Paulo Freire, cujo
maravilhoso sistema de ensino jamais produziu um escritor, um cientista, um
filósofo ou mesmo um executivo competente, limitando-se a transformar milhares
de coitadinhos em igual número de coitadinhos, é o patrono de uma educação
nacional que produz analfabetos funcionais em massa e cujos estudantes obtêm
sempre as piores notas nos testes internacionais. Se 41 universidades acham
esse cidadão o máximo, 41 universidades deveriam ser fechadas. Paulo Freire é um
sujeito oco, o tipo acabado do pseudo-intelectual militante. Sua fama baseia-se
inteiramente no lucro político que os comunistas obtêm do seu método! Esse
método, aliás, não passa de uma coleção de truques para reduzir a educação à
doutrinação sectária. As técnicas que ele inventou foram aplicadas no Brasil,
no Chile, na Guiné-Bissau, em Porto Rico e outros lugares.Não produziram
nenhuma redução das taxas de analfabetismo em parte alguma.Produziram, no
entanto, um florescimento espetacular de louvores em todos os partidos e
movimentos comunistas do mundo. O homem foi celebrado como gênio, santo e
profeta. Isso foi no começo! A passagem das décadas trouxe, a despeito de todos
os amortecedores publicitários, corporativos e partidários, o choque de
realidade. Todos conhecem os vergonhosos índices que a Educação Brasileira vem
repetindo, ano após ano, com constância e regularidade perturbadoras. Só o que
fez este triste patrono foi descobrir que o aluno é um público cativo para a
doutrinação marxista. A educação deixa de ser uma abertura para o mundo, uma
chance de tomar posse de nossa herança cultural, e passa a ser apenas a isca
com a qual se há de fisgar mais um inocente útil para destruir a herança que
não conhece.
As matérias
pedagógicas da licenciatura resumem-se hoje à repetição incessante, em palavras
levemente diferentes, das mesmas inanidades iconoclastas. Os cursos da área de
Humanas, com raras exceções, são mais do mesmo, sem outra preocupação que não
acusar aquilo que não se dá ao aluno a chance de conhecer. O que seria direito
dele receber como herança. E, ainda, sob uma ótica mais especificamente
católica, vale ler o sempre oportuno Dom Estêvão falando sobre o método Paulo
Freire de alfabetização, de quem destaco: “Não há dúvida de que todo mestre há de ser aberto à aprendizagem de
novas e novas verdades, como também à reformulação de seus conceitos; o
progresso no saber é-lhe muitas vezes ocasionado pelo convívio com os próprios
alunos.” Isto, porém, não quer
dizer que o professor se deva julgar tão educando quanto o próprio
discípulo. Um tal esvaziamento do
conceito de mestre vem a ser nocivo aos alunos, pois estes precisam de sentir
firmeza e segurança no seu orientador. A
profissão da verdade deve ser efetuada com desassombro e sem subterfúgio, mas
também com humildade. Pelo fato de ter descoberto a verdade sobre tal ou tal
assunto, o mestre é devedor em relação aos seus alunos, e deve pagar-lhes a
dívida, comunicando e demonstrando a verdade; proponha os pontos certos e
indubitáveis como certos, e os pontos ainda discutíveis como discutíveis. Esta oferta da verdade, longe de ser
desrespeito ao próximo, é precioso serviço prestado ao mesmo. Por isto também, não se pode aceitar a frase: “Ninguém educa ninguém” (Pedagogia do Oprimido, p.
79). Na verdade, os homens são dependentes
uns dos outros para eduzir (educere = educar) as virtualidades latentes no seu
íntimo. Em geral, são os pais, no lar, e
os mestres, na escola, que educam os mais jovens; afirmar isto não significa
“estar a serviço de algum sistema político opressor”. O desempenho da
autoridade não é algo de vergonhoso que se deva banir, mas, ao contrário, é um
serviço que não se pode extinguir e que faz eco às palavras de Cristo: “O Filho
do Homem veio não para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45).
A semeadura já dura
décadas, a colheita já foi realizada por diversas vezes, e a péssima qualidade
destas safras já se nos revela mais do que evidente. O Brasil merece mais que
isso! Já passou da hora de lançarmos fora estas sementes de joio e passarmos a
investir em uma educação verdadeiramente de qualidade: uma educação que possa
promover um desenvolvimento integral e (este sim!) verdadeiramente libertador
do ser humano, ao invés de transformá-lo em marionete de um processo
revolucionário cuja existência ele não é sequer capaz de perceber. A educação
integral não é uma modalidade, é um novo paradigma. Presente na literatura e no
pensamento acadêmico mundial, o conceito de uma formação integral, que leva em
conta não apenas o componente acadêmico, mas o pleno desenvolvimento dos
educandos, está presente na história contemporânea da educação brasileira com
muita força. Educadores foram peças fundamentais para a construção desse
entendimento. Foram e ainda são referência nacional e internacional no debate,
demarcando o direito à educação como estruturante das bases para a conquista de
um país justo, solidário e democrático. Pautados por uma concepção de justiça e
democracia, foram muitas as mentes que pensaram e discutiram caminhos para a
educação no Brasil, mas algumas se destacaram pela riqueza da obra e
contribuições às políticas educacionais no país. Sem a pretensão de esgotar o
tema, o blog Berakash, resgata alguns destes educadores, apresentando, ainda
que brevemente, algumas de suas marcas e posicionamentos para o debate
contemporâneo de um sistema educacional made in Brasil. O início da educação
no Brasil, mais precisamente, do ensino, entendido como um processo
sistematizado de transmissão de conhecimentos, é indissociável da história da
Companhia de Jesus. As negociações de Dom João III, O Piedoso, junto a esta ordem
missionária católica pode ser considerado um marco. No período da
exploração inicial, os esforços educacionais foram dirigidos aos indígenas,
submetidos à chamada "catequese" promovida pelos missionários
jesuítas que vinham ao novo país difundir a crença cristã entre os nativos. O
padre Manuel da Nóbrega chefiou a primeira missão da ordem religiosa em 1549.
Em 1759 houve a expulsão dos jesuítas (reformas pombalinas), passando a ser
instituído o ensino laico e público através das Aulas Régias, e os conteúdos
baseiam-se nas Cartas Régias, a partir de 1772, data da implantação do
ensino público oficial no Brasil (que manteve o Ensino Religioso nas escolas,
contudo). Em 1798, ocorreu o Seminário de Olinda, por iniciativa do
bispo Azeredo Coutinho que se inspirava em ideias iluministas que aprendera
como aluno na Universidade de Coimbra. Durante esses quase
300 anos da história do Brasil, o panorama não mudaria muito. A população do
período colonial formada além dos nativos e dos colonizadores brancos, tivera o
acréscimo da numerosa mão de obra escrava oriunda da África. Mas os escravos
negros não conseguiram qualquer direito à educação e os homens brancos (as
mulheres estavam excluídas) estudavam nos colégios religiosos ou iam para a
Europa. Apenas os mulatos procuravam a escola, o que provocou incidentes tais
como o da "questão dos moços pardos" em 1689: Os colégios de jesuítas
negavam as matrículas de mestiços mas tiveram que ceder tendo em vista os subsídios
de "escolas públicas" que recebiam.
A educação com a vinda da Família Real para o Brasil
Não se conseguiu
implantar um sistema educacional nas terras brasileiras, mas a vinda da Família
Real no início do século XIX permitiu uma nova ruptura com a situação anterior.
Para preparar terreno para sua estada no Brasil Dom João VI abriu Academias
Militares (Academia Real da Marinha (1808) e Academia Real Militar (1810)),
Escolas de Medicina (a partir de 1808, na Bahia e no Rio de Janeiro), Museu
Real (1818), a Biblioteca Real (1810), o Jardim Botânico (1810) e, sua
iniciativa mais marcante em termos de mudança, a Imprensa Régia (1808). Segundo
alguns autores o Brasil foi finalmente "descoberto" e a nossa
História passou a ter uma complexidade maior. Em 1816 foram convidados
artistas franceses ("Missão Artística Francesa") como Lebreton,
Debret, Taunay, Montigny que influenciariam a criação da Escola Nacional de
Belas Artes. A educação, no entanto, continuou a ter uma importância
secundária. Basta ver que enquanto nas colônias espanholas já existiam muitas
universidades, sendo que em 1538 já existia a Universidade de São Domingos e em
1551 a do México e a de Lima, a Universidade Federal do Amazonas, considerada a
mais antiga universidade brasileira, foi fundada em 1909. A USP de São Paulo
surgiu apenas em 1934.
A educação no período do Império
Em 1822, havia
propostas para a Educação na Assembleia Constituinte (inspiradas nos ideais da
Revolução Francesa) mas a sua dissolução por Dom Pedro I adiaria qualquer iniciativa no
sentido de estruturar-se uma política nacional de educação. A
Constituição de 1824 manteve o princípio da liberdade de ensino, sem
restrições, e a intenção de "instrução primária gratuita a todos os
cidadãos". Em 15 de outubro de 1827 foi aprovada a primeira lei sobre o
Ensino Elementar e a mesma vigoraria até 1946. Essa lei determinou a criação de
"escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugarejos"
(artigo 1º) e "escolas de meninas nas cidades e vilas mais populosas"
(artigo XI). A lei fracassou por várias causas econômicas, técnicas e
políticas. O relatório Liberato Barroso apontou que, em 1867, apenas 10% da
população em idade escolar se matriculara nas escolas elementares. Em 1834 (Ato
Adicional que emendou a Constituição) houve a reforma que deixava o ensino
elementar, secundário e de formação dos professores a cargo das províncias,
enquanto o poder central cuidaria do Ensino Superior. Assim foi criado o
Imperial Colégio de Pedro II, em 1837, e os primeiros liceus provinciais. O
Colégio era o único autorizado a realizar exames para a obtenção do grau de
bacharel, indispensável para o acesso a cursos superiores. Título de Capacidade
emitido pela Inspetoria Geral da Instrução Primária e Secundária do Município
da Corte para o exercício do magistério, 1878. Arquivo Nacional. Em 1879 houve a reforma
de Leôncio
de Carvalho,que propunha dentre outras coisas o fim da proibição da
matrícula para escravos mas que vigorou por pouco tempo. No século XIX ainda
havia no Brasil a tendência da criação de escolas religiosas, o que já não
acontecia no resto do mundo receptível ao ensino laico. Até mesmo por parte dos
jesuítas, que retornaram após 80 anos. Dentre essas instituições figuram o
Colégio São Luís (fundado em Itu em 1867 e transferido para São Paulo em 1919),
o Colégio Caraça em Minas Gerais (1820), Liceu Pernambuco - Ginásio
Pernambucano (1825), Colégio Mackenzie (São Paulo, 1870), Colégio Metodista
Piracicabano (Piracicaba, 1881), Colégio Americano (Porto Alegre, 1885),
Colégio Internacional (Campinas, 1873), Maristas, Salesianos, entre outros. Da
parte da iniciativa leiga surgiu a Sociedade de Culto à Ciência (Campinas,
fundada por maçons). A primeira escola de formação dos professores (as chamadas
"escolas normais") foi a Escola Normal de Niterói, fundada em 1835.
Educação na Primeira República
Com a instauração da
República (1889), a Educação sofreria mudanças mas sempre sob os princípios
adotados pelo novo regime: centralização e
formalização. Segundo Palma Filho,durante a Primeira República
(1889-1930) foram cinco reformas (Reforma Benjamim Constant, Reforma Epitácio
Pessoa, Reforma Rivadávia, Reforma Carlos Maximiliano e Reforma João Luiz
Alvez) de âmbito nacional do ensino secundário, preocupadas em implantar um
currículo unificado para todo o país.
-Em 1890 e 1891, com
as reformas de Benjamim Constant, então Ministro da Instrução, Correios e
Telégrafos (órgão precursor do MEC), o Ensino Secundário era visto como
meramente preparatório para o Ensino Superior. Em 1901, vieram as reformas de Epitácio
Pessoa.
-Entre 1911 e 1915 vigorou
a "Reforma Rivadávia",de iniciativa do Ministro Rivadavia Correa, que
afastava da União a responsabilidade pelo Ensino. Nessa época também surgiu o
conceito de "Grupo Escolar", quando as classes deixaram de reunir
alunos de várias idades e passaram a distribuí-los em séries ("ensino
seriado"). Em 1915, saiu a Reforma Maximiliano e, em 1925, a reforma João
Luiz Alvez.
-As décadas de 1920 e
1930 viram surgir o "Escolanovismo", de iniciativa de liberais
democraticos, os quais empreendaram reformas educacionais em diversos estados
tais como Lourenço Filho (Ceará, 1923) e Anísio Teixeira (Bahia, 1925), dentre
vários outros.
-Em 1924 foi fundada a
Associação Brasileira de Educação (ABE) que na primeira fase sofrera influência
da militância católica mas que a partir de 1932, foi dominada pelos adeptos da
Escola Nova.
-Em 1932, foi
publicado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, defendendo a laicidade,
gratuidade, obrigatoriedade e coeducação no ensino público.
Educação na Era Vargas
É a partir de 1930,
início da Era Vargas, que surgem as reformas educacionais mais modernas. Assim, na emergência
do mundo urbano-industrial, as discussões em torno das questões educacionais
começavam a ser o centro de interesse dos intelectuais. E se
aprofundaram, principalmente devido às inquietações sociais causadas pela
Primeira Guerra e pela Revolução Russa que alertaram a sociedade para a possibilidade
de a humanidade voltar ao estado de barbárie devido ao grau de violência
observado nestas guerras. Com o Decreto 19.402 de 14 de novembro de
1930, foi criado o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. O
Ministro Francisco Campos reformou o Ensino Secundário (Reforma Campos),criando
os Exames de Madureza (provável nome derivado do hebraico Bagrut).O Decreto
19.850 de 11 de abril de 1931 organizou o Conselho Nacional de Educação e a
Constituição de 1934 deu-lhe a incumbência de criar o Plano Nacional de
Educação.
-Em 1932 alguns
intelectuais brasileiros como Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e
Anísio Teixeira, dentre outros (no total de 26), assinaram o "Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova".Desse modo, os intelectuais voltaram sua
atenção para a educação, uma vez que, pretendiam contribuir para a melhoria do
processo de estabilização social. Não demoraram muito a declararem a
insuficiência da pedagogia tradicional diante da exigência do mundo moderno,
capitalista, concluindo que as instituições escolares deveriam ser atualizadas
de acordo com a nova realidade social.O movimento educacional que
surgiu naquele momento e que influenciou consideravelmente o pensamento
educacional brasileiro foi o que nos Estados Unidos denominou-se de Escola
Nova. Este movimento, valorizava os jogos e os exercícios físicos de
forma geral, desde que servissem para o desenvolvimento da motricidade e da
percepção. O seu desenvolvimento levava em consideração os estudos da
psicologia da criança e buscava os métodos mais adequados para estimular o
interesse delas, sem, no entanto, privá-las da espontaneidade.
-Tanto a constituição
de 1934 como o manifesto de 1932 traçaram pela primeira vez as linhas mestras
de uma política educacional brasileira. Contudo, a constituição de 1934 durou pouco
e foi substituída pela de 1937, imposta por Getúlio Vargas. Na década de 1920
havia universidades, como a do Rio de Janeiro (1920) e a Universidade Federal
de Minas Gerais (1927) que eram simples agregação de faculdades. Em 1934,
surgiu a USP, sob a nova organização decretada pelo governo.
-Em 1942, o ministro
Gustavo Capanema incentivou novas leis de reforma do Ensino, que ficaram conhecidas
como "Reforma Capanema". Nesse ano, surgiram a Lei Orgânica do Ensino
Industrial,e a Lei Orgânica do Ensino Secundário, além de ter sido fundado o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
-Em 1943 foi aprovada a Lei
Orgânica do Ensino Comercial.Em 1946, saiu a Lei Orgânica do Ensino Primário e
do Ensino Normal,além da Lei Orgânica do Ensino Agrícola.Também houve em 1946 um acordo
financeiro com o Banco Mundial para a Escola Técnica de Curitiba.
Com as reformas de
Capanema, o Ensino Secundário foi dividido em dois ciclos, o ginasial e o
segundo ciclo ("colegial"). O segundo ciclo contava com duas modalidades:
curso Clássico e Científico. Esses dois cursos tinham caráter propedêutico,
permitindo o acesso ao Ensino Superior. Quanto ao ensino profissional, era previsto
em quatro modalidades: industrial, agrícola, comercial e normal. O
ensino profissional era dividido ainda em cursos de formação profissional do
primeiro ciclo (equivalente ao ginásio), e os cursos técnicos (equivalentes ao
segundo ciclo ou "colegial"). Em tese, a conclusão de um curso técnico
dava acesso ao ensino superior, entretanto, tais cursos se configuravam, na
prática, como terminais, sendo destinados aos pobres, caracterizando uma
dualidade no sistema educacional, entre escolas de ricos e de pobres.
Uma exceção era feita ao curso Normal, destinado, em geral, às moças da elite.
Populismo
Com o fim do Estado
Novo, surgiu a Constituição de 1946,e que trouxe dispositivos dirigidos à
educação, como a gratuidade para o Ensino Primário e a manutenção da mesma na
sequência dos estudos, para aqueles que comprovassem falta de recursos.
-Em
1948, também surgiu a discussão para uma Lei de Diretrizes Básicas (LDB), a
partir da proposta do deputado Clemente Mariani. Depois de treze anos
de debates dos escolanovistas e também de católicos tradicionalistas como o
padre Leonel Franca e Alceu Amoroso Lima, além do Manifesto dos Educadores Mais
uma Vez Convocados (1959), assinado por Fernando de Azevedo e mais 189 pessoas, foi
aprovada em 1961 a primeira LDB, que instigou o desencadeamento de vários
debates acerca do tema.
A educação no Regime Militar
-Com o regime iniciado
em 1964, houve um aumento do centralismo, marcado na área da Educação com o
banimento de organizações estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE)
em 1967, consideradas "subversivas". Em 1969, foi tornado obrigatório
o ensino de Educação Moral e Cívica em todos os graus de ensino, sendo
que, no ensino secundário, a denominação mudava para Organização Social e
Política Brasileira (OSPB).
-Em 1964, no contexto
da Guerra Fria, foram assinados os acordos MEC–Usaid, entre o Ministério da
Educação e a Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos,
através dos quais foram introduzidas algumas mudanças de caráter tecnicista.
-Em 1968, a LDB
passaria por mudanças significativas, com base em diretrizes do Relatório Atcon
(de Rudolph Atcon) e do Relatório Meira Mattos (coronel da Escola Superior de
Guerra). O Movimento Brasileiro de Alfabetização foi criado em 1967, objetivando
diminuir os níveis de analfabetismo entre os adultos.
-Entre os anos 1960 e
1970, foi feita a "reforma universitária", substituindo-se o sistema
de cátedras pelo de departamentos ou institutos, além de ocorrer o desmembramento
das Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL).
-Em 1971, com uma nova
LDB, ocorreu a reforma dos ensinos fundamental e médio, durante o governo
Médici.Foram integrados o primário, ginásio, secundário e técnico. Disciplinas
como Filosofia (no 2º grau) desapareceram e outras foram aglutinadas (História
e Geografia formaram, no 1º grau, os "Estudos Sociais"). As
"Escolas Normais" foram extintas. Em 1971, é criado o
"vestibular classificatório", garantindo a vaga nas universidades
apenas até o preenchimento das vagas disponíveis.
-Em 1982, foi retirada
a obrigatoriedade
do ensino profissional nas instituições de ensino médio.
A educação na Retomada democrática
A Educação mereceu
destaque na Constituição Brasileira de 1988 que em seus dispositivos
transitórios (ADCT 60 modificado pela Emenda Constitucional 14/1996)
dava o prazo de dez anos para a universalização do Ensino e a erradicação do
analfabetismo. Ainda em 1996 surgiu a nova LDB - Lei das Diretrizes
Básicas, que instituiu a Política Educacional Brasileira. A lei 9131/1995 criou
o Conselho Nacional de Educação, substituindo o antigo Conselho Federal de
Educação que havia surgido com a LDB de 1961 e tinha sido extinto em 1994.Em 1990 foi
organizado o SAEB - Sistema de Avaliação do Ensino Básico. Com a lei 9.424/96
foi organizado o FUNDEF - Fundo de Manutenção do Desenvolvimento do Ensino
Fundamental (que depois de dez anos foi substituído pelo FUNDEB), que obrigou
os Estados e Municípios a aplicarem anualmente um percentual mínimo de suas
receitas (e desse montante, 60% pelo menos para o pagamento do pessoal do
magistério).
QUEM SÃO NOSSOS GRANDES EDUCADORES PARA ALÉM DO PATRONO IMPOSTO em 2012
pelo PT: Paulo Freire ?
1)- Rui Barbosa (1849 - 1923) nasceu em 5 de novembro, na
cidade de Salvador (BA). Ele participou ativamente da política brasileira por
mais de cinquenta anos. Rui Barbosa propôs reformas na educação
defendendo que os homens tinham que ser preparados para a vida, portanto, era
necessário um ensino diferente do ministrado até então. Foi criticado
por privilegiar a retórica e a memorização, e por se fundamentar sob bases da
religião católica no Brasil.Rui Barbosa lançou
uma proposta educacional com ênfase a cerca das Lições de Coisas e do ensino da
cultura moral e cívica. Elaborado, no ano de 1883, com base na análise do Decreto
nº 7.247, de 19 de abril de 1878, de autoria do ministro Carlos Leôncio de
Carvalho (1942). Rui Barbosa participou, com Thomaz do Bonfim Spinola e Ulisses
Viana, da Comissão de Instrução Pública incumbida
de apreciar o supracitado Decreto. Os
denominados “Pareceres sobre Educação”, como popularmente ficaram
conhecidos, de Rui Barbosa resultaram de sua colaboração como relator nessa Comissão.
Carlos Leôncio de Carvalho propunha, naquele momento, uma reforma na área dos
ensinos primário e secundário do município da corte, cidade do Rio de Janeiro, e na
do ensino superior em todo o país. Nesse contexto, Rui Barbosa pontuou serem necessárias inovações nos aspectos de
metodologia e currículo escolares. O conteúdo, o papel e a utilidade das Lições
das Coisas e do ensino da cultura moral e cívica expressos pelo autor sobre
Educação, constituírem-se hoje, elementos indispensáveis à constituição do programa
escolar do ensino primário elementar público
nacional. Conheça mais sobre Barbosa na "Coleção
Educadores" .
2)- Edgard Roquette-Pinto (1884-1954) se
formou em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em sua
carreira colecionou as funções de professor de antropologia, professor de
história natural e professor de fisiologia. Fundou em 1923 a Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro, que tinha objetivos educacionais e culturais. Roquette-Pinto
utilizou o rádio como instrumento para a educação. Após presenciar uma
transmissão radiofônica em celebração ao primeiro centenário da Independência,
ele comentou: “Eis uma
máquina importante para educar nosso povo.” Entusiasta da tecnologia que surgia, o educador fundou, em
1923, a primeira rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, com uma
programação majoritariamente cultural. Foi pioneiro na aplicação do audiovisual
na educação. Após 13 anos de funcionamento, a rádio foi doada ao Ministério da
Educação. Funciona até hoje e pode ser acessada pela internet.Conheça mais
sobre Roquette-Pinto na "Coleção Educadores" .
3)- Cecília Meireles (1901-1964) nasceu no Rio de Janeiro no
dia 7 de novembro. Concluiu o magistério em 1917, começou a dar aulas e dois
anos depois iniciou sua carreira literária. Aposentou-se em 1951 como diretora
de escola, porém continuou trabalhando como produtora e redatora de programas culturais,
na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ). Ao lado de nomes como Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo,
assinou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, que se tornou
o marco inaugural da renovação educacional brasileira, defendendo as bandeiras
de uma escola pública, gratuita, laica e obrigatória, se opondo frontalmente à
escola existente. A finalidade da escola nova era proporcionar o desenvolvimento integral
dos indivíduos em todas as etapas de seu crescimento.Conheça mais
sobre Cecília na "Coleção Educadores" .
3)- Anísio
Teixeira: O
educador baiano Anísio Teixeira (1900-1971) é considerado um dos mais
importantes defensores do direito à educação no Brasil. Para ele, a escola era um espaço
de exercício da democracia e principal instituição republicana, tendo como
função a de garantir o pensamento autônomo e livre dos estudantes a fim de
prepará-los para construir a sociedade desejada. Autor de mais de dez
livros. Anísio foi o criador da primeira experiência bem sucedida de educação
integral no Brasil, com a criação do Centro Educacional Carneiro Ribeiro. Foi
também o idealizador das Escolas Parque, e criador do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e da Coordenação de Aperfeiçoamento do
Pessoal do Ensino Superior (CAPES) e um dos fundadores da Universidade de
Brasília (UNB).Anísio esteve ainda entre os 26 autores do Manifesto Pioneiros da
Educação Nova, publicado em 1932 como fruto da discussão do Movimento
Escolanovista, que discutia que a educação deveria garantir a formação ampla
dos estudantes e que todos da sociedade são corresponsáveis pela escola. Para
saber mais veja:Fundação Anísio Teixeira.
“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a
máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública”.
(Anísio Teixeira)
4)- Darcy Ribeiro: Influenciado pelas ideias do Movimento
Escolanovista, e muito próximo de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro (1922-1997) foi
um dos principais antropólogos e
pensadores da educação no país. Além de seu envolvimento com a questão
indianista no país, atuou fortemente pela defesa da escola pública e da atenção
ao desenvolvimento integral dos estudantes. Foi Ministro da Educação, e depois
Chefe da Casa Civil no governo João Goulart, deposto pelo golpe civil-militar
em 1964. Durante o período militar, foi forçado a se exilar, época em que
contribuiu com reformas e discussões educacionais em diferentes países. De
volta ao Brasil, Darcy implementou junto ao Governo Leonel Brizola no estado do
Rio de Janeiro, os Centros Integrados de Ensino Público (CIEPs), uma das
principais políticas de educação integral no país, e que trouxe à tona a
necessidade de integrar a assistência social às ações educacionais. Autor
de inúmeros livros e membro da Academia Brasileira de Letras, Darcy também foi
o primeiro reitor da Universidade de
Brasília (UNB), e criador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF),
que tinha como projeto formações interdisciplinares, em proposta considerada
bastante disruptiva para o cenário do ensino superior no país.
5)- Florestan Fernandes: Considerado um dos sociólogos mais
influentes no Brasil, Florestan Fernandes (1920-1995) teceu considerações muito
importantes para o debate da educação integral no país, além de ter sido, como
professor, um educador considerado exemplar, acompanhando, de perto e com
atenção irrestrita, todos que foram seus alunos. Como ideia central em seu
pensamento, a educação teria a capacidade de transformar a sociedade, e a
escola seria a instituição prioritária de fortalecimento do que ele chamava de
cultura cívica, a atenção ao interesse comum, àquilo que é público. Florestan
defendia que democracia era a liberdade de educar e o direito irrestrito de estudar.
Foi árduo debatedor de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB),
aprovada pouco tempo depois de sua morte e que enuncia o direito à educação
integral. Defensor das ideias do amigo Darcy Ribeiro, o sociólogo era ativo na
luta pela escola pública, foi um dos principais advogados pelo Piso Salarial
dos Professores, pela Eleição de Diretores pela comunidade escolar,
incluindo
estudantes e familiares, e pelos mecanismos de gestão democrática e
participativa nas instituições educativas.
6)- Jaqueline Moll: A professora da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diretora de Currículos e Educação Integral da
Secretaria de Educação Básica no MEC de 2007 a 2013, Jaqueline Moll é uma das
principais referências no Brasil sobre a temática da educação integral. Ávida
defensora do direito ao desenvolvimento integral, e da integração das escolas
aos seus territórios, Jaqueline foi responsável pela criação e implementação do
programa Mais Educação. Para ela, a escola não pode ser um simulacro da
vida real, e, portanto a educação deve ser pensada na perspectiva das
comunidades, ampliando as interações dos estudantes, e as oportunidades a eles
ofertadas. Para tanto, Jaqueline convoca a perspectiva das Cidades Educadoras, em
que equipamentos da saúde, da cultura, do meio ambiente se integram a fim de
fortalecer o desenvolvimento dos sujeitos em todas suas dimensões e
viabilizar a participação de todos em todas as esferas da sociedade. Autora de
vários livros e pesquisadora atuante, a professora defende a necessidade de
projetos educativos locais, em que escolas tornam-se co-autoras das políticas
educacionais, trazendo o repertório, as características e as necessidades dos
sujeitos e de suas comunidades para o centro do projeto pedagógico.
7)- Olavo de Carvalho: Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (Campinas, 29
de abril de 1947),
é um filósofo, escritor, jornalista, ensaísta e conferencista brasileiro.É um
dos principais representantes do conservadorismo no Brasil. Em
sua juventude, foi militante comunista, inclusive sendo membro do Partido
Comunista Brasileiro de 1966 a 1968,tendo feito oposição durante todo o período
do regime militar, mas posteriormente decepcionou-se com a ideologia e
tornou-se anticomunista convicto. O filósofo Pablo Ortellado,
escrevendo à BBC, aponta Olavo como o responsável pelo surgimento da Nova
Direita brasileira! Como jornalista, trabalhou em revistas e periódicos,
passando por veículos como Folha de S.Paulo, Planeta, Bravo!, Primeira Leitura,
Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época e Zero Hora e Diário do
Comércio. É autor de vários livros, sendo o primeiro deles, lançado em 1980: A
Imagem do Homem na Astrologia. Seu livro O Mínimo que Você Precisa Saber
para não Ser um Idiota, lançado em 2013, vendeu algo próximo de 320 mil
exemplares. Outros livros dele incluem O Jardim das Aflições (1995), O
Imbecil Coletivo (1996), entre outros.
A filosofia de Olavo
é fundamentada na defesa dos princípios metafísicos das antigas civilizações e
no combate à perda do sentido simbólico do universo. Sua visão da cultura
articula-se com a teoria da história. Ele não avalia o mundo contemporâneo como
uma realização do progresso, mas como um ocaso, expressão de uma crise da
civilização que, segundo sua linha de pensamento, seria o adentrar na barbárie.
Isso seria o resultado de um processo de fortalecimento da consciência
coletiva, iniciado no Renascimento que atinge seu ápice na Revolução Francesa
com a prevalência da “opinião pública". A tônica de sua obra é a
"defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva,
sobretudo quando escorada numa ideologia "científica".
Segundo Olavo, "somente a consciência individual do agente dá testemunho
dos atos sem testemunha, e não há ato mais desprovido de testemunha externa do
que o ato de conhecer". Olavo é crítico do que chama de "sacerdócio das trevas", que
engloba o kantianismo, o hegelianismo, o marxismo, a teoria da conspiração
conhecida como "marxismo cultural",o positivismo, o pragmatismo, o
nietzscheanismo, a psicanálise, a filosofia analítica, o existencialismo, o
desconstrucionismo, a teologia da libertação, o relativismo moral, cultural e
ético, dentre outras correntes filosóficas e intelectuais. Segundo Carvalho,
essas correntes transferem a responsabilidade de conhecer a verdade do
indivíduo para o coletivo. Critica a culpa entregue ao "sistema", ao
"mundo" e à sociedade pelos problemas de diferentes assuntos.Define filosofia como
"a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e
vice-versa". Explica ainda que esta definição aplica-se também às
filosofias que negam o conhecimento ou que negam a unidade da consciência.Ele é
um grande crítico do pensamento coletivo nacional por sua suposta
despreocupação com o futuro. De acordo com seu pensamento, a cultura
brasileira, orientada sobretudo para a autodefinição da especificidade,
inclina-se a supervalorizar o popular, o antropológico e o documental acima do
que chama de valores supratemporais. Olavo construiu e elaborou o
conceito “Paralaxe Cognitiva”, que define como “o afastamento entre o eixo da
construção teórica e o eixo da experiência real anunciado pelo indivíduo”.
Trata-se de um auto-engano coletivo, com origem na modernidade, estando
presente em várias obras de pensadores ou filósofos modernos. A
manifestação aguda de Paralaxe Cognitiva estaria presente na mentalidade
revolucionária, representada em duas inversões principais: o revolucionário
colocaria o futuro como parâmetro para julgamento de suas ações, não prestando
conta pelos seus atos passados; e a inversão na relação entre sujeito e objeto,
pois o revolucionário ao atacar seus opositores, os considera na verdade como
os atacantes, formadores de uma barreira aos seus projetos. Outro conceito
elaborado por ele é o Trauma da Emergência da Razão, em
que um indivíduo, após adquirir ao longo do tempo uma massa amorfa de
experiências, tenta expressá-la e lhe dar coerência, e acaba chegando a um
momento crítico de tensão. Consiste, portanto, num confronto do indivíduo com sua
própria realidade, em que após o ato de confessá-la, sua autoconsciência é
elevada, num processo descrito na Teoria das Doze Camadas da Personalidade,
também elaborada por Olavo. No debate na PUC-SP em 98, Olavo explana que os
mesmos que defendem o relativismo moral também possuem forte indignação moral,
e que apesar de sua desvalorização no campo intelectual, no campo emocional as
pessoas estão fortemente apegadas à ideia de moral."Quer dizer, [as pessoas]
pensam como relativistas, mas, julgam como absolutistas".Em “A
fonte da eterna ignorância”, Olavo escreve que no Brasil a cultura é
vista como significado de eventos e espetáculos, que por sua vez, servem
apenas para enriquecer os produtores dos eventos, divertir as massas populares
e fazer propaganda política. No seu livro Aristóteles em Nova Perspectiva,
Olavo escreve que há embutida nas obras aristotélicas uma ideia central que
passou despercebida por quase todos os seus leitores e estudiosos. Essa ideia
Olavo denominou Teoria dos Quatro Discursos, a qual ele discorre durante o
livro: “O discurso humano é uma potência única, que se atualiza de quatro
maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica).” Um tema bastante
explorado por Olavo é a intuição, tendo criado a teoria da tripla intuição,
um ato único e indivisível que possui três intuições fundidas: "
a) uma
intuição sensível da fonte de luz;
b) uma intuição sensível do ato de ver, ou
seja, toma-se consciência do que se vê e do fato mesmo de ver, isto é, de que
se vê;
c) e, finalmente, uma intuição racional de causa-e-efeito".
Carlos
Heitor Cony (1926-2018), ilustre escritor brasileiro e membro da Academia
Brasileira de Letras, considerava Olavo um intelectual polêmico e corajoso, valorizando
muito seu trabalho feito em 1999 a respeito das obras do escritor Otto Maria
Carpeaux, ao qual os dois possuem grande admiração. Também já elogiaram
a filosofia de Olavo escritores da ABL como Herberto Sales, que o considerava
estupendo; Jorge Amado, que afirmou que Carvalho era um autor "de
reconhecida competência na área da filosofia"; Josué Montello e o
ex-presidente da República José Sarney. Entre outros que
valorizaram e demostraram interesse pelas suas obras, estão o filósofo italiano
Romano Galeffi, que escreveu que Olavo "pelos seus muitos trabalhos deu
prova cabal de sua cultura filosófica";o diplomata José Osvaldo de Meira
Penna, que considera sua obra de alto valor intelectual; o crítico literário
Rodrigo Gurgel, que escreveu que "Olavo de Carvalho leva-nos mais longe na
busca pela sabedoria, salientando que não esquecer nossa condição mortal é o
ponto de partida da investigação metafísica". O ex-presidente
Itamar Franco, que o elogiou pelos seus estudos sobre "Nações e Nacionalismo
no Século XXI"; e o escritor Bruno Tolentino, que o classificou como
"filósofo finíssimo, um erudito verdadeiro e um homem honestíssimo".
Política
Olavo afirma que suas
ideias não se enquadram em uma categoria ideológica, condenando quem adota
posições por automatismo sustentado por ideologias. Ele aponta que o coeficiente de
esquerda ou de direita está nos olhos do observador e varia conforme as épocas
e os lugares. Olavo diz que prefere se manter afastado dos
enquadramentos ideológicos no Brasil, muito embora se veja alinhado à direita
americana. De acordo com Olavo de Carvalho, a esquerda política brasileira
conseguiu dominar a universidade, a mídia, a cultura e a política do país,
empregando os métodos da revolução passiva (a "revolução sem
revolução") de Antonio Gramsci. Todo sujeito que se deixa moldar à idéia de
seu inimigo já está derrotado. É a vitória perfeita. Lenin já dizia que
a vitória perfeita era obtida sem lutar, onde o adversário se entrega. Pois
eles, a esquerda, conseguiram. A esquerda adotou uma tática muito
inteligente criada pelo Antonio Gramsci, o pensador italiano. Consiste em
dominar primeiro todo o universo da cultura, das idéias, da educação, antes de
conquistar o poder. Então, esse pessoal durante o regime militar já
estava aplicando isso. Ocuparam as universidades, as redações de
jornais. De repente, não havia mais idéias conservadoras em circulação.
E
se você não tem as idéias, as pessoas não tem como se definir. Elas não
têm nem como se expressar. Se um político hoje vai se expressar, ele usa a
linguagem da esquerda. São burros e presunçosos. Entre indivíduos já
criticados por Olavo estão: Lula, Fidel Castro, Barack Obama, entre outros. Poder-se-ia
citar ainda entidades como o Foro de São Paulo,o Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), o eurasianismo, o Partido dos Trabalhadores, as FARC e
a “banda podre” comunista da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Critica bastante o desarmamento civil, e alega que as organizações
desarmamentistas estão ligadas aos interesses de grupos milionários nacionais e
totalitaristas estrangeiros.Para Carvalho, existe uma grande discrepância entre
a vontade, os posicionamentos e as opiniões do povo brasileiro em relação às
das elites intelectual e política brasileira, sendo o Brasil um povo
conservador, que não encontra representação em nenhum dos grandes partidos
políticos, que inclusive defendem o oposto da vontade popular. Aponta o
comunismo como responsável por assassinatos em massa e, como perseguidor de
religiosos, principalmente cristãos.É impossível um cálculo global exato, mas,
entre as revoluções francesa, russa, mexicana, espanhola, chinesa e cubana, o
número de cristãos que pereceram nas mãos do regime que professou, nas palavras
de Lenin "extirpar o cristianismo da face da Terra", não foi inferior
a 15 milhões. Olavo afirma que durante a Guerra Fria, os serviços de inteligência dos
países do bloco comunista atuaram intensamente no Brasil, baseando-se nos
relatos de Ladislav Bittman.Em um artigo jornalístico produzido em dezembro de
2010 para a revista Época, o autor sugeriu que Ladislav Bittman teria, na
posição agente da StB, conduzido operações de bandeira falsa e desinformação,
fazendo com que as agências de inteligência norte-americanas levassem a culpa
pelo golpe de 1964 no âmbito das escolas e da mídia brasileira.
OLAVO TEM RAZÃO!
Em 1996, Carvalho "profetizava", em entrevista ao jornalista
Pedro Bial, no telejornal da Globo Bom Dia Brasil, que apesar do então recente
colapso socialista na URSS, a esquerda brasileira iria ascender ao poder com
grande força, já que, de acordo com ele, "a partir da década de 1960,
foram adotando a estratégia gramsciana, que é a de fazer a revolução cultural primeiro para fazer a revolução
política depois".Ainda acrescentou que "muitas vezes [os
esquerdistas] têm poder, mas não assumem que têm, então continuam se sentindo
perseguidos e infelizes". Em entrevista à BBC
em dezembro de 2016, Olavo, quando perguntado sobre a direita brasileira,
afirmou: "quis que uma direita existisse [no Brasil], o que não quer dizer
que eu pertença a ela. Fui o parteiro dela, mas o parteiro não nasce com o
bebê". Para ele "atualmente é obrigatório estar na direita",
mas deixou claro que não tem "compromisso com nenhuma política em particular".Em
novembro de 2018, após a eleição presidencial brasileira, declarou que
(se convidado) aceitaria ser o embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Afirmou
que, em caso de indicação pelo presidente eleito Jair Bolsonaro,
este seria o único cargo que aceitaria.
Olavo criticou fortemente diversas figuras que ocupam lugar
destacado na história das ciências, como por exemplo:
1)- Isaac Newton, a quem acusa de ter disseminado "o vírus
da burrice na Terra."
2)- Giordano Bruno, que segundo ele "não fez nenhuma descoberta.
Nem sequer estudou as ciências modernas, física, astronomia, biologia ou
matemática. Ele não foi condenado por defender teorias científicas, mas por
prática de feitiçaria, que na época era crime".
3)- Galileu: Um fundo de charlatanismo parece já ter sido
introduzido na física por Galileu, quando proclamou ter superado a noção da
ciência antiga, segundo a qual um objeto não impelido por uma força externa
permanece parado, uma ilusão dos sentidos, segundo ele. Na realidade,
pontificava, um objeto em tais condições permanece parado ou em movimento
retilíneo e uniforme. E, após ter assim derrubado a física antiga, esclarecia
discretamente que o movimento retilíneo e uniforme não existe realmente, mas é
uma ficção concebida pela mente para facilitar as medições. Ora, se o objeto
não movido de fora permanece parado ou tem um movimento fictício, isto
significa, rigorosamente, que ele permanece parado em todos os casos,
exatamente como o dizia a física antiga, e que Galileu, mediante um novo
sistema de medições, conseguiu apenas explicar por que ele permanece parado. Ou
seja, Galileu não contestou a física antiga, apenas inventou um modo melhor de
provar que ela tinha razão, e que o testemunho dos sentidos, sendo verídico o
bastante, não tem em si a prova da sua veracidade, coisa que já era
arroz-com-feijão desde o tempo de Aristóteles. Foi este episódio que
inaugurou a mania dos cientistas modernos de tomarem simples mudanças de
métodos como se fossem “provas” de uma nova constituição da realidade.
4)- Também é crítico do trabalho de Georg
Cantor, a respeito de números transfinitos, acusando-o de confundir
"números com seus meros signos", vendo seu trabalho como um
"jogo de palavras" e uma "falsa lógica".
Não acredita no
aquecimento global, e fundamenta-se no episódio que ficou conhecido como
Climategate, em que hackers, nas vésperas da Conferência de Copenhague, disseminaram
milhares de e-mails de climatologistas da Universidade de East Anglia, visando
minar a credibilidade da conferência. Além disso, Olavo aponta que o
Climategate seria obra da família Rockefeller, do Council of Foreign Relations
e do Clube de Bilderberg, indicando-os como atores principais da Nova Ordem
Mundial, também responsáveis pelas "campanhas mundiais abortista e
gayzista, da nova religião global biônica, da proposta do governo Obama para o
controle universal da circulação de capitais".
Para Olavo, a AIDS
não representa um risco para a população heterossexual, baseando-se no livro
The Myth of Heterosexual Aids do jornalista Michael Fumento, não concordando
também que a AIDS tenha sido um perigo iminente para toda a humanidade,
alegando que essa ideia foi disseminada pela indústria farmacêutica e outros
grupos para captar verbas governamentais.
Controvérsias
1)- Alguns de seus maiores
críticos foram: Janer Cristaldo, o engenheiro José Colucci Jr, e os jornalistas
Mário Augusto Jakobskind, e Sebastião Nery. Este último afirmou notar a falta
de formação acadêmica em filosofia de Olavo, o que o impediria de
lecionar a matéria em âmbito acadêmico.
2)- Em abril de 2016,
a Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (Abia) condenou as declarações
de Olavo de Carvalho sobre o episódio em que o deputado Jean Wyllys cuspiu no
ainda deputado Jair Bolsonaro, durante votação do impeachment de Dilma. Nas
redes sociais, Olavo afirmou que: “Jean,
como membro de um grupo de risco, deveria se submeter a um exame para verificar
se sua saliva não transmite o vírus da Aids".
3)- Geovani Moretto,
coordenador do curso de filosofia da PUC-PR, afirma que se admirava com a
capacidade de Olavo em "debater a filosofia a partir de
questões cotidianas, da política e da economia, no entanto, Moretto diz
que Olavo virou aquilo que tanto criticava: um dogmático”.
4)- Olavo acionou judicialmente
em 2016 a Editora Abril devido a comentários feitos pelo jornalista Reinaldo
Azevedo em blog mantido na página da Revista Veja, mas em primeira instância teve
seu pedido de direito de resposta negado em duas ações. Uma terceira
ação tramita na Vara Criminal de Barueri, por injúria, contra o próprio jornalista.
Condecorações
1)- Conquistou o Primeiro
Prêmio em concurso sobre José Ortega y Gasset (instituído pela Embaixada
do Reino da Espanha – 1985).
2)- Olavo de Carvalho
recebeu (em coautoria com Mateus Soares de Azevedo), o Prêmio no Concurso de Monografias
sobre a vida do profeta Maomé, do Centro Islâmico do Brasil (Brasília,
8 de janeiro de 1986), e também, o Primeiro Prêmio em concurso de ensaios
sobre história islâmica (instituído pela Embaixada do Reino da Arábia
Saudita no mesmo ano de 1986).
3)- Foi agraciado com
a Medalha
do Pacificador (25 de agosto de 1999).
4)- A distinção
honorífica da Ordem Nacional do Mérito da Romênia (5 de dezembro de
2000),
5)- A Medalha
do Mérito Santos-Dumont (20 de julho de 2001).
6)- O Diploma
de Colaborador do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil
(30 de março de 2004).
7)- Recebeu a Medalha
Tiradentes (2012),através de lei de autoria do deputado Flávio
Bolsonaro.
O QUE OLAVO COMO EDUCADOR, PENSA SOBRE
A EDUCAÇÃO ?
A educação não escapa de suas cogitações. Não poupa críticas a Paulo
Freire, às análises marxistas da educação e à “educação jornalística”. Mas também propõe mudanças na escola. O interesse dos
alunos, e não o programa, determina o que será estudado. Além
disso, estudos empíricos da realidade teriam lugar ao lado do estímulo à
imaginação.
Educação – Em O
Imbecil Coletivo, o senhor fala da “educação
jornalística” em oposição à educação humanística.” Poderia precisar melhor a
questão?
Olavo de Carvalho – “Educação
jornalística” consiste, sumariamente, em selecionar os temas e autores segundo
o destaque momentâneo que recebem na mídia. Você sabe quem era o autor mais lido e
estudado nas nossas escolas secundárias por volta de 1910? Um tal de Pelino
Guedes, que o tempo sepultou irremediavelmente, como amanhã sepultará Zuenir
Ventura, Frei Betto, Leonardo Boff e todas essas nulidades esplêndidas que, por
mero espírito de patota política solidária, o lobby da
mediocridade esquerdista impinge aos nossos meninos de escola. Lendo
Lima Barreto, nos escandalizamos com o fato de que nossos bisavós pudessem ter
dado mais atenção a Pelino Guedes do que a ele. E a atual geração de
professores, que prefere Zuenir Ventura a Alberto da Cunha Melo, Caetano Veloso
a Bruno Tolentino, será objeto de riso dos nossos bisnetos! Em contraste com
essa educação interesseira e imediatista, o conceito de educação humanística
pressupõe um recuo ante a moda presente, um esforço para ver a atualidade na
escala de um tempo muito mais longo, em que as ninharias do dia desaparecem sem
deixar vestígios.
Educação – Quais possibilidades educativas o senhor vê na televisão?
Carvalho – A televisão,
como o cinema, só pode ajudar a educação num sentido auxiliar, secundando o
ensinamento verbal naqueles campos onde a documentação por imagens seja
imprescindível como elemento de prova das afirmações. Mas a tendência hoje é
fazer das imagens a parte ativa do ensino, reduzindo a palavra a um comentário
auxiliar, e, quando se faz isso, o resultado é o emburrecimento
líquido e certo, independentemente de qual seja a matéria ensinada e da
qualidade das imagens que a transmitem. Pensar por imagens é
para gatos e orangotangos. A imagem estimula a fantasia e produz um sentimento
de simpatia ou antipatia, sem passar pela reflexão consciente. A
“civilização da imagem” é a civilização da credulidade sonsa. Estudantes
viciados em aprender por imagens perdem toda capacidade e até mesmo todo desejo
de compreender: tudo o que querem é obter da maneira mais rápida e impensada um
sentimento de concordância com a idéia que lhes é apresentada, e, quando não
conseguem sentir essa concordância, produzem a esmo objeções irracionais, que
nas suas cabecinhas de melão fazem as vezes de “pensamento crítico”. O trabalho dos
professores, hoje, consiste apenas em direcionar os sentimentos de hostilidade
irracional do aluno contra alvos políticos pré-selecionados.
Educação – Existiria uma função pedagógica da
mídia?
Carvalho – Qualquer meio de
transmissão de idéias pode ter uma função pedagógica, se aqueles que o
dominam assim decidirem. Mas tudo depende do que esses senhores
compreendem por pedagogia. Para propagandistas baratos como Leandro Konder, Marilena Chauí ou
Emir Sader, pedagogia consiste em suscitar hostilidade contra seus desafetos
políticos do momento. Nunca um desses senhores escreveu na imprensa uma
linha que não gotejasse ódio político e um grotesco moralismo maniqueísta. Na
cabeça deles, se é que têm alguma, isso é pedagogia. Quando me refiro aos
“senhores da mídia”, não me refiro aos donos das empresas. Estes são apenas uns
covardões e omissos que se deixaram seqüestrar pelos comitês políticos a que
entregaram suas empresas. O nome Roberto Marinho, hoje, só serve para disfarçar
sob uma fachada direitista o poder do lobby esquerdista
que domina tiranicamente a Rede Globo.
Educação – Como
o senhor considera o uso dos meios de comunicação como material pedagógico?
Carvalho – Os jornais devem
ser lidos e analisados em sala de aula, sobretudo para mostrar o quanto mentem! Mas
aí há um reparo a fazer: quase todos os instrumentos de análise ideológica
foram criados por intelectuais esquerdistas e só servem para desmascarar a
ideologia capitalista, nunca para evidenciar a manipulação esquerdista da
opinião pública. Nesse sentido, o alegado desmascaramento ideológico
transforma-se em mascaramento. Ademais, o desenvolvimento da
consciência crítica não deve ser prematuro, não deve começar na infância ou na
pré-adolescência, quando tudo tem um efeito emocional muito profundo. Nessa
fase, o esforço de despertar o espírito crítico só consegue produzir a sua
caricatura emotiva, que é o ódio passional e a suspeita irracional contra tudo
e contra todos. Isso seca a alma, produz neuroses sem fim e não tem proveito
educativo nenhum. Muitos pretensos educadores, hoje, dedicam-se a produzir isso
e nada mais, e se acham grandes benfeitores da humanidade quando conseguem
envenenar a alma de um adolescente contra os pais, contra a História, contra
tudo, exceto, é claro, contra eles mesmos, os manipuladores bem protegidos
atrás de um muro de malícia.
Educação – Em seu livro, o senhor aponta que a crença em Deus parece excluída
dos círculos intelectuais. Como situar a questão das aulas de religião nas
escolas?
Carvalho – Todo estudo de religião
nas escolas torna-se apenas um discurso sobre as religiões enquanto fenômenos
sociais e históricos. Pessoas educadas nessa base acabam automaticamente dando
por pressuposto que a moderna ciência social e histórica tem uma perspectiva
“superior” à das antigas religiões, uma perspectiva capaz de abrangê-las e
explicá-las, a superioridade, enfim, da consciência real sobre a fantasia
subjetiva. Mas essa idéia é que é fantasista, já que a ciência social e histórica das
religiões ainda é feita sobre hipóteses e conjecturas e profundamente
contaminada de preconceitos ideológicos. Só para lhe dar um
exemplo, a psicologia ascética, que é uma disciplina prática desenvolvida pelas
religiões antigas, é um saber rigoroso, fundado em séculos de observação. É ridículo supor
que uma cienciazinha improvisada, que se imagina muito séria só por ser
materialista, possa abranger e explicar a velha psicologia ascética.
Educação – Gramsci
e Althusser criaram uma tradição, muito difundida, sobre a atuação da escola
como um “aparelho ideológico” do Estado. Como o senhor considera essa questão?
Carvalho – No regime
capitalista a escola só parcialmente está integrada no aparelho ideológico do
Estado. A simples existência de escolas particulares assegura o pluralismo, a
variedade, a liberdade. Só de maneira muito remota, problemática e, às vezes,
invertida e contestatória a escola reflete, assim, a ideologia dominante. Mas,
certamente, uma parte das escolas desempenha esse papel, sobretudo a rede de
ensino público. Ora, que fazem, diante disso, os ideólogos tipo Freytag? Assumem que
essa parte é o todo, fingindo ignorar que a escola particular é justamente o
inverso de um aparelho ideológico estatal e, pregando a estatização de todas as
escolas, aí sim transformam todo o sistema educacional num aparelho ideológico
de doutrinação e propaganda. Ou seja: acusam os outros de fazer
precisamente aquilo que eles próprios pretendem fazer. O mínimo que posso dizer
desse tipo de teorização é que é vigarice.
Educação – A
educação brasileira parece orientar-se segundo paradigmas contraditórios: o
utilitarismo convive com a preocupação em criar novos paradigmas que
contradigam o primeiro. Como o senhor analisa isso?
Carvalho – Sua colocação é perfeita:
as duas ideologias em disputa procuram apenas utilizar, manipular as
crianças, para torná-las instrumentos da economia e da política. Uns
falam em nome da “eficácia”, outros da “mudança”. Ninguém está interessado nas
crianças.
Educação –
Nesse aspecto, qual a importância de Paulo Freire no cenário intelectual
brasileiro?
Carvalho – Paulo Freire
é um sujeito oco, o tipo
acabado do pseudo-intelectual militante. Sua fama baseia-se inteiramente no
lucro político que os comunistas obtêm do seu método. Esse método, aliás, não
passa de uma coleção de truques para reduzir a educação à doutrinação sectária.
Um dia teremos vergonha de ter dado atenção a essa porcaria!
Educação – Kant,
Schopenhauer e Rousseau consideravam a leitura de romances, durante a infância
e adolescência, prejudicial ao estudante. O que o senhor acha disso?
Carvalho – Penso
exatamente o contrário! É bobagem
querer ensinar a “realidade” a meninos que ainda não têm a mínima condição de
discerni-la da fantasia. É muito mais importante estimular a
imaginação, abrir o horizonte do possível, despertar aspirações. E isso a arte e a
ficção fazem de maneira exemplar. Leibniz dizia que o menino que visse mais figuras,
mesmo que fossem de coisas imaginárias e falsas, acabaria por se tornar o mais
inteligente. A amargura, a irritação, o ceticismo doentio e a
revolta da juventude são, muitas vezes, o resultado de um empobrecimento
prematuro da imaginação, forçado por uma educação que, entre um garoto saudável
e um neurótico pedante, prefere este último.
Educação – Quais
modificações o senhor faria no modelo educacional?
Carvalho – Se eu fosse
organizar um programa de ensino, privilegiaria as artes e a atividade física no
ensino inicial, depois iria gradualmente introduzindo elementos de História
dramatizados e o estudo das ciências no ambiente da natureza,
estimulando ao mesmo tempo o espírito de aventura, a coragem, a iniciativa
pessoal e os sentimentos mais elevados. O ensino da língua seria todo
feito pela leitura e imitação dos clássicos. Só muito tardiamente se entraria
na reflexão gramatical. É claro que essa graduação não seria rígida, mas se adaptaria aos
talentos e demandas de cada aluno, pois o que melhor se aprende é aquilo que se
quer aprender. As perguntas e o interesse espontâneo dos alunos devem ser uma
indicação preciosa para o professor. Os autores de “programas de
ensino” uniformes e padronizados são, para mim, encarnações do Dr. Simão
Bacamarte, o psiquiatra doido d’ O Alienista.
Educação –
Matthew Liepmann debate-se a favor do ensino da filosofia desde o primeiro
grau. O senhor concorda?
Carvalho – A filosofia é a reflexão crítica sobre o conhecimento e a
cosmovisão. Ela pressupõe conhecimentos extensos, experiência da vida e um
certo patrimônio de opiniões formadas que possam se tornar objeto de discussão.
Sem isso, a discussão filosófica não tem matéria-prima e se torna puro
confronto retórico vazio. Logo, não é atividade para crianças. O
ensino da filosofia na escola secundária logo degenera em pura troca de
opiniões, quando
não em doutrinação ideológica rasteira.
No Brasil, o Método educacional de Laubach foi deturpado e substituído pelo Método de Paulo Freire
“Concomitante e subitamente,
começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente
diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz
social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas
cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à
propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua
‘condição de oprimidas’. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr.
Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa ‘nova
metodologia’, da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos,
como se a mesma fosse da sua autoria...”(David
Gueiros Vieira, in Método Paulo Freire ou Método Laubach?).
O Movimento de
Educação de Base (MEB) era uma organização criada pela Igreja Católica,
financiada pelo governo João Goulart e administrada por militantes da esquerda
católica, muitos dos quais eram membros da Ação Popular, que mais tarde se
tornaria um grupo terrorista e promoveria um atentado no Aeroporto de
Guararapes, Recife, em 1966.Baseado nas ideias marxistas de Paulo
Freire, autor do livro pauleira Pedagogia do Oprimido, o MEB funcionava através
de escolas radiofônicas, sob a direção de um líder local (padre ou camponês),
em contato com as Ligas Camponesas.
Afinal, o que vem a ser o Método Paulo Freire, tão
enaltecido pelos esquerdistas que tomaram de assalto as salas de aula das
escolas e das universidades brasileiras? Ninguém melhor do que o historiador
Paul Johnson para explicar esse engodo da mais pura ideologia marxista:
“O professor brasileiro Paulo
Freire, descobriu que qualquer adulto pode aprender a ler em quarenta horas
suas primeiras palavras que conseguir decifrar se estiverem carregadas de
significação política; apenas a mobilização de toda a população pode conduzir à
cultura popular. As escolas são contraprodutivas. O melhor caminho a seguir é
um rompimento com a educação institucional rumo à educação popular. O método se
baseia no uso de palavras e expressões empregadas conscientemente de forma
dúbia e duvidosa, de acordo com o conceito que seu autor tem de ‘educação
libertadora’ e que pode ser assim resumido no conhecido jargão esquerdista: ‘há
uma incompatibilidade estrutural entre os interesses da classe dominante e a
verdade; a verdade está do lado dos oprimidos e não pode ser conquistada senão
na luta contra a classe dominante...; a verdade é revolucionária, não deve ser
buscada e sim feita’ ” (Paul Johnson, in
Inimigos da Sociedade - cit. COUTO, 1984: 39).
“O avanço do processo
revolucionário comunista antes de Março de 1964, na área da educação, foi em
grande parte creditado ao uso do Método
Paulo Freire, que tem potencial para materializar, com inegável eficiência,
aquela afirmativa de Fred Schwarz: ‘O primeiro passo na formação de um
comunista é a sua desilusão com o capitalismo’. Hoje, o método e seu autor
vêm sendo reabilitados em vários pontos do país, aparentemente com a mesma
função revolucionária de antes. A
alfabetização que propicia, baseada nas condições reais em que vive o aluno,
explora largamente as contradições internas da sociedade para desmoralizar o
capitalismo, e através dele a democracia, deixando a porta aberta para a
opção socialista”. (COUTO, 1984: 38-9).
A ressurreição da múmia comunista chamada Paulo Freire
não se observa apenas nos campos cada
vez mais estéreis das faculdades, mas também nos campos improdutivos do
“messetê”: “De acordo com os ideais
socialistas e coletivos, calcados no princípio da solidariedade, o projeto
educacional do MST tem como base teórica Paulo Freire, Florestan Fernandes, Che
Guevara, o cubano José Martí, o russo A. Makarenko e clássicos como Marx,
Engels, Mao Tsé-Tung e Gramsci”.(revista
Sem Terra, Out-Nov-Dez 1997, pg. 27).
Periodicamente, o
mito de palha, que foi secretário de Educação do governo Luíza Erundina na
cidade de São Paulo, é incensado na mídia para adoração, como o artigo da
Gazeta do Povo, de 19/01/2013, Pela união na construção do saber. Sem
direito a contraditório. Em 2012, na era ptista, o plagiário de Laubach foi declarado por lei,
patrono da educação brasileira. Não há nome melhor para explicar o grau
de mediocridade de nossas escolas e universidades, principalmente as faculdades
ligadas à área da educação.
BIBLIOGRAFIA:
- Wikipedia
-COUTO, A. J. Paula. O desafio da subversão. Gráfica FEPLAM, Porto Alegre, RS, 1984.
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