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A ala Marxista da CNBB e a "promoção da Luta de Classes" dentro e fora da Igreja no Brasil

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 25 de abril de 2019 | 00:41


(trabalhar pela luta ou conciliação de classes como quer a DSI?)






A luta de classes como caminho para uma sociedade sem classes é um mito que impede as reformas e agrava a miséria e as injustiças. Qualquer filosofia da história deve demonstrar qual é o mecanismo por meio do qual aquela agência suprema que determina o curso de todas as relações humanas irá induzir os indivíduos a trilhar exatamente os caminhos destinados a levar a humanidade até o objetivo determinado.  No sistema de Marx, a doutrina da luta de classes foi criada para responder a essa questão.A fragilidade inerente a essa doutrina é que ela lida com classes e não com indivíduos.  O que tem de ser mostrado é como os indivíduos são induzidos a agir de tal modo que fará a humanidade finalmente atingir o ponto que as forças produtivas querem que ela atinja.  A resposta de Marx é que: "o que determina a conduta dos indivíduos é a consciência dos interesses de sua classe".  Ainda falta ser explicado por que os indivíduos dão aos interesses de sua classe preferência em relação aos seus próprios interesses.  Podemos, por enquanto, nos abster de perguntar como o indivíduo aprende quais são os genuínos interesses de sua classe.  Porém, mesmo Marx não pôde deixar de admitir que existe um conflito entre os interesses de um indivíduo e os interesses da classe a que ele pertence. Ele faz um distinção entre aqueles proletários que possuem consciência de classe, isto é, que colocam as preocupações de sua classe acima de suas preocupações individuais, e aqueles que não possuem.  Ele considera ser um dos objetivos de um partido socialista despertar a consciência de classe daqueles proletários que não possuem espontaneamente uma consciência de classe.Por outro lado, os liberais laissez-faire afirmaram: se as antigas leis estabelecendo privilégios e desvantagens de casta forem repelidas e nenhuma nova prática do mesmo tipo, tais como: tarifas, subsídios, tributação discriminatória, indulgências concedidas a agências não-governamentais, bem como igrejas, sindicatos e afins, para que elas utilizem coerção e intimidação, for introduzida, haverá igualdade de todos os cidadãos perante a lei.  Ninguém terá suas aspirações e ambições tolhidas por quaisquer obstáculos legais.  Qualquer indivíduo estará livre para concorrer para a função ou posição social para as quais suas habilidades pessoais o qualifiquem.









Os comunistas negam que é dessa maneira que opera uma sociedade capitalista organizada de acordo com o sistema liberal de igualdade perante a lei.  Ao seu modo de ver, a propriedade privada dos meios de produção confere aos seus proprietários, a burguesia ou os capitalistas, na terminologia de Marx, um privilégio que, virtualmente, em nada se difere daqueles concedidos aos senhores feudais. A "revolução burguesa" não aboliu o privilégio e a discriminação das massas; o que ela fez, diz o marxista, foi meramente derrubar a velha e exploradora classe de nobres e substituí-la por uma nova classe exploradora, a burguesia.  A classe explorada, os proletários, não lucrou com essa reforma.  Eles apenas mudaram de opressores, mas permaneceram oprimidos e explorados.  O que se faz necessário é uma nova e definitiva revolução, a qual, ao abolir a propriedade privada dos meios de produção, irá estabelecer uma sociedade sem classes.Marx nunca embarcou na impossível tarefa de refutar a descrição feita pelos economistas do funcionamento da economia de mercado.  Ao invés disso, sua ânsia era mostrar que o capitalismo iria, no futuro, levar a condições bastante desagradáveis.  Ele tentou demonstrar que a operação do capitalismo inevitavelmente iria resultar, de um lado, na concentração de riqueza nas mãos de um número cada vez menor de capitalistas, e, de outro, no progressivo empobrecimento de uma imensa maioria. 









O corolário do suposto empobrecimento progressivo dos assalariados é a concentração de todas as riquezas nas mãos de uma classe de exploradores capitalistas que existem em números continuamente decrescentes. Ao lidar com essa questão, Marx foi incapaz de levar em consideração o fato de que a evolução das grandes empresas e suas unidades comerciais não necessariamente envolve a concentração de riqueza em poucas mãos.  As grandes empresas são, quase que sem exceção, corporações, precisamente porque elas são grandes demais para que poucos indivíduos sejam inteiramente os proprietários delas.  O crescimento das unidades comerciais ultrapassou em muito o crescimento das fortunas individuais.  Os ativos de uma corporação não são idênticos à riqueza de seus acionistas.  Uma parte considerável desses ativos, o equivalente a ações preferenciais, títulos corporativos emitidos e empréstimos levantados, pertence virtualmente, senão no sentido do conceito legal de propriedade, a outras pessoas, a saber, os donos dos títulos, das ações preferenciais e os credores das dívidas. Onde essas ações e obrigações são mantidas por bancos e companhias de seguro, e esses empréstimos foram concedidos por esses bancos e companhias, os virtuais proprietários são as pessoas clientes dessas instituições.  Da mesma forma, as ações ordinárias de uma corporação não estão, via de regra, concentradas nas mãos de um homem.  Quanto maior a corporação, mais amplamente distribuídas estão suas ações.O capitalismo é essencialmente produção em massa para satisfazer as necessidades das massas.  Mas Marx sempre trabalhou com o conceito enganoso de que os trabalhadores labutam arduamente apenas para o benefício da uma classe superior de parasitas ociosos.  Ele não percebeu que os próprios trabalhadores consomem, de longe, a maior parte de todos os bens de consumo produzidos.  Os milionários consomem uma porção quase que insignificante daquilo que é chamado de produto nacional.  Todas as sucursais das grandes empresas provêem direta ou indiretamente às necessidades do cidadão comum.  As indústrias de luxo nunca se desenvolvem além das unidades de pequena ou média escala.  A evolução das grandes empresas é, por si só, prova do fato de que as massas, e não os ricaços nababos, são os principais consumidores.  










Aqueles que lidam com o fenômeno das grandes empresas classificando-o de "concentração do poder econômico" não percebem que o poder econômico pertence ao público consumidor, de cujo consumo depende a prosperidade das fábricas.  Na sua capacidade de consumidor, o assalariado é o cliente que "sempre tem razão".  Mas Marx declara que a burguesia "é incompetente em garantir uma existência para seu escravo dentro de sua escravidão".Marx deduziu a excelência do socialismo do fato de que a força motora da evolução histórica, as forças materiais produtivas, certamente ocasionará o socialismo.  Como ele estava absorto naquele tipo hegeliano de otimismo,era óbvio para ele que o socialismo, sendo a última etapa da história após o fim do capitalismo, era também uma etapa superior. Era uma blasfêmia absoluta duvidar de seus méritos.O que ainda faltava ser demonstrado era o mecanismo por meio do qual a natureza produziria a transição do capitalismo para o socialismo.  O instrumento da natureza é a luta de classes.  À medida que os trabalhadores vão se afundando cada vez mais em decorrência do progresso do capitalismo, à medida que sua miséria, opressão, escravidão e degradação aumentam, eles são induzidos à revolta, e sua rebelião estabelece o socialismo.Toda a cadeia desse raciocínio é despedaçada pela observação do fato de que o progresso do capitalismo não empobrece os assalariados de modo crescente; ao contrário, melhora seu padrão de vida.  Por que as massas seriam inevitavelmente induzidas a se revoltarem quando se sabe que elas estão tendo acesso a mais e melhores alimentos, habitações e vestuários, carros e geladeiras, rádios e aparelhos de televisão, nylon e outros produtos sintéticos? Mesmo se, em prol da argumentação, admitíssemos que os trabalhadores são induzidos à rebelião, por que seu motim revolucionário almejaria apenas o estabelecimento do socialismo?  O único motivo que poderia induzi-los a pedir a implementação do socialismo seria a convicção de que eles próprios estariam melhores sob o socialismo do que sob o capitalismo.  Porém, os marxistas, ansiosos para evitar lidar com os problemas econômicos inerentes a uma economia socialista, nada fizeram para demonstrar a superioridade do socialismo em relação ao capitalismo, exceto apresentar este raciocínio circular: o socialismo está destinado a surgir como a próxima etapa da evolução histórica.  Sendo uma etapa histórica posterior ao capitalismo, ele é necessariamente melhor que o capitalismo.  Por que ele está destinado a surgir?  Porque os trabalhadores, condenados ao empobrecimento progressivo sob o capitalismo, irão se rebelar e estabelecer o socialismo.  Porém, qual outro motivo poderia impeli-los a almejar o estabelecimento do socialismo, além da convicção de que o socialismo é melhor do que o capitalismo?  Essa superioridade do socialismo é deduzida por Marx do fato de que a vinda do socialismo é inevitável.  E assim o círculo se fecha.










No contexto da doutrina marxista, a superioridade do socialismo é comprovada pelo fato de que os proletários estão visando ao socialismo.  O que os filósofos, os utópicos, pensam não interessa.  O que interessa são as ideias do proletariado, a classe a quem a história confiou a tarefa de moldar o futuro.A verdade é que o conceito de socialismo não se originou da "mente proletária".  Nenhum proletário ou filho de proletário contribuiu com qualquer ideia substancial para a ideologia socialista.  Os pais intelectuais do socialismo eram membros da intelligentsia, descendentes da "burguesia".  O próprio Marx era filho de um advogado abastado.  Ele estudou no  Gymnasium alemão, a escola que todos os marxistas e outros socialistas denunciavam como sendo o principal braço do sistema burguês de educação, e sua família o sustentou ao longo de todos os anos de seus estudos; ele não teve de trabalhar para chegar à universidade.  Ele se casou com a filha de um membro da nobreza alemã; seu cunhado era Ministro do Interior prussiano e, como tal, líder da polícia da Prússia.  Em sua casa trabalhava uma governanta, Helene Demuth, que nunca se casou e que seguia a família Marx em todas as suas trocas de residência, o modelo perfeito da empregada doméstica explorada cuja frustração e atrofiada vida sexual já foram repetidamente retratadas nas ficções realistas "sociais" da Alemanha.  Friedrich Engels era filho de um industrial rico, e ele próprio era um industrial; ele se recusou a se casar com sua amante Mary porque ela era inculta e de origem "baixa", ele apreciava as diversões propiciadas pela alta classe britânica, como, por exemplo, caçar a cavalo junto com cães de caça. Os trabalhadores nunca foram entusiastas do socialismo.  Eles apoiavam o movimento sindical cuja luta por maiores salários Marx desprezava como inútil. Eles pediam por todas aquelas medidas de interferência do governo nas empresas, medidas essas que Marx rotulava como tolices pequeno-burguesas.  Eles se opunham ao progresso tecnológico, nos primórdios, destruindo as novas máquinas; mais tarde, utilizando os sindicatos para, por meio da coerção, forçar o empregador a contratar mais operários do que o necessário.O sindicalismo, apropriação das empresas pelos trabalhadores que nela trabalham, é um programa que os trabalhadores desenvolveram espontaneamente.  Porém o socialismo foi trazido para as massas por intelectuais de procedência burguesa.  Jantando e tomando vinhos conjuntamente nas luxuosas mansões londrinas e nas mansões rurais da "sociedade" vitoriana, damas e cavalheiros com trajes elegantes planejavam esquemas para converter o proletariado britânico ao credo socialista, hoje esta missão(bastão) foi passada e assumida agora por alguns membros da alta cúpula da corte da CNBB.











A meu ver, a teologia da libertação não atingiu plenamente os seus objetivos de libertação. E por quê? Em parte, porque se transformou numa ideologia, identificando-se com determinados paradigmas políticos que pareciam a encarnação do Reino de Deus na sociedade; e, em parte, porque nem sempre conseguiu libertar os próprios libertadores, de modo que, não poucas vezes, pelas disputas internas de poder e status midiático de seus gurus, era difícil distinguir os opressores dos oprimidos.













Talvez, sem o saber, a TL se demonstrou um tanto pelagiana ao pretender renovar a sociedade com ideais utópicos de caráter milenarista, mas alicerçada em forças meramente humanas. O social ameaçou prevalecer sobre o ético. A vida particular e as angústias humanas de quem lutava por uma nova ordem das coisas ficava em segundo plano.Além de ao pelagianismo, algumas correntes da Teologia da Libertação pagaram tributo a uma visão dualista da história, ao fazerem sua, e não apenas subliminarmente, a luta de classes do marxismo, transformando-a numa espécie de teologia do conflito. Dividindo a sociedade em categorias contrastantes, nós contra eles, elas ressuscitaram o velho maniqueísmo, para quem o mundo é dominado por duas entidades antagônicas, o Bem e o Mal (justo e injusto) sustentadas por uma guerra constante entre si.











Nesta visão, o Bem seria constituído pelos oprimidos e o Mal pelos opressores.No dia 5 de dezembro de 2009, falando a um grupo de bispos brasileiros, Bento XVI se referiu a essa herança que, não poucas vezes, atingiu até mesmo as Comunidades Eclesiais de Base, filhas primogênitas da Teologia da Libertação:«As suas seqüelas, mais ou me-nos visíveis, feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia, se fazem ainda sentir, criando nas comunidades diocesanas um grande sofrimento e uma grave perda de forças vivas».Era o que reconhecia, há anos, também o Cardeal Carlos Maria Martini, apesar das simpatias que nutria pela Teologia da Libertação: «Não basta deplorar e denunciar os males de nosso mundo. Nem basta falar de justiça, de deveres, de bem comum, de projetos pastorais, de exigências evangélicas. Precisamos falar de tudo isso, mas com um coração cheio de amor compassivo, fazendo a experiência da caridade que dá com alegria e suscita entusiasmo. Precisamos irradiar a beleza daquilo que é verdadeiro e justo na vida, pois só essa beleza arrebata realmente os corações e os volta para Deus».






CONCLUSÃO










A CNBB e a TdL de linha marxista, precisam fazer uma autocrítica e buscar a "evangelização integral", que contempla sim o social, mas precisa dar também, dar espaço e respostas para as angústias  existenciais, pois se a Igreja não der estas respostas, as pessoas vão procurar em outros lugares. Certamente, a Igreja já fez, está fazendo muito no campo social, e precisará fazer mais ainda. Mas, é preciso que fique claro: não é essa a missão originária, "própria” da Igreja, como repete expressamente o Vaticano II (cf. GS 42,2; e ainda 40,2-3 e 45,1). A missão social é, antes, uma missão segunda, embora derivada, necessariamente, da primeira, que é de natureza "religiosa”. Essa lição nunca foi bem compreendida pelo pensamento laico. Foram os Iluministas que queriam reduzir a missão da Igreja à mera função social. Daí terem cometido o crime, inclusive cultural, de destruírem celebres mosteiros e proibido a existência de ordens religiosas, por acharem tudo isso coisa completamente inútil, mentalidade essa ainda forte na sociedade e até mesmo dentro da Igreja. Agora, se perguntamos: Qual é o maior desafio da Igreja?, Devemos responder: É o maior desafio do homem: o sentido de sua vida! Essa é uma questão que transcende tanto as sociedades como os tempos. É uma questão eterna, que, porém, hoje, nos pós-moderno, tornou-se, particularmente angustiante e generalizada. É, em primeiríssimo lugar, a essa questão, profundamente existencial e hoje caracterizadamente cultural, que a Igreja precisa responder, como, aliás, todas as religiões, pois são elas, a partir de sua essência, as "especialistas do sentido”. Quem não viu a gravidade desse desafio, ao mesmo tempo existencial e histórico, e insiste em ver na questão social "a grande questão”, está "desantenado” não só da teologia, mas também da história. Ao invés das pautas da ONU nortearem as Campanhas da Fraternidade, por que a CNBB não propõe uma CF com uma temática cristã que vá nas raízes das injustiças? 





Eis aqui uma sugestão para uma próxima Campanha da Fraternidade:




TEMA: “A vivência dos conselhos evangélicos da Pobreza, Castidade e obediência no atual contexto social e eclesial”




RHEMAMateus 4,4: "Jesus respondeu: está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus".










O grande problema é que qualquer crítica que se faça a TL e à CNBB, até de forma construtiva, para que se permita uma autocrítica, seus militantes de plantão, já vem com quatro pedras nas mãos, acusando-nos de que estamos provocando a desunião, e dizendo que estão a cumprir a DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA. A pergunta que não quer calar é: Desde quando, e onde, a DSI defende e promove a LUTA DE CLASSES ? - Já li e reli toda a DSI e não vejo isto em lugar algum! A CNBB promove a luta de classe sim, quando apoia grupos e ONGs que fortalecem grupos vitimistas com a desculpa de combate a preconceitos, racismo, homofobismo, etc. Definitivamente, vitimismo não é cristianismo! Onde está a CNBB que não teme falar, desejar e motivar a conversão? Onde está a CNBB fiel à liturgia Romana e não Africana? Onde está a CNBB que não extingue, mas motiva os carismas do Espírito Santo (conf. I Tessa 5,19)? Onde está a CNBB na evangelização de todos, sem distinção? Onde está a CNBB na luta pela libertação do pecado visando salvar e libertar todas as almas, e não apenas uma classe social? Será que a exclusividade de uma práxis meramente social, como se a Igreja fosse uma ONG, fez a CNBB (não a igreja) esquecer o alerta de Cristo: Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus ?





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Anônimo
18 de agosto de 2022 às 18:38

Excelente tema para a próxima Campanha da fraternidade! Seria bom que alguém da CNBB soubesse.

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