Em síntese: O microchip é um sensor eletrônico colocado debaixo da pele das pessoas e ativado de acordo com os movimentos musculares do indivíduo; permite assim detectar onde esteja uma criança ou um animal perdido. O microchip serve também de carteira de identidade e cartão de crédito, de modo que não haverá mais dinheiro vivo em circulação, mas sim pagamento eletrônico. Estes avanços da tecnologia nada têm haver com o Apocalipse nem com o Anticristo, de mais a mais que Anticristo nos escritos joaninos designa todo aquele que nega o Cristo sem conotação escatológica.
Tem-se divulgado em tom sinistro o uso de
microchips ou sensores eletrônicos que identificarão as pessoas e extinguirão o
uso de dinheiro vivo. O Apocalipse é citado como profecia que anuncia tais
fatos e prevê concomitantemente o fim do mundo.
Passamos a analisar o
problema assim esboçado a fim de esclarecer as pessoas inquietas:
O Problema:
No dia 16 de junho de 2001 iniciaram-se na Flórida (U.S.A.) os implantes
de microchips subcutâneos. Os chips são pequenos sensores eletrônicos
colocados debaixo da pela dos usuários e ativados de acordo com os
movimentos musculares destas pessoas.
Pequenos como grãos de arroz,
servirão a duas finalidades:
1ª)-Detectar animais desgarrados, crianças perdidas,
fugitivos de Penitenciárias. Quem precisar de contactar alguém numa
emergência, chamará o Banco de Dados local para controle de Seres Humanos
e indicará o nome e outros dados da pessoa desejada. As informações rastreadas por
aparatos eletrônicos (torres de celulares, satélites…) descobrirão a identidade
digital solicitada, agindo como um dispositivo de localização; assim em poucos
minutos será localizada a pessoa procurada.
2ª)-Substituir o dinheiro vivo, os cheques e os cartões de crédito; fazer a transferência eletrônica de dinheiro. Os crimes serão reduzidos em grande escala; nem os ladrões poderão roubar o chip implantado sob a pele. Não haverá mais necessidade de chaves de segurança nem de combinações de fechaduras e cofres, funcionando como um código de acesso, o chip destrancará carro, casa, escritório e tudo o que for do usuário.Após anos de pesquisa e planejamento, as instituições financeiras estão anunciando uma Sociedade Global sem Dinheiro. A habilidade para administrar todas as maneiras de troca monetária está sendo substituída pela tecnologia do microchip ou dinheiro eletrônico, tecnologia esta criada em 1993 por banqueiros de Londres. Todos os sistemas de transação exibem o SET MARK.
Ora, aqui começam as apreensões de muitos cristãos, pois dizem que SET é o deus egípcio do mal ou Satanás e MARK é a marca da Besta 666, que vem juntamente com o microchip; e continuam em mensagem internet:
“O que
a maioria das pessoas não percebe é que a marca da Besta está colocada sobre os
produtos que nós compramos e utilizamos todos os dias. Todo código de barras
contém o número 666… “Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o
número da Besta, porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e
sessenta e seis” (Ap 13, 18)”.
A meta é uma nova ordem mundial,
baseada num governo global, numa religião e numa economia eletrônica global. O
implante do microchip, que se tornará cada vez mais obrigatório, será o
cumprimento da profecia do Apocalipse:
“Conseguiu
que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos tivessem um
sinal na mão direita e na fronte, e que ninguém pudesse comprar ou vender se
não fosse marcado com o nome da Besta ou com o número do seu nome” (Ap 13,
16s).
Na realidade, querem mesmo é marcar e controlar a liberdade de todas as pessoas que passarão a ser controladas como gado:
“possuirão apenas um número e nada mais do que isto; não haverá privacidade alguma para os que se submeterem a esta marca de Satanás”.
Os sensores eletrônicos são também chamados “anjos
digitais”:
“Levados pela imensa necessidade de ter Paz e Segurança, os homens começam desde já a vender suas almas ao demônio, que agora se apresenta a nós como Anjos Digitais”.
“Levados pela imensa necessidade de ter Paz e Segurança, os homens começam desde já a vender suas almas ao demônio, que agora se apresenta a nós como Anjos Digitais”.
O QUE DIZER?
As previsões pessimistas estão baseadas na
suposição de que a implantação dos microchips corresponde ao que se lê em Ap
13, 1-18.
A propósito, sejam feitas duas observações:
A propósito, sejam feitas duas observações:
1ª)-As duas Bestas
Apoc 13 apresenta duas Bestas:
1)- a primeira emerge do mar (13,1) - Quem está na
ilha de Patmos (como São João estava) e olha para o altar, dirige seu olhar, em
última instância, para Roma. Donde se pode dizer que essa primeira Besta é o
Imperador Romano perseguidor dos cristãos. O seu nome tem o valor número 666 o
que quer dizer Qaisar Neron (César Nero); cf. Ap 13, 18.
2)- a Segunda Besta emerge da terra (13,11) - Quem na ilha de Patmos olha para o continente mais próximo, dirige-se para a
Ásia Menor (Turquia de hoje), onde era cultuado o Imperador ou a religião
do Império. Donde se deduz que a Segunda Besta simboliza a religião manipulada
pelo poder civil para fortalecer a autoridade sobre os cristãos. São João escrevia
num tempo de boicote aos cristãos e, indicando o número 666 como sendo o do
imperador hostil, queria dizer que este estava fadado a perecer, pois 6 (= 7 –
1) indica derrota e ruína.
ATENÇÃO!!! - Note-se que em Apoc 13 não se fala do demônio
nem do anticristo; 666 não é o número do maligno, mas sim o do poder imperial
perseguidor.
Referindo-se a Nero e ao culto imperial, o
Apocalipse tem em vista propor um fato paradigmático:
toda a história da Igreja seria marcada por
ofensivas de Estados totalitários que arrogariam a si direitos divinos.
Ora, não se pode dizer que a implantação de chips
nos Estados Unidos esteja associada a critérios religiosos; é uma aplicação da
tecnologia moderna que visa a facilitar o relacionamento entre os homens e que,
do ponto de vista religioso, é neutra, podendo ser utilizada tanto para o bem
como para o mal dos cristãos. O demônio não está necessariamente associado
aos implantes de chips, Isto teria que ser feito de
forma clara, uma apostasia declarada e formal, como era feito na época da perseguição aos primeiros
Cristãos, e não de forma indireta, oculta ou subliminar.
2ª)-O Anticristo
Muitos julgam que no fim dos tempos aparecerá o
Anticristo, isto é, um indivíduo ou uma facção hostil a Cristo. Há mesmo quem
pense que ele já está presente no mundo. Ora, a palavra “anticristo” só
ocorre nos escritos joaninos (1Jo 2, 18.22; 2Jo 7) e sempre para designar
os que negavam a verdadeira encarnação do Verbo. Verdade é que São Paulo, em 2Ts 2, 4, fala da
aparição do impio e Filho da Perdição nos últimos tempos; o Apóstolo tem em
vista alguém tão iníquo quanto ao rei sírio Antíoco IV Epífanes, que em
dezembro de 167 a.C. profanou o templo de Jerusalém, sacrificando ali a Zeus
Olímpico, conforme 1Mc 1, 59; 2Mc 6, 2; 10, 5; Dn 11,32. Isto quer dizer
que nos últimos tempos haverá horrenda perseguição aos fiéis de Cristo; é vaga,
porém, a figura que causará tal desgraça. Seria temerário identificá-la com
algum dos agentes da história contemporânea. Assim nem o Apocalipse nem São
Paulo nos permitem traçar um nítido quadro dos acontecimentos finais. Carece de
valor a exegese que pretende ver nos acontecimentos de nossos dias o
cumprimento de profecias escatológicas ou relativas ao fim do mundo.
Não há dúvida, a globalização tem seus
aspectos negativos, que parecem corresponder às teses de Nova Era:
-Governo único para todos os povos.
-Destruição da família.
-Religião única em substituição ao Cristianismo.
Todavia, vozes abalizadas já se têm feito ouvir, alertando para os perigos da excessiva globalização, de modo que a oposição ao globalismo geral já se faz sentir. Ademais a Igreja Católica (“a minha Igreja”, Mt 16, 18) tem a promessa da indefectibilidade até o fim dos tempos (cf. Mt 28, 18-20).
Por conseguinte, diante de prognósticos aterradores, toca aos fiéis católicos guardar a paz de coração e construir o Reino de Deus hoje, sem viver em função de “profecias” mal fundamentadas e desabonadas pelo próprio desenrolar dos tempos.
-Governo único para todos os povos.
-Destruição da família.
-Religião única em substituição ao Cristianismo.
Todavia, vozes abalizadas já se têm feito ouvir, alertando para os perigos da excessiva globalização, de modo que a oposição ao globalismo geral já se faz sentir. Ademais a Igreja Católica (“a minha Igreja”, Mt 16, 18) tem a promessa da indefectibilidade até o fim dos tempos (cf. Mt 28, 18-20).
Por conseguinte, diante de prognósticos aterradores, toca aos fiéis católicos guardar a paz de coração e construir o Reino de Deus hoje, sem viver em função de “profecias” mal fundamentadas e desabonadas pelo próprio desenrolar dos tempos.
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb
Nº 486 – Ano 2002 – p. 496
Fonte:
http://cleofas.com.br/microchip-e-anticristo-eb/
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