Muitas pessoas
Católicas de caminhada, ou não, encontram dificuldades em ensinar e ter aquela
convicção sobrenatural de que a Igreja Católica é a verdadeira Igreja de
Cristo! Não queremos com isso tirar o direito de outros grupos Cristãos, que não sejam católicos, de pregarem, longe disso, pois não foi essa a pedagogia de Jesus (confr. Marcos 9,38-40), e também, não foi essa a atitude e conselho do apóstolo Paulo (confr. Filipenses 1,15-18). Porém, isso acontece porque, hoje em dia, espalhou-se uma "cizania proposital" e diabólica entre as pessoas, a acharem que a Igreja Católica seria apenas
mais uma entre as outras tantas denominações que surgem todos os dias em algum
bairro, garagem, e fundo de quintal por aí. Quanto a essa legitimidade apostólica da igreja, Jesus também, deixou muito claro (confr. Lucas 10,16).
As pessoas tendem a pensar em Igreja como
uma placa ou marca que se pode escolher a doutrina conforme o gosto e a
preferência do freguês, onde as pessoas vão lá para ouvirem o que querem e não
o que realmente precisam! Com base nessa
opinião, cai-se no erro comum de pensar que a única diferença substancial entre
o catolicismo e o protestantismo seja apenas o nome, ledo engano! A diferença é muito mais
que isso! Para desfazer esse nó na cabeça de muitas pessoas, a primeira coisa
que lhes deve ser ensinada é a união íntima, eterna, indissolúvel,
irrevogável, sem volta atrás, ou seja, sem arrependimentos (confor. Romanos
11, 29) entre Cristo e a Igreja, conforme está descrita no Concílio Vaticano II:
“Como esposa imaculada do Cordeiro
imaculado, a qual Cristo ganhou e por quem Se entregou, para a santificar (Efésios
5, 25-26), uniu a Si por um
indissolúvel vínculo, e sem cessar a alimenta
e a conserva” (Lumen Gentium, I, 6).
Tal eclesiologia
é não só diferente da que professam os protestantes, mas encerra um significado
único e todo particular que torna a Igreja Católica a primeira e incomparável, esposa
do Senhor! Porém, não sejamos ingênuos! O magistério católico pode até convencer
a quem é católico, mas, e quem não é? Principalmente os protestantes? Como estar
plenamente convencido disso, usando como fundamento apenas as escrituras para
convencer a si mesmo e aos demais que trazem suas legítimas dúvidas? (confr. 1Pedro
3,15).
i - A FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA DE QUE "A IGREJA
CATÓLICA É A ÚNICA LEGITIMAMENTE FUNDADA POR CRISTO E ENTREGUE A PEDRO" E ASSIM,
SUCESSIVAMENTE, ATÉ O NOSSO ATUAL PAPA:
A primeira fundamentação bíblia que todo católico deve saber de cor, é essa revelada pelo próprio Nosso Senhor Jesus Cristo:
Mateus 16,18: "Também Eu
te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e
as portas do inferno não prevalecerão contra ela!"
Diante de
tal afirmativa desconcertante, logo vem os protestantes tentando refuta-la
dizendo que Jesus e não Pedro, ou os apóstolos, é a pedra angular, ou de esquina (sem saber onde essa pedra fica na construção):
"Nunca lestes estas palavras da Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular." (Marcos 12, 10)
COMO CATÓLICOS ESCLARECIDOS, ESSA QUESTÃO É RESOLVIDA DE FORMA SIMPLES, E TENDO COMO BASE A PRÓPRIA ESCRITURA:
"Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus" (Efésios 2, 20)
Muitas lideranças protestantes dizem que a Pedra a qual Jesus edifica a Igreja é Ele mesmo, ou seja, Jesus edifica a Igreja em cima de si próprio. Mas esta argumentação não se sustenta pela própria escritura.Vamos citar apenas um versículo, que vai mostrar a resposta cabal a todos os protestantes: “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito” (Efésios 2,20-22).Portanto, a Pedra fundamento, ou seja, "Aquela" que Jesus se refere quando diz: "e sobre esta pedra edificarei minha Igreja" (Mt 16,18), são os apóstolos e profetas, e não Ele mesmo, que na realidade é a Pedra Angular principal, que sustenta tudo (e que fica em cima (ver imagem logo acima). Todo pedreiro, mestre de obras, construtor, ou engenheiro civil, sabe disto). Portanto, esperamos que após, explicar e desenhar, não tenham mais dúvidas!
-Pedra Angular: Jesus Cristo - Fica em cima (é a pedra que sustenta toda e qualquer construção! Sem ela tudo desaba!).
-Pedra de esquina (Jesus): Fica sobre o alicerce (dos profetas e apóstolos).
ii - Bom, os protestantes revoltados, inconformados, e sem saída, partem para uma nova tentativa de descredenciamento da Igreja Católica, dizendo que ela foi fundada pelo imperador Constantino!
Dizem os protestantes em suas "achologias", que foi Constantino que fundou a Igreja Católica. Negam que a Igreja Católica tenha sido fundada pelo Senhor Jesus Cristo sobre Pedro conforme lemos em Mateus 16,18 - como se fosse possível negar que já antes de Constantino já existisse a Igreja com papas e sucessores de Pedro! Dizem ainda os protestantes que Lutero foi um homem levantado por DEUS para corrigir os "erros do catolicismo" (quais?) - Alguns o chamam de “anjo”.
Três incômodas perguntas que não calam:
1)-Se a Igreja Católica tivesse erros doutrinários e fosse obra de homens, como é possível ao protestante abraçar a sua pretensa reforma feita por um homem 1500 anos depois de Cristo? Quer dizer que a igreja Católica é obra do homem e sua reforma feita por outro homem Lutero é obra divina ?
2)-ATENÇÃO! “A qual Igreja pertenciam os 34 papas anteriores a Constantino então ?...”
3)-Se Deus estivesse inconformado com A IGREJA CATÓLICA, será que Ele já não teria destruído o Vaticano? Ora, por muito menos Deus destruiu Sodoma e Gomorra, não é isso que está escrito na Bíblia? Os erros destas duas cidades só atingiam seus moradores. Se a Igreja Católica propagasse erros que pusessem nossa salvação em risco, não seria isso muito mais grave que os pecados destas duas cidades?
Porem, eis o que diz a bíblia com relação a única e verdadeira Igreja erguida por Cristo sobre Pedro (conforme Mateus 16,18):
ATOS 5, 38-39 : “Agora, pois, eu vos aconselho: não vos metais com estes homens. Deixai-os! Se o seu projeto ou a sua obra provém de homens, por si mesma se destruirá; mas se provier de Deus, não podereis desfazê-la! Vós vos arriscaríeis a entrar em luta contra o próprio Deus. E todos aceitaram o seu conselho.”
PROMESSA DE CRISTO À IGREJA “VISÍVEL” ERGUIDA SOBRE PEDRO:
Mateus 16,18: “As portas do inferno jamais prevalecerão contra ela...”
Os protestantes lêem a bíblia, que nem papagaios, mas não escutam a voz de Deus, somente a suas próprias vozes e de seus "paxtor". Por isto diz o profeta: Escuta Isrrael...por isto Cristo disse aos apóstolos: Ide e Anunciai...Portanto, precisamos mais ouvir a palavra de Deus que ler a palavra, pois a letra mata, mas o espírito a vivifica. Interpretando muito distorcidamente os textos de Eusébio de Cesárea e de outros historiadores sobre o período de Constantino, os tendenciosos inimigos da ICAR concluem erroneamente que "Constantino foi o primeiro Papa"(?) e que uniu Igreja ao Estado.
Vamos aos "fatos históricos" e a devida REFUTAÇÃO às mentiras protestantes:
AFIRMAÇÃO PROTESTANTE: “Ora,
sabemos que Constantino I foi Imperador Romano, e que ostentou mesmo após sua
conversão ao Cristianismo o título pagão usado por todos os imperadores de
"Pontifex Maximus", visto então que não aboliu os cultos pagãos"
REFUTAÇÃO: Essa é uma inverdade muito fácil de refutar: Se Constantino inventou uma religião cristã-pagã e deu liberdade a essa religião por ele inventada (em 313), POR QUE ELE SÓ FOI BATIZADO NO FINAL DA VIDA (EM 337)?. Constantino levou o resto da vida para se converter de fato, e ser batizado no leito de morte. O bem que Constantino fez à Igreja foi imenso, porém sua atitude pessoal foi péssima até o final da vida (inclusive favorecendo o paganismo em algumas ocasiões) quando graças a Deus aceitou o batismo. Mas disto concluir que ele foi papa, ai já é detrurpação demais! Aliás, havia um papa nessa época, era São Silvestre I, que inclusive aprovou a reunião do Concílio de Nicéia convocada pelo Imperador Constantino, enviando como representantes papais dois clérigos. É errado dizer que Constantino uniu a Igreja com o Estado, visto que ele não tornou o cristianismo religião oficial do Império, tal fato só ocorreria posteriormente com o Imperador Teodósio I. No Edito de MIlão, Constantino concede apenas a "liberdade de culto para os cristãos", baseado numa ética de tolerância, que o imperador julgava necessária à paz no império.
Cabe agora perguntar: Constantino “FUNDOU” a ICAR ?
Definitivamente Não! Visto que a influência do Imperador nos assuntos religiosos era ínfima, bastando lembrarmos que a corrente cristã apoiada por ele ERA ARIANISTA e foi considerada herética pelo Concílio de Nicéia. Entretanto Constantino não retirou o seu apoio aos hereges, o que lhe valeu a oposição de muitos bispos, entre eles Santo Atanásio de Alexandria, cujo papel no combate a política pró-ariana de Constâncio II (filho e sucessor de Constantino) será notória na história eclesiástica do século IV.O Papa da época de Constantino São Silvestre só o batizou em seu Leito de morte, e já era 36º papa antes de Constantino, portanto, a ICAR já existia bem antes de Constantino!
Uma coisa é certa, "até mesmo Lutero, o fundador do protestantismo, reconhecia São Pedro como papa"! - Isso é claro na sua tese n.78 – Vejamos:
“Dizemos contra isto que qualquer papa, mesmo São Pedro, tem maiores graças que essas (as indulgências) a saber, o Evangelho, as virtudes, as graças da administração, ou da cura ,etc...como está escrito em I Cor. 12”.
Contra fatos NÃO HÁ ARGUMENTOS CONTRÁRIOS!
Cristo quis sim fundar UMA ÚNICA IGREJA "VISÍVEL" e fundou sobre Pedro (confr. Mateus 16,18)
III - OS PROTESTANTES AGORA PARTEM PARA SEU SUPOSTO E DEFINITIVO ATAQUE FINAL, DIZENDO A TODOS OS PULMÕES (COM SEUS LÍDERES BABANDO E ESBRAVEJANDO, CHEIOS DE ÓDIO, DE SEUS PÚLPITOS): "A IGREJA CATÓLICA SE DESVIOU, PORTANTO, NÃO PODE SER LEGÍTIMA"!
"Se somos infiéis, Deus permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo." ( 2 Timóteo 2,13)
Povo católico, o que vocês vão ler a seguir talvez os escandalize, mas não devemos perder de vista que a Igreja é formada por homens!
Lembrem-se de que até mesmo no seu núcleo original, formado por doze apóstolos escolhidos a dedo pelo próprio Cristo, havia Judas Iscariotes. Talvez esse fosse um sinal de que os cristãos nunca ficariam isentos da presença de traidores, mas que isso jamais invalidaria o fato de que a Igreja é, e sempre será, guiada e sustentada pelo Deus Vivo e assegurada a promessa de que as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela! (Mt 16,18).
Então, antes que algum crente, protestante, evangélico ou anticatólico se anime, vai um alerta:
Isto é fato histórico comprovado: nenhum pecado pessoal dos Papas pode causar, ou jamais causou qualquer arranhão no dogma da infalibidade papal (que não se confunda com impecância). Seja o papa santo ou pecador, ele é sempre infalível quando trata de questões de fé e moral, ensinando a toda a Igreja (ex-catedra).
Leão X, o Papa da ostentação e da época de lutero
Esse post é o ponto de interseção entre as nossas séries históricas mais populares e constantes: “A História dos Papas” e “Lutero”. Hoje falaremos do Papa que entrou para a história pela inabilidade em dar freio à malfadada reforma protestante! Claro que seria muita falta de senso colocar a culpa dos disparates protestantes em um único Papa desastroso. Leão X, por seus hábitos e temperamento, era reflexo dessa monstruosidade que foi o período da Renascença (aliás, se há um termo que merece ser “revisto” é esse: “Renascença” de quê? De tudo que não presta? Aí eu concordo). Leão X era um Médici, e como todo Médici era um desastre histórico ambulante! Existe uma frase que seria atribuída a Giovanni de Médici (nome de pia de nosso querido Leão X), que constaria em uma carta ao seu irmão, Giuliano de Médici, em que o aquele teria afirmado: “Deus nos abençoou com o papado, vamos desfrutá-lo”. Como assim? Papado agora é resort pra você ficar desfrutando? Muito embora – é sempre bom salientar, pois as fontes históricas muitas vezes são traiçoeiras – não se possa afirmar categoricamente que essa carta seja autêntica, logo de cara, vemos que essa frase infeliz dava um mau agouro sobre qual seria a tônica do novo papado e a visão do novo Papa, que estava ali para substituir o xerife de armadura Júlio II.O problema era que se Júlio era um General Patton Medieval, Leão X era hedonista ao extremo! A única semelhança que podemos dizer que existia entre ambos era o fato de que, por qualquer visão mais acurada, ambos eram praticamente ateus com suas atitudes. Gente, não consigo ver nada de espiritual em quem age da forma como esses papas agiram, não vejo nada que os diferencie dos piores e mais furibundos ateus imagináveis. Leão X era filho de Lourenço de Médici, dito “O Magnífico” (para uma cara receber o epíteto de “Magnifico”, a conta bancária dele deveria ser algo “magnífico”… E era, aliás, ele era o dono do banco). Mimado e ultra-rico, cresceu como um moleque gordinho, mimado e um tremendo bon vivant! Tanto é que transformou Roma num circo de prazeres. Foi, talvez o papa mais esbanjador da história; numa época de Alexandres, Júlios e que tais, isso não significa pouca coisa! Como eu sempre digo: tem que ser muito bom em ser ruim! Seus puxa-sacos não tinham do que reclamar, uma vez que Leão era próspero em acumular sobre eles riquezas e glória. Para esses, seu papado foi uma Idade do Ouro! Entre seus conselheiros vamos encontrar um certo intelectual chamado Bernardo de Bibbiena; fora tutor de Leão e era um homem inteligente e erudito. Acabou sendo nomeado cardeal, apesar de suas inclinações nada religiosas. Era de tipos como esse que o Papa se cercava! A procissão de posse de Leão X foi um escândalo de tanto luxo: típico para quem considerava o papado não uma missão de evangelização, mas sim, uma oportunidade de se locupletar com as delícias do mundo. Era tanta família importante, tanto símbolo heráldico e bandeiras desfilando pelas ruas de Roma que aquelas descrições chatíssimas de brasões de família de “Crônicas de Gelo e Fogo” são meras notas de rodapé diante dos muitos volumes que a descrição daquele momento em termos heráldicos seriam necessários para conter a descrição. Todo pimpão, exibia suas mitras, tiaras e orbes, confeccionadas especialmente para ele; para serem carregadas, exigiam quatro carregadores. Mordomos dos Médicis jogavam moedas de ouro para o povo do alto das sacadas dos prédios. Um banquete de arromba e um show de fogos de artifícios encerraram a festança. Claro que tudo isso não foi de graça: só para começar temos aí um gasto de mais de 100 mil ducados, uma grana pra lá de preta; algo como uma festa ao preço de um estádio de copa do mundo (padrão Brasil! Não padrão Alemanha, fique claro).A partir de então, a gastança do Papa e seus projetos de Imperador romano maluco não pararam mais. Orçou um milhão de ducados para obras em São Pedro, sob a direção de Rafael, sucessor de Bramante como arquiteto; gastou 150 mil ducados no casamento francês de seu irmão Giuliano, o que era cerca de 50% mais do que a despesa anual do Vaticano com gastos domésticos. Criou mais de dois mil cargos com intuito político e, para cada cargo criado, lá se ia embora dos cofres mil ducados. Michelângelo, que não era otário, e queria mais, era um mecenas para custear seus projetinhos nada modestos, colou com o papa e conseguiu a aprovação de um projeto para construção da Capela dos Médicis. A princípio, a capela homenagearia os concidadãos florentinos de Leão X, mas, claro, também. era uma homenagem para ninguém mais ninguém menos. que… Leão X. Michelângelo era um cara egocêntrico; era também um grande artista, talvez o maior de seu tempo e de todos os tempos, mas se lixava para as dificuldades humanas, desde que conseguisse seus objetivos. Chama a atenção o fato de Michelângelo ter ficado horrorizado com os gastos de Leão X para trazer o melhor mármore do mundo. Leão X mandou construir uma estrada só para trazer o mármore de Santapietra, um cafundó, desconhecido até pelos seus vizinhos. Mas o papa fofucho não era um dos melhores amigos de Michelângelo a quem considerava um homem grosseiro e difícil – e ele era! Nosso papa bolinha preferia Rafael, o arquiteto de seus principais projetos, por ser mais gentil e cortês. As obras do projeto de Michelângelo acabaram sendo suspensas e só foram completadas pelo primo de Leão X, o também papa Clemente VII, o último dos papas insensatos da Renascença. Leão quis transformar a faculdade de Roma no centro de erudição da Europa. Contratou cem eruditos de primeira linha para aplicar as matérias clássicas mais importantes, mas a corrupção e a estrutura corporativa da Universidade acabaram fazendo com que mais esse projeto do Papa desse com os burros n’água. Outro momento frustrante para o Papa foi a morte de Rafael, aos 37 anos. Além de ter enriquecido o rapaz, era plano de Leão X nomear Rafael cardeal. Segundo consta, Rafael morreu por excesso de gandaia. Vivia a vida “lôca” romana com toda força. Houve muitas lágrimas nos lupanares romanos nesse dia. Deus me perdoe, mas pelo menos o Espírito Santo nos poupou de um cardeal desse naipe! Os gastos desnecessários de Leão X não pararam por aí. Ele fazia banquetes com pratos de ouro e incitava os convidados a jogarem os pratos pela janela, no Rio Tibre (claro que ele estendeu redes sob o rio para recuperar os pratos que ninguém é assim tão otário). Nessas refeições, eram servidas línguas de papagaio e peixes de Bizâncio. A cereja do bolo foi o “Campo do Pano de Ouro”, em Balinghen, França, preparado para o encontro dos reis Henrique VIII da Inglaterra e Francisco I da França, em junho de 1520. O evento foi realizado sob a orientação do Cardeal Wolsey, que era legado papal. O nome dado ao local se deveu ao esplendor dos ornamentos, em especial as tendas e vestuários, que exibiam tecidos feitos com linhas de seda e ouro.O encontro no “Campo do Pano de Ouro” durou duas semanas; foram realizados torneios, banquetes, exibições de músicas da melhor qualidade, entre outras atrações. Para abrigar os pavilhões dos reis e do Papa, foi construída uma “cidade temporária”, e a opulência era tamanha que havia até mesmo palácios. Para vocês terem uma ideia, a barraquinha de camping do rei da Inglaterra ocupava uma área de 10.000 m², e em sua parte exterior havia fontes jorrando vinho tinto da melhor qualidade. Essa loucura custou 4 milhões de ducados! Deixou o Reino da França no vermelho por dez anos. Os leitores que estão acompanhando a nossa série de posts sobre os papas insensatos da Renascença já puderam perceber que se tratava de um quadro complexo, e esse humilde escriba tentou, até aqui, apenas passar para vocês as linhas gerais da situação. Mas o que precipitou o fim da unidade cristã foi o abuso de Leão X.
E do nordeste da Alemanha, em Wittenberg,
surgiria Lutero, o instrumento do mal (alguém já se perguntou: por que na
Alemanha?)
Por que a Reforma não surgiu na França, ou na Itália, ou na Inglaterra? Resposta: porque, graças ao Papa Leão X, a Alemanha vivia uma situação de penúria espiritual e financeira! Certo fortalecimento econômico – e, antes de mais nada, o fortalecimento TEMPORAL – se deu a partir do momento em que o Estado assumiu o controle e o direcionamento da Igreja. Os grandes estados europeus, naquele tempo, possuíam um governo forte, ou pelo menos governos regionais poderosos o suficientes para resistir aos disparates que pudessem advir de doidos que viessem a ocupar a Cátedra de Pedro, como Leão X. Mas a Alemanha, não! A Alemanha, como a conhecemos hoje, é uma criação quiçá moderna. É um estado contemporâneo que somente surgiu no século XIX. Nos tempos de Lutero, o que tínhamos era um bando de duques e condes reunidos sobre o pomposo título de “Sacro Império Romano-Germânico“. Pequenos duques e condes fracos: a vítima perfeita para os desmandos financeiros de um Papa desesperado e completamente esvaziado de zelo apostólico. Roma era extremamente antipática aos olhos do povo alemão por conta disso. Era uma força alienígena e sanguessuga, mas que possuía a autoridade legada por Jesus e era a casa do Espírito Santo (o povo alemão acreditava nisso cegamente!). Mas, como manter essa imagem com um papa que por si não a respeitava como deveria? Foi nesse barril de pólvora que Leão X soltou da jaula um idiota completo chamado Johann Tetzel, um frade dominicano. E Leão X? Esse continuava mais preocupado com suas estátuas de mármore a serem construídas em Roma. As indulgências, a grosso modo, podem ser consideradas como uma dispensa da prática de boas ações, sob condições particulares, no todo ou em parte, como penalidade. Deu pra entender? Indulgências são penalidades, servem para pagar a pena dos pecados já perdoados por meio do arrependimento e da confissão, enfim, elas não perdoam a culpa, mas as penas temporais. Tetzel e outros panacas, contrariando a doutrina da Igreja, apregoaram que as indulgências eram A LIBERTAÇÃO DO PECADO EM SI. Daí para começar a barganha e a venda de graças, foi um pulo!
Sabem para onde ia originalmente o dinheiro das indulgências?
Para hospitais, orfanatos, casas de recolhimento e amparo de viúvas, obras de caridade. A Igreja de Jesus sempre foi pobre, mas parece que esqueceram de ensinar isso a Leão X. As indulgências da forma como foram originalmente concebidas e distribuídas eram sim, completamente justificáveis; não eram dadas como a absolvição do pecado, mas era sim a PENALIDADE POR SE TER COMETIDO UM PECADO.Tanto que Lutero a pricípio em algumas de suas 95 teses as defende de forma brilhante e notável, coisa que os protestantes claro, a todo custo tentam esconder! (Faça uma consulta pela internet sobre as 95 teses de Lutero e confirmará).Porém, os cobradores de Leão, como Tetzel, na prática, eram "traficantes da fé" (Alguma semelhança? Ou lembrança de algum nome de dono de alguma denominação protestante ?) - Um terço da grana arrecadada com a venda de indulgências ia direto para Leão X. Isso seria – cometendo o mais nefasto anacronismo possível – como se você arrancasse dinheiro da Alemanha para financiar obras na Itália. Muito embora as relações humanas daqueles tempos fossem absurdamente diferentes das que temos hoje, a revolta que isso pode provocar em um povo ainda é a mesma. Mas é meu dever salientar que, mesmo Leão X, NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA, proclamou uma besteira como falar que as indulgências libertam a pessoa do pecado,NÃO! NUNCA! Ele apenas foi convenientemente omisso com a pregação distorcida e vergonhosa de Tetzel (ou seja, esse Papa jamais proclamou qualquer doutrina errada, e assim o Magistério da Igreja manteve-se santo e ileso, graças à infalibilidade papal concedida pelo Espírito Santo).Despreparado como era para lidar com um assunto de raízes tão profundas, Leão X vivia no seu claustro romano como seus antecessores, sem ter a mínima ideia do que ocorria na Alemanha, e tendo raiva de quem sabia – vide a sua desconsideração pelos avisos dados. Não podemos negar que antes de Lutero houve pré reformadores como Wycliffe e Jon Huss (já falamos sobre essas figuras em nossas postagens sobre Lutero e a Reforma Protestante; não vamos repetir aqui o que explicamos antes).Após os fatos que narramos na Dieta de Worms, num embate entre as forças de Carlos V e francesas, as cidades de Parma e Piacenza voltaram ao domínio dos Estados Pontifícios. O Papa, como era de costume, deu uma festança! Pegou um resfriado; o resfriado evoluiu para pneumonia e, por fim, ele veio a falecer.Em oito anos de pontificado, Leão X consumiu 5 milhões de ducados e deixou um rombo de 800 mil para seu sucessor. O belicoso Júlio II ao menos tinha como justificativa para seus desmandos e gastos o desejo de ratificar e fortalecer os Estados Pontifícos. Leão X nem isso! Ele apenas gastava dinheiro, porque é o que Médicis fazem! Era compulsivo, descontrolado, e nem um pouco de bom católico exemplar, numa visão final e realista. Os cardeais que elegeriam o sucessor de Leão, quando se dirigiam ao Concílio, foram vaiados! Com razão...
Em
tempos de crise religiosa e eclesiástica, principalmente quando ela atinge as
mais altas autoridades da Igreja, é normal aparecerem duas tentações
opostas:
1)-A primeira , e a mais grave, é a de revolta contra a autoridade do Papa, que pode levar ao cisma e à heresia.
2)- A segunda, mais sutil, é a de, por respeito à autoridade, aceitar em silêncio os erros, ou fechar os olhos para os pecados de escândalo em que uma autoridade da Igreja possa a vir a incorrer.
Como vimos acima, no fim da Idade Média e no Renascimento, por exemplo, muitos católicos caíram na primeira tentação, aderindo a inúmeras seitas heréticas. Lutero e a Reforma, hoje tão louvados por muitos daqueles que se dizem católicos, levaram ao ápice essa revolta, ao atacarem o próprio papado, sob o pretexto de que havia corrupção em Roma, e muitos Papas daquele tempo eram realmente conhecidos por sua vida escandalosa. Os heresiarcas confundiam a pessoa que estava no sólio de Pedro com o Papado em si mesmo. Tantos foram os inegáveis escândalos de alguns papas desse tempo que entre os teólogos mais importantes se estudou, de novo, a possibilidade de um Papa cair em heresia enquanto pessoa particular, embora nunca enquanto Papa, exercendo o seu ministério "ex-cathedra". São Roberto Belarmino, o grande Doutor da Igreja nessa época, foi um desses teólogos.O Concílio Vaticano I, realizado em 1870, proclamou o dogma da infalibilidade papal, estabelecendo que, quando o Papa ensina "ex-cathedra", isto é, como Vigário de Cristo, com o poder dado por Nosso Senhor a São Pedro, ensinando toda a Igreja sobre questões de Fé ou de Moral, com a vontade explícita de definir uma doutrina e condenando a sentença oposta, o Papa é infalível. Esse dogma da infalibilidade do Papa, ao qual aderimos do mais profundo de nossas almas, é a garantia de que a Igreja jamais errará! O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, ao dar as chaves a Pedro, lhe disse: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E Eu te darei as chaves do Reino dos céus. Tudo o que ligares na terra será ligado no céu. Tudo o que desligares na terra, será desligado no céu. E as portas do Inferno não prevalecerão contra ti..." (Mateus 16,18). É sobre essas palavras santíssimas de Nosso Senhor que a Igreja se baseou para proclamar a infalibilidade papal. É nisto que se fundamenta a devoção que todo católico deve ter pelo Papa, seja ele quem for. Os inimigos da Igreja sempre quiseram criar confusões acerca desse ponto, ora atribuindo ao Papa enquanto tal, e à Igreja, os pecados em que um Papa pode cair como pessoa particular, ora estendendo a infalibilidade a qualquer ação do Supremo Pontífice. ATENÇÃO!!! ATENÇÃO!!! O Papa só é infalível como supremo mestre da Igreja, ao se pronunciar "ex-cathedra", mas isso não o torna impecável pessoalmente. Ao querer confundir infalibilidade com impecabilidade, os inimigos da Santa Sé buscam minar a devoção e a fé que se deve ter na infalibilidade pontifícia. Ao pretender estender a infalibilidade a qualquer ação, discurso ou atitude do Papa, leva-se os fiéis a cair num erro que os porá em grave tentação, quando lhes ficar patente que o Papa, como pessoa particular, erra e ou peca como qualquer um de nós. Não se deve porém, rejeitar a infalibilidade do Sumo Pontífice por causa de seus possíveis pecados ou erros pessoais, nem negar suas possíveis faltas morais por causa do brilho do carisma infalível de sucessor de Pedro. Quanto ao Sumo Pontífice, pois, é preciso sempre ter em mente que ele continua infalível enquanto Papa, mesmo quando pecador enquanto homem, e que ele permanece um homem possivelmente pecador e falível, mesmo sendo Pontífice infalível quando fala "ex cathedra". Para ilustrar o que dizemos, convém lembrar como agiu S. João Bosco no início do pontificado de Pio IX Como se sabe, o Papa do incomparável Syllabus, o Papa da Imaculada Conceição, o Papa que proclamou o dogma da infalibilidade pontifícia, teve no início de seu pontificado, atitudes que muito favoreceram os liberais. Ele anistiou os terrorristas e carbonários presos nos Estados da Igreja, deu uma constituição liberal para esses Estados, nomeou um primeiro ministro liberal; enfim ajudou tanto os revolucionários que Roma se tornou o refúgio de anarquistas, carbonários e revolucionários de todas as gamas e de todos os tipos. Por isso, a Maçonaria fazia gritar pelas ruas das cidades italianas e por todo o mundo: "Viva Pio IX ". São João Bosco, que vivia então em Turim, ordenou a seus alunos que jamais gritassem "Viva Pio IX" e sim "Viva o Papa !" Com isso, D. Bosco desfazia a manobra carbonária. Devemos gritar sempre "Viva o Papa", pouco importando o nome daquele que está no trono de Pedro. Seja ele santo ou pecador, devemos manter ao Papa, "doce Cristo na terra", como dizia Santa Catarina de Siena, nossa devoção filial e nossa fidelidade a tudo o que ele ensina, como legítimo sucessor de Pedro e com o poder das chaves.Hoje a compreensão desses princípios é muito necessária, pois somos ameaçados por dois erros opostos com relação ao Papa: o sede-vacantismo e o infalibilismo universal.Nós rejeitamos a ambos.Um dia, Cristo perguntou aos apóstolos: "Quem dizem os homens que eu sou ?" Os apóstolos responderam : "Uns dizem que és Elias, outros dizem que és João Batista que voltou ". E Cristo ainda: "E vós quem dizeis que eu sou ? ". Eles se calaram, não sabendo o que dizer.Não sabiam o que dizer, após terem visto tantos milagres. Não sabiam o que dizer, após terem ouvido tantas verdades.Até que S. Pedro proclamou: "Tu és o Cristo, filho de Deus vivo!" Hoje, Deus nos pergunta: Que dizem os homens que é o Papa? E alguns respondem que ele é um homem comum, outros (hereges incubados de católico), ultrajam-no, dizendo-o que o papa é o anticristo.E nós, quem dizemos que é o Papa? “Ele é Pedro redivivo. Ele é, de fato, plenamente, "o doce Cristo na terra". Com Santa Catarina de Siena repetimos essa afirmação tão doce ao nosso coração de católicos, tão cheia de verdade, dessa Verdade que, desde o batismo, é a luz de nossas almas e de nossas vidas. Sim, nós temos essa certeza: "Nós, católicos, somos filhos da certeza",porque somos filhos formados pela Santa Mãe Igreja de Cristo: "Coluna e Sustentáculo da verdade" (I Tim 3,15) E com a certeza que nos dá a palavra de Cristo e o dogma da infalibilidade papal, firmes sobre a pedra, nós dizemos com toda força de nossas almas: o Papa é Pedro reinando em Roma. O Papa é o vigário de Cristo. E quando esse século maldito nos interroga com sua boca atéia ou com sua língua progressista; quando ele, sorrindo irônico, duvida de nossa fé; quando nos ameaça e nos interroga, dizendo: "E quem é o Papa ?", com ufania lhe respondemos que ele é nosso Pai na Fé ! Depois de séculos de santidade gerada pela Igreja e por sua doutrina, infalivelmente repetida pelos papas de todos os tempos; após dois mil anos de milagres, como não saber responder a esta pergunta que o mundo, hoje, nos faz com insolência: "E quem é o Papa? " O Papa é a Rocha sobre a qual Nosso Senhor edificou a sua Igreja. E quando esse século subjetivista e relativista, sem convicções, que de cada pseudo-cientista, ou de cada guru faz um "papa" infalível, repele os Papas do passado e do presente, porque pensa que tudo evolui, nós lhe respondemos que passarão os céus e a terra, mas as palavras do Papa, falando "ex-cathedra" jamais passarão. Disse um poeta, que: "É fácil acreditar na luz, ao meio dia. Difícil é crer no sol, à meia noite". Era fácil acreditar e ter verdadeira devoção ao Papa, quando em Roma reinavam São Gregório VII, Pio IX ou São Pio X. Difícil foi manter a verdadeira fidelidade e a verdadeira devoção ao Papa, em Avignon, ou no tempo do Grande Cisma do Ocidente, ou na corte de Roma renascentista. Difícil ainda mais é manter fidelidade à Igreja e a verdadeira devoção ao Papa, nestes dias de trevas, durante o eclipse do sol católico, causada pelos relativistas e progressistas com suas achologias, relativizando os dogmas proclamados solenemente pela Igreja, e absolutizando seus próprios dogmas pré fabricados.
É pois em meios a algumas trevas progressistas e relativistas
infiltradas não só no Vaticano II, como em todos os demais concílios
do passado da Igreja, odiados e incompreendidos pelos que erram à esquerda, no
centro e à direita, que proclamamos com Fé:
Nós cremos na Igreja Una, Católica Apostólica e Romana. Nós cremos no Papa!
"Viva o Papa! Viva o Papa! Doce, doce Cristo na terra!"
“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos!” (Mt 28, 20).
TESTEMUNHO DE UM EX PROTESTANTE DE MOSSORÓ-RN: "A Igreja Católica
não era aquilo que eu imaginava ser!"
Conheça o belo
testemunho de Joathan, o jovem que, graças ao Papa Francisco e à formação do
site, abandonou o protestantismo para abraçar a fé católica.A
Jornada Mundial da Juventude de 2013 foi um evento decisivo para o jovem
Joathan, de Mossoró, Rio Grande do Norte. Depois de cinco anos no
protestantismo, o seu coração inquieto conheceu o sucessor de São Pedro e
voltou para sua verdadeira casa! Conheça o seu belo testemunho e descubra como uma boa formação fê-lo deixar o mundo e as suas ilusões para abraçar a fé católica!
por Equipe Christo Nihil Praeponere - Abr.2015
Olá, meus caros da Equipe Christo Nihil
Praeponere!
Sei que o Reverendíssimo Padre Paulo
Ricardo é um homem muito atarefado, mas gostaria que, se possível, pelo menos
uma parte desta mensagem chegasse até ele. Na verdade, gostaria de ter falado
sobre minha história a vocês há muito tempo, mas após ver a postagem
"Católico e protestante debatem em avião", senti que já era hora de
contar como o Pe. Paulo Ricardo ajudou a me levar a Roma. Aí vai:
"Eu peço que
vocês sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se
rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê
que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de
amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham
a coragem de 'ir contra a corrente'! Tenham a coragem de ser felizes!"
(Papa Francisco, Encontro com os Voluntários da JMJ, 28 de julho de 2013)
Amado padre,
Parecia que seria uma semana normal, mas,
na realidade, a partir dali minha vida mudaria por completo. Começava a Jornada
Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Um evento que parecia sem importância
para mim, afinal, há cinco anos eu tinha ingressado em uma igreja protestante. Aos 12 anos, batizado e nascido em uma
família católica, aceitei o convite de um amigo para assistir a um culto na
Assembleia de Deus. No início do culto, o pastor informava à comunidade que ali
se encontrava um jovem que queria aceitar a Jesus como seu Salvador. Naquele
ambiente totalmente novo, aquilo parecia irresistível. Eu, inocente, era esse jovem. Fascinado com
a alegria daquelas pessoas, pela forma calorosa com a qual fui recepcionado,
levantei a mão e fui conduzido até o púlpito para que a assembleia fizesse uma
oração. No dia seguinte, fui à primeira aula de um curso de novos convertidos. Naquelas aulas aprendi que adorar imagens
era errado, que o sacerdote pode casar, que somos salvos apenas pela fé no
Senhor Jesus, que a Bíblia é a única fonte infalível de fé e que nos seus 2.000
anos a Igreja Católica havia se perdido e se tornado um antro de perdição.
Poucos anos depois, me tornei professor convidado do curso e lecionava a aula
sobre Bíblia, quando aproveitava para reverenciar os reformadores protestantes,
que teriam tornado as Sagradas Escrituras acessíveis a todos, firmados nos
postulados da sola Scriptura e na livre interpretação pessoal. Cinco anos depois, algo me incomodava.
Meu coração sofria um turbilhão de emoções, de pensamentos
desordenados. As palavras daquele Papa sorridente, de alguma forma, preenchiam
um vazio dentro de mim. As imagens que eu via, na televisão, daquela miríade de
jovens exultando alegria com sua fé católica me perturbavam.
Após a Jornada, notei que, no Instituto
Federal do Rio Grande do Norte, onde eu estudava, havia um grupo universitário
de oração tímido, mas bastante ativo, e que aquelas quatro pessoas davam um
testemunho genuíno da sua fé (enquanto isso, o grupo de oração protestante
estava desativado porque os irmãos evangélicos não se interessavam mais em
manter os encontros).
"Como é possível?" – eu me perguntava.
Meus pastores haviam ensinado que a Igreja Católica era a grande babilônia, a
prostituta do Apocalipse! Qual a explicação para a alegria daqueles jovens com
sua fé? Eu ouvira suposições de que o Papa era o Anticristo. Mas como Francisco
confortava tanto meu coração?
Apesar de pertencer a uma igreja
pentecostalista, eu não era como os outros. Preferia me recolher aos estudos de
teologia, à oração individual e silenciosa, à evangelização nos hospitais e
favelas. Buscava, dia e noite, a santificação. Mas como não me identificava com
minha própria igreja, minha fé enfraquecia, minha busca sempre falhava. Meu pastor
passou a proibir os jovens de irem ao shopping, ao cinema, as meninas de fazer
um penteado curto. Segundo ele, não era coisa de cristão. E eu não podia
concordar com aquilo. Havia um vazio dentro de mim. Faltava algo.
Finalmente, percebi que não era compatível com a Assembleia de Deus. Não podia
encontrar ali o cristianismo de que gostaria. Por isso, no começo do ano, havia
me afastado de uma vez por todas da igreja. O remédio para minha angústia foi o
mundo e as ilusões que ele tem para oferecer. Na verdade, meu choque ao ver aqueles
jovens na JMJ ou aqueles do grupo de oração católico é que eles pareciam ser o
que eu sempre quis ser também. Eles amavam ardentemente sua fé, sua Igreja, seu
Papa. Aquilo que eu passei a observar ia de encontro com o que eu sempre havia
pensado sobre religião. Se igreja protestante tinha erros, a católica muito
mais! Essa inquietação me fez ir atrás de
respostas. Lembrei que tinha um site de um padre que eu odiava, em virtude dos
seus vídeos criticando a fé protestante. O padre Paulo Ricardo! Acabei me
tornando assinante do site e as aulas sobre o culto aos santos e às imagens e a
sua intercessão foram o estopim para eu descobrir que não conhecia nada sobre
catolicismo e deveria me aprofundar mais no assunto.
Foi então que eu descobri que os católicos não adoram os santos.
Que, ao contrário do que eu ensinava nas aulas sobre a Bíblia, as indulgências
e o purgatório faziam sentido, sim! Que, mesmo após a morte, continuamos
pertencentes ao Corpo Místico de Cristo e nem a própria morte pode nos separar
de Seu amor e da comunhão dos santos! Logo percebi que as doutrinas católicas
nunca se chocavam com as Sagradas Escrituras e que estas só podiam existir
graças à Sagrada Tradição (única fonte de fé dos primeiros cristãos) zelada
pelo Magistério da Igreja, o fidei depositum.
Definitivamente, a Igreja Católica não era
aquilo que eu imaginava ser! Logo, comecei a frequentar as missas na
Paróquia de São José. Ia aos sábados, visto que tinha menos gente e seria mais
difícil alguém me reconhecer.
Eu reparava em cada detalhe. Observava as imagens no Altar, me
perdia a cada gesto feito pela assembleia na liturgia. Por que aquilo tudo? Eu
não sabia. Só sabia que, de alguma forma, me sentia bem em estar ali. Foi aí que eu percebi que estava diante de
uma numerosa família de santos e anjos. Mais que uma comunidade eclesial, a
Igreja é uma família na qual Cristo se faz real e substancialmente presente na
Eucaristia, que alimenta e mantém firme aqueles que vão ao Seu encontro.
Só
então pude entender o verdadeiro significado da parusia tão falada no Novo
Testamento. Não se trata apenas da vinda do Senhor no final dos tempos, mas
também de sua presença real e gloriosa na Eucaristia. Eu tinha de fazer parte
dessa família!
Padre, a Igreja é tão bela e minhas descobertas
foram tão extraordinárias que é difícil resumir em um e-mail – dá para escrever
um livro! Ah, eu poderia ainda falar sobre como me tornei escravo de amor a
Jesus pelas mãos de Nossa Senhora. Ainda relutei durante vários meses para ter
meu encontro com Ela, e ele só foi possível depois que descobri, através do
senhor, o Tratado da Verdadeira Devoção. Mas fica para a próxima!
O fato é que aquele vazio já é passado.
Conheci uma pequena comunidade nova chamada Missão Fides in Deum, onde me
tornei vocacionado e hoje sou missionário. Aqui não me canso de retransmitir
tudo o que aprendo com o senhor e numerosos outros santos, como Santa Teresa de
Ávila e os santos doutores João da Cruz, Teresa de Lisieux, Tomás de Aquino,
Agostinho e todo o vasto Magistério da Igreja, além – é claro – da minha
querida e amada Beata Chiara Luce, um exemplo extraordinário para jovens
católicos que, assim como eu, travam uma batalha espiritual diariamente nas
universidades a fim de rejeitar o que é efêmero e dizer sim ao que é eterno e à
vida em plenitude. O senhor – com seu site – me ajudou a chegar aqui! Não sei
como agradecê-lo! Hoje, menos de dois anos depois do que
relatei aqui, minha vida é totalmente diferente. Amar Jesus Cristo e dedicar a
vida à Igreja é o verdadeiro caminho da felicidade, não obstante a pesada cruz
que isso requer que suportemos. Sim, padre, vale a pena! Que o Senhor Jesus abençoe cada vez mais
seu trabalho para que mais e mais católicos voltem à Mãe Igreja para beber da
água de vida eterna, dos sacramentos e do rico magistério católico, a fim de
que seja possível que mais homens como eu, afastados e sedentos de Deus,
encontrem a verdade, "algo completamente novo. Como uma esperança que lhes
cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente", como diz o
Papa Bento XVI. Inobstante toda a distância de Mossoró a
Cuiabá, peço que meu anjo da guarda vá a seu encontro e transmita meu mais
sincero e agradecido abraço!
Que Santa Luzia, padroeira de nossa
Diocese, seja luz no múnus que o Senhor te confiou e Maria Santíssima, Senhora
de Todos os Santos, interceda e ampare sempre todos vocês da Equipe Christo
Nihil Praeponere.
Contem com minhas orações!
Mossoró/RN, 21 de março de 2015
Em Cristo,
Joathan.
Fonte:
https://padrepauloricardo.org/blog/a-igreja-catolica-nao-era-aquilo-que-eu-imaginava-ser
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