » , , , » É POSSÍVEL SER CATÓLICO E COMUNISTA?

É POSSÍVEL SER CATÓLICO E COMUNISTA?

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 2 de outubro de 2010 | 11:36










Porque dizem que o católico não pode ser comunista? - UMA QUESTÃO QUE ENVOLVE DIFERENÇAS DE PRINCÍPIOS, MEIOS E FINS!







O Cristão não mata,mas dar a vida como fez seu mestre: Cristo( na Guerrílha do Araguaia, sacerdotes,religiosos e leigos não foram de bíblia na mão pregando o amor,mas com armas e dispostos a matarem...). O Comunismo Ortodoxo prega a revolta armada e a consequente tomada e manutenção do poder pelas armas, e a luta de Classes, pregando o ódio recíproco e o extermínio dos ricos pelos pobres, bem como dos patrões pelos empregados, ao invés da conciliação de classes. Dom Euder Câmara dizia: " Tem rico que é tão pobre, que a única coisa que tem é dinheiro. Precisamos de uma pastoral dos ricos, a opção preferencial da Igreja pelos pobres, não é exclusiva, nem muito menos excludente, quem afirma o contrário não entendeu nada do Evangelho..."A palavra de Deus diz: Não com espadas nem com exércitos, mas com teu santo Espírito (Zac.4,6). Como já diziam alguns críticos dos rumos da revolução Russa (Entre eles Trotsky, que foi morto a mando de Lênim a picaretadas): " Se o Comunismo é a última etapa de evolução da sociedade, por que então este imediatismo de implata-lo pelas força das armas e não pela sua própria força de verdade que trás?..."






Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”

D. Estevão Bettencourt, osb.

Nº 3, Ano 1958, Página 87.










O comunismo hoje muito apregoado, ou seja, o marxismo (doutrina de Karl, 1818-1883), vem a ser o sistema que propugna tornar comuns de maneira radical e mais ou menos violenta, não somente os fundos produtivos (o capital e as terras), mas também os bens produzidos; preconiza assim a abolição da propriedade particular e a rigorosa igualdade social entre os homens.O marxismo econômico e sociológico se enquadra dentro de uma concepção geral da vida ou dentro de uma filosofia, da qual e inseparável. Esta filosofia, porém, é muitas vezes ignorada por aqueles a quem certos aspectos laterais do comunismo conseguem atrair. Percorramos, portanto, rapidamente os traços dessa ideologia.Primeiramente, o marxismo professa o materialismo, e materialismo dialético; o que quer dizer: a única realidade existente é a matéria posta em contínua evolução, devida ao choque de forças antagônicas. Em conseqüência, toda a história se tece de conflitos entre os elementos contrários da matéria. Tão longo processo, porém, tende ao equilíbrio e à harmonia finais. Vê-se desde já que o marxismo incute uma visão dinâmica (que os seus mentores chamam de “dialética”), em oposição a qualquer concepção estática (ou “metafísica”, diriam os marxistas) do mundo.A matéria é eterna; está em movimento desde todo o sempre, nem pode ser concebida sem movimento. Na ideologia marxista, portanto, não há necessidade de um Motor Imóvel, causa última de todas as causas (segundo a filosofia de Aristóteles), nem de um Criador ou Deus. A fé em um Ser todo-poderoso proviria da incapacidade de explicar os fenômenos naturais ressentida pelo homem primitivo. Aplicados mais proximamente a sociologia, estes princípios significam que o gênero humano até a época contemporânea viveu em constante luta de classes: o capitalista é o explorador e opressor; o operário, o oprimido: “A história da humanidade registrada até hoje é história da luta de classes”, reza o manifesto de Karl Marx publicado em 1848. O fator que condiciona a luta e explica todas as atividades humanas, vem a ser a economia: “A economia e a produtividade da vida material condicionam os fenômenos sociais, políticos e espirituais da vida em geral. Não é a consciência do homem que determina o modo de ser da sociedade, mas, ao contrário, é a vida dos homens na sociedade que determina a consciência dos mesmos” (Marx, Zur Kritik der politischen Oekonomie, Vorrede 1859).Em outros termos: Direito, Filosofia, Moral, Arte, Religião são considerados “ideologias” ou “super-estruturas” da produção material; a classe dominante na sociedade costuma impor às demais as suas concepções filosóficas e religiosas. O feudalismo medieval e o capitalismo falavam de princípios éticos absolutos; o marxismo, ao contrário, nega a existência de normas morais imutáveis: “A nossa moral é, em tudo e por tudo, subordinada aos interesses da luta de classe do proletariado” (Lênin, Obras, 3ª. Edição XXV. Moscou 1933, 391). A primeira lei da ética marxista é a luta pela instauração universal da ordem de coisas comunistas; não há pois, direitos absolutos, mas a força e a violência em vista do objetivo proposto vem a ser os ditames supremos da vida social. As artes e as ciências no marxismo devem igualmente exprimir o pensamento da classe operária, isto é, hão de ser cultivadas em função do Partido Comunista; aliás, toda a cultura comunista vem a ser “cultura do Partido”, portadora de caráter popular socialista, patriotismo soviético, otimismo, etc.











Proposto ao mundo nos séc. XIX e XX, o marxismo apregoa a revolução social, da qual devem resultar a total extinção de classes e até mesmo a supressão do Estado; é a propriedade particular que divide a sociedade em classes. Para conseguir a sua meta final, o marxismo visa, em primeiro lugar, instaurar a chamada “ditadura do proletariado”, mediante a abolição do Estado burguês; os trabalhadores oprimidos procurarão aniquilar os seus opressores atuais, sendo-lhes lícito, para isto, o recurso a qualquer meio coibitivo (em verdade, no Estado marxista, é um só homem, o ditador, quem aplica esses meios “em nome do proletariado” ou também contra o proletariado). Na fase definitiva do processo comunista, já não haverá autoridade de Estado, mas todos os homens, livres da escravidão capitalista e dos numerosos preconceitos pelo entusiasmo do trabalho desinteressado, trabalho espontaneamente executado para o bem da coletividade; desaparecerão as injustiças e a miséria! - É, pois, uma verdadeira Redenção, é um autêntico messianismo encaminhado para um paraíso terrestre, que o marxismo propõe ao mundo.Neste quadro é claro que nenhuma das tradicionais formas de religião tem cabimento: “O marxismo é um materialismo. Como tal, é inimigo implacável da religião... Devemos combater a religião. Este é o abc de todo materialismo, por conseguinte também no marxismo” (Lênin, Obras XIV 70). “O Partido não pode ser neutro frente à religião... porque ele é favorável à ciência, ao passo que os preconceitos religiosos são contrários a esta” (Stalin, Obras X 132). Não é menos verdade, porém, que a ideologia marxista com a sua mística, ou seja, com a sua fé entusiástica na consecução da felicidade integral, se torna uma religião exigindo para as instituições e os representantes do comunismo a adesão que sempre foi tributada a Deus. Já Oostoevskij (+ 1881) dizia muito bem, como que caracterizando antecipadamente os comunistas contemporâneos: “Os nossos homens não se tornam ateus apenas, mas crêem no ateísmo como uma religião”. Tem-se observado repetidas vezes que o marxismo se apresenta como um catolicismo às avessas; muitos são os pontos de contato de ambos, trazendo apenas sinais inversos de valorização (positivo, negativo; à direita, à esquerda).




Qual o juízo a proferir sobre tais teorias?












Não se pode negar que a ideologia marxista encerra um núcleo de verdade: o mal-estar da sociedade provém não raro do predomínio injusto de uma classe sobre as outras ou da defeituosa distribuição dos bens produtivos. Desta verificação, porém, não se segue que a solução consista em suprimir a propriedade privada e as classes sociais. Com efeito:





a) não se podem reduzir todos os problemas humanos à questão econômica, como se o homem por sua natureza fosse destinado a ser mero produtor e consumidor de bens materiais, ficando as suas demais aspirações dependentes da satisfação desta primeira. Haja vista a família: não são as necessidades econômicas que dão origem à família, mas, ao contrário, é a família que funda a economia (o termo grego gikonomia o diz muito bem: oikos, casa; nomia, dispensação, legislação). É o desejo de se perpetuar e de certo modo imortalizar que leva o homem a constituir um lar e a procurar conseqüentemente, mediante a sua indústria (caça, pesca agricultura), os meios de subsistência para os seus familiares.Também é vão dizer que a Filosofia, a Moral, a Religião são funções da produção material, embora possam sofrer a influência desta: existem, sem dúvida, verdades especulativas e normas éticas objetivas, imutáveis: que a soma dos ângulos de um triângulo seja igual a dois retos, é proposição que nenhum sistema econômico jamais poderá alterar. Em particular no tocante à religião, é absurdo apresentá-la como expressão do homem covarde ou atrasado: o testemunho dos povos, os documentos da civilização aí estão a dizer o contrário. A religião sempre foi o fator que estimulou a civilização e a indústria dos diversos povos: a construção da habitação humana, a fundação de cidades, a abertura de estradas, a ereção de pontes, a domesticação de animais o cultivo de plantas, a contabilidade bancária são realizações inspiradas inicialmente por motivos religiosos; a religião, longe de coibir, sempre fomentou o exercício das faculdades superiores do homem (inteligência e vontade); a história da ciência e a da civilização são, em grande parte tributárias das aspirações religiosas que constantemente moveram os homens a novos empreendimentos. Veja-se a propósito a abundante documentação citada por P. Deffontaines Géographie et Religious. Paris 1948.










b) A tese da eternidade da matéria está em contradição com a da evolução ascensional da mesma matéria; carência de início e evolução são termos inconciliáveis entre si, pois toda evolução supõe necessariamente um ponto inicial e outro final. A hipótese da eternidade do mundo está também em desacordo com a ciência moderna, que não somente requer um ponto de partida para o processo evolutivo do universo, mas também fala de relativa “juventude” do cosmos (cerca de dez bilhões de anos).










c) Entre os homens existe, sim, igualdade básica de natureza (todos são animais racionais), diferenciada, porém, por características acidentais, pessoais; dotados de diversa capacidade intelectual e variada energia de vontade, os indivíduos tendem pelas suas atividades a se dispor em hierarquia, devida ao uso e ao abuso que cada um faz de suas qualidades. As desigualdades econômicas, portanto, provêm em grande parte das desigualdades naturais que intercedem entre os indivíduos; por isto é que não são condenáveis, desde que se mantenham dentro de certos limites e não impeçam a colaboração de todos para o bem comum. O nivelamento dos indivíduos mediante a extinção da propriedade particular é contraditório à própria natureza humana, como o comprova a experiência da Rússia mesma: a sociedade soviética conhece hoje de novo as suas classes, os seus indivíduos e grupos privilegiados, embora os nomes e títulos sejam diferentes dos que estavam em voga no regime imperial. Donde se vê que a igualdade entre os homens não poderá ser aritmética, mas há de gozar de direitos particulares, correlativos às suas aptidões naturais e à contribuição que ele possa prestar ou haja prestado ao bem comum.












De resto, fraternidade entre os homens sem crença em Deus é impossível! Se não se reconhece um Pai comum nos céus, com que direito se exigirá que os homens se reconheçam uns aos outros como irmãos sobre a terra? Cedo ou tarde, mostra-nos a história que as tendências egoístas se atuam, corroendo a filantropia dos ateus. Muito menos se pode esperar que, sem Deus, os homens instaurem o paraíso sobre a terra, vivendo sem leis, em espontânea concórdia. Tal expectativa ignora totalmente a realidade histórica: a natureza humana e, com ela o mundo visível estão sujeitos à desordem que o pecado inicial introduziu (pecado de que falam as reminiscências mesmas dos povos primitivos); e somente pela reconciliação do homem com Deus é que se poderão obter harmonia e bem-estar neste mundo. - À luz destas considerações, o marxismo aparece claramente como uma religião desviada do seu verdadeiro objetivo. Aliás, já dizia muito a propósito Donoso Cortés, o famoso estadista (+ 1853): “Toda civilização é sempre o reflexo de uma Teologia” (Ensayo sobre el catolicismo, el liberalismo y el socialismo 1851).Vê-se, por fim, que não há compatibilidade entre catolicismo e marxismo plenamente entendidos. Isto, não exclui que certas teses marxistas referentes à economia ou à administração pública possam ser incorporados à ideologia cristã. Segundo as declarações dos próprios comunistas, o marxismo não pode nem quer ser concebido independentemente do quadro filosófico ou do materialismo dialético que inspirou a Marx; qualquer tentativa, como a da II Internacional, de edificar o comunismo sobre outro fundamento filosófico é rejeitada pelo bloco marxista preponderante qual deviação ou heresia (sabe-se que a II Internacional, de 1880 ao fim da primeira guerra mundial, foi tida por Lênin, Trotzkij como Internacional dos social-patriotas e dos traidores). A prática do marxismo é indissolúvel da respectiva teoria; por isto também tudo que o marxista realiza na vida pública, ele o realiza no espírito do partido. Diz Lênin: “O materialismo implica, por assim dizer, o espírito de partido, enquanto nos obriga, em todo juízo que formularemos sobre um acontecimento, a colocar-nos direta e abertamente do ponto de vista de certo grupo social” (Obras I 380s).





FONTE: Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS” - D. Estevão Bettencourt, OSB. Nº 3, Ano 1958, Página 87.






------------------------------------------------------

 

 

 

 

 

APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:

 

 



 

filhodedeusshalom@gmail.com





Curta este artigo :

Postar um comentário

Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.

TRANSLATE

QUEM SOU EU?

Minha foto
CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

POSTAGENS MAIS LIDAS

SIGA-NOS E RECEBA AS NOVAS ATUALIZAÇÕES EM SEU CELULAR:

TOTAL DE ACESSOS NO MÊS

ÚLTIMOS 5 COMENTÁRIOS

ANUNCIE AQUI! Contato:filhodedeusshalom@gmail.com

SÓ FALTA VOCÊ! Contato:filhodedeusshalom@gmail.com

SÓ FALTA VOCÊ! Contato:filhodedeusshalom@gmail.com
 
Support : Creating Website | Johny Template | Mas Template
Copyright © 2013. O BERAKÁ - All Rights Reserved
Template Created by Creating Website Published by Mas Template
Proudly powered by Blogger