Uma vez uma pessoa desabafou: “Muitas vezes temos a impressão de que o
Jesus dos evangélicos não é o mesmo Jesus dos evangelhos! E infelizmente, isso é verdade, quando vemos essa pulverização da doutrina Cristã para atender aos mais variados gostos e preferências de "clientes"...
As falsas imagens de Deus
Leiamos João 14,8s
Todos nós, de uma
forma ou de outra, guardamos em nós uma imagem deformada de Deus, isso porque
aprendemos errado ou porque projetamos em Deus as imagens imperfeitas que nos
cercavam na primeira infância. Qual de nós não ouviu um dia na vida: “Não faz
isso senão papai do céu castiga” ou, “papai do céu vai ficar triste com você?” .Precisamos purificar nossa mente sobre o que recebemos e sabemos de
Deus, em grande parte esta foi a missão de Jesus: revelar-nos o Pai. A única
possibilidade de sairmos destas falsas imagens é vermos o que Deus fala de si
mesmo na Bíblia, entendendo as Escrituras a partir dos ensinamentos de Jesus
Cristo. Reconhecendo que o nosso conhecimento de Deus é parcial e imperfeito,
devemos empreender um itinerário para encontrá-lo, não como imaginamos, mas
como verdadeiramente Ele É.Como jamais poderemos saber verdadeiramente em plenitude
O QUE DEUS É, podemos então entender melhor por aquilo que Deus não é!É Importante
levantarmos falsas imagens que, de modo geral, parecem ocupar os pensamentos de
muitos cristãos de nosso tempo.
Estas imagens "nascem a partir de visões
deturpadas de Deus", visões que todos trazemos, em menor ou maior nível:
1)- DEUS NÃO É UM Deus-distante: indiferente ao que
acontece aos homens, que não se importa se estejam bem ou mau. Deus não é
egoísta, não deixa os homens na solidão, não se importando com seus
sofrimentos, ansiedades, problemas ou tristezas. É falsa imagem de Deus que o
vê como alguém muitíssimo poderoso que não dá espaço para o homem, que o reduz
a um “nada” de quem ele se afasta e que não deseja acolher. Devemos lembrar a
imagem do Filho pródigo que manifesta o coração amoroso de Deus ansioso pelo
retorno do seu filho (nós, pecadores). O ensinamento de Jesus não faz cair a
majestade divina, ele continua como o que “está nos céus”, porém é também o
“Pai Nosso” ou segundo a expressão do tempo de Cristo “Abbá” (paizinho ou
papai).
2)- DEUS NÃO É UM Deus-escravo: É a falsa imagem de
Deus onde o homem o instrumentaliza, achando que Deus é um objeto de resolução
para seus problemas, seu “escravo”,ou GÊNIO DA LÂMPADA, sempre disposto a
atender nossos pedidos, independentes se vão ou não influir em nossa salvação.
Esta falsa concepção de Deus perde de vista a majestade divina, sedo o ponto
inverso da anterior, não compreende que os juízos divinos são eternos e imutáveis.
Portanto,somos nós que devemos nos submeter a Ele e sua perfeitíssima vontade e
não Ele às nossas. Rezamos não para mudar a vontade de Deus, mas para
aceitarmos a sua vontade e seu plano de amor e salvação em nossas vidas.
Simples assim.
3)- DEUS NÃO É UM Deus-opressor:É a falsa imagem do
Deus tirano e cobrador. Vê em Deus alguém que anota nossas faltas para nos
castigar uma a uma. É um Deus que oprime, com o qual eu tenho que manter
aparências para ao morrer ser recompensado por uma boa vida. Desta forma,
compreende-se Deus como alguém a quem “pago minha salvação com promessas,
esmolas, novenas, votos, campanhas, desafios e ritos feitos não por amor e com
o coração, mas por medo de ir para o inferno e para aplacar a cólera de Deus,
ou para conseguir algo em troca.”O não reconhecimento da misericórdia e
da gratuidade de Deus faz nascer esta deturpação que atinge no âmago o
relacionamento com o Pai.Nesta visão, Deus, de vez em quando, “até” pode
conceder um presente, atender à minha oração, mas isso se fizer tudo certinho e
merecer. Esta falsa imagem de Deus nos leva a ter um relacionamento cheio de
cobranças a Deus, que provoca um profundo fechamento de coração à sua ação
amorosa em nossas vidas. Precisamos compreender que Deus nos deu tudo
e mesmo que Ele nos tire algo, Ele não nos deve nada, porque tudo que temos ou somos
não merecíamos ter ou ser, pois Deus dando ou tirando, está sempre nos amando! Tudo
é graça, tudo é acréscimo de Deus para as nossas vidas. Ao contrário de que
muitos pensam, nós é que devemos tudo a Deus, pois assim nos diz a palavra de
Deus: “ O que tens que antes não tenhas recebido de Deus?...” (I Cor 4,7).
4)- DEUS NÃO É O DEUS
PREGADO PELA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE PENTECOSTAL: Se antes era o Deus
dos carismas (1ª onda), depois os carismas de Deus (2ª onda), agora,
finalmente, o homem tomou o centro e é Deus quem está a seu serviço.A
teologia da prosperidade baseia-se na chamada “lei da reciprocidade”, ou seja,
se o ser humano for bom para com Deus, Deus é “obrigado” a ser bom de volta.
É uma relação matemática, com ação e reação; na medida em que a fidelidade humana
é demonstrada de forma material, necessariamente se obterá a prosperidade
material nesta vida.
O pentecostalismo
dessa teologia é antropocêntrico: não é o homem que serve a Deus, mas Deus que
serve ao homem!
As Igrejas dessa onda não tem fiéis e sim, clientes. O que leva inevitavelmente
a uma progressiva paganização do cristianismo, pois as pessoas pulam de igreja
em igreja não em busca de salvação, mas de um “serviço”.A teologia da
prosperidade traiu o cristianismo de forma clara. Enquanto nas duas ondas
precedentes observava-se ainda um núcleo cristão, nesta o que se tem é um
desagregamento do que é próprio do cristão, pois toda a tradição evangélica
segue a teologia de que o que importa é a fé e não as obras. A teologia da
prosperidade consegue perverter essa tradição por meio de um jogo linguístico
em que as obras são renomeadas como “materialização, manifestação da fé”. Isso
significa que o que importa são as obras, pois Deus irá “pagar”.Mas
não é só isso. A teologia da prosperidade trai também o próprio cristianismo,
pois ela não exige conversão, mudança de vida, uma vida moral reta. O que se
tem no neo-pentecostalismo, em que a teologia da prosperidade se insere, uma
acentuação no fato de que as obras morais são desprezíveis, o que se traduz
pela aceitação de todo tipo de desregramento sexual.Diante disso, é possível
afirmar que a teologia da prosperidade é a paganização do cristianismo, pois
tal qual ocorre nos cultos pagãos, faz-se uma “oferenda”, não mais em
encruzilhadas, mas na conta bancária da igreja. De forma asséptica,
rápida e quase indolor, munido apenas de um cartão, oferece-se um “sacrifício”,
pagando pelo serviço que Deus irá prestar. Isso é paganismo.Enquanto no
cristianismo o homem crê que Deus é o Senhor e que deve estar a serviço Dele,
no paganismo é justamente o contrário: Deus é que está a serviço do homem. E
cada vez mais novas “fórmulas” são apresentadas para que Deus se torne como que
escravo do homem e atenda a todos os seus caprichos.Por tudo isso conclui-se
que a teologia da prosperidade é muito equivocada. Ela só se explica como uma
verdadeira tentação satânica em que cristãos, aos poucos, são levados a
transformar o cristianismo e o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo em uma fórmula
mágica e pagã.Durante muito tempo os evangélicos acusaram os católicos de
praticarem um cristianismo paganizado, no entanto, com a teologia da
prosperidade, a acusação voltou-se para eles mesmos, pois, enfim, os
evangélicos paganizaram o cristianismo.
As imagens de Deus no Antigo Testamento:
Mesmo não tendo sido
ainda totalmente revelado, o que só aconteceria com a vinda de Jesus Cristo, os
livros do AT vão descortinando gradativamente a verdadeira imagem de Deus. É preciso antes de tudo, entender um pouco da cultura Judaica, que denominavam a Deus pela experiência que o povo fazia Dele, e de suas manifestações ao longo de sua história, ao contrário da cultura greco-romana, que era mais a nível intelectual. Vejamos as seguintes passagens:
1)- O Senhor de toda vida do homem:
“Hoje, fizeste o Senhor, teu
Deus, prometer que ele seria teu Deus, enquanto tu… Observarias suas leis, seus
mandamentos… e lhe obedecerias fielmente. E o Senhor fez-te prometer, neste
dia, que serias um povo que lhe pertença de maneira exclusiva,… um povo
consagrado ao Senhor, teu Deus, como ele o prometeu” (Dt 26,17-19).
“Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso
Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de
toda a tua alma e de todas as tuas forças” (Dt 6,4-5).
2)- O Deus dos exércitos (2Sm 5,10):
É usado no sentido
daquele que combate em favor do seu povo. Evoca a manifestação de Deus na
história dos homens. O termo hebraico (Sabaot) pode ser também traduzido como
“Deus de todo o poder”, o que traduz ainda melhor a imagem de um Deus que
intervém em favor do seu eleito.
3)- O Deus protetor oculto na nuvem:
“Então o Senhor lhe disse: Eis
que me vou aproximar de ti na obscuridade de uma nuvem, a fim de que o povo
ouça quando eu te falar, e para que também confie em ti para sempre (Ex 19,9).
“Durante todo o curso de suas
peregrinações, os israelitas se punham a caminho quando se elevava a nuvem que
estava sobre o tabernáculo; do contrário, eles não partiam até o dia em que ela
se elevasse. E, enquanto duravam as suas peregrinações, a nuvem do Senhor
pairava sobre o tabernáculo durante o dia, e durante a noite havia um fogo na
nuvem, que era visível a todos os israelitas” (Ex 40,36-38).
4)- O Criador de todas as coisas!
“Quem, pois, realizou estas
coisas? Aquele que desde a origem chama as gerações à vida, eu, o Senhor, que
sou o primeiro o que estarei ainda com os últimos” (Is 41,4).
“Fui eu quem fez a terra, e a
povoei de homens; foram as minhas mãos que estenderam os céus, e eu comando
todo o seu exército” (Is 45,12).
5)- O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó (Deus de vivos, e não de mortos!)
“Deus disse ainda a Moisés: Assim
falarás aos israelitas: é Javé, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus
de Isaac e o Deus de Jacó, que me envia junto de vós. Este é o meu nome para
sempre, e é assim que me chamarão de geração em geração” (Ex 3,15).
6)- O Rochedo
A imagem do rochedo
traduz a confiança do Povo na proteção de Deus, evoca a firmeza e a segurança,
um sentimento muito bem descrito pelo frei Cantalamessa: “Quem sabe, talvez
impressionados pelo contraste entre a areia do deserto e a as rochas do maciço
do Sinai, os poetas de Israel viram simbolizado nisso a diferença entre o homem
a Deus: o homem ‘é como pó’; Deus é um ‘rochedo eterno’!” Esta imagem foi
decisiva para a caminhada do povo de Israel, manifesta de forma especial nos
Salmos:
“Eu te amo, Senhor, minha força. O Senhor é o meu rochedo, minha
fortaleza e meu libertador. Ele é meu Deus, a rocha em que me refugio, meu
escudo, a arma da minha vitória, minha cidadela. Louvado seja ele! Invoquei o
Senhor, e venci os meus inimigos” (Sl 18, 2-4).
7)- Todo-Poderoso (El-Shadai)
Quando se apresenta a
Abraão, Deus apresenta-se como o “El-Shadai”. Esta expressão é de difícil
tradução e parece querer indicar o “Deus das montanhas”, o que evoca o Deus que
se coloca sobre todas as coisas e as governa. Neste sentido a tradução
Todo-Poderoso apresenta-se muito significativa. Deus é aquele que do alto
governa todas as coisas e vela por seu povo Israel. Este mesmo título é
usado pelo salmista para manifestar a proteção de Deus sobre os que se colocam
sob sua guarda:
“Aquele que habita onde se esconde o Altíssimo e passa a noite
à sombra do Poderoso (Shadai). – Do Senhor eu digo: Ele é meu refúgio, minha
fortaleza, meu Deus: nele confio!" (Sl 91, 1-2).
8)- "Deus Misericordioso", lento para cólera
Uma manifestação de
Deus no Antigo Testamento merece especial atenção, a encontramos em Ex 34, 5-7.
Neste episódio, encontramos Moisés que intercede junto a Deus pelo povo que
havia pecado construindo o Bezerro de Ouro. Deus manifesta sua misericórdia e
passa diante de Moisés que grita em louvor:
“O Senhor, o Senhor, Deus
misericordioso e benevolente, lento para a cólera, cheio de fidelidade e
lealdade, que permanece fiel a milhares de gerações…”
Esta experiência de
Moisés faz entrever o coração cheio de misericórdia de Deus que seria revelado
por Jesus Cristo.
9)-Deus: Pai de Amor!
Vemos no Livro de
Isaías a figura majestosa de Deus, que com o seu infinito poder, vem libertar
Israel, mas ao mesmo tempo a figura terna do pastor que gera seu povo, que
cuida do seu rebanho:(Tome para
aprofundar:Is 40,10-11;Is 41,8-10;Isaías 41,13s). Deus se revela como
nosso redentor e que vem em nosso auxílio: “Pois eu, o Senhor, teu Deus, eu te seguro
pela mão, e te digo: Nada temas, eu venho em teu auxilio…” Aqui Deus
nos revela que em todas as situações da nossa vida nós podemos contar com a sua
ajuda, com a sua salvação. Deus quer nos auxiliar para que possamos ultrapassar
as nossas dificuldades e desafios da vida. É importante sabermos que contamos
sempre com a ajuda de Deus, que Ele nos livra de todos os perigos, basta que O
procuremos e nos unamos a Ele. Desta forma, afasta todo o medo do nosso coração
e nos faz crescer na esperança e na fé. Tais visões apresentadas pelo profeta
Isaías nos mostram uma autêntica preparação para a Boa-Nova, S. Jerônimo chega
a declarar que ele é “mais evangelista que profeta”, uma expressão que
manifesta esta linguagem bela de Isaías.Todas estas belíssimas manifestações de amor são características de
alguém que ama como um Pai. E esta é a verdadeira e única imagem de Deus: Pai.
Deus é um Pai de amor. Mas é Jesus quem culmina esta revelação de Deus como
Pai. Precisamos nos relacionar com Deus como nosso Pai e crer no seu amor por
nós para que possamos ter uma vida de união verdadeira com Ele. Só os que crêem
que Deus os ama com amor profundo expõem suas vidas para Ele, permitem que Deus
interfira na sua história.O mundo causou uma
ferida profunda no coração de muitas pessoas que não conseguem sentir o amor de
Deus por elas, por esta razão são pessoas que cobram de Deus, de si mesmas e
dos outros, não conseguem enxergar o valor da sua vida e a dos seus irmãos.
Pessoas que não se lançam na Providência de Deus, que não compreendem o valor
do sofrimento que, apesar de não dizerem, sentem que Deus é um risco para sua
vida. A experiência com o amor do Pai é uma necessidade para os homens do nosso
mundo.
O que sabemos de Deus? Que imagem temos d’Ele? Será
correta a nossa ideia de Deus? O que Deus significa para cada um de nós?
Eis-nos diante de
algumas questões importantes para as quais temos de encontrar resposta.Como,
habitualmente, conhecemos mal o nosso Deus, cada um imagina-O à sua maneira.
Até O imaginamos com os defeitos dos homens. Então falamos assim:“Deus esqueceu-se de mim”, “Deus abandonou-me”, “Deus castigou-me”...Sem dúvida que falar
de Deus é sempre muito difícil porque a nossa linguagem é sempre demasiado
humana e limitada e, por isso, nunca poderá abarcar o que é divino e
transcendente. Daí que ao falar de Deus o façamos sempre de um modo imperfeito.
Mas afinal como é o nosso Deus?
Toda a nossa
caminhada Cristã é uma caminhada em Deus e para Deus, pois Ele é princípio meio
e fim, nosso Alfa e nosso Ômega. Por isso, importa procurar clarificar a imagem
de Deus que temos em nós. Para sabermos quem Deus é comecemos por aquilo que
não é porque há ídolos que nos povoam o interior e desfocam a imagem do
verdadeiro Deus.Bossuet, grande autor
e pregador francês, refere-se várias vezes ao «dilúvio da idolatria», ou seja,
às imagens falsas de Deus que trazemos em nossa imaginação e que se reflete em
nossa oração, em nossa oratória e em nossa catequese. Precisamos «re-descobrir
Deus», o que Ele diz e revela-se de Si próprio ?Muitas são as ‘imagens’ que nós criamos de Deus. Quase sempre o problema
dessas ‘imagens’ de Deus é que são feitas à medida do homem, a partir das suas
vivências. Tornamos Deus uma mera projeção humana. Quando assim é desfiguramos
o verdadeiro rosto de Deus e construímos a nossa própria ‘imagem’ de Deus.
Trata-se portanto de um falso Deus.Por isso, não há em rigor:Ateus de Deus, há ateus destas ‘imagens’ de
Deus. De facto, o que muitos negam não é o próprio Deus, mas a ‘imagem’ que têm
de Deus. Pode acontecer que aquele que diz que não crê em Deus tenha razão,
muita razão, ao recusar as ‘imagens’ que receberam dos seus antepassados e que,
muitos de nós, continuamos a apresentar.
Afinal qual é o rosto verdadeiro de Deus?
A este propósito encontramos na Bíblia duas passagens
fundamentais.A primeira está no Antigo Testamento:«Eu sou Aquele que sou» (Ex. 3,
14), diz Deus. A segunda está no Novo Testamento: «Deus é Amor» (1 Jo. 4, 8),
diz S. João.«Eu sou Aquele que sou» é o nome que o próprio
Deus revela a Moisés no monte Horeb (também conhecido por monte Sinai).O nosso Deus é Amor (NT). Esta certeza de que Deus é Amor é a verdadeira
imagem de Deus. É a única resposta que podemos dar à pergunta:Quem é Deus? Não se trata de um
amor teórico ou superficial mas procede da experiência concreta da vida. Foi
essa a experiência feita pelos primeiros cristãos e que significa «Deus é
apenas e só Amor» tudo o mais são atributos desse Amor (o Seu Amor é que é
misericordioso, compassivo, trinitário, todo poderoso, como o de um pai).Neste sentido Deus só pode ter ações e atitudes de amor. Esta é a única
afirmação que torna possível dizer que Deus não é o autor da guerra, do mal e do
sofrimento. De fato,Deus só pode o que o amor pode porque o Seu Amor é que é
todo poderoso.Este Deus bíblico é o
Deus da Aliança. Uma Aliança que o criador quis estabelecer com a criatura. Na
verdade não somos nós que fazemos uma Aliança com Deus mas é Deus que
estabelece uma Aliança conosco. Deste modo, a iniciativa não parte de nós mas
de Deus. Por tudo isto, não é Deus que se esquece dos homens e das mulheres mas
nós que nos esquecemos d’Ele; não é Deus que nos deixa de amar mas nós que
O deixamos de amar.E como diz o nosso querido Papa Francisco: “Deus não se
cansa de nos perdoar, nós é que nos cansamos de lhe pedir perdão...”Este nosso
afastamento d’Ele é que é o pecado. Quantas vezes nos esquecemos d’Ele? Quantas
vezes O deixamos para segundo plano? Quantas vezes nos queixamos da Sua
ausência? Quantas vezes o acusamos de não fazer nada? Quantas vezes queremos
que Ele faça aquilo que só nós podemos fazer? . Um Ateu perguntou a um Cristão: “Por que seu Deus permite tanto mal e
sofrimento e não faz nada? E o Cristão lhe respondeu: Vou lhe confessar uma
coisa: sabia que esta pergunta é a que mais
tenho medo que Deus me faça também ?...”
Por isso, é que são
poucos os cristãos que sabem, de facto, o verdadeiro nome de Deus. Porque se
Deus é esta relação amorosa e se nós nos esquecemos tanto d’Ele, e não nos
relacionamos com Ele, como é que O podemos conhecer? Uma relação assim precisa
de tempo partilhado, precisa de momentos concretos de encontro.Em Marcos 8,27-29, Jesus abordou os discípulos com duas
perguntas: A primeira foi “Quem dizem os homens que sou eu?”'. A segunda foi
“Mas vós, quem dizeis que eu sou?”Refletindo um pouco sobre as perguntas do Senhor, podemos
concluir que ele quer nos ensinar que há dois modos de conhecê-lo:
1)- O primeiro modo é
conhecer Jesus pelo que os outros dizem d’Ele:o que a Teologia diz, o que a
história diz, o que os estudos dizem a seu respeito?
2)- O segundo modo é
conhecer Jesus por nós mesmos, ou seja experimentando seu amor, sua amizade e
sua misericórdia diária.
O primeiro modo pode
ser de grande ajuda para nos introduzir no caminho do conhecimento do Senhor,
mas, o alvo de todo cristão deve ser o de ter uma resposta particular formulada
em sua convicção pessoal sobre a pessoa de Jesus Cristo através da escuta,de um
encontro e uma experiência pessoal.Veja o que disseram os Samaritanos em João 4,42:“...Já agora não é pelo que disseste que nós cremos; mas porque nós
mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo”. Hoje eu penso que
muita gente tem uma certa rejeição e indisposição de ouvir a Jesus na Palavra e
de experimentá-lo, por que ao invés de conhece-lo pessoalmente, preferem
conhecê-lo através do que os outros dizem.Interessante que no texto de Marcos
ninguém dizia nada ruim de Jesus Cristo. Diziam que Ele era João Batista,
Elias, algum dos profetas – todas referências boas e respeitáveis. Porém com um
problema grave: todas erradas.Hoje muitos pregadores têm falado bastante de Jesus. Falam coisas
agradáveis, nada de ruim a respeito do Senhor: o Senhor é meu pastor; o Senhor
salva; o Senhor é rei; o Senhor vai te dar um carro novo, uma casa nova, muito
dinheiro, muita saúde, você não precisa sofrer nada nesta vida pois ele já
sofreu por você, etc. Nada de ruim na lista de coisas, porém, com o mesmo
problema visto lá nos dias de Jesus: muita coisa errada! Sim, nem tudo o que
dizem está errado, mas há erros, e isso é muito perigoso.O texto nos diz, que
Jesus, no desejo de saber se os seus discípulos
já haviam entendido o seu messianismo, lança-lhe duas perguntas:“Quem
dizem o povo que eu sou? Para esta pergunta, surgiram várias resposta, afinal,
é fácil responder em nome do outro, não compromete! Já quando esta mesma pergunta é direcionada aos próprios
discípulos, vem o silencio, pois esta
pergunta, requer uma resposta pessoal, que exige comprometimento. Pedro foi o único que
respondeu com firmeza: “Tu és o Messias ”.
Esta resposta de Pedro, agradou Jesus, afinal ela é fruto da sua convivência com Ele. Pedro
reconhece Jesus como sendo o
Filho de Deus, mas ele ainda demonstrava não haver
assumido de fato a condição de
verdadeiro discípulo, pois ele ainda
caminhava na obscuridade, carregando consigo a mentalidade do mundo,
alimentando dentro de si, a ideia de um Messias glorioso, mas sem a cruz.Jesus, que conhece o
interior das pessoas, percebe de imediato
a dificuldade dos discípulos em
aceitar o desafio da cruz, por isto, Ele
insiste em fazê-los
compreender que, sem a cruz, é
impossível entender quem é Ele e o que significa segui-Lo.Jesus proíbe severamente aos
discípulos de revelar a sua identidade a quem quer que fosse, afinal, um povo
que esperava um Messias triunfalista com poderes políticos, jamais aceitaria um
Messias na condição de servo, alguém que
tivesse o olhar voltado para os pequenos.Jesus
sabia que não seria reconhecido como
Filho de Deus sem antes passar
pela cruz! Hoje, depois de ter passado
pela cruz, de nos ter dado tão grande prova de amor, Ele não nos faz perguntas como esta, mas Ele espera de cada um
de nós, uma resposta de amor.Sem aprofundarmos o nosso relacionamento com Jesus, ficaremos no superficial da fé, na lógica dos
homens, não vamos compreender, que, para
ganhar a vida, é preciso passar pela cruz, assim como Jesus passou.O seguimento
à Jesus, inclui à cruz, pois a nossa adesão a Ele, nos leva a atitudes que contrariam os seus opositores.Carregar a cruz, não é
buscar sofrimento, e sim, viver as conseqüências de uma vida pautada no exemplo de Jesus, de
uma vida coerente com o evangelho.Muitos vêem Jesus
como um ser cósmico, uma energia espiritual evoluída, uma energia do espaço,
outros o vêem como um revolucionário ser de outra dimensão, como um espírito
evoluído, como um espírito perfeito, ou simplesmente como um dos caminhos.Os homens daquela
época viam Jesus como sendo o João Batista que havia ressuscitado, outros
diziam que Jesus era o Elias, aquele que foi o mais respeitado de todos os
profetas; outros diziam que Jesus era o profeta Jeremias.. vemos que nivelavam
Jesus aos profetas, nivelavam Jesus aos homens mais proeminentes daquele tempo,
respeitando assim os homens e não a Jesus . Ainda hoje ocorre dessa maneira em
nossos dias, uma gama incalculável de intelectuais, estudiosos, cientistas
também nivelam Jesus a homens inconscientemente e muitas vezes conscientemente,
a fim de apagar o brilho de sua obra redentora. Nós sabemos quem tenta há anos
desmerecer o Evangelho do reino. Como nos tempos de Jesus ainda hoje há uma
visão espiritualizada de Jesus e não espiritual,pois as coisas espirituais são
entendidas apenas pelos espirituais.Entre a multidão que
seguia Jesus havia muitos apenas interessados na comida, nas curas, na
restauração política de Israel, mas havia aqueles que o seguiam por causa de
sua palavra João 6,68:
"Senhor pra onde iremos nós ? Só Tu tens palavras de vida eterna!"
Jesus ainda hoje quer
ouvir o que pensamos a seu respeito. Não podemos nivelá-lo a homens corruptos,
não podemos segui-lo apenas pelo bem estar material que ele nos proporciona,
não podemos segui-lo apenas por medo do inferno ou da condenação final apenas.Não
podemos segui-lo com segundas intenções, não podemos segui-lo com interesses
próprio que na maioria das vezes são terrenos e materiais a ponto de profanar o
seu Evangelho.
AFINAL QUEM JESUS É PRA VOCÊ?
Ele é o teu Senhor
apenas quando tudo está bem contigo ?
Ele é e continua maravilhoso
quando as coisas não estão como você queria ?
Ele é lindo quando
existe uma tempestade escurecendo a sua jornada ?
Para muitos Jesus é
um banqueiro que empresta dinheiro sem cobrar juros e a igreja é a agência
bancária.
Para outros ele é um
refúgio no momento da dor na alma,no momento de aflição.
Para muitos ele é uma
moda, um modismo passageiro que volta de tempos em tempos
Para outros ele é a
razão de ser e viver!!!
Para muitos ele é um remédio.
Para muitos Jesus
mais se parece com um astro pop star e a igreja é o seu palco
Para o cristão
verdadeiro ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores .
Jesus Cristo quer que
cada um de nós tenha uma resposta pessoal sobre Ele. Resposta baseada nas Escrituras
reveladas por Ele e na sua experiência
de amor pessoal com Ele. Não o defina por aquilo que dizem os homens, as igrejas e pastores interesseiros! Pense que resposta você teria para o Senhor se Ele aparecesse hoje e lhe
perguntasse:
“Mas vós, quem dizeis
que eu sou?...”
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