Para os inocentes e alienados
os quais dizem que a implantação do socialismo no Brasil, via PT, é uma mera
teoria da conspiração da direita! Ai está o que aconteceu em Cuba e que está a
se repetir em terras tupiniquins. Só cai nestas narrativas quem quer ser
enganado(a)! Vejam os exemplos também no Chile, Venezuela, e agora
Argentina...Que Deus proteja a Nossa Nação! Quando o grupo de revolucionários
liderados por Fidel e o terrorista Chê tomaram o poder, o povo cubano ficou
apreensivo com a possibilidade da implantação do comunismo em Cuba. Naquela
época, para tranquilizar o povo, Fidel fez vários discursos públicos dizendo
que não iria implantar o comunismo e que o povo poderia ficar pacificado. Cada
um, deveria continuar sua rotina normal. Mas em pouco tempo começou a caça aos
adversários do comunismo, os paredões e assassinatos em massa! Cuba se
transformou numa ditadura perseguidora das liberdades, sanguinária, e
comunista, e quem ousava relembrar as mentiras de Fidel era perseguido, preso,
torturado e fuzilado no paredon! E lá se vão mais de 60 anos de ditadura
comunista em Cuba, que continua em pleno Sec. XXI com torturas e genocídios,
que já acumulam cerca de 100 mil pessoas, além de 2 milhões de exilados
políticos. Lula já declarou em vídeo (abaixo) que em virtude da imensidão
geográfica e cultural do Brasil, esta "revolução
socialista/comunista" iria ter que demorar décadas. Mas continua com a
bajulação a Cuba, Venezuela, e países liderados por ditadores genocidas e
comunistas, implantando o aparelhamento da sociedade e das instituições
principalmente as educacionais, com a doutrinação socialista através
metodologia de Paulo Freire, esperando o momento de chegar lá.
EM ENTREVISTA RARA DE 1959, FIDEL CASTRO NEGOU O COMUNISMO, E NÃO
VIA PROBLEMA NA APROXIMAÇÃO COM OS EUA!
"O Movimento 26 de Julho é um partido de ideias radicais, mas não é um movimento comunista e difere do comunismo em vários aspectos", afirmou Castro em antiga entrevista ao jornalista Clark Hewitt Galloway. O projeto Blank on Blank, que tem como objetivo encontrar entrevistas perdidas e disponibilizá-las na internet, apresentou, em 2013, um vídeo que continha uma conversa entre Clark Hewitt Galloway, um jornalista estadunidense, e o revolucionário cubano, Fidel Castro. A entrevista foi gravada em 1959, quando o revolucionário estava na organização do Movimento 26 de Julho. A gravação foi concedida por Laura Galloway, neta do jornalista.
Confira
em vídeo do Blank on Blank e leia alguns trechos da entrevista realizada em
1959:
https://www.youtube.com/watch?v=_Pe6C7R1lSU&t=89s
-Clark Galloway: "Como você se sente sobre o comércio entre
Cuba e os países comunistas?"
Fidel Castro: "Bem, acho
que deveríamos vender a eles se eles comprarem de nós! Porque, o que faremos se
ainda tivermos produtos e eles quiserem comprá-los? É o que os Estados Unidos
fazem, a Inglaterra e todos os outros países."
-Clark Galloway: "Então, você vê nisso algum perigo possível
para Cuba?"
Fidel Castro: "Em que
sentido?..."
-Galloway Clark: "... de infiltração ou... "
Fidel Castro: "Não haverá perigo se fizermos o que os cubanos
querem, se providenciarmos justiça social e resolvermos os problemas materiais
substanciais de todos os cubanos em um clima de liberdade, de respeito aos direitos individuais, de
liberdade de imprensa e pensamento, de democracia, da liberdade de eleger seu
próprio governo. A revolução que estamos
fazendo oferece ao povo cubano coisas que nenhum outro regime social no mundo
pode oferecer hoje. Você entende? Não tenho medo de nenhuma outra ideologia. A ideologia do Movimento
26 de Julho, que é a ideologia da justiça social dentro dos limites da
democracia abrangente, liberdade e direitos humanos, é a coisa mais linda que pode ser prometida a um homem."
-Clark Galloway: "Claro!"
Fidel Castro: "Por que
devemos ter medo? Não precisamos ter medo."
-Clark Galloway: "Você sabe se os países comunistas ofereceriam
a Cuba os bens que precisam importar?"
Fidel Castro: "Bem, eu não
olhei para isso. Eu não considerei essa possibilidade. E não o considerei,
honestamente, porque acreditava que continuaríamos vendendo açúcar aos Estados
Unidos, principalmente. E continuaremos comprando muito nos Estados Unidos. Não
pensei no outro problema. Se o outro problema me apresentar [sorrindo], terei
que investigá-lo, você não acha?"
Clark Galloway: "Última pergunta: como você já deve ter
ouvido..."
Fidel Castro: "...digo-lhe
sim, porque não quero fazer esse tipo de afirmação que possa parecer que estou
em um estado de divisão. Neste momento, nenhuma questão de natureza política
foi levantada no país. Quero dedicar minha atenção
total a um trabalho revolucionário, consciente de que ele consolidará o
Movimento 26 de Julho, o movimento democrático, o movimento
revolucionário, um movimento das forças do povo, muito amplo."
Clark Galloway: "...como você já deve ter ouvido, existem
rumores de que seu irmão, major Raul Castro, e major Ernesto Guevara são
comunistas ou entusiastas comunistas. Esses são os rumores. Eu gostaria que
você comentasse sobre isso."
Fidel Castro: "Bem, vou
lhe contar minha opinião sobre isso. Aqui em Cuba, a política sempre foi muito
tradicional, muito conservadora e nunca houve nenhuma esperança revolucionária.
Muitos jovens se inclinaram para a esquerda em vez de simpatizar com os
partidos políticos tradicionais que existiam. Desde o
momento em que foi organizado em Cuba o Movimento 26 de Julho - que é um
movimento verdadeiramente revolucionário, que pretende construir a economia do
país em fundações justas, que é ao mesmo tempo um movimento revolucionário e um
movimento democrático com amplo conteúdo humano - esse movimento
absorveu em suas fileiras muitas pessoas que antes não tinham alternativa
política de nenhum tipo e que incluíam partidos de ideias não radicais. O Movimento 26 de Julho é um partido de ideias radicais, mas
não é um movimento comunista e difere do comunismo em vários aspectos. Em uma
série de aspectos essenciais. Você entende? E no Movimento 26 de Julho,
há homens como Raul e Guevara que estão muito de acordo com o meu pensamento
político."
Clark Galloway: "Então, eles não são comunistas?"
Fidel Castro: "O pensamento do Movimento 26 de Julho não é comunista!
E a tendência que eu poderia dizer a você é que, se olharmos, é possível que
nos Estados Unidos você também tenha muitas ideias de esquerda também dentro
dos partidos democráticos. Talvez eles o chamem de comunista porque você
escreveu um artigo favorável à Revolução Cubana e querem investigá-lo no Senado
dos Estados Unidos."
Clark Galloway: Não, senhor!
Fonte:https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-desconhecida-entrevista-de-fidel-castro.phtml
Movimento 26 de Julho (de Cuba)
O Movimento 26 de Julho (em castelhano: Movimiento 26 de Julio;
M-26-7) foi um movimento revolucionário cubano, fundado em 1954 por Fidel
Castro e seus companheiros, contra o ditador Fulgencio Batista. O Movimento
lutou contra o regime de Batista nas frentes rurais e urbanas. Os principais
objetivos do movimento foram a distribuição da terra aos camponeses, a
nacionalização dos serviços públicos, a industrialização, as eleições honestas
e a reforma educacional em larga escala.
Origens
O nome do Movimento 26 de Julho originou-se do ataque falhado no
Quartel Moncada, uma instalação do exército na cidade de Santiago de Cuba, em
26 de julho de 1953.Este ataque foi liderado pelo jovem Fidel Castro, candidato
legislativo em uma eleição livre que havia sido cancelada por Batista. O
ataque fracassado tinha sido concebido como um grito de guerra para a
revolução.
Castro foi capturado e condenado a 15 anos de
prisão, mas junto com seu grupo foi concedida uma anistia depois de dois anos
após uma campanha política em seu nome. Castro viajou ao México para
reorganizar o movimento em 1955 com vários outros revolucionários exilados
(incluindo Raúl Castro, Camilo Cienfuegos e Juan Almeida Bosque). Sua tarefa
era formar uma força de guerrilha disciplinada para derrubar Batista.
Papel do movimento na Revolução Cubana
Em 2 de dezembro de 1956, 82 homens desembarcaram em Cuba, tendo navegado no barco Granma de Tuxpan, Veracruz, pronto para organizar e conduzir uma revolução. Os primeiros sinais não eram bons para o movimento. Desembarcaram à luz do dia, foram atacados pela Força Aérea Cubana e sofreram numerosas baixas. O grupo de desembarque foi dividido em dois e vagou perdido por dois dias, a maioria de suas provisões foram abandonadas onde aterraram. Eles também foram traídos pelo seu guia camponês em uma emboscada, que matou mais daqueles que tinham desembarcado. Batista erroneamente anunciou a morte de Fidel Castro neste momento.
Dos 82 que embarcaram no Granma, apenas 12 se reagruparam na Serra
Maestra. Enquanto os revolucionários estavam montando acampamento nas
montanhas, grupos de "Resistência Cívica" estavam formulados nas
cidades pressionando o regime de Batista. Muitas pessoas de classe média e profissionais
reuniram-se em direção a Castro e seu movimento.
Enquanto na Sierra Maestra as forças
guerrilheiras atraíram centenas de voluntários cubanos e ganharam várias
batalhas contra o exército cubano. Ernesto 'Che' Guevara foi baleado no pescoço
e no peito durante a luta, mas não foi gravemente ferido. (Guevara, que havia
estudado medicina, continuou dando primeiros socorros a outros guerrilheiros
feridos). Esta foi a fase de abertura da guerra da Revolução Cubana, que
continuou nos próximos dois anos. Terminou em janeiro de 1959, depois que
Batista fugiu de Cuba para a Espanha, na véspera de Ano Novo, quando as forças
do Movimento marcharam para Havana.
As mudanças no movimento Pós-1959
Depois da tomada, Anti-Batistas, liberais, trabalhadores urbanos, camponeses e idealistas tornaram-se os seguidores dominantes do movimento M-26-7, que ganhou controle sobre Cuba.
O Movimento uniu-se a outros corpos para formar o Partido Unido da
Revolução Socialista Cubana, que por sua vez se tornou o Partido Comunista de
Cuba em 1965. Cuba modelou-se após os países do bloco soviético da Europa
Oriental, tornando-se o primeiro governo socialista nas Américas.
Uma vez
que se soube que Cuba adotaria um rígido sistema político e econômico
marxista-leninista, a oposição foi levantada não apenas por membros do partido
dissidente, mas também, pelos Estados Unidos.
O governo
de Fidel Castro capturou terras privadas, nacionalizou centenas de empresas
privadas - incluindo várias subsidiárias locais de corporações americanas - e
taxou os produtos americanos tão fortemente que as exportações dos EUA foram
cortadas pela metade em apenas dois anos.
A Administração Eisenhower então impôs restrições comerciais em tudo, exceto alimentos e suprimentos médicos!
Como resultado, Cuba voltou-se para a União Soviética no comércio.
Os EUA responderam cortando todos os laços diplomáticos com Cuba, e tiveram uma
relação rochosa desde então.
Em abril de 1961, uma força treinada pela CIA de exilados e dissidentes cubanos lançou a infrutífera invasão da "Baía dos Porcos contra Cuba". A bandeira do Movimento 26 de Julho está no ombro do uniforme militar cubano, e continua a ser usado como um símbolo da revolução cubana.
Fonte: Wikipedia
Como nasceu e fracassou a invasão da "Baía dos Porcos em Cuba" há 60
anos?
José Carlos Cueto - BBC News
Johnny López
de la Cruz sente que está sufocado. Trancado em um caminhão com mais de 100
prisioneiros, ele mal consegue respirar. Dentro do contêiner, os presos se
desesperam. Começam a suar. Vários desmaiam. Alguns arrancam as fivelas do
cinto militar para perfurar o teto e deixar entrar um pouco de ar. Eles ganham
tempo, mas a maioria acha que eles vão ser fuzilados assim que chegarem a
Havana. A viagem termina sete horas depois. Os militares castristas abrem as
portas. Vários corpos inertes caem no asfalto. Nove prisioneiros morreram no
trajeto. Quando chega a vez de Johnny sair, ele mal consegue saltar do
caminhão. No "caminhão da morte", eles não são os únicos
prisioneiros. No total, distribuídos por diversos veículos, há cerca de 1,1 mil
capturados.
A maioria são cubanos exilados que, após o triunfo da revolução,
foram recrutados e treinados pela CIA para derrubar o governo revolucionário na
ilha.
Fidel Castro havia chegado ao poder dois anos antes, ao vencer em 1º de janeiro de 1959 o governo golpista de Fulgêncio Batista, a quem acusavam de autoritário e corrupto.
Mas, apesar do grande apoio popular, muitos outros cubanos não
compartilhavam das ideias revolucionárias de Castro e se exilaram.
O ataque à Baía dos Porcos de 1961, no entanto, estava condenado ao fracasso antes mesmo do primeiro disparo!
E a
Brigada ainda responsabiliza Washington. Da Casa Branca, o então presidente
John Fitzgerald Kennedy cancelou na última hora os ataques aéreos que iriam
neutralizar as aeronaves castristas. Isso aconteceu porque os Estados Unidos
não podiam figurar como a força motriz por trás da invasão.
Não só prejudicava sua imagem internacional, como também dava uma desculpa à União Soviética, que se consolidava como aliada-chave de Castro, para retaliar e provocar um conflito nuclear sem precedentes.
Assim, os
jovens determinados, mas também inexperientes, que sonhavam em "libertar
Cuba do castrismo", resistiram menos de 72 horas.
Muitas das feridas deixadas pela invasão da Baía dos Porcos permanecem abertas e definem posições políticas tanto em Cuba quanto nos Estados Unidos!
Eles desembarcaram na madrugada de 17 de abril
de 1961. Na tarde de 19 de abril, já haviam sido derrotados. Os sobreviventes
da Brigada 2506 foram libertados após intensas negociações no Natal de 1962, um
ano e meio depois. Os brigadistas que ainda estão vivos seguem aguardando no
exílio a queda do governo socialista cubano. Enquanto isso, Cuba comemora todo
dia 19 de abril como uma pequena nação derrotou um "exército de mercenários" financiados pelo país mais poderoso do mundo.
Esta é a história de como a invasão foi concebida, por que fracassou e o quanto marcou seus protagonistas
Johnny López de la Cruz, hoje com 80 anos, é o atual presidente da
Associação de Veteranos da Brigada 2506. Ele fez parte do batalhão de
paraquedistas da invasão da Baía dos Porcos. Ele conta como se exilou e se
juntou à Brigada: Abri meus olhos em relação a Castro no dia em que mataram o
sargento Benítez. O sargento Benítez era da polícia de Batista, um bom amigo da
família que nunca saiu de Cuba por considerar que não havia feito nada de
errado.
Eu
apoiava Castro no início. Ele nunca disse ser comunista. Do contrário, ninguém
em Cuba teria aceitado!
Mas logo começaram a fuzilar as pessoas, confiscar propriedades, estatizar e tirar terras. Um dia, dois homens de Castro apareceram e levaram Benítez para ser julgado. Eu estava lá para apoiá-lo. Durou menos de meia hora. Não o deixaram nem depor. Ele e outros quatro réus foram considerados culpados e levados para um cemitério abandonado fora da cidade. Foram fuzilados e jogados em uma cova. Acordei. Não entendia como era possível fuzilar alguém sem defesa. Aquilo era abuso de autoridade!
Comecei então a participar de atividades contrarrevolucionárias. Distribuíamos manifestos e escrevíamos 'Abaixo Fidel' nas paredes. Mas eles prenderam dois do meu grupo. E pessoas próximas disseram que eu era o próximo. Foi assim que três companheiros e eu fomos para Havana e voamos para Miami com documentos falsos.
Quando cheguei aos Estados Unidos em 1960, já sabia que outros
exilados estavam sendo treinados pela CIA na Guatemala para invadir Cuba. Fui
para lá alguns dias depois.
Exército de 1,4 mil exilados
Entre 1959 e 1960, milhares de jovens anticastristas, como López de la Cruz, chegaram à conclusão que a única saída era o exílio ou o pegar em armas. A maioria foi para os Estados Unidos, um país disposto a financiar a queda de Castro. As estatizações de indústrias e negócios americanos e o fortalecimento dos laços comerciais e militares com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) logo colocaram Cuba na posição de desafeto dos Estados Unidos. Castro havia se tornado uma ameaça real à influência regional do país mais poderoso do mundo. A CIA, agência de inteligência americana, o Pentágono e a Casa Branca, sob o governo de Dwight Eisenhower, se propuseram a acabar com o líder revolucionário. E encontraram em um grupo de cubanos exilados o exército perfeito para executar o plano. No total, foram recrutados cerca de 1,4 mil homens. Cuba, enquanto isso, se preparava diante das suspeitas de uma invasão iminente.
Jorge
Ortega Delgado lutou do lado fidelista durante a invasão. E quando se lembra
disso, um brilho ofusca seus olhos. Sentado no terraço de sua casa em Havana,
aos 77 anos, ele contou à BBC como se juntou às milícias:
Venho de uma família operária muito humilde. Quando
a revolução triunfou, eu tinha 15 anos e me juntei imediatamente às atividades
revolucionárias. Os Estados Unidos começaram a intervir e a tentar atacar Cuba
e, em outubro de 1959, foram fundadas as milícias nacionais revolucionárias. Me
alistei e participei de todos os treinamentos durante 1959 e 1960. No fim de
outubro de 1960, Fidel Castro, o comandante-chefe, apareceu no treinamento.
Fidel pediu para reunir todos os milicianos. Éramos quase 1,5 mil. E, naquela
ocasião, pediu aos jovens com menos de 20 anos que se juntassem à artilharia
antiaérea. Naquela tarde, pedi permissão aos meus pais para poder me
apresentar. Eles concordaram. Entramos para a bateria 30. Foi quando nosso
treinamento em artilharia antiaérea começou.
O plano de invasão a Baia dos Porcos
O plano original da CIA e do governo Eisenhower era que os exilados partissem de Puerto Cabezas, na Nicarágua, e desembarcassem perto da cidade de Trinidad, no sul de Cuba. O objetivo principal era ocupar a região e resistir por tempo suficiente para estabelecer um governo de oposição de líderes no exílio que logo seria apoiado pelos Estados Unidos. Trinidad fica perto das montanhas do Escambray , onde já havia membros da resistência anticastrista que se juntariam às tropas invasoras e organizariam, se necessário, uma guerra de guerrilhas semelhante à que Fidel Castro saiu vitorioso na Sierra Maestra poucos anos antes. Para facilitar o desembarque,16 aviões bombardeariam previamente os principais aeródromos de Castro , inutilizando sua força aérea e ganhando assim vantagem no céu cubano. Mas o roteiro mudou radicalmente quando Kennedy se tornou presidente em janeiro de 1961. Kennedy modificou o plano original de invasão logo após chegar à Casa Branca em 1961 Ele concordou em continuar com o plano, mas não sob essas condições. Invadir Trinidad em plena luz do dia parecia estrondoso demais. "Kennedy queria negar qualquer envolvimento na invasão. Tinha que ser encoberta. Desembarcar em Trinidad durante o dia demonstrava muito poderio, que os EUA estavam por trás", explica à BBC News Mundo Peter Kornbluh, diretor do Projeto de Documentação de Cuba do Arquivo de Segurança Nacional dos Estados Unidos. "A operação tinha que ser o mais secreta possível, e Kennedy deu à CIA três dias para refazer um plano que havia sido tramado durante um ano inteiro", acrescenta o especialista, que conseguiu divulgar o relatório do fracasso que se manteve em sigilo por 37 anos. É uma área pantanosa, com muitos manguezais intransponíveis e "dentes de cachorro", como são conhecidas as concentrações de recifes em Cuba, afiados. Um cenário difícil para desembarcar em sigilo e com fluidez. Perto da Baía dos Porcos havia um aeroporto, essencial para que os aviões invasores pudessem reabastecer.
O bombardeio 15 de abril
Jorge Ortega Delgado completa seu
primeiro treinamento em canhões antiaéreos e aguarda ansioso em 15 de abril
para dar uma volta. São vários meses de formação militar. Mas naquela mesma
manhã o alarme de combate toca. Aviões invasores bombardearam dois aeroportos
em Havana e outro em Santiago de Cuba. "Saímos imediatamente, nos mandaram
pegar os canhões e nos colocaram numa praia. Quando chegamos, nos contaram que,
ao amanhecer de 15 de abril, aviões mercenários atacaram nossos aeroportos e
mataram sete do nosso lado", lembra Ortega.
"Todos os jovens sentiram um repúdio
completo. Não podíamos acreditar. Estávamos dispostos a fazer o que fosse
necessário para defender a pátria ", acrescenta o ex-combatente, ainda com
fervor na voz. O bombardeio de 15 de abril de 1961 era o primeiro dos que
Kennedy havia autorizado para inutilizar os aviões de Castro antes do
desembarque, previsto para 17 de abril. Os oito aviões decolaram na madrugada
de 15 de abril da base de Puerto Cabezas, na Nicarágua, e lançaram granadas
sobre os aeródromos de Santiago de Cuba, no leste do país, e Ciudad Libertad e
San Antonio de los Baños, ambos em Havana. Apesar de ter deixado sete mortos,
apenas poucas aeronaves cubanas foram danificadas, algumas já imprestáveis. A
força aérea castrista ficou praticamente intacta e, além disso, conseguiu
abater um dos aviões invasores. Após o bombardeio, um avião se passando por
cubano pousou em Key West, na Flórida. O piloto alegou ser um desertor das
forças armadas de Castro. O bombardeio de 15 de abril mal danificou as
aeronaves da frota castrista, que conseguiu continuar a se defender e conter
todos os outros ataques Na verdade, era parte do plano da CIA para não envolver
os Estados Unidos no ataque. Dessa forma, pareceria que havia eclodido uma
rebelião interna anticastrista em Cuba, em vez de uma ação promovida pelo alto
comando dos Estados Unidos. "Mas a história do desertor durou apenas
algumas horas. Embora os Estados Unidos negassem, todo mundo ficou sabendo que
os aviões eram americanos e que pretendiam fingir que o ataque fora perpetrado
por desertores cubanos", explica Kornbluh. Com a suspeita de envolvimento
dos Estados Unidos, Kennedy cancelou o restante dos ataques. Um golpe decisivo
contra as aspirações da Brigada 2506, que não teria apoio aéreo suficiente.
"Sempre digo que a guerra estava perdida antes de começar", lamenta
López de la Cruz. Mas, naquele momento, nenhum dos invasores sabia.
O desembarque 17 de abril
1h da manhã. As lanchas com invasores se
aproximam da Praia Larga, no final da estreita Baía dos Porcos. Eles não querem
fazer barulho. Surpreender é parte essencial do plano. Mas Castro pressente há
meses um ataque. Ele sabe que uma guerra contra os Estados Unidos é como uma
batalha de Davi contra Golias — e se preparou bem. "Ele tinha milícias
patrulhando praticamente todas as praias da ilha", explica Kornbluh. Uma
dessas patrulhas escuta ruídos. E abre fogo. Os invasores respondem. Conseguem
capturar alguns dos patrulheiros, que haviam tido tempo de dar o alerta. O
elemento surpresa havia ido por água abaixo. As tropas de Castro já estão se
mobilizando para conter a invasão, e ainda faltam muitos para desembarcar.
Humberto López Saldaña tem 83 anos. Em 1960, deixou Cuba e se
exilou com a família em Miami, onde logo se juntou à Brigada. Ele estava em um
dessas lanchas invasoras e contou à BBC News Mundo como foi o desembarque:
Tivemos muitas dificuldades. Começamos a combater cedo demais. Isso atrasou o
desembarque. Além disso, nossas lanchas eram muito pequenas. Cada vez que se
chocavam contra os recifes, ficavam praticamente destruídas. Muitas
afundaram.
O desembarque durou até as primeiras horas da
manhã. Esperamos a maré baixar para ter uma visão melhor e evitar os recifes.
Da costa, nos jogaram uma corda para chegar à terra firme. Por volta das 6h da
manhã apareceu a força aérea castrista. As bombas caíam do lado. Nossos barcos
cambaleavam como se fossem de papel.
Os barcos invasores foram avariados ao
colidir contra recifes na área de desembarque. Pouco depois, um foguete atingiu
meu barco, o Houston. O pânico se instalou. Vários companheiros morreram. O
capitão jogou o Houston contra os recifes para facilitar o acesso dos demais à
terra. Além de inutilizar o Houston, os aviões de Castro também afundaram o Rio
Escondido. Nessas embarcações tínhamos muita munição e toneladas de gasolina de
aviação. Perdemos tudo. "Quando você começa a disparar, se exalta e perde
o medo" Jorge Ortega e sua bateria chegaram à província de Matanzas, onde
fica a Baía dos Porcos, no dia 17 de abril por volta das 5h da tarde. Lá soube
que lutaria contra os 1,2 mil homens que haviam conseguido desembarcar, além do
batalhão de paraquedistas que foi lançado em outras áreas próximas. Ortega se
lembra de ouvir os milicianos, a explosão de tanques e morteiros. "No dia
16 de abril, ouvimos com atenção o discurso de Fidel em homenagem aos nossos
sete compatriotas que morreram nos bombardeios. No caminho para Havana, o povo
saía com bandeiras às ruas nos pedindo para derrotar o inimigo", recorda
Ortega sobre as horas antes de se posicionar atrás do canhão. Foi nesse discurso
que Castro declarou pela primeira vez o caráter socialista da revolução e
exortou o povo a expulsar os mercenários. Na manhã de 18 de abril, Ortega
avistou aviões inimigos. Foi a primeira vez que ele disparou um canhão.
"Você se sente inibido. Todos nós sentimos medo. Quem diz que não, está
mentindo. Mas você olha para o lado e vê o resto firme e determinado. Quando
você começa a disparar, se exalta e perde o medo", conta Ortega. Nesse
mesmo dia, sua bateria entrou com mais tropas nas imediações de Praia Larga, já
cercando grande parte do exército de exilados. "Ao amanhecer de 19 de
abril, vimos cair no mar um dos aviões que derrubou nossa bateria. Outro avião
caiu em um canavial. O copiloto morreu carbonizado, mas o piloto saltou de
paraquedas e tentou fugir. Morreu lutando cercado por nossas tropas",
relata o ex-combatente. Com os ataques prévios ao desembarque cancelados, os
aviões B-26 que acompanharam a invasão foram presas fáceis diante da frota
praticamente intacta de Castro. Os barcos que transportavam o combustível foram
perdidos, e os aviões invasores não podiam usar o aeroporto próximo à Praia
Girón como pretendiam. Para reabastecer, eram necessárias quatro horas de voo
de ida e volta até a base da Nicarágua. Cada vez que voltavam a Cuba, tinham
menos de uma hora para bombardear. As metralhadoras traseiras foram removidas
para deixá-los mais leves — e isso os tornou mais vulneráveis. Mal haviam se
passado 24 horas desde o desembarque na madrugada de 17 de abril, e os
invasores já haviam perdido dois dos seis barcos e metade da frota aérea. Sem o
apoio aéreo dos EUA, os bombardeiros B-26 estavam mais vulneráveis O restante
das embarcações partiu para alto mar para evitar maiores danos diante da reação
de Castro. Em 19 de abril, quatro instrutores de voo americanos que aguardavam
na Nicarágua foram acudir os brigadistas que combatiam sozinhos, mas as forças
fidelistas os derrubaram. "Não era a hora deles morrerem, mas sentiram que
deveriam nos apoiar. Foi um grande gesto", lamenta López de la Cruz.
Fracasso consumado 19 de abril
Castro conhece as dificuldades do
inimigo. Por isso se apressa e avança com tudo para encurralá-los na costa e
impedir que escapem. Suas tropas chegam em ondas: caminhões com mais homens,
tanques blindados, morteiros, aviões. No terceiro dia, os invasores não têm
mais munição, tampouco aviões ou rota de fuga. Eles se rendem por volta das
17h30 da tarde de 19 de abril. É complicado fornecer dados exatos sobre o
número de mortos do lado invasor. "Havia o pessoal da marinha nos barcos
que afundaram e ali perdemos a contabilidade exata", explica De la Cruz. O
presidente da Associação de Veteranos estima que houve 103 mortos e outros 100
feridos. Ele considera que as baixas foram mínimas levando em conta que não
pararam de lutar durante três dias. Do lado cubano, um dos comandantes que
liderou a resistência, José Ramón Fernández, estimou o saldo em 176 mortos, 300
feridos e 50 incapacitados em um livro sobre a invasão que escreveu com Fidel
Castro. É difícil saber o número exato de mortes do lado invasor - "A invasão da Baía dos Porcos foi um erro de cálculo
tremendamente arrogante por parte da CIA", avalia Kornbluh. O alto comando
estava convencido de que a revolução de Castro era impopular e que bastava uma
invasão militar de opositores para que o povo se voltasse contra ele. "Mas
a verdade é que Castro era muito popular nessa região. Havia levado
eletricidade e apoio agrícola. A CIA confiou em suposições falsas e pobres para
armar a invasão." "Também não era difícil imaginar que dezenas de
milhares de militares cubanos derrotariam rapidamente 1,4 mil invasores",
diz Kornbluh.
A prisão dos invasores
Humberto López Saldaña conta à BBC News
Mundo o que aconteceu após ser capturado: Antes de sermos transferidos para a prisão,
Che Guevara chegou. Nos perguntou o que fazíamos antes de deixar Cuba. Parecia
muito calmo, mas sempre pensei que a qualquer momento poderia levar um tiro.
Nos transportaram em vários caminhões. Um estava muito cheio. Fechado
hermeticamente. Nesse, morreram nove companheiros. O meu foi com as portas
abertas. Enquanto estávamos sendo transferidos, as pessoas gritavam na rua:
"Mercenários, traidores da pátria, vamos fuzilar vocês!" Depois, em
Havana, nos trancaram na prisão de Castillo del Príncipe. Lá o tratamento não
foi bom. Algumas celas estavam superlotadas e você tinha que dormir no chão. Se
nossos familiares nos mandavam algo, os guardas jogavam no chão. As pessoas
brigavam para pegar. Tínhamos que nos organizar e repartir as coisas. Conseguir
charutos era muito difícil. Alguns prisioneiros fumavam até casca de laranja.
Quando saíamos para caminhar no pátio, um guarda nos cutucava com baionetas se
não andássemos rápido. Uma coisa bem tétrica é que éramos cerca de 150 por
galeria e só havia um banheiro. Nos ofereciam um café com leite que, na
verdade, era água suja — e, muitas vezes, cuspiam nele antes de entregar. O pão
que nos davam era duro como pedra. Jogavam no chão e não acontecia nada com
ele. Você tinha que molhar para poder comer. A comida era muito escassa.
A troca de prisioneiros
López de la Cruz passou mais de três
meses em uma cela solitária porque tentou escapar e passou a integrar a
categoria de presos perigosos. Por isso, foi colocado no último avião que
mandou os prisioneiros livres de volta a Miami. Era Natal de 1962. Kennedy
havia enviado um famoso advogado para negociar com Castro. Era James B.
Donovan, que em fevereiro de 1962 havia conduzido uma troca de prisioneiros
entre os Estados Unidos e a União Soviética. Familiares dos prisioneiros e o
procurador-geral do Estado contrataram o famoso advogado James B. Donovan para
conduzir as negociações Ele viajou pela primeira vez a Havana em 30 de agosto
de 1962 e, no dia seguinte, se reuniu por quatro horas com Fidel Castro. Nos
meses seguintes, Donovan se encontrou várias vezes com o líder cubano. As
negociações foram tratadas como um processo de "indenização", mais do
que uma troca humanitária, "algo que Castro exigiu desde o início porque
queria que Cuba fosse compensada pelos custos da invasão", explica
Kornbluh. Meses antes da libertação, os prisioneiros haviam sido julgados
publicamente por traição à pátria. Os prisioneiros testemunharam em um
julgamento público televisionado, em que relataram o envolvimento da CIA na
operação Muitos acreditavam que acabariam sendo fuzilados, mas foram condenados
a 30 anos de prisão e impuseram uma fiança no valor total de US$ 62 milhões. No
fim de dezembro de 1962, Donovan acordou com Castro que os presos seriam
libertados em troca de US$ 53 milhões em remédios e alimentos que seriam
distribuídos ao povo cubano. Quando os primeiros carregamentos de mantimentos
chegaram em 23 de dezembro, os aviões da Pan American Airlines estavam
transferindo os prisioneiros para Miami. Os prisioneiros foram recebidos com
comoção por familiares e amigos em Miami na véspera e no dia de Natal de 1962
Enquanto isso, em Cuba, era celebrada a "segunda vitória de Girón",
por terem vencido "a batalha pela indenização". No último avião da
Pan Am, López de la Cruz lembra de olhar pela janela e pensar que seria muito
difícil voltar ao seu país. "As pessoas dizem que nos trocaram por latas
de compota, mas não nos sentimos humilhados. Pela nossa libertação, Cuba
recebeu muitas roupas, alimentos e remédios que o governo distribuiu à sua maneira",
diz López Saldaña. Nenhum dos dois exilados voltou a pisar em Cuba.
Os
invasores, apesar do fracasso, são considerados Heróis em Miami, pela causa e
ousadia!
A invasão da Baía dos Porcos é vista em
Cuba como um ataque de traidores da pátria vendidos aos Estados Unidos. Todo
dia 19 de abril, é comemorado com marchas e paradas militares o que o governo
cubano considera a "primeira grande derrota do imperialismo na América
Latina". A 145 quilômetros, no entanto, o sentimento é muito diferente.
Pelas ruas de Miami, ecoa a nostalgia do que poderia ter sido. Monumentos,
museus e parques homenageiam os heróis da Brigada 2506. Os sobreviventes não
gostam de falar hoje, 60 anos depois, sobre quantos cubanos do outro lado
mataram durante a invasão. "A verdade é que prefiro não dizer. Sabíamos
que íamos para a guerra, mas ninguém jamais vai dizer que gostamos de matar
pessoas. No fundo, éramos todos irmãos ", diz López de la Cruz.
"Alguém vai matar ou ser morto. Hoje parece diferente, é verdade que
éramos todos cubanos. Mas naquela época estávamos simplesmente pensando em libertar
Cuba de todo o horror que estava acontecendo", reflete López Saldaña. Os
veteranos da Brigada ainda sonham em testemunhar em vida a queda do governo
cubano. Há dois presidentes americanos na história que eles têm dificuldade em
perdoar: Kennedy e Obama. "Kennedy não estava à altura. Foi uma estupidez
porque, embora ele quisesse proteger os Estados Unidos, estava claro que eles
estavam envolvidos. Com o passar dos anos, entendi sua decisão, mas é verdade
que muita gente se sente traída e decepcionada com o que ele fez", diz
López de la Cruz à BBC News Mundo. ‘A verdade é que prefiro não dizer. Nós
sabíamos que íamos para a guerra, mas ninguém jamais dirá que gostamos de matar
pessoas. No fundo, éramos todos irmão' , diz López de la Cruz Os veteranos são
ainda mais críticos em relação a Obama. "Ele quis cair nas graças do
regime de Castro e negociar, mas foi ingênuo. Cuba abriu as portas para eles
sem mudar nada. Foi uma política desastrosa ", diz López Saldaña. Grande
parte da comunidade cubana exilada na Flórida continua a apoiar uma política
linha dura contra a ilha e venera ex-brigadistas como heróis no exílio.
"Temos uma satisfação tremenda. Cumprimos nosso dever, embora não tenhamos
alcançado o objetivo. Aqui em Miami somos muito respeitados. O próprio Donald
Trump se encontrou conosco várias vezes. Em setembro de 2020, na verdade, ele
nos convidou para ir à Casa Branca. Estamos muito orgulhosos", reafirma
López Saldaña.
Fonte - https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-b3e123dd-b5ae-4c62-8d43-9fd15bfef127
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Para os inocentes e alienados os quais dizem que a implantação do socialismo no Brasil, via PT, é uma mera teoria da conspiração da direita! Ai está o que aconteceu em Cuba e que está a se repetir em terras tupiniquins. Só cai nestas narrativas quem quer ser enganado(a)! Vejam os exemplos também no Chile e Venezuela...Que Deus proteja a Nossa Nação!
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