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Jesus não veio abolir a lei e muito menos instalar o reino da anarquia e libertinagem

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 16 de fevereiro de 2020 | 21:01






Em uma sociedade, a função das leis é controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade. No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder legislativo ou de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade. Todos precisamos de leis, do contrário vira uma baderna e prevalece a lei do mais forte.



Algumas versões da Bíblia traduzem já interpretando ao dizer que Jesus não veio abolir a Lei, mas aperfeiçoá-la!




De fato, quando o Senhor cumpre a antiga lei, Ele a aperfeiçoa. Isso significa que Jesus não veio a esta terra com a finalidade de atuar como um adversário da lei. Seu objetivo não era impedir a sua realização. Pelo contrário, ele honrou, amou, obedeceu e cumpriu a lei. Ele cumpriu as emissões proféticas da lei sobre Si mesmo (Lucas 24,44). Cristo cumpriu as exigências da lei mosaica em uma obediência perfeita para que uma "maldição" não nos fosse imposta (conf. Gálatas 3,10-13). Neste sentido, o plano divino para a lei vai ter um efeito duradouro. A lei portanto, sempre cumprirá a finalidade para a qual foi institucionalizada. Ora, se a lei de Moisés não foi cumprida por Cristo e, portanto, ainda permanece como um sistema jurídico vinculativo, então ela não é apenas um sistema vinculativo parcial. Pelo contrário, ela é um sistema totalmente obrigatório. Jesus disse claramente que nem um "i ou um til" (representantes das menores marcações do hebraico) passariam até que todas as suas palavras fossem cumpridas. Por conseguinte, nada da lei era para ser irrelevante, ou desnecessário até que tivesse alcançado seu objetivo por completo. Jesus portanto, cumpriu plenamente toda a lei. Não podemos dizer porém, que Jesus cumpriu um mero sistema legalista de sacrifícios, deixando de cumprir os outros aspectos da lei. Ou Jesus cumpriu todas as obrigações legais, ou nada cumpriu.Porém, não cabe ao homem buscar a justiça como prêmio do seu esforço pessoal em cumprir a Lei. Não podemos resumir as palavras de Jesus a um mero discurso legalista. A medida da justiça é-nos dada em Cristo.





Qual é portanto a justiça de Cristo?






“É antes de mais a justiça que vem da graça, onde não é o homem que repara, que cura si mesmo e os outros. O fato de que a “expiação” se verifique no “sangue” de Jesus significa que não são os sacrifícios do homem a libertá-lo do peso das suas culpas, mas o gesto do amor de Deus que se abre até ao extremo, até fazer passar em si “ a maldição” que toca ao homem, para lhe transmitir em troca a “bênção” que toca a Deus (cfr Gal 3,13-14 - BENTO XVI, Mensagem da Quaresma de 2010).



Assim, para compreendemos o cumprimento pleno da Lei que Jesus nos revela, é preciso voltar primeiramente o nosso olhar para a ação da graça de Deus; em seguida, compreendermos que a graça de Deus, no seu gesto pessoal, livre e amoroso da oferta na cruz, reflete para nós a grande graça que emana do amor de Deus por nós: a obediência de Jesus ao Pai que brota do amor que os une. Enfim, é contemplando e tentando imitar os gestos de Jesus que nós iremos compreender e viver a dinâmica do amor de Deus, que não vem rejeitar a Lei nem os profetas, mas dá-los pleno sentido em nossas vidas pelo impulso do amor. Eis o grande gesto de obediência: deixar-se amar por Deus e assim colher os frutos de uma vida nova por conta desse amor que nos transforma.





A pergunta, porém, que fica para nós é: qual o papel da lei para o cristão?










Se ela não pode mudar o nosso status perante Deus, devemos ainda obedecê-la? Devemos adotar uma posição antinomista (especulação a respeito de um problema filosófico realizada por intermédio de dois argumentos, ambos coerentes e críveis em suas formulações respectivas, mas antagônicos em suas conclusões), ou irmos para o outro extremo do legalismo?






Romanos 7,1-12: “Caros irmãos, falo convosco como conhecedores da Lei. Acaso não sabeis que a Lei tem autoridade sobre uma pessoa apenas enquanto ela vive? Por exemplo, pela Lei a mulher casada está ligada ao marido enquanto ele vive; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do casamento. Por isso, se ela se casar com outro homem, enquanto seu marido ainda estiver vivo, será considerada adúltera. Mas se o marido morrer, ela estará livre daquela lei, e mesmo que venha a se casar com outro homem, não estará adulterando. Assim também, vós, meus irmãos, morrestes quanto à Lei mediante o corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. Pois quando éramos dominados pela natureza pecaminosa, as paixões dos pecados, instigadas pela própria Lei, agiam livremente em nosso corpo, de maneira que dávamos frutos para a morte. Mas, agora, fomos libertos da Lei, havendo morrido para aquilo que nos aprisionava, para servimos de acordo com a nova ministração do Espírito, e não conforme a velha forma da Lei escrita. A Lei condena, Jesus liberta. Portanto, que concluiremos? A Lei é pecado? De forma alguma! De fato, eu não teria como saber o que é pecado, a não ser por intermédio da Lei. Porquanto, na realidade, eu não haveria conhecido a cobiça, se primeiro a Lei não tivesse dito: “Não cobiçarás”.Mas o pecado, aproveitando-se da ocasião dada pelo mandamento, provocou em mim todo o tipo de cobiça; porque, onde não há lei, o pecado está morto.Antes eu vivia sem a Lei; mas quando veio o mandamento, o pecado reviveu, e eu fui ferido de morte; e descobri que o mandamento que era para vida, transformou-se em morte para mim.Porquanto o pecado, valendo-se do mandamento, iludiu-me, e por meio dele me matou.De maneira que a Lei é santa, e o mandamento, santo, justo e bom...”








Apesar da lei de Deus ser boa como vivos acima em Romanos 7, ela só tem o poder de revelar o pecado e mostrar o padrão e imagem do requisito de integridade, não de remover o pecado!





A lei nos mostra o que Deus ordena (o que, evidentemente, é bom), mas a lei não possui o poder para nos permitir fazer o que ela diz. Para um melhor entendimento, podemos colocar isso deste modo: a lei guia, mas não dá a graça de nos deixarmos sermos guiados docilmente por ela. Em outras palavras, a lei mostra para nós como é uma vida santificada, mas não tem poder santificador. A lei não pode mudar um coração humano. É o evangelho da graça de Jesus que pode nos dar o ânimo a obedecer de uma forma que honra a Deus. O poder para obedecer vem de ser movido e motivado pela obra completa de Jesus por nós. O combustível para fazer o bem vem daquilo que já foi feito. Portanto, enquanto a lei nos guia, só a lei da graça pode nos dirigir. O apóstolo também nos ensina sobre a importância da lei. Sabendo que seus opositores levantariam objeções quanto ao que ele estava falando, Paulo adianta o questionamento: “Logo, para que é a lei? Ela foi acrescentada por causa das transgressões…” (Gal 3,19). Está aí a necessidade e validade da lei para todos os tempos. É perante ela que damos conta que somos transgressores. O papel da lei não é de nos justificar, mas nos condenar pela sua transgressão. O papel dela é levantar a poeira do nosso coração. Portanto, não cabe o argumento antinomista dizendo que a lei caducou ou que “não estamos debaixo da lei”. Ela permanecerá para sempre, pois é a vontade divina e Deus é imutável. Devemos ler o contexto do argumento de Paulo quando ele diz que “não estamos debaixo da lei”, o contexto é a justificação. É no sentido que não estamos debaixo dela, ou seja, não dependemos dela para nos justificarmos.Talvez uma outra objeção poderia ser levantada pela audiência de Paulo:





“Mas, e no meu caso que já estou justificado, já aderi a Cristo para minha justificação, ainda devo obedecer a lei?”





A resposta de Paulo seria um enfático “SIM”! Veja o que ele nos revela: “Mas não usem a liberdade para dar ocasião à carne; pelo contrário, sejam servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: “Ame o seu próximo como a você mesmo.” (Gal 5,13-14). Embora alcançamos a nossa liberdade pela fé em Cristo, Paulo diz que somos “servos uns dos outros” e é amando que cumprimos com a lei. Ainda é obrigatório portanto, cumprirmos o essencial da lei Mosaica, a diferença é a nossa motivação. A motivação agora é o amor e não a busca ao mérito. De forma semelhante o apóstolo diz que se levarmos as “cargas uns dos outros” cumpriremos a “lei de Cristo” (Gal 6,2). Cristo é o nosso grande exemplo e nossa grande motivação. É movido pela fé que temos nele, que amaremos aos outros e assim obedeceremos a lei divina.






Resumindo o argumento do apóstolo Paulo:





A lei não nos justifica, mas nos condena. Ela nos serve como um tutor até Cristo (Gal 3,24) e demonstra a necessidade que temos de um salvador. Mas, uma vez que estamos em Cristo, uma vez que recebemos a adoção e herança por meio somente dele, agora livremente e em amor obedeceremos a nosso Senhor e serviremos o nosso próximo. Assim, cumpriremos a lei.






CONCLUSÃO






A lei mosaica, os Dez Mandamentos, não podem acabar ou ser substituídos. É a lei de Deus, uma base moral que permeia a nossa vida e nos sustenta como família divina. Jesus na continuidade do Sermão da Montanha, nos parece estar trazendo outra lei, o que causa dúvidas. Mas Ele nos diz que não é substituir a Lei, mas cumprir e elevar aquilo que Deus já escreveu em nossos corações, mas o pecado costuma encobrir. Precisamos viver a Lei não só como regras, mas como modo de vida em família. Se quisermos viver os mandamentos, temos que escolher a água do batismo, que nos abre para a Graça divina. Apenas pelo batismo e aprofundamento espiritual estamos prontos para viver a Lei naturalmente, sem que isso seja um fardo, mas um modo de santificar a nossa vida e a do próximo. Não é que alguém realmente não tenha pecado ou não encontrará tentação em sua vida, após o batismo, mas com a vivência cristã, a vivência da Lei e do mandamento de amor de Cristo, nós podemos pelo auxílio da graça, andar livres do pecado, evitando, desviando das tentações pelo caminho para encontrar a profunda alegria em cada obstáculo vencido. O pecado escraviza, mas o amor de Deus nos liberta. Cooperar com a Graça de Deus é ver a Lei progredindo em nós, como uma ajuda que nos mantém em pé no caminho do Senhor. Se não podemos entender toda a profundidade da lei do amor nesta vida, podemos perceber como ela nos faz melhores, mais próximos de Deus. Um dia, com as bençãos de Deus, entenderemos tudo. A obediência da fé é o caminho mais seguro. Que nosso 'sim' possa ser um 'sim' verdadeiro para o amor do Pai, e que o nosso 'não' ao pecado seja um 'não' confiante na justiça da Lei. O que nos parece difícil hoje, um 'não' por vezes vacilante frente ao pecado, se torne um 'não' vigoroso, libertador. Vivamos as leis de Deus com alegria. Deus nos deu tudo o que precisamos e continuará a nos dar apoio em todas as etapas da vida. Podemos pela sua graça dominar nossos instintos e sentimentos ruins. Deus nos deu a Lei do Amor, a única que nos completa e enche de verdade nossos corações. Com fé e confiança, vivamos o amor de Deus e lembremo-nos do que as escrituras Velho e Neotestamentária nos revela:“De tudo o que se ouviu, a conclusão é esta: tema a Deus e guarde os seus mandamentos, porque isto é o dever de cada pessoa...” (Ecle 12,13). Marcos 10,17-19: “E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus. Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe...”








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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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