O HOMEM E SUA
REALIDADE NA PERSPECTIVA ANTROPOLÍCA E FILOSÓFICA
1)-O homem como ser biológico
Costuma-se atribuir á palavra homem duas origens. A primeira do grego ânthropos - que significa rosto de varão -, por oposição à palavra homem enquanto o indivíduo masculino, da espécie humana, e quer dizer: que tem valor, virtude e qualidade. Nessa concepção, homem distinguiu-se dos demais seres. A segunda, do latin humus, que significa terra. Estas são duas das varias visões que podemos ter do homem, ou seja para se analisar, ou estudar o homem, ou seja para analisar ou estudar o homem, é necessário observa-lo de várias maneiras.Em pesquisa, observou-se que, detendo-se atentamente em seu aspecto biológico, teremos uma estrutura celular; se considerarmos a suas origens chegaremos as teorias fixistas e a do evolucionismo. Observando-o pelo meio ambiente encontraremos a antropologia filosófica que determina esses seguintes pontos de classificação:
a)- A Antropologia Cultural: diz que o homem é
possuidor e criador da cultura, interessando-se pelas idéias, pelas
manifestações artísticas revelados no conhecimento a cerca das habilidades, das
técnicas, das normas de comportamento e do modo de ser de cada comunidade.
b)-A Antropologia Física: Estuda o homem desde
a sua origem, evolução e diferenças, em tipo racial, abrangendo assim a
paleontologia.
c)-A Antropologia Social: Preocupa-se com as
estruturas sociais, com a dos povos primitivos, com a das comunidades rurais,
com a dos meios de vida urbanos. Em razão disso, investiga a família, o
casamento, o divorcio e as formas de parentescos.
c)-A Antropologia Estrutural: é a expressão usada
por Claude Levis-Strauss para designar seu modo de compreender as coisas, desvinculando-a
do determinismo biológico e das generalizações de qualquer natureza.
d)-A Antropologia Filosófica: procura refletir sobre
a concepção do homem das diferentes períodos da história da comunidade
e nas diversas filosofias.
2)-Evolucionismo humano
A natureza muda e,
assim como tal, o homem também, isso chama-se evolucionismo. Onde encontramos duas formas de
se estudar: o heráclito e o Demócrito:
a)-Heráclito idealizando que as
espécies existentes são variações de espécies antecedentes;
b)-Demócrito, admitindo que a
mateira seria formada por atómos, que as espécies teriam surgido umas das
outras e que apenas sobreviveram aquelas que adquiriram meio mais adequado de
adaptação.
No entanto foi com
Lamark e Darvin que as idéias evolucionistas foram sintetizadas, e tiveram seus
postulados estudados cientificamente.
Jean Baptiste de Monet Lamark, "criador da teoria da
evolução gradual", onde se faziam 4 pontos:
a)-Principio Vital, onde os organismos modificaram-se quando o
meio ambiente lhes é desfavorável, procurando a todo custo, adaptar-se a nova
situação.
b)-A função cria o órgão, que dizia que as
mudanças na espécie são decorrentes do uso ou desuso de órgãos.
c)-Geração espontãnea, cada espécie surge do “nada”.
d)-Hereditariedade: as características adquiridas em suas
estrutura e costumes, por um indivíduo durante a vida, são transmitidas hereditariamente
a seus descendentes.
Dessas teses, apenas a referente a adaptação dos organismos ao meio ambiente circundante foram consideradas uma contribuição relevante. Charles Robert Darwin, foi o criador do principio da seleção natural, ou seja, o ser maior sempre será superior ao menor, ou seja, “ o maior come o menor”.
Charles Darwin também defendia outras teses:
a)-O mundo está em
constante modificação; não é estático.
b)-A evolução ocorre gradualmente; não dar saltos.
c)-A evolução segue a
linha comum; não existe geração expontânea.
d)-A evolução e
seleção natural; não existe impulso vital.
Vários outros estudiosos elaboraram suas teorias,
exemplos deles são:
a)-Jacques
Monod,
que reconheceu a teoria da evolução de Darwin.
b)-Gregor
Johann Mendel,
que comprovou as teorias da hereditariedade.
c)-Thomas
Hunt Morgan,
que comprovou as idéias de Mendel, conseguindo mapear em cada uma das unidades
cromossomicas, os genes a eles associados.
d)-James
Dewey Watson e Francis Heny Compton Crick. Eles foram descobridores do código
genético - DNA, caractere de transmissão hereditária.
e)-Teilhard
de Cardin,
criador de mais um ponto nas teoria evolucionistas: A teleanomia externa, que informa
a obediência da evolução, dos seres vivos, a um fim.
3)-Fatos Psíquicos
A sensação,
percepção, recordação, pensamento, etc, são os principais elementos que os fatos
psíquicos se referem. Esses por sua vez são partes do interior de cada
indivíduo. Os fatos psíquicos podem ser cognitivos, onde encontramos exatamente
aos pontos citadas (percepção, recordaçõa, etc); ou da vontade, que são aqueles
em que o indivíduo dá respostas as coisas conhecidas, seja para acolher ou
repetir, sempre mediante atos voluntários (apetite, sede, intenção, etc):
a)-Sensação: principal elemento
psíquico, com que se trabalha de duas formas. Uma a percepção e a outra a
imagem.
b)-Percepção: é a capacidade que
cada um tem de perceber o que está ao seu redor, e assim, responder à isto, que
atinge a alguns de nossos órgãos de nosso sentido.
c)-A
imagem: e
a captação direta de um objeto pela vista, ou qualquer outro órgão sensitivo.
As propriedades da imagem são:
-Intensidade: este depende do
interesse de cada um para que a mesma seja mais intensa ou mais apagada.
-Duração: é o tempo em que
mantemos a imagem em nosso subconsciente guardada.
-Afetividade: são as reações á que
nos levam, as imagens, a sentirmos respostas diferentes a cada objeto, assim
como alegria, tristeza ou indiferença.
-Dinamismo: é a capacidade de que
a imagem tem de quando invocada, apresentar-se acompanha de atitude, assim como
esta frase: “Pesquei um peixe deste tamanho”.
-Subjetividade: a imagem é produzida
pelo sujeito, somente ele participa da experiência. Ela e pessoal e
intransferível.
-Convencional: e a memorização da
imagem no tempo e no espaço, conforme cada indivíduo.
As imagens podem apresentar-se nestas formas:
-Sensitivas, conforme a recepção
ela pode ser visual, sonora, auditiva ou olfativa.
-Eidéticas, são imagens não
visuais, que se criam na cabeça de cada um.
-Icônica, são imagens que
rapidamente são esquecidas ou perdem detalhes.
-Fantásticas, são imagens que
reproduzem a realidade em função dos desejos ou frustrações do sujeito;
-Ipnogôgicas, são aquelas que
ocorrem quando se está dormindo. Às vezes, em face do realismo, são confundidas
com alucinação.
-Memória: é a faculdade que
permite a representação das experiências vivenciadas pelo indivíduo, num
determinado tempo concreto.
-A
recordação é o ato de atualização da memória. É ela que traz ao
presente da consciência as vivências passadas, uma vez que a faculdade da
memória são é apenas a fixação e conservação do passado, mas, sobretudo, a
possibilidade do ato de recordá-lo.
*Publicado por:
Equipe Brasil Escola
Protágoras de Abdera - (em grego antigo Abdera, 480 a.C. - Sicília, 410 a.C.) foi um sofista da Grécia Antiga, responsável por cunhar a frase:
Ao afirmar que “o
homem era a medida de todas as coisas”, Protágoras inaugurava a ideia de que a
verdade depende da experiência pessoal. Nascido em Abdera, na Grécia,
Protágoras concluiu que qualquer afirmação sempre era relativa a um ponto de
vista, a uma sociedade ou ao modo de pensar.Tendo como base para isso o
pensamento de Heraclito. Tal frase expressa bem o relativismo tanto dos
Sofistas em geral quanto o relativismo do próprio Protágoras. Se o
homem é a medida de todas as coisas, então coisa alguma pode ser medida para os
homens, ou seja, as leis, as regras, a cultura, tudo deve ser definido pelo
conjunto de pessoas, e aquilo que vale em determinado lugar não deve valer,
necessariamente, em outro. Esta máxima (ou axioma) também significa que
as coisas são conhecidas de uma forma particular e muito pessoal por cada
indivíduo, o que vai contra, por exemplo, ao projeto de Sócrates de chegar ao conceito
absoluto de cada coisa. Os sofistas (palavra que pode ser traduzida
como sábios ou sabedoria) argumentavam contra e a favor de teses com a mesma
eloquência. O objetivo era ganhar qualquer discussão. Foram os primeiros a fazer do conhecimento uma
profissão: cobravam de jovens atenienses por aulas de retórica, o que
desagradava os intelectuais da época.
O HOMEM NA ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA
Antropologia teológica é a ciência da fé que procura articular a existência humana com a verdade revelada por Deus escrita na Bíblia e assim compreender e poder explicar a vida humana individual e coletiva, bem como as implicações práticas decorrentes e suas possibilidades de humanização e realização. A tradição da antropologia teológica está fundada na afirmação do ser humano criado à imagem e semelhança com Deus, daí a necessidade de se passar a uma Antropologia Cristológica. É Cristo, e não o velho Adão, quem dá sentido à vida de todos os homens, pois somos imagem e semelhança de Deus no Filho.O ser humano não é humano sozinho e nem o centro do universo, ele é humano quando vive a humanidade em comunhão com a natureza, com os outros e com o mundo, por isso a Antropologia Teológica busca dialogar com outras áreas do conhecimento, como a filosofia e a psicologia. Atualmente, vem surgindo grupos que cuidam excessivamente do corpo, esquecendo-se da espiritualidade, ou que nutrem muito o pensamento deixando de lado o corpo.Corpo e alma não devem prevalecer um sobre o outro. Não existe corpo sem alma e nem alma sem corpo.A Antropologia Teológica caminha na direção de ver o ser humano de maneira integral. Corpo e alma. Somente quando essas duas dimensões estiverem integradas o ser humano poderá ter uma vida plenificada, ou seja, cheia de sentido.Corpo e alma são igualmente importantes e a separação entre eles é a raiz de muitos males na Igreja e na sociedade, por isso, nos momentos em que uma dimensão prevalecer sobre a outra, deve-se corrigir o caminho.Nosso dualismo é tão acentuado, que achamos que fazer exercícios, frequentar uma academia não é algo digno de quem estuda ou quer viver com Deus. Negamos o corpo, porque não temos uma boa teologia da criação. Deus criou o corpo e a palavra de Deus diz que tudo que Ele criou é bom.O conceito de pessoa, o entendimento de pecado original e a realidade do mal, das dores humanas e do sofrimento fazem parte da autentica antropologia teológica. O conceito de pessoa é um tema não criado, mas desenvolvido pelos cristãos. Cremos que o ser humano é pessoa, porque ele foi criado à imagem e semelhança de um Deus pessoal. Um Deus trino. Um Deus que não é um ser solitário, egoísta, todo poderoso em si mesmo, mas um Deus que subsiste em três pessoas divinas que juntas partilham o poder e se relacionam numa comunidade de amor.Não vivemos sozinhos no mundo, não fomos criados como seres etéreos como os anjos, que não dependem da nossa realidade e não estão sujeitos às mesmas leis naturais que as nossas. O outro não é meu inferno, pois precisamos do outro para sermos pessoas melhores. Ser pessoa significa que por mais que não compreendamos o outro, suas escolhas, suas opiniões, somos responsáveis uns pelos outros. Tudo isso nos faz vivenciar as quatro relações fundamentais: com Deus, consigo mesmo, com o próximo e com o mundo natural.Antropologia bíblica é a disciplina teológica que se ocupa de estudar de forma sistemática o que a Bíblia diz sobre o homem. A palavra antropologia tem origem em dois termos gregos e significa “estudo do homem”. Então a antropologia teológica nada mais é do que a doutrina bíblica do homem.
Mas é importante não confundir a antropologia teológica com a antropologia geral:
-A antropologia geral é o estudo
cientifico que tem o homem como objeto de análise valendo-se de todas as
ciências que tratam de sua origem, natureza e potencialidades – isso inclui a
constituição e história da humanidade, a estrutura e características
fisiológicas e psíquicas do homem, e seu desenvolvimento etnológico, cultural,
linguístico e religioso.
-Já a antropologia
teológica
se preocupa exclusivamente acerca das relações do homem com seu criador. Como
bem define o teólogo sistemático Louis Berkhof, a antropologia teológica
ocupa-se unicamente do que a Bíblia diz a respeito do homem e da relação em que
ele está e deve estar com Deus. A antropologia teológica reconhece a Escritura Sagrada
como a sua fonte, e examina os ensinamentos da experiência humana à luz da
Palavra de Deus.De forma geral, a antropologia adotada pela comunidade
cientifica não possui qualquer consideração pelo ensino bíblico acerca do
homem. Em outras palavras, a antropologia geral normalmente se fundamenta em
teorias que negligenciam a antropologia bíblica.
Quais os pontos principais da antropologia teológica?
Ao contrário do
objetivo dos Sofistas, a antropologia teológica considera o ensino das
Escrituras acerca do homem desde o relato da criação até o relato da consumação
final. Então a antropologia teológica identifica e extrai de todo esse ensino seus
pontos fundamentais, de modo a apresentar uma visão ampla e ao mesmo tempo bem
organizada do homem à luz da Palavra de Deus. Entres esses pontos
principais enfatizados na antropologia bíblica, podemos destacar:
A criação e desenvolvimento do homem
-Qual a origem do
homem?
-Como ele foi criado?
-Qual o significado
teológico da criação do homem?
-A Bíblia ensina a
unidade da raça humana?
A natureza do homem
-Qual a constituição
do homem?
-O que a Bíblia tem a
dizer sobre os elementos da natureza humana?
-Como a parte
material, corpo, e a parte imaterial, alma/espírito, se relacionam na unidade
que é o homem?
-Existe diferença
entre alma e espírito de acordo com a Bíblia?
A dignidade do homem
-Qual é o valor da
vida humana? Esse valor é intrínseco ou derivado? Relativo, ou absoluto?
-Como e em que o
homem é diferente de todas as demais criaturas de Deus?
-O que significa
dizer que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus?
A condição do homem
-Por que Deus criou o
homem?
-Qual o sentido da
vida humana?
-Qual deve ser a
atitude do homem diante do Criador?
-O homem pode se
relacionar com Deus?
Também é importante
entender que a antropologia teológica jamais deve ser tomada de forma isolada
de outras cadeiras teológicas. Na verdade a antropologia bíblica só pode ser
tratada e compreendida adequadamente quando devidamente articulada com outras
doutrinas do estudo bíblico, como por exemplo:
-A teontologia (o
estudo de Deus e suas ações Teândricas).
-A hamartiologia (o
estudo do pecado),
-A soteriologia (o
estudo do plano salvífico-liberrador de Deus).
-A escatologia
(estudo das últimas coisas)
Qual a importância da antropologia teológica?
Estudar a origem da humanidade sob a base da doutrina bíblica do homem é particularmente útil não apenas para entendermos quem somos, de onde viemos e para onde vamos, mas também para sabermos por que fomos criados e qual o significado da nossa existência neste mundo como parte do propósito maior de Deus. Além disso, a antropologia bíblica não fala apenas de nós enquanto criaturas, mas fala de Deus, nosso Criador. Então em última análise, mesmo estudando a doutrina do homem somos conduzidos ao conhecimento acerca de Deus. Além disso, sem a antropologia bíblica é impossível entender adequadamente nossa condição diante do Senhor – especialmente no que diz respeito à miséria do pecado – e o valor, significado e abrangência da obra da redenção em Cristo.Finalmente, a antropologia teológica é fundamental para qualquer noção correta da dignidade humana. Somente é capaz de conferir o valor adequado à vida humana aquele que enxerga o homem como uma criatura de Deus criada à Sua imagem e semelhança e com um propósito.
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA E DIREITOS HUMANOS
Há muitos grupos que ao
mesmo tempo em que alegam protestar em favor da defesa dos direitos humanos,
rejeitam completamente os princípios bíblicos acerca de quem é o homem.
Então, claro que é uma incoerência, pois se alguém anula a antropologia
teológica da dignidade humana desde a sua concepção até o seu fim, e ainda
assim alega defender os direitos e a dignidade do homem, na verdade essa pessoa
defende simplesmente a dignidade de um ser que surgiu de forma aleatória e não
possui qualquer significado ou propósito em sua vida. Porém, quando olhamos
para a dignidade humana à luz da doutrina do homem expressa na Bíblia,
percebemos que essa dignidade é estabelecida não pela futilidade da mente de um
suposto ser evoluído, mas pelo ato criador de Deus. Sobre isto o Magistério da
Igreja através do Catecismo nos da uma grande contribuição neste ensino:
Dignidade do corpo humano imagem de Deus
§364 A pessoa humana, criada à imagem de Deus, é um ser ao mesmo tempo
corporal e espiritual. O relato bíblico exprime esta realidade com uma
linguagem simbólica, ao afirmar que "O Senhor Deus modelou o homem com a
argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou
um ser vivente" (Gn 2,7). Portanto,
o homem em sua totalidade é querido por Deus.
§1004 Enquanto aguardam esse dia, o corpo e a alma do crente participam desde
já da dignidade de ser "de Cristo"; daí a exigência do respeito para
com seu próprio corpo, mas também para com o de outrem, particularmente quando
este sofre: O corpo é para o Senhor, e o Senhor é para o corpo. Ora, Deus, que
ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós por seu poder. Não sabeis que
vossos corpos são membros de Cristo? (...) Não pertenceis a vós mesmos. (...)
Glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo (1Cor 6,5.19-20).
Dignidade do homem criado por Deus
§306 Deus é o Senhor soberano de seus desígnios. Mas, para a realização dos
mesmos, serve-se também do concurso das criaturas. Isso não é um sinal de
fraqueza, mas da grandeza e da bondade do Deus Todo-Poderoso. Pois Deus não
somente dá às suas criaturas o existir, mas também a dignidade de agirem elas
mesmas, de serem causas e princípios umas das outras e de assim cooperarem no
cumprimento de seu desígnio.
§308 Eis uma verdade inseparável da fé em Deus Criador: Deus age em todo o
agir de suas criaturas. E é a causa primeira que opera nas causas segundas e
por meio delas: "Pois é Deus quem opera em vós o querer e o operar,
segundo a sua vontade" (Fl 2,13). Longe de diminuir a 4ignidade da
criatura, esta verdade a realça. Tirada do nada pelo poder, sabedoria, bondade
de Deus, a criatura não pode nada se for cortada de sua origem, pois "a
criatura sem o Criador se esvai"; muito menos pode atingir seu fim último
sem a ajuda da graça.
Dignidade do povo de Deus
§782 O Povo de Deus tem características que o distinguem nitidamente de todos
os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história: Ele é
o Povo de Deus: Deus não pertence, como propriedade, a nenhum povo. Mas
adquiriu para si um povo dentre os que outrora não eram um povo: "Uma raça
eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa" (1Pd 2,9).A pessoa torna-se membro deste povo não
pelo nascimento físico, mas pelo "nascimento do alto", "da água
e do Espírito" (Jo 3,3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo. Este
povo tem por Chefe (Cabeça) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato de a
mesma Unção, o Espírito Santo, fluir da Cabeça para o Corpo, ele é "o Povo
messiânico". A condição deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos
de Deus: nos corações deles, como em um templo, reside o Espírito Santo."Sua
lei é o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou." É a lei
"nova" do Espírito Santo.Sua missão é ser o sal da terra e a luz
do mundo. "Ele constitui para todo o gênero humano o mais forte germe de unidade,
esperança e salvação."Finalmente,
sua meta é "o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser
estendido mais e mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus
mesmo".
§786 O Povo de Deus participa finalmente da função régia de Cristo. Cristo
exerce sua realeza atraindo para si todos os homens por sua morte e Ressurreição.
Cristo, Rei e Senhor do universo, se fez servidor de todos, não veio "para
ser servido, mas para servir e para dar sua vida em resgate por muitos"
(Mt 20,28). Para o cristão, "reinar
é servir", particularmente "nos pobres e nos sofredores, nos quais a
Igreja reconhece a imagem de seu Fundador pobre e sofredor". O povo de
Deus realiza sua "dignidade régia" vivendo em conformidade com esta
vocação de servir com Cristo. Todos os que renasceram em Cristo obtiveram, pelo
sinal da cruz, a dignidade real e, pela unção do Espírito Santo, receberam a
consagração sacerdotal. Por isso, não obstante o serviço especial do nosso
ministério, todos os cristãos foram revestidos de um carisma espiritual que os
torna membros desta família de reis e deste povo de sacerdotes. Não será,
na verdade, função régia o fato de uma alma, submetida a Deus, governar seu
corpo? E não será função sacerdotal consagrar ao Senhor uma consciência pura e
oferecer no altar do coração a hóstia imaculada de nossa piedade?
CONCLUSÃO:
Eu tenho medo de
estragar com o meu comentário final tudo que já foi dito acima, mas
acrescentarei algumas palavras. Dizer que é grande o Nome de Deus é como dizer:
Deus é grande (até mesmo os muçulmanos o repetem: Halla Akbar). Mas quão
grande? Nós modernos dizemos: ao infinito. O Salmista neste ponto recorre a
duas imagens poéticas eloquentes: Deus criou todas aquelas maravilhas (e nós
modernos poderíamos enumerá-las: galáxias, energia elétrica e atômica,
big-bang, força da gravidade, poder desde a menor semente, DNA, bactérias,
átomos e partículas subatômicas, etc) apenas com um toque de uma mão, ou
melhor, dos dedos! Portanto só Deus é assim, o resto é criatura, bela e boa,
talvez até muito poderosa, mas apenas criatura: não deve, portanto, nem ser
adorada, nem desprezada. Aliás, como já pensava Santo Agostinho, e como sugere
também a ciência, Deus incutiu na natureza e na matéria tal poder para ser
libertado pouco a pouco - bilhões de anos - uma evolução ainda em curso
(interessantes as intuições do jesuíta e cientista Teilhard de Chardin a
respeito, falecido em 1955). Vamos reler agora aquela pérola que é o Salmo 8 e
seu convite a contemplar tanto a grandeza divina como aquela do homem, criado
"pouco menor que os Anjos" – como se lia em traduções antigas - “pouco
menos que um deus", em outras traduções. E nessa luz tentemos nos olhar um
ao outro e toda a criação:
Salmo 8, 4-10: “Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as
estrelas que ali firmaste, pergunto, e nos esperaríamos “Quem é então Deus?”
mas, eis a surpresa! Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do
homem, para que com ele te preocupes? Tu o fizeste um pouco menor do que os
seres celestiais e o coroaste de glória e de honra.Tu o fizeste dominar sobre
as obras das tuas mãos; sob os seus pés tudo puseste!Todos os rebanhos e
manadas, e até os animais selvagens, as aves do céu, os peixes do mar e tudo o
que percorre as veredas dos mares. Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu
nome em toda a terra!...”
Bibliografia:
-NIELSEN, Henrique Neto. Filosofia da Educação. Editora Melhoramentos
-Vilhena, Angela M. (2003). É possível! Uma Boa-Nova para a esperança. São Paulo: Paulinas. pp.
21–22
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