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Como entender a “marcha ascendente da revelação divina" nas escrituras sagradas?

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 28 de março de 2019 | 13:25

(Após a criação o pecado desumanizou o homem)




Por *Francisco José Barros Araújo 




Conforme nos revela o Catecismo da Igreja Católica (CIC Nº 81): “A Sagrada Escritura é a Palavra de Deus enquanto redigida sob a moção do Espírito Santo” - Muitas pessoas desanimam após iniciar a leitura da Bíblia porque encontram dificuldades na compreensão dos textos, não acham conexão entre os livros e se escandalizam diante de certos fatos bíblicos relatados no A.T. em comparação com a imagem de um Deus bondoso, justo e misericordioso. 





ATENÇÃO! Para se saber o que realmente o autor sagrado queria revelar é necessário levar em consideração alguns detalhes:





1)- Quais as condições e contexto da época em que o texto foi escrito?




2)- Qual a cultura do autor ? A quem ele dirigia sua mensagem? Qual era seu objetivo?




3)- Que gênero literário predominava na época; a forma de falar; os sentimentos de então; como era a narrativa, a forma de expressão?






CIC Nº 111: “Há de considerar também que a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda daquele mesmo Espírito em que foi escrita”. - O cristão ao ler os Livros Sagrados, para bem entendê-lo deve ter um mínimo de informações sobre o gênero e as particularidades literárias da obra; situar o escrito em seu contexto histórico; compreender bem as modalidades do ensino religioso dado pelo escritor; e saber colocar esse ensino no quadro da revelação total em vista da perfeição cristã. Estes aspectos estão dispostos na introdução a cada livro de algumas Bíblias, e é muito importante, também, a sua leitura. É necessário que se entenda o que acontecia em cada época das narrações, em cada história narrada havia uma percepção diferente de mundo. A cultura de cada povo, em determinada época e espaço geográfico influenciava, e ainda influencia, a maneira de se escrever, a forma de expressar-se.  O que em uma época era importante, deixava de ser em outro momento ou para outros povos. Logo, os textos podem enfatizar algo em um livro e em outro não dar a mesma importância.É preciso principalmente entender que os homens da antiguidade, mesmo os mais chegados a Deus, tinham mentalidade primitiva e, praticavam o que hoje para nós seriam “escândalos morais”, tais como: A mentira, fraude, crueldade para com os adversários, concubinato, poligamia. - "Deus respeita o lento desabrochar da natureza. Esse desabrochar da consciência humana deveria acontecer pela reflexão dos homens de todos os tempos, e pela meditação da Revelação de Deus. Assim, por esses meios: Experiência, Reflexão e Revelação, a consciência do povo de Deus foi se aperfeiçoando, desde a moralidade simples dos Patriarcas do Antigo Testamento (com a lei do olho por olho) até à lei de Cristo da caridade (de dar vida em favor do outro). Este caminho ascendente foi lento, gradual e árduo por causa das consequências do pecado original que enfraqueceram a inteligência e a vontade do homem. Veja a fé de Abraão e de Moisés, o fervor da oração de Davi, o zelo de Elias, são modelos que devemos imitar em algumas de suas ações. A Igreja, porém, não os coloca nos altares porque nem sempre suas atitudes servem de modelo de vida para nós Cristãos”.




D. Estevão Bettencourt em seu livro: “Para entender o Antigo Testamento” (editora Lúmen Christi), nos ajuda a entender esta realidade: 





Os textos bíblicos que narram coisas desse tipo deixam chocado o leitor que não se dá conta da moral primitiva desses homens. Pode parecer que nem a consciência repreendia os israelitas que assim procediam, e que nem o próprio Deus os censurava. Antes de tudo é preciso saber que nem tudo que o Antigo Testamento narra é proposto como “norma de conduta” para nós. Nem todas as ações de um herói (como Sansão, por exemplo) de um livro inspirado por Deus, são inspiradas. A Bíblia não tem erro de doutrina, e ou de verdades de fé reveladas por Deus para nossa salvação, mas pode ter falhas de outra natureza. A Igreja, assistida pelo Espírito Santo, sabe fazer este discernimento, e é para isto que Jesus deixou o Magistério sagrado do Papa e dos Bispos. A Igreja sabe encontrar as verdades dogmáticas transmitidas mesmo através de histórias às vezes “não edificantes”, pois erros e falhas são acidentais, já as mentiras são propositais, e julgar o passado com a mentalidade do presente chama-se: ANACRONISMO, e só pessoas ignorantes e anacrônicas procedem desta forma. O símbolo, a parábola e o real estão presentes na mente daquele que deseja expressar uma realidade difícil de explicar em linguagem humana. Então muitas vezes o autor se utiliza da linguagem mítica para explicar realidades transcendentes e as interrogações profundas do homem, realidades religiosas e existenciais, que a ciência não tem resposta: Porque existimos? Porque o mal e o sofrimento? Por que uns são mais capacitados e agraciados que outros? Porque a Morte? O que acontece depois da morte? Os sentidos não captam todas as realidades, e certamente não as do “além”, mas, para falar delas, é necessário empregar uma linguagem humana. O mito, a parábola, a profecia, a poesia, e a linguagem apocalíptica por exemplo, é a maneira por excelência de visualizar ao falar dessas realidades transcendentais. Os escritos da Bíblia não recorreram a linguagem filosófica da nossa Cultura Grega ocidental  para falar dessas realidades, mas à linguagem mítica, simbólica e figurada, de imagens tomadas do mundo de suas experiências cotidianas, enfim da cultura oriental judaica, que é mais experiencial que intelectual (Exemplo: Eclesiates 1,2: “Vaidades das vaidades tudo é vaidade...”O autor Judaico antes de escrever fez a experiência da vivência da vaidade para depois narrar).Fala-se de Deus como juiz, pai, rei, Sr. dos exércitos, etc (que são metáforas analógicas). Deus como alguém que fala, age, e se encoleriza, como se fosse um humano, embora Deus não seja humano e esteja acima de nossas categorias de compreensão. São Tomaz de Aquino dizia que a verdade é maior que nossa inteligência, portanto, jamais teremos condições de apreender toda a verdade em nosso intelecto humano limitado.O Fundamentalista nega a possibilidade de erros na bíblia, argumentando que quando se admite que esses existem (fazem coro com os ATEUS) dizendo então, que a bíblia não merece nossa plena confiança e deixaria de ser PALAVRA DE DEUS. A bíblia são ações TEÂNDRICAS, ou seja, ações divino-humanas. Inspirada sim por Deus que é infalível, mas com o elemento humano como seu instrumento que é falível. O termo ERRO para os estudiosos é um tanto equívoco. Melhor seria tratar de verdade bíblica. Verdade é a correspondência AFIRMATIVA entre aquilo que é pensado e expresso e a realidade CONSTATÁVEL. Dai resulta a máxima filosófica: “A verdade não está no observador, mas no objeto observado.” A verdade não depende de pontos de vista, de crenças, gostos, preferências, ou desejos pessoais e comunitários. A “NÃO VERDADE ACIDENTAL” é denominada de ERRO, e pode ser devida à incompreensão, à informação incorreta, ao desconhecimento, ou à distração. Já a NÃO VERDADE “INTENCIONAL” é denominada MENTIRA. Ambos: erro e mentira, contradizem a realidade que se pode verificar e demonstrar. Porém, uma é por acidente, a outra é intencional. É importante não confundir erro com mentira, ou engano. Como veremos a bíblia contém erros acidentais, contudo, não contem mentiras propositais para perdermos a nossa salvação. É preciso esclarecer que quando falamos de verdade, ou erro na bíblia, o fazemos a partir de nosso ponto de vista e segundo nosso conceito OCIDENTAL de verdade, que é de origem filosófica especificamente grega (alétheia). Pois bem, no mundo onde a Bíblia nasceu, o conceito de verdade era diferente: Verdade é tudo que é fiel, estável, e experimentalmente merecedor de confiança. O oposto de tudo isto é a mentira (hipocrisia), e não erro, ou equívoco. O nosso conceito ocidental de verdade é intelectual, o da bíblia é existencial. É com este conceito de verdade ORIENTAL e não OCIDENTAL, que foram compostos os escritos da bíblia. A verdade que se trata nos escritos da bíblia, situa-se no plano da mensagem e não dos dados reais em si mesmo. Portanto, projetar nosso conceito de “verdade OCIDENTAL” nos escritos bíblicos e situá-los em um mundo conceitual e intelectual como o dos gregos, que não era o seu, é esperar deles o que não pretenderam nunca nos oferecer, e cair no anacronismo.




POR FIM, O REAL CONCEITO DE INFALIBILIDADE E INERRÃNCIA DAS ESCRITURAS, é conforme está expresso na DEI VERBUM-Nº 11:





“Deve-se confessar que os livros da Escritura ensinam firmemente, com fidelidade e SEM ERRO, a verdade que Deus quis manifestar nas sagradas letras PARA NOSSA SALVAÇÃO” (Nostrae Salutis Causa).







Por isto o magistério da Igreja fala de "verdade PARA NOSSA SALVAÇÃO, que concerne à mensagem, e não à informação fatídica e sua exatidão histórica." Finalmente, quando se afirma que a Bíblia está livre de qualquer classe de erro, implicitamente afirma-se que essa inerrância salvífica é válida para todos os tempos.Os “escândalos” narrados no Antigo Testamento fazem parte da miséria dos filhos de Adão. Então, ao se defrontar com os episódios de “barbárie” das Escrituras antigas, não devemos nos prender no aspecto repugnante que eles podem ter; devemos saber passar além da aparência superficial, e olhar “para dentro desses acontecimentos” com o olhar de Deus. Assim, também eles nos falarão de algo muito sublime. Às vezes no Antigo Testamento, os homens considerados justos (Abraão, Moisés, Davi, etc.) cometem atos ao nosso critério, considerados pecaminosos. Para entender esta dificuldade é preciso que consideremos o problema dentro de um quadro à luz de Deus, e não simplesmente do nosso ponto de vista de homens do século XXI, o que seria puro anacronismo. As obras de Deus são lentas, basta ver como a natureza se desenvolve: a grande árvore começa de uma semente, o desenvolvimento da vida humana da gestação, infância, juventude, até a vida adulta.Também, na ordem moral isto ocorre, especialmente no que diz respeito à consciência humana da humanidade. Basta ver como a consciência da criança se desenvolve até a fase adulta. Só aos poucos é que a criança ou o adolescente vai percebendo as consequências concretas daquilo que nos diz a consciência: “faça o bem, evite o mal”. Com o gênero humano inteiro aconteceu algo semelhante ao que se dá com toda criança: nos primórdios da história, os homens tinham uma consciência moral pouco desenvolvida, a qual foi se tornando mais apurada e sensível através dos séculos. Deus agiu assim com o homem, de maneira pedagógica. Isto aconteceu com o povo de Deus, portador da verdadeira fé. Este povo também, possuía uma consciência moral ainda embrionária. Sabiam que era preciso “fazer o bem, praticar a justiça, evitar o mal”, e obedecer a Vontade de Deus; mas na prática este princípio escapava à sua percepção. Jesus fez o mesmo com os Apóstolos. Na última Ceia Ele lhes diz:“Ainda tenho muitas coisas para dizer-lhes, mas vocês não as podeis entender agora. Quando vier o Paráclito…” (Jo 16,12).Só depois de Pentecostes é que os Apóstolos entenderam muitas coisas. Deus respeita o lento desabrochar da nossa natureza. Esse desabrochar da consciência humana deveria acontecer pela reflexão dos homens de todos os tempos, e pela meditação da Revelação de Deus. Assim, por estes meios: experiência, reflexão e Revelação, a consciência do povo de Deus foi se aperfeiçoando, desde a moralidade simples dos Patriarcas do Antigo Testamento até o ápice da lei de Cristo  que é a caridade. O caminho foi lento e árduo por causa das consequências do pecado original que enfraqueceram a inteligência e a vontade do homem.Deus, para preservar a verdadeira fé e a esperança messiânica no mundo idólatra, escolheu Abraão e sua posteridade para formar o povo e onde nasceria o Messias. Não se pode esquecer que essa gente, oriunda de ambiente pagão (Mesopotâmia), recebeu de seus antepassados na Caldéia, muitas tradições e costumes supersticiosos. Deus teve que paciente e pedagogicamente polir e elevar esta gente até à altura do culto do verdadeiro Deus; mas não quis cortar bruscamente todas essas tradições, pois seria antipedagógico, e não seria entendido. Inicialmente Deus fez o essencial, eliminou, rigorosamente o que era estritamente Politeísta; mas quanto às outras coisas, preferiu ir devagar, contemporizando, permitindo as limitações do povo como era, seguindo práticas antigas, mas não politeístas. Assim, por meio dos profetas Deus foi fazendo com que o povo fosse se elevando espiritualmente, até um dia poder ouvir a mensagem do Evangelho: “Este é o meu preceito: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12)”.A consciência embrionária do povo no Antigo Testamento, não é incompatível com santidade. Em qualquer época da história, a inocência consiste em que o homem nada faça “contra a sua consciência”, nada que lhe pareça contradizer à Vontade de Deus. Veja, os grandes homens e mulheres da história sagrada, como mostra o texto bíblico, se esforçavam por não violar normas que o seu senso moral (consciência) lhes exigia e, quando por fraqueza, as violaram, se arrependeram disto sinceramente. Há muitos exemplos disso na Bíblia. Esses homens davam a Deus tudo que sabiam que deviam dar-lhe; embora “tudo”, era pouco em comparação com o padrão moral que hoje nos é proposto; mas precisavam de grande esforço.Com eles era assim: Na medida em que a consciência não os acusassem, podiam seguir seus costumes primitivos, para nós as vezes bárbaros; e assim não deixavam de obedecer o que Deus lhes pedisse. Era esta incondicional adesão ao Senhor que os tornava justos, santos. Por isso, esses homens são modelos de santidade, para aquela época, não pelo aspecto exterior de sua vida (que às vezes nos assusta!), mas pelo desejo interior de cumprir a vontade de Deus e lhe ser fiel. Veja a fé de Abraão, o fervor da oração de Davi e o zelo de Elias, são modelos que devemos imitar sim, em algumas de suas atitudes.Para nós que temos o conhecimento do Evangelho, já seria ilícito repetir o que era praticado pelos justos do Antigo Testamento, já que a nossa consciência, iluminada por Cristo, tem agora muito mais clara noção do bem e do mal, e se torna mais exigente. O que hoje é pecado contra a lei natural sempre foi mau olhos de Deus, já que o mal não depende de mera convenção humana, mas nem sempre isto foi percebido pelos homens antigos, por causa de sua consciência moral pouco desenvolvida. Enfim, Deus quis fazer do homem seu filho, chamando-o a participar de sua vida e da sua felicidade, e para isto o foi educando pedagogicamente.Á luz dessas explicações podemos agora compreender porque a lei de Moisés (1240 a.C.) incorporava a lei de talião ( UM AVANÇO ENORME PARA A MORAL RETRIBUTIVA DA ÉPOCA). O código babilônico, de onde veio Abraão, do rei Hamurabi (1800 a.C.), prescrevia: “Olho vazado por olho vazado” (Art. 196); “membro quebrado por membro quebrado” (Art. 197); “dente espedaçado por dente espedaçado” (Art. 200); “boi por boi, carneiro por carneiro” (Art. 263); “morte ao arquiteto de uma casa que desmorone sobre o proprietário” (Cf. art. 229); “morte ao filho do arquiteto, se a casa cai sobre o filho do proprietário” (Cf. art. 230). Com o progresso da cultura, os antigos pagãos foram percebendo a imperfeição da retribuição pelo talião. Consequentemente, admitiam que o criminoso pagasse indenização monetária, caso nisto consentisse a vítima. Ao promulgar a Lei Mosaica, Magna Carta de Israel, o Senhor quis respeitar a tradição da sua gente; para depois reformá-la aos poucos. Jesus, completando o processo pedagógico do Antigo Testamento, aboliu a lei de talião, ordenando que os discípulos perdoassem gratuitamente até os inimigos (cf. Mt. 5, 38-42, 21-15).Às vezes aparece a poligamia no Antigo Testamento, como se Deus a aceitasse. Não é bem assim. O matrimônio, quando aparece na história sagrada, pela primeira vez, é como uma união monogâmica; o Criador mesmo o instituiu e abençoou dando-lhe um valor religioso (cf. Gn 1,28; 2,23s). Por isto, o casamento é chamado “aliança de Deus” (Pr 2,17), aliança “da qual o Senhor é testemunha” (cf. Ml 2,14).A praxe da poligamia foi reconhecida pela Lei mosaica em 1.240 (cf. Dt 17, 17; 21, 15; Lv 18,18), mas isto se explica por um ato de tolerância divina, circunstancial (a taxa de mortalidade masculina era muito grande).‘E o que Jesus disse aos fariseus: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés o permitiu: a princípio, porém, não era assim”. (Mt 19,8). No tempo de Abraão uma família numerosa era sinal de bênção divina, a esterilidade era vista como uma maldição (cf. Is 63, 9 e Os 9, 14; Lc 1,25). Assim, a moral da época aceitava que o marido da esposa estéril, podia gerar um filho com outra mulher livre ou a escrava da sua esposa; e os filhos da escrava eram pertencentes à sua esposa. Isto era aceito com naturalidade pelos antigos judeus em virtude das circunstâncias daquele tempo, que não mais se aplicam hoje à nossa realidade.Mas, ao lado dos casos de poligamia, concubinato e divórcio reconhecidos pela Lei, houve na história sagrada, episódios que em hipótese alguma poderiam ser justificados, motivados pela fraqueza humana. Entre esses casos está o pecado de Onã (donde o nome do vício “onanismo”), que Deus puniu severamente (cf. Gn 38, 6-10); o atentado incestuoso dos sodomitas (Gs 19, 1-25); a conduta errada de Salomão, que acarretou, como punição, o cisma do reino deste monarca (cf. 1Rs 11, 1-13, 29-33). Além disso a Lei advertia o rei contra os abusos da poligamia (cf. Dt 17,17).





Para ler a Bíblia Sagrada com todo proveito, o cristão necessita ser esclarecido a respeito de cada um dos 73 (setenta e três) livros que a compõem, sob quatro pontos de vista que se completam mutuamente:

 

 

1)-Em primeiro lugar, possuir algumas noções sobre o gênero e as particularidades literárias da obra.

 

 

2)-Em seguida, situar o escrito em seu contexto histórico, levando-se em conta as circunstâncias que causaram seu aparecimento, seus destinatários imediatos, etc.Estas indicações lhe permitirão compreender bem as modalidades do ensino religioso dado pelo escritor a seus contemporâneos.

 

 

3)-Finalmente, saber colocar esse ensino no quadro da revelação total, no lugar que lhe cabe dentro da evolução providencial em vista da perfeição cristã.

 

 

A Edição Ave Maria recomenda que, se o leitor quiser descobrir a Marcha Ascendente da Revelação para Cristo, convém realizar a leitura dos livros de acordo com a seguinte ordem:

 



1)-Das Origens à Realeza, a ordem de leitura aceita pela maioria é a dos cinco livros do Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), Josué, Juízes, Samuel 1 e 2.



2)-No Quadro dos Reis, os profetas antigos: Amós (ano 760 a.C.), Oséias (ano 750 a.C.), os 39 capítulos de Isaías (740 a.C.), Miquéias (725 a.C.), Naum (625 a.C.), Sofonias (625 a.C.), Habacuc (605 a.C.) e Jeremias (600 a.C.).

 

 

3)-No Tempo do Exílio, as Lamentações, Ezequiel (580 a.C.), Abdias e a segunda parte de Isaías (538 a.C.).

 

 

4)-Após o Exílio da Babilônia, para uma melhor compreensão do movimento e do esforço de restauração, aconselha-se a leitura de 1 e 2 Crônicas seguidos de Nemias e Esdras.Com os acontecimentos do exílio relacionam-se os profetas Ageu e Zacarias (520 a.C.), os 11 últimos capítulos de Isaías, Malaquias (440 a.C.), Joel e Jonas, bem como os livros de Rute, Tobias, Judite e Ester, os escritos sapienciais: Provérbios, Jó (500 a.C.) Eclesiastes (250 a.C.) Eclesiástico (200 a.C.) e Cântico dos Cânticos.

 

 

5)-À época dos Macabeus pertencem o Livro da Sabedoria, Baruc, Daniel e 1 e 2 Macabeus.

 

 

6)-Os Salmos não tem uma época determinada e podem ser lidos sem qualquer ordem cronológica.

 

 

7)-Referente ao Novo Testamento faz a leitura primeiramente dos três Evangelhos sinóticos (parecidos entre si): Mateus, Marcos e Lucas.

 

 

8)-Depois Atos dos Apóstolos e as 10 primeiras cartas paulinas: 1 e 2 Tessalonicenses, Gálatas, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Filipenses, Efésios, Colossenses e Filêmon.

 

 

9)-As cartas pastorais de Paulo (1 e 2 Timóteo, Tito e Hebreus) tem o ambiente natural junto com a epístolas católicas (Tiago, 1 e 2 Pedro, Judas, 1, 2 e 3 João).

 

 

10)-Por fim, devem ser lidos o Evangelho de João e o Apocalipse.

 

 

 

Introdução à sagrada escritura - DEI VERBUM E FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

 



Nosso estudo tem como base um documento do Magistério Eclesiástico que se chama Constituição Dogmática Dei Verbum. Este documento foi elaborado em 1965 no último Concílio Ecumênico da Igreja Católica, ou seja, no Concílio Vaticano II. Fala sobre a Revelação Divina e Sua Transmissão.

 

 

 

O que é a Revelação Divina?

 

 


É Deus comunicando e manifestando gradualmente a sua própria vida divina na história dos homens, por etapas, e que vai culminar na pessoa de Jesus. Deus quis Se revelar ao homem para que este O conhecesse e assim pudesse livremente amá-Lo e escolhê-Lo como Bem Supremo de sua vida.

 

 

Etapas da Revelação Divina:


 


– Deus manifestou-se desde o princípio, aos nossos primeiros pais através das coisas criadas.

 

– Convidou-os a uma comunhão íntima consigo mesmo revestindo- os de uma Graça e justiça resplandecentes.

 

– Depois da queda do homem, Deus prometeu-lhes a salvação.

 

– Concluiu com Noé uma aliança entre Si e todos os seres vivos.

 

– Escolheu Abraão e concluiu uma aliança com Ele e seus descendentes. Fez deles o Seu povo.

 

– Revelou a este povo a Sua lei por meio de Moisés.

 

– Preparou a este povo através dos profetas a acolher a salvação destinada a toda humanidade.

 

– Revelou-Se plenamente, enviando o Seu Filho, no qual estabeleceu a Sua aliança para sempre.

 

– O Filho é a palavra definitiva do Pai. Depois Dele não haverá outra Revelação.

 

 

 

Transmissão da Revelação Divina:

 

 

A transmissão da Revelação Divina aconteceu ao longo dos tempos, de duas maneiras: primeiro, oralmente e depois, por escrito. Hoje o que Deus revelou encontra-se por escrito na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, os quais constituem um só sagrado depósito da Palavra de Deus confiado à Igreja.

 

 

1. TRADIÇÃO: É oriunda dos Apóstolos e progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo . Jesus ordenou aos Apóstolos que o Evangelho fosse pregado por eles a todos. E os Apóstolos pregaram de forma oral e depois (Sob a inspiração do Espírito Santo) de forma escrita. A pregação apostólica foi conservada por escrito na Sagrada Tradição. Também fazem parte da Tradição, os escritos dos padres apostólicos (Santos Padres), bispos que conviveram com os 12 Apóstolos).

 

 

2. SAGRADA ESCRITURA (A Bíblia – Palavra de Deus) É a Palavra de Deus, redigida pelo hagiógrafo (autor sagrado) sob a inspiração do Espírito Santo:

 

– A Palavra de Deus (Bíblia) – por meio do homem (autor sagrado) torna-se língua humana

 

– O Verbo de Deus (Jesus) – por meio de Maria (encarnação) torna-se homem. Por isso a Igreja venera a Sagrada Escritura (A Bíblia) = Corpo de Cristo (Pão da vida).

 

 

3. MAGISTÉRIO DA IGREJA: Só o magistério da Igreja pode interpretar e transmitir a Revelação Divina, cuja autoridade é exercida aos bispos em comunhão com o Papa. O Magistério está a serviço das Palavra de Deus. Ensina aos homens o que foi transmitido por Deus.

 

 

 

COMO SE DEU A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO?


 

 









• Foi no seio do povo hebreu que nasceu a Bíblia (A.T.) Os textos bíblicos do Antigo Testamento começaram a ser escritos a partir do século IX a. C. No decorrer dos séculos foi-se formando a biblioteca sagrada de Israel, sem que os judeus se preocupassem com a catalogação das mesmas. E o último livro a ser escrito foi Sabedoria (50 aC).

 

 

• Os autores sagrados (os hagiógrafos) viveram em lugares e ambientes muito diversos: cada um imprime na sua obra traços característicos de sua personalidade. Mas como eles escreveram sob a inspiração do Espírito Santo, é Deus o Autor principal de toda a Bíblia.

 

 

• Só depois do Exílio (538 aC) é que se escreveu definitivamente o Antigo Testamento. Nessa época é que o Antigo Testamento adquiriu toda a sua autoridade. Ele se tornou o eixo de um sistema social e religioso – o judaísmo. O Antigo Testamento era como a carteira de identidade do povo de Israel.

 

 

Os judeus foram ajuntando no decorrer de sua história e coleção dos livros do Antigo Testamento e dividiram-na em 3 partes:

 

 

1. A Lei Torá – contendo os 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Formam o núcleo fundamental da Bíblia.

 

2. Os Profetas – os judeus compreendiam por esse título os livros que hoje são denominados proféticos e históricos.

 

3. Os Escritos – os judeus designavam por este nome os livros: Salmos, Provérbios, Jó, Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras e Neemias, Crônicas.

 

 

 

No segundo século antes da nossa era, esta coleção já estava terminada (séc. II aC). Nessa época (entre 250 e 100aC), os judeus estavam, em parte, dispersos pelo mundo afora (diáspora – emigração e dispersão dos judeus para outros países). Quando os judeus começaram a emigrar para outros países, levaram consigo a Bíblia. Se fixou, um grupo de judeus, em Alexandria (Egito), onde se falava grego e lá constituíram uma colônia. Adotaram a língua grega e tiveram a necessidade de traduzir a Bíblia do hebraico para o grego.Conta a Tradição que o rei Ptolomeu II (Alexandria) querendo possuir na sua biblioteca um exemplar grego dos livros sagrados dos judeus, pediu ao sumo sacerdote Eleázaro de Jerusalém os tradutores. Eleázaro enviou seis sábios de cada uma das doze tribos de Israel (72 sábios) para Alexandria. Estes ficaram em 72 cubículos individuais e no final os 72 textos gregos do Antigo Testamento estavam idênticos. Consideraram um milagre! Ficou sendo conhecida como a TRADUÇÃO DOS SETENTA ou tradução Alexandrina.Alguns escritos recentes lhe foram acrescentados sem que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados: Tobias e Judite, Daniel e Ester (parte), Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, Jeremias. A Igreja Cristã admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros. Desse modo a Bíblia grega (tradução dos setenta hebraico-grego) tem 7 livros a mais do que a Bíblia hebraica (original).

 

 



Os judeus de Jerusalém não reconheceram os 7 livros como verdadeiros, porque segundo seus critérios nacionalistas (o Novo Testamento fica de fora), eles afirmam que:

 


– Só podem ser escritos dentro de Israel.

 

– Só podem ser escritos em hebraico.

 

– Só podem ser aceitos os escritos antes de Esdras.

 

 

Obs: No ano 100 dC os rabinos se reuniram no sínodo de Jâmnia para estipular esses critérios. - Foi a tradução apostólica que levou a Igreja a decidir quais os escritos que deviam ser contados na lista dos livros sagrados. Esta lista é chamada de: Cânon das Escrituras. Cânon – Karon (grego) = Catálogo Canônico – Livro catalogado – 




Os livros escritos dentro do seio da comunidade dos judeus, são chamados:

 



 

-PROTOCANÔNICOS (Catalogados em primeiro lugar)

 

 

– Os sete livros acrescentados em grego são chamados: DEUTOROCANÔNICOS (Não apócrifos, ou seja,os deuterocanônicos foram Catalogados em segundo lugar).

 

 

• O Cânon Católico compreende 46 livros do Antigo Testamento.

 

 


Divisão da Bíblia Judaica:

 



• Pentateuco (a Lei) – Gen, Ex, Lev, Num, Deut.

 

• Livros Históricos – Jos, Jz, Rt, Sam, Reis, Crôn, Esd, Nee, Tob, Jud, Est, Macabeus.

 

• Livros Sapienciais – Jó, Sl, Prov, Ecle, Cânt, Sab, Eclo.

 

•Livros Proféticos – Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias

 

• ATENÇÃO!!! O Cânon Católico – Adota a Bíblia hebraica juntamente com os sete livros acrescentado na tradução grega. Os protocanônicos e deuterocanônicos.

 

 

• Os judeus Ortodoxos – adotam só a Bíblia hebraica (Protocanônicos). não aceitam os livros deuterocanônicos e nem o Novo Testamento.

 

 



Como o israelita escrevia a Bíblia?

 

 

Dentre todos os antigos povos do Oriente, somente o povo de Israel se distingue por ter cultivado a história. No meio de uma cultura politeísta de Israel de desdobra sob a influência de uma crença monoteísta. Os Israelitas sabiam, por revelação divina, que Deus fala e age pelos acontecimentos.“Deus querendo e preparando a salvação do homem, elegeu para si um povo ao qual confiaria as promessas” (Rom 15, 4)

 

 

 

Línguas Bíblicas: Os idiomas que Deus quis se servir para falar aos homens foram:

 

 

-O hebraico (para praticamente o AT inteiro),

 

-O aramaico (alguns dos livros)

 

-O grego (Para o AT escrito pelos setenta, e para quase todo o NT).

 

 

 

Contexto Histórico do Antigo Testamento:

 

 

Para entender o que fala cada livro é salutar que se entenda o que se passava na época. Cada um dos livros é fruto da história e da percepção do povo de Deus em determinado tempo da Caminhada. E isto influencia desde a maneira de escrever, quanto os questionamentos feitos, as ênfases dadas.

 

 

Marcha ascendente da revelação para Cristo na ordem cronológica dos livros: 

 



 


 

 

1 - GÊNESIS - Das origens à realeza:



Há a narração da criação, a história de Adão, do pecado original, da povoação da terra, de noé, do dilúvio da repopulação da terra. Estes acontecimentos marcam a história do Povo de Deus, como o início do mundo e de suas caracterísitcas. De um modo especial marcará o conhecimento de Deus povo, o seu amor criador,a queda original que deu origem a todo o mal do pecado e o rompimento com Deus. Sua leitura deve ser feita encontrando os grandes valores que Deus quis dar aos homens de todos os tempos , de todas as culturas. Mais do que um mundo criado em sete dias, nos ensina o catecismo, devemos ver um mundo criado ordenadamente, criado bom, para o bem, uma graduação de criações que vinham possuindo mais e mais importância. O homem obra prima de Deus, a maldade do homem que livremente optou por desobedecer a Deus, a grande misericórdia de Deus que se manifesta continuando a amá-os e deles cuidar e já desde ali prometer a Salvação por meio do filho da Mulher. A partir do cap. 12 (cerca de 1800-1250 ac) Deus faz uma aliança com Abraão. Esta aliança centralizará para sempre a escolha dos eleitos por Deus. Este seria seu Deus e ele e sua descendência seria seu povo. É desta promessa que surge para sempre a eleição de Israel e de sua linhagem, e que será lembrada por todo o povo judeu como sua escolha irrevogável. Teve por filho, Isaac, que teve por filho Jacó, ambos mantiveram a aliança. Jacó volta a se relacionar com Deus como eleito. Foi chamado por Deus de Israel, por isso o povo de Jacó foi chamado de Israelita. Este teve doze filhos, que seriam os patriarcas, os descendentes destes doze filhos de Judá repartiriam a terra prometida em doze estados semi-independentes na nação de Canaã, dentre eles destacaríamos, Judá , Levi e José.

 

 

-Judá porque seria seus descendentes os únicos que permaneceriam fiéis a Deus quando começassem a ocorrer as divisões das tribos, e assim, seria a única nação que subsistiria na Aliança, e para a qual as demais passariam a ter como referência. Seria de sua descendência que viria também a também a nascer o Messias.

 

 

-Levi, porque seus descendentes seriam separados do povo para serem sacerdotes e responsáveis pelo culto e templo. Não teriam terra na divisão, mas de modo diferente iriam ser distribuídos em todas as outras terras.

 

 

-Jacó adotou (uma maneira honrosa do direito) os dois filhos de José por filhos seus. Eles se mudam da terra que moravam para o Egito, ao qual José após ser vendido pelos irmãos.

 

 

• Esta divisão na terra de Canaã ocorreria somente a partir do tempo narrado pelos Juízes. Por enquanto morariam e se multiplicariam em uma terra do Egito.

 

 

2. Êxodo

 

 

• O Povo de Deus se multiplica no Egito, viram milhares de milhares, passam a ser escravizados. Este livro surgiu entre os israelitas – Narra a história de Moisés que por chamado e orientação de Deus os tira do Egito.

 

 

• A história de sua saída do Egito, cercada de sinais e manifestações de Deus torna-se algo dentre o que há de mais caro na história judaica, e a grande eleição de Deus por seu povo, dando-lhe o dom de seus preceitos e mandamentos.

 

 


3. Levítico, Números, Deuteronômio

 

 

• Já no livro do Êxodo, seguido ainda pelo Levítico, Números e Deuteronômio, narram a história do povo de Deus durante seus quarenta anos vagando no Deserto, após seu desagrado a Deus (em Números 12). Narra os feitos de Deus, lado a lado com as várias murmurações e infidelidades do Povo de Deus. Prossegue com as várias intercessões de Moisés, mas também o povo de Deus seguindo, por seus altos e baixos, como povo eleito. Mais do que tudo isto narra nestes livros, a lei de Deus e suas orientações ao povo de Deus. E se tornam junto com o Gênesis, o Pentateuco (os cinco livros da Lei). Entende- se ali que os Levitas não teriam terra nenhuma mais seriam separados para em todo o reino cuidar das coisas santas.

 

 

4.Josué, Juízes, Samuel, Reis, Rute

 

 

– Há a Morte de Moisés conduzindo o povo a Canaã, a terra prometida.

 

 

– Josué e os israelitas entraram em Canaã para consquistá-la.

 

– Divisão das doze tribos na terra parcialmente conquistada, e o povo relaxando de lutar contra eles.

 

– Morte de Josué.

 

– As tribos se dispersaram para restabelecer a situação do povo, surgiu entre eles os Juízes

 

– Autoridade política e religiosa são instituídas para manter a unidade do povo  

 

 

5.Juízes

 

 

1° Juiz – Josué e último juiz – Samuel

 

– Já no final do livro, ele manifesta muito o desagrado do povo a Deus por ser disperso pela ausência de um rei.

 

– Quando Samuel estava velho o povo pediu um rei

 

– 1° rei: Saul, que fez um reinado pequeno, e que desagradando a Deus foi deposto em prol de Davi.

 

 

– 2° rei: Davi, que venceu seus inimigos e agradou a Deus. Demonstra-se como a mais ilustre figura de Rei de Israel, mesmo em suas quedas se entrega humildemente a Deus e alcança dele sempre sua misericórdia.

 

– 3° rei: Salomão, que fez um grande reinado, majestoso e soberano, dentre o outras coisas é quem constrói e consagra o Santuário. Viria a desagradar a a Deus a fim da vida.

 


A partir daqui há a posterior divisão do Reino, logo após Salomão. O Reinado dos dois é narrado nos livro de Samuel, dos Reis, e mais tarde pelo livro das Crônicas dos Reis de Israel.

 

 



No quadro dos reis até o exílio:

 

 

 

Salmos, provérbios, Miquéias, Amós, Oséias, Jonas, Isaías, Sofonias, Naum (profetiza a queda de Nínive – 612), Jeremias, Habacuc (prediz a invasão dos caldeus e as desgraças de Judá), Ezequiel, Baruc (exílio da Babilônia). Lamentações (ruína de Jerusalém e do Templo), Daniel.

 

 

 

Divisão do Reino – 971 Depois da morte de Salomão, devido a palavra de Deus que lhe foi contrária ao fim de sua vida, no reinado de seu filho o reino se dividiu – as 12 tribos se dividiram em 2 reinos:

 

 

– Reino do Norte – 10 tribos do norte - Reino de Israel, inicialmente governado por Jeroboão I, capital Samaria. Este Reino desagradou muito a Deus no decorrer de sua história.

 

 

– Reino do Sul – 2 tribos do sul – reino de Judá, governado por Roboão, capital Jerusalém. Este reino foi também, aos poucos, desagradando a Deus.

 

 

• É nesta época que surgem os grandes profetas, conhecidos e perseguidos entre eles. Os Reis exprimiam a disposição do povo, ao ler o II Livro dos Reis vemos como Deus é fiel em ir atrás do povo de Deus (por meio dos profetas, de sinais e de prodígios) a partir de seus reis, mas vemos também como a grande maioria deles é infiel e idólatra. Surge aqui o mais expoente dos profetas do A.T. : Elias.

 

 

Domínio da Assíria (721)

 

 

Longe da bênção de Deus, Samaria (Reino do Norte) é invadida pela Assíria, alguns são exilados, outros fogem para Jerusalém (Reino do Sul), levando o livro do deuteronômio (livro da Lei) – em 622 o rei Josias, reformando o Templo em Jerusalém encontra o Deuteronômio e faz a reforma religiosa que dá base ao judaísmo, nome pelo qual aquele povo vai ficando conhecido.

 

 

Domínio da Babilônia (597)

 

 

Em 597 os babilônios invadiram Jerusalém, que ia se demonstrando mais e mais longe de Deus.

 

 

Em 587 Nabucodonosor rei da Babilônia toma e destrói Jerusalém, o templo, levando seus habitantes para o exílio da Babilônia.

 

 

 

Surge na Babilônia – Ezequiel; em Judá – Jeremias. Com isto o Povo de Deus vai fazendo história na terra do exílio, poderíamos citar Tobias e Daniel (livros deuterocanônicos).

 

 

Após o exílio

 

 

Esdras, Neemias, Joel, Ageu, Zacarias, Malaquias, Abdias (539-490)

 

– Ciro, rei da Pérsia atacou Babilônia e assumiu o domínio do Império babilônico (538). Agora império Persa.

 

– O povo retornou para Palestina, a fim de restaurar a cidade e reconstruir o Templo.

 

– Diante de histórias da dificuldade profunda de fazê-lo, Neemias e Esdras narram este episódios do Povo de Deus.

 

 

– Tobias, Judite, Ester, Jó, Eclesiastes (séc. III aC), Eclesiástico (175-163), Sabedoria, Cântico dos Cânticos e Macabeus.

 

 

 – O Povo passa por período de grande fidelidade a Deus, que lhes livra dos inimigos que surgem. Mas com o tempo vem o arrefecimento da religiosidade dos mesmos.

 

 

Em 490 aC os persas foram derrotados pelos gregos, os quais impuseram aos judeus a sua cultura. Mas os judeus fiéis reagiram (revolta dos Macabeus), durante o Império Grego.

 

 

– Em 63 aC. os romanos dominaram os gregos. Começou o Império Romano. Fica cada vez mais forte a cultura da vinda do Messias, que iria restaurar seu povo e a chegada do dia do Senhor.

 


O Pentateuco e os Livros Históricos







 

• Penta = Cinco Pentateuco Palavra grega que significa 5 livros Teuco = rolo, livro

 

 

• São os primeiros livros da Bíblia. Na Bíblia hebraica (judaica) o Pentateuco é chamado de “a Lei Torá”, porque é o fundamento da religião judaica. É o livro canônico (a Lei) dos judeus.

 

 

HISTÓRIA DO PENTATEUCO:

 

 

• Na história do Pentateuco encontramos as grandes linhas da fundação do reino de Deus na terra. A formação do mundo, da humanidade e do povo escolhido por Deus. As leis contidas foram sendo escritas durante cinco séculos, reformulando, adaptando e atualizando tradições mais antigas, que vieram desde os tempos de Moisés. Mostra a Revelação gradativa de Deus aos homens. Deus se revelando aos patriarcas, libertando seu povo da escravidão, alimentando seu povo, conduzindo-o e criando leis.

 

 

 

Gênesis – Como a Providência Divina preparou desde o princípio dos tempos, um povo especial para ser o primeiro núcleo de Seu Reino. Gênesis = Começo, nascimento. Fala do surgimento do mundo, da história e do povo de Deus

 

 

• Gên 1-11 – A criação do mundo e do homem por Deus – A história dos homens e do processo humano dominado pelo pecado.

 

Gên 12-36 – História dos Patriarcas

 

• Gên 37-50 – História de José

 

 

Êxodo  – Como de fato o Reino foi fundado. Conta como Deus libertou e formar seu povo. Êxodo = Saída. Começa narrando a saída dos hebreus da terra do Egito, onde eram escravos. A mensagem do Êxodo é uma prefiguração da mensagem do Novo Testamento.

 

 

Mensagem Central e paralelismo com o NT: Páscoa dos hebreus, simbolismo do batismo, passagem da escravidão do Egito para a terra Prometida (O Reino de Deus estabelecido na terra); Deus liberta seu povo. Novo Testamento: Páscoa de Jesus, Deus na Pessoa de Jesus, liberta o homem da escravidão do pecado para uma vida nova. Estabelece uma nova e plena Aliança.

 

 

 

Levítico • – Formação de um povo santo. O povo toma conhecimento de sua natureza “santa”. Levítico = provém do nome Levi, a tribo de Israel que foi escolhida por Deus para exercer a função sacerdotal no meio do seu povo. Mensagem Central: “Sêde santos como vosso Deus é Santo” (Lev 19, 2).

 

 

Números • – O povo a caminho das Terra Prometida, toma conhecimento de sua organização. Números = Chama-se assim porque começa com um grande recenseamento do povo hebreu no deserto. Fala sobre a divisão das 12 tribos de Israel; o tabernáculo, onde ficava guardada a arca da aliança; as funções de cada um; a escolha dos levitas e sua missão de cuidar do tabernáculo; Aarão como sacerdote.

 

 

Mensagem Central: A caminhada do povo até a terra prometida: nos fala que todo o povo de deu é peregrino e caminha para a terra prometida por Deus (a glória). A organização: mostra que, dentro do povo de Deus, as funções devem ser repartidas, mas com um único objetivo: realizar o projeto de Deus. A arca da aliança no centro: indica que, nessa caminhada, Deus está sempre presente no meio de seu povo.

 

 

Deuteronômio – O povo tomou conhecimento de seu espírito baseado no amor e na obediência. A palavra grega deuteronômio significa: segunda lei. Lei de Moisés, segundo às necessidades do povo de Israel.

 

 

Idéia Central: Israel viverá feliz na terra se forem fiel à aliança com Deus; se for infiel, terá a desgraça e acabará perdendo a vida. Mensagem: Mostra que o comportamento fundamental do homem para com Deus é o amor com todo o ser (Deut. 6, 4-9). “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a alma e de todas as tuas forças”.

 

 

OS LIVROS HISTÓRICOS • INTRODUÇÃO:

 

 

• Nos livros históricos encontramos a história do povo de Deus, desde a entrada na terra prometida até próximo a época de Jesus. Mostra-nos as relações entre Deus e os homens, através dos acontecimentos.

 

 

Podemos dividir em três grupos:

 


 

a. História deuteronomista: Josué, Juízes, Samuel, Reis.

 

 

b. História do cronista: Crônicas 1 e 2, Esdras e Neemias.

 

 

c. História de Pessoas como modelos de fé: Macabeus, Rute, Tobias, Judite, Ester.

 

 

 

HISTÓRIA DO DEUTERONOMISTA: Josué, Juízes, Samuel, Reis – Mostraram que a história de Israel depende da atitude que o povo toma na aliança com Deus: “Se o povo é fiel à aliança, Deus lhe concede a bênção (saúde, felicidade). Se o povo é infiel, atrai para si a maldição (fracasso, doença, miséria). Esta idéia faz parte faz parte da história deuteronomista.

 

 

Josué – Deus libertou o povo do Egito para ser livre na Terra prometida. Mas o povo teria que conquistar a Terra que Deus lhe dera. Deus concede o dom, mas não viola a liberdade e nem dispensa o esforço do homem para assumí-la em seu viver. Deus exige que o homem busque e conquiste o dom que Ele concede. Deus quer a colaboração do homem.

 

 

Juízes – Depois das morte de Josué, as tribos se dispersaram, o povo começa a adorar deuses, consequentemente perde a liberdade e se torna escravo dos ídolos. No sofrimento toma consciência, se arrepende e suplica para que Deus lhe liberte. Deus faz surgir um juiz que reúne o povo e o conduz à liberdade.

 

 

Samuel – O último juiz. Este sagrou o primeiro rei – Saul. Estabelecimento da monarquia sob Saul e Davi. Afirma que qualquer autoridade que não obedece a Deus e não serve o povo é ilegítima e má, pois ocupa o lugar de Deus para explorar e oprimir o povo. Toda autoridade vem de Deus.

 

 

Reis – Mensagem Central: “O rei deve ser fiel a Deus e governar com sabedoria e justiça, servindo o povo que pertence a Deus”. Mas os reis são sempre infiéis e fazem o mal diante do Senhor (praticam idolatria, oprimem o povo, perseguem os profetas). Por isso o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá) são levados à ruína. O templo e os profetas tem um papel importante nessa época. O templo – lugar da reunião do povo com Deus.

 

 

Os Profetas – guardiões da consciência do povo, e os críticos da ação política dos reis.

 

 

 

HISTÓRIA DO CRONISTA: Esdras e Neemias – Procuram dar as normas básicas para a sobrevivência e a organização do povo de Deus depois do exílio. Esdras – sacerdote conhecedor da Lei de Moisés.

 

 

Neemias – Leigo corajoso. As bases da reforma de Esdras e Neemias são os alicerces do judaísmo.

 

 

Crônicas 1 e 2 • – Para fundamentar essas normas, eles repensam a própria história do povo, desde o início. Com o objetivo de dirigir a atenção do povo para a esperança de Israel que se reúne: no templo e no Messias. Templo: onde Deus estabeleceu sua morada. Messias: que há de vir e cumprir as promessas feitas aos patriarcas e profetas.

 

 

HISTÓRIA DE PESSOAS COMO MODELOS DE FÉ:

 



 

• 3. Macabeus 1 e 2, Rute, Tobias, Judite, Ester Se apresentaram como modelos de vivência da fé diante de situações difíceis, seja de vida pessoal (Rute, Tobias), como nacional (Judite, Ester, Macabeus).

 

 

• Macabeus – Mostraram a resistência heróica de um grupo diante da dominação grega, que impõe a sua culta e religião ao povo de Israel.

 

 

Rute – Uma história emocionante do amor de Deus, que quer gente de todas as nações formando a sua família, o seu povo. O amor de Deus é para todos.

 

 

• Tobias – A finalidade do livro é estimular e fortalecer a fidelidade e a confiança do povo nas mãos de Deus, nos valores de Israel e no seu Deus.

 

 

• Judite – É um convite à coragem. Leva o povo a louvar o verdadeiro Deus que vence os ídolos opressores. • Ester – Deus dá força e coragem e derrota o orgulho humano, fazendo vencer os oprimidos

 

 



Os livros proféticos: São 18

 

 

 

A partir de Samuel (sec.XI a.C) até Malaquias (sec.V a.C) a série dos profetas foi ininterrupta e eles exerceram papel muito importante no reino de Israel: eram conselheiros dos reis, censuravam as injustiças, condenavam toda idolatria, etc.

 

 

• Os profetas Isaías, Jeremias, Oséias, e Amós, atuaram antes do exílio (587-538 a.C) e mostravam aos reis e ao povo as suas faltas, pelas quais Deus os abandonaria nas mãos dos estrangeiros. • Os profetas Ezequiel e o ¨segundo¨ Isaías (Is 40-55) agiram durante o exílio procurando erguer o ânimo do povo.

 

 

Os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias atuaram depois do exílio incentivando o povo a reconstruir o Templo e os muros de Jerusalém, além de empreender a reforma religiosa, moral e social da comunidade judaica e predizendo a glória do futuro Messias.

 

 

Os profetas Oséias, Amós, Miquéias, Joel, Abdias, Jonas, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, em número de 12, são chamados de profetas menores, não porque não foram importantes, mas porque nos deixaram escritos pequenos, que já no século II antes de Cristo eram colecionados em um só volume (rolo). vizinhos.Não é possível se saber com exatidão a época em que cada um deles atuou, mas sabemos que agiram do século VIII ao século III a.C. e fornecem dados importante da história de Israel e dos povos.

 

 

 

O livro de Isaias • O profeta viveu de 740 a 690aC. Mas não foi o único autor de todo o livro. Este está dividido em três partes: Isaias I (capítulos 1-39) é do tempo do profeta; Isaias II (40-55) é da época do exílio da Babilônia (587- 638aC) e Isaias III (56-66) foi escrito após o exílio na época da restauração do povo na sua terra.O profeta Isaías era filho de nobre família de Jerusalém, poeta , foi conselheiro dos reis Jaotã, Acaz e Ezequias numa época de infidelidade moral e religiosa por parte do povo de Israel. O livro de Isaías, por isso, é dito da ¨escola de Isaías¨; isto é, seus discípulos devem ter continuado a obra do mestre através dos séculos.

 

 

O livro de Jeremias • - O profeta viveu de 650 a 567 aC, nasceu perto de Jerusalém. O reino de Judá estava cada vez mais ameaçado pelos adversários, e o profeta anunciou a ruína da Cidade Santa e do Templo, por isso foi condenado à morte pelos sacerdotes e falsos profetas, mas escapou da morte. O livro contém os quarenta anos de pregação do profeta.

 

 

O livro das Lamentações • - é uma coleção de cinco cânticos que choram a queda da Cidade Santa de Jerusalém ocorrida e 587 aC. Os quatro primeiros são acrósticos. Reconhece a culpa do povo por causa dos seus pecados e o convoca à penitência e à oração.

 

 

O livro de Baruc • - Baruc foi conselheiro e secretário (amanuense ) de Jeremias. Acompanhou-o ao Egito após a queda de Jerusalém em 587 aC; o autor trato do povo no exílio da Babilônia e exorta-o para que não caia na idolatria dos babilônios, viva a lei de Moisés e não desanime.

 

 

O livro de Ezequiel • - O profeta Ezequiel (= Deus dá força), era sacerdote, casado, e perdeu a esposa um pouco antes da queda de Jerusalém em 587 aC. Exerceu o seu ministério até 571 aC e, segundo uma tradição judaica morreu apedrejado pelos judeus. Acompanhou o povo de Judá na fase mais crítica da sua história, quando Jerusalém caiu sob Nabucodonosor.

 

 

O livro de Ezequiel tem quatro partes:

 

 

1- (cap. 4-24), onde censura os judeus antes da queda de Jerusalém por causa dos seus pecados;

 

2- (cap. 25-32), que contém oráculos contra os povos estrangeiros que oprimiram os hebreus;

 

3 - (cap. 33-39), consola o povo durante e após o cerco de Jerusalém, prometendo- lhe tempos melhores;

 

4 - (40-48), descreve a nova cidade e o novo Templo após a volta do exílio.

 

 

 

O livro de Daniel  - O profeta Daniel (=Deus é meu juíz), é o principal personagem do Livro. Os capítulos de 1 a 6 formam um núcleo histórico e contam a históri do profeta. Daniel foi um hebreu deportado para a Babilônia em 606 aC, fiel à lei de Deus, que o enriqueceu com dons diversos, tendo-se tornado importante na corte de Babilônia. Os capítulos 7 a 12 tem uma forma apocalíptica, que tem o seguinte sentido: na época em que os judeus estavam oprimidos por Antíoco Epifanes (167-164 aC) um hebreu piedoso escreveu a história dos último séculos de Israel, com a finalidade de animar os irmãos e apresentou a sua época como próxima da libertação messiânica.Faz referência ao Filho do Homem (7,13) e ao seu reino definitivo sobre as nações. Mais do que um livro profético, é um Midraxe e um Apocalipse, escrito no século II aC, não pelo profeta, mas por alguém que contou a sua história.

 


 

Os profetas menores


 

• Amós - era natural de Técua (Judá). Pastor de gado e cultivador de sicômoros. Exerceu o chamado profético no reino da Samaria, sob o rei Jeroboão (783-743 aC). Pregou contra o luxo, a depravação dos costumes, o culto idolátrico, previu a queda do reino da Samaria em 721aC nas mãos dos Assírios. Foi um ministério curto mas forte.

 

 

Oséias • Pregou também no reino do norte, da Samaria, sob Jeroboão II (783-743 aC). • O livro mostra as relações de Javé com o povo judeu simbolizadas pelo casamento do profeta, que se casa com uma mulher leviana (Gomer), que o engana; mas que cai na escravidão; é, então resgatada pelo profeta que a recebe de novo como esposa. • O tema principal do livro é o amor de Javé pelo seu povo.

 

 

Miquéias • Profetizou sob Joatã, Acaz e Ezequias, reis de Judá (740-690 aC). • Deve ter conhecido a queda do reino do norte em 721 e a invasão de Judá em 701 por Senaquerib.O profeta Jeremias cita um dos seus oráculos contra Judá (Jr 26, 18). Encontramos neste livro uma notável profecia messiânica (5,1-4).

 

 

Sofonias - Exerceu seu ministério sob o piedoso rei Josias (640-609 aC), que fez uma forte reforma religiosa em 622 (2Rs22,3-23,21). A mensagem principal de Sofonias é o anúncio do Dia do Senhor, também abordado por Amós e Isaías. O Senbor salvará o resto do seu povo, que lhe servirá na justiça, na humildade e na piedade.

 

 

Naum • - era natural de Elcós. Trata somente da queda de Nínive, capital do império Assírio, que ameaçava os povos vizinhos e Judá. O livro é pouco anterior à queda de Nínive em 612 aC.

 

 

Habacuc • O livro trata do tema ¨porque o ímpio prevalece sobre o justo e o oprime?¨. É da época das ameaças dos Assíris sobre Israel.O Senhor responde indicando a queda final dos ímpios e a vitória dos justos.Mostra que Deus, por caminhos obscuros, prepara a vitória do direito e dos justos. O justo viverá pela fé¨ (Hab 2,4; Rm 1, 17; Gal 3, 11; Hb 10,38).

 

 

Ageu • - Este profeta dá início ao último período dos profetas, após o exílio. O tom e a da Restauração. Ageu acompanha o povo na volta da Babilônia.Essa gente era hostilizada pelos estrangeiros que moravam na Judéia e nos países vizinhos, passava dificuldades.Então o profeta exorta este povo a reconstruir o Templo, e isto como condição para a vinda de Javé e do seu reino. Exerceu seu ministério no ano 520 aC.

 

 

Zacarias • - Exerceu o ministério também por volta do ano 520 aC., após o retorno do exílio. • O livro se refere a oito visões do profeta que tratam da restauração e da salvação de Israel. Seguem-se os oráculos messiânicos.A segunda parte do livro é de difícil entendimento, com fatos históricos difíceis de conhecer e com um apocalipse que descreve as glórias de Jerusalém nos últimos tempos.Seu nome significa ¨meu mensageiro¨. Dois grandes temas são abordados pelo profeta: as faltas dos sacerdotes e dos fiéis na celebração do culto; e o escândalo dos matrimônios mistos e dos divórcios.O Senhor anuncia o dia do Senhor que purificará os sacerdotes e levitas, punirá os maus e concederá o bem aos justos. • Fala da promessa da vinda de Elias que precederá o dia do juízo final. • O livro de aproximadamente 515 aC, anterior à proibição dos casamentos mistos devida à reforma de Esdras e Neemias em 445 aC.

 

 

Abdias - é o menor dos livros proféticos, e de difícil entendimento. Dirigido a Edom, povo vizinho de Judá, sob o rei Jorã (848-841 aC). O livro exalta a justiça e o poder de Javé, que age como defensor do direito.O livro foi escrito após o exílio, próximo do ano 400aC. É um compêndio da escatologia (últimos tempos) judaica. Descreve o Dia do Senhor, caracterizado pela efusão do Espírito Santo, o juízo sobre as nações e a restauração messiânica do povo eleito.O ataque dos gafanhotos, da primeira parte, indica os acontecimentos que antecederão imediatamente o Dia do Senhor. A segunda parte tem a forma de um apocalípse que descreve a intervenção final de Deus na história, com abalo cósmico.

 

 

Jonas - é diferente de todos os outros livros proféticos. Narra a história de um profeta, Jonas, que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas.Milagrosamente conduzido pela providência divina chega a Nínive e consegue converter a grande cidade. Deus lhe ensina que a sua misericórdia atinge a todos os povos. É uma narração didática, parabólica, não história, para mostrar aos judeus do século V aC, muito nacionalistas, que a salvação é universal.

 

 



Como Deus no Antigo Testamento revela-se?

 

 

 

 

Deus mostra-Se, no Antigo Testamento, como Aquele que criou o mundo por amor e permanece fiel ao ser humano, mesmo que este, pelo pecado, O renegue. Deus deixa-Se experimentar na história. Com Noé faz uma Aliança para salvar todos os seres vivos. Chama Abraão para fazer dele o <<pai de um grande número de nações>> (Gn 17,5) e nele abençoar <<todas as nações da Terra>> (Gn 12,3). O povo de Israel, descendente de Abraão, torna-se Sua especial propriedade.A Moisés apresenta-Se nominalmente: O Seu nome misterioso, muitas vezes pronunciado como – “IAHWEH”, significa <<Eu sou Aquele que sou>> (Ex 3,14). Ele liberta Israel da escravidão no Egito, faz uma Aliança no Sinai e, através de Moisés, entrega-lhe a Lei.Repetidas vezes, Deus envia profetas ao Seu povo, para o chamar à conversão e à renovação da Aliança. Os profetas anunciam que Deus fará uma nova e eterna Aliança, que realizará uma radical renovação e uma definitiva redenção. Esta Aliança estará aberta a toda a humanidade.

 


Fonte: YOUCAT

 



*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17


 



A Moral do Povo no Antigo Testamento

 

 

Por prof. Felipe Aquino - Cleofas

 

 


O Herdeiro em Idade Infantil

 

 

 

Os escritos nos mostram a história do Antigo Testamento como paulatina ascensão do homem rude a um grau de religiosidade mais pura e perfeita.  Nessa ascensão, porém, se acham, de princípio ao fim, certos episódios que a consciência cristã, à primeira vista, condena: os homens da Antiga Lei, mesmo os mais chegados a Deus, eram dotados de mentalidade primitiva e, de acordo com ela, praticavam o que hoje diríamos “escândalos morais” mentira, fraude, crueldade para com os adversários, concubinato, poligamia.  Esses males morais desnorteiam particularmente o leitor moderno pelo fato de que nem a consciência parecia repreender os israelitas que assim procediam, nem o próprio Deus os censurava ou coibia, como esperaríamos nós.E como se hão de desvendar essas verdades dogmáticas transmitidas pelas histórias “não edificantes” da Sagrada Escritura? - Tenha-se em mente que a história sagrada é a história de gênero humano colocado entre a queda original e o respectivo reerguimento, entre o Prevaricador e o Restaurador, entre o primeiro Adão, infiel, e sua antítese, o segundo Adão. Ora quem, como os autores bíblicos (ou, em última análise, o Espírito Santo), descreve a história sob esse ponto de vista, não pode deixar de narrar as manifestações de miséria espiritual do homem decaído; estas constituem o fundo ao qual se sobrepôs a misericórdia do Salvador; somente se se mostra com clareza a depressão moral a que chegou o gênero humano após o primeiro pecado, é que se realça a correlativa generosidade do Criador, ou seja, o fato de que “onde o pecado abundara, superabundante foi a graça” (cf. Rm 5, 20).Ao se defrontar, pois, com os episódios de “barbárie” das Escrituras antigas, não se deixe o leitor prender ao aspecto repugnante que eles podem Ter em comum com as narrativas de panfletos modernos; passe além das aparência superficial, e olhe “para dentro desses acontecimentos” com o olhar de Deus; então também eles lhe falarão de algo de muito sublime, pois, em última análise, lhe evocarão o Deus invencível em bondade, que se dignou dar remédio a tanta vileza da criatura; é, sim, conforme os teólogos, nos atos de compadecer-se da contínua fraqueza humana e perdoar que Deus por excelência revela a sua Onipotência, a sua ilimitada Perfeição.Que santidade é essa?  Não estaria assim insinuado que o que hoje se tacha de pecado, antigamente podia ser até virtude ?  - Para dissipar esta dificuldade é preciso que de novo consideremos o problema dentro de um quadro muito vasto, à luz de Deus mesmo, não simplesmente do ponto de vista dos homens do século XX.Ora o que se dá na ordem física se verifica igualmente na ordem moral, no que diz respeito à consciência humana. Haja vista a criança: a sua consciência é assaz rudimentar; poucos deveres indica, e poucas restrições impõe.  O pequenino conhece, sem dúvida, um preceito fundamental: “Faze o bem, evita o mal”. Todavia, em que consiste exatamente o bem a praticar e o mal a evitar ele não o sabe dizer com muita clareza: poucas são as conclusões práticas que ele deduz daquele mandamento básico; assim o bem, para ele, vem a ser primariamente o que os mais velhos lhe indicam como tal; o mal será primariamente desobedecer a estes.  Só aos poucos é que o adolescente vai percebendo as consequências concretas do princípio “Faze o bem, evita o mal”.Pois bem, Deus quis que se desse com o gênero humano inteiro algo de semelhante ao que se verifica com toda criança: nos primórdios da história, os homens tinham uma consciência moral pouco desenvolvida, a qual através dos séculos se foi tornando mais apurada, minuciosa. Consequentemente também os membros do povo de Deus, que o Criador se dignou tornar portadores da verdadeira fé, possuíam, sim, apesar da sua sublime vocação, uma consciência moral ainda embrionária.  Percebiam bem que é preciso absolutamente “fazer o bem e evitar o mal”, obedecer a tudo que vissem ser da Vontade de Deus; mas a maioria das aplicações concretas deste princípio escapavam à sua percepção. Não há dúvida, Deus lhes poderia ter revelado imediatamente tudo que a lei natural hoje nos incute; preferiu, porém, um lento desabrochar que, de resto, mais condizia com a maneira como o Senhor criou e rege o mundo.

 

 

 

E dois seriam, conforme o plano divino, os fatores que haviam de fomentar esse desabrochar:

 

 

1)-De um lado, a reflexão, a qual levaria os homens, de geração em geração, a compreender melhor as exigências do princípio “Faze o bem, evita o mal”. 

 

 

2)-De outro lado, também a Revelação divina os ajudaria a perceber a via para atingirem a perfeição (a Revelação era absolutamente necessária, suposta a elevação do homem a um fim sobrenatural, fim que ultrapassa as exigências da natureza).  Sob a influência, pois, destes dois “catalisadores”, a consciência do povo de Deus foi percorrendo o longo caminho que vai da moralidade simples dos Patriarcas do Antigo Testamento à lei de Cristo no Evangelho – a caridade; o percurso foi lento e árduo, em grande parte por causa das consequências do pecado original que obscureciam a inteligência e debilitavam a vontade do homem.Mais precisamente: a história do povo de Deus, ou seja, a história Bíblica, começa com a vocação de Abraão; Deus, desejando preservar a Verdadeira fé e a esperança messiânica no mundo idólatra, houve por bem escolher Abraão e sua posteridade para constituírem o povo messiânico; Chamou, pois, o Patriarca de Ur da Caldeia para a terra de Canaã, onde se estabeleceu a nação abraamítica ou israelita. É claro que essa gente, oriunda de ambiente pagão, recebera, como herança de seus antepassados muitas tradições e costumes inspirados por mentalidade rude e supersticiosa, enfim, pela mentalidade que podiam Ter os homens após o pecado de Adão, dotados de consciência primitiva, de inteligência Obscurecida e vontade inclinada ao mal. Era com gente de tal nível cultural e moral que o Senhor havia de tratar continuamente. Não há dúvida, que esse patrimônio primitivo de tradições e crenças, o próprio Criador havia de poli-lo, elevá-lo, pois não estava à altura do culto do verdadeiro Deus; mas o Legislador não quis cortar bruscamente todas essas tradições (isto seria antipedagógico); eliminou em termos severos o que era estritamente politeísta; quanto às outras observâncias, preferiu ir contemporizando, tomando o israelita como era; permitiu, pois, que o povo vivesse, em parte, à semelhança dos demais povos orientais; às práticas antigas não politeístas, o Mestre divino apenas quis insuflar novo espírito, comunicando nobres idéias e aspirações aos israelitas mediante as instituições herdadas dos caldeus. Assim, fazia com que o povo se fosse elevando espiritualmente, até um dia poder ouvir a mensagem do Evangelho: “Este é o meu preceito: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei” (Jo 15, 12).Disto isto, é muito importante frisar que uma consciência moral ora mais, ora menos embrionária, como a tinham os homens do Antigo Testamento, não é incompatível com santidade, e elevada santidade. Em qualquer época da história, a inocência consiste em que o homem nada faça contra a sua consciência, nada que lhe pareça contradizer à Vontade de Deus. Ora os grandes vultos da história sagrada, como dá a entender o texto bíblico, se esforçavam por não transgredir as poucas normas que o seu senso moral lhes incutia e, quando for debilidade da natureza as violaram, disto se arrependeram sinceramente. Tais homens davam a Deus tudo que sabiam dever dar-lhe; este “tudo”, não há dúvida, era pouco em comparação com o padrão moral que hoje nos é proposto; acarretava, porém, esforço notável para eles. Na medida em que a consciência não os repreendessem, podiam seguir seus costumes primitivos; fazendo-o, não deixavam de nutrir prontidão absoluta para cumprir o que Deus lhes pedisse.  Ora era esta incondicional adesão ao Senhor que os tornava justos.




À luz destas ideias, vemos que é preciso distinguir dois tipos de moralidade primitiva, imperfeita:

 

 

a)-Uma, a do homem nos primórdios da história; é compatível com elevada santidade, desde que o indivíduo em nada contradiga a sua consciência.

 

 

b)-Outra é a moralidade imperfeita do homem que teve conhecimento do Evangelho: para este indivíduo, repetir o que era praticado pelos justos do Antigo Testamento seria ilícito, já que a consciência iluminada por Cristo tem muito mais clara intuição do bem e do mal, é mais exigente.

 

 

 

ATENÇÃO! Ao passo que outrora a imperfeição da moralidade provinha do Estado infantil da consciência humana, ela hoje proviria de decrepitude ou degenerescência culpável. Há, numa palavra, o primitivo ascendente (certos atos praticados no Antigo Testamento) e o primitivo decadente (os mesmos atos, caso sejam reproduzidos por quem de algum modo conheceu Cristo). Não há dúvida, o que hoje é pecado contra a lei natural sempre foi hediondo aos olhos de Deus (o mal não depende de mera convenção humana), mas não sempre foi percebido como tal pelos homens, já que a sua consciência moral só aos poucos, através de séculos, atingiu o pleno desenvolvimento.

 



Em conclusão: 



 


 




Deus ouve por bem fazer do homem seu filho, chamando-o ao consórcio íntimo da vida e da felicidade divinas, em vez de o deixar na qualidade de servo; em lugar da lei e do espírito de temor, que precederam a vinda de Cristo, quis dar-lhe o espírito de amor. Ora está claro, que um pai tem, em relação ao filho, exigências muito mais íntimas e delicadas que as do patrão em relação ao servo. O homem se aperfeiçoou, foi dignificado; por conseguinte, a consciência lhe pede mais do que pedia outrora, a fim de que se mantenha a altura do seu destino sobrenatural. Feliz todo aquele que se sujeita a tais imperativos, pois “servir a Deus, servir à lei de Cristo, é reinar!”Análise da consciência moral em evolução de alguns pontos particulares da moralidade do Antigo Testamento:

 

 

-Para começar analisemos o caso de Abraão, que, dada a esterilidade de sua esposa Sara, se une tranquilamente à escrava Agar, afim de Ter prole. É, aliás, Sara quem estimula Abraão a tal feito (cf. Gn 16,2s). O filho assim gerado, Ismael, satisfaz o Patriarca; Deus mesmo promete que a Ismael dará uma posteridade inumerável, sinal de benção (cf. Gn 16, 10; 17, 20).



-Outro exemplo, vem o caso de Davi, que, após duplo crime Repreendido pelo profeta Natã, reconheceu a culpa (cf.  2 Sm 12, 11-14).

 

 

-Também Saul se penitenciou quando objurgado por Samuel (cf. 1 Sm 15, 24s.). Algo de semelhante fez o sacerdote Heli (cf. 1 Sm 3,18).

 

 

-O incesto de Amnon com sua irmã Tamar é nitidamente relatado como ato pecaminoso (cf. 2 Sm 13, 1-22). O mesmo se diga da inveja de Saul contra Davi (cf. 1 Sm 19, 25-30).

 

 

-Ao Narrar o proceder fraudulento de Jacó, que usurpou a benção Reservada a seu irmão Esaú, o autor sagrado dá mais de uma vez a entender que se trata de um feito condenável:Rebeca e Jacó reconhecem que se o artifício for descoberta prematuramente, atrairá maldição, e não benção (cf. Gn 27,12s).Isaque, ao perceber a fraude, censura Jacó (cf. 27,35); Rebeca é punida, pois deve mandar partir o filho predileto para a Mesopotânia (cf. 27, 42-45); Jacó  também é castigado, porque tem de passar longos anos no exílio, após os quais teme a vingança de seu irmão Esaú (cf. 29, 28-30;32, 10-13) Além disto, o próprio Jacó é, por sua vez, enganado por seu tio Labã (cf. 29, 25) e por seus filhos, que dele conseguem separar o filho bem-amado José (cf. 37, 25-36). Executa-se apenas a Bem-aventurada Virgem Maria.

 

 

Santo Ambrósio (+ 397) notava a respeito da penitência de Davi (2Sm 12, 11-14):

 

 

“Davi pecou – coisa que costumavam fazer os reis; mas submeteu-se à penitência, chorou, gemeu – coisa que não costumavam fazer os reis. Confessou a culpa, pediu indulgência, prostrado por terra deplorou a desgraça, jejuou, orou… Aquilo que os simples cidadãos se envergonham de fazer, o rei não hesitou em realizá-lo abertamente… Que tenha caído em falta, é obra da natureza; que a tenha apagado (pela penitência), é obra da virtude (sobrenatural)” (Apologia David ad Theodosium Augustum, 2, 6).

 

 


 




Note-se a oração do Missal Romano no 26º Domingo do Tempo Comum: 

 

 

 

“Ó Deus, Manifestais a vossa onipotência, antes de tudo, compadecendo-Vos e perdoando…” É, de fato, perdoando um sem-número de vezes ao pecador sinceramente arrependido que Deus Manifesta sua inesgotável ou infinita Bondade. A bondade e o amor das criaturas, por mais intensos que sejam, tendem a arrefecer e se extinguir, quando não encontram correspondência. Assim Abraão, ao emigrar para o Egito, diz tranquilamente que sua esposa Sara é sua irmã, afim de que o Faraó, cobiçando a bela Sara, não venha a matar o marido Abraão (cf. Gn 12, 10-20).O mesmo Patriarca se une à sua serva Agar, numa espécie de adultério (cf.Gn 16, 1-3). Tem concubinas até o fim da vida. E, apesar de tudo, diz o Gênesis que “morreu em feliz velhice”! (Gn 25, 8). Davi foi um guerreiro não raro cruel; teve igualmente seu harém. Não obstante, Deus desde cedo o abençoou, prometeu tornar inabalável o Seu trono até que de sua linhagem nascesse o Messias; cf. 2Sm 7, 8-16.O Criador se poderia comparar a um agricultor que costuma lançar sementes na terra, e não plantar árvores adultas, carregadas de frutos. O Mestre divino apenas quis insuflar novo espírito, comunicando nobres ideias e aspirações aos israelitas mediante as instituições herdadas dos caldeus. A seguinte comparação, proposta por um autor moderno, vem oportunamente ilustrar a doutrina:

 

 

 

“Quando um professor quer influenciar a mente do seu discípulo, esforça-se por descobrir as idéias estranhas e tolas que este possui. Tendo-as percebido, serve-se delas para insinuar aspectos da verdade… Ora na Bíblia o Espírito Santo é tal mestre, tal pregador… Deus serviu-se das concepções de Israel como de um ponto de partida, embora fossem pouco exatas. Começou (o seu ensinamento) utilizando os conceitos que Israel possuía; aperfeiçoou-os  gradativamente a fim de levar o povo a poder receber a Revelação cristã, que significa a plenitude ou a consumação do processo”. O autor prossegue, observando que o Pedagogo Divino não quis apagar o cabedal de idéias religiosas que Israel possuía por ocasião da aliança no Sinai. Não quis romper os laços do povo com o seu passado. Sem intervir por meio de milagres, Deus permitiu que a Teologia e a Moral do Antigo Testamento se desenvolvessem aos poucos, se desembaraçassem lentamente de tradições pouco exatas, crescessem por Ação da Providência Divina e de revelações especiais. (Cf. J. P. Weisengoff. “Inerrancy of the Old Testament in religious Matters” em The Catholic Biblical Quarterly, 17 - 1955)

 

 

 

Fonte: https://cleofas.com.br/a-moral-no-antigo-testamento/

 




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