A Santa Escravidão a Jesus por meio de Maria é uma prática de devoção
antiguíssima, remontando aos primeiros séculos da Igreja. Com o passar dos
séculos, experimentou uma admirável evolução, no sentido que cada vez melhor se
compreendeu o que esta prática significava no contexto da fé. Passando
pela escola francesa do século XVII do cardeal de Bérulle, Boudon, Olier,
Condrem, São João Eudes, etc. Foi em São Luís Grignion de Montfort que a doutrina e a prática da Santa
Escravidão encontrou sua expressão mais perfeita, sendo também, por meio deste
grande apóstolo de Maria, que esta prática devocional tornou-se popular. A doutrina e espiritualidade da
Santa Escravidão de Amor foram imortalizadas por São Luís Grignion, no célebre
escrito: “O Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem”. Tal livro demonstra com muita sabedoria,
clareza e unção quem é a Santíssima Virgem, qual é o seu papel na vida da
Igreja e de cada pessoa em particular, com efeito o livro mostra a missão
materna que Deus confiou a Santíssima Virgem, as razões e a maneira como Deus
sujeitou a ela todos os corações, bem como, o papel da Santíssima Virgem no
estabelecimento do reinado de Cristo e sua união íntima com o segundo advento
de seu filho.O Tratado da
Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem foi escrito por São Luís Grignion de
Montfort em 1712, e devido à grande força que esse escrito tem para levar
as pessoas à verdadeira santidade foi fortemente combatido pelo inimigo
infernal. O
demônio quis verdadeiramente destruí-lo, mas Deus não permitiu, contudo, o
inimigo escondeu este tratado durante cento e trinta anos.Tudo isso foi
admiravelmente predito e escrito por São Luís, no próprio Tratado da Verdadeira
Devoção onde narra: “Vejo animais frementes que se precipitam furiosos para
destruir com seus dentes diabólicos este pequeno manuscrito e aquele de quem o
Espírito Santo se serviu para compô-lo, ou ao menos para fazê-lo ficar
escondido no silêncio de um baú a fim de que não apareça” (T.V.D. 112). - Assim, este livro escrito em 1712,
desapareceu sendo reencontrado apenas em 1842 em um baú de livros velhos. Publicado em 1843 tornou-se leitura
obrigatória de toda alma piedosa que buscasse a santidade. De fato, São Luís predisse o
desaparecimento do livro, também, como o seu reaparecimento e o seu sucesso
(c.f. T.V.D. 112), de modo que, depois que foi publicado o tratado, a Santa
Escravidão tornou-se a via espiritual de muitos santos, que se fizeram escravos
de Maria Santíssima, e na escola de seu Imaculado Coração aprenderam a amar a
Deus e fazer sua santa vontade. Santos como: São João Maria Vianney, São
João Bosco, São Domingos Sávio, Santa Terezinha, Santa Gema Galgani, São Pio X,
São Pio de Pietrelcina e tantos outros santos e santas do nosso tempo, viram,
na total consagração a Santíssima Virgem não uma “devoção qualquer” ou “mais
uma devoção” mas uma Devoção Perfeita, aquela devoção querida por Jesus ao
fazer de cada um de nós filhos de sua Mãe Santíssima. Um dos maiores apóstolos desta consagração
foi nosso querido Papa João Paulo II, que se fez escravo por amor quando ainda
era seminarista. E de tal forma esta total consagração ordenou sua vida e missão que
adquiriu como seu lema pessoal o “Totus Tuus Mariae”. João Paulo II foi um testemunho
vivo da eficácia desta consagração na vida de uma pessoa.
Mas qual é o "fundamento teológico" disso? Se não colocarmos a teologia no lugar correto ficaremos apenas no devocionário!
No início da Igreja, se fala da entrega de fiéis a Nossa Senhora como
servos, escravos de Maria. A palavra "escravo" é uma palavra chocante
para nós no século XXI. A palavra "escravidão" é uma das analogias. João Paulo II já era seguidor de
São Luís Maria Grignion de Montfort, e que já usava a palavra "se
confiar" no lugar de consagrar, mas que são a mesma
coisa, são metáforas, analogias.
Onde está o fundamento teológico de tudo isso?
Primeiro
a fé! O dogma de fé é dar a Deus um culto, que é o culto de latria, ou seja,
nós adoramos somente a Deus. Somente
Deus é Deus. Ninguém mais é Deus. Os santos e Maria são criaturas. O que é
então adorar a Deus? O meu nada diante de Deus, que é tudo. Quando ficamos
ajoelhados estamos dizendo que não somos nada, e Deus é tudo! Só podemos nos ajoelhar diante de Deus e para Deus.
Na Semana Santa nos ajoelhamos diante da cruz, que é o amor de Deus
manisfestado por intermédio de Jesus. Esse culto a Deus também pode ser
refletido por intermédio de criaturas. Por exemplo diante do confessor, se nos
colocamos de joelhos diante dele, não estamos adorando o padre, mas sim a Deus
que ali está. (João 20,23).Da mesma forma, a adoração a Deus pode se
dar de forma indireta com a ajuda das criaturas. Quando alguém encontra um sacerdote e beija a mão deste padre pecador,
pela fé ele está beijando a mão de Cristo por intermédio do sacramento da ordem.
Eu uso batina, e ela serve para me lembrar do ministério sacerdotal ao qual sou
chamado a crer e a viver. Quando
o padre está presidindo a Santa Missa, e os acólitos fazem reverência diante
dele, não é ao padre que o fazem, mas a Cristo. Isso é a fé por intermédio do
sacramento conferido legitimamente.A
adoração a Deus, pelo culto de "latria", é só a Deus; e a Igreja
reconhece aos santos o culto de "dulia". A palavra
"dulia" significa servo. Doulos é o escravo. Ficamos, às vezes,
perplexos diante da palavra "escravos" em uma sociedade em que as
coisas evoluíram.Exemplo: Quando uma
pessoa sofre um acidente ela consegue pegar um atestado, isso não acontecia
antes. Antes ela deveria procurar alguém que a fosse substituir ou passaria
“fome”. Hoje, temos muitos recursos. Antigamente as palavras "servo" e "escravo"
significavam que a pessoa se colocava debaixo da proteção, debaixo do auxílio,
do patrocínio [do seu amo]. Essa realidade de nos colocar sob essa
proteção era uma forma de cuidar do outro, e a palavra "escravidão"
vem daí. Mas hoje a palavra
"escravidão" para nós é forte. É neste sentido que o culto de
"dulia" é dado aos santos. Muitos perguntam: “Por que você não vai a
Deus diretamente?” (Ora, se assim o fosse eu não deveria pedir que a Igreja, ou
alguém que orasse por mim, minha família, ou alguma dificuldade, eu pediria
diretamente a Deus).Porque
Deus quer usar do amor de suas criaturas. Por que você em vez de ir direto para
Deus, vai para o colo da sua Mãe, receber carinho e cafuné? Porque você sabe que
aquele amor também vem de Deus. Deus usa das suas criaturas, Ele quis
assim. A graça é a glória de Deus aqui na Terra. A glória é a graça de
Deus no céu. Olhando para a graça e para glória, os santos merecem o nosso
culto e o nosso louvor. Nós temos que louvar a Deus pelo amor que os santos
fazem brotar do nosso coração. O Concílio de Trento vai responder que o santo
merece a graça que nós merecemos. O
mérito derivado do mérito central de Cristo. Gosto de fazer a comparação
com a manga fruta: “Quem
fez a manga não foi Deus? Quem deu a manga? A mangueira. Por isso eu posso
agradecer à mangueira. Assim
são os santos, eles são o instrumento de Deus, como a mangueira o é, ao
nos dar a manga.”
O culto a Deus é "latria" - O culto aos
santos é "dulia", eu me ponho debaixo da proteção intercessora dos
santos (Hebreus 12,1):
Teologicamente falando, Maria não é alguém que age só na glória como os santos, mas Maria, além da graça e da glória, age na ordem da união hipostática, que é uma graça que só Jesus tem. É a união das duas naturezas em uma pessoa. Maria, por projeto divino, por eleição e graça da escolha, foi escolhida para fazer parte dessa união hipostática, porque ela pode dizer que é Mãe de Deus. Por que ela é Mãe de Deus? Nunca perguntamos: você é mãe do quê? Mas de quem? Maria gerou um ser humano, ela não gerou uma natureza divina, ela gerou Jesus humano, mas que é Deus! A pessoa divina do Filho foi gerado, no ventre de Maria, desde toda a eternidade, pelo Pai. Se Deus quisesse trazer Jesus sem Maria, Ele O teria trazido, mas Ele quis usar da Santíssima Virgem Maria. Maria gerou a Pessoa de Deus. Eis aí o grande mistério, ela gera o Filho
A consagração a Nossa Senhora é uma consagração feita a Jesus, porque Maria é Toda de Jesus e nos aponta para jesus!
É
uma consagração a Jesus Cristo, ao Verbo Encarnado, por intermédio de Maria, é
o que nos diz São Luis Maria G. de Montfort em seu TRATADO DA VERDADEIRA
DEVOÇÃO A VIRGEM MARIA. Quando
nós vamos para Maria, vemos mais ainda Jesus, pois ela se esconde para que
Jesus apareça. Maria vai sempre nos dizer: fazei tudo que Ele vos disser. (Ao
conscientemente negamos a maternidade de Maria, dada por Cristo na Cruz, é
fazermos a opção de permanecermos na maternidade do pecado de Eva, e o salário
do pecado de Eva é a morte). Houve,
no século XIX, dois imperadores em nossa nação brasileira. Quando Dom Pedro
estava velhinho, devia passar o comando do império para a Princesa Isabel, que
era devotíssima de Nossa Senhora. Mas, infelizmente, alguns grupos contrários à
Igreja, impediram que isso acontecesse. Mas ela fez uma coisa belíssima, pegou
suas joias e mandou para a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, fez uma coroa e
deu a Nossa Senhora. Quando, na França, perguntaram para ela: “Dona
Isabel, a senhora libertou os escravos e perdeu o trono. A senhora não está
arrependida?” Ela
respondeu: "Se mil tronos eu tivesse, eu os perderia para dar a liberdade
ao povo." - Quando
somos devotos de Nossa Senhora somos ainda mais de Deus! A consagração a Nossa
Senhora é uma forma de vivermos melhor a graça batismal! O método de
Consagração a Jesus por meio de Maria, é de São Luís Maria Grignion de Montfort
, que nos auxilia a fazer
a vontade de seu filho Jesus Cristo, nosso único Senhor e Salvador. Método
esse, feito até por São João Paulo II e outros santos! E para um melhor esclarecimento, transcrevemos abaixo o e-mail de um
leitor do site do Pe. Rodrigo Maria, acuado pelas investidas de um seminarista
progressista e preconceituoso, que em sua paróquia falava contra a Total
Consagração a Jesus por meio de Maria. Segue o e-mail do leitor e a resposta do
padre. Decidimos publica-lo pois são respostas a dúvidas comuns de muitas
outras pessoas:
Salve Maria Imaculada!
"Padre,
na minha paróquia tem um seminarista que não concorda com a consagração. Vai fazer 1 ano que eu sou consagrado pelo método de São Luís, mas o
seminarista sempre faz algumas críticas sobre a consagração aí eu queria que o
senhor me respondesse tudo o que o seminarista me falou para assim eu não ter
mais dúvidas. Eu sou um vocacionado, tenho 18 anos e ele começou a falar que o
reitor poderia me cortar do seminário se me visse com a cadeia no braço e falou
várias coisas aí eu tirei a minha cadeia e coloquei no tornozelo. Queria saber se foi errado o que eu fiz
porque às vezes eu acho que foi uma fuga da perseguição mudar a minha cadeia de
lugar. Ele também usou aquelas
palavras de Jesus: “Eu não vos chamo mais de escravos, mas sim de amigos”,
depois ele disse que depois do Concílio Vaticano II a Igreja aboliu qualquer
tipo de escravidão e disse também que esse tipo de consagração não é aprovado
oficialmente pela Igreja. Isso tudo é verdade? O senhor poderia me explicar tudo isso, por
favor?”
Resposta
do Padre Rodrigo Maria:
Caríssimo, que Deus te abençoe!
Esse
seminarista que atua em sua paróquia pode até ter boa vontade, mas é muito mal
informado! Ele deveria saber que
TODOS os escritos de São Luís foram aprovados pela Igreja e declarados isentos
de qualquer erro pelo Papa Pio IX. Ele deveria saber que as correntes abençoadas, das
quais São Luís Maria Grignion de Montfort fala no Tratado da Verdadeira
Devoção, são sacramentais, ou
seja, objetos abençoados para uso dos fiéis e que juntamente com todas as demais práticas
ensinadas por São Luís são aprovadas pela Santa Igreja. Ele deveria saber que esta Consagração consiste na renovação de nossos
votos batismais e que por isso mesmo possui uma atualidade pastoral permanente,
uma vez que a santidade consiste justamente na fidelidade a esses mesmos votos. Ele deveria saber que, justamente por ser
sempre atual, esta
consagração foi vivenciada por diversos santos e Papas de nosso tempo, e que na
atualidade o maior apóstolo desta consagração foi São João Paulo II, que fez
essa Total Consagração quando ainda era seminarista e que quando Papa deu seu
testemunho de Escravo de Nossa Senhora e adotou como lema de seu pontificado o
”TOTUS TUUS MARIAE”, o qual foi tirado do Tratado da Verdadeira Devoção e
resume esta Consagração. Ele
deveria saber que esse grande Papa (João Paulo II) lia esse Tratado todos os
dias e o tinha como livro de cabeceira, sabendo de cor várias partes desse
precioso livrinho.Ele
deveria saber que este mesmo Papa escreveu duas cartas à família monfortana
onde ele exalta essa Consagração, a Santa Escravidão de Amor para com Nossa
Senhora, e recomenda a todos os fiéis, justamente por saber e por ter ele mesmo
experimentado seus maravilhosos efeitos. Esse seminarista que ignora as coisas mais
elementares da vida espiritual, talvez com o tempo estude mais a Bíblia e passe
a interpretá-la melhor, à luz do Sagrado Magistério, para assim saber, por exemplo,
que na Bíblia a palavra ‘servo’ equivale a escravo, pois naquela época não
havia distinção entre uma coisa e outra. Assim é comum em suas cartas os apóstolos se apresentarem como servos,
ou seja, como escravos do Senhor, ou ainda, para eles era uma honra pertencer a
Jesus, ser uma propriedade de Deus. Jesus nos trata como filhos e irmãos, mas nós
pertencemos a Ele, somos suas propriedades, por Ele criados e resgatados pelo
seu Preciosíssimo Sangue. Ademais, a Bíblia nos diz que Jesus e Maria se fizeram
Escravos por amor de nós (Filipenses 2,7;Lucas 2,51).É portanto, muito adequado
que nos façamos escravos por amor também, a Eles. É caríssimo… O citado
seminarista se quiser ser um bom sacerdote necessitará estudar um pouco melhor
a fé e a espiritualidade católica. Tudo quanto ele falou apenas evidenciou a
monumental ignorância que o mesmo possui em relação a essa Total Consagração e
sua relação com a fé católica. Sei que esse desconhecimento se estende a muitos outros seminaristas,
sacerdotes e mesmo muitos bispos, que pensam ter o direto de condenar ou
desaprovar o que a Santa Igreja já aprovou e recomendou. Esse espírito contrário à devoção e a piedade
por boa parte do clero, evidencia o estado de doença espiritual no qual se
encontra o mundo e boa parte dos membros da Igreja de Deus. Quanto a você só lhe recordo que as correntes não são obrigatórias,
aliás, como nenhuma prática externa da Total Consagração, mas, como diz São
Luís de Montfort, são vivamente recomendadas...Que Deus siga te abençoando, mas pense bem se vale
a pena entrar em um seminário onde a doutrina da Igreja não é bem aceita ou bem
ensinada. Que Deus mesmo, te providencie um seminário onde você possa aprender
a Sã doutrina católica e vivenciar uma boa espiritualidade. A Igreja e o mundo necessitam de padres santos, que tenham coragem de
amar a Deus e as pessoas a ponto de serem verdadeiros com elas; e de lhes
proporcionar a graça de Deus para conduzi-las ao céu. Em nossos dias, em que a
apostasia se alastrou e atingiu parte significativa das lideranças da Igreja, é
muito comum encontrar padres e até mesmo bispos que se opõe às mais santas
práticas consagradas e recomendadas pela
Santa Igreja.”
Pe.
Rodrigo Maria
A
pretexto de uma interpretação
"atualizada” da fé, muitos acabam por desprezar e mesmo combater à Santa
piedade, que posteriormente descamba para o
secularismo ateísta!
Ou
seja, transformando a Igreja naquilo que nosso querido papa Francisco tanto nos
alerta, em uma mera ONG! Entre as coisas santas contra as quais alguns se
insurgem está a Total consagração à Santíssima Virgem ou Santa Escravidão de
Amor. Muitos ignoram solenemente o fato que
esta consagração foi e é sumamente aprovada, louvada e indulgenciada pela Santa
Igreja na sua mais alta instância, ou seja, por vários Papas, de modo que um
padre ou bispo, ou qualquer outra liderança que se pretenda católica, não pode
se opor a essa santa prática sem jogar por terra os fundamentos mesmos de nossa
fé. A Santa Escravidão de Amor é radicada na renovação dos votos
batismais, o que faz com possua uma atualidade pastoral perene, uma vez que
toda a vida cristã consiste em viver o batismo, no esforço para repetirmos em
nossa vida a doutrina e o exemplo da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. A Santa Escravidão não é ”moda”, nem sai sai de
”moda”…é atualíssima e muito útil para nos ajudar a perseverar e crescer na
graça de Deus.Fazer ou não esta
consagração é uma decisão pessoal do fiel e não depende da autorização ou
aprovação de nenhuma autoridade local, sejam bispos, sacerdotes ou
coordenadores de grupos,
pois a mesma já foi aprovada e recomendada pela Igreja aos seus fiéis como
modo de renovação batismal e crescimento espiritual.
O maior interessado
em que essa consagração não seja conhecida, nem vivida, é satanás, por isso ele, junto com todo o inferno, quis
destruir o Tratado e o escondeu por 130 anos!
Ao contrário, Jesus lá na Cruz nos consagrou aos
cuidados e à maternidade de sua Mãe Santíssima quando lhe disse: "Mulher eis aí o seu filho (João
19,26-27), foi Ele também quem disse a João que não era filho de Maria: Filho
eís aí a tua Mãe”. Também em Fátima, Nossa Senhora disse:
"Meu Filho quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”,
a qual consiste nesta consagração de abandono e entrega como explicou a Ir.
Lúcia de Fátima. Jesus quer expressamente que nos consagremos…mas o diabo não quer esta
consagração. A
quem iremos obedecer? De que lado estão as lideranças que combatem esta
consagração?
Seguem as diversas aprovações e recomendações de
numerosos Papas:
1-
Clemente VIII (1592-1605) – Confere grande indulgência a Confraria dos
Escravos de Maria, estabelecida nos
conventos religiosos do Hospital de Caridade, no Bairro São Germano, em Paris,
assim como aos que trazem consigo e recitam a Coroinha de Nossa Senhora.
2-
Gregório XV (1621-1623) –
Confere indulgências aos Escravos de Nossa Senhora.
3-
Urbano VIII (1623-1644) – Este Soberano Pontífice, consultado sobre as
práticas exteriores da Santa Escravidão de Amor, especialmente sobre o uso das
correntes, aprovou de modo elogioso tão louvável fervor, escrevendo a Bula
‘’Cum sicut accepimus’’(de
20 de julho de 1631), onde concede grande número de indulgências aos escravos
de Maria.
4-
Alexandre VII (1655-1667) – Expediu uma bula, a 23 de junho de 1658, na
qual, por motivo da organização da “Sociedade da Escravidão Mariana’’ em
Marselha, no Convento dos Padres Agostinianos de Provença, acrescenta muitas
outras consideráveis indulgências àquelas
já concedidas po Urbano VIII aos escravos da Santíssima Virgem.
5-
Pio IX (1846-1878) – É sob seu pontificado que, a 12 de maio de 1853, se
promulga em Roma o decreto que declara que os escritos do Padre Luís Maria
Grignion de Montfort eram isentos de todo erro, que pudesse obstar-lhe a beatificação.
6-
Leão XIII (1878-1904) – Beatificou o Padre de Montfort e morreu renovando
sua Total Consagração a nossa Senhora e invocando o nome do então Beato Luís Maria
de Montfort.
7-
São Pio X (1904-1914) – Tinha uma singular estima à Total Consagração, e
especialmente ao Tratado da Verdadeira Devoção. Quando pensou em compor a encíclica
comemorativa do Jubileu da Imaculada Conceição, disse ter lido muitas vezes o
Tratado escrito por Montfort. Releu-o tantas vezes, que chegou a reproduzir o
pensamento, e não raro, as expressões utilizadas pelo santo missionário. Ao responder ao pedido do Procurador Geral dos Padres Monfortinos para
que abençoasse seu apostolado de difusão da Total Consagração à Santíssima
Virgem, o Santo Papa disse: ‘’Acendendo ao vosso pedido, recomendamos vivamente
o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, tão admiravelmente escrito
belo Beato de Montfort; e a quantos lerem este Tratado concedemos, de todo
coração, a benção apostólica’’. Sob o pontificado deste grande Papa a Santa
Escravidão foi definitivamente organizada em associação, tanto para os
sacerdotes, como para os fiéis. A Arquiconfraria de Nossa Senhora, cujo fim é a prática da Santa
Escravidão foi ereta canonicamente pelo Papa São Pio X a 28 de abril de
1913. São Pio X foi o primeiro a se
inscrever na confraria dos padres escravos de Nossa Senhora, seu nome figura
como o primeiro da lista.
8-
Bento XV (1914-1922) – Em carta a família Monfortiana escreveu: ‘’O
Tratado da Verdadeira Devoção é um livro pequeno em tamanho, mas de uma grande
autoridade e de uma grande unção. Possa
ele espalhar-se mais e mais, e avivar o espírito cristão em um grande número de
almas”.
9-
Pio XII (1939-1958) – Canonizou São Luís de Montfort em 1947 e tinha uma grande relíquia desse santo em
sua capela particular.
10-
São João Paulo II (1978-2005) – Fez sua Total Consagração quando ainda era
seminarista. Foi um grande devoto de São Luís Maria G. de Montfort a quem
chamava de mestre da vida espiritual. Foi um dos maiores apóstolos da Santa
Escravidão Mariana em nossos tempos, ao ponto de fazer da Total Consagração o
lema de seu pontificado. Seu ‘’Totus tuus’’, correu o mundo e deu testemunho de
sua grande estima a esta grande espiritualidade. Escreveu a família Monfortiana
dizendo que: ‘’não se deve deixar escondida’’ esta consagração.
11-
Bento XVI (2005-2013) – Durante seu pontificado foi convocado o ano
sacerdotal (2009-2010) em cujo encerramento foi distribuído para todos os
sacerdotes presentes na Praça da Basílica de São Pedro, uma cópia do “Segredo
de Maria’’, uma espécie de resumo do Tratado da Verdadeira Devoção, escrito também por São Luís de Montfort.
1- O que é a Santa Escravidão de amor a Jesus por Maria ?
É confiar nela como o próprio Deus por
meio de Cristo foi submisso a Maria conforme está escrito : "E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso."
(Lucas 2,51)
Ora,
a dedução é simples: Se o próprio Cristo foi submisso a Maria, por que não nós
também? Maria é a "forma Dei, ou seja, a fôrma de Deus para reproduzir
outros Cristos.A total consagração à Nossa Senhora, ou a santa escravidão de
amor é a entrega de tudo que somos e possuímos à Santíssima Virgem para que
através dela possamos mais perfeitamente pertencer a Deus. A finalidade
desta total entrega a Nossa Senhora é nos unir a Jesus Cristo e nos fazer
crescer em sua graça. Nos
entregamos totalmente a Nossa Senhora para que ela nos ensine a cumprir em
nossa vida a Santíssima vontade de Deus. São Luís Maria de Montfort chama a
Santa Escravidão de Amor de “A Verdadeira Devoção”, simplesmente porque ela nos
mostra quem é Nossa Senhora, qual seu lugar no plano de salvação e sua missão
na vida da Igreja e de cada um de nós. A doutrina da Santa escravidão nos faz ver e
compreender que Jesus nos deu Maria como verdadeira mãe, mestra e educadora, e
ao mesmo tempo nos convida e nos faz lançar aos cuidados desta boníssima
Senhora atendendo ao mandato de Jesus que olhando para nós nos diz: “Eis aí tua
mãe”. Assim pela total
consagração de nós mesmos à Santíssima Virgem estamos dizendo nosso sim a Jesus
que no-la deu por mãe, a fim de que Ela nos ensine a fazer tudo que Ele
mandou. Do
ponto de vista pastoral a necessidade e eficácia da total consagração a Nossa
Senhora são sempre atuais, uma vez que esta consagração e devoção não são mais
que a perfeita renovação das promessas do nosso santo batismo.De fato os
concílios assim como muitos Papas falaram sobre a necessidade de se recordar os
cristãos os votos de seu batismo e de seu estado de pertença a Deus, assim pela
Total Consagração, nós agora por nós mesmos, renovamos nossas promessas
batismais, recuperando a consciência de nosso estado de pertença a Deus.Tudo isso através de Maria, como
quer Jesus, para que Ela nos ensine a sermos fiéis a nossa adesão a Cristo bem
como da renúncia de todo mal.
2- O que acontece conosco, quando nos consagramos a Cristo
pelas mãos Maria? Escravos por Amor?
Com
isso nós confirmamos a soberania de Deus e da Santíssima Virgem em nossas
vidas, entregando TUDO que somos e temos a Jesus pelas mãos de Maria. Aqui,
TUDO quer dizer TUDO! Nosso corpo com todos os nossos bens materiais e nossa alma com todas as
nossas riquezas espirituais, nossos pensamentos, nossos desejos e quereres.
Assim, mesmo os méritos de nossas orações, sacrifícios e boas obras passam a
pertencer a Maria Santíssima para que Ela possa usá-los como melhor lhe
aprouver. Pela
Santa Escravidão de Amor a Cristo por Maria, passamos a não possuir mais nada.
Tudo passa ser de Maria, para que deste modo tudo possa ser de
Deus. Quando fazemos esta consagração e a vivemos obtemos um aumento
admirável em nosso “Capital de Graças”, e por isso nos santificamos mais
rapidamente e de maneira mais perfeita e segura. Com efeito, Maria Santíssima é um caminho
fácil, curto, seguro e perfeito para nos unirmos a Jesus e crescermos em sua
graça. Santo
Agostinho, diz que Maria é o molde de Cristo (forma DEI). Por sua vez, diz São Thomas de Aquino, que a nossa vida
cristã consiste em refazer em nós a imagem e semelhança de Deus perdida pelo
pecado, ou seja, devemos nos tornar semelhantes a Jesus em nossa maneira de
ser, pensar e agir. Devemos imprimir em nossa alma a fisionomia de Nosso
Senhor, para amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, viver como
Jesus viveu...etc (Filip. 2,5) - Para isto nada mais oportuno do
que esta consagração, uma vez que Maria Santíssima é o grande molde no qual foi
formado Jesus.
Assim, todo
aquele que se lançar e desmanchar dentro deste molde sairá com as feições de
Jesus. A consagração é a maneira pela
qual nos lançamos neste molde perfeito e a vivência dessa devoção é a maneira
pela qual nos desmanchamos no mesmo molde, ou seja quando nos entregarmos
totalmente a Maria, Ela nos ensinará
a ser, pensar e viver como Jesus.
3- Quem pode fazer esta total consagração, e como fazê-la?
Assim, todo
aquele que se lançar e desmanchar dentro deste molde sairá com as feições de
Jesus. A consagração é a maneira pela
qual nos lançamos neste molde perfeito e a vivência dessa devoção é a maneira
pela qual nos desmanchamos no mesmo molde, ou seja quando nos entregarmos
totalmente a Maria, Ela nos ensinará
a ser, pensar e viver como Jesus.
4 – Como
fazer esta consagração?
A seqüência de preparação é a seguinte:
I -
Doze dias preliminares - Para desapego do espírito do mundo a aquisição do
Espírito de Deus. Onde
se medita nossa vocação à santidade, desprendendo-se de tudo que possa nos
atrapalhar a sermos santos para irmos para o céu.
II -
Primeira semana - Para o conhecimento de si mesmo. Trata-se de um período para
fazermos um profundo exame de consciência a partir do que devemos nos
aperfeiçoar, buscando em tudo sermos agradáveis a Deus.
III -
Segunda semana - Para o conhecimento da Santíssima Virgem, de sua pessoa, sua
missão, das graças das quais Ela é repleta, de suas sublimes virtudes, de seus
privilégios, etc. De
forma que conhecendo-a melhor, possamos amá-la mais e honrá-la como Ela merece
ser honrada.
IV -
Terceira semana - Para o conhecimento de Jesus Cristo nosso Fim Último, nosso
Grande Deus e Senhor. Aqui devemos meditar no Mistério da vinda, da vida,
paixão, morte e Glorificação de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Devemos contemplar a
encantadora vida de Jesus, sua pessoa e sua doutrina, para que assim possamos
crer nele com profunda convicção, amá-lo com amor abrasado, de forma, a
despertar em nós um grande desejo de fazê-lo conhecido, amado e adorado, por
todos.
ATENÇÃO!!! - Durante esta preparação de um mês, faz-se
uma confissão geral e no dia escolhido (de preferência uma festa Mariana)
participasse do Santo Sacrifício da Missa e se recebe Jesus no Santíssimo
Sacramento. Depois da Ação de
Graças (e como Ação de Graças) se recita a fórmula da Consagração que deve
estar previamente copiada (de preferência de próprio punho) e se assina. Quando o sacerdote tem conhecimento da
consagração e a apoia, pode-se pedir que ele assine a folha como
testemunha oficial da Igreja, e abençoe os sinais da Consagração (medalhas,
escapulários, cordões, terços ou cadeia de correntes).
5- Como deve viver um
consagrado a Jesus por meio de Maria, e quais suas obrigações?
-Prática
interior – O essencial desta devoção consiste em fazer todas as coisas por
Maria, com Maria, em Maria e para Maria, para mais perfeitamente fazê-las por
Jesus, com Jesus, em Jesus e para Jesus. Viver num estado de abandono
e confiança para com Nossa Senhora, confiando a ela todas as nossas
necessidades, problemas, sofrimentos, alegrias, decisões, negócios...
etc. Como uma criança pequenina, segurar nas mãos desta boa mãe e
deixar-se conduzir por ela. Em tudo recorrer a Ela. Fazer tudo do jeito dela.
Louvar a Deus e adorá-lo com o coração dela.
-Práticas
exteriores – Também devemos cantar as glórias de Maria, honrá-la com todo amor,
anunciando sua dignidade e seus privilégios, ensinando a todos e em todo
lugar o que é a verdadeira devoção a Ela.
-Devemos
contemplar os mistérios do Santo Rosário, participar de suas festas,
inscrever-se em suas confrarias, fazer e renovar sempre a Consagração a Ela
(anualmente), e
levar as pessoas a fazerem o mesmo.
-Usar
os sinais visíveis da consagração de nosso amor a Jesus por meio de Maria
Santíssima nossa mãezinha!
ATENÇÃO!!!
É preciso entretanto observar que estas práticas não são essenciais, mas são utilíssimas para
exteriorizar nosso amor a Jesus e Maria e edificar nosso próximo no exercício das virtudes, principalmente aquelas quatro
mais presentes em Maria:
-O
Louvor: Lucas 1,46-55
-O
silêncio contemplativo: Lucas 2,19
-Compreender
para melhor crer: Lucas 1,34
-Humildade:
Lucas 1,48
6- A difusão e a prática generalizada da Santa Escravidão de Amor levará ao Triunfo do imaculado Coração da Santíssima Virgem, e ao reinado de Jesus com Maria!
Por
fim, é importante lembrar que a Santa Escravidão de Amor, no pensamento e na
doutrina de São Luís de Montfort, não é “mais uma devoção”, e muito menos “uma
devoção qualquer”, é sim, o meio que a providência divina escolheu para
estabelecer no mundo o triunfo de Maria e em conseqüência o reinado de
Jesus. Se,
portanto queremos que venha logo o prometido Triunfo do Coração de Maria e o
Império de Jesus sobre toda humanidade, procuremos todos fazer, viver e
propagar a Santa Escravidão de Amor.
Tradicionalmente,
a Igreja sempre viu na figura apocalíptica da “mulher revestida de sol” (Ap
12,1-18), um símbolo de si mesma e da Virgem Maria. Em sua encíclica “Ad diem illum”, São Pio X, por exemplo, ensinava que:
“ora, ninguém ignora que essa mulher significa a Virgem Maria, que, sem
violentar sua integridade, engendrou nossa Cabeça.” (parágrafo 16). Pio XII, ao
proclamar o dogma da assunção de Nossa Senhora, também recordou: “Os doutores
escolásticos vislumbram igualmente a assunção da Mãe de Deus não só em várias
figuras do Antigo Testamento, mas também naquela mulher, revestida de sol, que
o apóstolo S. João contemplou na ilha de Patmos (Ap 12, l)” (Munificentissimus
Deus, 27). Para Bento XVI ela “representa ao mesmo tempo Nossa Senhora e a
Igreja. Antes de tudo a ‘mulher’ do Apocalipse é Maria… além de representar
Nossa Senhora, este sinal encarna a Igreja, a comunidade cristã de todos os
tempos.” (Discurso na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada
Virgem Maria, Quinta-Feira, 8 de Dezembro de 2011). Obviamente a gigantesca maioria dos
protestantes sempre rejeitou a identificação de Maria com a “mulher” do
Apocalipse, preferindo interpretações exclusivas com referência à Igreja ou à
Israel. Desde o início da crise na Igreja em 1960, no entanto, a interpretação
mariana do texto passou a ser desfavorecida nas academias católicas, tendo,
mesmo diante de uma forte Tradição interpretativa no Magistério de vários
Soberanos Pontífices, vários teólogos “católicos” passado a questioná-la ou
mesmo a negá-la, baseando-se supostamente no chamado “método crítico-histórico”
de exegese das Sagradas Escrituras. Com o surgimento da literatura apócrifa no século III marca o momento em
que a Igreja passa a reconhecer com mais destaque o papel de Maria na história
da Salvação. Os Dogmas sobre Jesus já estavam em processo de sedimentação.
Restava valorizar a presença de Maria. Por isso, alguns textos bíblicos foram
sendo interpretados à luz da presença de Maria. Um deles é Ap 12,1-10, que não
é mariano, mas foi entendido como tal a partir do século IV. O
texto de Apocalipse 12,1-10 trata, em linguagem apocalíptica, da realidade de
perseguição dos primeiros cristãos. Interpretá-lo na perspectiva mariana
significa atualizá-lo. A linguagem apocalíptica é de esperança e não de medo.
Os primeiros cristãos são chamados a resistir, e esperar diante do Dragão, o
império romano, que os perseguia. O poder do mal é forte, parece invencível, tem sete
cabeças, sete chifres e sete diademas. Sua cor é vermelha, o que simboliza o
sangue derramado por ele. O
dragão, apesar de toda a sua força, será derrotado pela força do ressuscitado,
que derramou sangue de vida nova. Resta-nos, agora, entender esses simbolismos
apocalípticos em nosso tempo. Quais dragões que precisamos vencer? Quem são, como
o Nero de ontem, as bestas imperfeitas do 666? Nero que incendiou Roma com
tochas de fogo formadas por cristãos queimados vivos. Aliás, muitos de nós
perdemos o vigor do ser cristão hoje, mas os Neros continuam vivos!
São Luís Maria Grignion de Montfort e o "Reino
de Maria" (por que um Reino de Nossa Senhora?)
Porque “foi por intermédio da Santíssima Virgem Maria que Jesus Cristo veio ao
mundo, e é também por meio d’Ela que Ele deve reinar no mundo” ensina o grande mariólogo São Luís Maria Grignion
de Montfort, em seu Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem (SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE
MONTFORT. Traité de la vraie dévotion à la Sainte Vierge, n.1) - Contudo, poder-se-ia perguntar: se o
próprio Jesus Cristo disse a Pilatos que seu Reino não era deste mundo (cf. Jo
18, 36), como explicar um reinado d’Ele através de sua Mãe Santíssima aqui na
terra? Não estaria São Luís
Grignion se referindo ao reinado de Nossa Senhora na eternidade, findados os
séculos? Ou ao seu título de Rainha do Céu e da terra, o qual Ela recebeu tão
logo subiu aos Céus e foi coroada pela Santíssima Trindade? Não! O que São Luís Grignion afirma, quando fala de um
reinado temporal de Maria, é que Ela será, de fato, Rainha dos homens e
exercerá sobre a humanidade um governo efetivo. Nessa época, diz ele, “as almas respirarão Maria, como os corpos
respiram o ar”. (SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE
MONTFORT. Traité de la vraie dévotion à la Sainte Vierge n.217) - Será
uma nova era histórica, na qual a graça habitará no coração da maioria dos
homens, e estes serão dóceis à ação do Espírito Santo, através da devoção a
Maria: “Ocorrerão coisas maravilhosas neste mundo, onde o Espírito Santo,
encontrando sua querida Esposa como que reproduzida nas almas, virá sobre elas
abundantemente e as cumulará de seus dons, particularmente do dom de sabedoria,
para operar as maravilhas da graça”.Será um tempo feliz, um “século de Maria,
no qual inúmeras almas escolhidas e obtidas do Altíssimo por Ela, perdendo-se a
si mesmas no abismo de seu interior, se tornarão cópias vivas de Maria, para
amar e glorificar Jesus Cristo”. (SÃO LUÍS MARIA
GRIGNION DE MONTFORT. Traité de la vraie dévotion à la Sainte Vierge n.217) - Sem embargo, como tudo isso se efetivará, se vemos
nosso mundo num estado tão lastimável? Até temos dificuldade de imaginar uma
era na qual reinem entre os homens a virtude e a aspiração pela santidade - É
ainda São Luís Grignion de Montfort quem nos explica como se dará esta
maravilha, numa das mais admiráveis orações que já foi composta por alguém, sua
Oração Abrasada: “O
Reino especial de Deus Pai durou até ao dilúvio e terminou por um dilúvio de
água; o Reino de Jesus Cristo terminou por um dilúvio de sangue, mas o vosso
Reino, Espírito do Pai e do Filho, continua até o presente e será terminado por
um dilúvio de fogo, de amor e de justiça” (SÃO
LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Prière Embrasée, n.16). Deverá cair sobre a terra uma chuva do fogo
abrasador do Espírito Santo que transformará as almas, tal como se deu com os
Apóstolos (cf. At 2, 3), reunidos no Cenáculo com Maria Santíssima depois da
Ascensão de Jesus (cf. At 1, 14), nos primórdios da Igreja nascente. De medrosos e covardes que foram durante a Paixão de Nosso Senhor,
transformaram-se em heróis da Fé, destemidos e dispostos a tudo, para ir por
todo o mundo e pregar “o Evangelho a toda criatura” (Mc 16 ,15). Por isso, podemos dizer, com São Luís Grignion, que
a vida da Igreja é um Pentecostes prolongado, no qual o Reino do Espírito Santo
se soma ao Reino de Cristo, como este se somou ao Reino de Deus Pai. E nesse Reino previsto por ele, a sociedade temporal crescerá tanto em
dignidade que os homens, ainda que vivendo nesta terra de exílio, serão
semelhantes aos habitantes do Céu!
Maria: Rainha no sentido mais excelso!
A
realidade dos fatos nos mostra que a sociedade moderna é como um edifício em
ruínas, sobretudo se comparado aos tempos em que “a filosofia do Evangelho governava os Estados”, nas palavras de Leão
XIII em sua Encíclica Immortale Dei. No entanto, é certo que a restauração dessas ruínas
será gloriosa, pois o Reino de Maria será a plenitude do Reino de Nosso Senhor
Jesus Cristo, uma
vez que a devoção a Nossa Senhora é a devoção, a misericórdia e o amor de Nosso
Senhor levados ao último dos requintes. Não será, entretanto, só um tempo em
que a filosofia do Evangelho governará os povos; indo ainda mais longe, será a
edificação da Cidade de Deus descrita por Santo Agostinho, na qual a cultura, a civilização, o Estado e a
família, enfim, todos os elementos que constituem a vida neste mundo viverão do
amor a Deus. Diz belamente São Bernardo que “Nossa Senhora, por ser a Rainha dos Céus, é misericordiosa. E,
sobretudo, é a Mãe do Filho Unigênito de Deus. Não há nada que nos convença
mais da grandeza de seu poder ou de sua piedade, a não ser que alguém pudesse
duvidar da honra que o Filho de Deus tributa à sua Mãe”. (SÃO BERNARDO DE CLARAVAL. Sermón Primero, en la
Asunción de Santa María, n.2. In: Obras completas. 2.ed. Madrid: BAC, 2006,
v.IV, p.339) - Assim,
esta nova era histórica deverá chamar-se, com toda propriedade, Reino de Maria,
justamente porque as graças que a Igreja receberá virão por meio d’Aquela que é
a Medianeira de todas as graças. E será mesmo necessário que a devoção a Nossa
Senhora seja plena, como Ela disse em Fátima ser o desejo de Deus (isso foi revelado na aparição de
13 de junho, na qual a Virgem Santíssima revela: “[Deus] quer estabelecer no mundo a devoção a
meu Imaculado Coração. A quem a aceita, prometer-lhe-ei a salvação e estas
almas serão amadas de Deus, como flores colocadas por Mim para enfeitar o seu
trono” (IRMÃ LÚCIA,
op. cit., n.4, p.175). para que haja o triunfo de seu Imaculado
Coração. Ora, quando a devoção a Ela é plena, é porque Ela reina e é Rainha no
sentido mais excelso; logo, é o Reino de Maria.O Reino de Maria será, por conseguinte, a glória de Deus, de sua Mãe
Santíssima e da Santa Igreja Católica; a bem dizer será um esplendor tal da luz da
virtude que sobrepujará, em domínio, o que foram as trevas desta época em que
vivemos: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5, 20). Ele deverá
conter em si uma reparação de todo o mal praticado no passado, e sobretudo em
nossos dias, realizando, afinal, a vontade de Deus nesta terra, como ela é
realizada no Céu.
Plenitude e perfeição da Igreja!
Na Mensagem de Fátima, portanto, fica patente que a vinda do Reino de Maria é algo irreversível. Mas não apenas isso, o reinado da Virgem Santíssima trará consigo uma nova plenitude e perfeição à Igreja, pois à punição seguir-se-á a misericórdia: o Reino de Maria virá por um ato de clemência de Nossa Senhora, uma vez que a afirmação “meu Imaculado Coração triunfará” significa dizer que a misericórdia e a bondade de Nossa Senhora triunfarão. Depois de obter para o mundo um castigo regenerador, Ela o cumula de dons. O Reino de Maria será, assim, uma grande reconciliação, indispensável para que a Igreja alcance a perfeição a que foi chamada.Teria sido contrário aos planos da Providência que Nosso Senhor não atingisse a plenitude de seu desenvolvimento físico, moral e intelectual, em sua humanidade santíssima, antes da morte de Cruz, pois Ele não poderia ter vindo ao mundo sem completar o seu curso, sem chegar à sua perfeição, tal como se deu.Partindo do princípio de que tudo o que diz respeito a Nosso Senhor pode e deve ser aplicado ao seu Corpo Místico, também não estaria de acordo com os planos da Providência que o mundo terminasse sem que a Igreja atingisse a perfeição a que foi chamada. Ora, no passado, em nenhuma época histórica depois de Cristo, ela chegou ao seu apogeu de perfeição; logo, a perfeição ainda terá de vir e nada a poderá impedir. Por tal razão, o desejo do advento do Reino de Maria deve estar presente na alma de todo católico, como um sopro da graça, uma certeza posta na alma por ação do Espírito Santo, pois aquele que perde esta esperança é como se deixasse o amor a Deus ir embora de seu coração. Antes, porém, devemos transformar nossa realidade de sofrimento, angústia, e dores, em situações de glória e vida plena e abundante! Que Maria interceda a Deus por nós seus mais indignos e incapacitados servos, que ela nos cubra com seu manto de mãe. Ela que é a forma Dei, é nossa mãe na fé, a qual queremos voltar sempre! Por isso, a queremos sempre. Caminhar com ela, na fé, é acreditar que também seremos assuntos ao céu!
“Eis a Virgem. Qual? A
distinta de todas as mulheres, a eleita de todas as virgens, o excelente
ornamento de nossa natureza, a glória de nossa raça, a que libertou Eva da
vergonha e Adão da ameaça e decapitou a ousadia do dragão.” (Hesíquio de
Jerusalém, Oratio V, PG 93, 1465A).
Existe uma oração antiquíssima que vem do Egito:
“Debaixo da Vossa proteção
recorremos Santa Mãe de Deus..." - Em grego, debaixo da proteção, originalmente seria:
"Dentro do Vosso útero nos refugiamos Santa Mãe de Deus". Os
cristãos, desde o ínício, não diziam: “Mãe, intercede aí!” Ela é a
intercessora. Mas eles dizem: “Nós nos refugiamos debaixo da vossa proteção”. Como Maria tem poder? Uma
mulher que luta contra o dragão, como poderia lutar se não tivesse poder? Ela
só pode ter poder graças à união hipostática com seu filho, que o cabeça da
Igreja(I Cor 12,26-27).Você precisa estar unido a Deus a tal ponto de se tornar santo! Nós
precisamos ser outro Cristo, ser como Jesus. Precisamos ser tão configurados a
Cristo que as pessoas vejam Cristo em nós. Tudo aquilo que a Igreja faz é gerar
Cristo em nós. Com
o sacramento da crisma, Deus Pai envia o Ungido para gerar Cristo em nós. Deus
Pai envia o Espírito para que comunguemos o Cristo. Com a unção dos enfermos
Deus Pai envia o Cristo em nós, para nos tornarmos santos e guerreiros do
Senhor. No sacramento do matrimônio Deus Pai envia o Espírito Santo, para gerar
o Esposo da Igreja em nós. É o resumo da nossa vida cristã.Quando Deus Pai enviou o Espírito foi no
ventre de quem? De Maria. Quando nos colocamos no ventre de Nossa Senhora, sob
a proteção dela, estamos dizendo: “Maria, a senhora é a 'padeira', faça com que
aumentem esses 'pães' [da fé em Deus]". No livro "O Tratado da
verdadeira devoção" São Luís diz que Deus é quem faz e Maria
distribui as graças.
MAS,
ATENÇÃO! Muitos(a) farão a
consagração e verão frutos concretos, porque contemplam as disposições
interiores, já outros(as) farão a
mesma consagração, e nada vai acontecer de concreto, porque "a pessoa não está
com as disposições interiores necessárias para produzir seus frutos e eficácia!" Ou seja, faz apenas por fazer, ou por status. Muitas vezes as mudanças concretas só virão em
renovações posteriores à esta consagração. Portanto, não adianta sair por ai
“OSTENTANDO que é um consagrado(a) a Jesus pelas mãos de Maria”, sem viver
concretamente sua consagração, pois ela será infrutífera!
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