Homem
e mulher, diferentes na sua identidade e singularidade, devem incansavelmente
buscar construir a harmonia conjugal, e esta é uma conquista que surge a partir
da diversidade. Chamado à unidade em meio às diferenças individuais, o casal
necessita empenhar-se nesta busca que supõe, muitas vezes, a renúncia de si em
vista do bem comum do casal e da família. Não retira a individualidade dos
dois, mas enriquece-os mutuamente, complementando-os. A nossa inclinação
natural é querer que domine o nosso modo de pensar e o que queremos. Isso é
fruto do egoísmo e do egocentrismo, de nossa educação, cultura e inclinações da
nossa humanidade fragilizada pelo pecado original. É o Espírito que, a partir
da adesão da vontade humana, constrói a unidade entre o casal, gerando frutos
de amor, respeito pelas diferenças, liberdade e espontaneidade, segurança e
paz.
Normalmente
o casal depois da fase da revolta, e ofensas mútuas, onde vão se tornando
especialistas e irritar um ao outro. Vai se instalando um momento da grande
tristeza, vazio, e solidão a dois que em seguida acompanhará uma estranha e
nociva "nova/velha" construção: o fiar de uma trama de vingança
cotidiana, onde invisivelmente vemos serem tecidos os fios de rancor, ódio e
ressentimento que passam a nutrir o viver da pessoa nela enredada neste círculo
vicioso, que se não tiver ajuda e orientação externa, não saberão com superar e
sair. Nesse cenário, a "ruminação do mal que o outro fez", alenta um
perene revanchismo. É como se a grande revanche fosse o preço a pagar por quem
foi abandonado ao se condenar a manter-se aquecido por esse frio cobertor de
mágoas e ressentimentos.Sabemos que somos imperfeitos, que nossos laços
relacionais são muitas vezes frágeis e passíveis de serem rompidos, mas
precisamos a todo custo, auxiliados pela graça de Deus, e ajuda externa,
superar estes naturais dissabores, desencontros e mal-entendidos do relacionamento
a dois.
Nesse
cenário da não ruptura relacional, acompanhamos o tramar-se de uma 'colcha de
mágoas', onde a pessoa desiludida, decepcionada, traída em seu vínculo de
amizade e companheirismo, resiste a romper o vínculo, mas fica como que acendendo
uma velinha diária, se é que não acende várias ao dia, para cultuar aquela
decepção alimentando-se prejudicialmente dela. Nesta situação acompanhamos pessoas
até com grande adesão ao aconselhamento de casais, ou terapêutico, mas sem
nenhuma adesão a mudanças, pois seria como que perder o único trunfo que tem em
mãos, tornando o problema como uma solução, que sempre será paliativa, pois
cedo ou tarde, é como uma bomba relógio prestes a explodir. Isso não implica de
modo algum em dizermos que devemos chutar o pau da barraca, e não devemos tentar
mediar nossos conflitos, procurando soluções criativas e maduras para nossos
dissabores relacionais.
CONCLUSÃO
É
o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o“alimento” e o
“oxigênio” mais importante para os filhos. Na Encíclica Redemptor Hominis, o
Papa João Paulo II disse algo marcante:
“O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser
incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o
amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna
algo próprio, se nele não participa vivamente...” (RH, 10).
Sem
o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade e maturidade, isto é,
ser uma comunidade de pessoas. O amor é mais forte do que a morte e é capaz de
superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o Cântico
dos Cânticos:
“O amor é forte como a morte.Suas centelhas são centelhas de fogo, uma
chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o
poderiam submergir.”(Ct 8,6-7)
Há
alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles.
Será verdade? Seria mais coerente dizer que:
“O verdadeiro amor não cresceu e não amadureceu, foi queimado pelo sol
forte do egoísmo e sufocado pelo amor próprio de cada um. Não seria mais coerente
dizer: Nós sufocamos o nosso amor? ”
O
poeta cristão Paul Claudel resumiu de maneira bela a grandeza da vida do casal:
“O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem
livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de
tão grande que Ele o tornou sacramento”.
Tente Outra
Vez
(Raul
Seixas)
Veja: Não diga que a canção está perdida
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez
Beba. Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não !
Tente. Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar, não!
Há uma voz que canta,
Uma voz que dança,
Uma voz que gira!
Bailando no ar
Queira! Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo
Vai, tente outra vez
Tente! E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez!
Faça agora as coisas de um modo diferente, pois se fazemos sempre as
mesmas coisas, teremos sempre os mesmos resultados. Se quer resultados
diferente, faça coisas diferentes.
Apostolado
Berakash
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