E SE DEUS EXISTIR ?
Blaise Pascal é um filósofo que acredita que
o coração é uma fonte de verdade, de certa forma distinta da racionalidade
provinda do espírito geométrico. Ele defende também que não se pode criticar a
religião cristã sem antes conhecer seus fundamentos.Ele constata que a dimensão
racional do ser humano é muito limitada para constatar a existência ou não de
um ser divino e termina por concluir que a através da razão não poderíamos
encontrar com as verdades mais profundas sobre a existência. Quanto as provas
metafísicas sobre a existência divina, segundo ele, nada provam e nadam
aumentam no nosso relacionamento com Deus, devemos provar Deus pela fé e não
pela razão.
Então ele defende o argumento de
que é mais razoável escolher apostar que
Deus exista, pois se Deus não existir nada estará perdido, se ele existir e
tivermos apostado que Ele não exista estaremos realmente perdidos.E se no final
das contas Deus não existir não teremos perdido nada.E Pascal acrescenta que se
Deus não existir, ao menos, teremos vivido uma vida honesta e ética, tendo
assim somente a ganhar. Portanto, acreditar na imortalidade e recompensa da
alma no entendimento dele leva a uma determinada postura ética melhor frente aos desafios morais.Pascal afirma que a religião cristã
seria a única capaz de fazer o ser humano encontrar-se consigo mesmo e
encontrar-se com sua realidade paradoxal: ao mesmo tempo miserável e também
cheio de possibilidades. O verdadeiro Deus seria conhecido pelo coração e não
apenas pela razão. Ele, sem dúvida, jamais desejava negar a importância da
racionalidade, mas afirmava que dois excessos devem ser evitados, um é negar a
razão e outro é apenas acreditar nela como uma única fonte, excluindo qualquer
outra fonte de conhecimento.
O PARADOXO DO BENEFÍCIO DA DÚVIDA DA EXISTÊNCIA, OU
NÃO DE DEUS
a)-PARA
OS RELIGIOSOS:
Se Deus existe e eu creio Nele? = SÓ TENHO A GANHAR!
b)-
PARA OS RELIGIOSOS:
Se Deus não existe e eu creio Nele? = AGINDO COMO SE ELE
EXSITISSE NÃO PERDEMOS NADA E TODA SOCIEDADE GANHA!
c)-
PARA OS ATEUS: Se
Deus EXISTE e não cremos Nele? = SÓ PERDEMOS!
d)- PARA OS ATEUS: Se Deus NÃO EXISTE e
não creio Nele? =
SÓ PERDEMOS E TODAS SOCIEDADE PERDE ao aplicar o princípio de Dostoievski: “Se Deus não existe tudo é
permitido” - viveremos a depravação de valores e destruição da sociedade, pois
o mal por si só se destrói.
PORTANTO: Na dúvida, vivamos como se Deus existisse, POIS SÓ
TEMOS A GANHAR.
Uma coisa é
certa: "ninguém afirma: Deus não existe sem antes ter desejado que Ele não
exista"
Esta frase, de um
filósofo muito suspeito, por ser esotérico, Joseph de Maistre , mas tem muito
de verdade! Com efeito, o devedor insolvente gostaria que seu credor não
existisse. O pecador que não quer deixar o pecado, passa a negar a existência
de Deus.Por isso, quando se dá as provas da existência de Deus para alguém, não
se deve esquecer que a maior força a vencer não é a dos argumentos dos ateus, e
sim o desejo deles de que Deus não exista. Não adiantará dar provas
a quem não quer aceitar sua conclusão.
Karl
Popper, um dos filósofos mais influentes do século passado, apontou para o fato
de que, para ser validada, uma teoria científica deve necessariamente ser confrontada, desafiada, falseada.
Dizia que, do contrário, a teoria poderia se tornar dogma – e
qualquer dogma, para Popper, seria terrível para a ciência. É curioso
notar como o raciocínio de Popper vai ao encontro de um texto publicado pelo
jornal britânico Guardian. A matéria repercute uma
pesquisa realizada pela revista eletrônica Edge, que faz, todo ano, uma
pergunta para centenas de especialistas de áreas distintas com o objetivo de
colher tendências. A pergunta de 2011 é: “Qual conceito científico poderia aprimorar a
ferramenta cognitiva de uma pessoa?” Artistas,
cientistas e filósofos responderam a questão. Surpreendentemente, muitos deles
destacaram a relevância dos erros, incertezas e dúvidas para a ciência e
ressaltaram a importância de esses aspectos inerentes ao empreendimento
científico serem melhor divulgados ao público não especializado. “É realmente fundamental desmistificar
o trabalho do cientista. A questão principal é que, ao pesquisar, você lida
necessariamente com o desconhecido, então, é claro que há erros e dúvidas, é
isso que nos impulsiona”, diz o físico Caio Lewenkopf, da Universidade Federal
Fluminense (UFF).Existem matérias que são intrinsecamente complexas, como, por
exemplo, os modelos utilizados para mensurar as mudanças climáticas. Temos
inúmeros indicadores de várias décadas e alguns cientistas divergem sobre essa
questão”, completa Lewenkopf. Osvaldo
Frota Jr., físico e doutor em história e filosofia da ciência e membro do
Departamento de Letras da Universidade de São Paulo (USP), faz coro. Para ele,
mesmo os objetivistas, aqueles que tendem a não relativizar muito a ciência e a
enxergam de modo positivista, sabem que a matéria que estudam é feita de
dúvida. “Mesmo quem não é um relativista ou, na
antropologia e sociologia, pós-moderno, sabe reconhecer que a ciência é calcada
em incertezas”, comenta Frota Jr. A
conversa com um cientista social toca na mesma tecla, embora haja um
estranhamento do teor da matéria do Guardian. “Dizer que
a ciência é falível, no ponto de vista da filosofia da ciência, é uma
trivialidade.Mas não
tenho certeza se, de fato, a sociedade acredita que ela é infalível”, afirma
Renan Springer de Freitas, sociólogo que estuda temas relacionados à ciência na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Freitas afirma que sua visão de
ciência é objetivista. Ou seja, ele acredita que a ciência traz consigo uma
verdade. Uma verdade, no entanto, pode e deve ser questionada (Não para
ser negada, mas melhor explicada).“A ciência tem o privilégio do debate, da
possibilidade de discordância. Isso, no entanto, não a coloca em xeque,muito
pelo contrário”, defende o sociólogo.
Mas é
preciso admitir que existem dogmas científicos
blindados. Tente confrontar e desafiar a teoria da macro evolução em sala de
aula, por exemplo. Você corre o risco de ser massacrado, mesmo usando bons
argumentos científicos. Parafraseando a matéria acima, “assuntos controversos
como a teoria da evolução seriam menos polêmicos na esfera social caso fosse
divulgado, com mais clareza, que a natureza da ciência comporta a dúvida”. Deveriam
assumir a mesma postura humilde quanto aos aspectos nebulosos da teoria da
evolução e permitir a discussão ampla de suas insuficiências. Todos ganhariam
com isso, inclusive os cientistas que poderiam ampliar o horizonte de suas
pesquisas para além dos limites do naturalismo filosófico engessante.
É POSSÍVEL UMA FÉ RACIONAL? A IGREJA CATÓLICA DIZ QUE SIM!
Nossa fé não é puro
sentimento ou apenas a invenção de um grupo de homens mal intencionados e
manipuladores. Existe a racionalidade da fé. E no Catolicismo esta inteligência
da fé possui uma densidade tal, que seria um pecado de omissão não conhecer e
estudar.A Fé é um ato da inteligência; portanto não é um sentimento vago, mas é
expressão da mais nobre faculdade que o homem tem: o intelecto,que tenta
aplicar-se ao objeto mais nobre que possa ser concebido, ou seja, a Deus.Esse ato do intelecto é movido pela vontade, pois o objeto da fé transcende os
limites do intelecto humano (a verdade é mais ampla do que o alcance do nosso
intelecto). Sendo assim, o objeto da fé não obriga a um assentimento, não é tão
evidente que force a adesão de quem o contempla. A vontade, portanto, deve
mover o intelecto para que diga Sim ou Não.A vontade, porém, só move o intelecto depois do exame das credenciais sobre as
quais se apoia cada proposição de fé. Cabe então ao intelecto humano averiguar
as razões em virtude das quais o indivíduo pode e deve crer (): estude o
Evangelho, a história, a paleografia… e chegue eventualmente à conclusão: “Não
é absurdo crer; não é infantilismo ter fé”. Há razões suficientemente fortes
para que o homem diga Sim ao objeto de fé, sem trair sua dignidade de homem
adulto.Portanto o homem crê inteligentemente. E a própria razão sadiamente crítica que
aponta o caminho da fé. Assim evitam-se as superstições e crendices que não
resistem ao crivo da razão.
AS FALSAS EXPRESSÕES DA "FÉ AUTÊNTICA"
Se a fé tem por objeto algo não evidente por si mesmo, ela é um ato livre. Pode
ser traída e rejeitada, como acontece nos casos em que as paixões predominam
sobre o intelecto e a vontade. Daí haver falsas expressões da fé, que causam
escândalo aos não crentes, mas que não são autênticos gestos de fé.Aliás o senso de justiça obriga a lembrar os grandes benefícios que a Religião
proporcionou à humanidade: Sem a verdadeira religião, o homem e a humanidade
estaria entregue as supertições e carnificinas materialistas que a história
infelizmente já experimentou nos regimes totalitaristas ateus.
CONCLUSÃO:
A religiosidade é um elemento integrante da pessoa humana. O homem bem pode ser
considerado um peregrino do Absoluto, um viajante rumo ao Eterno e Infinito.
Até os materialistas marxistas procuram um novo estado de coisas e a plena
satisfação de seus anseios através da mística do martelo e da foice. Os atritos
que a religião causou entre os homens se devem, em grande parte, à valorização
dos bens espirituais, que os antigos e medievais julgavam ser superiores aos
bens materiais. A religião inspirou a entrega de tudo, até da própria vida,
para não renegar o Valor Supremo que é Deus. Quando se avalia o passado, não se
pode deixar de levar em conta esse traço próprio da mentalidade de nossos
ancestrais.Acontece, porém, que esse elemento integrante da pessoa humana – o
senso religioso – não pode ser cego ou desligado da razão. É esta que distingue
entre si fé e crendice. É com a inteligência que o homem crê, e não com os
olhos da mente fechados pela cegueira do sentimentalismo ou das emoções.Compete aos cristãos dar testemunho da autêntica religião, para que, mediante
este testemunho claro e firme, o irmão que busca o Absoluto, embora não tenha
fé, se entusiasme pela beleza de uma vida santa, heroicamente santa!
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Qual o valor de uma prova filosófica hoje? Nenhum, pois temos muitas outras áreas da ciência que oferecem respostas muito melhores para uma infinidade de coisas. A filosofia está morta e enterrada.
Como disse SH: "A DIFERENÇA ENTRE A CIÊNCIA E A RELIGIÃO, É QUE A CIÊNCIA FUNCIONA."
A ciência é como um carro que leva você para onde quiser, a religião é como um carro invisível. Você precisa fingir que ele existe enquanto usa o carro da ciência para ir à igreja.
Para estes seus comentários, deixo o desabafo de um ex-ateu:
DESABAFO DE UM EX-ATEU:
Testemunho do Escritor e filósofo suíço Alain De Botton
(Fonte:Jornal Il Sole 24 Ore)
Eu cresci em uma família de ateus convictos, filho de judeus não observantes que colocam a fé religiosa no mesmo plano da fé no Papai Noel.
Meu pai tinha conseguido fazer a minha irmã chorar quando havia tentado extirpar da sua mente a ideia, nem tão enraizada, de que, em algum lugar do universo, se escondia um deus solitário.
Eu tinha oito anos, na época. Se os meus familiares descobrissem que alguém, no seu círculo de conhecidos, nutria secretamente um sentimento religioso, começavam a tratá-lo com a comiseração que, em geral, se reserva a quem sofre de uma doença degenerativa. A partir desse momento, para eles, era impensável recomeçar a levá-lo a sério.
Embora eu tenha sido fortemente influenciado pela atitude dos meus pais, passados os 20 anos, o meu ateísmo me pôs em crise. As dúvidas surgiram quando eu ouvi pela primeira vez as cantatas de Bach e se desenvolveram enquanto eu observava algumas Madonnas de Bellini.
No entanto, foi apenas muitos anos depois da morte de meu pai – enterrado sob uma lápide gravada em hebraico em um cemitério judeu de Willesden, zona noroeste de Londres, porque, detalhe interessante, ele tinha se esquecido de deixar instruções mais seculares – que eu comecei a aceitar o peso da minha ambivalência com relação aos princípios indiscutíveis que me haviam sido incutidos durante a infância.
A minha certeza de que Deus não existe permanecia intacta. Eu me sentia simplesmente mais livre para a ideia de que havia um modo de se aproximar da religião sem ter que aceitar também, por força, o lado sobrenatural; um modo, em termos mais abstratos, de pensar nos Padres sem ofuscar a memória do meu pai. Dei-me conta de que a minha prolongada resistência às teorias sobre o além ou sobre os habitantes do paraíso não era uma justificação suficiente para descartar a música, os edifícios, as orações, os rituais, as celebrações, os santuários, as peregrinações, as refeições em comum e os manuscritos iluminados.
Depois de ter perdido toda uma série de práticas e de tradições que os ateus consideravam insuportáveis por causa daquilo que Nietzsche definia de “o mau cheiro da religião”. a sociedade secular se empobreceu injustamente. Agora, o termo “moralidade” nos causa medo, e, ao pensamento de ouvir um sermão, preferimos dar no pé.
Evitamos a ideia de que a arte pode nos elevar ou ter uma missão ética. Não vamos em peregrinação. Não sabemos mais construir templos. Não temos instrumentos para expressar gratidão. A ideia de ler um manual de autoajuda nos parece estar em contraste com os nossos nobres princípios.
Rejeitamos o exercício mental. Raramente vemos desconhecidos cantando juntos. Infelizmente, estamos diante de uma escolha: abraçar a estranha ideia de que existem divindades imateriais, ou abandonar em bloco uma série de rituais reconfortantes, refinados ou simplesmente fascinantes dos quais custamos para encontrar um equivalente na sociedade secular.
Talvez, chegou o momento de liberar as nossas necessidades espirituais do verniz religioso que os recobre, embora, paradoxalmente, muitas vezes, é o estudo das religiões que nos fornece a chave para redescobrir e reformular essas necessidades.
A minha tentativa é a de ler as fés, principalmente a cristã, e, em menor medida, a judaica e a budista, em busca de intuições que possam ser úteis na vida secular, sobretudo com relação aos problemas levantados pela convivência dentro de uma comunidade e dos sofrimentos mentais e físicos.
Longe de negar os valores do secularismo, a minha tese é de que, muitas vezes, secularizamos mal, muito mal mesmo...
Enquanto buscávamos nos libertar de ideias impraticáveis, também renunciamos erroneamente a alguns dos aspectos mais úteis e fascinantes da religião.
Shalom !!!
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