Não vamos confundir
alhos com bugalhos. A sexualidade faz parte do desenvolvimento normal de todo
ser humano e está presente em cada indivíduo desde o nascimento até a morte. A
história de vida de cada um, a cultura e os valores podem exercer certa influência
nos sentimentos individuais e consequentemente pode afetar a sua sexualidade. A
Sexualidade não é o ato sexual propriamente dito, pois envolve não apenas os órgão
genitais, mas o corpo todo.
A SEXUALIDADE E A TENSÃO ENTRE O EU REAL E O EU IDEAL
Romanos 7,19-25: “Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer,
esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o
faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer
o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei
de Deus. mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra
a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus
membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo
sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo
que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da
lei do pecado...”
AINDA NÃO SOMOS ANJOS!
Mateus 20,30: “Na ressurreição,
as pessoas não se casam nem são dadas em matrimônio; são, todavia, como os anjos do céu...”
No nível acadêmico -
universitário, os estudos e pesquisas dos especialistas apontam que A RELAÇÃO SEXUAL atende os níveis fisiológico e psicológico das
pessoas. PARA O CRISTÃO CASADO, o
ATO CONJUGAL vai além, atendendo a um terceiro nível: O espiritual. O sexo foi
feito e querido por Deus, ( I Ped. 3,7) e tudo que Deus criou é bom.
Magistério da Igreja - CIC 2362
"Os atos com os quais os
cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana,
significam e favorecem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o
coração alegre e agradecido." A sexualidade é fonte de alegria e de prazer: O próprio
Criador estabeleceu que nesta função (de geração) os esposos sentissem prazer e
satisfação do corpo e do espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal
em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles
aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo, os esposos devem saber
manter-se nos limites de uma moderação justa."
Existem pessoas que,
quando o assunto é sexualidade, defendem idéias absurdas. Dizem, por exemplo, que Deus
criou o homem e permitiu que o diabo inventasse o sexo (?)...Para uma
grande maioria, a sexualidade está muito mais associada ao pecado do que a algo
bom, criado por Deus. O pecado original,
não foi o sexo (pois ele foi ordenado), mas a desobediência, ou seja, o homem
querer por si mesmo decidir o bem e o mal, e o que é certo e
errado segundo seus próprios critérios. Antes de julgar se a sexualidade é boa,
ou má (a sexualidade é amoral), precisamos saber quem o criou, com que finalidade ele
foi criado e o que devemos fazer para tornar a sexualidade conforme o PLANO ORIGINAL
DE DEUS:
Romanos 1,26-28: “E, por essa razão, Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas
mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à
natureza. De igual modo, os homens também abandonaram as relações sexuais naturais
com suas mulheres e se inflamaram de desejo sensual uns pelos outros. Deram,
então, início a sucessão de atos indecentes, homens com homens, e, por isso,
receberam em si mesmos o castigo que a sua perversão requereu. Além do mais,
considerando que desprezaram o conhecimento de Deus, Ele mesmo os entregou aos ardis de suas próprias mentes depravadas, que
os conduz a praticar tudo o que é reprovável...”
Deus criou o homem e
a mulher, e colocou órgãos genitais diferentes em cada um deles. Ele criou
também os hormônios, que atuam na área da sexualidade masculina e são chamados
de testosterona. Na mulher, estes hormônios são conhecidos como estrógeno e progesterona,
com funções e fins específicos. E os cromossomos X e
Y que definem fisicamente o homem e a mulher. (Muda-se a estética jamais a
genética). Até um hermafrodita, que tem os dois sexos, os seus cromossomos
definem se é homem, ou mulher. Não
existe esse negócio de uma alma masculina, num corpo feminino, ou
seja, essa dedução não tem caráter científico, é pura especulação achológica de
alguns psicólogos, que não é uma ciência exata. Não existe consenso
sobre esta dedução até mesmo entre os psicólogos.O quadro “quem sou eu do
fantástico”, ao querer usar a autoridade de um psicólogo (sem querer desmerecer
o trabalho desta classe) para tratar de neurociência, é como usar a autoridade
de um astrólogo, para tratar de astronomia. A matéria ida ao ar portanto, foi mais de caráter ideológico que científico.
Os desejos íntimos masculinos e femininos, tem funções e
fins específicos no plano criador:
E por que Deus criou
estes dois órgãos genitais masculinos e femininos que acabamos de analisar?
Será Ele um tipo masoquista que criaria no homem desejos naturais que não podem
ser satisfeitos como, quando e onde eu quiser? (Agir unicamente pelos instintos
como os animais?). Para que Deus criou tudo isso? Para brincar com os nossos
sentimentos e as nossas emoções, e vendo-nos condenar pelo seu mal uso?
“Deus não teve vergonha de criar aquilo do qual nos envergonhamos...”
(Sto Agostinho)
Muitas vezes por
falta de compreendermos o significado de coisas muito simples perdemos a
riqueza de aspectos da vida cristã que são fundamentais. Como por exemplo: ao falarmos de
corporeidade e de sexualidade. Ficaremos surpresos ao descobrir como Deus ao
nos criar e dar-nos um corpo quis revelar ao homem dimensões importantíssimas
de sua vocação. E mais ainda, como a sexualidade humana traz em si
normas, exigências que ela mesma faz para poder se desenvolver. É expondo a
sexualidade humana à luz do Mistério de Cristo, é que podemos enxerga-la como
um chamado a realizar aquela Caridade que o Espírito Santo infundiu em nossos
corações. Cristo experimentou de forma ordenada/Integral e sem pecado aquilo que
Adão sentia por Eva. Pois o que não foi assumido pela sua encarnação,
não foi redimido!!!
Hebreus 2,17-18: “Por esse motivo, era vital que Ele se tornasse semelhante a seus
irmãos em todos os aspectos, a fim de que pudesse constituir-se sumo sacerdote
misericordioso e leal em relação a Deus, e pudesse realizar propiciação pelos
pecados do povo. Considerando, portanto, tudo o que Ele mesmo sofreu quando
tentado, Ele é capaz de socorrer todos
aqueles que semelhantemente estão sendo atacados pela tentação.”
A sexualidade é uma
componente fundamental da nossa personalidade. É um modo de ser e de se
manifestar, de comunicar-se com o outro, de sentir, de expressar e de viver o
amor e as relações humanas. Portanto ela é a chave para o
desenvolvimento harmonioso da nossa personalidade através da COMPLEMENTARIEDADE (Os iguais de completam,
os diferentes se enriquecem). Faz-se necessário compreender que esta
abrange não somente o plano físico, mas também o plano psicológico e o plano
espiritual, marcando toda sua expressão. Orientá-la, elevá-la
e integrá-la pelo amor é o único meio de torná-la verdadeiramente humana e vivencial,
e não algo inatingível.Jesus indicou-nos também, pela Palavra e
pelo exemplo, a Vocação tanto ao matrimônio, como ao celibato, ou seja, a
virgindade, ou a renúncia ao ato conjugal por causa do Reino dos Céus. O
celibatário, por não estar condicionado às obrigações nupciais, está mais
disponível para o amor gratuito e exclusivo a Deus e aos irmãos. Exprime melhor
a doação de Cristo ao Pai pela doação aos irmãos, e de forma ESCATOLÓGICA já
nos aponta para realidade da vida eterna que nos espera. Se por um lado implica
numa renúncia ao amor típico do matrimônio, por outro assume de um modo mais
profundo e evidenciado essa dinâmica do amor oblativo aos outros, que é um
aspecto inerente à sexualidade. Em suma, a sexualidade é chamada a exprimir
valores diversos a que correspondem exigências morais específicas, no diálogo
interpessoal e na abertura ao dom de si. A vida afetiva, própria de
cada sexo exprime-se de modo característico nos diversos estados de vida já
discernidos no matrimônio, ou no celibato,bem como também, naqueles que
caminham ainda em um processo de discernimento. Integrar a sexualidade,
ordená-la para o amor, é o dever de cada cristão.O corpo é testemunha da
criação, portanto não pode ser compreendido senão sob a ótica do amor de Deus,
do amor com o qual foi criado. Desse dom do amor o corpo procede e a ele está
ligado em uma íntima relação de dependência que imprime no homem um caráter
oblativo, essencial para se entender a sua vocação.O corpo enquanto sexuado exprime
a vocação do homem à reciprocidade, isto é, ao amor e ao mútuo dom de si. Deus
criou o homem e a mulher para dizer-lhes que, em sua diversidade, são iguais em
natureza e em dignidade. Ao mesmo tempo semelhantes para se
compreenderem a diferentes para se completarem. Ser homem e ser mulher
constituem dois modos segundo os quais a criatura humana realiza a sua
participação no ser divino pois foram criados à imagem e semelhança de Deus.Orientados
para COMPLEMENTARIEDADE, o bem comum, e a fecundidade, o homem e a mulher
participam do amor criador e multiplicador de Deus, vivendo a comunhão com ele
através do outro. O pecado obscurece a percepção deste aspecto,
mas seu significado permanece inscrito no profundo do coração humano como uma exigência do dom recebido.
“A mulher será salva
pela teknogonia (maternidade)” (1Tm 2,15)
“Somente no Mistério
do Verbo Encarnado encontra verdadeira Luz o mistério do homem.” (Gs,22). Assim
é que se compreende que a nossa existência humana não pode encontrar seu
significado fundamental se não for sob a luz do nosso chamado a participar e
viver a vida divina preparada para nós (Conf. 2 Pedro1,4).
Existe diferença entre Educação Sexual e Orientação
Sexual?
Existe, sim, como diz
Vitello.Para Vitiello (VITIELLO, N. Sexualidade: Quem educa o educador. São
Paulo: Iglu, 1997, p. 95.) “a orientação implica
num mecanismo mais elaborado, segundo o qual baseando-se na experiência e nos
seus conhecimentos o orientador ajuda o orientando a analisar diferentes
opções, tornando-o assim apto a descobrir novos caminhos”. Isso difere do
conceito de educação sexual como vemos a seguir.
Educação é um
processo longo que abrange toda a vida e que o educador dá ao educando
condições e meios para que ele possa crescer, tanto em maturidade quanto em
novos conhecimentos. Educar, no sentido mais amplo, significa formar. Significa
dizer que o indivíduo apreende e aprende, o que o faz crescer no conhecimento e
isso contribui com a sua formação.Na questão da educação sexual a família deve
ter grande empenho para que isso possa acontecer porque é um processo mais
demorado, que abrange as fases da vida, ou seja, infância, adolescência e até
adulto. A orientação sexual pode se referir apenas a alguns temas ou dúvidas
surgidas momentamente e isso tanto a família quanto a escola podem contribuir
com as orientações cabíveis, apesar de que professores poderão ter dificuldades
nessa orientação. Sobre as dificuldades dos professores em orientar seus
alunos, Maia et al. (MAIA, A. C. B. et al. Orientação sexual para professores:
formulário para avaliar a aquisição de conhecimento sobre sexualidade infantil.
Mimesis, Bauru, v. 27, n. 2, p. 107- 123, 2006.) diz o seguinte:
Muitos educadores possuem
dificuldades em orientar seus alunos que podem ser: por razões pessoais, falta
de informações específica voltadas na área da sexualidade e até mesmo por falta
de orientação e de recursos metodológicos que ajude o professor a compreender a
realizar uma orientação sexual adequada. Porém, a formação destes profissionais
ao se trabalhar com a temática é de
grande importância para que se possa evitar a passagem de conceitos pessoais,
preconceitos ou ideias inadequadas.
CONCLUSÃO:
Estamos cientes que o
pecado original afetou a nossa sexualidade e afetividade, que ficaram
desordenadas, ou seja, perdemos a integralidade e inteireza destas duas
capacidades humanas. Também, entendermos que neste caminho de
maturidade humana na vida Cristã, a caminho da santidade, vivemos aquela tensão
escatológica entre o já e o não ainda, ou seja, entre o eu real, e o eu ideal,
bem como aprendermos que a sexualidade é muito mais que genitalidade, pois é
algo ontológico, e que faz parte do plano original de Deus, com meios e fins
específicos. Estudos dessa natureza tornam-se relevantes porque além de
trazer para o meio acadêmico informações valorosas a respeito do tema em
referência, poderá incentivar outras pessoas a fazerem estudos na área em busca
de novas informações e conhecimentos e poderão ajudar aos professores na
educação sexual e orientação sexual de seus alunos em sala de aula. Embora
não haja um santo que seja o santo padroeiro formal dos relacionamentos
afetivos e da nossa sexualidade,na verdade existem vários santos que são
patronos de uma ampla variedade de relacionamentos e a lista de santos que ajudam pessoas em tipos
específicos de relacionamentos é longa. Mas há santos que ajudam pessoas em
diferentes estágios de relacionamento; olhemos portanto, o exemplo dos santos
que estiveram neste mundo como nós. Pessoas que estão solteiras e
querem estar em um relacionamento, ou estejam no caminho do celibato
definitivo, ou formativo, podem pedir a ajuda de que precisam a eles pela sua
intercessão.Independente do estágio de relacionamento ou caminho de
discernimentos que você esteja trilhando, apresentamos uma lista de sete santos
que são conhecidos, pela graça de Deus, para ajudar as pessoas a progredirem
nos níveis de relacionamentos de forma sadia e esquilibrada.
Segue a lista dos 7 padroeiros dos afetos para que
possamos conhecer suas histórias e pedir sua intercessão junto a Cristo:
1)- São Vicente de
Paula
2)- São Valentim
3)- São Nicolau de
Mira
4)- Santa Mônica
5)- Santa Adelaide de
Borgonha
6)- Santa Ângela de
Foligno
7)- Santa Maria
Madalena
* Por Francisco
Barros - Missionário consagrado na Comunidade Católica Shalom, como Comunidade
de Aliança Externa em Mossoró-RN
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