No §1864 o Catecismo da Igreja explica:
“Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não terá remissão para
sempre. Pelo contrário, é culpado de um pecado eterno” (Mc 3,29). A
misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a
acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento, rejeita o perdão de seus
pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento
pode levar à impenitência final e à perdição eterna”.
Diante disso, nos
ensina o Santo Padre João Paulo II que:
“A blasfêmia (contra o Espírito
Santo) não consiste propriamente em
ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a
salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em
virtude do sacrifício da cruz. Se o homem rejeita o deixar-se ‘convencer
quanto ao pecado’, que provém do Espírito Santo e tem caráter salvífico, ele
rejeita ao mesmo tempo a ‘vinda’ do Consolador: aquela ‘vinda’ que se efetuou
no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do sangue de Cristo que
‘purifica a consciência das obras mortas’. Sabemos que o fruto desta
purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito
Santo e o sangue, permanece nas ‘obras mortas’, no pecado. E a ‘blasfêmia
contra o Espírito Santo’ consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta
remissão, de que ele é dispensador íntimo e que pressupõe a conversão
verdadeira, por ele operada na consciência (...) Ora, a blasfêmia contra o
Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso
‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a
Redenção. O homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte
a própria conversão e também, conseqüentemente, a remissão dos pecados, que
considera não essencial ou não importante para a sua vida” ( Carta Encíclica Dominum Vivificantem, Nº46).
Como Deus poderá perdoar alguém que não quer ser perdoado
como satanás ?
Portanto, o pecado
contra o Filho pode ser perdoado, mas o pecado contra o Amor de Deus que é o
Espírito Santo de Deus, não pode ser perdoado, NÃO PORQUE DEUS NÃO TENHA PODER
DE PERDOAR, MAS PORQUE O PECADOR NÃO QUER PEDIR PERDÃO DE SEU PECADO, nem ao
menos o reconhece como pecado.Para que o nosso entendimento ficasse mais claro
acerca deste terrível pecado, o Papa São Pio X, que governou a Igreja de 1903 a
1914, no seu Catecismo, ensinou que seis são os pecados contra o Espírito
Santo:
1) DESESPERO DE SALVAÇÃO: Quando a pessoa,
como Judas, não pede perdão porque considera que Deus é incapaz de perdoá-lo, ou
como o demônio que não reconhece que pecou, e não pedindo perdão, não é
perdoado, pois só pode haver perdão, onde há arrependimento e confissão da
culpa. O problema do perdão portanto não está em Deus, mas na pessoa que recusa
a misericórdia de Deus.
2) PRESUNÇÃO DE SALVAÇÃO SEM ESFORÇO E MERECIMENTO ALGUM:
Contrariando
Filipenses 2,12;Mateus 25,35-45;Tiago 2,20 e Efésios 2,8-10.Quando a pessoa se
julga já salva, e, por isso, se recusa a pedir perdão a Deus. ou seja, a pessoa
cultiva em sua alma uma vaidade egoísta, achando-se já salva, quando na verdade
nada fez para que merecesse a salvação. Isso cria uma fácil acomodação a ponto
da pessoa não se mover em nenhum aspecto para que melhore. Se já está salva
para que melhorar, pode ela perguntar-se. Assim, a pessoa torna-se seu próprio
juiz, abandonando o Juízo Absoluto que pertence somente a Deus.
3) NEGAR A VERDADE CONHECIDA COMO TAL: Quando o pecador de
tal modo se entrega conscientemente à mentira a ponto de acabar acreditando na sua
mentira como verdade, e, por isso, recusa até a evidência da verdade. Era o
pecado dos fariseus que viam Cristo fazer milagres, e os negavam, apesar de
vê-los. Não havia então modo de convertê-los. ou seja, quando a pessoa percebe
que está errada, mas por uma questão meramente orgulhosa, não aceita: prefere
persistir no erro do que reconhecer-se errada. Nega-se assim a Verdade que é o
próprio Deus e sua única e verdadeira Igreja que é coluna e sustentáculo da
verdade ( I Tim 3,15)
Grifos do Blog Berakash: “FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO”
“§846 Como entender
esta afirmação, com freqüência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de
maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio
da Igreja, que é seu Corpo:Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o
Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O
único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu
Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a
necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da
Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso
não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por
Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não
quiserem nela entrar ou nela perseverar.
§847 Esta afirmação não visa àqueles que, sem culpa, desconhecem Cristo
e sua Igreja: "Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de
Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o
influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame
da consciência podem conseguir a salvação eterna".
§848 "Deus pode,
por caminhos dele conhecidos, levar à fé todos os homens que sem culpa própria
ignoram o Evangelho. Pois 'sem a fé é impossível agradar-lhe' Mesmo assim, cabe
à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar" todos os
homens.”
EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA DO DÓGMA:
Entretanto, é preciso
notar, isso não quer dizer que uma pessoa não católica esteja fatalmente votada
à perdição. Porque alguém que não pertence ao corpo da Igreja, pode entretanto
pertencer à sua alma. Tomemos o caso de um índio aqui do Brasil, antes da chegada
dos portugueses:
Como poderia ele se salvar sem conhecer Cristo? São Paulo nos diz que
aqueles que não conheceram a salvação por impossibilidade absoluta – é o caso
desse índio – serão julgados por Deus de acordo apenas com a Lei natural, que
está impressa na natureza de todo ser humano (Romanos 2).
4) TER INVEJA DOS BENEFÍCIOS QUE DEUS FEZ A OUTREM: Isto é, odiar a Deus,
por ter dado alguma graça a outros, e não a nós. Desse modo se odeia a bondade
de Deus, que é o próprio Espírito Santo,ou seja, a inveja é um sentimento que
consiste primeiramente em entristecer-se porque o outro conseguiu algo de bom,
independentemente se eu já possua aquilo ou não. É o não querer que a pessoa
fique bem. Ora, se eu me invejo da graça que Deus dá alguém, estou dizendo que
aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o regulador do mundo,
inclusive de Deus, determinando a quem Ele deve dar tal ou tal coisa.
5)- OBSTINAÇÃO NO PECADO: É a teimosia, a
firmeza, a relutância de permanecer no erro por capricho , ou orgulho, ou seja,
é quando o homem “reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal, em
qualquer pecado, e recusa por isso mesmo a sua Redenção.
6) IMPENITÊNCIA FINAL: Quando a pessoa recusa o perdão de
Deus na hora da morte, recusando os sacramentos impiamente, ou seja, é o
resultado de toda uma vida de rejeição a ação de Deus em sua vida, e persiste
no erro até o final, recusando-se a arrepender-se e penitenciar-se.
CONCLUSÃO:
O pecado contra o Espírito Santo não tem perdão, porque
a pessoa não quer pedir perdão por ele, porque simplesmente nem o considera
pecado. Ninguém confessa pecado contra o Espírito Santo. Se uma pessoa vai
confessar-se por ter cometido pecado contra o Espírito Santo, é sinal claro que
não cometeu esse pecado, porque, se o tivesse cometido, não pediria nunca
perdão por ele. Portanto, não tenha medo de ter pecado contra o Espírito Santo.
O seu próprio receio em ter ofendido a Deus já é prova que você não o cometeu.
Tenha sempre muita confiança em Deus e em sua misericórdia infinita. Recomendam
todos os santos que se recorra sempre a Nossa Senhora, que é refúgio seguro dos
pecadores. Quem recorre a Maria Santíssima não perde sua alma.
O nosso Catecismo diz que:
“Não há pecado algum, por mais
grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar
com segurança a seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero. Cristo
que morreu por todos os homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão
estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado”. (§982)
Portanto, ninguém
pode se desesperar da própria salvação, mesmo que tenha pecado gravemente e de
muitas maneiras. O Coração Sagrado de Jesus está sempre aberto para nos dar a
sua misericórdia quando voltamos a ele arrependidos como o filho pródigo.
“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.