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O que era a seita Judaica dos Saduceus que não acreditam na vida após a morte,MAS ACREDITAVAM EM DEUS ?

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 1 de junho de 2013 | 17:48







Saduceus (em hebraico: צְדוּקִים Ṣĕdûqîm bnê Sadôq, sadoquitas, em grego: Saddoukaios) é a designação da segunda escola filosófica dos judeus, ao lado dos fariseus.Também para esta seita ou partido é difícil determinar a origem. Sabemos que existiu nos últimos dois séculos do Segundo Templo, em completa discórdia com os fariseus.O nome parece proceder de Zadoque, hierarca da família sacerdotal dos filhos de Zadoque, que segundo o programa ideal da constituição de Ezequiel devia ser a única família a exercer o sacerdócio na nova Judeia. De modo que, dizer saduceus era como dizer "pertencentes ao partido da estirpe sacerdotal dominante".Diferiam dos fariseus por não aceitarem a tradição oral.Na realidade, parece que a controvérsia entre eles foi uma continuação dessa hostilidade que havia começado no templo dos macabeus, entre os helenizantes e os ortodoxos.Com efeito, os saduceus, pertencendo à classe dominadora, tendo a miudo contato com ambientes helenizados, estavam inclinados a algumas modificações ou helenizações. O conflito entre estes dois partidos foi o desastre dos últimos anos da Jerusalém judia.Suas doutrinas são quase desconhecidas, não havendo ficado nada de seus escritos.A Bíblia afirma que eles não criam na ressurreição, tendo até tentado enlaçar Jesus com uma pergunta ardilosa sobre esse conceito.




Os saduceus e a ressurreição




Marcos 12,18-23: “Então, os saduceus, que dizem que não há ressurreição, aproximaram-se dele e perguntaram-lhe, dizendo:  Mestre, Moisés nos escreveu que, se morresse o irmão de alguém, e deixasse mulher, e não deixasse filhos, seu irmão tomasse a mulher dele e suscitasse descendência a seu irmão. Ora, havia sete irmãos, e o primeiro tomou mulher e morreu sem deixar descendência; e o segundo também a tomou, e morreu, e nem este deixou descendência; e o terceiro, da mesma maneira. E tomaram-na os sete, sem, contudo, terem deixado descendência. Finalmente, depois de todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, pois, quando ressuscitarem, de qual destes será a mulher?...” - Os saduceus eram uma espécie de seita, uma escola filosófica judaica que existiu nos tempos de Jesus. Os saduceus não criam na ressurreição dos mortos e divergiam em muitos pontos dos fariseus e estas divergências não eram só dogmáticas, mas jurídicas e rituais também, porém quando se tratava de inquirir Jesus, aí todos se uniam, como fazem os divididos protestantes com os católicos. Um dia os saduceus cercaram Jesus e vieram com o mesmo propósito dos fariseus: usar de hipocrisia e tentar pegar o Mestre em alguma palavra comprometedora. A questão, que levaram de casa prontinha para fazer a Jesus, era sobre a ressurreição dos mortos, que eles defendiam em sua doutrina não haver.Os saduceus colocaram um caso hipotético a Jesus, segundo o qual havia sete irmãos. O primeiro, tendo casado, morreu e, não tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmão, que também não deixou descendente e assim se seguiram os casamentos dos irmãos com a mesma mulher, já que nenhum deles conseguia suscitar descendência ao irmão anterior.  Por fim morreu também a tal mulher. A pergunta era simples: na ressurreição dos mortos, de qual dos sete irmãos a mulher seria esposa? Afinal todos os sete irmãos haviam sido casados com a mesma mulher. Claro que Jesus conhecia os corações dos saduceus e respondeu com autoridade: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu. E, quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos.”(Mateus 22,29-32).Os judeus sofreram com a invasão grega, no século IV a.C. Pode-se dizer que, a partir daí, foram divididos em, pelo menos, dois destacados grupos religiosos entre tantos outros: saduceus e fariseus. O primeiro defendia uma conciliação entre a Lei mosaica e os costumes gregos e era representado principalmente pelos sacerdotes. O segundo segmento não aceitava essa “miscigenação”. Teve a adesão da maioria dos escribas e obteve o apoio quase unânime do povo judeu.Os saduceus geralmente eram ricos e ocupavam cargos de prestígio em Israel, como o de sumo sacerdote. Eram também a maioria no Sinédrio (conselho que julgava assuntos da lei judaica e da justiça criminal, na Judéia e em outras províncias). Tinham uma grande preocupação em acatar as decisões de Roma (que dominava Israel no período em questão), dando, muitas vezes, mais importância à política do que à religião. Vale destacar que os saduceus não eram bem vistos pelo povo, já que faziam parte da elite e apoiavam os romanos. Esse grupo deixou de existir após a destruição do Templo de Jerusalém, em 70 d.C., já que tinha uma forte tendência política. Os fariseus geralmente eram indivíduos de uma classe social intermediária. Embora fossem minoria no Sinédrio, eram indispensáveis, pois tinham o apoio do povo judeu. Essa popularidade rendia-lhes muitas conquistas no conselho.




Várias outras diferenças, entre fariseus e saduceus, podem ser destacadas:




1 - Os saduceus eram mais conservadores. Consideravam apenas a Palavra escrita (hoje, o Velho Testamento) como divina, enquanto os fariseus colocavam a tradição oral em igualdade com a mesma.


2 - Os saduceus negavam a ressurreição dos mortos, além da existência de anjos e demônios, enquanto os fariseus aceitavam (Atos 23,8).

3 - Apenas os fariseus acreditavam em vida com recompensa, ou punição após a morte.

4 - Os saduceus defendiam a ideia do livre-arbítrio humano, enquanto os fariseus atribuíam os acontecimentos à vontade de Deus.

5 - Apenas os fariseus defendiam a “Tradição dos Antigos”, considerando-a como o desenvolvimento da Torá escrita.




Os Saduceus genericamente falando, era uma classe político-religiosa muito influente, que exerceu o ofício do sumo-sacerdócio em Israel, desde o ano 6 até 36 D.C - O sumo-sacerdote Anás, nomeado para o cargo no ano 6 D.C. e deposto no ano 15, era saduceu e foi substituído por Caifás, seu genro, também saduceu, que exerceu o cargo de 18 até 36 D.C. Anás, porém, continuou operando como auxiliar de Caifás no exercício do sacerdócio. Ambos participaram do julgamento de Jesus (João 18,12-14.24) e da perseguição aos apóstolos (Atos 4,5-6).Religiosamente, eram tradicionalistas, mas não aceitavam a lei oral dos escribas, ao contrário dos fariseus, que a acatavam sem restrições. Os saduceus consideravam como Lei por excelência, e exclusivamente, a Lei de Moisés, isto é, os cinco primeiros livros do Velho Testamento, chamados Pentateuco. Quanto aos Profetas, aos livros de Sabedoria e de Poesia, ao que parece, eles não consideravam como parte das Escrituras.Espiritualmente diferiam dos fariseus, porque negavam a vida após a morte e afirmavam que, com base na Lei, não se podia afirmar a imortalidade, enquanto os fariseus afirmavam que sim. Também eles não criam na existência da alma, do espírito, dos anjos e nem na ressurreição. Eram essencialmente materialistas e não acreditavam na interferência de Deus no destino dos homens, mas tão somente no livre arbítrio, como fator de direcionamento da vida.Depois da frustrada tentativa dos fariseus de derrotarem Jesus com a pergunta sobre a legitimidade de pagar tributo a César, os saduceus devem ter-se alegrado porque eram adversários dos fariseus. Então foi a vez deles fazerem uma investidura contra o Mestre, desafiando-O com uma pergunta que prepararam, com a intenção de confundi-lo. A Lei de Moisés, em Deuteronômio 25,5-10 previa o caso de morrer o marido, sem deixar descendente. Então era chamado um irmão seu, que vivesse junto com ele, para desposar a viúva a fim de dar descendência ao falecido, preservando o nome da família e retendo a herança dentro do círculo familiar. Caso se repetisse a viuvez, um novo casamento era providenciado, enquanto o falecido tivesse irmãos vivos. No caso imaginado pelos saduceus, dos sete irmãos que se casaram com a mesma mulher, nenhum deixou descendência, porque todos morreram. Por fim, morreu também a mulher. A tática dos questionadores era esta: Se ele afirma que existe ressurreição, então deverá responder de qual deles ela será esposa quando ressuscitarem, visto que os sete a desposaram ?





A intenção dos saduceus era confundir Jesus e mostrar que ele era um Mestre desprezível, não digno de confiança. Então Jesus mostrou o erro de raciocínio que eles cometiam, apontando dois fatos bem compreensíveis!









1)- Primeiro que, Jesus revela que na ressurreição a ordem não é segundo esta vida em que se casam e se dão em casamento. Lá, são como os anjos que nem se casam, nem se dão em casamento.





2)- Em segundo lugar, bem ao contrário do modo deles pensarem, Jesus mostrou que a ressurreição existe! Ele comprovou isto através de uma passagem dos escritos que eles mesmos sabiam serem inspirados. São as palavras que Deus falou a Moisés do meio da sarça ardente, que se encontram no livro do Êxodo 3, 6, que dizem: “Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó”. Se Deus estava dizendo “Eu sou” com o verbo “ser” no presente, e não, no passado, isto significa que Abraão, Isaque e Jacó estão vivos na sua presença, porque ele não é Deus de mortos e, sim, de vivos, muito embora os três patriarcas tenham vivido nesta Terra e morrido, muitos séculos antes desta afirmação. Nestas condições, uma vez que existe a ressurreição e também uma vida depois da morte, onde os ressuscitados são seres espirituais como os anjos, então toda a filosofia e doutrina dos saduceus está lançada por terra.






Antes de dar estes ensinamentos, Jesus chamou os saduceus à atenção para o fato deles errarem por duas razões. Primeiro, por não conhecerem as Escrituras e, segundo, por não conhecerem o poder de Deus.Como os outros grupos sectários que se defrontaram com o Mestre, estes também se consideravam donos da verdade e achavam que as suas doutrinas tinham igual ou maior valor do que a Palavra de Deus.No caso da imortalidade da alma espiritual e da ressurreição, alegavam não encontrar apoio na Lei de Moisés para afirmá-la. Por isso a negavam. Mas foi bem dos escritos de Moisés que Jesus retirou as provas que contrariavam aquele ensino, mostrando que uma parte dos problemas estava mesmo na falta de conhecimento das Escrituras. Mas a ressurreição está na dependência do poder de Deus. Quem não conhece o poder de Deus, não pode crer na ressurreição. Esta é a outra parte do problema. Jesus encerra este caso de maneira muito rápida, dizendo aos saduceus que eles laboravam em grande erro, sugerindo que eles mesmos se desviavam do caminho de Deus.Estes ensinos de Jesus são sempre oportunos porque ele mostra claramente que a ignorância das Escrituras e o desconhecimento do poder de Deus são dois erros muito perigosos em matéria de fé, porque têm consequências eternas. Ele mesmo conhecia tão bem o Velho Testamento, que os seus ensinos estão solidamente fundamentados na Lei, nos profetas e no outros escritos sagrados. Tanto ele era capaz de manusear os rolos nas sinagogas, como era capaz de citar e de apontar trechos das Escrituras durante os seus ensinos. O mais impressionante era a sua consciência de que tudo o que se referia a ele nas profecias estava-se cumprindo na sua vida.O Novo Testamento reclama a toda hora este conhecimento. Paulo escreve a Timóteo na segunda carta, dizendo: “Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tim 2,15). E a Tito ele instrui quanto ao bispo, ou seja, ao pastor, que deve ser “apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como para convencer os que contradizem” (Tito 1,9).





Tudo isto é justificado pelo que a Bíblia é, e pela finalidade com que ela foi escrita:





“Tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15,4).





Em suma, a igreja de Cristo precisa ser conduzida por guias que conheçam tanto as Escrituras como o poder de Deus, a fim de não incorrerem no mesmo erro dos saduceus, que produz desastre de consequências eternas. Lucas registra que a resposta de Jesus sobre a situação dos casados no mundo vindouro, esclarece que o casamento é parte da ordem física do tipo do mundo em que vivemos no presente. O tipo de vida aqui exige relacionamento físico com funções físicas, incluindo a procriação de filhos, para garantir a sobrevivência da espécie humana (Lucas 20,34). Este era o pensamento religioso, aceito pelos hebreus, que remete à doutrina da criação no Gênesis (Gênesis 1,27-28).Com muita probabilidade, ainda que rechaçando a tradição farisaica, possuíram uma doutrina relativa à interpretação e à aplicação da lei bíblica.O único que nos oferece alguns dados sobre suas doutrinas é Flávio Josefo que, por ser fariseu e por haver escrito para o público greco-romano, não é digno de muita confiança. Parece provável que as divergências entre saduceus e fariseus foram mais que dogmáticas, foram jurídicas e rituais.Com a queda de Jerusalém, a seita dos saduceus extinguiu-se.Ficaram porém suas marcas em todas as tendências anti-rabínicas dos primeiros séculos (D.C.) e da época medieval.






Os saduceus  durante o tempo de Cristo e do Novo Testamento:




Aqueles que eram saduceus eram aristocratas. Eles tinham a tendência de ser ricos e de ocupar cargos poderosos, incluindo o cargo de primeiro sacerdote e de sumo sacerdote. Eles também ocupavam a maioria dos 70 lugares do conselho regente chamado de Sinédrio. Eles trabalhavam muito duro para manter a paz através de sempre seguir as decisões de Roma (Israel nesta época estava sob o controle romano) e, na realidade, pareciam estar mais preocupados com a política do que com o religioso. Porque eles estavam sempre tentando acomodar os gostos de Roma, e porque eles eram ricos e da classe alta, eles não se relacionavam bem com o homem comum, e  nem o homem comum os enxergavam com alta estima.O homem comum se relacionava melhor com aqueles que pertenciam ao grupo dos fariseus. Embora os saduceus ocupassem a maioria dos lugares no Sinédrio, a história indica que a maior parte do tempo eles tinham que concordar com as idéias da minoria farisaica, já que os fariseus eram os mais populares com o povo.Religiosamente, os saduceus eram mais conservadores na área de doutrina do que os fariseus.Os fariseus enxergavam a tradição oral como tendo autoridade igual à Palavra escrita de Deus,enquanto os saduceus consideravam apenas a Palavra Escrita como sendo de Deus.Os saduceus trabalhavam arduamente para preservar a autoridade da Palavra escrita de Deus, especialmente os livros de Moisés (Gênesis até Deuteronômio). Enquanto eles poderiam ser elogiados por isso,eles definitivamente não foram perfeitos em suas opiniões, ou interpretações doutrinárias.




Segue-se uma breve lista de suas crenças que se contradizem com a dos Fariseus e dos Cristãos:




1. Eles eram extremamente auto-suficientes, ao ponto de negar o envolvimento de Deus na vida quotidiana.



2. Eles negavam qualquer ressurreição dos mortos (Mateus 22,23; Marcos 12,18-27; Atos 23,8).



3. Eles negavam qualquer vida depois da morte, defendendo a crença de que a alma perecia com a morte. Eles acreditavam que não há qualquer penalidade ou recompensa depois da vida terrena, mas unicamente nesta.



4. Eles negaram a existência de um mundo espiritual, ou seja, anjos e demônios (Atos 23,8).



Porque os saduceus estavam mais preocupados com as questões terrenas, tais como a política, cargos e posses, do que com a religião, eles não se preocuparam com Jesus até quando ele não interferiu em suas crenças e interesses imediatos. Foi a esta altura que os fariseus e saduceus se uniram e planejaram que Cristo fosse morto (João 11,48-50; Marcos 14,53; Marcos 15,1).Outras passagens que mencionam os saduceus são Atos 4,1, Atos 5,17.Os saduceus foram implicados na morte de Tiago pelo historiador Flávio Josefo (Atos 12,1-2).Os saduceus deixaram de existir em 70 D.C. Já que este grupo existia por causa de seus laços. Poucos conhecem os verdadeiros fatos dos Saduceus não crerem na ressurreição. 





Após uma análise exegética dos textos sagrados que envolvem esta seita, descobrimos que  alguns dos principais motivos que levaram os Saduceus a descrerem de algumas questões como essa da vida após a morte e até mesmo combaterem essas crenças dentro do judaísmo são os seguintes:






1)- Porque os saduceus só acreditavam no que estava realmente escrito na Torá (5 livros de Moisés), mas segundo a interpretação de seu grupo sectário. 



2)- Provavelmente acreditavam em Anjos porque na Torá fala sobre anjos, mas as mesmas escrituras na Torá não revela de forma clara sobre a ressurreição, vida após a morte e demônios.




3)- Para os Saduceus, a crença na imortalidade da Alma, na ressurreição, reencarnação, e em demônios não nasceu nos berços judaicos, mas foram incorporados de outros povos. Pois até mesmo os Cananeus acreditavam na ressurreição, assim como os egípcios.




4)- Segundo os Saduceus, após os judeus saírem da Babilônia, acabaram agregando outras crenças que nunca houve no judaísmo original antes do exílio, crenças essas que foram depois incorporadas ao judaísmo tais como:



a)- Ressurreição (livro de Daniel e Isaías após exílio).



b)- Reencarnação (Passagem do Cego de nascença).



c)- Imortalidade da Alma (Hades, Sheol e Mansão dos Mortos).





Eram esses os  principais fatores dos Saduceus não acreditarem na ressurreição, na imortalidade da alma, na reencarnação, e em demônios, mas nem por isto deixavam, de crer no Deus UNO. Também, lendo  a Torá percebemos que ela fala para viver conforme a lei de Deus aqui na terra para assim receber a benção  e recompensa de Deus aqui mesmo. 
A cultura helenista "teológica" que eles tanto combateram trazia exatamente essas questões de: vida após a morte, imortalidade da alma, ressurreição e reencarnação. Se analisarmos friamente, o judaísmo original e Ortodoxo, são estranhos com relação a essas crenças posteriores. Para os saduceus crer em tudo isso era herético, era aceitar a mentalidade de outras culturas, e não como vemos hoje, que é se colocar na marcha ascendente da revelação de Deus, respeitando as limitações humanas.




O judaísmo tem 4 níveis de interpretação da Torá:





Os Saduceus não iam além do 2º nível. No primeiro e no segundo nível da Torá, alguns versículos trazem uma mensagem do plano físico, onde filhos pagam pelos erros de seus pais no sentido do aqui e agora e não na justiça divina. Por exemplo, existe uma passagem na Torá onde os filhos teriam que aguardar para entrar na terra prometida devido a falta dos pais, isso está no capitulo 14 de Números. Os filhos não estavam sofrendo por uma questão de divida injusta, mas como os pais não poderiam entrar na terra prometida, eles tinham que sofrer a perambulação pelo deserto junto com seus pais até que o ultimo da geração passada se fosse (Números 14,28-33).No sentido espiritual, alguns textos vão além disso, entrando no sentido reencarnatório. Os judeus que haviam saído do Egito, da escravidão, trouxeram consigo muito da cultura e das praticas do Egito, (Como o bezerro de ouro, a prática da adivinhação, magia, necromancia, etc) para a nova terra, e portanto era preciso uma renovação e purificação da lei o dos costumes (Deuteronômio 18).




A interpretação da ESCRITURA JUDAICA segundo o sistema PARDES:





Com relação ao PaRDes, a literalidade do texto é a sua principal aplicação.PaRDeS é uma palavra acrômima para:





1)- Pa= P'shat (Pashat ou Peshat)





Significa a interpretação LITERAL de um texto. Todo texto tem esta interpretação. Contudo, nem todas podem ser literais, ou P'shat.As profecias que se incorporam nesta interpretação P'shat, LITERAL, acontecem na realidade ESCRITA. Não será reconhecida com outra estrutura, senão a que se deu a profecia, em toda suas palabras e atitudes dos personagens ali dispostos.Um exemplo de P'shat em I'shaiáhu 7,14:"Eis que o ETERNO, ELE mesmo te dará um sinal: eis a virgem ficará grávida e dará à luz um filho e chamará seu nome EMANU EL." - Veremos em todo contexto que sinais imediatos aconteceram!Por que o ETERNO, ELE mesmo deu um sinal? E a quem foi dado este sinal?ELE mesmo deu um sinal, porque o rei, AHAZ, a quem foi dado este sinal, não quis pedir um sinal, temendo estar provando ao ETERNO, quando ESTE mesmo pediu que o rei o provasse."E mais ainda falou o ETERNO a AHAZ, dizendo? 'Pede para ti um sinal do ETERNO, teu Supremo; pede, quer seja oculto, ou com claridade'. Mas disse AHAZ: 'Não pedirei; não testarei ao ETERNO'. (10-12)Sendo assim, o próprio ETERNO, ELE mesmo deu um sinal:A moça, esposa do Rei, e que não havia tido ainda relação com ele, ficaria grávida, certamente na 1º noite dos dois.E, continuando, mais um sinal dentro da profecia, ela daria à luz e colocaria o nome de seu filho de Emanu'el.Mas, que tem a ver o filho do rei, o Emanu'el com tudo isso?Ele seria um sinal ao Rei AHAZ, de muitas coisa que aconteceriam. O filho do rei, nascido de uma moça de tenra idade, e chamado EMANU'EL, antes que completasse uma idade entre 4 e 5 anos, ou seja "quando ele souber evitar o mal e escolher o bem, alimentar-se-a de nata e mel" (7,15).Emanu'el é aqui um sinal, não teve qualquer tipo de inflência no reinado de seu pai, porém no futuro da dinastia sim.Isto é P'shat, e literalmente já ocorreu, como descrito pelo profeta, e com seus personagens ainda naqueles dias.




2)- R= Remez, ou seja, Parábola:





Este tipo de interpretação acorre em forma de parábola, uma comparação, entre uma história simples e o que há de ocorrer. Ela ocorrerá, conforme a profecia, mas não de acordo com sua estrutura inicial.Um exemplo deste tipo de profecia, interpretada pelo REMES, vemos em 2 Sa 12: “E o ETERNO enviou NATAN a DAUID, que veio a ele e lhe disse: Havia 2 homens numa cidade, um rico e um  pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas, mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma pequena cordeira, que havia comprado e criado, e ela cresceu junto com ele e seus filhos, bebia de seu copo, e dormia em seu colo, e era para ele como uma filha..." - Esta parábola que o profeta NATAN conta a DAUID, lhe será por profecia. Ela não aconteceu literalmente, com o rei pegando uma ovelhinha do pobre, mas era uma história real contada em forma de parábola, e que como o julgamento do rei, pelo ouvir da parábola (5,6), assim aconteceria com ele próprio, pelo fato de ter tomado BAT-SHEVA de seu esposo URIAH.O filho que ela esperava morreria. A profecia foi em REMES, porém o acontecido foi LITERAL.






3)- D= Drash. Um conto uma lenda. Mi'drash quer dizer " em conto":




Um exemplo clássico de Drash, é o que vemos em I'shaiáhu 2, quando o profeta vê os Tempos de Mashiach."...E acontecerá no fim dos dias, que o monte da Casa do ETERNO se elevará acima de todas e se destacará dentre as colinas, e a ele afluirão todas as nações...Ele nos ensinará Seus caminhos e por eles seguiremos, pois de Tsion virá o ensinamento, e de Y'rushalayim a palabra do ETERNO...Converterão suas espadas em arados e suas lanças em foices. E cada nação não levantará contra outra sua espada, e não mais aprenderão a arte da guerra...." - Esta profecia, em forma de conto, de como serão aqueles dias nos dá a nitidez da SHALOM que virá sobre o mundo. Claramente, que a espada não se tornará por milagre em arado, mesmo porque um arado em tempos modernos é uma tremenda máquina agrícola, e nem as lanças dos guerreiros serão foices, pois as foices de hoje são tratores de última geração. É uma maneira lendária de contar como será a administração do ETERNO, através de seu Ungido.




4)- S= Sod, oculto, mistério apocalíptico:




Esta forma de intepretação, que na realidade já consta da profecia, se dá em momentos de extrema carência, em que o povo não pode atingir um nível espiritual elevado, e o Eterno revela aos profetas seu mistério inerente. "Muitos dos que repousam sob a terra serão despertados, alguns para uma vida eterna de méritos, e outros para o opróbrio eterno...." Da 12,2 - Ninguém sabe como isso ocorrerá, mas somente o mistério do Eterno o sabe.






CONCLUSÃO:






A interpretação do SISTEMA PaRDeS é uma maneira que a Cabalá Judaica desenvolveu. Portanto, quem não aceita as interpretações judaicas, não poderá se valer desta forma de interpretação, apesar de ela ser justa. Porém, uma coisa é a Cabalá tradicionalmente judaica, e não a 'ocultista', que até elementos pagãos nela se encontram. A cabala que o mundo conhece, não é a Sabedoria dos Antigos. As ESCRITURAS, da mesma forma não podem ser interpretadas ao gosto de uma linha religiosa, ou conforme gostos e interpretações pessoais cômodas, mas sempre conforme a verdade e no contexto em que foi escrita, revelada, e suas reais intenções.






BIBLIOGRAFIA:

 

 

 

-ALVES, Leonardo Marcondes. Pardes: os níveis da exegese judaica . Ensaios e Notas, 2020.

 

 

-Cohen, Mordechai Z. Three approaches to biblical metaphor: from Abraham Ibn Ezra and Maimonides to David Kimhi. Vol. 26. Leiden: Brill, 2003.

 

 

-Fishbane, Michael, ed. Midrashic Imagination, The: Jewish Exegesis, Thought, and History. SUNY Press, 2012.

 

 

-Van der Heide, Albert. PARDES: Methodological Reflections on the Theory of the Four Senses. Journal of Jewish Studies 34 (1983.



-Étienne NODET, Essai sur les origines du Judaïsme: de Josué aux Pharisiens. Editions du Cerf, Paris 1992;

 

 

Anthony J. SALDARINI, Pharisees, scribes and Sadducees in Palestinian society: a sociological approach.


 

-William B. Eerdmans, Cambridge 2001; Francisco VARO, Rabí Jesús de Nazaret (B.A.C., Madrid, 2005)

 

 






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