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D. Estevão Bettencourt (OSB) faz uma análise bíblico-teológica sobre a "cura de gerações"

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 14 de setembro de 2012 | 00:55










“Esta é uma questão controversa. Há quem sustente que as consequências de culpas morais graves, das quais mancharam os próprios antepassados, como por exemplo: homicídios, abortos, suicídios, práticas mágicas etc, se propagam às gerações sucessivas. Atenção, não a culpa moral, que é sempre e somente pessoal, mas as suas consequências, como por exemplo a tendência inata a repetir os mesmos atos pecaminosos dos antepassados. Uma espécie de “inclinação” espiritual, que chegaria aos filhos, netos, bisnetos e assim desceria na árvore genealógica. Como se transmitem os caracteres hereditários fixos na transmissão da vida, assim seria para aqueles espirituais. Para livrar-se desta tendência, cada descendente deveria renunciar a eles com um estilo de vida cristã. Através de um caminho de purificação, se alcançaria uma vez individualizada a tendência pecaminosa, que pode beirar a compulsividade, a emendar-se nela. Isto seria de qualquer modo a transmissão do caráter “doente” aos descendentes. A tese é difusa por nós com o livro do psiquiatra inglês Kenneth McAll, Até as raízes, o qual sustenta, citando casos por ele notados , que a causa dos males pode depender de questões de geração. Não existe uma posição uniforme. Cada um desenvolveu uma posição pessoal com base na experiência que amadureceu. Eu tive alguns casos nos quais a pessoa que sofria de possessão demoníaca tinha ascendentes que praticavam a magia e a bruxaria. Todavia não me parece que estes episódios possam representar uma razão suficiente de demonstração da tese. São necessárias novas perspectivas teológicas. No mais, também meu mestre, padre Candido Amantini, tinha dúvidas sobre “se os maus espíritos se difundam por via das gerações...” Seja o que for, é sempre oportuno celebrar Missas pelos nossos caros defuntos, também por aqueles que nunca conhecemos e que, talvez, viveram séculos atrás.(Padre Gabriele Amorth)






A CURA ENTRE GERAÇÕES





Por D. Estevão Bettencourt, osb - PERGUNTE E RESPONDEREMOS 551 – maio 2008






Em síntese: A cura dita "entre gerações" não pode significar que uma geração tenha de prestar expiação pelos pecados dos antepassados pois cada um responde por si apenas.Pode-se entender tal cura do seguinte modo: todo pecado deixa suas consequências na sociedade em que tenha sido cometido: mau exemplo, ódio de uns para os outros, estímulo à vingança.Ora, o que o cristão pede a Deus, não é o perdão dos pecados alheios (no além já não há conversão), mas pede que faça cessar a má influência que os pecados dos antepassados exercem seja extinta, ficando todos os descendentes isentos de qualquer consequência negativa derivada dos pecados dos antepassados. Debate-se muito a questão da "cura entre gerações": Deveria uma geração prestar satisfação a Deus pelos pecados de seus antepassados? - É o que passamos a examinar a seguir:







Uma falsa interpretação:






Há quem julgue que o sofrimento que alguém hoje padece não é senão a consequência dos pecados dos antepassados, pois está escrito em Ex 20,5:"Castigo a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração dos que me odeiam". Seria preciso então pedir a Deus a cessação de tal castigo.






Esta concepção é falha !





a) Pode dar a crer que estamos sujeitos a certa fatalidade, pesada e cruel, atormentando pessoas inocentes. O livre arbítrio não funcionaria; haveria um destino traçado para cada ser humano em consequência dos pecados dos antepassados.




b)- No tempo do exílio de Judá na Babilônia (587-538), muitos dos exilados se recusavam a fazer penitência, pois diziam que estavam sendo punidos não por causa de seus pecados, mas por causa da iniquidade dos ancestrais. Assim se exprimia a mentalidade do clã: todos pagam por um.




c)- A este modo de pensar se opuseram, em nome do Senhor, os profetas Jeremias e Ezequiel: Jr 31, 29s: "Naqueles dias não se dirá mais: os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados. Mas cada um morrerá por sua própria iniquidade: todo aquele que comer uvas verdes, ficará com os dentes embotados". (Ez 18, 1-9)




d)- Como se vê, a responsabilidade é pessoal, ao invés do que pensavam os antigos judeus, que professava a mentalidade do clã: esta não levava devidamente em conta o indivíduo, mas o clã, o conjunto a que pertencia cada indivíduo.






Aos poucos foi-se valorizando o indivíduo como tal e suas responsabilidades pessoais




Não há destino; o livre arbítrio do homem é capaz de fazer suas opções, sem depender do que tenham feito ou não feito os antepassados. Locução semelhante ocorre em Ex 20, 8: "Uso de misericórdia até a milésima geração com aqueles que me amam e observam os meus mandamentos”.





A alusão à mentalidade do clã chega a ser hiperbólica. - Daí a pergunta:






Como entender a cura entre gerações?








Eis a explicação mais plausível:





Toda iniquidade, principalmente as graves falhas, deixam marcas na sociedade em que vive o pecador: um mau exemplo, um precedente daninho que se abre, ódio, desejo de retaliação.Não é só o pecador que se prejudica pelo pecado, mas é a sociedade que com ele sofre danos físicos ou morais. Principalmente os familiares mais próximos descendentes do delinquente culpado sentirão a amargura da herança deixada pelo(s) ancestrais falecidos.João Paulo II dizia: "Todo pecado trás uma hipoteca social para o conjunto da Igreja, pois se um membro do corpo sofre , todos padecem com ele." Os pecados cometidos pelos antepassados podem ter consequências para as gerações futuras não porque Deus queira castigar a estas, mas porque transmitem um âmbito marcado pelo pecado. Esse âmbito pode influenciar o livre arbítrio de alguns descendentes, mas não lhe tira a liberdade de optar pelo bem, à revelia do que sugere o legado recebido dos ancestrais.É sobre este pano de fundo que se coloca a cura das gerações. Esta não pede a Deus perdão pelas culpas dos antepassados, mas pede que os desgastes causados pelo pecado dos mais velhos não afetem os descendentes.O sofrimento de que padece alguém hoje não é necessariamente castigo; pode ser uma provação; Deus é pai, que ama seus filhos e, por isto, os educa e corrige, burilando suas arestas para que possam ser cidadãos dignos da Jerusalém celeste.A graça de Deus pode livrar determinado indivíduo dos seus sofrimentos, principalmente quando obtida através da Santa Missa. Mas, como dito, o sofrimento pode ser uma provação valiosa que faz amadurecer a nossa fé e que convém aceitar generosamente, sem que o cristão peça a sua cessação, mas antes peça a coragem para atravessar com alegria e magnanimidade o período da provação, do qual poderá sair ainda mais santificado.






Em conclusão dizemos:





a) após quanto ponderamos não creiamos que todo sofrimento é castigo de pecados do sofredor ou dos seus antepassados.


b) mas também reconheçamos que estamos sujeitos a sofrer das imprudências ou da altivez de nossos ancestrais (sem que Deus esteja punindo por pecados do passado).





Dom Estêvão Bettencourt (OSB)








Piedade em questão: “COMO REZAR PELA CURA ENTRE GERAÇÕES”?





Pergunte e Responderemos Ano XLIV - Dezembro de 2003 – Nº 498 - Dom Estêvão Bettencourt, OSB





(Análise do livro de Pe. Alberto Gambarini)






Em síntese: A tese do livro supõe que alguém possa estar atual­mente sofrendo males físicos ou psíquicos em decorrência de faltas co­metidas pelos ancestrais — o que vem a ser falso; a própria Escritura dissuade de assim pensar (ver Jr 31, 29; Ez 18, 1-4). Ademais o livro em­prega certas expressões inadequadas.O Pe. Alberto Gambarini é benemérito por seus escritos e seus trabalhos apostólicos.Todavia em alguns de seus livros defende uma tese insustentável aos olhos da reta fé: com ênfase especial é proposta no livro “Como rezar pela cura entre gerações”, obra esta cujo conteúdo será, a seguir, comentado:






A tese do livro






O autor afirma que certas pessoas podem estar padecendo males físicos ou psíquicos em conseqüência de faltas cometidas pelos ante­passados. Haveria também maldições hereditárias ou proferidas por an­cestrais e aplicadas à geração presente.O autor explica seu modo de pensar relatando o seguinte caso: “Um exemplo simples de como a oração pelos falecidos é eficaz foi dado por uma pessoa de minha paróquia. ‘Quando comecei a fazer a árvore da família, não imaginava a possibilidade de ser curada de uma insônia crônica. Já havia tentado todo tipo de tratamento sem alcançar êxito. Aparentemente, não existia motivo para eu não conseguir dormir. Perguntando aos meus familiares sobre os nossos antepassados, cheguei ao meu avô. Ele sofria de insônia e ficava acordado a noite inteira. Essa situação incomodava os filhos, que não entendiam seu sofrimento. E ele rogou uma praga dizendo que os filhos dos seus filhos teriam o mesmo problema. Eu era sua neta e estava sofrendo deste mal. Rezando, pude reviver todo o sofrimento de meu avô pela incompreensão dos familiares e, ao mesmo tempo, pedi a Deus para que seu amor misericordioso fosse dado a ele. Também mandei celebrar algumas missas pelo meu avô. Na medida em que eu intercedia em favor de meu avô, pelos seus filhos, meu pai e tios, meu coração foi invadido por uma experiência profunda de paz, e também fui curada para sempre da minha insônia”’ (pp. 22s).








Para justificar sua tese, o Pe. Alberto cita passagens bíblicas:





“Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zelosa que vinga a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam”(Ex 20, 5).





“Senhor, dignai-vos, pela vossa misericórdia, afastar de vossa cidade santa, Jerusalém, vossa cólera e vossa exasperação, porque é devido às nossas iniqüidades e aos pecados de nossos antepassados que Jerusalém e vosso povo são alvo de insultos de todos os nossos vizinhos”(Dn 9, 16).







Pergunta-se agora: Que dizer? 
Proporemos três ponderações:







1. Mentalidade do clã





Os textos bíblicos sobre os quais se baseia a tese do Pe. Gambarini, supõem a mentalidade do clã, segundo a qual o individuo não tem valor como tal; é o clã ou o grupo que dá significado ao indivíduo; o clã arca com as conseqüências daquilo que o indivíduo faz. Essa mentalidade primitiva foi posteriormente corrigida em Israel; com efeito, durante o exílio na Babilônia (587-538) os exilados alegavam estar sendo punidos por causa dos pecados dos antepassados; seriam eles, no exílio, inocentes e não teriam necessidade de fazer penitência. Intervieram então os Profetas para dissipar o raciocínio e o princípio que o sustentava:




Ez 18, 1-4: “A palavra do Senhor veio a mim nestes termos: Que provérbio é este que andais repetindo na terra de Israel ‘Os pais come­ram uvas verdes, e os dentes dos filhos ficaram embotados’?uro por minha vida — oráculo do Senhor Deus — não repetireis mais esse provérbio. Tanto a vida do pai como a vida do filho me pertencem. Quem peca é que morrerá”.






Jr 31, 29: “Nesses dias já não se dirá: ‘Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram’. Mas cada um morrerá por sua própria falta. Todo homem que tenha comido uvas verdes, terá seus dentes embotados”.




Por conseguinte vê-se que Deus não castiga os pecados dos ante­passados ferindo os seus descendentes.Em conseqüência não se eximem de fazer penitência os filhos de Israel exilados.






2. Transmissão do pecado






Pelas razões indicadas também não se deve dizer que o pecado se transmite como uma doença física se transmite; não se diga que alguém é hoje libertino(a) em matéria sexual porque sua avó foi tal.Existem micróbios e bactérias que transmitem doenças corporais, sim; mas não existem micróbios que transmitem doenças do espírito ou do comporta­mento.Não se pode negar que o mau exemplo seja um convite à prática do mal; assim os antepassados criminosos deixam aos seus descendentes uma afinidade familiar com o crime, que estimula a prática do mal não por um vírus do crime, mas por um apelo psicológico.






3. Os traumas dos antepassados





Pelo mesmo motivo não se pode dizer que os traumas, os choques ou os males sofridos pelos ancestrais perduram no além, como se as almas dos defuntos continuassem a sofrer as emoções e os sentimentos que sofriam na terra, podendo ser curadas desses traumas pelas orações de seus descendentes.Todas estas concepções redundam, de algum modo, em espiritismo kardecista ou em umbandismo e candomblé. Na verdade, não há comunicação das pessoas na Terra com o além senão pela oração.As preces que são feitas pelos falecidos ou pelas almas do purgatório têm por objetivo tão somente pedir a Deus que o amor as purifique de qual­quer resquício de pecado pessoal para que possam desfrutar da visão de Deus sem demora.Podemos também rezar aos Santos, pedindo-lhes que intercedam por nós, a fim de que sejamos dotados das graças necessárias para chegarmos à pátria celeste.







Observações complementares






Sobre o Feitiço






Às páginas 58s do livro de Gambarini lê-se a seguinte oração: 
"Pai, eu te peço que desfaças na vida de...todo mal. Quebra, Senhor, todo jugo hereditário negativo de ..., que caiu sobre ele(a). Quebra toda maldição, praga, feitiço que possam ter recaído sobre esse(a) teu(tua) filho(a) ..." Na verdade, nenhuma maldição tem poder mágico, nem é transmissível (como ensinam os profetas).Quanto ao feitiço, seria um objeto manipulado para fazer bem ou mal a alguém. Ora tal tipo de objeto não existe, de modo que é inútil pedir ao Senhor que afaste os malefícios do feitiço; chega a ser nociva tal prece porque dá a crer que feitiços são eficazes, como se crê em terreiros de Umbanda e em certas comunidades pentecostais protestantes.






Alívio para as almas do purgatório






A pag. 61 encontra-se a seguinte prece: 
“Pelo último suspiro na cruz, livrai as dores e abrandai as penas das almas santas e benditas do purgatório”. É errônea a concepção que parece estar subjacente a este texto.O purgatório não é um castigo, mas uma concessão da misericórdia divina para que as almas que não se tenham purificado dos resquícios do pecado na vida presente, possam fazê-lo na vida futura.Na verdade, ninguém pode ver Deus face-a-face trazendo sombra de pecado ou “pecadinho” (impaciência, maledicência, preguiça...). Se o cristão não consegue extinguir as escórias de tais pecados antes de deixar este mundo, deverá fazê-lo posteriormente para poder entrar na visão de Deus.O sofrimento do purgatório não depende de maior ou menor rigor da parte do Juiz Divino, mas sim do fato de ter sido tal cristão negligente ou leviano sobre a Terra, de modo que não se preparou (não preparou a veste nupcial) para poder entrar na ceia da vida eterna logo depois da morte.Essa dor não passa nem é aliviada por decreto divino; só passa na medida em que a alma se vai libertando do apego ao pecado.Os sufrágios pelos mortos, por conseguinte, não consistem em pedir a Deus anistia para as almas do purgatório, mas sim em pedir que o amor a Deus existente em tais almas acabe quanto antes de extinguir todo amor desregrado remanescente nessas almas; sem demora possa haver nelas tão so­mente o amor a Deus não contraditado por tendências desordenadas.






À guisa de observação final, ainda perguntamos:





Que são “os espíritos de hereditariedade má”? E que significa “amarrar esses espíritos”? Tal vocabulário é ambíguo.São estas algumas ponderações que podem ocorrer a um leitor da obra do Pe. Gambarini. 





Palavra final:





Reconheça-se a boa intenção do autor, mas não se pode deixar de apontar aí concepções estranhas à doutrina Católica.







Revista: "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" - 
Nº 394 - Ano: 1995 - PR. 131 – Análise do livro de Pe. Robert De Grandis






D. Estevão Bettencourt, osb







O livro de Robert DeGrandis supõe que pecados cometidos e traumas sofridos por pessoas já falecidas estejam atualmente influenciando a vida dos respectivos descendentes; haveria uma hereditariedade de males morais e desgraças, que se dissiparia mediante a oração de cura interior. Supõe também que haja maldições de antepassados desgraçando a vida de pessoas existentes na Terra.  Haveria outrossim objetos portadores de infelicidades, objetos que atrairiam maus espíritos...Respondemos que a presumida hereditariedade no plano moral não existe; cada ser humano  responde por sua conduta pessoal e não pela de seus ancestrais; cf. Ez 18,2-32; Jr 31, 29s. Também não existem objetos contagiados e contagiantes por efeito de maus espíritos; a desgraça e o pecado não se transmitem por "micróbios ou bactérias espirituais". São Paulo, em 1Cor 8, refere-se a um caso paralelo ao que consideramos: os cristãos de Corinto que tinham consciência fraca, não queriam comer carne que tivesse sido oferecida aos ídolos em templo pagão, porque a julgavam contaminada, veículo de comunhão com os demônios; o Apóstolo dissipou esta concepção, dizendo que os ídolos nada são (cf. 1Cor 8,4); por isto não contaminam os objetos a eles oferecidos.Em suma, o livro de R. DeGrandis professa teorias pouco fundamentadas na doutrina católica, podendo até confundir-se com teses do espiritismo.
Está circulando em ambientes católicos um livro que tem suscitado dúvidas e mal-entendidos.  Traz o título "Cura entre Gerações" e deve-se à autoria de Robert DeGrandis, membro da Associação Nacional de Terapeutas dos Estados Unidos e dedicado ministro da "cura interior" ou da cura de males espirituais mediante a oração inspirada pelo Espírito Santo.O autor cita e segue freqüentemente a linha de pensamento e ação do Dr. Kenneth McAll, cirurgião e psiquiatra inglês, que escreveu Healing the Family Tree (Curando a Árvore da Família), "livro capaz de transformar vidas".  (p. 3).Visto que a obra é realmente inovadora, merecerá atenção nas páginas subseqüentes.





OS TRAÇOS PRINCIPAIS DO LIVRO






Antes do mais, pergunta-se: que significa "cura entre gerações" ?






Para Roberto DeGrandis e seus seguidores, muitos dos males que as pessoas hoje em dia padecem, são herança recebida de gerações passadas (pais, avós, bisavós ...).  Por isto, para curar estes males, é preciso curar a respectiva fonte, isto é, a falha ou a deficiência ainda existente nas almas dos falecidos. O Espírito Santo revela aos carismáticos o tipo de causa que provoca a desgraça das pessoas na Terra.  Após esta revelação, o cristão carismático faz a prece correspondente para sanar o(a) falecido(a)  e assim libertar os que sofrem de má herança neste mundo.  






São palavras de Robert DeGrandis:





"O cirurgião e psiquiatra inglês Dr. Kenneth McAll abriu meus olhos para alguns modos de cura.Ensinou-me a procurar fontes além dos vivos, para explicar alguns problemas dos vivos.  Mas, enquanto ele toma um além, e fala de cura dos mortos através das orações dos vivos, não pretendo focalizar este aspecto.  Orações pelos mortos são, porém, parte de nossa tradição católica, e creio que este é um campo importante para estudo.Neste livro falamos da cura dos vivos através de orações pelos mortos. Referimo-nos à cura de certos problemas físicos, mentais, emocionais e espirituais que não têm tratamento" (pp. 17s).




"Equipes de oração, usando os dons carismáticos, descobriram, em meus ancestrais, uma variedade de espíritos e adoração do culto, assassinato e todo tipo de negatividade que se possa imaginar.  Em minha família, é longa a historia de brutalidade e de tratar sem amor as pessoas.  Muitos traços ancestrais de desamor refletiram-se, de certo modo, em minha própria natureza.  O Senhor tem querido tocar essas áreas com seu amor e trazer a cura para que eu não aja sob a negatividade não resolvida de eras passadas.Quanto perdoo esses antepassados, cortando os laços com seus pecados, e visualizando-os na presença de Jesus, sinto ser curado.  O fruto dessa cura é evidente em minha crescente capacidade de relacionar-se com as pessoas de modo mais solícito e amoroso..."p. 20).






O autor se detém no relato de outros exemplos típicos:






"Tome, por exemplo, uma mulher hipotética, Henriqueta, que tem um profundo medo irracional de homens.  Esse medo pode estar ligado a um trauma não resolvido da bisavó, a quem um homem fez realmente mal.  Isto abre algumas interessantes possibilidades na cura interior" (p. 17).






"Em 1979, eu estava fazendo cura interior numa senhora negra.  Ela e suas irmãs tinham um problema sempre que saíam a lugares públicos.  Homens gravitavam em torno delas, mais do que se poderia normalmente esperar. Elas eram todas boas católicas, bastante simpáticas, mas exerciam uma atração sobre os homens mais do que o normal.Em oração com ela, tive uma visão do que pensei ser um navio negreiro.  Porque ela era uma líder madura, e compreendia o processo da cura interior, continuei em profundidade: "Você está vendo alguma coisa?", perguntei.  Respondeu: "Estou vendo um navio negreiro".  Quando começou a descrever o que estava acontecendo, eu também o estava vendo em minha mente.  Podia dizer, pelo estilo do navio e dos trajes, que estávamos vendo os dias da escravidão.A senhora descreveu uma mulher, que sentia ser sua antepassada.  Eu a vi simultaneamente em visão.  Usava um lenço vermelho em volta da cabeça e era, claramente, muito promíscua.Imaginamos se a promiscuidade não teria passado abaixo, de geração em geração.  Consideramos a possibilidade de que a inexplicável atenção masculina fosse um efeito residual da atividade de sua ancestral promíscua" (P. 21).







Segundo R. DeGrandis, pode haver também objetos impregnados de maldição (como se a maldição fosse um micróbio ou um vírus);  têm que ser jogados fora. Tais objetos constituem uma realidade que o livro designa como "o oculto".  Eis um caso típico:







"Às vezes, quando estamos fazendo libertação, há bloqueio devido a um amuleto.  Tive um caso, em certa cidade, em que um homem tinha uma ardência em sua boca.  Ele tinha estado na Clínica Mayo, na Universidade de Alabama e na Clínica Lahey em Boston, e nenhuma delas pôde retirar a ardência de sua boca.  Pus a mão sobre ele, e a primeira palavra que o Espírito Santo me deu em diagnóstico, foi "oculto".  Perguntei-lhe se tinha ido a um curandeiro ou adivinho.  Disse que sim, de modo que rezei e lhe pedi que renunciasse a ter buscado auxílio em uma fonte oculta.Não houve alívio depois que ele fez a renúncia, de forma que rezei um pouco mais. A próxima ampliação do diagnóstico do Espírito Santo foi: "amuleto".  Perguntei-lhe se a pessoa a quem tinha ido lhe dera alguma coisa.  Disse que recebera um amuleto.  Perguntado se estava disposto a jogá-lo fora, disse que sim.  Sua esposa o fez.  Rezei de novo, e a ardência desapareceu.  Isto foi há algum tempo, e a última vez que o vi,  a ardência não tinha voltado" (p. 45).







Mais outra história exemplar:







"Lembro-me de ter estado numa cidade, onde pessoas estavam ouvindo vozes à noite.  Pediram-nos que abençoássemos a casa.  Fizemo-lo, lançando água benta em todos os quartos.  Acredito que isto tenha resolvido a dificuldade.  Como norma, dever-se-iam procurar na casa objetos do oculto, e então os donos renunciariam a eles e queimá-los-iam.  Pedimos a todas as pessoas presentes que renunciassem ao envolvimento com o oculto.  Amarramos o mal e o expulsamos, numa oração de libertação normal.  Tenta-se obter a identidade da pessoa que assombra a casa, e oferece-se por ela o Santo Sacrifício da Missa.  A Eucaristia é oferecida, quer se saiba, quer não se saiba o nome da pessoa.  Os moradores então entregam-se ao Senhor Jesus Cristo" (p. 117).






Segundo o mesmo autor, a desgraça atual pode decorrer também de uma palavra de maldição proferida por antepassados em desabono das gerações futuras. São dizeres de Robert DeGrandis:







"As maldições são outra área servidão que o Espírito Santo revela com freqüência.  A maioria das pessoas que fazem cura interior, identificou maldições, muitas vezes de gerações passadas.  Por exemplo, na parte sul dos Estados Unidos, maldições de vudu são especialmente freqüentes.  Há efeitos físicos dessas maldições.  Assim como o Espírito do Senhor pode tocas as pessoas e libertá-las física, psicologicamente etc., o espírito maligno pode também ligar pessoas na época da maldição e em futuras gerações.  A quebra das cadeias dessas maldições e a aplicação da luz e amor do Senhor as libertará na maioria dos casos, desde que não haja outras formas de "feitiço".O Dr. McAll conta o caso e uma alcóolatra de 45 anos de idade, que destruiu totalmente a vida da família com seu vício.  Sua mãe estava profundamente envolvida com o espiritismo e tentando contar seu falecido marido.  O Dr. McAll soube que a excessiva bebida da mulher estava ligada com a maldição de mãe sobre ela, por recusar-se a assinar alguns documentos legais sem os ler primeiro.  Ele quebrou a maldição sobre ela, ela parou de beber, e sua vida familiar foi restaurada.  Quebramos uma maldição orando como segue: "Em nome de Jesus e por sua autoridade, eu venho contra esta maldição (etc.). Invoco o Preciosíssimo Sangue de Jesus e quebro esta maldição sobre minha família ou pessoa, no nome de Jesus" .Esta oração e, com freqüência, dita três vezes para quebrar a maldição porque, em rebelião contra a Santíssima Trindade, as maldições são, freqüentemente, pronunciadas três vezes quando feitas.  É também importante que as pessoas compreendam porque devem não dar novamente poder à maldição"  (pp. 44s).








É interessante notar a oração que DeGrandis profere e recomenda aos leitores para afastar os maus agouros ou as desgraças: 






"Coloco-me na presença de Jesus Cristo, e submeto-me ao seu Senhorio.  "Revisto-me da armadura de Deus para poder resistir às táticas do demônio" (Ef 6, 10-11).  Ocupo o meu terreno, "com o cinturão da verdade em torno da cintura, e a justiça por couraça..." (Ef 6,14).  Empunho o "escudo da fé" para "extinguir os dardos inflamados do maligno ..."  (Ef 6,16).  Aceito "a salvação de Deus como meu capacete, e recebo a Palavra de Deus do Espírito, para usá-la como espada" (Ef 6,17).No nome de Jesus Cristo crucificado, morto e ressuscitado, amarro todos os espíritos do ar, da atmosfera, da água, do fogo, do vento, da terra, de debaixo da terra e do mundo inferior.  Amarro também a influência de qualquer alma perdida ou caída, que possa estar presente, e todos os emissários do quartel-general demoníaco, ou todo círculo de bruxas, magos e feiticeiros ou adoradores de Satanás, que possam estar presentes de algum modo sobrenatural.  Clamo o sangue de Jesus sobre o ar e a atmosfera, a água, o fogo, o vento, a terra e seus frutos à nossa volta, a região abaixo da terra e o mundo inferior.No nome de Jesus Cristo, proíbo todos os adversários mencionados de comunicarem-se com outros ou se ajudarem de alguma forma, ou comunicarem-se comigo, ou fazerem qualquer coisa senão o que eu mando em nome de Jesus.No nome de Jesus Cristo, eu selo este lugar e todos os presentes e suas famílias e associados, e seus lugares e posses e fontes de suprimento, no sangue de Jesus. (Repetir três vezes).No nome de Jesus Cristo, proíbo quaisquer espíritos perdidos, círculos de feiticeiras ou feiticeiros, grupos ou emissários satânicos ou qualquer de seus associados, subordinados ou superiores, de prejudicar ou tirar vingança de mim, minha família e meus associados, ou causar mal ou dano a qualquer coisa que tenhamos.No nome de Jesus Cristo, e pelos merecimentos de seu Preciosíssimo sangue, quebro e dissolvo toda maldição, malefício, selo, encantamento, feitiço, laço, tentação, armadilha, instrumento, mentira, pedra de tropeço, obstáculo, ilusão, engano, diversão ou distração, corrente espiritual ou influência espiritual, e também qualquer doença de corpo, alma ou espírito lançados sobre nós, ou sobre este lugar, ou sobre algumas pessoas, lugares e coisas mencionadas, por qualquer agente, ou lançada sobre nós por nossos próprios enganos ou pecados. (Repetir três vezes).Agora coloco a cruz de Jesus Cristo entre mim e todas as gerações de minha árvore genealógica.  Digo, no nome de Jesus Cristo, que não haverá direta comunicação entre as gerações.  Toda comunicação será filtrada no Preciosíssimo Sangue do Senhor Jesus Cristo" (pp. 9s).







Em suma, o livro inteiro de R. DeGrandis versa sobre a concepção de que existem forças ocultas derivadas de artimanhas, trabalhos ou também de pecados dos antepassados que causam a infelicidade dos viventes deste planeta. Pelo que se depreende da oração publicada às páginas 9 e 10 do livro, o autor parece acreditar na eficácia de feitiços, amuletos, bentinhos, bruxarias, encantamentos, despachos, etc. - Daí a surpresa de muitos leitores católicos... Daí também a pergunta:







QUE DIZER ? Proporemos três observações conclusivas:






1ª)- Não existe hereditariedade espiritual a pagar de males morais cometidos no passado.Não se pode dizer que os pecados de familiares falecidos são punidos por Deus nos respectivos descendentes.  O pecado é de responsabilidade estritamente pessoal: "Cada qual responde a Deus por seu comportamento próprio, e individualmente na liberdade de escolha que Deus lhe deu, prestará contas pessoalmente por ele."É o que os Profetas do Antigo Testamento ensinaram muito enfaticamente, contradizendo à tese de que Deus castiga filhos e netos por causa das faltas dos antepassados: Jr 31,29s:  "Nesses dias já não se dirá: "Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram".  Mas cada um morrerá por sua própria falta.  Todo homem que tenha comido uvas verdes, terá seus dentes embotados". Cf. Ez 18, 2-32.





2ª)- Por isto também, não se deve dizer que o nosso pecado pessoal se transmite como uma doença física se transmite. Não se diga que alguém é hoje libertino(a) em matéria sexual porque sua avó foi tal.  Existem micróbios e bactérias que transmitem doenças corporais, sim; mas não existem micróbios que transmitam doenças do espírito.






3ª)- Pelo mesmo motivo não se pode dizer que os traumas, os choques ou os males sofridos pelos ancestrais perduram no além. Como se as almas dos defuntos continuassem a sofrer as emoções e os sentimentos que sofriam na terra, podendo ser curadas desses traumas pelas orações de seus descendentes, isto é um entendimento deturpado sobre a doutrina do Purgatório.






D. Estevão Bettencourt, osb - Nº 394 - Ano: 1995 - PR. 131








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21 de março de 2016 às 08:46

Quero agradecer pelo texto, foi muito útil para meus estudos sobre maldição hereditária, feitiçaria, objetos amaldiçoados e toda forma de superstição e interpretação errada sobre o assunto.
Que a paz do Nosso Senhor Jesus Cristo esteja sempre contigo!

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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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