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D. Helder Câmara |
“
Um profeta
que sem violência e condenando toda violência ativa, foi extremamente violento,
pois só os violentos de coração conquistam o Reino (Mateus 11,12)”
1)-As pessoas te pesam? Não as carregue nos ombros, leva-as no coração.
2)-Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para permanecer sempre o mesmo.
3)-Um dos meus anseios de chegar ao infinito é a esperança de que, ao menos lá, as paralelas se encontrem.
4)-Esperança é crer na aventura do amor, acreditar nos homens, pular no escuro, confiando em Deus.
5)-O segredo de ser jovem mesmo quando os anos passam, deixando marcas no corpo, é ter uma causa a que dedicar a vida.
6)- "Condeno toda e qualquer violência ativa , pois o Cristão a exemplo de Cristo, não mata, mas dar a vida".
7)- A opção preferencial da Igreja pelo pobre não deve ser exclusiva ao pobre, nem excluindo os ricos do reino de Deus, pois tem rico que é tão pobre, que a única coisa que tem é dinheiro...
8)-Os homens gastam-se tanto em palavras que não conseguem entender o silêncio de Deus.
9)-Que importa que ao chegar eu nem pareça pássaro. Que importa que ao chegar eu venha me arrebentando, caindo aos pedaços, sem aprumo e sem beleza. Fundamental é cumprir a missão! E cumpri-Ia até o fim!
10)-Não há penitência melhor do que aquela que Deus coloca em nosso caminho todos os dias.
11)- A vida é um dom de Deus e feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver.
12)-Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista. Pobre não precisa só de caridade, mas também de Justiça.
13)-Quando sonhamos sozinhos é só um sonho; mas quando sonhamos juntos é o início de uma nova realidade.
14)-Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio...
15)-Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo...
16)-O amor é o perfume das almas!
17)-Só as grandes humilhações nos levam ao recesso último de nós mesmos, lá onde as fontes interiores nos banham de luz, de alegria e de paz.
18)- Pessoas Cana-de-açúcar, são aquelas que mesmo, sendo torturadas, esmagadas e espremidas pelas circunstâncias da vida, só sabem dar o melhor de si: Doçura...
19) - " Não podemos ser bons, pois bom só Deus, mas podemos ser justos e agir com justiça..."
20)- Devemos tomar cuidado com uma eclesiologia
vinda de baixo, baseada tão somente no Senso Comum dos fieis, pois devemos
lembrar que a multidão dos fieis que seguiam Cristo e o aclamaram: "Hozana ao filho de Davi!" - pouco tempo depois, esta mesma multidão,
estava a pedir: "Crucifica-o!"
BIOGRAFIA DE DOM HELDER CÂMARA:
Dom Hélder Pessoa Câmara OFS (Fortaleza,
7 de fevereiro de 1909 — Recife, 27 de agosto de 1999) foi um bispo católico,
arcebispo emérito de Olinda e Recife. Foi um dos fundadores da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante o
regime militar brasileiro. Pregava uma Igreja simples, voltada para
os pobres e a não-violência. Por sua atuação, recebeu diversos
prêmios nacionais e internacionais. Foi o único brasileiro indicado quatro
vezes para o Prêmio Nobel da Paz, entretanto, foi acusado por seus opositores de
ser conivente com o marxismo. Décimo-primeiro filho de João Eduardo
Torres Câmara Filho jornalista, crítico teatral e funcionário de uma firma
comercial e da professora primária Adelaide Pessoa Câmara, desde cedo
manifestou sua vocação para o sacerdócio.
Formação e Presbiterado
Ingressou no Seminário Diocesano de
Fortaleza em 1923, o Seminário da Prainha, então sob direção dos padres lazaristas. Nesta instituição cursou o ginásio e
concluiu os estudos de filosofia e teologia. Foi ordenado padre no dia 15 de
agosto de 1931, em Fortaleza, aos 22 anos de idade, com autorização especial da
Santa Sé, por não possuir a idade mínima exigida.No mesmo ano, fundou a Legião Cearense
do Trabalho e em 1933, a Sindicalização Operária Feminina Católica, que
congregava as lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas. Atuou na área da educação, participando
de políticas governamentais do estado do Ceará na área da educação pública. Foi
nomeado diretor do Departamento de Educação do Ceará. Para aprofundar seus
estudos nesta área, foi transferido em 1936 para a cidade do Rio de Janeiro,
então capital da república. Aí dedicou-se a atividades apostólicas. Foi Diretor
Técnico do Ensino da Religião.Neste período, sente-se atraído pela
Ação Integralista Brasileira, que propunha o resgate dos valores de "Deus,
Pátria e Família". Entretanto, afastou-se de qualquer compromisso
político-partidário ao perceber as implicações ideológicas desta opção. No Rio de Janeiro, teve como diretor
espiritual o Pe. Leonel Franca, criador da primeira universidade católica do
Brasil - a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. No período pós-guerra, fundou a Comissão
Católica Nacional de Imigração, para apoio à imigração de refugiados.
Foi ordenado bispo, aos 43 anos de
idade, no dia 20 de abril de1952, pelas mãos de dom Jaime de Barros Câmara, dom
Rosalvo Costa Rego, dom Jorge Marcos de Oliveira.Foi um grande promotor do colegiado dos
bispos e da renovação da Igreja Católica, fortalecendo a dimensão do
compromisso social. Em 1950, D. Hélder entrou em contato com
o Monsenhor Giovanni Batista Montini, então subsecretário de estado do Vaticano
e futuro papa Paulo VI, que o apoiou e conseguiu a aprovação, em 1952, para a
criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com sede no palácio
arquiepiscopal do Rio de Janeiro. Nesta instituição, exerceu a função de
secretário geral até 1964. O mesmo monsenhor Montini apoiou a criação do
Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), fundada em 1955, com sede em
Bogotá. A fundação ocorreu na Primeira
Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano realizada no Rio de Janeiro,
tendo D. Hélder como articulador. Ele viria a participar das conferências
gerais do CELAM como delegado do episcopado brasileiro, até 1992: além da
conferência do Rio de Janeiro, esteve presente na Segunda Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano (Medellín, 1968), na Terceira Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano (Puebla, 1979) e na Quarta Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano (Santo Domingo, 1992). Sua capacidade de articulação torna
realidade o XXXVI Congresso Eucarístico Internacional, em 1955, no Rio de
Janeiro, que contou com a presença de cardeais e bispos do mundo inteiro.Em 1956, fundou a Cruzada São Sebastião,
com a finalidade de dar moradia decente aos favelados.Desta primeira iniciativa, outros
conjuntos habitacionais surgiram.Em 1959, fundou o Banco da Providência,
cuja atuação se desenvolve no atendimento a pessoas que vivem em condições
miseráveis.Teve participação ativa no Concílio
Ecumênico Vaticano II: foi eleito padre conciliar nas quatro sessões do concílio. Foi um dos propositores e signatários do "Pacto das Catacumbas", um documento assinado por cerca de 40 padres conciliares
no dia 16 de novembro de 1965, nas catacumbas de Domitila, em Roma, durante o
Concílio Vaticano II, depois de celebrarem juntos a Eucaristia. Este pacto teve
forte influência na Teologia da Libertação. Diante da conturbada situação
sociopolítica nacional, a divergência de posições com Cardeal Dom Jaime Câmara
torna difícil sua permanência no Rio de Janeiro.
Arcebispo de Olinda e Recife
No dia 12 de março de 1964 foi designado
para ser arcebispo de Olinda e Recife, Pernambuco, múnus que exerceu até 2 de
abril de 1985. Instituiu um governo colegiado nesta
diocese, organizada em setores pastorais. Criou o Movimento Encontro de Irmãos,
o Banco da Providência e a Comissão de Justiça e Paz daquela diocese.
Forteleceu as comunidades eclesiais de base. Estabeleceu uma clara resistência ao
regime militar. Tornou-se líder contra o autoritarismo e pelos direitos
humanos. Não hesitou em utilizar todos os meios de comunicação para denunciar a
injustiça. Pregava no Brasil e no exterior uma fé
cristã comprometida com os anseios dos empobrecidos.
Foi perseguido pelos militares por sua
atuação social e política, sendo acusado de Comunista. Foi chamado de
"Arcebispo Vermelho". Foi-lhe negado o acesso aos meios de
comunicação social após a decretação do AI-5, sendo proibido inclusive qualquer
referência a ele. Desconhecido da opinião pública nacional, fez frequentes
viagens ao exterior, onde divulgou amplamente suas ideias e denúncias de
violações de direitos humanos no Brasil.
Foi adepto e
promotor do "movimento de não-violência ativa!"
"Dom Helder Câmara,
profeta, peregrino da justiça e da paz" - Esse é o título do livro do nosso amigo,
Padre Edvaldo Araújo, resultado da tese de doutorado, lançado pela Saraiva
Megastore de Campinas. O livro tem como objetivo resgatar a memória sobre Dom
Helder, percorrendo sua vida, suas obras, seus pensamentos, seus ideais e suas
lutas. Dom Helder Câmara é considerado um dos grandes protagonistas da Igreja
católica no século XX, e como poucos marcou o cenário brasileiro e mundial. Seu protagonismo foi construído por meio da luta pela justiça
social e pala paz, inspirada nos princípios do cristianismo. Por meio da não
violência ativa mostrou a necessidade de promover revoluções com propostas
concretas para transformar as estruturas e possibilitar uma vida humana e mais
digna para todos, construindo uma nova sociedade, mais justa e fraterna. Dom
Helder, lutando pela justiça e pela paz, destacou-se na defesa dos direitos
humanos, sendo considerado o “apóstolo da não violência” e “advogado do
terceiro mundo”. Para Edvaldo Araújo, autor do livro e professor da PUC-Campinas,
nas faculdades de filosofia e de Teologia, escrever
sobre dom Helder Câmara significa,
recordar um dos grandes personagens da história da humanidade, que
lutaram através da não-violência ativa (ou como Helder definia: violência dos
pacíficos) por um mundo mais humano e justo. Segundo ele, é recordar de que
somos capazes de sonhar por um mundo melhor. Por fim ficamos com este
pensamento de Dom Helder: “Só homens que realizam em si a unidade interior, só
homens de visão planetária e de coração universal serão instrumentos válidos
para o milagre de ser violentos como os Profetas, verdadeiros como o Cristo,
revolucionários como o Evangelho, sem ferir o amor”.
Em 1984, ao completar 75 anos,
apresentou sua renúncia. Em 15 de julho de 1985, passou o comando da
Arquidiocese a Dom José Cardoso Sobrinho. Continuou a viver em Recife, nos fundos
da Igreja das Fronteiras, onde vivia desde 1968. Morreu aos 90 anos em Recife
no dia 27 de Agosto de 1999.Em fevereiro de 2008 foi encaminhado à
Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de beatificação de
D. Hélder pela Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).[1]O Regional Nordeste 2 da CNBB, a
arquidiocese de Olinda e Recife, o Instituto Dom Hélder Câmara (IDHeC) e a
Universidade Católica de Pernambuco estão promovendo a comemoração do
centenário de Dom Hélder, que foi celebrado em 7 de fevereiro de 2009. O
objetivo é manter viva a sua memória e a sua luta pela solidariedade e justiça
social.
Títulos
1)-Seu primeiro título veio em 1969, de
doutor honoris causa pela Universidade de Saint Louis, Estados Unidos. Este
mesmo título foi-lhe conferido por diversas universidades brasileiras e
estrangeiras: Bélgica, Suíça, Alemanha, Países Baixos, Itália, Canadá e Estados
Unidos, alcançando um total de 32 títulos.
2)-Foi intitulado Cidadão Honorário de
28 cidades brasileiras e da cidade de São Nicolau na Suíça e Rocamadour, na
França.
3)-Recebeu o Prêmio Martin Luther King,
nos Estados Unidos e o Prêmio Popular da Paz, na Noruega e diversos outros
prêmios internacionais.
4)Foi indicado quatro vezes para o
Prêmio Nobel da Paz. Em 1970, o então presidente da República Emílio Garrastazu
Médici, instruiu pessoalmente o embaixador brasileiro na Noruega para tentar
impedir que este prêmio lhe fosse concedido.
5)-Foi escolhido o brasileiro do século
na categoria religião pela revista IstoÉ.
Obras de sua autoria:
§
Indagações sobre uma vida melhor (Ed. Civilização Brasileira)
§
Um Olhar sobre a Cidade. 2a edição. São Paulo: Editora Paulus, 1997.
ISBN 853490541X.
§
Revolução Dentro da Paz, Editora Sabiá, Rio de Janeiro, 1968. Traduzido
para o alemão, holandês, inglês, francês e italiano.
§
Terzo Mondo Defraudado, Editora Missionária Italiana, Milão, 1968.
§
Spirale de Violence, Ediciones Desclée de Brower, Paris, 1978. Traduzido
para o português, espanhol, sueco, alemão, norueguês, holandês, chinês,
italiano e inglês.
§
Pour Arriver à Temps, Ediciones Desclée de Brower, Paris, 1970.
Traduzido para o espanhol, alemão, italiano, holandês, sueco, inglês e grego.
§
Le Désert est Fertile, Ed. Desclée de Brower, Paris, 1971. Traduzido
para o português (1975), espanhol, italiano, holandês, inglês e coreano.
§ Pier Pour les Riches, Ed. Pendo-Verlag,
Zurique, 1972.
§ Les Conversiones D'um Éveque, Ed. Seuil, Paris, 1977. Também em italiano,
alemão e inglês.
§
Mil Razões para Viver, Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1979.
Traduzido para o francês e o alemão.
§
Renouveau dans l'Esprit et Service l'Homme, Ed. Lumem Vitae, Bruxelas,
1979. Traduzido para o italiano, português e inglês.
§
Nossa Senhora no Meu Caminho - Meditações do Padre José, Edições
Paulinas, São Paulo, 1981.
Fonte: Wikpedia
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