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Jesus "instituiu a Eucaristia antes ou depois de sua morte?" Ele deu o pão consagrado na mão ou na boca dos apóstolos?

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 22 de março de 2017 | 15:42


(Bento XVI dando a comunhão na mão)




Cristo a instituiu na Quinta-feira Santa “na noite em que ia ser entregue” (1 Cor 11,23), durante a Última Ceia que celebrou com os seus Apóstolos!







As palavras que Cristo pronunciou são as mesmas que o sacerdote pronuncia no momento da consagração!





"Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo, Jesus tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-lho dizendo: Tomai e comei todos: isto é o meu Corpo entregue por vós. Depois tomou nas suas mãos o cálice do vinho e disse-lhes: tomai e bebei todos: este é o cálice do meu Sangue para a nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim". (Lucas 22,7-19)







(Jesus entregou o pão nas mãos e não na boca)





Os três Evangelhos sinóticos e o apóstolo São Paulo relataram a instituição da Eucaristia antes de sua morte! São João não a relata, mas apresenta Cristo como o Pão Vivo, que desceu do céu (ver João 6), fazendo uma alusão explícita ao sacramento!




Concluindo a consagração do pão e do vinho no seu Corpo e Sangue, Cristo diz: 






“Fazei isto em memória de mim”. Ele quer que esse sacrifício seja perpetuado até que Ele volte. Assim, em cada canto do mundo onde é celebrada uma Missa, Cristo se faz presente e os cristãos entram em comunhão entre eles! (lembremos que a mesma liturgia é celebrada em todo o mundo!).






Eucaristia e Ceia do Senhor no CIC (Catecismo da Igreja Católica):







§1337: Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até o fim. Sabendo que chegara a hora de partir deste mundo para voltar a seu Pai, no decurso de uma refeição lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor . Para deixar-lhes uma garantia deste amor, para nunca afastar-se dos seus e para fazê-los participantes de sua Páscoa, instituiu a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, e ordenou a seus apóstolos que a celebrassem até a sua volta, "constituindo-os então sacerdotes do Novo Testamento ".




§1366: A Eucaristia é, portanto, um sacrifício porque representa (toma presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e porque aplica seus frutos:[Cristo] nosso Deus e Senhor ofereceu-se a si mesmo a Deus Pai uma única vez, morrendo como intercessor sobre o altar da cruz, a fim de realizar por eles (os homens) uma redenção eterna. Todavia, como sua morte não devia pôr fim ao seu sacerdócio (Hb 7,24.27), na última ceia, "na noite em que foi entregue (1 Cor 11,13), quis deixar à Igreja, sua esposa muito amada, um sacrifício visível (como o reclama a natureza humana) em que seria representado (feito presente) o sacrifício cruento que ia realizar-se uma vez por todas uma única vez na cruz, sacrifício este cuja memória haveria de perpetuar-se até o fim dos séculos (l Cor 11,23) e cuja virtude salutar haveria de aplicar-se à remissão dos pecados que cometemos cada dia .






Instituição do sacrifício eucarístico e Ceia do Senhor (INSTITUIDA ANTES, E NÃO DEPOIS DE SUA MORTE)!






§1323: "Na última ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de seu Corpo e Sangue. Por ele, perpetua pelos séculos, até que volte, o sacrifício da cruz, confiando destarte à Igreja, sua dileta esposa, o memorial de sua morte e ressurreição: sacramento da piedade, sinal da unidade, vínculo da caridade, banquete pascal em que Cristo é recebido como alimento, o espírito é cumulado de graça e nos é dado o penhor da glória futura ."





Receber a comunhão na boca: o que isso tem a ver com o satanismo? Entenda por que nas grandes cerimônias papais se distribui a comunhão diretamente na boca!






Ainda que em muitos países a Igreja permita que os fiéis comunguem recebendo o Corpo de Cristo na mão, há alguns momentos – como as Missas presididas pelo Papa ou outras celebrações multitudinárias – em que só se distribui a comunhão na boca, por temor a que as hóstias sejam levadas de forma sacrílega e usadas em cerimônias satânicas!





Comungar na boca ou na mão? Existe obrigatoriedade Canônica?





Não podemos esquecer que a celebração da PRIMEIRA EUCARISTIA, feita pelo próprio Cristo junto aos apóstolos, a distribuição do pão eucarístico não foi feita diretamente na boca dos mesmos, mas serviram-se com as próprias mãos!Às vezes, ocorrem discussões inúteis sobre a melhor maneira de receber a comunhão: em pé ou de joelhos, na boca ou nas mãos. Tais discussões às vezes buscam uma prática sacramental melhor, mas, outras vezes, mostram uma perigosa instrumentalização de algo muito sagrado ao serviço de posições ideológicas próprias.






As normas da Igreja deixam bem claro que:





"os ministros sagrados não podem negar os sacramentos àqueles que oportunamente os pedirem, se estiverem devidamente dispostos e pelo direito não se encontrarem impedidos de os receber" (Código de Direito Canônico, 843 § 1).






Isso se aplica concretamente à Eucaristia quando se diz, por exemplo, que: 





"Não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé" (Redemptionis sacramentum, 91).






Quanto à forma de recebê-la, o "manual de instruções" do Missal Romano – aqui estamos falando sempre do rito romano – indica que: 






“Depois de responder "amém", o fiel comunga "na boca, ou onde for concedido, na mão, à sua livre escolha. O comungante, assim que recebe a santa hóstia, consume-a inteiramente" (Instrução Geral do Missal Romano, 161).  - Ou seja, há países em que a conferência episcopal permitiu, com a aprovação da Santa Sé, receber o Corpo de Cristo nas mãos, como acontece na Espanha, Itália e Brasil.






Quando se comunga na mão deve ser de forma reverente e respeitosa com a Eucaristia!













A regulamentação eclesial deixa claro que o importante é comungar de maneira reverente, conscientes de que não se está comendo um pedaço de pão comum, mas a matéria que foi transformada sacramentalmente no Corpo de Jesus! Na história da Igreja, encontramos testemunhos a favor tanto de uma prática como da outra.Como se trata de algo extremamente importante, e para evitar uma prática equivocada, o organismo da Santa Sé que vela pela liturgia e por toda a parte das celebrações, ajudando o Papa em sua missão – a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos – publicou em 1985 uma breve Instrução sobre este tema.






As condições para receber a comunhão na mão são as de bom senso!





Que se manifeste respeito pela presença real de Cristo, que o gesto seja realizado com nobreza, que se diga claramente "amém"! Que se comungue imediatamente e na frente do ministro, que seja este que coloque a hóstia na mão do comungante, que as mãos estejam limpas, etc.






Então, o que podemos considerar como abuso? 





Além de qualquer situação que contradiga a Instrução, há casos claros em que não se deveria dar a comunhão na mão:






1)- Podemos pensar em casos concretos e reais, como crianças brincando com o Corpo de Cristo;




2)- Pessoas que se dedicam a contemplar a hóstia, porque esta supostamente lhes transmite "energias";




3)- Outros que a levam de "lembrança" para casa, seja por devoção ou superstição;




4)- E inclusive os que a guardam para dá-la ao gado. Tudo isso já aconteceu.




5)- Pensemos, então, no que pode acontecer em Missas massivas, sobretudo as presididas pelo Papa, nas quais o Santíssimo Sacramento corre o risco de ser considerado um "souvenir".





Quando o satanismo entra em jogo!













É aqui que precisamos levar em consideração a presença e ação das seitas satânicas! Não se trata de lendas urbanas nem de teorias conspiratórias às quais os tradicionalistas se agarram para exigi-la. Entenda por que nas cerimônias papais só se distribui a comunhão na boca. É uma realidade. Porque existem ritos satânicos nos quais se profanam a Eucaristia!












Para obter hóstias consagradas com esta finalidade, há principalmente três caminhos:






1)- Que um sacerdote celebre a Missa com esta intenção sacrílega.



2)- A profanação de um sacrário!




3)- A obtenção ilícita, mediante uma falsa comunhão – que é o tema que aqui nos interessa!






De fato, como as duas primeiras formas são mais problemáticas, o terceiro caminho é o que pode ser mais empregado pelos adeptos dessas seitas para a realização dos seus ritos!






De que ritos estamos falando? 








 

SIMBOLOGIA DAS MISSAS NEGRAS:

 

 

1) O INÍCIO



Os primeiros registros da Missa Negra datam do ano 200, em documentos da Roma antiga. LaVey a retomou em sua seita e a descreveu na Bíblia Satânica, de 1969. É dessa obra que foram retirados os dados deste infográfico. Pouco se sabe sobre os eventos reais, envolto em muitos rumores sensacionalistas





2) CENÁRIO DE TERROR




O rito, de acordo com as regras, aconteceria em ambientes subterrâneos, como porões e cavernas. Animais mortos integrariam o cenário, já que a inspiração veio de religiões pré-cristãs, nas quais o sacrifício de bichos era frequente. Outra figura decorativa seria Baphomet, ídolo pagão reformulado no século 19 por ocultistas como Eliphas Levi.




3) SÍMBOLO DE TERROR





Para o cristianismo, o pentagrama satânico representa o vazio em que os anjos caídos são acorrentados. No círculo duplo, cinco letras (originalmente gregas, depois trocadas por hebraicas) escrevem “Leviatã”. Ele é um dos príncipes do inferno, segundo a Bíblia Satânica. As três pontas para baixo simbolizam a rejeição à trindade católica.





4) DESEJO À FLOR DA PELE





Sacrifícios humanos eram comuns em práticas religiosas mais antigas. Entretanto, os seguidores da Igreja de Satã não confirmavam (nem negavam) se eles também aconteciam na Missa Negra. O conceito poderia ser apenas sugerido: uma virgem nua no altar recebia um leve corte para verter sangue.




5) PARÓDIA RELIGIOSA




Ministrada em latim, a missa misturava referências de cerimônias pagãs pré-cristãs, cânticos medievais franceses, canto gregoriano e citações de romances de ocultistas como Dennis Wheatley. O objetivo era subverter valores da missa católica, promovendo a aceitação do lado mundano que existe no homem.




6) O GUIA DAS TREVAS




A Bíblia Satânica, escrita por LaVey, não era uma leitura obrigatória. Mas era muito consultada por conter descrições sobre o ritual, as magias e as invocações, especialmente nos livros de Belial e Leviatã. Outra obra do autor que também pode ser usada é Rituais Satânicos, de 1972.




7) VALORES VAZIOS











O satanismo prega o individualismo e uma mentalidade “olho por olho”. A figura de satã é adotada como uma representação da natureza humana, mas não literalmente, apenas representativamente, já que é um ser totalmente espiritual (a doutrina sobre o demônio foi mais amplamente desenvolvida pelo cristianismo, a qual o satanismo rejeita). Hoje, o satanismo existe principalmente numa versão “light”, em que os rituais e teatralidades são descartados e aproveita-se apenas a filosofia, que consiste em liberdade pessoal, busca pelo prazer e a tentativa de aproveitar a vida ao máximo, sem a culpa cristã!

 









A chamada comumente de "missa negra", uma simulação sacrílega da Celebração Eucarística dos católicos, na qual são utilizados muitos elementos da Missa e usados ao contrário, com uma finalidade que não tem nada a ver com a religião (por exemplo, buscando a submissão sexual de uma pessoa, fazer-lhe um bem ou um mal, sempre invocando o diabo).Deixando de lado a complicada discussão sobre se há sacrifícios humanos ou não, nestes ritos se pode profanar o Corpo de Cristo de diversas maneiras (pisoteando-o, passando-o pelo corpo nu da mulher que serve o altar etc.) Não se trata simplesmente de rumores nem de declarações exageradas de ex-adeptos pouco fiáveis. Podemos ler os relatos em seus livros. Por exemplo, em "The satanic rituals", Anton Szandor LaVey, fundador da Igreja de Satã, escreve: "Talvez a frase mais potente de toda a missa é a que segue à profanação da hóstia: ‘Desapareça no vazio do seu céu vazio, porque você nunca existiu nem existirá jamais’". Ele usa expressamente a palavra "profanação" ("desecration"), porque, ainda que rejeite a existência de Cristo, conhece bem o valor que os católicos dão à Eucaristia e, por isso, se age desta maneira. LaVey também explica que, frente ao uso que alguns fizeram de ornamentos católicos nas missas negras, "a autenticidade de uma hóstia consagrada parece ter sido muito mais importante".






E o que a Santa mãe Igreja faz diante disso?












Antes de tudo, a Igreja cuida do mais importante que tem: o Corpo sacramental de Cristo Jesus, velando, com seus ensinamentos, com sua prática e com suas normas, para que a Eucaristia seja respeitada como o que é: presença real de Cristo, comungado pelos fiéis e protegido nos sacrários para a adoração e a comunhão dos enfermos. Além disso, a Igreja é clara na hora de considerar penalmente a profanação da Eucaristia, algo que considera como um "delito contra a religião e a unidade da Igreja", e afirma sem rodeios: "Quem deitar fora as espécies consagradas ou as subtrair ou retiver para fim sacrílego incorre em excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica" (CIC 1367). Por isso, é preciso entender que, em algumas ocasiões, como nas Missas multitudinárias – nas quais às vezes não há uma fila normal de comungantes –, quando não se pode garantir que o Corpo de Cristo seja comungado com normalidade, de forma excepcional se tomam as maiores precauções possíveis. Alguns podem dizer que se dá o caso de pessoas que comungam na boca aparentemente, mas depois não engolem a hóstia, guardando-a com um fim sacrílego. Apesar disso, os ministros da comunhão devem colocar todos os meios possíveis para evitar isso, pela observação de seus auxiliares(acólitos), e tomando as devidas medidas após constatação, tais como pedir para o comungante comungar, ou devolver, caso não se sinta preparado ou disposto a comungar. Nas Missas presididas em Roma pelo Papa, convergem duas razões fundamentais: quem é o ministro que consagrou o pão oferecido no altar (porque, de fato, já foram feitos até leilões na internet com hóstias consagradas pelo Papa), e a notável difusão do satanismo na Itália, que legitima um maior medo que em outros lugares.





Fonte: PT Aleteia







Sobre a Comunhão Eucarística na Mão!












Por Prof. Felipe Aquino, 16 de janeiro de 2015 - Catequese





Em síntese: A Comunhão Eucarística foi ministrada nas mãos dos comungantes até o século IX. Verifica-se, porém, por abusos e irreverências, levaram a Igreja a preferir dar a Eucaristia na boca dos fiéis. Em nossos dias a praxe antiga foi restaurada sob certas condições, que visam a garantir o respeito ao Ssmo. Sacramento. Uma Declaração recente da  Santa Sé enfatiza o direito, dos fiéis, de receber a Comunhão na boca desde que o desejem.





Foi proposta à Congregação para a Culto Divino a seguinte pergunta: 





“Nas dioceses em que é permitido distribuir a Comunhão nas mãos dos fiéis, pode o sacerdote ou o ministro extraordinário da S. Eucaristia obrigar os comungantes a receber a Comunhão nas mãos e não sobre a língua?”







Eis a resposta publicada no boletim Notitiae (março-abril de 1999), órgão oficial da Congregação para o Culto Divino:





“Dos documentos da Santa Sé depreende-se claramente que nas dioceses em que o pão eucarístico é depositado nas mãos dos fiéis, a estes fica absolutamente garantido o direito de receber sobre a língua. Aqueles que obrigam os comungantes a receber a santa Comunhão unicamente nas mãos como também aqueles que recusam aos fiéis a Comunhão nas mãos nas dioceses que utilizam tal indulto, procedem contrariamente às normas estabelecidas. Segundo as normas referentes à distribuição da Santa Comunhão, estejam os ministros ordinários e extraordinários particularmente atentos a que os fiéis consumam imediatamente a partícula consagrada, de modo que ninguém se afaste com as espécies eucarísticas nas mãos. Em todo caso, é para desejar que todos tenham presente que a tradição secular consiste em receber a Comunhão sobre a língua. O sacerdote celebrante, caso exista perigo de sacrilégio, não dê a Comunhão nas mãos dos fiéis e exponha-lhes as razões por que assim precede”.(Notitiae nº 392.393/1999)






Este texto nos dá a ocasião de percorrer as grandes linhas da história da Comunhão na mão:







1. A Praxe mais antiga!











Nos primeiros séculos, a Comunhão era colocada sobre a palma da mão dos fiéis para que a consumissem. Excetuavam-se apenas os casos de enfermidades, em que era freqüentemente depositada sobre a língua do comungante. O Mais antigo testemunho que se tem a tal respeito, é uma inscrição encontrada na Ásia Menor, dita “de Pectório” e datada do século II. Eis os seus dizeres simbolistas: “Ó estirpe divina do Peixe Celeste… recebe o alimento doce como o mel do Salvador dos santos; come segundo a tua fome; traze o Peixe nas mãos”Nesta passagem, o “Peixe” designa simbolicamente o Senhor Jesus. Sabe-se que o Peixe (em grego, ICHTHYS) é antiquíssimo símbolo de Cristo, pois as cinco letras gregas que compõem este nome são as iniciais de uma profissão de fé em Cristo:



J(esous) = Jesus

CH(ristós) = Cristo

TH(eou) = de Deus

Y(iós) = Filho

S(otér) = Salvador





No séc. III, o escritor cristão Tertuliano, no norte da África, repreendia irmãos que tinham sacrificado aos deuses, dizendo que tais cristãos se atreviam a “estender ao corpo do Senhor as mesmas mãos que haviam levado corpos (carnes imoladas) aos demônios… Ó mãos dignas de ser amputadas!” (De idol.7).Um dos mais belos depoimentos sobre o rito de Comunhão na antigüidade é o de São Cirilo de Jerusalém (+ 381), do que vai transcrita aqui uma passagem dirigida a cristãos adultos, que se preparavam para participar pela primeira vez do mistérios eucarístico: “Quando te aproximares, não caminhes com as mãos estendidas ou os dedos separados, mas faze com a esquerda um trono para a direita, que está para receber o Rei; e logo, com a palma da mão, forma um recipiente; recolhe o corpo do Senhor, e dize: “Amém”. A seguir, santifica com todo o cuidado teus olhos pelo contato do Corpo Sagrado, e toma-o. Contudo cuida de que nada caia por terra, pois, o que caísse, tu o perderias como se fossem teus próprios membros. Responde-me: se alguém te houvesse dado ouro em pó, não o guardarias com todo o esmero e não tomarias cuidado para que não te caísse das mãos e para que nada se perdesse? Sendo assim, não deves com muito esmero cuidar de que não caia nem uma migalha daquilo que é mais preciso do que o ouro e as pedras preciosas?” (Catequese Mistagógica V 21 s). Esta instrução do santo Bispo de Jerusalém dá-nos a saber que no século IV os fiéis não somente recebiam a S. Eucaristia na palma da mão, mas também a partícula sagrada sobre os olhos a fim de se santificar. Outros depoimentos mais ou menos contemporâneos ao de S. Cirilo confirmam o uso de se entregar a Comunhão na palma da mão direita do comungante, ficando a esquerda por baixo desta. Em vista disso, havia uma bacia no adro das grandes basílicas para que os fiéis lavassem as mãos ao entrar no recinto litúrgico. Em muitos lugares, era prescrito que os comungantes colocassem sobre a palma da mão uma pequena toalha branca (dominicale) a fim de receber aí o Corpo do Senhor. O uso de passar a Eucaristia sobre os olhos e outros órgãos dos sentidos parece ter tido origem entre os sírios. Foi provavelmente inspirado pelo texto de Ex 12, 7, em que Moisés, propondo o ritual da Páscoa judaica, mandava ungir com o sangue do Cordeiro pascal as ombreiras e as vergas das portas das casas dos israelitas. Estes dizeres, interpretados alegoricamente, terão sugerido a praxe de consagrar os sentidos dos comungantes mediante o pão eucarístico. Em certos lugares, os fiéis beijavam a partícula sagrada recebida em suas mãos.





2. Os  Desvios






A partir do século IV, aconteceu que a devoção popular se foi tornando cada vez mais exuberante no uso da S. Eucaristia depositada nas mãos dos comungantes. Segundo um costume antigo, os cristãos, coma devida autorização dos Bispos, levavam o pão consagrado para casa a fim de comungar nos dias da semana em que não houvesse Missa. Todavia, de posse da S. Eucaristia em suas residências, os fiéis cediam facilmente à tendência de utilizar o sacramento para finalidades várias, nem sempre consentâneas com o espírito cristão! Assim, no séc. V, por exemplo, S. Agostinho referia que uma mulher costumava fazer, com a S. Eucaristia, compressas para seu filho cego (cf. Opus Imperfectum contra lulianum III 162).¹Quem partia em viagem, freqüentemente levava consigo uma partícula da S. Eucaristia como penhor de proteção e boa viagem. Isto se dava principalmente nos casos de travessia marítima!













S. Ambrósio (+ 397), por exemplo, refere o seguinte episódio ocorrido no século IV:





Sem irmão Sátiro, ainda catecúmeno, viajava da África setentrional para a Itália, quando foi vítima de tremenda tempestade em alto mar. Vendo-se em perigo iminente de morte, Sátiro dirigiu-se aos companheiros de viagem que ele sabia ser cristãos, e pediu-lhes colocassem numa pequena toalha um fragmento da S. Eucaristia, atassem entre si as quatro pontas da toalha e lhe prendessem ao pescoço esse  precioso depósito. Assim munido, atirou-se ao mar, sem mesmo cuidar de levar consigo uma tábua de salvação; julgava-se suficientemente protegido pela S. Eucaristia, podendo dispensar qualquer socorro humano. A coragem de Sátiro não foi frustrada: enquanto os marujos perdiam ânimo, ele conseguiu escapar do naufrágio e sobreviver (cf. S. Ambrósio, De excessu fratris sui Satyri l 44).Este episódio atesta claramente o uso de se levar a S. Eucaristia em viagem; Sátiro, com toda a boa fé, utilizou-a para se livrar do perigo de morte; os cristão que com ele viajavam, atenderam com presteza ao pedido de Sátiro, como se julgassem muito compreensível o plano do companheiro catecúmeno. Documentos posteriores atestam que a partícula sagrada era não raro pendurada ao pescoço dos fiéis, aos leitos, às paredes de casa, aos cofres, como se fora um amuleto, um feitiço dotado de poderes quase mágicos ou um motivo de profilaxia contra doenças, desgraças, inimigos, etc. 





A função da “Eucaristia-alimento viático (da viagame)” ia sendo esquecida!












Estes fenômenos se devem, em grande parte, ao fato de que, no século IV, tendo os Imperadores Romanos concedido paz e liberdade à Igreja, as conversões para o Cristianismo se efetuavam em grande escala e de maneira por vezes brusca; conseqüentemente, os novos cristãos ainda guardavam consigo traços da sua antiga mentalidade, muito dada à superstição. Não era fácil às autoridades da Igreja extirpar o uso popular de amuletos e símbolos semelhantes.Em vista dos vários abusos cometidos com a S. Eucaristia, os Concílios regionais, desde o século IV, foram admoestando os fiéis. Tenham-se em vista, por exemplo, o Concílio de Saragoça (Espanha) em 380 (cân. 3) e o l de Toledo (Espanha), que em 400 assim legislava:




“Se alguém não consumir realmente a Eucaristia recebida do sacerdote, seja expulso como um sacrílego!” (cân. 14).





Pouco tempo depois, no Oriente o historiador Sozômeno consignava um curioso abuso:





(abusos na santa ceia reclamados por Paulo: 1 Coríntios 11,20-21)

 




Em Constantinopla, o bispo São João Crisóstomo (+ 407) pregava com grande êxito e vultosas multidões. Havia na cidade uma facção de hereges ditos “Macedonianos” (adeptos de Macedônio, que negava a Divindade do Espírito Santo). Certa vez, um membro dessa facção viu-se de tal modo impressionado pelos sermões de São João Crisóstomo que, ao voltar à casa, intimou sua esposa a se fazer católica com ele. A mulher, porém, não lhe deu ouvidos, pois o círculo de suas amigas e detinha no grupo herético. Declarou então o marido: “Se não receberes, juntamente comigo, os divinos mistérios (= S. Eucaristia), já não poderás continuar a ser minha consorte”. Receber a S. Eucaristia era, sim, segundo a mentalidade da época, o sinal mais expressivo de adesão à S. Igreja. A mulher, intimidada pela ameaça do marido, prometeu satisfazer-lhe. Concebeu um plano, que ela comunicou a uma serva de toda confiança, e dirigiu-se com o esposo e a doméstica para a igreja católica. Na hora da Comunhão, aproximaram-se do altar. A mulher, tendo recebido na mão a partícula eucarística, baixou a cabeça como se a quisesse adorar e consumir. Nesse momento, porém, a serva, previamente instruída, passou-lhes às mãos outra partícula de pão, ou seja, o pão que em anterior ocasião lhe fora distribuído na assembléia de culto dos macedonianos e que ela havia secretamente levado de casa para a igreja católica. Assim a esposa macedoniana julgou poder evitar rixas com seu marido, sem contudo violentar a sua própria consciência.Tal episódio é expressão das circunstâncias da vida cristã nos séculos IV/V. O que nos interessa aí realçar, é o desvirtuamento da S. Eucaristia entregue às mãos da pessoa comungante.Casos análogos poderiam ser colhidos na literatura cristã da antigüidade e do início da Idade Média. Conscientes dos abusos, as autoridades eclesiásticas foram recomendando que nas assembléias eucarísticas se desse a S. Comunhão na boca dos fiéis, à semelhança do que se fazia na administração do mesmo sacramento aos enfermos. Em consequência, no século IV já devia ser quase geral o costume de se depositar a S. Eucaristia não sobre a mão, mas sobre a língua dos fiéis. O concílio de Ruão (França), por exemplo, baixava por volta de 878 a seguinte norma geral: “A nenhum homem leigo e a nenhuma mulher o sacerdote dará a Eucaristia nas mãos; entregá-la-á sempre na boca” (cân. 2). Nos séculos X/XI o “Ordo VI” (Cerimonial para Missas pontificais) guardava um vestígio do antigo uso, estipulando que aos presbíteros e diáconos fosse dada a Eucaristia nas mãos; aos subdiáconos, porém, na boca. Em breve, porém, tal exceção também caiu em desuso.A nova prescrição se generalizou justamente na mesma época (século IX), em que também se difundiu no Ocidente o uso do pão ázimo como matéria do sacramento, em lugar do pão fermentado: o pão ázimo aderia mais facilmente à língua do que os fragmentos (em geral, grandes) de pão fermentado, que anteriormente se usava para a Comunhão.






O emprego do pão ázimo prevaleceu no Ocidente por razões diversas:




O respeito cada vez maior ao SS. Sacramento, e o conseqüente desejo de diferenciar o pão eucarístico do pão profano; o intuito de usar o pão mais branco e belo possível…; os textos bíblicos (os relatos da Última Ceia do Senhor, a passagem de S. Paulo em 1Cor 5, 7s; os costumes do Antigo Testamento formulados em Lv 2, 4.11; 6, 9; Ml 1, 11…).Na Alta Idade Média e em épocas posteriores, ainda se encontram testemunhos de que os fiéis esporadicamente, ou em raras ocasiões, recebiam a Comunhão nas mãos ( a qual com o tempo também, foi perdendo as reais motivações).





3. A Legislação vigente





A renovação litúrgica desencadeada pelo Concílio do Vaticano II levou a restaurar o uso da Comunhão na mão dentro de circunstâncias adequadas para se evitarem os inconvenientes registrados no decorrer da história.





Em 05/03/1975 a Santa Sé concedeu aos Bispos do Brasil e faculdade de permitirem a Comunhão na mão em suas respectivas dioceses, desde que sejam observadas as seguintes normas:






“1. Cada Bispo deve decidir se autoriza ou não em sua Diocese a introdução do novo rito, e isso com a condição de que haja preparação adequada dos fiéis e se afaste todo perigo de irreverência.




2. A nova maneira de comungar não deve ser imposta, mas cada fiel conserve o direito de receber a Comunhão na boca, sempre que preferir.



3. Convém que o novo rito seja introduzido aos poucos, começando por pequenos grupos, e precedido por uma adequada catequese. Esta visará a que não diminua a fé na presença eucarística, e que se evite qualquer perigo de profanação.



4. A nova maneira de comungar não deve levar o fiel a menosprezar a Comunhão, mas a valorizar o sentido de sua dignidade de membro do Corpo Místico de Cristo.



5. A hóstia deverá ser colocada sobre a palma da mão do fiel, que a levará à boca antes de se movimentar para voltar ao lugar. Ou então, embora por várias razões isto nos pareça menos aconselhável, o fiel apanhará a hóstia na patena ou no cibório, que lhe é apresentado pelo ministro que distribui a Comunhão, e que assinala seu ministério dizendo a cada um a fórmula: “O Corpo de Cristo”. É, pois, reprovado o costume de deixar a patena ou o cibório sobre o altar, para que os fiéis retirem do mesmo a hóstia, sem apresentação por parte do ministro. É também inconveniente que os fiéis tomem a hóstia com os dedos em pinça e, andando, a coloquem na boca.



6. É mister tomar cuidado com os fragmentos, para que não se percam, e instruir o povo a seu respeito. É preciso, também, recomendar aos fiéis que tenham as mãos limpas.




7. Nunca é permitido colocar na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice”!





Estas normas se acham na carta datada de 25/03/75, pela qual a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos transmita a cada Bispo as instruções da Santa Sé. A mesma carta ainda observava o seguinte: “Só mediante o respeito destas sábias condições, poderemos aguardar os frutos que todos desejam desta medida.A experiência da distribuição da Comunhão na mão, em vários pontos do país, revelou pontos negativos, que deverão ser cuidadosamente eliminados. Assim, alguns ministros deram na mão do fiel a hóstia já molhada no cálice, enquanto outros, para ganhar tempo, colocaram na própria mão várias hóstias, fazendo-as escorregar rapidamente, uma a uma, nas mãos dos fiéis, como quem distribui balas às crianças”. Vê-se que a Santa Sé enfatiza o máximo cuidado para que não haja profanação da S. Eucaristia nem ocorram irreverências. Entre outras diretrizes, merecem especial atenção as seguintes: não se deve comungar andando, mas quem recebeu na mão a partícula sagrada, afasta-se para o lado (a fim de deixar a pessoa seguinte aproximar-se) e, parado comungue. Cada comungante trate de verificar se não ficou na palma da mão ou entre os dedos alguma parcela de pão consagrado (em caso positivo, deve consumi-la!).






É lícito comungar duas vezes no mesmo dia se, em ambos os casos, o fiel participe da S. Missa (cânon 917).










¹O pão eucarístico levado para casa tinha, em grego, o nome de hygieia, “pão da saúde”, “broa da saúde”. Notemos que em muitos lugares, tanto no Oriente como no Ocidente, se consagrava pão fermentado, igual ao pão de mesa, e não pão ázimo; um e outro tipo de pão são matéria válida para o sacramento!




D. Estevão Bettencourt, OSB.

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”

Nº 457 – Ano 2000 – Pág. 273






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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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