a "FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA" DA DOUTRINA CATÓLICA
A doutrina da Igreja Católica, ou simplesmente a doutrina católica, é constituída por um conjunto de crenças, ensinamentos, preceitos e de leis que fundamentam a Igreja Católica Apostólica Romana
Segundo o Catecismo de São Pio X (ainda válido), a doutrina católica "é a doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho da salvação" e da vida eterna. - "As partes principais e mais necessárias da Doutrina […] são quatro:
1)-O Credo (em que cremos, e porque cremos? A transmissão da fé)
2)-O Pai-Nosso (os 7 pedidos perfeitos - A oração do Sr)
3)-Os 10 Mandamentos (relações com Deus e o próximo)
4)-Os Sacramentos (a vida na graça e as virtudes)
A Igreja Católica professa que todas as coisas que ela acredita foram sendo gradualmente reveladas por Deus através dos tempos, atingindo a sua plenitude e perfeição em Jesus Cristo, que é considerado pelos católicos como o Filho de Deus, o Messias e o Salvador do mundo e da humanidade. Mas, a definição e compreensão da doutrina católica (que é baseada na Revelação) é progressiva, necessitando por isso do constante estudo e reflexão da Teologia, mas sempre fiel à Revelação divina e sempre orientada pelo Magistério da Igreja. Para os católicos, a sua fé em Deus inclui a sua livre e total entrega (e amor) "a Deus, prestando ao Deus revelador o obséquio pleno do seu intelecto e da sua vontade, e dando voluntário assentimento à Revelação feita por Ele". Esta Revelação é transmitida pela Igreja sob a forma de Tradição. A fé em Deus "opera pela caridade" ou amor (Gal 5,6), por isso a vida de santificação de um católico obriga-o, além de participar e receber os sacramentos, a "conhecer e fazer a vontade de Deus", através, como por exemplo, da prática dos ensinamentos revelados (que se resumem nos mandamentos de amor ensinados por Jesus), das boas obras e também das regras de vida propostas pela Igreja fundada e actualmente encabeçada por Jesus. Essa entrega a Deus tem por finalidade e esperança últimas à sua própria salvação, e à implementação do Reino de Deus. Neste reino misterioso, o Mal será inexistente e os homens salvos e justos, após a ressurreição dos mortos e o fim do mundo, passarão a viver eternamente em Deus, com Deus e junto de Deus.
As principais verdades
da fé encontram-se expressas e resumidas no Credo dos Apóstolos, no Credo
Niceno-Constantinopolitano e também em variadíssimos documentos da Igreja, como
por exemplo no "Catecismo da Igreja Católica" (CIC). Actualmente,
para um acesso e compreensão mais fácil à doutrina, encontra-se também a
síntese do CIC, designada por "Compêndio do Catecismo da Igreja
Católica" .
1)-Sobre os Dógmas (verdades de fé)
A Igreja Católica, bem como todas as outras Igrejas cristãs, professa um conjunto bastante alargado de doutrinas. No entanto, apesar de todas fazerem parte da fé professada pela Igreja, existe entre elas "uma ordem ou hierarquia […], já que o nexo delas com o fundamento da fé cristã é diferente". O Papa São Pio X foi um grande defensor da ortodoxia doutrinária e condenou, por isso, o modernismo. Foi o único Papa do século XX a ser canonizado - Deste modo existem os Dogmas, que são verdades infalíveis e "absolutamente seguras sobre as quais não podem pairar nenhuma dúvida",constituindo por isso a base de toda a doutrina católica. Os dogmas são definidos e proclamados solenemente pelo Supremo Magistério (Papa ou Concílio ecuménico com o Papa como sendo verdades definitivas e imutáveis, porque eles estão contidos, implicita ou explicitamente, na Revelação imutável ou têm com ela uma "conexão necessária". Uma vez proclamado solenemente, "nenhum dogma pode ser negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar" (Mateus 16,19). Por isso, o católico é obrigado a aderir, aceitar e acreditar nos dogmas de uma maneira irrevogável (Lucas 10,16). Além dos Dogmas, existe ainda muitas definições doutrinárias que, não estando "expressamente definidas nas Sagradas Escrituras ou pela Tradição, […] suscitam ainda dúvidas porque seus contornos não se encontram plenamente desenvolvidos". Estas definições, que depois podem se tornar em dogmas, são divididas em:
a)-"Verdades de
fé", que "são objeto de crença e reverência por toda a Igreja, mesmo
que ainda não tenham recebido o selo do dogma e podem sofrer evoluções positivas, ou um desenvolvimento e compreensão posterior.
b)-"Verdades próximas
à fé", são aquelas verdades que estão a um passo de se
tornarem" verdades de fé!
c)-Hipóteses que a Igreja,
como tal, não subscreve oficialmente, mas que podem ser acreditadas ou não por
parte dos seus fiéis, sem prejuízo da fé católica, e que permanecem só como
hipóteses de trabalho e reflexão "por parte de teólogos".
2)-Ortodoxia, Heterodoxia, e Heresias
Além da Doutrina oficial
ou ortodoxa proposta pela Magistério da Igreja Católica, apareceram várias
outras versões teológicas heterodoxas, sendo atualmente a teologia da
libertação um dos seus exemplos mais paradigmáticos. Estes desvios do
"ensino normativo da Igreja" podem ser a princípio tolerados enquanto se fazem os devidos juízos, ou então condenados no todo, ou em partes pela Igreja. Porém, estas doutrinas não são consideradas heréticas por não atacar diretamente os dogmas ou as outras verdades fundamentais.
3)-Revelação divina e a "sagrada Tradição" (apostólica/patrística)
Segundo a fé católica, "Deus
revela-se ao homem […], mediante acontecimentos e palavras", para que o
homem conheça Deus e o "seu desígnio de benevolência, que Ele, desde a
eternidade, preestabeleceu em Cristo a favor dos homens. Tal desígnio
consiste em fazer participar, pela graça do Espírito Santo, todos os homens na
vida divina, como seus filhos adoptivos no seu único Filho, que é Jesus Cristo.
Esta infalível Revelação divina, manifestada já desde do princípio do mundo e
ao longo dos séculos que correspondem ao Antigo Testamento, é plenamente
realizada e completada em Jesus Cristo. "Com a morte e a ressurreição de
Cristo, nada mais será revelado aos homens até à Parusia". Mas, "apesar de a Revelação já estar completa, ainda não
está plenamente explicitada. E está reservado à fé cristã apreender
gradualmente todo o seu alcance, no decorrer dos séculos". A partir
daí, com a assistência e inspiração sobrenatural do Espírito Santo, a Revelação
imutável (ou o depósito de fé) é transmitida ininterrupta e integralmente pela
Igreja através de uma dupla Tradição (que em latim significa entrega ou ato de
confiar) indissociável, que pode ser oral ou escrita (2 Tessalonicenses 2,15; 2
Tim 1,13-14; 2,2):a Tradição oral ou simplesmente a Tradição, radicada
essencialmente no testemunho dos Apóstolos à revelação de Jesus, aos quais Ele
"deixou o encargo de levar o Evangelho da Salvação a todas as criaturas,
testemunho depois assumido" e transmitido integralmente aos fiéis pelos
bispos. A Tradição "conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo
Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos
seus sucessores" (os bispos unidos com o Papa), "para que eles, com a
luz do Espírito Santo, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação".
A Tradição escrita ou a Sagrada Escritura (Bíblia), que é o produto do
registo escrito da Tradição oral pelos 4 evangelistas e outros escritores
sagrados, sempre inspirados pelo Espírito Santo. Para os católicos, a Bíblia é
constituída por 73 livros divinamente inspirados, que são organizados no Antigo
Testamento e no Novo Testamento (a palavra testamento significa, neste
caso, aliança entre Deus e o homem).Nem toda a tradição oral foi registrada,
sendo ela hoje ainda transmitida oralmente e sob a forma de hábitos,
ensinamentos ou costumes de geração para geração pelos bispos e pelo
Papa.
ATENÇÃO!!! Apesar de a Revelação divina já estivesse completada em Jesus, isto não impede que, "no decurso dos séculos, tem havido revelações ditas «privadas», algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja". Mas, estas revelações privadas (ex: as aparições marianas) "não pertencem ao depósito ordinário da fé. O seu papel não é «aperfeiçoar» ou «completar» a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa determinada época da história". Por isso, "o Magistério da Igreja […] não pode" aceitar as revelações privadas "que pretendem superar ou corrigir a Revelação definitiva que é Cristo".
4)-Magistério da Igreja e desenvolvimento da Doutrina (desde o concílio de jerusalém até o vaticano ii)
A Tradição, seja ela oral ou escrita, é interpretada e aprofundada autentica e progressivamente, à luz da Revelação, pela Igreja. Foi com base nesta interpretação fiel que ela "definiu quais os livros que fazem parte do cânone das Escrituras". A Igreja "não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas", querendo isto dizer que as Tradições oral e escrita "devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência". Esta autoridade de poder interpretar e ensinar a Tradição chama-se Magistério. O Catecismo da Igreja Católica afirma que, "apesar de a Revelação já estar completa, ainda não está plenamente explicitada. E está reservado à fé cristã apreender gradualmente todo o seu alcance, no decorrer dos séculos".[32] Por isso, a Igreja admite a clarificação e o desenvolvimento progressivo da sua doutrina, bem como os costumes e a expressão da fé dos seus fiéis, ao longo dos séculos. Mas, nunca se deve confundir a interpretação gradual da Revelação (que resulta depois na formulação e no desenvolvimento doutrinal) e a matéria da própria Revelação (ou depósito de fé), que é inalterável. Por outras palavras, o Magistério da Igreja, ao meditar sobre "as realidades […] e as palavras do depósito da fé", aperceberá progressivamente "de certas facetas deste diamante da Revelação que antes não [se notou] explicitamente".Este entendimento progressivo, que não adiciona nada à Revelação em si, é designado por "crescimento na inteligência da fé". Este crescimento fez-se à custa do estudo de inúmeros teólogos, bispos e Papas, muitas vezes reunidas em concílios ecuménicos, bem como dos famosos Pais e Doutores da Igreja, sempre sob a orientação do Magistério da Igreja e sempre sob a assistência e a "graça do Espírito Santo". Fazendo isto, esta pessoa divina purifica gradualmente a Igreja, levando-a a conhecer mais profunda e correctamente as variadas facetas e realidades da Tradição.O processo do desenvolvimento doutrinal, que tem que ser sempre contínuo e fiel à Tradição católica, implica a formulação (e não a criação) gradual e infalível de dogmas, que, uma vez proclamados, são imutáveis e eternas. Mas, "a definição dos dogmas ao longo da história da Igreja não quer dizer que tais verdades só tardiamente tenham sido reveladas, mas que se tornaram mais claras e úteis para a Igreja na sua progressão na fé".[40] Uma vez proclamado solenemente, "nenhum dogma pode ser negado, nem mesmo pelo Papa ou por decisão conciliar".
5)-Notas históricas sobre a "formulação do sagrado magistério da igreja"
O Primeiro Concílio de Niceia (325) formulou o Credo Niceno e, ao debater sobre a natureza de Jesus Cristo, condenou o arianismo.Os principais dogmas da doutrina cristã acerca de Deus, da Santíssima Trindade, de Cristo (e da sua natureza e concepção virginal) e da Salvação ficaram praticamente definidas nos primeiros concílios ecumênicos: Primeiro Concílio de Niceia (325), Primeiro Concílio de Constantinopla (381), Concílio de Éfeso (431) e Concílio de Calcedónia (451). Tais verdades definitivas estão sintetizadas no Credo Niceno-Constantinopolitano.Santo Agostinho, no século V, baseando-se nas epístolas de S. Paulo, desenvolveu a doutrina do pecado original e da graça. A partir do século XIII, vários teólogos, nomeadamente São Tomás de Aquino, procurou reafirmar que a fé supera mas não contradiz a razão humana. No século XVI, o Concílio de Trento tornou definitiva a doutrina dos sete sacramentos e reiterou a presença real de Cristo na Eucaristia. Após este Concílio, no confronto com os protestantes, desenvolveram-se as grandes doutrinas relativas à Igreja. O Concílio de Trento (1545 - 1563) lutou contra a Reforma Protestante, que foi, a par do Cisma do Oriente, uma das maiores cisões que a Igreja Católica jamais enfrentou. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, os jesuítas e os jansenistas confrontaram-se com polémicas acerca do papel da graça e da participação do homem na sua própria salvação. Durante o século XIX, foram proclamadas como dogmas a Imaculada Conceição de Maria e a Infalibilidade Papal. E, em meados do século XX, foi proclamado pelo Papa Pio XII o dogma da Assunção da Virgem Maria ao céu. Este foi a única vez que um Papa usou solenemente a infalibilidade papal.O último concílio ecuménico realizado foi o Concílio Vaticano II, onde se tratou de vários temas como a Liturgia, a constituição e a pastoral da Igreja (que passou a ser alicerçada na igual dignidade de todos os fiéis e a ser mais virada para o mundo moderno), a relação entre a Revelação divina e a Tradição, a liberdade religiosa, o ecumenismo e o apostolado dos leigos. Não foi proclamado nenhum dogma, mas as suas orientações doutrinais e pastorais são de extrema importância para acção da Igreja nos tempos actuais.
6)-A doutrina religiosa e o conhecimento científico – Fé e
Razão
O
Magistério da Igreja Católica defende que boa parte da Tradição, nomeadamente
da Bíblia e mais especificamente o livro de Gênesis, devem ser
interpretadas como alegorias e de acordo com os costumes e com os conhecimentos
científicos da época. Neste caso, estas alegorias
seriam portadoras de verdade teológica, mas que não possuiriam necessariamente
verdade histórica ou científica. Logo, as interpretações literais são
oficialmente abandonadas, muito embora ainda permaneçam certos sectores mais
conservadores e fundamentalistas que não o aceitam por inteiro. Esse modo
alegórico de interpretar a Bíblia não é algo surgido apenas nos tempos atuais.
Por exemplo, já no século V, Santo Agostinho afirmava que as Sagradas
Escrituras deveriam ser interpretadas de modo a harmonizá-las com os
conhecimentos disponíveis em cada época sobre o mundo natural.Aliás, a
Igreja Católica, defendendo o pensamento de Santo Agostinho e de São Tomás de
Aquino, afirma que, "embora a fé supere a razão, não poderá nunca existir
contradição entre a fé e a ciência porque ambas têm origem em Deus. É o
mesmo Deus que dá ao homem seja a luz da razão seja a luz da fé". Logo,
a partir do século XX, a Igreja foi lentamente aceitando várias descobertas
científicas modernas. Por exemplo, acabou por aceitar oficialmente as
teorias do Big Bang e da evolução, defendendo que são compatíveis com a crença
da criação divina do mundo.
A Igreja Católica e a Ciência continuam a discordarem-se em questões
relacionadas, como por exemplo:
-A infalibilidade papal (que não se deve confundir com impecância).
-A autenticidade da Tradição revelada com a negação da existência de Deus e da alma (e da sua imortalidade),
-Os momentos exatos do princípio e do fim da vida humana.
-As implicações éticas da clonagem, da contracepção ou fertilização artificiais, da manipulação genética e do uso de células-tronco embrionárias na investigação científica.
7)-Deus Uno e Trino!
A Igreja Católica, como parte do Cristianismo, acredita obviamente no monoteísmo, que é a crença na existência de um único Deus. Ele é o Criador de todas as coisas e consegue intervir na História da sua própria Criação, bem como perdoar e salvar a humanidade, por isso alguns dos atributos divinos mais importantes são a omnipotência, a omnipresença e omnisciência. Além destes atributos, Deus também é fortemente referido ao longo do Novo Testamento como sendo a própria Verdade e o próprio Amor: Deus ama e quer salvar todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal e filial com Ele através da oração. Mas, os católicos acreditam também no mistério da Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser uno mas simultaneamente trino, constituído por três pessoas indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que se estabelecem entre si uma comunhão perfeita de amor. Para a Igreja, este dogma, que é uma das suas verdades centrais, não viola o monoteísmo. Estas 3 Pessoas eternas, apesar de possuírem a mesma natureza, "são realmente distintas, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho".
8)-Deus Pai: Criador e sustentador do Mundo!
Deus Pai, a primeira pessoa da Trindade, é considerado o Pai perfeito porque Ele amou e nunca abandonou os homens, os seus filhos adotivos, querendo sempre salvá-los e perdoando-os infinitamente, desde que eles se arrependam de um modo sincero.Ele não foi criado nem gerado e é considerado o “princípio e o fim, princípio sem princípio” da Vida, estando por isso mais associado à criação do mundo. Mas isto não quer dizer que as outras duas pessoas da SS Trindade não participassem também neste importante ato divino.O Credo Niceno-Constantinopolitano (texto aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa) faz referência a Deus Pai:
"Creio em um só Deus, Pai
todo-poderoso,
Criador do Céu e da
Terra,
De todas as coisas
visíveis e invisíveis..."
9)-Criação Invisível aos olhos humanos: O mundo e
Anjos!
O mundo, que é bom,
ordenado e amado por Deus, foi criado "livremente, com sabedoria e
amor", a partir do nada (2Mac 7,28), para que Deus possa "manifestar
e comunicar a sua bondade, verdade, beleza" e amor supremos. A obra da
criação culmina na obra ainda maior da salvação, por isso "o fim último da
criação", nomeadamente da humanidade, "é que Deus, em Cristo, possa
ser «tudo em todos» (1 Cor 15,28)" no seu eterno Reino.
A criação é constituída
por "seres espirituais", que são os anjos, e por "seres
materiais", que constituem o "mundo visível" ou o mundo
natural. Os anjos são seres pessoais "puramente espirituais,
incorpóreas, invisíveis, imortais" e inteligentes. Eles servem e obedecem à
vontade de Deus, especialmente "no cumprimento da missão de salvação, em
prol de todos os homens". Segundo São Basílio Magno, «cada fiel tem ao seu
lado um anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida», sendo estes
protetores chamados de anjos da guarda.
Segundo a doutrina
católica, o Gênesis, ao narrar que o mundo foi criado em «seis dias» por Deus,
quer acima de tudo revelar à humanidade "o valor dos seres criados e a sua
finalidade de louvor" e serviço a Deus, dando particular destaque ao valor
do Homem,[68] que é "o vértice da criação visível". Logo, a
Igreja Católica, corroborando com a ideia de Santo Agostinho, admite a
possibilidade de o mundo não ser criado literalmente em apenas seis dias de 24 hs.
10)-a queda dos anjos: o demônio e O "MaU moral"
No princípio do mundo, ocorreu a chamada queda dos anjos, que consiste na rebelião de um grupo de anjos, liderado por Satanás (ou Lúcifer). Eles, sendo "criados bons por Deus", transformaram-se em demónios, "porque, mediante uma opção livre e irrevogável, recusaram Deus e o seu Reino, dando assim origem ao Inferno". Eles, o símbolo do mal, "procuram associar o homem à sua rebelião […]; mas Deus afirma em Cristo a Sua vitória segura sobre o Maligno", que se irá realizar plenamente no fim dos tempos, quando o Mal acabará por desaparecer. A Igreja ensina que o mal "é uma certa falta, limitação ou distorção do bem", e é ainda a causa do sofrimento humano, que "está na interação do bem e do mal no mundo" e que "está enredado no mistério da liberdade humana".Os católicos professam que a existência do Mal é um grande mistério, mas eles têm a certeza de que Deus, sendo bom e omnipotente, não pode nunca ser a causa e origem do Mal. Eles têm fé de que Deus "não permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem". O exemplo mais marcante disso seria "a morte e ressurreição de Cristo", que, sendo o maior mal moral, trouxe a salvação para a humanidade.
11)-O Homem: a sua Queda, o Pecado original e pessoal
O homem foi "criado à imagem e semelhança de Deus", significando que, ao contrário de todas as criaturas, ele "tem a dignidade de pessoa: não é uma coisa, mas alguém capaz de se conhecer a si mesmo, de se dar livremente e de entrar em comunhão com Deus e com as outras pessoas", sendo por isso chamado à santidade e à bem-aventurança (felicidade) eternas. Segundo o Gênesis, que pode ser interpretada como uma alegoria, todo o género humano é descendente de Adão e Eva, o primeiro casal da Terra.
Ambos têm "uma igual dignidade enquanto pessoas humanas e, ao mesmo tempo", vivem "numa complementaridade recíproca enquanto masculino e feminino". Logo, são chamados a serem "um para o outro", formando um matrimónio indissolúvel de «uma só carne» (Gn 2, 24), e também "a transmitir a vida humana […] e a dominar a Terra como «administradores» de Deus", daí a grande responsabilidade do Homem no eterno projeto ou plano de Deus.Na perspectiva católica, o homem é "ao mesmo tempo corpóreo e espiritual", sendo o corpo mortal mas a alma imortal. Isto porque a alma "é criada diretamente por Deus", por isso ela "voltará a unir-se novamente ao corpo, no momento da ressurreição final". Segundo o projeto inicial de Deus, todo o género humano não devia "nem sofrer nem morrer", mas sim, viver eternamente em santidade e junto de Deus.
Mas, Adão e Eva, como eram livres e por isso sucumbiram à tentação do Diabo, comeram o fruto proibido, desobedecendo assim a Deus e querendo "tornar-se «como Deus», sem Deus e não segundo Deus (Gn 3, 5)". Assim, eles perderam a sua santidade original e cometeram o seu primeiro pecado, dando origem ao pecado original.Além disso, eles espalharam este pecado a todos os homens, que são seus descendentes, fazendo com que todos passassem a morrer, a cometer muitos pecados, a sofrer e a serem ignorantes.Mas, felizmente, "Deus não abandonou o homem ao poder da morte. Pelo contrário, pré-anunciou de modo misterioso que o mal seria vencido". É o primeiro anúncio da vinda de Jesus, o Salvador, que, entre outras coisas, instituiu o Baptismo para a remissão (mas não a eliminação) do pecado original e de outros pecados.
12)-Deus Filho: "Jesus Cristo, o nosso senhor, Salvador, e libertador do pecado!"
Jesus Cristo é a figura central do Cristianismo, porque, por vontade de Deus Pai,Ele encarnou-se (veio à Terra) para anunciar a salvação e as Bem-aventuranças à humanidade inteira, "ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar «participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4)"; e para "anunciar as boas novas do Reino de Deus"... Santo Atanásio, um famoso Padre e Doutor da Igreja, afirmou que Jesus, "o Filho de Deus, Se fez homem, para nos fazer Deus", ou seja, para nos tornarmos santos como Deus.Jesus (do hebraico, Yeshua), que significa "Deus Salva",[86] é o o «Messias» (em hebraico) ou o «Cristo» (em grego), porque é o «Ungido do Senhor». Mais especificamente, Ele é consagrado por Deus Pai e ungido pelo Espírito Santo para a sua missão salvífica. Para os cristãos, Ele aceitou o título de Messias e exprimiu o seu verdadeiro significado e sentido para toda a Humanidade: Jesus, «descido do céu» (Jo 3,13), foi crucificado e depois ressuscitado, e é o Servo Sofredor «que dá a sua vida em resgate pela multidão» (Mt 20,28).O Credo Niceno-Constantinopolitano (texto aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa) faz referência a Jesus Cristo:
"Creio em um só Senhor,
Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de
todos os séculos:
Deus de Deus, luz da
luz,
Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro;
gerado, não criado,
consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas
foram feitas.
E por nós, homens, e
para nossa salvação
desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito
Santo,
no seio da Virgem Maria.
e se fez homem.
Também por nós foi
crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro
dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde
está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua
glória
para julgar os vivos e
os mortos;
e o seu Reino não terá
fim."
13)-sobre Natureza divino-humana de Jesus e o seu nascimento na plenitude dos tempos!
O dogma cristológico ensina que Jesus Cristo, Nosso Senhor,é a encarnação do Verbo divino,[88] verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Salvador e Bom Pastor da Humanidade.Ele é também «o Filho Unigénito de Deus» (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, porque, "no momento do Baptismo e da Transfiguração, a voz do Pai designa Jesus como seu «Filho predilecto»". Aliás, Jesus Cristo apresenta-se a Si mesmo como o Filho que «conhece o Pai» (Mt 11,27), afirmando assim "a Sua relação única e eterna com Deus Seu Pai". Por isso, ele é o único e verdadeiro Sumo Sacerdote e Mediador entre os homens e o Pai que está nos céus, chegando a afirmar que "«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim» (Jo 14, 6)".[92]. Jesus, sendo Deus, rebaixou-se da sua condição divina para ser um homem, tendo aprendido, tal como as outras pessoas, muitas coisas através da experiência e da sua inteligência humana, apesar de conhecer íntima e plenamente os desígnios eternos de Deus e logo a Sua infinita sabedoria. Segundo o dogma mariológico, Jesus foi concebido virginalmente no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo. Ele nasceu em Belém, na Palestina, no tempo de Herodes, o Grande e do imperador romano Otávio César Augusto. Jesus procede de Deus Pai e é eternamente consubstancial (pertencente à mesma natureza e substância) a Ele. Não foi criado pelo Pai, mas gerado porque encarnou-se, assumindo a Sua natureza humana. Jesus é considerado o filho perfeito porque subordinou a sua vontade humana à vontade divina do Pai, que consiste na salvação de toda a humanidade. Por isso, é-lhe atribuído a redenção do mundo.
14)-Ministério e ensinamentos de Jesus
A crucificação e morte de Jesus faz parte da vontade de Deus Pai de salvar a Humanidade, através do supremo sacrifício redentor de Jesus. Durante o seu ministério, é dito que Jesus fez vários milagres, como andar sobre a água, transformar água em vinho, várias curas, exorcismos e ressuscitação de mortos (como Lázaro). Ele desenvolveu seu ministério principalmente na Galiléia, tendo feito de Cafarnaum uma de suas bases evangelísticas. Esteve também em vários lugares de Israel, nomeadamente na Samaria, na Judéia e sobretudo em Jerusalém logo antes de sua crucificação.Nas suas muitas pregações, Jesus Cristo ensinou, entre outras coisas, o Pai Nosso, as bem-aventuranças e insistiu sempre «que o Reino dos Céus está próximo» (Mt 10,7) e que Deus estava preparando a Terra para um novo estado de coisas. Anunciou também que quem quisesse fazer parte do Reino de Deus teria de nascer de novo, de se arrepender dos seus pecados, de se converter e purificar. Jesus ensinava também que o amor, o poder, a graça e a misericórdia de Deus era muito maior que o pecado e todas as forças do mal, insistindo por isso que o arrependimento sincero dos pecados e a fé em Deus podem salvar os homens.Ele também mandou os seus discípulos a amar a Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Mateus 22:37) e amar o teu próximo como a ti mesmo (Mateus 22:39). Para Jesus, estes dois mandamentos constituem o resumo de toda a Lei e os Profetas do Antigo Testamento (Mateus 22:40) Ele deu inclusivamente aos homens um novo e radical mandamento de Amor: «amai-vos uns aos outros, como Eu vos amo» (João 15:10).Jesus alertou aos seus crentes e discípulos que só "quem aceita os meus mandamentos e lhes obedece, esse é que Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e manifestar-Me-ei a ele. […] Nós viremos a ele e nele faremos a nossa morada" (João 14:21-23). Sobre este aspecto, a Igreja acredita também que quem ama a Deus permanecerá no amor. E quem "permanecer no amor permanece em Deus e Deus nele", porque "Deus é amor" (1 João 4:16).
15)-Jesus e o Antigo Testamento
Durante o Antigo Testamento, Deus, através de profetas, já anunciava a vinda do Messias, para que a humanidade, nomeadamente o povo escolhido de Israel (ou povo judaico), possa reconhecê-lo quando Ele vier. A Igreja ensina que Jesus, sendo o Messias, cumpriu todas as profecias do Antigo Testamento acerca dessa vinda salvífica, nomeadamente as do profeta Isaías.Logo, Jesus não veio para superar, substituir ou «abolir a Lei ou os Profetas» do Antigo Testamento, «mas sim para levá-los à perfeição» (Mt 5,17). Isto quer dizer que Ele deu o sentido último e pleno à doutrina e às verdades reveladas por Deus ao longo do Antigo Testamento, levando-as e cumprindo-as perfeitamente. Isto significa também que Jesus, que trouxe simultaneamente continuidade e inovação, renovou também a Aliança entre Deus e os homens, instaurando assim o Novo Testamento (ou a Nova Aliança).
16)-Mistério pascal e Salvação
Para os católicos, Jesus amou tanto os homens que entregou-se incondicional e totalmente para eles, chegando ao ponto de sacrificar voluntariamente a sua própria vida na cruz para livrar-lhes do pecado e abrir-lhes na plenitude o caminho da salvação e da santidade (temas tratados na secção Salvação e Santidade). Foi também Jesus que, ao cumprir a vontade de Deus Pai, derrotou o pecado e o mal, através da sua morte redentora na cruz. E, para derrotar a própria morte, ele ressuscitou ao terceiro dia,após a sua crucificação em Jerusalém. Este facto dá aos católicos esperança que Jesus já garantiu aos homens "a graça da adopção filial que é a participação real na sua vida" divina e trinitária e também esperança que, no dia do Juízo Final, todos os homens serão ressuscitados por Deus. Após a ressurreição, Jesus continuou na Terra durante quarenta dias, junto dos apóstolos, passando-lhes ainda ensinamentos e confirmando que eles e a Igreja em geral receberiam o Espírito Santo, algo que aconteceu no Pentecostes. Após este período de 40 dias, Ele foi elevado ao céu, mas continua atualmente a "permanecer misteriosamente sobre a terra, onde o Seu Reino já está presente como germe e início na Igreja" fundada e encabeçada por Ele. Ele está também presente na Eucaristia, um dos sacramentos instituídos por Ele para a salvação e santificação do Homem. No dia do Juízo Final, que coincide com a realização final do seu novo Reino, Jesus "voltará em glória, mas não sabemos quando".
17)-Deus Espírito Santo: o Guardião e Santificador da Igreja!
O Espírito Santo "procede do Pai e do Filho" e, apesar de invisível, personaliza o Amor íntimo e infinito de Deus sobre os homens. Manifestou-se primeiramente no Baptismo de Jesus e plenamente revelado no dia de Pentecostes, 50 dias após a ressurreição de Cristo. Foi comunicado e enviado aos corações dos fiéis, por meio dos sacramentos, para "recebermos a vida nova de filhos de Deus", estabelecendo entre estes e Jesus uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo Místico. Por isso, "finalmente, o Espírito Santo é o Mestre da oração". Ele foi enviado por Jesus para guiar, edificar, animar e santificar a Igreja e para que ela sempre testemunhe e interprete bem a Palavra de Deus, revelado plenamente por Jesus. Em relação à Virgem Maria, o Espírito Santo enche-a de graça e concebeu Jesus Cristo, o Filho de Deus encarnado, no seio desta mulher virgem. O Espírito faz dela a Mãe de Cristo e, como Jesus Cristo é o próprio Deus encarnado, também a Mãe de Deus. O Espírito inspirou também os profetas do Antigo Testamento para falarem "em nome de Deus", sendo estas profecias conduzidas "ao seu pleno cumprimento em Cristo", que revelou a existência do Espírito Santo, a Pessoa divina que o ungiu e consagrou Messias. Resumindo, atribuiu-se ao Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade, a santificação da Igreja e do Mundo com a graça divina e os seus dons. O Credo Niceno-Constantinopolitano (texto aprovado pela Conferência Episcopal Portuguesa) faz referência ao Espírito Santo:
"Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do
Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos
Profetas..."
18)-A Oração Cristã (NÃO PASSIVA, MAS que DESACOMODA)!
A oração, ou simplesmente "falar com Deus", é uma graça de "Deus que vem ao encontro do homem" e permite o estabelecimento de uma "relação pessoal e viva dos filhos de Deus com o Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito Santo que habita no coração daqueles".Na oração, o crente eleva "a alma a Deus" para O louvar ou pede "a Deus bens conformes à sua vontade". A Igreja acredita que "a fé e a oração são forças que podem influir na história" e que podem mudar assim o destino da humanidade.A oração "pressupõe acreditar num Deus pessoal e na possibilidade de entrar em contacto" directo com Ele, sendo por isso "a expressão mais espontânea" do "desejo de Deus por parte do homem". Esta desejo humano é testemunhado por "todas as religiões e, em especial, toda a história da salvação, […] se bem que é sempre Deus que primeiro e incessantemente atrai cada uma das pessoas para o encontro misterioso da oração". A Igreja acha que a "maravilha da oração revela-se precisamente" nesta atração e nesta procura de Deus por nós. Logo, a oração é "o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede d'Ele..."
19)-Oração no Antigo e Novo Testamentos
No Antigo Testamento, a oração já estava presente, como por exemplo, nos vários episódios importantes de personagens bíblicos (nomeadamente de Abraão, Moisés, David, Isaías, etc.) e do próprio povo de Deus, sendo os salmos um exemplo da sua expressão. Já no Novo Testamento, Jesus, apesar de estar em íntima comunhão com Deus Pai, é considerado o perfeito modelo e mestre de oração, "rezando ao Pai em longas vigílias e em momentos decisivos da sua vida, desde o baptismo no Jordão à morte no Calvário".Jesus, para além de ensinar o Pai-Nosso, ensinou também "os discípulos a rezar devota e persistentemente", transmitindo-lhes "as disposições requeridas para uma verdadeira oração". Jesus garantiu-lhes também "que seriam ouvidos sempre que rezassem bem", porque a oração humana "está unida à de Jesus mediante a fé. N’Ele, a oração cristã torna-se comunhão de amor com o Pai". Aliás, é o próprio Jesus que manda rezar: "«Pedi e recebereis, assim a vossa alegria será completa» (Jo 16,24)".
20)- Oração na vida da Igreja
O Espírito Santo é o "Mestre interior da oração cristã", porque "forma a Igreja para a vida de oração e a faz entrar cada vez mais profundamente na contemplação e na união com o insondável mistério de Cristo". Por isso, a oração é "inseparável do progresso da vida espiritual" e, em suma, da vida cristã da Igreja e de cada católico. Logo, pouco a pouco, a liturgia foi-se desenvolvendo e tornou-se na "oração oficial da Igreja", com particular destaque para a missa (e a Eucaristia, que "contém e exprime todas as formas de oração" e a Liturgia das Horas. "Paralelamente, desenvolveu-se também a oração devocional (piedade popular), tanto comunitária como individual".Assim sendo, "as formas essenciais da oração cristã" são "a bênção e a adoração, a oração de petição e a intercessão, a acção de graças e o louvor". Embora a "adoração e louvor a Deus seja a mais perfeita", a oração de petição e intercessão "pelo próprio, por outras pessoas (vivas ou no Purgatório) ou por causas nobres é necessária e meritória". Apesar de toda a oração ter "como destino final" a Santíssima Trindade, isto não impede os crentes de prestarem devoção e de rezarem "a Nossa Senhora, aos Anjos e aos Santos do Céu como intercessores junto de Deus".Aliás, "a Igreja gosta de orar à Virgem Maria e de orar com Maria, a Orante perfeita", porque ela "«mostra-nos o caminho» que é o Seu Filho Jesus, o único Mediador" junto de Deus Pai. Orações como a Avé Maria e o Rosário são exemplos disso.A oração, que "pressupõe sempre uma resposta decidida da nossa parte", é também considerada um combate "contra si mesmo, contra o ambiente e sobretudo contra o Tentador".[131] O Diabo tenta a todo o custo retirar o crente da oração, através, como por exemplo, da distracção, da preguiça, "das dificuldades e dos insucessos aparentes". Para concluir, no século XX, São Pio de Pietrelcina afirmou que:"A oração bem feita toca o coração de Deus, incitando-O a ouvir-nos. Quando rezamos, que todo o nosso ser se volte para Deus. […] O Senhor deixar-Se-á vencer e virá em nosso auxílio. […] Reza e espera. Não te agites; a agitação é inútil. Deus é misericórdia e há-de escutar a tua oração. A oração é a nossa melhor arma: é a chave que abre o coração de Deus. Deves dirigir-te a Jesus, menos com os lábios do que com o coração".
21)-Pai-Nosso: a síntese do Evangelho
No Sermão da Montanha, Jesus ensinou o Pai Nosso aos seus discípulos, que estavam ansiosos em saber como rezar bem. O Pai-Nosso é uma "oração cristã insubstituível", "a «síntese de todo o Evangelho» (Tertuliano) e «a oração perfeitíssima» (São Tomás de Aquino)". O Pai-Nosso é também "a oração da Igreja por excelência […] visto que as suas sete petições, fundadas no mistério da salvação já realizada, […] serão plenamente atendidas na vinda do Senhor. O Pai Nosso é também parte integrante da Liturgia das Horas". Nestas "sete petições a Deus Pai", os católicos pedem "a santificação do Nome de Deus, a vinda do seu Reino, a realização da sua Vontade", o alimento quotidiano, o perdão divino dos pecados e a possibilidade de livrarem-se das tentações e "do Maligno". Para além destas petições, o Pai-Nosso também revela à humanidade a sua relação especial e filial com Deus Pai. A partir de então, "podemos invocar a Deus como «Pai» […] porque Ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque o seu Espírito no-Lo faz conhecer. […] Ao rezar a oração do Senhor estamos conscientes" e absolutamente confiantes de sermos filhos de Deus e de sermos "amados e atendidos" por Deus Pai. "Sempre que rezamos ao Pai, adoramo-Lo e glorificamo-Lo com o Filho e o Espírito", porque estas três Pessoas divinas formam a Santíssima Trindade.
22)- Igreja: Corpo de Cristo e semente do Reino de Deus
Jesus entrega as chaves do Reino de Deus à Igreja, que é liderada pelo Apóstolo São Pedro e, consequentemente, a todos os Papas e bispos, que são os sucessores dos doze Apóstolos. A Igreja é "o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da Terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Baptismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito Santo". Os católicos acreditam que a única Igreja fundada e encabeçada por Jesus Cristo, "como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele". Segundo a Tradição católica, a Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar que "sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (cf. Mt 16, 17-20). A Igreja de Cristo é a detentora na plenitude dos sete sacramentos e dos outros meios necessários para a salvação, dados por Jesus à Igreja. Tudo isto para reunir, santificar, purificar e salvar toda a humanidade e para antecipar a realização do Reino de Deus, cujo semente é necessariamente a Igreja. Por esta razão, a Igreja, guiada e protegida pelo Espírito Santo, insiste na sua missão de anunciar o Evangelho a todo o mundo, sendo aliás ordenada pelo próprio Cristo: "ide e ensinai todas as nações, baptizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). A Igreja, mediante os sacramentos do Baptismo e da Reconciliação, tem também a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lho conferiu".No Credo Niceno-Constantinopolitano, é atribuída à Igreja as propriedades de <<una, santa, católica e apostólica>>.Além disto, ela é também chamada de <<Esposa de Cristo>> - <<Templo do Espírito Santo>> e <<Corpo de Cristo>>, sendo este último revestido de um significado importante e mais especial para a Igreja. Este último nome assenta na crença de que a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo inquebrável, através da fé e do sacramento do Baptismo. Este nome é assente também na crença de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo, por meio do Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia.
23)-Organização hierárquica e regional
A Igreja Católica, regida pelo Código de Direito Canónico, é formada pelo clero e por leigos, podendo estes dois grupos terem também como membros pessoas consagradas, que normalmente agrupam-se em ordens religiosas ou em institutos seculares. A Igreja dispõe de uma hierarquia ascendente, baseado nos 3 graus do Sacramento da Ordem (o Episcopado, o Presbiterado e o Diaconado) que vai desde do simples diácono até chegar ao cargo supremo de Papa, que é o Chefe e Pastor da Igreja. Considerado o Vigário de Cristo na Terra, o Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais. A Igreja defende que todos os seus Bispos (que são coadjuvados pelos presbíteros e diáconos), devido ao sacramento da Ordem, são os sucessores dos Doze Apóstolos, sendo o Papa o sucessor direto do Apóstolo Pedro. Daí a autoridade e primazia que o Papa goza. É ainda considerado como "perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja".A Igreja acredita que os seus ministros sagrados são "ícones de Cristo",logo todos eles são homens, porque os doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua forma humana, também é homem.Mas isto não quer dizer que o papel da mulher na Igreja seja menos importante, mas apenas diferente. Excetuando em casos referentes aos diáconos e a padres ordenados pelas Igrejas orientais, todo o clero católico é celibatário.Ao todo, a Igreja Católica é constituída por 23 Igrejas particulares autónomas sui juris, que, professando a mesma doutrina e fé católicas, possuem uma tradição histórica, cultural, teológica e litúrgica diferentes, bem como uma estrutura hierárquica e organização territorial separadas. Estas Igrejas autónomas são, por sua vez, constituídas por uma ou mais circunscrições eclesiásticas ou Igrejas particulares locais, sendo o seu modelo paradigmático a diocese (na Igreja Latina sui juris) ou a eparquia (nas Igrejas Orientais sui juris). Todas estas igrejas particulares, sejam elas autónomas ou locais, são lideradas por ministros sagrados, que, em última instância, respondem todos ao Papa.Com toda esta organização regional e constituição hierárquica, a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de governo global, centrado no Papa e em Roma, enquanto que, no dia a dia, o catolicismo é vivido na comunidade local, unida na sua paróquia, liderada pelo pároco (um presbítero).
24)-Cultos Católicos
Na Igreja Católica, para além do culto de adoração a Deus (latria), existe também o culto de veneração aos Santos (dulia) e à Virgem Maria (hiperdulia). Estes dois cultos, sendo o primeiro mais importante, são muito diferentes, mas ambos são expressos através da liturgia, que é o culto oficial e público da Igreja, e também através da piedade popular, que é o culto privado dos fiéis.Dentro da piedade popular, destacam-se indubitavelmente as devoções e as orações quotidianas; enquanto que na liturgia, destaca-se a Missa (de frequência obrigatória aos Domingos e festas de guarda) e a Liturgia das Horas. A Igreja permite também a veneração de imagens e de relíquias sagradas de Cristo, dos Santos e da Virgem Maria. Apesar de a piedade popular ser de certo modo facultativa, ela é muito importante para o crescimento espiritual dos católicos.
25)-Liturgia Católica
A liturgia é a celebração pública e oficial do "Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal", sendo por isso "o cume para onde tendem todas as acções da Igreja e, simultaneamente, a fonte donde provém toda a sua força vital". Através deste serviço de culto cristão, "Cristo continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção". Esta "presença e actuação de Jesus" são assegurados eficazmente pelos sete sacramentos,com particular destaque para a Eucaristia, que renova e perpetua "o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao regresso" de Jesus.Por isso, toda a liturgia centra-se na celebração eucarística (ou Missa), porque a Eucaristia "é fonte e cume da vida cristã" e nela "a acção santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele" atingem o cume.A Missa (ou celebração eucarística) é a celebração litúrgica e sacramental mais importante da Igreja.Mais concretamente, na liturgia, mediante "o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo", "o culto público devido a Deus" (a latria) é exercido pela Igreja; e "a santificação dos homens é significada e realizada mediante" os sacramentos. Jesus, como Cabeça, celebra a liturgia com os membros do seu Corpo, ou seja, com a sua "Igreja celeste e terrestre", constituída por santos e pecadores, por habitantes da Terra e do Céu. Cada membro da Igreja terrestre celebra e atua na liturgia "segundo a sua própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados oferecem-se em sacrifício espiritual […]; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça", representando-O no altar. Daí que só os clérigos (exceptuando os diáconos) é que podem celebrar e conduzir a Missa, nomeadamente a consagração da hóstia. Toda a liturgia centra-se no Domingo e "na Páscoa anual". Embora o culto católico não estivesse "ligado a nenhum lugar exclusivo, porque Cristo", e logo toda a Igreja, "é o verdadeiro templo de Deus", a Igreja terrestre tem necessidade de reunir-se em certos lugares sagrados (ex: igrejas, capelas e catedrais) "para celebrar a liturgia". Apesar de celebrar o único Mistério de Cristo, a Igreja possui muitas tradições litúrgicas diferentes, devido ao seu encontro, sempre fiel à Tradição católica, com os vários povos e culturas. Isto constitui uma das razões pela existência das 23 Igrejas sui juris que compõem a Igreja Católica.
26)-Sacramentos instituídos por Jesus Cristo
Na Última Ceia, Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia.A Igreja Católica acredita que os sete sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, durante o seu ministério, como "sinais sensíveis e eficazes […] mediante os quais nos é concedida a vida" e a graça divinas. Através deles, "Cristo age e comunica a graça, independentemente da santidade pessoal do ministro", embora "os frutos dos sacramentos dependam também das disposições de quem os recebe". Sobre os sacramentos, São Leão Magno diz: "«o que era visível no nosso Salvador passou para os seus sacramentos»".Ao celebrá-los, a Igreja Católica alimenta, exprime e fortifica a sua fé, sendo por isso os sacramentos uma parte integrante e inalienável da vida de cada católico e fundamentais para a sua salvação. Isto porque eles conferem ao crente a graça divina, os dons do Espírito Santo, "o perdão dos pecados, […] a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja", que o torna capaz "de viver a vida nova de filhos de Deus em Cristo acolhido com a fé". Daí a grande importância dos sacramentos na liturgia católica.Os sete sacramentos marcam as várias fases importantes de vida cristã, sendo estes divididos em três categorias:
1)-Sacramentos da iniciação cristã (Baptismo, Confirmação e Eucaristia), que "lançam os alicerces da vida cristã: os fiéis, renascidos pelo Baptismo, são fortalecidos pela Confirmação e alimentados pela Eucaristia";
2)-Sacramentos da cura (Reconciliação e Unção dos enfermos), que possibilitam à Igreja a cura e o fortalecimento da "vida nova, que Jesus nos deu nos sacramentos da iniciação cristã", visto que ela "pode ser enfraquecida e até perdida por causa do pecado";
3)-Sacramentos ao serviço da comunhão e da missão (Ordem e Matrimónio), que "conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus", contribuindo especialmente "para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros". - "Todos os sacramentos estão ordenados para a Eucaristia «como para o seu fim» (S. Tomás de Aquino)". Na Eucaristia, renova-se o mistério pascal de Cristo, actualizando e renovando assim a salvação da humanidade.
27)-Salvação e Santidade
Os santos e as santas são modelos de santidade e de virtude, sendo por isso exemplos a seguir pela Igreja.Segundo a soteriologia católica, a salvação, que é oferecida por Deus, realiza-se, após a morte, no Céu, "com a visão de Deus, face a face, e comunhão eterna com Ele" e, após a ressurreição final, no seu novo Reino (veja também a secção Morte e Vida eterna). Esta salvação, que conduzirá o Homem à santidade, à suprema felicidade e à vida eterna, pode ser conseguida por muitas formas e caminhos, mas, para os católicos, ela deve ser obtida através da fé em Jesus Cristo e "da adesão vital" à Igreja fundada e encabeçada por Ele.O caminho de santificação do cristão começou no momento do seu Baptismo, quando ele recebeu a graça santificante, e deve progredir com a ajuda dos meios de salvação dispostos pela Igreja. Esta progressão, que busca também a perfeição, deve ser sempre motivada pela esperança da salvação e animada pelo "fervor da caridade". Este fervor traduz-se na realização dos ensinamentos cristãos (que se resumem nos mandamentos de amor) e na prática das boas obras, que exprimem a fé em Cristo e eliminam as penas temporais causadas pelo pecado. Esta postura e acção do católico e da Igreja contribuiria também para a construção de um mundo melhor e para a aceleração da realização do Reino de Deus na Terra.Este caminho espiritual "terá o seu acabamento na ressurreição final". No novo Reino de Deus, cada santo ou salvo gozará eternamente, em "íntima união com Cristo e, n’Ele, com a Santíssima Trindade", a plenitude da felicidade e da santidade.Por esta razão, todos "são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade", que é justamente a definição de santidade.
28)-Justificação, Graça, Misericórdia, Mérito, e
Liberdade
Devido ao pecado e à queda do Homem, "a salvação é necessária, e é Deus Quem salva, através de Jesus Cristo" e do seu mistério pascal. Logo, a partir disto, todos os pecados dos homens, no passado e no futuro, serão perdoados por Deus, desde que os homens se arrependam de um modo livre e sincero. Por outras palavras, a salvação deve-se à justificação, que é "a acção misericordiosa e gratuita de Deus" de nos conceder a salvação. Por isso, esta acção não é fruto do "merecimento humano", mas somente da misericórdia e da graça divinas.A graça é um dom sobrenatural ou "socorro gratuito que Deus nos dá" para sermos "capazes de agir por amor d’Ele", para conceder aos homens todos os bens (espirituais ou materiais) necessários à sua existência e também para tornar-nos filhos de Deus e "participantes da natureza divina, da Vida Eterna".Aliás, "a própria preparação do homem para acolher" livremente a graça "já é obra da graça" e da predestinação (não-absoluta) de Deus. Existem vários tipos de graça, sendo o mais importante a graça habitual ou santificante, que é a origem, o início e a responsável pela justificação, conversão e santificação dos homens e por isso "nos foi merecida pela paixão de Cristo e nos foi dada no Baptismo".Além desta graça, existem ainda as graças actuais, as graças sacramentais e as graças especiais (ou carismas).Santo Agostinho de Hipona desenvolveu, no século V, a doutrina do pecado original e da graça.Na dinâmica da justificação, a liberdade é fundamental porque "Deus age de forma livre, concedendo a graça, e a resposta do homem também deve ser livre, pois «a alma só pode entrar livremente na comunhão do amor»". Por isso, pode-se dizer que "a concretização da salvação de cada pessoa depende também da sua adesão de fé e caridade ao Salvador", estabelecendo-se assim uma colaboração indissociável entre a graça e o livre-arbítrio do Homem de escolher entre a redenção e a perdição.Isto explica o facto de a santidade não ser atingido por todos, apesar da vontade de Deus de salvar toda a humanidade. Há sempre pessoas que vão para o Inferno, simplesmente porque recusaram livremente o arrependimento e a graça da salvação, mesmo até no momento da morte. Mas a liberdade, que foi concedida por Deus, permite também à humanidade receber "o grande presente que brota do sacrifício redentor de Cristo: o participar livremente na construção do seu Reino" e o "tomar o nosso lugar no plano de Deus", como seus filhos e "co-herdeiros de Cristo".Esta nossa participação, para além da fé, assenta-se também na prática quotidiana das boas obras, cujo mérito ou direito à recompensa deve "ser atribuído antes de mais à graça de Deus e depois à vontade livre do homem". O homem, que juridicamente "não pode merecer nada" porque recebeu tudo gratuitamente de Deus, pode merecer, por concessão e caridade de Deus, "as graças úteis para nos santificarmos e para alcançar a vida eterna, bem como os bens temporais necessários segundo os desígnios de Deus". Mas, ninguém pode ter o mérito da graça santificante.
29)-Salvação para os não-católicos!
O Papa São João Paulo II afirmou que "a salvação em Cristo […] deve ser posta concretamente à disposição de todos".A Igreja Católica "é o instrumento da Redenção de todos os homens" e o "sacramento universal da salvação". Logo, usando as palavras do Papa Pio IX, a Igreja Católica acredita que:Fora da Igreja Apostólica Romana ninguém pode salvar-se […]. Entretanto, também é preciso ter por certo que aqueles que sofrem de ignorância da verdadeira religião, se aquela é invencível, não são eles ante os olhos do Senhor réus por isso de culpa alguma.Esta ignorância invencível, que os não-católicos sofrem, pode ser causada pela precariedade dos meios de comunicação, pela ausência de pregações evangelizadoras capazes e por ambientes de restrição e de barreiras culturais, intelectuais e contextuais muitas vezes insuperáveis.Na encíclica Redemptoris Missio, o Papa João Paulo II, por outras palavras, também pretendeu exprimir, no fundo, esta mesma ideia católica sobre a salvação:
"Enquanto reconhece que Deus ama todos os homens e lhes dá a possibilidade de se salvarem (cf. 1 Tim 2, 4), a Igreja professa que Deus constituiu Cristo como único mediador e que ela própria foi posta como instrumento universal de salvação. […] A universalidade da salvação em Cristo não significa que ela se destina apenas àqueles que, de maneira explícita, crêem em Cristo e entraram na Igreja. Se é destinada a todos, a salvação deve ser posta concretamente à disposição de todos. É evidente, porém, que, hoje como no passado, muitos homens não têm a possibilidade de conhecer ou aceitar a revelação do Evangelho, e de entrar na Igreja. Vivem em condições socio-culturais que o não permitem, e frequentemente foram educados noutras tradições religiosas. Para eles, a salvação de Cristo torna-se acessível em virtude de uma graça que, embora dotada de uma misteriosa relação com a Igreja, todavia não os introduz formalmente nela, mas ilumina convenientemente a sua situação interior e ambiental. Esta graça provém de Cristo, é fruto do Seu sacrifício e é comunicada pelo Espírito Santo: ela permite a cada um alcançar a salvação, com a sua livre colaboração, […] de um modo que só Deus conhece. Isto significa que todos os não-católicos (mesmo os não-cristãos) também podem ser salvos, desde que, sem culpa própria, ignoram a Palavra de Deus e a Igreja, mas que "procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade".Em relação aos bebés e "crianças mortas sem Baptismo", a Igreja tem esperança "que haja um caminho de salvação" para estas pessoas,[203] por isso, "na sua liturgia, confia-as à misericórdia infinita de Deus".A Igreja ensina também que os cristãos não-católicos são, apesar de um modo imperfeito, membros inseparáveis do Corpo Místico de Cristo, através do Baptismo.[205] Ou seja, eles são considerados como elementos da única Igreja de Cristo,[206] que "subsiste (subsistit in) na Igreja Católica". Por isso, estas comunidades cristãs dispõem de muitos, mas não da totalidade, dos elementos de santificação e de verdade necessárias à salvação, sendo esta posição católica uma das bases do ecumenismo atual. Mas, "a fonte de todos esses elementos de santificação é, sempre, a Igreja Católica". A posição ecuménica de tolerância e respeito por outras religiões não significa que a Igreja Católica reconhece que "todas as religiões são válidas e levam ao Cristo e à salvação e […] que os homens estão consequentemente livres para sair da Igreja".Para concluir, a afirmação "fora da Igreja não há salvação […] significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu Corpo", independentemente de a pessoa salva ser católica ou não.
30)-Doutrina Católica sobre o Sofrimento
São Francisco de Assis (1182 - 1226), tal como muitos santos, era praticante de inúmeros sacrifícios. Ele experimentou até a pobreza radical e a dor dos estigmas. Segundo a perspectiva católica, o sofrimento, que é uma consequência do mal e que está associado à morte e às limitações humanas, "não é querido por Deus". Mas, contra a vontade divina, o sofrimento passou a ser uma realidade intrínseca ao Homem, por consequência do pecado original e, posteriormente, de todos os pecados cometidos pelo género humano.Isto significa que o sofrimento "está enredado no mistério da liberdade humana" e "está na interação do bem e do mal no mundo".Mas, sendo Deus um Pai infinitamente bom e misericordioso, "apiedou-se da humanidade" e quis salvá-la, determinando por isso a Paixão, Sofrimento e Morte de Jesus Cristo na cruz.A partir deste único e grandioso sacrifício, o sofrimento passou a ter um sentido "verdadeiramente sobrenatural e […] humano, […] porque se radica no mistério divino da Redenção do mundo e […] porque nele o homem se aceita a si mesmo, com a sua própria humanidade, com a própria dignidade e a própria missão".Logo, o sofrimento passou a estar "presente no mundo para desencadear o amor" e para "oferecer a possibilidade" de conversão e "de reconstruir o bem" - Por estas razões, o sofrimento, quer voluntário (ex: a mortificação) quer involuntário, passou a ser, sob a forma de sacrifício e por acção de Deus, um "meio importante de redenção e de merecimento sobrenatural" e uma peça fundamental na "participação pessoal no Sacrifício redentor de Cristo" e, portanto, na própria salvação (pessoal e/ou colectiva). "E essa participação se dá pela aceitação amorosa e resignada dos sofrimentos que Deus nos manda nesta vida. É a doutrina ensinada por São Paulo, segundo a qual devemos completar em nossa carne o que falta à Paixão de Cristo" (ou seja, unir os sacrifícios individuais ao supremo Sofrimento de Cristo). Além disso, o sofrimento serve também para Deus provar a fé, a perseverança e confiança do homem n'Ele, bem como para tornar o homem mais forte e mais maduro (como no caso de Jó).
31)-sobre a Comunhão dos santos na igreja militante,gloriosa e padecente (purgativa)
A "comunhão dos santos" indica, por um lado, "a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (santa): a fé, os sacramentos […], os carismas e os outros dons espirituais". Por outro lado, e mais vulgarmente, significa a união viva "de todos os cristãos em estado de graça (ou seja, que não estão manchados por pecados mortais e, portanto, são considerados santos em sentido lato), que estão em três estádios espirituais diferentes:"Igreja militante", formada pelos "peregrinos na terra" que não têm nenhum pecado mortal cuja culpa ainda não foi perdoada."Igreja padecente", "composta pelas almas que ainda padecem no Purgatório" e que, por isso, necessitam das nossas "orações de sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas também [das nossas] esmolas, indulgências e obras de penitência" (ex: sacrifícios e boas obras), para acelerar a sua purificação e posterior entrada no Céu."Igreja triunfante", formada pelos habitantes do Céu, que alcançaram a eterna e definitiva santidade e que, portanto, "intercedem por nós" junto de Deus.Todos estes são irmãos e membros da Igreja, logo eles podem intercederem e ajudarem-se mutuamente, através de orações, boas obras, sacrifícios e indulgências. Mas, a Igreja é também constituída por pessoas que têm pecados mortais, embora sejam consideradas como membros imperfeitos e, por isso, não entram na comunhão dos santos, se considerarmos a segunda definição.Vulgarmente e em sentido mais restrito, um santo é considerado somente como uma pessoa canonizada ou beatificada (ou seja, reconhecida) pela Igreja por se distinguir pela sua santidade. Por isso, a Igreja reconhece-a, com certeza, como um habitante do Céu, uma intercessora dos homens junto de Deus e um modelo exemplar de imitação. Além disso, um Santo é ainda digno de culto, mas, apenas de veneração (a dulia), que é diferente do culto de adoração à Santíssima Trindade. Pode-se dizer então que um Santo canonizado ou beatificado é um habitante do Céu digno de veneração pelos fiéis e mais ilustre e conhecido do que os santos anónimos do Céu.
32)-Virgem Maria: Mãe de Deus e nossa!
De acordo com a Mariologia católica, "Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para cumprir tal missão, foi […] preservada do pecado original desde a sua concepção" (Imaculada Conceição). O arcanjo Gabriel anunciou à Virgem Maria que Deus faria com que ela concebesse Jesus "do Espírito Santo", ou seja, em virgindade e sem participação de homem algum. Logo, o Espírito faz dela a Mãe de Cristo e, como Jesus Cristo é o próprio Deus encarnado, também a Mãe de Deus. Maria aceitou obedientemente esta missão divina tão necessária à salvação. Casou-se com São José, que assumiu a paternidade terrena de Jesus, mas, mesmo assim, ela conseguiu conservar a sua virgindade por toda a vida. Devido ao facto de ter concebido Jesus, que é a Cabeça da Igreja, ela torna-se, por isso, também na "Mãe da Igreja" e na "verdadeira Mãe dos vivos", sendo a sua maternidade espiritual estendida "a todos os homens que Jesus veio salvar". Ela "coopera com amor de mãe no nascimento e na formação na ordem da graça" de qualquer ser humano. Após a sua assunção ao céu, ela "continua a interceder pelos seus filhos e a ser para todos um modelo de fé e de caridade". Os católicos "vêem nela uma imagem e uma antecipação da ressurreição que os espera", sendo por isso o "ícone escatológico da Igreja" (ou a realização mais perfeita da Igreja).O culto de veneração a Maria (chamado de hiperdulia) difere "essencialmente do culto de adoração, prestado apenas à Santíssima Trindade". O culto mariano é expresso "nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus", nas peregrinações aos locais onde Maria apareceu e "na oração mariana, como o santo Rosário. Uma das principais causas da devoção popular e do culto a Maria tem a ver com a crença dos católicos na poderosa intercessão de Maria junto de Deus, o destinatário último de todas as orações e pedidos dos homens.
33)-Morte, Ressurreição e Vida eterna
Segundo a "escatologia
católica", após a morte de cada pessoa, a sua alma separa-se do seu corpo mortal
e corruptível, iniciando assim a sua vida eterna, que "não terá fim"
e que é "precedida para cada um por um juízo particular realizado por
Cristo […] e que será confirmada pelo juízo final".Este juízo final
realizar-se-á nos últimos momentos antes do fim do mundo.
34)-O primeiro e imediato Juízo após a morte física:
o particular
Basicamente, o juízo particular "é o julgamento de retribuição imediata, que cada um, a partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal, em relação à sua fé e às suas obras" realizadas durante o seu caminho de santificação terrestre . Após essa epifania particular, a alma será destinada a estar: no Paraíso (ou Céu), que é o estado de salvação e de "felicidade suprema e definitiva", reservado somente às pessoas que, devido à aceitação de Deus (e do seu amor) e ao seu arrependimento, morreram em estado de graça, isto é, sem "manchas" de qualquer pecado. Estes santos formam assim a Igreja triunfante, "onde vêem Deus «face a face» (1 Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a Santíssima Trindade e intercedem por nós".No Purgatório, que "é o estado dos que morrem na amizade de Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna, precisam ainda de purificação para entrarem" puros no Céu. Esta purificação temporária, que "os fiéis ainda peregrinos na terra" podem ajudar a acelerar (veja a subsecção Comunhão dos santos), consiste na eliminação das penas temporais dos pecados cujas culpas já estão perdoadas. No Inferno, que "consiste na condenação eterna daqueles que, por escolha livre", decidiram viver eternamente separados de Deus. Mais concretamente, eles recusaram Deus, o Seu "amor misericordioso" e a Sua graça de salvação, escolhendo voluntariamente "persistir no pecado mortal", mesmo até no momento da morte.Estas decisões são respeitadas por Deus, porque Ele criou o homem como um ser "livre e responsável", apesar de Ele "querer «que todos tenham modo de se arrepender» (2Ped 3,9)".Esta doutrina escatológica, que trata sobre o destino individual das almas após a sua morte, está sintetizada nos chamados novíssimos, que são quatro: "morte, juízo, inferno e paraíso". O purgatório não entra porque é só um estado espiritual transitório e temporário.
35)-Fim do mundo, Juízo Final, Ressurreição e Reino
de Deus
Acerca do destino coletivo do Homem no fim do mundo, a Igreja ensina que ocorrerá um Juízo final nos últimos momentos que precedem ao fim do mundo, "do qual só Deus conhece o dia e a hora". Mesmo antes disso, Jesus Cristo, que também "verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para sempre", ressuscitará toda a humanidade, dando, mais concretamente, uma nova vida, mas desta vez imortal, para todos os corpos que pereceram. Neste momento, todas as almas, quer estejam no Céu, no Purgatório ou no Inferno, regressarão definitivamente aos seus mesmos corpos. Assim sendo, toda a humanidade reunir-se-á diante de Deus, mais concretamente de Jesus, que irá regressar triunfalmente à terra "como juiz dos vivos e dos mortos". Ele confirmará os inúmeros juízos particulares e permitirá consequentemente que o corpo ressuscitado possa "participar na retribuição que a alma teve no juízo particular". Esta retribuição consiste na "vida bem-aventurada" e santa (para os que estão no Céu ou no Purgatório) ou "na condenação eterna" (para os que estão no Inferno).Depois do juízo final, dá-se finalmente o fim do mundo. O antigo mundo, que foi criado no início por Deus, é "libertado da escravidão" do pecado e transformado nos "«novos céus e na nova terra» (2 Ped 3,13)". Neste novo estado de coisas, é também "alcançada a plenitude do Reino de Deus, ou seja, a realização definitiva do desígnio salvífico de Deus de «recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1,10)". Nesse misterioso Reino, onde o mal é inexistente, os santos (ou salvos) gozarão a sua vida e felicidade eternas e "Deus será «tudo em todos» (1 Cor 15,28)", formando assim uma grande família e comunhão de amor. Os condenados ou ímpios (maus) viverão para sempre no "fogo eterno" e afastados do Reino de Deus.
36)-Moral católica
Os católicos acreditam que a Revelação divina "apresenta […] as normas exigidas para o relacionamento dos homens entre si e para com Deus".Esta ética e moral, que "preparam-nos para sermos o tipo de pessoa que pode viver com Deus" na vida eterna, giram por isso à volta do "desafio da dádiva de si mesmo aos outros" e a Deus. Por isso, estas normas devem ser praticadas no quotidiano, para libertar o Homem da "escravidão do pecado", que é um autêntico "abuso da liberdade".Isto porque "só nos tornamos livres se conseguirmos ser melhores" e ser "atraídos para o bem e o belo", visto que a bondade e as bem-aventuranças "definem o contexto para a vida moral cristã".Logo, "a salvação depende da nossa conduta, após a justificação recebida com" a graça santificante do Batismo.Segundo a Igreja, a transgressão de uma regra moral implica a escolha do mal e por isso o cometimento de pecados, embora a intenção e as "circunstâncias da acção" (onde se incluem as consequências) pudessem anular ou "atenuar […] a responsabilidade de quem age". Mas, isto não pode nunca "modificar a qualidade moral dos próprios atos", visto que "o fim não justifica os meios".
37)- Dignidade, Liberdade e Consciência moral
A doutrina católica acredita que o Homem possui dignidade, que está radicada na sua "criação à imagem e semelhança de Deus", o que implica necessariamente que o Homem possui liberdade e consciência moral. A liberdade é uma capacidade inalienável do Homem, dado por Deus, "de escolher entre o bem e o mal", "praticando assim por si mesmo acções deliberadas". Este poder único, que "atinge a perfeição quando é ordenada para Deus", "torna o homem responsável pelos seus actos", devido à sua consciência moral. Logo, a "escolha do mal é um abuso da liberdade, que conduz à escravatura do pecado".Quando escuta a consciência moral (que é guiada pela razão e pela Lei de Deus, especialmente pela regra de ouro e pelos mandamentos de amor), "o homem prudente pode ouvir a voz de Deus", que o ordena a praticar o bem e a evitar o mal. "Graças a ela, a pessoa humana percebe a qualidade moral dum acto […], permitindo-lhe assumir a responsabilidade." O Homem, como possui dignidade, não deve ser por isso impedido ou obrigado "a agir contra a sua consciência", se bem que "esta também pode emitir juízos erróneos". Logo, é preciso educá-la e rectificá-la, para que ela possa estar cada vez mais em sintonia com a vontade divina e com a Lei de Deus.
38)-a Lei moral Natural
Jesus deu aos homens a Nova Lei, que é a forma perfeita da Lei de Deus. Esta Nova Lei resume-se nos famosos mandamentos de amor.A Lei moral ou Lei de Deus, sendo uma obra divina, "prescreve-nos caminhos e normas de conduta que levam à bem-aventurança prometida, proibindo-nos os caminhos que nos desviam de Deus" e do seu amor.Esta Lei é constituída pela Lei natural, que está "escrita pelo Criador no coração de cada ser humano"; pela Antiga Lei, revelada no Antigo Testamento; e pela Nova Lei, revelada no Novo Testamento por Jesus.A Lei natural "manifesta o sentido moral originário que permite ao homem discernir, pela razão" e pela sua consciência, "o bem e o mal". Como todos os homens (fiéis ou infiéis) a percebam, ela é de cumprimento universal e obrigatório, mas ela nem sempre é totalmente compreendida, devido ao pecado. Por isso, Santo Agostinho afirma que "Deus «escreveu nas tábuas da Lei o que os homens não conseguiam ler nos seus corações»", dando assim origem à Antiga Lei, que "é o primeiro estádio da Lei revelada" e que está resumida nos Dez Mandamentos.A Antiga Lei, sendo ainda imperfeita, "prepara e dispõe à conversão e ao acolhimento do Evangelho" e da Nova Lei, que é a "perfeição e cumprimento" (mas não a substituição) da Lei natural e da Antiga Lei. Esta Nova Lei "encontra-se em toda a vida e pregação de Cristo e na catequese moral dos Apóstolos", sendo o Sermão da Montanha "a sua principal expressão". Esta Lei já perfeita e plenamente revelada "resume-se no mandamento do amor a Deus e ao próximo", e é considerada por São Tomás de Aquino como «a própria graça do Espírito Santo, dada aos crentes em Cristo».
39)-Dez Mandamentos da lei de deus (são a espinha dorsal das escrituras)
Moisés, grande profeta
do Antigo Testamento, traz os Dez Mandamentos ao Povo de Deus.[254]Como os Dez
Mandamentos (ou Decálogo) é a síntese da Lei de Deus (e não só da Antiga Lei) e
a base mínima e fundamental da moral católica, a Igreja exige aos seus fiéis o
cumprimento obrigatório destas regras. Aliás, segundo as próprias palavras
de Jesus, é necessário observá-los para "entrar na vida eterna" (Mt
19,16-21), além de ser necessário para o "o povo mostrar a sua pertença a
Deus e responder com gratidão à sua iniciativa de amor". Estes mandamentos,
que "enuncia deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o
próximo", dão a conhecer também a vontade divina e, ao todo, são dez:
1º - Adorar a Deus e
amá-l'O sobre todas as coisas.
2º - Não invocar o Santo
Nome de Deus em vão.
3º - Guardar domingos e
festas de guarda.
4º - Honrar pai e mãe (e aos demais legítimos superiores).
5º - Não matar (nem
causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
6º - Guardar castidade
nas palavras e nas obras.
7º - Não furtar (nem
injustamente reter ou danificar os bens do próximo).
8º - Não levantar falsos
testemunhos.
9º - Guardar castidade
nos pensamentos e nos desejos.
10º- Não cobiçar as
coisas alheias.
Estes mandamentos podem
ser resumidos em apenas dois, que são: "amar a Deus sobre todas as
coisas"; e "amar ao próximo como a nós mesmos". A transgressão
de um mandamento infrige todo o Decálogo, porque é um "conjunto orgânico e
indissociável".
40)-AS VirtudeS
A virtude, que se opõe ao pecado, é uma qualidade moral, "uma disposição habitual e firme para fazer o bem", sendo "o fim de uma vida virtuosa tornar-se semelhante a Deus". Segundo a Igreja Católica, existe uma grande variedade de virtudes que derivam da razão e da fé humanas. Estas, que se chamam virtudes humanas, regulam os atos, as paixões e a conduta moral humanas, sendo as mais importantes as virtudes cardinais, que são quatro: a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança.Mas, para que as virtudes humanas se atinjam a sua plenitude, elas têm que ser vivificadas e animadas pelas virtudes teologais, que têm "como origem, motivo e objecto imediato o próprio Deus". Elas são infundidas no homem com a graça santificante e tornam os homens capazes de viver em relação com a Santíssima Trindade. As virtudes teologais são três: a Fé, a Esperança e a Caridade (ou Amor).[262]Sobre as virtudes, São Paulo disse que, de todas elas, "o maior destas é o amor" (ou caridade).
41)- o Pecado diante do livre arbítrio
Segundo Santo Agostinho, o pecado "é «uma palavra, um acto ou um desejo contrários à Lei eterna»", causando por isso ofensa a Deus e ao seu amor.Logo, este acto do mal é um "abuso da liberdade" e fere a natureza humana. "Cristo, na sua morte na cruz, revela plenamente a gravidade do pecado e vence-o com a sua misericórdia". Há uma grande variedade de pecados, distinguindo-lhes "segundo o seu objecto, ou segundo as virtudes ou os mandamentos a que se opõem. Podem ser directamente contra Deus, contra o próximo e contra nós mesmos. Podemos ainda distinguir entre pecados por pensamentos, por palavras, por acções e por omissões".A repetição de pecados gera vícios, que "'são hábitos perversos que obscurecem a consciência e inclinam ao mal. Os vícios podem estar ligados aos chamados sete pecados capitais: soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça ou negligência".[266] A Igreja ensina também que temos responsabilidade "nos pecados cometidos por outros, quando culpavelmente neles cooperamos". Quanto à sua gravidade, os pecados cometidos pela humanidade podem ser divididos em: pecados mortais, que são cometidos quando "há matéria grave […] e deliberado consentimento". Ao afastarem o Homem da caridade e da graça santificante, "conduzem-nos à morte eterna do Inferno, se deles não nos arrependermos" sinceramente;pecados veniais, que são cometidos "sem pleno consentimento" ou "se trata de matéria leve". Eles, apesar de afetar o nosso caminho de santificação, merece apenas "penas purificatórias temporais", nomeadamente no Purgatório.Todos estes pecados pessoais devem-se ao enfraquecimento da natureza humana, que passou a ficar "submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte, e inclinada ao pecado". Isto é causado pelo pecado original, transmitido a todos os homens, sem culpa própria, devido à sua unidade de origem, que é Adão e Eva. Eles desobedeceram à Palavra de Deus no início do mundo, originando este pecado, que pode ser actualmente perdoado (mas não eliminado) pelo Baptismo.
42)-o Perdão sacramental e divino, e o valor relativo das Indulgências
Porém, como o amor de Deus é infinito e como Jesus já se sacrificou na cruz, todos os homens, católicos ou não, podem ser perdoados por Deus a qualquer momento, desde que se arrependam de um modo livre e sincero e se comprometam em fazer os possíveis para perdoar os seus inimigos. Os católicos que cometem pecados mortais são considerados membros imperfeitos do Corpo Místico de Cristo, logo é necessário arrependerem-se e serem perdoados para entrarem novamente na comunhão dos santos.Este perdão tão necessário pode ser concedido por Deus sacramentalmente e por meio da Igreja, pela primeira vez, através do Baptismo e depois, ordinariamente, através da Reconciliação.Mas, Deus também pode conceder este perdão através de muitas maneiras diferentes (ou até mesmo directamente), para todos aqueles que se arrependeram (incluindo os não-católicos).Mas, o perdão divino não significa a eliminação das penas temporais, ou seja, do mal causado como consequência dos pecados cuja culpa já está perdoada. Neste caso, para as eliminar, é necessário obter indulgências e praticar boas obras durante a vida terrena ou ainda, depois de morrer, uma purificação da alma no Purgatório, com a finalidade de entrar puro e santo no Paraíso.
43)-Amor, Sexualidade e Castidade
Em relação à sexualidade, a Igreja Católica convida todos os seus fiéis a viverem na castidade, que é uma "virtude moral e um dom de Deus" que permite a "integração positiva da sexualidade na pessoa". Esta integração tem por objectivo tornar possível "a unidade interior do homem no seu ser corporal e espiritual",supondo por isso de "uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e alcança a paz, ou se deixa dominar por elas e torna-se infeliz". "A virtude da castidade gira na órbita da virtude cardinal da temperança".Logo, "todo o baptizado é chamado à castidade" porque a sexualidade só se "torna pessoal e verdadeiramente humana quando integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom mútuo total e temporalmente ilimitado, do homem e da mulher", ambos unidos pelo sacramento do Sagrado Matrimónio (que é indissolúvel). Por isso, os actos sexuais só podem "ter lugar exclusivamente no Matrimónio; fora dele constituem sempre um pecado grave". Por estas razões, o sexo pré-marital, "o adultério, a masturbação, a fornicação, a pornografia, a prostituição, o estupro" e os actos sexuais entre homossexuais são condenados pela Igreja como sendo "expressões do vício da luxúria".Para a Igreja, o Amor é uma virtude teologal, uma "dádiva de si mesmo" e "é o oposto de usar" e de afirmar-se a si mesmo. Aplicado nas relações conjugais humanas, o Amor verdadeiramente vivido e plenamente realizado é uma "comunhão de entrega e receptividade", de "dádiva mútua do eu e […] de afirmação mútua da dignidade de cada parceiro". Esta comunhão "do homem e da mulher" é "um ícone da vida do próprio Deus" e "leva não apenas à satisfação, mas à santidade". Este tipo de relação conjugal proposto pela Igreja "exige permanência e compromisso", que só pode ser autenticamente vivido "no seio dos laços do Matrimónio". Por esta razão, a sexualidade não exerce só a função de procriar, mas também um papel importante na vida íntima conjugal. Usando as palavras do Catecismo da Igreja Católica, a sexualidade, que "é fonte de alegria e de prazer", "ordena-se para o amor conjugal do homem e da mulher" e para "a transmissão da vida". A sexualidade (e o sexo) é também considerada como a grande expressão "humana e totalmente humanizada" do Amor recíproco, que é assente na "dádiva de si mesmo", "no encontro de duas liberdades em entrega e receptividade mútuas", onde o homem e a mulher se unem e se complementam. Este verdadeiro e íntegro amor conjugal, onde a relação sexual é vivida honesta e dignamente, só é possível graças à castidade conjugal. Esta virtude permite uma vivência conjugal perfeita assente "na fidelidade e na fecundidade" matrimoniais.Para além da castidade conjugal (que não implica a abstinência sexual dos casados), existem ainda diversos regimes de castidade: a virgindade ou o celibato consagrado (para, como por exemplo, os religiosos, as pessoas consagradas e os clérigos), e "a castidade na continência" ou abstinência (para os não casados).
44)-Preservativos e DST's
Em relação às doenças
sexualmente transmissíveis (DSTs), a Igreja defende que a fidelidade no
casamento, o amor recíproco, a castidade e a abstinência são os melhores meios
de combatê-las, em detrimento do preservativo. Aliás, segundo a opinião da
Igreja, o uso actual e indiscriminado de preservativos incentiva um estilo de
vida sexual imoral, promíscuo, irresponsável e banalizado, onde o corpo é usado
como um fim em si mesmo e o parceiro(a) é reduzido(a) a um simples objecto de
prazer. Este tipo de vida sexual é fortemente condenada pela Igreja.
45)-Homossexualidade
Os atos sexuais entre pessoas com tendências homossexuais são considerados moralmente errados porque "violam a iconografia de diferenciação e complementariedade sexuais [a união homem-mulher], que tornam o amor sexual possível como acto de entrega e reciprocidade mútuas, e porque são, de natureza, incapazes de gerar vida". Entretanto, para a Igreja, ter tendências homossexuais não é considerado um pecado nem um castigo, mas apenas uma "provação". O pecado está em ceder a essas tendências e adoptá-las na prática, sem nenhuma finalidade Santa e Cristã. Na mesma linha de pensamento, a Igreja repudia qualquer reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo.Mas, a Igreja Católica não discrimina os homossexuais e pretende ajudá-los a viver na castidade e "na integridade do amor na entrega de si mesmos e para evitarem actos sexuais que são, pela natureza, moralmente desordenados, porque são actos de afirmação de si mesmo e não dádiva de si mesmo". A Igreja ainda convida os homossexuais a "aproximarem-se, gradual e resolutamente, da perfeição cristã", através do oferecimento das suas dificuldades e sofrimentos como um sacrifício para Deus, das "virtudes do autodomínio […], do apoio duma amizade desinteressada, da oração e da graça sacramental".
46)-Vida, Planeamento familiar, e Contracepção
A Igreja Católica considera a Vida humana como "sagrada" e como uma das maiores dádivas e criações divinas (logo, é um valor absoluto e inalienável),[295] por isso condena, entre outras práticas, a violência, o homicídio, o suicídio, o aborto induzido, a eutanásia, a clonagem humana (seja ela reprodutiva ou terapêutica) e as pesquisas ou práticas científicas que usam células-tronco extraídas do "embrião humano vivo" (o que provocam a morte do embrião).Para a Igreja, a Vida humana deve ser gerada naturalmente pelo sexo conjugal e tem início na fecundação (ou "concepção") e o seu fim na morte natural.Segundo esta lógica, a reprodução medicamente assistida é também considerada imoral porque "dissocia a procriação" do acto sexual conjugal, "instaurando assim um domínio da técnica sobre a origem e o destino da pessoa humana".Quanto à regulação dos nascimentos, a Igreja defende-a como uma expressão e "componente da paternidade e maternidade responsáveis" à construção prudente de famílias, desde que não seja realizada com base no egoísmo ou em "imposições externas".Mas, esta regulação só pode ser feita através do Planeamento familiar natural, que utiliza métodos contraceptivos naturais como a continência periódica e o recurso aos períodos infecundos. Os outros métodos de contracepção, nomeadamente a pílula, a esterilização directa e o preservativo, são expressamente condenados.
47)-Doutrina Social da Igreja
Apesar de a missão principal da Igreja, que consiste na salvação da humanidade, seja de âmbito essencialmente espiritual, ela formulou e possui uma Doutrina Social da Igreja (DSI), que tem por finalidade "levar os homens a corresponderem, com o auxílio também da reflexão racional e das ciências humanas, à sua vocação de construtores responsáveis da sociedade terrena". Mais concretamente, a DSI, ao fazer "a análise crítica das situações sociais", pretende "orientar os católicos e homens de boa vontade na sua acção no mundo" e fixar princípios e orientações gerais a respeito da organização social, política e económica dos povos e das nações.Através das numerosas encíclicas e pronunciamentos dos Papas, a DSI aborda vários temas fundamentais, como "a pessoa humana, sua dignidade, seus direitos […] e suas liberdades; […] a família, sua vocação e seus direitos; inserção e participação responsável de cada homem na vida social"; a promoção da paz; o sistema económico e a iniciativa privada; o papel do Estado; o trabalho humano; a comunidade política; "o bem comum e sua promoção, no respeito dos princípios da solidariedade e subsidiariedade; o destino universal dos bens da natureza e cuidado com a sua preservação e defesa do ambiente; o desenvolvimento integral de cada pessoa e dos povos; o primado da justiça e da caridade". Mas, a existência da DSI não implica a participação do clero na política, que é aliás, salvo raras e urgentes excepções, expressamente proibida pela Igreja. Isto porque a missão de melhorar e "animar as realidades temporais", nomeadamente através da participação cívico-política, é destinada aos leigos.Logo, a hierarquia eclesiástica "não está no negócio de formar ou dirigir governos" nem de escolher regimes políticos; ela está apenas "no negócio de formar o tipo de pessoa que consegue formar e dirigir governos nos quais a liberdade leva à genuína realização humana".O pensamento social cristão foi-se desenvolvendo ao longo dos tempos, sendo o início da sua sistematização datada em 1891, ano da promulgação da encíclica Rerum Novarum pelo Papa Leão XIII. Isto deu-se por "ocasião do encontro do Evangelho com a sociedade industrial moderna. A DSI rejeita as ideologias totalitárias e atéias associadas ao comunismo ou ao socialismo. Além disso, na prática do capitalismo, a DSI recusa, como por exemplo, a excessiva e desenfreada "miragem do lucro" e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano e a economia.
48)-A doutrina católica
em unidade com outras Igrejas cristãs (ecumenismo)
Igreja
Ortodoxa
O Beato João XXIII foi o Papa que convocou, em 1962, o Concílio Vaticano II, que abordou e impulsionou, entre outras coisas, o aggiornamento e o ecumenismo. A doutrina da Igreja Ortodoxa é muito semelhante à da Igreja Católica, visto que ambas desenvolveram as suas principais crenças basicamente a partir da mesma Tradição. Contudo, existem entre elas várias divergências doutrinárias e disciplinares. Como por exemplo, os ortodoxos só reconhecem os 7 primeiros concílios ecuménicos e não aceitam, como por exemplo, o dogma católico da Imaculada Conceição (mas, os ortodoxos acreditam na Assunção de Maria); o Purgatório; a perspectiva católica "do primado e da infalibilidade do Papa; a processão do Espírito Santo a partir do Filho" (a questão do filioque); "o Batismo por infusão (e não por imersão); a falta da epiclese na Liturgia Eucarística; o pão ázimo (sem fermento) na celebração eucarística; a Comunhão eucarística sob a espécie do pão apenas; o sacramento da Unção dos Enfermos como é ministrado no Ocidente; a indissolubilidade do matrimónio; e o celibato" de todo o clero.Devido ao recente e grande esforço ecuménico, muitas dessas diferenças foram sendo parcialmente resolvidas ou, pelo menos, diminuídas. O principal problema entre as duas Igrejas reside ainda na questão da primazia e da infalibilidade do Papa. Mas, mesmo neste campo, houve progressos significativos, que culminaram com a aprovação do "Documento de Ravena" no dia 13 de Outubro de 2007. Neste documento, as duas Igrejas reconheceram a primazia papal, ao afirmar "que o Bispo de Roma […] é o “protos”, ou seja, o primeiro entre os patriarcas de todo o mundo, pois Roma, segundo a expressão de Santo Inácio de Antioquia, é a ‘Igreja que preside na caridade’".Mas, mesmo assim, "ainda existe divergência entre católicos e ortodoxos quanto às prerrogativas" e aos privilégios desta primazia
Igrejas protestantes
Tem Martinho Lutero como o Pai da Reforma Protestante.As Igrejas protestantes adoptam, tal como a Igreja Católica, o mesmo Credo Niceno-Constantinopolitano, pelo que a doutrina acerca da Santíssima Trindade e de Jesus Cristo é idêntica à católica. Porém, a diferença entre a doutrina católica e a doutrina da maioria dos grupos protestantes é grande. Genericamente, as suas divergências mais significativas dizem respeito ao papel da oração e das indulgências;à comunhão dos santos; à doutrina do pecado original e da graça; à predestinação; à necessidade e natureza da penitência; e ao modo de obter a redenção, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge apenas através da fé (sola fide), em detrimento da crença católica que a fé deve ser expressa também através das boas obras (esta grande divergência levou a um conflito sobre a doutrina da justificação).Há também diferenças importantes na doutrina da Eucaristia e dos outros sacramentos (os protestantes só professam o Baptismo e a Eucaristia e os consideram somente "como sinais que estimulam a fé" ); na existência do purgatório; no culto de veneração à Virgem Maria e aos santos; na forma de interpretação (com os protestantes a defenderem a "interpretação pessoal" ou "livre-exame" das Sagradas Escrituras) e na composição do Cânone das Escrituras; no papel da Tradição oral; na própria natureza, autoridade, administração, hierarquia e função da Igreja (incluindo o papel da Igreja na salvação); no sacerdócio; e também na autoridade e missão do Papa.Contudo, visto que mesmo entre as denominações protestantes há diferenças consideráveis,podemos encontrar entre elas algumas cuja doutrina se aproxima bastante da católica. É o caso, por exemplo, de alguns setores do Anglicanismo, que se auto-intitulam como anglo-católicos. Recentemente, o diálogo ecuménico moderno levou finalmente a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação (1999). Além disso, este diálogo trouxe também vários consensos sobre outras questões doutrinárias importantes, nomeadamente entre os católicos e os anglicanos.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Edição Vaticana - Pós Concílio Vat. II
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