Eu N. (…), creio firmemente e professo todas e cada uma das verdades que
estão contidas no “Símbolo da Fé”, a saber: (segue o Credo). Creio também
firmemente em tudo o que está contido na Palavra de Deus, escrita ou
transmitida pela Tradição, e é proposto pela Igreja, de forma solene ou pelo
Magistério ordinário e universal, para ser acreditado como divinamente revelado. De igual modo aceito firmemente e
guardo tudo o que, acerca da doutrina da fé e dos costumes, é proposto de modo
definitivo pela mesma Igreja.Adiro, ainda, com religioso obséquio da vontade e
da inteligência, aos ensinamentos que o Romano Pontífice ou o Colégio
Episcopal propõem, quando exercem o Magistério autêntico, ainda que não
entendam proclamá-los com um ato definitivo.Eu N.(…) ao assumir o ofício de
Professor de Teologia prometo conservar-me sempre em comunhão com a Igreja
Católica, tanto por palavras quanto pela minha maneira de proceder. Desempenharei,
com grande diligência e fidelidade, os deveres a que estou obrigado para com a
Igreja, tanto universal quanto particular, na qual fui chamado a exercer o meu
serviço segundo as normas do direito. No
exercício do meu cargo, que me foi confiado em nome da Igreja, conservarei
intacto, transmitirei e explicarei fielmente o “depósito da fé” (1Tm 1,10; 4,6;
2tm 4,3; Tt 2,1), evitando todas as doutrinas que lhe são contrárias. Acatarei
a disciplina comum de toda a Igreja e favorecerei a observância de todas as
leis eclesiásticas, especialmente as contidas no Código de Direito Canônico. Seguirei,
com obediência cristã, o que os sagrados Pastores declaram como doutores e
mestres autênticos da fé ou estabelecem como chefes da Igreja, e prestarei fiel ajuda aos Bispos
diocesanos, para que a ação apostólica, a exercer em nome e por mandato da
Igreja, se realize em comunhão com a mesma Igreja. Assim, suplico que Deus
me ajude a ser fiel a este compromisso.
O papel do teólogo na Igreja
Em
2006, falando aos membros da Comissão Teológica Internacional, o Papa
Bento XVI advertiu que os teólogos devem “procurar a obediência à verdade” e
não desvirtuar a palavra e a alma “ao falar obedecendo à ditadura das opiniões
comuns”. O Santo Padre lembrou que “falar para encontrar aplausos, falar
orientando-se ao que os homens querem escutar, falar obedecendo à ditadura das
opiniões comuns, considera-se como uma espécie de prostituição da palavra e da
alma”. (ACI, Vaticano, 06 out 06).Disse o Papa que “o teólogo deve seguir a
disciplina dura da obediência à verdade, que nos faz colaboradores” e “bocas da
verdade”. O teólogo é um pesquisador que procura
aprofundar o sentido das verdades da fé reveladas por Deus através dos
Patriarcas, dos Profetas e da pregação de Jesus Cristo. Estas verdades estão na
Tradição (= transmissão) oral e nas Sagradas Escrituras. Por isso o teólogo
estuda a Bíblia Sagrada e suas ciências auxiliares (a lingüística, a
arqueologia, a história…) assim como os documentos emanados da Igreja através
dos séculos e a Filosofia, a fim de ilustrar e transmitir ao Povo de Deus o
conteúdo dos artigos da fé.
No prólogo à Summa
Teológica, S. Tomás de Aquino afirma que a Teologia consiste no estudo de Deus
considerado em si mesmo, do homem na medida em que se ordena a Deus, e do
caminho pelo qual o homem pode alcançar a Deus, que é Cristo.
Sabemos que os teólogos católicos têm a
liberdade de estudar a doutrina católica, mas sem nunca se voltar contra um
ensinamento claro e permanente do Magistério da Igreja. Em 24 de maio de 1990 a
Congregação para a Doutrina da Fé, quando o seu Prefeito era o Papa Bento XVI,
publicou uma Instrução “Sobre a Vocação Eclesial do Teólogo”, onde chama a
atenção dos teólogos para vários pontos importantes, como:
“O teólogo, de modo
particular, tem a função de adquirir, em comunhão com o Magistério, uma
compreensão sempre mais profunda da Palavra de Deus contida na Escritura
inspirada e transmitida pela Tradição viva da Igreja” (N.º 6).
“O objeto da teologia
é dado pela Revelação, transmitida e interpretada na Igreja sob a autoridade do
Magistério, e acolhida pela fé. Descurar estes dados, que têm valor de
princípio, seria equivalente a deixar de fazer teologia”. (n.12)
Portanto, não é lícito a um teólogo opor-se
tenazmente ao Magistério da Igreja, pois isto significaria esquecer as
premissas da sua profissão. O teólogo é um homem de fé, e a fé professa a
assistência do Senhor ao Magistério da Igreja (cf. Jo 14, 15.25; 16,12-13),
assistência de que ele, teólogo, pessoalmente não goza.Se um teólogo tem
dificuldades para aceitar algum ensinamento da Igreja, deve expor as suas
razões à autoridade competente.Nestes casos, o teólogo evitará recorrer aos
mass-media, ao invés de dirigir-se à autoridade responsável, porque:
“não é exercendo,
dessa maneira, pressão sobre a opinião pública, que se pode contribuir para o
esclarecimento dos problemas doutrinais e servir à Verdade”(n.º 30).
A
Instrução alerta que a Igreja não é uma simples democracia, onde tudo se
resolve pelo voto e pelo gosto da maioria:
“Não se podem aplicar à Igreja, pura e simplesmente, critérios de
conduta que têm a sua razão de ser na sociedade civil ou nas regras de
funcionamento de uma democracia. Menos ainda se podem inspirar as relações no
interior da Igreja à mentalidade do mundo circunstante (cf. Rm 12,2).
Indagar da opinião da maioria o que convém pensar e fazer, recorrer, à revelia
do Magistério, à pressão exercida pela opinião pública, aduzir como pretexto um
consenso dos teólogos, sustentar que o teólogo é o porta-voz profético de uma
base ou comunidade autônoma que seria assim a única fonte da verdade, tudo isto revela uma grave perda do sentido
da verdade e do sentido da Igreja” (n.º 39).
“O pluralismo não é legitimo a
não ser na medida em que é salvaguardada a unidade da fé no seu significado
objetivo” (n.º 34).
“Não se pode recorrer
aos direitos humanos para fazer oposição às intervenções do Magistério. Um tal comportamento desconhece
a natureza e a missão da Igreja” (n.º 36).
“Falar neste caso de violação dos direitos humanos não têm sentido,
porque se estaria desconhecendo a exata hierarquia desses direitos, como também
a natureza da comunidade eclesial e do seu bem comum. Além disso, o teólogo que não está em sintonia com o “sentire cum
Ecclesia” se põe em contradição com o compromisso, livre e conscientemente
assumido por ele, de ensinar em nome da Igreja” (n.º 37).
“A argumentação que alude ao dever de seguir a própria
consciência, não pode legitimar a dissensão. Antes de tudo, porque este dever
se exerce quando a consciência ilumina o juízo prático em vista de uma decisão
a ser tomada, enquanto aqui se trata da verdade de um enunciado doutrinal. Além
disso, se o teólogo deve, como qualquer fiel, seguir a sua consciência, ele é
também obrigado a formá-la. A
consciência não é uma faculdade independente e infalível… A reta consciência do
teólogo católico supõe, portanto, a fé na Palavra de Deus, cujas riquezas ele
deve penetrar, mas também o amor à Igreja, da qual ele recebe sua missão,
e o respeito pelo Magistério divinamente assistido” (n.º 38).
“Às vezes, o Magistério pode ser levado a tomar graves providências,
como, por exemplo, quando retira a um teólogo que se afasta da doutrina da fé,
a missão canônica ou o mandato do ensinamento que lhe havia confiado, ou ainda
quando declara que alguns escritos não estão de acordo com esta doutrina. Agindo dessa forma, o Magistério entende
ser fiel à sua missão, porque defende o direito do Povo de Deus a receber a
mensagem da Igreja na sua pureza e na sua integridade, e assim, a não ser
perturbado por uma perigosa opinião particular” (n.º 37).
“Às vezes a dissensão recorre também a uma argumentação sociológica,
segundo a qual a opinião de um grande número de cristãos seria uma expressão
direta e adequada do senso sobrenatural da fé… O fiel pode ter opiniões
errôneas, porque nem todos os seus pensamentos procedem da fé. Nem todas as idéias que circulam entre o
Povo de Deus são coerentes com a fé, tanto mais que podem facilmente sofrer a
influência de uma opinião pública veiculada pelos modernos meios de
comunicação” (n.º 35).
Enfim, a missão do teólogo não é contestar as
verdades de fé confirmadas pela Igreja e seu Magistério, assistido
permanentemente pelo Espírito Santo, mas ajudar a Igreja a entendê-las cada vez
melhor!
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