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Mas ai daquele que ESCANDALIZAR um destes pequeninos – Marcos 9,42

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 12 de dezembro de 2019 | 20:27







Marcos 9,42-48: “...E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43 Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45 Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47 Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48 onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga...'”



O homem, imagem e semelhança do Supremo Rei e Celeste Pintor






“O magnífico Museu do Prado, em Madri, recebe diariamente milhares de visitantes que percorrem suas extensas galerias, desejosos de admirar o incomparável acervo de obras-primas dos maiores artistas da História. Há muitos anos, um homem que lá entrara despercebido em meio à multidão foi retirado pouco depois, algemado, por policiais. Seja por desequilíbrio mental, seja por maldade, em certo momento de descuido dos funcionários do museu, ele jogou um líquido negro sobre o famoso retrato equestre do Imperador Carlos V, pintado por Ticiano. O crime chocou a opinião pública. Por um gesto estúpido, ficara seriamente danificado o célebre quadro. Ora, se grave é estragar uma obra artística, quem leva outros a pecar faz muito pior: estraga não uma valiosa pintura, mas uma alma, espiritual e imortal, imagem e semelhança de Deus, da qual é expulsa a luz da graça. E esta imagem assim conspurcada não representa um monarca desta Terra, mas o Supremo Rei e Celeste Pintor, autor de todos os predicados...”





O escândalo dos inocentes e da própria consciência








Nesta perícope do Evangelho de Marcos, as palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo parecem mudar de forma abrupta o tema. Porém, se relermos os versículos anteriores, constataremos que Jesus apenas retoma o assunto antes discutido, ou seja, a necessidade de se ter a humildade e a simplicidade da criança. Consideremos, pois, que Jesus acabara de dizer: 




“Em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3)




Acrescentando: “Quem acolhe em meu nome uma destas crianças, a Mim acolhe. E quem Me acolhe, acolhe, não a Mim, mas Àquele que Me enviou” (Mc 9, 37).




“E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço”.









Tendo tratado da recompensa à boa acolhida dada a um pequenino, analisa agora o oposto: o castigo para quem desedificar ou prejudicar um inocente. Ao falar em pequeninos, Nosso Senhor não está Se referindo apenas às crianças, mas a todos quantos não têm forças suficientes para se manterem por si mesmos na prática da virtude, precisando para isso do apoio de outros, sobretudo no tocante ao seu instinto de sociabilidade. Especialmente merecedor desse auxílio é quem conserva a sua inocência batismal. Este tem a alma constantemente aberta ao sobrenatural, pois, como explica São João Crisóstomo:



“O menino está limpo de inveja, de vanglória e da ambição de ocupar os primeiros postos. Ele possui a maior das virtudes: simplicidade, sinceridade, humildade. O menino está isento de orgulho, de ambição da glória, de inveja, de obstinação e de todas as paixões semelhantes”.




Muito Se compraz Deus com essa retidão de alma própria ao inocente. Por isso quem induz ao pecado “um destes pequeninos” causa-Lhe um tal repúdio que se torna réu desta terrível condenação:




“Era preferível ser lançado ao mar! Nosso Senhor utiliza esta severa imagem por ser inteiramente familiar aos seus ouvintes, conforme comenta São Jerônimo: “Fala segundo o costume da região, porque esta foi entre os antigos judeus a pena para os maiores crimes: lançar na água o criminoso com uma pedra atada ao pescoço...”



Nos lábios de um outro, esta afirmação poderia parecer exagerada, mas quem a faz é o Filho de Deus! E São João Crisóstomo assinala um detalhe:



“para quem escandalizar uma criança, disse Cristo: melhor seria  ser atirado ao mar com uma pedra amarrada ao pescoço; ou seja, dá a entender com isto, que o espera um castigo mais grave...”



Pela indignação de Nosso Senhor diante do escândalo, bem se pode medir o estreito vínculo d’Ele com os inocentes!




A gravidade do pecado de escândalo

 




“Todo escândalo é um pecado grave, mas nem todo pecado grave é um escândalo, desde que não se tenha tornado público, e pior ainda, de forma intencional a sua exposição...”





O escândalo, segundo São Tomás de Aquino:

 





“Consiste em pronunciar palavras ou realizar ações próprias a expor alguém à ruína espiritual, na medida em que elas o arrastam ao pecado. Significa dar más sugestões, conselhos ou exemplos que chocam aquele a quem deveríamos, pelo contrário, edificar, fazendo com que suas forças espirituais depereçam...”



Trata-se de um pecado gravíssimo e cheio de malícia, que prejudica tanto quem o recebe quanto quem o comete. Ao primeiro, porque a falta cometida em decorrência do escândalo furta-lhe a vida da graça de Deus na alma. Ao segundo, por fazer o mesmo papel do demônio que é: perder almas, acrescido do gosto em arruinar a inocência alheia. Nesse sentido pode-se afirmar tratar-se de um pecado satânico.




Com o agravante, ainda, de ser muito difícil reparar um escândalo:





Pois, uma vez cometido, não basta a Confissão, mas é necessária a reparação. É fácil tomar um copo d’água e jogá-lo ao chão; mas, será o mesmo recolher o líquido depois? E, a partir de um escândalo moral, os pecados podem se multiplicar, avolumar-se como uma bola de neve, perpetuando-se em sucessivas faltas decorrentes umas das outras. Como reparar todas elas? Portanto, é daí que vem o “ai” de Jesus aos escandalosos.O mundo hoje está pervertido, encharcado e transbordante de escândalo por todos os cantos. São escândalos nas modas, nas conversas, nos modos de ser; são escândalos na televisão, na internet, nos cinemas; são escândalos nos jornais, nas revistas, no relacionamento social. Onde não há escândalo e a inocência não vai sendo tragada pela voragem da impureza e da desonestidade? Qual será, pois, a reação de Nosso Senhor a essa avalanche de pecados de dimensões inauditas, se não lamentar com o “ai” e advertindo suas consequências?




Prejuízo da própria consciência

 




43 “Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45 Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47a Se teu olho te leva a pecar, arranca-o!”




Provérbios 27,20:  O inferno e a perdição nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem”




Para grandes males, radicais medidas! Se Nosso Senhor condenou o escândalo dado ao próximo, nestes versículos fustigará também, o prejuízo da própria consciência quando não evitamos o pecado. Se grave é atentar contra a obra de Deus na alma de outrem, não será menos condenável fazer o mesmo com a própria alma, pois a caridade começa consigo.



As recomendações de Nosso Senhor Jesus: Cortar a mão, cortar o pé, arrancar o olho, devem ser entendidas literalmente? Responde São João Crisóstomo, Doutor da Igreja (Ver ícone de Eva, simbolicamente sem as mãos):



“Em tudo isto, não se refere o Senhor, nem de longe, aos membros do corpo”




É preciso amar acima de tudo a Deus e ter, em consequência, verdadeiro ódio ao pecado. Isso supõe romper radicalmente com tudo quanto a ele conduz. No Horto das Oliveiras, Jesus aconselhou:




“Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt 26, 41)




Não basta apenas rezar; é necessário também vigiar, ou seja, afastar-se das circunstâncias nas quais se costuma pecar.




Como podemos obter forças para vencer o vício?







Se a pessoa cedeu várias vezes em alguma tentação e debilitou-se nesse ponto, a única solução é se afastar para sempre dessa ocasião de modo categórico, sem meios termos e concessões que podem fazer-nos cair novamente. Para vencer, por exemplo, o vício da embriaguez, torna-se indispensável abster-se de todo resquício de álcool, pois, por qualquer deslize, se pode recair.






Da mesma forma, devemos cortar irremissivelmente tudo quanto constitui para nós ocasião próxima de pecado, como faríamos se um membro doente comprometesse seriamente a saúde de todo o organismo. Poderá ser uma má amizade, pois:





“Nada há de mais pernicioso que uma má companhia. Aquilo que não se consegue pela violência, obtém-se muitas vezes por meio da amizade, tanto para o bem quanto para o mal...”




1 Coríntios 15,31-33:Todos os dias enfrento a morte! E afirmo isso, irmãos, porquanto sois meu orgulho em Cristo Jesus, nosso Senhor. Portanto, se foi simplesmente por razões humanas que lutei com feras em Éfeso, que lucro obtive nisso? Ora, se os mortos não ressuscitam: “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos”. Não vos enganeis! “As más companhias corrompem os bons costumes”.




Mas poderá ser também um mau livro, imagens inconveniente ou, tantas vezes, o acesso à internet que nos leva a pecar de forma privada e insaciável como diz Provérbios 27,20.Ora, ao mesmo tempo que aconselha a fuga das ocasiões próximas, tendo presente a fraqueza humana, Nosso Senhor adverte, apontando a consequência do pecado: a condenação eterna no inferno, “onde o verme deles não morre e o fogo nunca se apaga”. Essa radicalidade na virtude pressupõe para aqueles que creem, termos os olhos postos na eternidade e sempre presente a máxima da Escritura: “Em todas as tuas obras, medita no teu fim, e não pecarás eternamente” (Ecl 7, 40).




O local onde o “fogo não se apaga”





“É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48 onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga”.









Hoje, muitos ousam negar a existência do inferno. Seria tão cômodo para a consciência se tal fosse verdade, pois se nem Deus e nem o inferno existem, tudo é permitido!





Porém, os Evangelhos transcrevem quinze referências de Nosso Senhor ao inferno. Ele existe sem dúvida e, a respeito de seus tormentos, o Divino Redentor nos fornece aqui uma noção fundamental: a existência de um verme roedor que não morre. Como acontece com o fogo, numerosas são as interpretações dos autores sobre o significado deste “verme”, abrangendo tanto o sentido literal quanto o simbólico. Ora, esses diversos comentários não se excluem, pois a terrível realidade do inferno por certo supera toda imaginação! 



Interessa, contudo, salientar aqui a identificação do “verme” com o remorso da consciência que jamais abandona o condenado! 

 



Pois um dos piores tormentos para ele é saber que violou os Mandamentos de um Deus tão bom, e que só quer o nosso bem, e o castigo é irremediável, pois perdeu o prêmio eterno por tão pouco: uma ilusão fugaz, um prazer momentâneo, um vício pelo qual não lutou até o sangue (conf Heb12,4). Em contraposição, o justo gozará da perfeita felicidade, da superior alegria proporcionada pela paz de consciência. A fim de não cairmos nessa região de tormentos, lembremo-nos do versículo do Salmo Responsorial que suplica:




“Preservai o vosso servo do orgulho: que não domine sobre mim!”




Nós somos tão orgulhosos, que sentimos orgulho em dizer que somos orgulhosos. No inferno, não nos iludamos, são mais numerosos os condenados por causa do orgulho do que por outros pecados. Não há praticamente pecado algum que não tenha raiz neste defeito. O orgulho é a fonte de todo pecado!





A obrigação do bom exemplo









Esta passagem tão rica e tão profunda do Evangelho, nos leva a compreender que, assim como não podemos causar escândalos,  sobretudo aos pequenos, em sentido contrário, temos a obrigação de edificar o próximo. E como reparação pelos inúmeros escândalos que observamos, devemos viver dando bom exemplo a todos, praticando o esforço de fazer tudo aquilo que possa nos tornar modelos de santidade para os que conosco convivem. Porque são os exemplos que arrastam e motivam a trilhar o mesmo caminho. Não é por outro motivo que a Igreja nos apresenta a vida dos santos como modelo para seguirmos. A cada momento, todo homem está influenciando o seu próximo ou recebendo a influência dele. Está sendo para ele ora pastor, ora ovelha; ora mestre, ora discípulo; continuamente dando e recebendo algo. É o princípio da Comunhão dos Santos, por onde cada ato nosso repercute no Corpo Místico da Igreja. Nesse sentido, nada em nossa vida é neutro: tudo pesa para bem ou para mal.




O que me impede de praticar a virtude, principalmente a da pureza? (que não é ingenuidade):











Diante de uma leitura que nos exorta a rejeitar tudo quanto pode nos afastar de Deus e nos estimula a edificar o próximo, não é descabido propor um pequeno exame de consciência:



O que me impede de praticar com integridade a virtude? Que apegos materiais me impelem a tomar em consideração muito mais as coisas humanas do que as divinas? O que me leva a fechar-me sobre mim e, portanto, a não passar na prova desta vida, cujo desfecho será o prêmio ou o castigo eterno? Há algo que me arrasta ao pecado com frequência ou revela em mim defeitos da alma como caprichos, comparações, invejas, impureza ou o apego ao dinheiro? O que devo cortar para salvar-me?




E, depois de nos analisarmos, precisamos pedir a graça de ter a coragem de agir com presteza, porque sem o auxílio de Deus não é possível praticar os Mandamentos de forma estável, menos ainda com perfeição.





Em Nossa Senhora encontraremos a força e o modelo plenamente humano para mudarmos!












Nesta perícope aqui meditada não é mencionada Nossa Senhora. Entretanto, é a Ela que devemos dirigir o nosso olhar, porque, como afirma São Bernardo no Memorare: Ela jamais abandona quem recorre à sua maternal proteção.Portanto, cientes da nossa miséria, voltemo-nos para Maria Santíssima, pedindo: “Ó Mãe, tende misericórdia de nós! Obtende-nos a graça de ter no coração a alegria de praticar a Lei de Deus na sua integridade”. E como Deus deseja a nossa plena santificação, estejamos certos de sermos atendidos com superabundância de sua graça que transborda das mãos de Maria!




(Revista Arautos do Evangelho, Set/2012, n. 129, p. 10 à 17)




 
(Maria a toda pulcra)



“Santa Pureza, a rainha das virtudes, a virtude angélica, é uma jóia tão preciosa que aquele que a possui se torna como os anjos de Deus no Céu, ainda que revestidos da mortalidade da carne.” (São João Bosco)

 

 

“Uma alma pura é uma pérola preciosa. Enquanto está escondida na concha no fundo do mar, ninguém pensa em admirá-la. Mas se a trouxermos para a luz, esta pérola brilhará e atrairá todos os olhares. Portanto, a alma pura que está escondida aos olhos do mundo um dia irá brilhar ante os anjos no sol da eternidade.(São João Maria Vianney)





Quando perdemos a inocência, só nos resta a penitência!








Por: Padre Paulo Ricardo




Com a contínua banalização do vício na modernidade, a ideia de preservar ou recuperar a inocência parece um tanto irrelevante. Hoje, apenas alguns pais (geralmente de alguns grupos protestantes, ou católicos tradicionais) levam a sério a inocência de sua família e fazem o possível para proteger os filhos da corrupção reinante em todas as formas de mídia e ambientes. Eles educam em casa, restringem ou proíbem o tempo de televisão e  procuram limitar as companhias e amizades de seus filhos. Na maioria dos casos, seus vizinhos mais progressistas os ridicularizam como loucos e fariseus modernos, principalmente quando veem seus filhos alimentando a fé e vivendo prudentemente, enquanto os seus próprios caem em todos os pântanos morais imagináveis.




“Hoje, apenas alguns pais levam a sério a inocência de sua família”










Diante de tal êxito, pode-se perguntar por que mais pessoas não seguem essas famílias saudáveis em vez de zombar delas. Algumas o fazem, e isso explica por que as comunidades religiosas ortodoxas mais tradicionais estão crescendo rapidamente, enquanto as liberais continuam a decair de forma vertiginosa. Outros não o fazem porque não compreenderam o que realmente significa a inocência, ou a virtude da Pureza, que não se deve confundir com ingenuidade.  Com demasiada frequência, ela é entendida em termo negativos: não ser exposto a más influências, não observar ou conhecer o mal, não ter maus pensamentos ou cometer ações más etc.




Se as pessoas veem a inocência como um conjunto de “não-experiências”, os que a ela se opõem podem tratá-la como algo que denota ignorância, ingenuidade e até insensibilidade, negando a nossa própria humanidade.





A consequência dessa redefinição é clara, especialmente nas escolas, no entretenimento e na vida familiar. Na escola, as crianças são sistematicamente escandalizadas em relação à sua fé, aos seus relacionamentos e à sua própria identidade. Elas aprendem cedo a equiparar religião com superstição, amor com utilidade e o “eu” com características acidentais. Os alunos que praticam sua fé, evitam o sexo e renunciam ao status de “vítima” são considerados estranhos e atraem o desprezo universal. Por outro lado, os estudantes “de gênero fluido”, com muitos parceiros e sem religião, são cada vez mais celebrados e admirados.




“Não há melhor maneira de tirar a inocência de uma geração inteira do que transformá-los em viciados”



(viciados da Cracolândia)



No entretenimento, as crianças veem o bem e o mal relativizados, com o vilão muitas vezes interpretando heróis andróginos, e virtudes como a bravura e a honestidade sendo dissolvidas em desprezo, incompetência e superficialidade. Pode até ser que os telespectadores mais jovens aprendam a ser gentis com as pessoas, mas o que eles costumam aprender com mais frequência é a tirar sarro dos outros, esquecer suas boas maneiras e agir como palhaços. Além de absorver a imoralidade desse entretenimento, o ato de consumir passivamente imagens e sons, na tela, atrai as crianças para o vício. Não há melhor maneira de tirar a inocência de uma geração inteira do que transformá-los em viciados. É claro que a escola e o entretenimento não teriam tanto efeito sobre a inocência dos jovens se os adultos estivessem em guarda. Mas, infelizmente, a maioria dos adultos abandonou o posto, deixando suas casas um caos e as crianças se virando por si mesmas. Incentivados por uma propaganda onipresente, eles têm cada vez menos escrúpulos em submeter seus filhos à corrupção.




Assim, as crianças passam os primeiros anos de formação em lares onde abuso, palavrões e mentiras são algo comum.



Essa extinção da inocência continua, perigosa, até a idade adulta. Colocados em uma ladeira escorregadia e achando que nada mais têm a perder, a maioria dos adultos continua perdendo ainda mais a inocência. Seu lazer, educação e vida doméstica se tornam ainda mais escandalosos e destrutivos, a ponto de males extremos como o aborto, a eutanásia e a perseguição religiosa começarem a ser tratados como opções desejáveis para revolucionar a cultura. Infelizmente, a maioria dos adultos abandonou o posto de guardiões, deixando suas casas um caos e as crianças se virando por si mesmas.




“Só os covardes vencem o pecado, porque fogem dele...” (Pe. Pio)




Essa situação deixa duas opções para o indivíduo que ainda acredita na inocência: lutar ou fugir. A curto prazo, aqueles que escolherem a última opção podem ser mais eficazes em lidar com esse movimento espiral de decadência moral, pois dialogar com o pecado, é relativizar, justificar, e por fim, se tornar amigo dele.A tão criticada “Opção Beneditina” poderia funcionar em uma sociedade feudal descentralizada, que é o que a Europa se tornou após a queda do Império Romano. Mas se torna difícil de funcionar em países modernos, onde um governo autoritário tem os meios e o apoio para simplesmente proibir ideias e práticas contrárias à sua ideologia. Por exemplo: as leis do Canadá que anulam a autoridade dos pais para pressionar a doutrinação LGBT, ou as leis draconianas da Alemanha contra o ensino em casa, indicam qual será o destino final das famílias que tentarem se afastar da corrupta cultura secular da nossa época.Em vez disso, a melhor opção para preservar a inocência é combater a corrupção predominante.O primeiro passo requer recuperar a definição adequada de inocência. Muito mais do que uma mera falta de experiências negativas, a inocência é uma confiança em realidades superiores, tais  como:  a Verdade, a Bondade e a Beleza. É inocente a pessoa que acredita na verdade da revelação de Deus, na bondade dos amigos e familiares, na beleza da Criação e da imaginação. Essa pessoa tem uma visão transcendente do mundo e é capaz de enxergar para além de si mesma. Ela não reduz toda a experiência a fenômenos materiais aleatórios, mas encontra significado em tudo e em todos. 



1 Coríntios 15,19: “Ora, se a nossa esperança em Cristo se restringe apenas a esta vida, somos os mais miseráveis de todos os seres humanos, dignos de pena.”




Por terem menos experiências que as levariam a duvidar das realidades mais elevadas, as crianças são naturalmente mais inocentes. No Sermão da Montanha, Cristo, a própria encarnação da inocência, claramente quer preservar essa qualidade nos jovens e recuperá-la nos velhos: “Em verdade vos digo: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18, 3).Ora, Jesus não ordena que os adultos abandonem suas responsabilidades ou seus conhecimentos, como ele deixa claro três versículos depois (cf. Mt 18, 6), mas exorta a manterem sua inocência na confiança em Deus. Felizmente, apenas conhecer ou experimentar algo feio, mau ou falso não leva necessariamente as pessoas a perderem a inocência, embora isso certo aconteça se não tivermos cuidado.




Dostoiévski ilustra essa situação com os protagonistas de “Crime e Castigo”





Na esperança de provar a teoria de que indivíduos verdadeiramente iluminados podem dispensar a moralidade (se Deus não existe, então tudo é permitido), o protagonista Raskólnikov comete um duplo homicídio, perdendo a inocência no sentido não apenas jurídico, mas também espiritual. A miséria por ele experimentada não provém da culpa por tirar a vida de um inocente, mas da decisão de desistir da Verdade, da Bondade e da Beleza pela falsa sensação de poder resultante do pecado. Em contraste direto, a personagem Sônia preservou a inocência. Ela brilha como um anjo, apesar de experimentar males muito piores como prostituta, apoiando o pai alcoólatra, com uma mãe histérica e irmãos pequenos e indefesos. Nas conversas entre os dois, Sônia é inocente, afirmando sua confiança em Deus e em seu amor, enquanto Raskólnikov se sente qualificado para lhe dizer o quão errada e ingênua ela é, ainda que ele mesmo nunca se dê conta da própria estupidez, ao cometer um crime pela simples razão de justificar uma hipotética moral de adolescente. Em vez de evitar Raskólnikov para manter sua pureza, Sônia pacientemente o confronta sobre seu crime e o desafia ao arrependimento...”




Nesse sentido, ela reflete os santos que brandiram sua inocência diante da corrupção




Eles entenderam que isso era mais persuasivo do que qualquer argumento. São Paulo conquistou mais convertidos na Grécia com sua inocência do que os maiores filósofos fizeram com seus diálogos e tratados. O próprio Santo Agostinho se converteu não por sua educação retórico-filosófica, mas por causa dos exemplos morais de sua mãe Santa Mônica e de seu mentor, Santo Ambrósio. São Bernardo de Claraval superou o lógico e célebre Pedro Abelardo (numa época em que havia pessoas assim) mais pelo poder de suas convicções do que por seu brilhantismo. São João Paulo II, um gênio por mérito próprio, dedicou sua vida a Deus depois de testemunhar a fé inabalável do pai, a quem considerou como seu “primeiro seminário”. Nada disso exclui a necessidade da razão; indica, porém, que esta é muito mais convincente quando associada à inocência.




Além de provar o poder da inocência, esses exemplos do passado demonstram que ela constitui o remédio concreto para um presente já fadigado. Obviamente, os que preservaram sua inocência devem torná-la um modelo para os outros. Eles podem esperar retaliações, mas pelo menos as pessoas notarão e talvez até venham a tomar consciência mais profunda dos efeitos encantadores da inocência.O que é menos óbvio nesses exemplos, mas ainda assim imprescindível, é a necessidade subsequente do afastamento do mundo (conf. Rom 12,2). A inocência impulsiona os homens para o céu; a corrupção os afasta.




A pessoa deixa de confiar na Verdade, na Bondade e na Beleza quando passa tempo ouvindo mentiras, sucumbindo ao vício e se rendendo à autossuficiência. Portanto, o homem deve se afastar dessas influências. Tal mudança acontece para Raskólnikov quando ele passa anos em uma prisão siberiana, antes de finalmente se arrepender. São Paulo escolheu viver no anonimato por três anos após sua conversão, antes de iniciar seu apostolado em Antioquia. Após sua conversão, Santo Agostinho se afastou permanentemente do mundo e de todos os seus prazeres e, praticamente, formou sua própria Ordem religiosa. São Bernardo ingressou na comunidade monástica mais rígida da França de sua época, e São João Paulo II perdeu o sono para passar mais horas em oração.




Para todos esses homens, foi o afastamento do mundo que permitiu à inocência criar raízes e florescer. Eles pareciam haver entendido que, sem essa separação, a inocência continuaria sendo um ideal distante que induziria mais a remorsos do que à mudança de vida.



Na era da informação, esse afastamento se tornou cada vez mais difícil, à medida que novos dispositivos preenchem todos os espaços da vida; e inventores e psicólogos desonestos incorporam “tecnologia persuasiva” para destruir a possibilidade de autocontrole das pessoas. Por esse motivo, é necessário ter um propósito de mudar os próprios hábitos e reordenar as prioridades da vida. O tempo gasto anteriormente na televisão e nas mídias sociais pode ser preenchido com oração, trabalho, estudo e momentos de convivência. Se tal mudança puder ser sustentada sem recaídas, surgirão momentos de inocência em que a pessoa perceberá, e se revoltará, com o profano; e exaltará o belo, cheia de gratidão pelas muitas bênçãos presentes no mundo ao seu redor.




Para muitas pessoas que perderam sua inocência, seja por que ficaram envolvidas com o crime, corrupção, depravações, prostituição, adultério e homossexualismo, a percepção de que ela pode ser resgatada é uma ocasião de grande alívio, e até de emancipação, uma verdadeira sensação de liberdade. Elas não precisam mais se desesperar por terem se afastado da inocência, nem continuar fingindo que estavam melhor por tê-la perdido. Em vez disso, elas podem ser encorajadas pela possibilidade de se tornarem inocentes novamente, protegendo a inocência de outrem e confrontando as forças que trazem à nossa sociedade essa tão sufocante corrupção, trilhando um caminho de volta, de metanoia para  a verdade do que Deus quer e pensa dela.



Por fim, um retorno à inocência através do afastamento do mundo é a única maneira de amar verdadeiramente ao próximo e aos inimigos, sem se perder e permitir o pecado. É a única maneira de combater os escândalos sem ser escandalizado. Mais importante ainda, é o único caminho para Deus.



“Bem aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus” (Mt 5,8)


Apocalipse 21,27: “Nela jamais entrará qualquer coisa impura”



Apoc 22,14-15: “Bem-aventurados todos os que lavam as suas roupas no sangue do Cordeiro, e assim ganham o direito à árvore da vida, e podem adentrar na Cidade através de seus portais. No entanto, fora estão os cães, os bruxos e ocultistas, os que cometem (verbo está no presente) imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira.”


Isaias 26,10: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; pois até na terra da retidão ele pratica a iniqüidade, e não atenta para a majestade do Senhor”




CONCLUSÃO:




Com o avanço da tecnologia, e das modas imodestas, de uma sociedade sensual e erotizada, tornou-se cada vez mais difícil permanecer com a virtude pureza fortalecida. Entretanto a pureza é uma das virtudes mais importantes ao católico, e São João Maria Vianney nos ensina que sem ela não é possível conquistar a Glória Eterna. Por este motivo precisamos fazer violência contra as tentações que nos afligem dia-a-dia e rogar a Deus as graças necessárias para mantermos nosso corpo e nossa mente sempre puros. Aprenda esta poderosa oração que pode ser rezada todos os dias, pedindo pela intercessão de Maria Santíssima exercitar a virtude da Pureza, que não se confunde com ingenuidade, Maria como todos os santos e santas, era pura, não se permitia misturas que pudessem comprometê-los, mas jamais foi igênua, ou ignorante, que não são virtudes, mas defeitos,oremos:




“Coração Puríssimo de Maria, por vosso amor e com vosso auxílio, estou resolvido a não consentir, neste dia, em nenhum pensamento impuro. Ajudai-me, Senhora, a afastá-los logo. 


Ave Maria...


Coração Puríssimo de Maria por vosso amor e com vosso auxílio, estou resolvido a não proferir, neste dia, palavra alguma indecente. Purificai, Senhora, a minha língua. 


Ave Maria...  
                                                                       

Coração Puríssimo de Maria por vosso amor e com vosso auxílio, estou resolvido a guardar, neste dia, especial modéstia em todas as minhas ações. Ó Senhora minha! Ó minha Mãe! Impetrai-me a graça de sempre e em tudo dar gosto ao vosso Puríssimo Coração. 

Ave Maria...



Meu Sr Jesus...


Fazei-me puro. Puro nos olhos, pensamentos e nas ações.

Fazei-me humilde, que eu sempre desconfie de mim mesmo e não me exponha ao perigo do pecado.

Fazei-me penitente, dai-me amor ao sofrimento involuntário, permitido por TI, que tanto sofrestes por mim, que quero agora sofrer por vós e por aqueles que são alvos de tua misericórdia.

Fazei-me generoso, para que eu nada vos recuse e toda a minha vida seja vossa.

Fazei-me zeloso pela Glória de Deus e pela Salvação das almas

Meu Jesus, fazei-me obediente aos meus pais, autoridades e superiores.


Amém!




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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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