(foto reprodução)
Nesses
dez anos, o Brasil perdeu uma oportunidade histórica de dar um grande salto.
Não só em termos de crescimento econômico, que foi muito baixo nos governos
petistas, como também para enfrentar os graves problemas sociais do país. Pela
primeira vez na história, tivemos a chance de combinar uma alta taxa de
crescimento com um regime de liberdades democráticas plenas. Até a explosão da
crise financeira, no final de 2008, as condições externas eram muito favoráveis.
A China crescia dois dígitos por ano. Puxava o preço das commodities e gerava
uma renda extra ao país, um dos maiores exportadores mundiais de alimentos e
minérios. Em vez de aproveitar o momento,
a partir da âncora criada nos anos 1990, com a queda da inflação e a
estabilidade fiscal e monetária, o governo abriu o baú da história. Desenterrou
velhas leituras econômicas, cheirando a naftalina, e ideias de presença do
Estado na economia cheias de teias de aranha, dos tempos do governo Geisel, nos
anos 1980, que tiveram um alto custo para o país. Provavelmente, os primeiros
três anos do governo Dilma estarão entre os piores da história econômica
brasileira, e a perspectiva de melhora no curto prazo é baixa.
Os êxitos do PT são bem menores do que se propala
por aí!
Eles são repetidos
de forma sistemática e sem nenhuma resistência da oposição, que acabam por
adquirir um manto de verdade. Em 2010, o Brasil cresceu 7,5%, mas a partir de
uma base muito baixa. Em 2009, houve uma recessão. Nos outros anos, o
crescimento foi relativamente tímido. Em média, o Brasil cresceu menos que a
América Latina e os países emergentes nesse período. Os argumentos do governo, de que a classe média se tornou maioria no
país, são totalmente falaciosos. Classe média não mora em favela nem ganha dois
ou três salários mínimos, ou até menos que isso por mês. Aconteceu é que o PT –
como se fosse o Ministério da Verdade do livro 1984, de George Orwell – começou
a criar novas categorias econômicas para dar êxito a um governo que é um
fracasso. Inventou uma nova classe C, que seria uma outra classe média,
diferente da classe média tradicional, e construiu a ideia de que o Brasil é um
país de classe média. Não é. É um país de miseráveis. Ninguém
discorda de que precisa haver programas assistenciais, mas não só para a
população não morrer de fome. É preciso criar meios para enfrentar a miséria e
a pobreza. Não meios que as petrifiquem, como os programas do PT. O governo gasta 0,5% do PIB com o Bolsa
Família, mas não consegue transformar a vida das pessoas. Enquanto isso, metade
do país não tem saneamento básico, a situação da infraestrutura é lamentável, e
o analfabetismo funcional é real não para de subir.Como
historiador, não tenho culpa de que o volume de casos de corrupção tenha sido o
maior da história republicana do Brasil. Nunca antes na história deste país
houve tanta corrupção quanto na década petista. Gostaria de que não fosse
assim, mas a sucessão de problemas nos ministérios, de desvios de recursos, nos
dois governos Lula e no governo Dilma, é um recorde. A década petista é a
década do discurso, a década da falácia. Não há realização material. Que grande
obra pública foi construída nesses dez anos? Que usina hidrelétrica foi
construída nesses dez anos? Nenhuma. A transposição do São Francisco, um
fracasso. Estradas, fracasso. Ferrovias, fracasso. Portos, fracasso.
Aeroportos, fracasso. Houve apenas construções de alguns estádios de
futebol, mas não resolveremos problemas sociais com coliseus do século XXI. O PT é bom no palanque, mas um péssimo
gestor da economia.
O que
levou o PT a ganhar três eleições seguidas?
Com o
Bolsa Família e o “Bolsa Empresário”, bancado pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), o PT estabeleceu uma sólida aliança
entre a base da pirâmide e o grande capital. Levando em conta que o Bolsa
Família tem 13,5 milhões de famílias cadastradas, e cada família tem, no
mínimo, três eleitores – o pai, a mãe e um filho com mais de 16 anos –, só aí
são 50 milhões de pessoas, o equivalente a quase um terço do eleitorado. Ao
mesmo tempo, o governo se aliou a grandes proprietários de terra, construtoras
e aos setores mineral e industrial. O BNDES virou um instrumento de enorme
eficácia para fortalecer essa aliança entre o PT e o grande capital. Essas
alianças, no topo e na base da pirâmide, alcançaram tal solidez que, hoje, é
muito difícil rompê-las. A
oposição não consegue entender que essa estrutura precisa ser rompida, mas só
pode ser rompida fazendo política. A
oposição não sabe fazer política. Quer chegar ao poder sem fazer política. Não
por acaso, foi derrotada nas eleições de 2002, 2006, 2010. (Ao que tudo indica com o APARELHAMENTO será derrotada em 2018 de
novo).
A que se atribui
essa fragilidade da oposição?
De um
lado, o PSDB, o principal partido de oposição, não é um partido de fato. Está
na oposição, mas não é oposição. É curioso. No populismo, o símbolo maior da
oposição era a UDN. Nos tempos mais recentes, o PT. Qualquer oposição age
diuturnamente criticando o governo e buscando uma aproximação com a sociedade,
pensando sempre na próxima eleição, como fazia o PT no governo Fernando
Henrique. O PSDB, não.A
impressão é que o PSDB se sente constrangido de ser oposição. Parece que
executa essa tarefa com desagrado. A oposição tem de ser agressiva. Quando o
governo apresentar seus projetos, a oposição tem de se levantar, falar que tudo
aquilo está errado, como a gente vê na Inglaterra, na França, em Portugal, na
Espanha, na Alemanha, nos Estados Unidos.O ex-presidente Fernando Henrique cometeu um erro
grave, ao ser contra o impeachment de Lula em 2005, para investigar sua participação
no mensalão. Para
mim, Lula é o réu oculto do mensalão. Ele tinha ciência de tudo aquilo, chegou
a ter até dois encontros com Marcos Valério. Pode não ter participado da
organização do esquema, mas era o principal favorecido. Na estrutura do PT, o
chefe da quadrilha, José Dirceu, não faria aquilo sem a concordância de Lula.
E o que fez Fernando Henrique?
Saiu
dizendo que um processo de impeachment de Lula criaria uma crise institucional,
afetaria a economia, o crescimento do país. Essa é uma dívida histórica que ele
tem com o povo brasileiro. No momento em que o PT estava nas cordas, em vez de
levá-lo a nocaute, como o PT faria se estivesse do outro lado, o que o PSDB
fez, por meio de seu principal líder, foi deixar Lula sangrando nas cordas,
acreditando que o nocautearia facilmente nas eleições posteriores. A oposição teve medo, e esse medo é que deu combustível
para que o PT virasse o jogo, estabelecesse uma aliança sólida com o PMDB e
partidos satélites e criasse LULISMO, no último ano do primeiro governo. Esse
LULISMO é produto de uma leitura de conjuntura equivocada e danosa para o
futuro do país. E essa leitura equivocada foi feita por Fernando Henrique e
pelo PSDB.
Fonte:
Época
------------------------------------------------------
APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.