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Desconhecer as escrituras é desconhecer a Cristo e não conhecer Jesus é desconhecer o sentido da vida!

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 13 de dezembro de 2022 | 12:50

 




Todos os dias, lemos boas e más notícias. A leitura faz parte da nossa vida; ela tem a capacidade de informar, formar e transformar uma pessoa. Uma boa leitura pode fazer muito bem ao leitor, um exemplo clássico na história da espiritualidade foi o de Santo Inácio de Loyola, que mudou de comportamento ao ler a vida de Jesus e dos santos, durante o período em que ficou no hospital internado depois de se ferir numa batalha em Pamplona:





Assim, ao ler a vida de Cristo, nosso Senhor, e dos santos, punha-se a pensar  e a dizer consigo próprio: "E se eu fizesse o mesmo que fez São Francisco e o que fez São Domingos?..."




Já dizia São Jerônimo: “Desconhecer as Escrituras é desconhecer o próprio Cristo”. A Igreja nos motiva a ler e a conhecer mais a Jesus através de cursos bíblicos, escolas da fé e grupos de reflexão. Os papas, há tempos, têm incentivado os católicos a estudarem os documentos do Concílio Vaticano II, um deles muito propício para aprofundar o conhecimento da Sagrada Escritura é a Dei Verbum (A palavra de Deus). Nestes tempos em que os valores e princípios estão em processo de mudança, a sociedade parece ser tomada por pessoas que são “metamorfoses ambulantes” (João e Maria vai com as outras), mergulhadas numa “cultura líquida”. Conforta-nos e dá esperança saber que a Bíblia continua a ser um best-seller, lida e meditada por crianças, adolescentes, jovens e adultos. Todas elas, como São Pedro, dizem: “Senhor, a quem iremos? Só tu tens palavras de vida eterna”.

 







Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descreve a sua última vocação



Por Kátia Maria Bouez Azzi





 



A espiritualidade do cristão espelha-se no mistério da Encarnação. O texto bíblico central e paradigmático que trata da Encarnação está em Jo1,14: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória”… Em Jesus, o Verbo, a Palavra de Deus Se fez carne, isto é, se fez humanidade concreta: Ele entrou na história, num povo, num país, numa cultura, numa família, num contexto social, político, econômico, religioso. Pela Encarnação, Jesus Cristo, Perfeito Homem, fez-Se semelhante àquelas pessoas com as quais queria Se comunicar. Fez-Se em tudo semelhante a nós, com exceção do pecado. Deus entra na humanidade, a humanidade penetra em Deus. A humanidade é assumida de uma vez para sempre; um caminho novo se abre através do véu da humanidade de Jesus (cf. Hb 6,19). A realidade é consagrada. O humano foi aperfeiçoado e divinizado, porque Deus o plenificou com Sua presença. Deus, que se torna um de nós, nos demonstra de forma muito concreta a importância que temos aos Seus olhos: “Deus tanto amou o mundo que enviou seu filho único, para que quem crer nele não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Ao mesmo tempo nos revela que tudo o que é humano interessa a Deus. Pela Encarnação de Jesus Cristo, Deus assume o humano, sofre com nossas dores, alegra-se com nossas realizações. Em consequência, nós, pessoas humanas que vivemos na precariedade da vida, num tempo e espaço, para corresponder ao Deus que nos ama tanto, nos abrimos à preocupação e responsabilidade por tudo o que é humano, que se torna para nós instrumento de salvação.




Cristo ensina o homem a ser homem




A Encarnação, sinal de comunhão da humanidade com Deus, torna tudo o que é humano válido e importante para Deus e para nós. Ao se fazer carne no seio da Virgem Maria (cf. Gl 5,5), o Filho de Deus entra numa família, num contexto, numa história. E a partir dessa particularidade, vai colocar as bases para um comportamento universal, vai nos mostrar o caminho do que significa concretamente ser homem. Essa comunhão de Deus com a humanidade através de Jesus de Nazaré vai resultar em salvação para a pessoa humana na sua integralidade: corpo e espírito, pessoa e sociedade, natureza e cosmos.A mentalidade semita entendia a pessoa humana como um todo composto de corpo e espírito intimamente unidos. Mas, essa compreensão ficou perdida, em consequência da influência do pensamento grego, de cunho dualista, que permeou a cultura ocidental, caracterizando algumas heresias dos primeiros séculos: o que é do espírito é bom; o que é do corpo é mau e, portanto, deve ser desprezado pela religião. Essa visão distorcida acompanhou, na prática, a história da espiritualidade cristã por muito tempo. Mas o Concílio Vaticano II, retornando às fontes, voltou a entender a pessoa humana dentro de uma compreensão integrada: “É a pessoa humana que deve ser salva. É a sociedade humana que deve ser renovada. É, portanto, o homem considerado na sua unidade e totalidade, corpo e alma, coração e consciência, inteligência e vontade, que será o eixo da preocupação da Igreja” (1). João Paulo II desenvolveu o que seria uma de suas mais importantes contribuições para a Igreja e para o mundo: a denominada “teologia do corpo”, constante das audiências pronunciadas no início de seu pontificado. “O corpo, e somente ele, é capaz de tornar visível aquilo que é invisível: o espiritual e divino. O corpo foi criado para transferir para a realidade visível do mundo o mistério invisível escondido em Deus desde os tempos imemoráveis, e assim ser um sinal deste mistério” (2). “Na verdade, o mistério do homem só se torna claro, verdadeiramente, no mistério do Verbo encarnado. Com efeito, Adão, o primeiro homem, era figura daquele que haveria de vir, isto é, de Cristo Senhor. Novo Adão, na mesma revelação do mistério do Pai e de seu amor, Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descreve a sua altíssima vocação. (…) Com efeito, por sua Encarnação, O Filho de Deus uniu-se de algum modo a todo homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com inteligência humana, agiu com vontade humana, amou com coração humano” (3). O Verbo encarnado é quem ilumina a busca da humanidade; é ele quem está na origem dos valores, das aspirações e dos esforços positivos.




Por uma espiritualidade encarnada (NÃO SOMOS ANJOS)!








Uma das maiores ameaças enfrentadas pela Igreja hoje é o “espiritualismo” devocionista, no qual as pessoas desencarnam seu apelo à santidade, insinuando uma espiritualidade volátil, desligada do cristianismo autêntico. Deus nos fala no cotidiano, na simplicidade, de tal modo que o sobrenatural, que é Sua presença em nós, há que ser vivido naturalmente. Deus não precisa de eventos sensacionais e mirabolantes para se manifestar a nós. O Espírito Santo nos fala a todos na suavidade e dentro do ordinário de nossas vidas, pois Ele está em nós mais do que nós mesmos. O que foge disso não é verdadeiramente cristão, mas manifesta uma fé imatura e superficial. “Uma espiritualidade desencarnada não raro nos leva a saltar por cima da nossa própria realidade. Nós nos identificamos de tal modo com os ideais, que acabamos recalcando nossas próprias fraquezas e limites pelo fato de eles não corresponderem ao ideal. É justamente essa divisão que nos torna doentes. E por não sermos capazes de reconhecer que não correspondemos ao ideal, acabamos projetando nossas incapacidades sobre os outros, sendo por demais rigorosos com eles. Há algumas pessoas piedosas que, diante da sua própria realidade, se refugiam na piedade. Elas não se transformam realmente por suas orações e atitudes piedosas, mas aproveitam-se da piedade unicamente para se vangloriarem diante dos outros e confirmarem sua infalibilidade. É assombroso ver como, muitas vezes, mesmo pessoas mais piedosas reajam de maneira até bastante brutal quando, por alguma razão, prevalece uma opinião abalizada diferente da sua.” (4).A autêntica espiritualidade é sempre uma espiritualidade encarnada. Esta é a verdadeira “lógica” do cristianismo. Deus nos comunica Sua vida “no” e “através do” corpo; “em” e “através do” Verbo tornado carne. O espírito que nega esta “realidade encarnada” é aquele do anticristo (cf. 1Jo 4,2-3). É conhecida a afirmação de Santo Ireneu de Lyon (séc. II), segundo a qual aquilo que não foi assumido não foi redimido. O Verbo assumiu a nossa carne humana; assim, o homem é, todo ele, redimido por Cristo. Quando São Paulo afirma que aquele que está em Cristo é uma “nova criatura” (cf. 2Cor 5, 17), chama de nova criatura o homem todo, com sua alma espiritual, seu corpo, seus sentimentos e emoções, sua história. Nada escapa à obra recapituladora de Cristo. “Vida espiritual” é sinônimo de vida cristã. Chamamos de “vida espiritual” não porque com isso estejamos nos referindo à vida de nosso espírito ou de nossa alma espiritual. Nossa alma não vaga por aí desencarnada. Ela somente existe em nosso corpo, com suas limitações e ambigüidades. E ambos é que formam a nossa identidade irrepetível. Quando se diz “vida espiritual”, trata-se da vida humana no Espírito Santo, pois a vida cristã somente é possível no Espírito. Para chegar à vida espiritual, o primeiro passo, portanto, é reconhecer nossa humanidade diante do Criador, porque não somos anjos. Vivendo a realidade do dia-a-dia, mesmo com seus dilemas de pessoa humana, é que o homem pode se aproximar de Deus como ele é.A vida humana é toda ela espiritual, pois a presença de Deus em nós é incondicional. Se vivemos apenas do ponto de vista material, nossa vida será marcada pelo apego aos bens materiais, pelo hedonismo, pela soberba. Não será verdadeira vida humana. Mas, se vivermos do ponto de vista espiritual – que significa englobar todas as dimensões da existência, pois nada escapa à ação do Espírito – a vida terá outro sentido, o homem terá confiança em Deus e na sua Graça, sentirá o sabor de fazer a vontade de Deus, que quer vida plena para todos: numa palavra, sua vida será verdadeiramente humana. No homem, espiritual e natural não podem de se separar. Em outras palavras, deveremos viver constantemente cuidando de nós mesmos, não de um jeito egoísta, mas para estar a serviço de todos. É isso que Deus quer de nós. Aquele que deseja mudar as coisas deve começar mudando a si mesmo… Só há possibilidade de vivermos uma espiritualidade verdadeira quando trabalharmos o nosso interior, para ali encontrarmos com Deus e com nós mesmos. Dessa forma, descobriremos nossas potencialidades que foram dadas por Deus como dons e carismas próprios para a natureza humana, que também quer participar da natureza divina.A espiritualidade surge da capacidade de descobrir, interpretar, viver, contemplar a ação do Espírito Santo em nós (5) É o Espírito que, com a graça de Deus, anima a vida e as ações do cristão. Em nossa vida sabemos que as diversas dimensões da existência do homem podem entrar em colapso, apresentando problemas que provêm da natureza frágil do homem, de coisas que o mundo nos impõe. Isso revela que o homem não foi criado em estado de perfeição, mas de amadurecimento. Só o Espírito Santo nos dá o verdadeiro autoconhecimento. Sem ele, nem o mais sábio dos homens é capaz de conhecer-se como deve, ou de perceber o estado íntimo de sua alma.




Espiritualidade cristã e "autoconhecimento"








O caminho para Deus sempre conduz ao autoconhecimento. “Se queres conhecer a Deus, aprende a conhecer a ti mesmo”, diziam os padres do deserto nos primeiros séculos do cristianismo. O caminho espiritual começa a partir das paixões da alma. A espiritualidade a partir da base restaura a divisão provocada pela discrepância entre o ideal e o real. Chegamos a Deus através de uma rigorosa auto-observação e por um sincero autoconhecimento. O que Deus quer de nós, não podemos conhecer por meio de altos ideais que colocamos para nós mesmos. Sem o autoconhecimento corremos sempre o perigo de nossos pensamentos acerca de Deus serem meras projeções. Fundamental, portanto, é a observação daquilo que somos, das paixões da alma, do nosso lado sombrio, pois chegamos a Deus pelo caminho da própria realidade. Deus jamais vai se espantar com nosso lado sombrio, pois nos conhece mais do que nós a nós mesmos. Nós é que freqüentemente nos assustamos, porque não nos conhecemos profundamente, porque não nos vemos com a lente do Olhar de Deus, que nos ama incondicionalmente.Isso exige o rebaixamento para dentro de nossa humanidade como Deus o fez em Jesus; exige a humildade. “Para ser humilde, é preciso ter consciência – e experiência – do profundo amor de Deus por nós; somente a partir daí podemos reconhecer como somos pecadores, podemos abraçar a nossa própria verdade e conseguir nos libertar aos poucos do vício de julgar os outros. O paradoxo do nosso caminho espiritual está no fato de subirmos para Deus à medida que nos rebaixarmos até nossa realidade. E é assim que se entende a palavra de Jesus que diz: ‘Quem se humilha a si mesmo, será exaltado’ (Lc 14,11; 18,14)” (6). Tudo em nossa vida tem sentido, assim também as paixões e pecados. Nós somos tudo isso. Somos um todo. É necessário familiarizar-se com as paixões e perceber o sentido e a força que se escondem nelas. 



Alguns passos nos ajudam a ingressar nesse longo e maravilhoso caminho de intimidade com Deus a partir do autoconhecimento:




-Permanecer em si mesmos – é a condição para todo progresso humano espiritual; é necessário suportar-se a si mesmo para encontrar-se com a verdade, a fim de perceber o sentimento de onipotência que se esconde em nós e assim saná-lo pela raiz. Não há homem maduro que não tenha tido a coragem de suportar-se a si mesmo e de encontrar-se com sua própria verdade… Hoje em dia, passou a ser algo por demais comum a incapacidade de suportar-se… As pessoas se dispersam com facilidade. Fruto desse passo é a serenidade que propicia o amadurecimento.




-Confronto – momento de fortalecimento para lidarmos com as tentações. O confronto faz o homem perceber que a partir de suas próprias forças ele é incapaz de vencer; as tentações obrigam-no a cravar suas raízes ainda mais profundamente em Deus e a depositar sua confiança n’Ele. Isso nos leva ao encontro de nossa humanidade. Em nosso tempo, o demônio tem pisoteado em na dignidade da pessoa humana das mais diversas formas. Ele sabe que a nossa humanidade foi consagrada a Deus em especial na Encarnação e por isso quer destruí-la, seja pelas drogas, pelo aborto, pela libertinagem sexual, seja por ideologias disfarçadamente humanistas e igualitárias, mas que na realidade negam o próprio homem como pessoa.



-Ascese – é o caminho para a liberdade, um exercício para a aquisição de uma prática, de um comportamento virtuoso. Nessa fase, é necessário alcançar a apatheia = pureza de coração, a renúncia aos apegos desordenados. A ascese consiste em tornar o corpo dócil e em subjugar as próprias vontades, em tornar-se senhor dos instintos e livre em relação às próprias necessidades. Fruto desse passo é o calar e não julgar. Um critério para saber se a ascese é verdadeira ou não é o não julgar, que é fruto do encontro consigo mesmo; o calar é deixar de lado a projeção e encarar o comportamento dos outros, como um espelho para nós mesmos. Quem se conhece torna-se misericordioso.



-Tratamento – segundo os padres do deserto, é a fase para corrigirmos e redirecionarmos todo o nosso ser a Deus, combatendo as principais doenças com remédios adequados: contra a gula, a luxúria e o desejo de posse, os remédios são o jejum e a esmola; contra a tristeza, a cólera e a acédia, o remédio é a constância; contra a ambição, a inveja e a soberba, os padres do deserto sugerem a contemplação. É preciso superar o medo que provém de um ideal de perfeição (soberba), pois ele aponta para uma atitude falsa com relação á vida.




-A mansidão é um sinal do homem espiritual. A mansidão é tão decisiva que só ela é capaz de transformar o coração do homem, tornando-o aberto para Deus. A mansidão é fonte do conhecimento de Cristo. É sinal de que estamos seguindo a Cristo; junto com a misericórdia, são os critérios de uma espiritualidade autêntica. A verdadeira vida espiritual é deixar-se inundar pelo Deus que Se fez homem e “armou sua tenda” aqui entre nós. Ele viveu semelhante a nós em tudo, exceto no pecado. Façamos também esse mesmo caminho de Jesus, a fim de alcançarmos a nossa altíssima vocação: ser um só com Ele. Dessa forma, viveremos as duas dimensões: humana e divina que em Deus, são uma só realidade.



REFERÊNCIAS:




(1) Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium et spes, n. 3.



(2) Alocução na audiência de 20/02/1980.



(3) Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium et spes, n. 22.



(4) A. Grün, “O céu começa em você”, Loyola, 1998.



(5) Cf. F. Ruiz Salvador, “Compêndio de Teologia Espiritual”, Loyola, 1996.



(6) A. Grün, “O céu começa em você”, Loyola, 1998.

 



Será que este Jesus “paz e amor” pintado pelos modernistas é o mesmo Jesus das Sagradas Escrituras?

 







Tem se tornado uma desagradável rotina o fato de pessoas, não cristãs, nos apontarem o dedo na face e nos acusarem de não seguirmos os pensamentos de Jesus. Já ouvi muitos ateus alegarem que, se Cristo vivesse hoje não seria “cristão”. Outros sustentam que “a religião deturpou os ideais de Jesus”. Resumidamente, o mundo moderno tem declarado que todos conhecem o Cristo, menos os seus mais fiéis discípulos. Mas será mesmo? Será que este Jesus “paz e amor” pintado pelos modernistas é o mesmo Jesus apresentado na Sagrada Escritura?O grande escritor C. S. Lewis, autor de obras como “As Crônicas de Nárnia”, popularizou no século passado um argumento valioso em relação à pessoa de Jesus. Lewis dizia que Nosso Senhor precisaria, necessariamente, ser uma dessas três coisas: ou Ele era um mentiroso, ou Ele um louco, ou Ele realmente era o Filho do Deus Altíssimo. Não há outra escapatória! Lewis tem toda a razão! Durante o evangelho, Jesus disse coisas que poderiam ser consideradas absurdas se proferidas por um ser humano comum. Por exemplo: disse que as pessoas deveriam amá-Lo mais do que se ama os pais, os irmãos e os filhos (Lc 14, 26). Ele disse também que possui um Reino que não é deste mundo, onde anjos combatem por Ele (Jo 18, 36), falou que quem quisesse ser salvo deveria comer sua carne e beber o seu sangue (Jo 6, 53). Perceba, uma pessoa “normal” não diria essas coisas – ou outras mil, espalhadas pelas Escrituras. Porém, por tudo o que sabemos de Jesus, pela sua genialidade inigualável e pelos milagres indiscutíveis, a verdade é que não se trata de um mentiroso e nem de um louco. Só nos sobra uma opção, aquela mesma declarada pelo soldado romano aos pés da cruz: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!” (Mt 27, 54). Ocorre que o nosso mundo atual – um mundo que não lê a Bíblia – tem relativizado a figura de Jesus. Tem mostrado o Nosso Senhor simplesmente como um “homem sábio”, colocando-o no mesmo patamar de alguns filósofos ou mestres espirituais. Para estas pessoas, Cristo não é uma pessoa histórica que viveu, pregou e morreu na cruz pelos nossos pecados; trata-se apenas de um símbolo, de uma figura quase ficcional que é utilizada para sustentar algumas bandeiras modernas.







À medida em que as pessoas foram perdendo de vista a natureza divina do Nosso Senhor, perderam também todo o respeito e a reverência. Há pessoas que, em nome da “arte”, retratam Jesus como um mundano qualquer. Desfiles de carnaval, como aquele ocorrido neste ano, zombam do Rei do Universo; filósofos propagadores da cultura da morte tentam usar o próprio Cristo para divulgar suas ideias destruidoras. Em suma, o mundo parece não saber mais quem é o Filho de Deus.



As escrituras: Porta de encontro com o Senhor







Na realidade, as palavras de Jesus são sempre retiradas do seu contexto e do seu sentido original. Muitas pessoas que disseminam a imoralidade, ao serem corrigidas, se defendem parafraseando o Senhor, lembrando que Ele mandou que atirasse a primeira pedra quem não tivesse pecado. Porém, essas mesmas pessoas não se recordam que, na sequência desta mesma passagem, Jesus manda que a mulher “vá e não peques mais”. Os erros conceituais sobre as palavras de Jesus são inúmeros: as pessoas se lembram de que o Cristo veio falar sobre o “amor” e a “misericórdia”, mas se esquecem que Ele foi a pessoa que mais alertou sobre a existência do inferno em toda a Bíblia. Dizem também que Jesus foi uma espécie de revolucionário e anarquista, mas se esquecem de que Ele cumpria as leis e mandou “dar a César o que é de César”, até afirmam que Jesus é incompatível com a religião, mas ignoram o fato de que Ele próprio fundou uma Igreja sobre a pessoa de Pedro (Mt 16, 18). As pessoas costumam se comportar diante de Jesus como se comportam diante de um restaurante “self-service”: elas pegam apenas aquilo que é do seu interesse e ignoram o restante. Enaltecem o Jesus que falou sobre “amor”, mas crucificam aquele que pregou a conversão. É normal as pessoas dizerem que a Igreja Católica é muito radical e que deveria seguir mais o exemplo do Cristo, mas se esquecem que foi a radicalidade fiel do Nosso Senhor que o levou a oferecer até sua última gota de sangue na cruz.




Mas então qual é a saída? Como saber realmente qual o pensamento de Cristo? Como diferenciar o “Jesus histórico” do “Jesus do marketing moderno”? 







A resposta é bastante simples: conheça intimamente o Nosso Senhor! Faça o propósito de não colher apenas os trechos que lhe interessem, mas queira o Cristo inteiro!Há três maneiras bastante seguras de conhecermos quem realmente foi a pessoa de Jesus e nos enriquecermos com Ele: 



-Sendo fiel ao Magistério da Igreja – quem guardou fielmente a verdadeira e integral tradição apostólica. 



-Tendo uma profunda vida de oração pessoal.



-Conhecendo a fundo as Sagradas Escrituras.



A respeito deste terceiro ponto, conhecer a Bíblia, eu não me refiro apenas a um conhecimento superficial e aleatório. As Escrituras devem ser o nosso “livro de cabeceira” e deveríamos recorrer a ela em todas as situações. A Palavra de Deus é viva e pode transformar toda a nossa vida se estivermos com o coração aberto. Se lermos uma mesma passagem todos os dias em espírito de oração, é possível que a cada dia aprendamos algo diferente sobre nós mesmos e sobre Deus, porque a Bíblia é um telefone que liga os nossos ouvidos diretamente aos lábios e ao coração do Senhor.Portanto, busque se aprofundar no conhecimento das Escrituras, especialmente dos evangelhos. Os santos da nossa Igreja ensinam que Jesus fica ansioso por ter um relacionamento íntimo conosco. Porém, não é possível nos relacionarmos com alguém que não conhecemos. Os apóstolos se sentavam aos pés do Mestre e ouviam todos os dias aquelas palavras de vida e de santidade. Nós podemos fazer o mesmo através das páginas finas das nossas Bíblias.





“Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais? Disseram-lhe: Rabi, onde moras? Vinde e vede, respondeu-lhes ele. Foram onde ele morava e ficaram com ele” (Jo 1, 36-39).

 




Fonte: Comunidade Católica Pantokrator

 

 

 

 

 

 

 

É preciso esclarecer que quem não concorda com o que a Igreja ensina, não conhece bem o que Jesus ensinou, fez e mandou que fizéssemos. 






A igreja é anterior aos evangelhos. Jesus fundou a Igreja sobre São Pedro e os Apóstolos para ser sua “porta voz” na terra. Disse a eles: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). Quer dizer, quem não ouve a Igreja, não Me ouve! Quem não obedece a Igreja, não obedece Jesus.Jesus ainda disse a eles: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino” (São Lucas 12, 32). E foi à Igreja que Jesus mandou: “Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16,15). Como, então, não concordar com a palavra da Igreja? E mais: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados…” (João 20.22). O Pai mandou o Filho para salvar o mundo; o Filho enviou a Igreja. Ela é o “Sacramento universal da Salvação” (LG, 4), a Arca de Noé que salva do dilúvio do pecado.Na Santa Ceia, na despedida dos Apóstolos, Jesus fez várias promessas à Igreja, ali formada por seus discípulos. Entre muitas coisas que São João narrou, em cinco capítulos do seu Evangelho (13 a 17), Jesus prometeu à Igreja:“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós”. “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (João 14,15.25). Ora, como a Igreja poderia ensinar algo errado se o Espírito Santo permanece sempre com ela e lhe “ensina todas as coisas”? Jesus ainda lhes disse: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…” (João 16,12-13). Como a Igreja poderia ensinar algo errado, ou inconveniente, se o Espírito Santo lhe ensina sempre “toda a verdade”? Além disso, o próprio Jesus está na Igreja; pois Ele prometeu, antes de subir ao céu: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mateus 28,20). Foi a última palavra Dele aos discípulos. Ora, como a Igreja poderia errar se Jesus está com ela todo tempo? É impossível! É por isso que São Paulo disse a São Timóteo: “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Então, a Igreja detém a verdade que Jesus disse que nos liberta.








É por causa de tudo isso que o nosso Credo tem 2000 anos, e nunca mudou e nem vai mudar; porque é a expressão da verdade que salva. A mesma coisa os Sacramentos, os Mandamentos, a Liturgia. A Igreja já teve 266 Papas e nunca um deles cancelou um ensinamento doutrinário que um antecessor tenha ensinado. Já realizou 21 Concílios universais, e nunca um deles cancelou um ensinamento de um anterior. A verdade não muda, e está na Igreja. O Espírito Santo não se contradiz.Logo, como não concordar com o que Igreja ensina? Isso seria por causa da ignorância de tudo o que foi relatado acima; ou, então, seria um ato de orgulho espiritual da pessoa, que acha que sabe mais do que a Igreja, assistida por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo. Longe de nós isso. Podemos até não conseguir viver o que a Igreja ensina e manda viver – isso é compreensível por causa de nossa fraqueza – mas, jamais poderemos dizer que a Igreja está errada ou que eu não concordo com o que ela ensina. Ela não ensina o que quer, mas o que o Seu Senhor lhe confiou.

 

 

12 Pensamentos de São João Paulo II para nos ajudar no autoconhecimento:

 

 

1. “Sem Jesus Cristo o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um enigma indecifrável, um mistério insondável; pois só Jesus Cristo revela o homem ao próprio homem”.



2. “O homem de hoje parece estar sempre ameaçado por aquilo mesmo que produz com o trabalho de suas mãos e da sua inteligência, e das tendências da sua vontade”.



3. “Um jovem cristão deixa de ser jovem, e há muito não é cristão, quando se deixa enganar pelo princípio fácil e cômodo, de que ‘o fim justifica os meios'”.



4. “Os pobres em espírito são aqueles que são mais abertos à Deus e às ‘maravilhas de Deus'”.



5. “O homem não pode viver sem o amor. Ele permanece para si mesmo um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se o não experimenta e se não o torna algo seu próprio”.



6. “No mistério da Redenção o homem é novamente ‘reproduzido’ e, de algum modo, é novamente criado”.



7. “A Igreja existe para levar os seus filhos a serem santos”.



8. “A santidade é a força mais poderosa para levar Cristo ao coração dos homens”.



9. “O sentido essencial desta ‘realeza’ e deste ‘domínio’ do homem sobre o mundo visível, que lhe foi confiado pelo próprio Criador, consiste na prioridade da ética sobre a técnica, no primado da pessoa sobre as coisas e na superioridade do espírito sobre a matéria”.



10. “A fé e a razão constituem como que duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”.



11. “O século XX ficará considerado uma época de ataques maciços contra a vida, uma série infindável de guerras e um massacre permanente de vidas humanas inocentes. Os falsos profetas e os falsos mestres conheceram o maior sucesso possível”.



12. “Uma vez que se privou o homem da verdade, é pura ilusão pretender torná-lo livre”.

 

 


Prof. Felipe Aquino - Cleofas

 

 


 


  



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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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